sexta-feira, 8 de junho de 2007

GlaxoSmithKline garante segurança do Avandia

Responsáveis do laboratório farmacêutico GlaxoSmithKline vieram agora a público garantir que os reguladores do mercado norte-americano do medicamento estão do seu lado na convicção de que o Avandia, indicado para o tratamento da diabetes, é seguro, e que o resultado das análises feitas em Maio, que de acordo com o «New England Journal of Medicine» davam conta de um risco acrescido em 43 por cento de os pacientes submetidos àquele tratamento sofrerem um ataque cardíaco, foram “empoladas” pela imprensa.

O laboratório e a Food and Drug Administration, a autoridade norte-americana para o sector do medicamento, reuniram-se em Washington na última quarta-feira com o objectivo de analisar aquele problema. O volume de prescrições daquele fármaco sofreu um decréscimo considerável depois de ter sido divulgada a notícia dos seus possíveis riscos, mas os responsáveis da GlaxoSmithKline em Londres garantiram que procederam a análises do produto, e que aqueles resultados não encontraram confirmação. De acordo com aquela fonte, o estudo realizado internamente aferiu que o medicamento dobra o risco de enfraquecer o coração, mas sem aumentar as hipóteses de doença cardíaca ou morte do paciente.

“Existem agora quatro estudos diferentes, que mostram não haver diferenças entre o Avandia e outros tratamentos para a diabetes”, enfatizaram aqueles especialistas, asseverando que nos Estados Unidos “a agenda política sobrepôs-se à ciência, o que veio tornar mais difícil a explanação dos dados de forma correcta e a resolução da questão junto da opinião pública. O volume de vendas do Avandia garantiu mais de três mil milhões de dólares em todo o mundo durante o ano passado, num total que representa sete por cento dos lucros da Glaxo. De acordo com a empresa, seis milhões de americanos consumiram aquele fármaco em algum momento das suas vidas.

Dados das entidades de saúde dos Estados Unidos apontam para a existência de cerca de 21 milhões de diabéticos no país, a maioria dos quais sofre de obesidade e revela pouca propensão para a prática de exercício físico. A diabetes afecta cerca de 171 milhões de pessoas em todo o mundo e quase 500 mil portugueses. É tida como a quarta principal causa de mortalidade prematura nos países desenvolvidos, sendo responsável por três milhões de mortes por ano à escala global. Portugal é, apesar desta realidade, o país da Europa com menor taxa de insulinização, ou seja, os doentes diabéticos portugueses iniciam normalmente a terapêutica por via oral e só começam o tratamento com insulina numa fase mais adiantada da doença, quando por vezes já se encontram em estado crítico.

Carla Teixeira
Fontes: Blomberg, Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Médicos na Internet, Associação Portuguesa de Podologia, Jornal do Centro de Saúde

1 comentário:

Rui Borges disse...

Excelente trabalho Carla.