sexta-feira, 8 de junho de 2007

Investigadores britânicos identificam raízes genéticas de sete doenças

Um grupo de 200 investigadores, pertencentes a 50 centros de investigação do Reino Unido, realizaram o maior rastreio genético de sempre a um grupo de sete doenças de elevada incidências na população mundial.

O projecto, que procedeu ao rastreio da artrite reumatóide, diabetes tipo 1 e 2, doença coronária, hipertensão, doença de Crohn e doença bipolar, foi desenvolvido pelo consórcio Wellcome Trust Case Control Consortium (WTCCC), ao longo de dois anos.

De acordo com Peter Donnelly, super-coordenador do projecto e director do WTCCC, os resultados foram "verdadeiramente espectaculares", marcando mais um importante passo na aplicação da investigação genética, às exigências da saúde.

O sucesso do projecto ficou a dever-se às descobertas alcançadas. Os investigadores chegaram a novas variações genéticas na origem da doença bipolar, descobriram quatro novas regiões nos cromossomas motivadores da diabetes de tipo 1 e, entre outras descobertas, identificaram três novos genes causadores da doença de Crohn.

Os resultados desta investigação, publicados ontem na revista Nature, representam uma preciosa ajuda no conhecimento das causas destas doenças e abrem portas a estudos mais detalhados sobre a sua genética.

De acordo com a explicação de Peter Donnelly, "ao identificar os genes que estão na base destas patologias, o nosso estudo permite compreender melhor como a doença acontece, que pessoas estão mais em risco e, a prazo, desenvolver terapias mais eficientes".

De facto, os resultados alcançados permitem que se desenvolvam testes de despiste de propensão genética para estas doenças, identificando os indivíduos em situação de risco e actuando de forma preventiva.

Por outro lado, abre-se caminho ás terapias personalizadas, adaptadas às especificidades genéticas do doente ou a um alvo concreto, mediante medicação correctiva, como acontece com as proteínas produzidas em excesso, por um gene mutante.

A tecnologia utilizada no rastreio, foram os chips de informação genética, capazes de armazenar milhões de pedaços de informação do ADN, dentro de um espaço minúsculo.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias