segunda-feira, 18 de junho de 2007

Primeiro centro de fisioterapia oncológica já é um sucesso

O primeiro centro especializado em fisioterapia ligada ao cancro, abriu portas o ano passado, nas instalações da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama (APAMCM) e os resultados são já muito satisfatórios.

Nascido do esforço de Verónica Rufino e Mafalda d'Assunção Matos, mãe e filha, o projecto viu recentemente o seu mérito reconhecido, ao ser galardoado com o Prémio de Acessibilidade e Atendimento no Serviço Privado, entregue pelo ministro da Saúde, no âmbito do Fórum Hospital do Futuro

O sucesso, é obra do trabalho humano que se consegue nesta associação, onde o voluntariado representa um importante recurso.

"Além das linhas de atendimento e de apoio social, psicológico, jurídico e lúdico, decidimos criar esta valência da fisioterapia e também nos preocupámos em dar formação aos voluntários profissionais", sublinha Verónica, fisioterapeuta no Instituto Português do Cancro (IPO) e directora da associação.

Quando surgiu a APAMCM, sentiu-se logo a necessidade de fazer mais, "as terapias utilizadas no tratamento do cancro podem originar complicações a nível funcional que exigem intervir - por exemplo, menos função articular, menor força muscular, alteração da postura, linfedema".

A concretização do projecto surgiu em 2006, inicialmente apenas com um atelier de expressão plástica, uma vez que esta é “uma maneira excelente de libertar tensões. Não é precisa a palavra, apenas a libertação da expressividade". Depois surgiram as terapias complementares.

Na perspectiva de quem frequenta o centro de fisioterapia, os resultados não podiam ser melhores. "Nunca estive no sítio certo até chegar aqui", afirma Maria Manuela Silva, utente assídua do centro, onde faz sessões de drenagem linfática ao braço que inchou drasticamente, depois de ter retirado a mama e 15 gânglios linfáticos. "Desde que aqui estou já colhi frutos, o braço já não está rijo e anda muito menos inchado".

Maria Ermelinda Morais sente que está em “boas mãos”. Conheceu a associação pelo médico que a operou para retirar um tumor que tinha na perna e desde então passou a frequentar o centro de fisioterapia, onde faz massagens linfáticas na perna, para reordenar o líquido retido devido à operação.

A associação disponibiliza todo o acompanhamento psicológico de apoio na situação de doença e ensina também o auto-exame da mama, pois "há muito a fazer pelas mulheres e homens com cancro da mama", sublinha Verónica Rufino .

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

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