Cientistas do MIT verificaram que uma restrição de calorias e uma vida mais saudável podem estar dependentes do cérebro. O estudo foi realizado em vermes e publicado na revista Nature.
Ao longo dos anos, investigadores verificaram a relação entre uma alimentação saudável e a longevidade. No entanto, não conseguiram encontrar uma justificação para esta relação.
Agora, um estudo de biólogos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstrou que esta relação alimentar e o envelhecimento pode estar na cabeça e não no estômago em si, como até agora se avaliava. O professor da Novartis of Biology, Leonard P. Guarente, verificou que existem dois neurónios associados à longevidade. Quando estes foram mortos com raios laser, os vermes deixaram de poder gozar desta característica, normalmente associada a uma dieta alimentar.
«Este estudo dirige a nossa atenção para o cérebro como centro mediador dos efeitos benéficos na restrição de calorias em muitos organismos, inclusive o humano. E uma compreensão molecular completa sobre a restrição de calorias pode levar à produção de novos fármacos para as principais doenças associadas ao envelhecimento», explica o professor.
O estudo revela que a dieta saudável activa um gene (skn-1) em dois neurónios sensoriais. Estes traduzem informação sobre a disponibilidade alimentar aos elementos endócrinos. Assim há um aumento da actividade metabólica que possibilita maior longevidade dos vermes. Sem estes genes o envelhecimento saudável com uma restrição alimentar desapareceu.
«Suspeitamos que os dois neurónios sensoriais e a restrição dietética emitem uma hormona que aumenta o metabolismo e consequentemente dão um pouco mais de tempo de vida aos vermes», esclarece Guarente.
Em 2000, este cientista demonstrou que a dieta activa nos vermes um gene (SIR2) que tem a capacidade de reduzir o tempo de envelhecimento. O ser humano possui um gene semelhante a este. O próximo passo de Guarente é relacionar o SIR2 com os dois neurónios identificados neste estudo mais recente. Deste modo, acredita que em 10 a 20 anos será possível controlar doenças que anunciam o envelhecimento do corpo.
Este trabalho é apoiado pelos Institutos Nacionais da Saúde e Glenn Foundation.
Sara Pelicano
Fontes: MIT e Nature
segunda-feira, 18 de junho de 2007
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