segunda-feira, 13 de agosto de 2007

AVC: anticoagulante é mais eficaz do que aspirina

Estudo provou que risco de ataques foi significativamente menor em doentes administrados com warfarina

Um estudo publicado na «The Lancet» revela que a warfarina (anticoagulante) provou ser mais eficaz do que a aspirina na prevenção de apoplexias, neste caso, no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ocorre em idosos que sofrem de arritmias cardíacas.

De acordo com aquela revista médica, a investigação conduzida por cientistas da Universidade de Birmingham (Reino Unido) - liderada pelo médico Jonathan Mant – incidiu no estudo de um grupo de 973 pessoas que sofriam de fibrilhação auricular (contracção auricular extremamente veloz e desordenada).

Deste grupo – que tinha uma média etária de 81 anos – a equipa de investigadores escolheu, aleatoriamente, 488 doentes aos quais administrou o anticoagulante (warfarina), enquanto que, a aspirina foi administrada nos restantes. Durante dois anos e sete meses, os cientistas analisaram a eficácia de cada medicamento e o aumento do risco de hemorragias nos usuários.

Ao longo daquele período de tempo, foram estudados casos de AVC (apoplexia fatal ou paralisadora), hemorragias intracranianas e embolias arteriais graves. Segundo os cientistas britânicos, ocorreram 24 casos graves: 21 AVC, duas hemorragias intracraniais e uma embolia sistémica no grupo que recebeu warfarina. No grupo que tomou aspirina, registaram 48 episódios graves: 44 ataques cerebrais, uma hemorragia intracranial e três embolias sistémicas.

Os resultados permitiram à equipa de Jonathan Mant constatar que “o risco de ataques de apoplexia e embolias arteriais era significativamente menor no primeiro grupo que no segundo”, concluindo que, deste modo, o anticoagulante pode ser usado mais frequentemente para tratar idosos. Contudo, os especialistas ressalvaram não ter prova de que – comparativamente com a usual aspirina - esta substância activa espolete outros problemas de risco maior.

Raquel Pacheco
Fontes: «The Lancet»/Radio Grande FM

Next Safety aponta avanço para novos tratamentos

Testes provaram eficácia de dispositivo pulmonar na administração de nicotina; empresa diz que medicamentos podem seguir o mesmo caminho

Qualquer medicamento solúvel em água poderá ser administrado com “precisão e eficácia muito altas” através dos dispositivos e métodos pulmonares desenvolvidos pela Next Safety. A garantia foi dada pela empresa após ter testado com êxito a eficiência de um dos aparelhos, avançou a PRNewswire.

Tal como noticiou o farmacia.com.pt, a Next Safety vaticinou o fim da era do tabaco ao apresentar aos fumadores um aparelho inovador de distribuição de nicotina. Segundo foi antecipado, o dispositivo - com efeitos altamente psicoativos do acto de fumar, e com a mais valia de banir a inalação das 69 substâncias cancerígenas presentes nos cigarros – iria ser testado em humanos.

Os resultados do estudo (que envolveu 30 participantes) provaram que o dispositivo pulmonar proporciona maior eficácia do que cigarros. “Mais de 74 por cento da nicotina contida no dispositivo entrou na corrente sanguínea”, anunciou a empresa, citada pela PRNewswire.

Fim da era do tabaco
Segundo explicou a Next Safety, “cada indivíduo recebeu menos nicotina do que aquela tipicamente inalada a partir do consumo de um cigarro, mas com efeitos psicoativos mais elevados”, sublinhando que “sem receberem nenhum dos cancerígenos mortais, os participantes conseguiram níveis de nicotina no sangue muito mais altos e em taxas mais rápidas do que aqueles possivelmente obtidos através do consumo de cigarros.”

Face aos resultados conclusivos destes testes, a Next Safety Inc. considera que a tecnologia que desenvolveu pode abrir caminho a outros tratamentos. “O avanço na administração pulmonar de um medicamento não está limitado somente à nicotina”, afirmou, concretizando que diversos fármacos, nomeadamente, antibióticos, analgésicos, antieméticos e vacinas de toma via intravenosa “podem, agora, ser administrados efectivamente através de meios pulmonares com precisão, eficácia e eficiência.”

De acordo com um comunicado da empresa, os dispositivos começarão a ser distribuídos em Dezembro, “nos mercados onde as regulamentações actuais permitirem” contabilizando “mais de dois milhões de aparelhos, por mês, durante o primeiro trimestre de 2008.”

Recorde-se que, esta semana, a Next Safety vai distribuir amostras dos dispositivos para alguns jornalistas.

Raquel Pacheco
Fonte: PRNewswire

Kuvan reduz níveis fenilalanina no sangue

A Biomarin Pharmaceutical e a MerckSerono anunciaram que os resultados dos ensaios clínicos de fase III relativos ao Kuvan demonstram que o medicamento reduz o nível de fenilalanina no sangue em doentes com fenilcetonúria.

A Biovan acredita que o Kuvan possa receber aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) no final do mês de Novembro, uma vez que a entidade reguladora concedeu recentemente revisão prioritária ao medicamento.

A fenilcetonúria é uma perturbação hereditária do metabolismo da fenilalanina provocada por um défice enzimático (em fenilalanina-hidroxilase) que ocorre quando a enzima que processa o aminoácido fenalanina se encontra ausente, provocando um valor alarmantemente alto de fenilalanina no sangue.

A fenilalanina transforma-se normalmente em tirosina, outro aminoácido, eliminando-se do organismo. Sem a presença da enzima que a transforma, a fenilalanina acumula-se no sangue e é tóxica para o cérebro, provocando atraso mental. De acordo como o Manual Merck, a fenilcetonúria está presente na maioria dos grupos geográficos, mas é rara na população judaica de descendentes europeus orientais e na negra. A incidência é de aproximadamente 1 em cada 16 mil nados vivos. Se não for tratada, os afectados desenvolvem rapidamente um determinado grau de atraso mental, que, por norma é grave.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money, Manual Merck, Médicos de Portugal.

Novo estudo põe em causa alegações de risco cardíaco associado à toma de Avandia

GSK prepara estratégia de marketing para combater quebra nas prescrições

Depois das prescrições do Avandia (maleato de rosiglitazona) terem sofrido uma quebra de 40 por cento no mercado norte-americano, a GlaxoSmithKline (GSK) pode estar a preparar um corte na disponibilização do medicamento. À margem desta decisão, um novo estudo vem pôr em causa os resultados da análise que colocou o fármaco sob suspeitas de aumentar o risco de ataque cardíaco.

A segurança do fármaco foi posta em causa em Maio, quando um relatório publicado no “New England Journal of Medicine” (NEJM) alegava que a toma de Avandia aumentava em 43 por cento o risco de sofrer um ataque cardíaco. Recentemente o medicamento foi reavaliado pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que decidiu que a substância destinada ao tratamento da diabetes deve permanecer no mercado porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento terá de ser acompanhado por novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

De maneira a fazer face às contrariedades inerentes à imposição da FDA, a farmacêutica britânica pretende agora lançar um contra-ataque publicitário através de uma nova estratégia de marketing que pode incluir a redução da distribuição do Avandia ou a recolocação de funcionários noutras áreas do negócio.

Porém, quando as preocupações da GSK pareciam não ter um fim à vista, George Diamond e Sanjay Kaul, do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, afirmam que uma nova análise dos dados sugere que a metodologia previamente utilizada pode ter reportado de forma exagerada os riscos inerentes à toma do medicamento. Os dois especialistas em cardiologia alegam que uma metodologia alternativa de análise à segurança do fármaco não demonstrou um aumento estatisticamente significativo de aumento do risco de ataque cardíaco ou morte cardiovascular.

O estudo original utilizou dados de vários ensaios clínicos que não foram necessariamente talhados para detectar ataques cardíacos e mortes provocadas por problemas cardiovasculares. Para além disso, a maioria dos ensaios clínicos não revelou nenhum ataque cardíaco nem qualquer caso de morte provocada por problemas cardiovasculares. Na presença de uma situação de “dados dispersos” é possível que o modelo estatístico empregue pelos investigadores do estudo divulgado pelo NEJM tenha sobrestimado os riscos. Quando os dados “corrigidos” foram reintroduzidos no computador, utilizando um modelo diferente, as estimativas de risco observadas foram inferiores.

“Apesar dos riscos ainda serem elevados, já não eram estatisticamente significativos. Houve uma maior incerteza acerca do risco associado ao Avandia relativamente ao que inicialmente foi divulgado, sendo que, nem o aumento nem a diminuição do risco foram conclusivamente determinados”, referem os autores. A meta-análise aplicou um modelo estatístico, porém, de acordo com estes especialistas, “havia outras abordagens que mereciam ser consideradas”, uma vez que só se pode confiar nos resultados “quando métodos diferentes indicam as mesmas respostas ”, frisou Diamond.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Hemscott.

Cientistas alemães identificam região cerebral responsável pela dor

Uma equipa de investigadores neurológicos do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorf descobriu a região do cérebro humano responsável pelos registos da dor, um avanço que pode dar origem a meios de tratamento mais eficazes para reduzir ou eliminar a dor crónica. Apesar de, por vezes, ser subestimada, cerca de 1 em cada 10 pessoas sofre de dor crónica, cuja intensidade obriga à procura de cuidados específicos.

Prolongada no tempo e normalmente com difícil identificação causal, a dor crónica causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. Apesar de milhões de pessoas sofrerem de dor crónica, os mais idosos tendem a encará-la como sendo normal na sua idade. No entanto, este facto não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Na realidade, as pessoas mais novas podem sofrer mais vezes de dores fortes do que as mais velhas, isto porque, quando se envelhece, a tendência é para se ter menos sensibilidade à dor, especialmente à dor de cabeça, à dor abdominal ou à dor facial.

Um grupo de especialistas alemães parece ter conseguido identificar com precisão a área do cérebro humano que permite à dor ter capacidade para afectar o processamento cognitivo. A dor que está directamente relacionada com esta região cerebral é distinta da que está envolvida naquela que interfere com o processamento cognitivo devido a uma distracção da memória.

Para conseguirem detectar a área do cérebro que permitia à dor usurpar a atenção, a equipa conduzida por Ulrike Bingel pediu aos voluntários para desempenharem uma tarefa cognitiva que envolvia a distinção de figuras, para além de um trabalho de utilização da memória para recordar imagens. Os investigadores pediram aos voluntários para desempenhar as tarefas à medida que experienciavam diferentes níveis de dor incutidos através de um raio laser. Durante os testes, foram realizadas várias ressonâncias magnéticas (RM) para avaliar o fluxo sanguíneo nas várias regiões do cérebro que reflectem a actividade do mesmo.

Os cientistas conseguiram identificar uma região cerebral denominada complexo lateral occipital como a área relacionada com a cognição afectada pela carga de memória activa e pela dor. O próximo passo foi identificar a região do cérebro através da qual a dor afecta o funcionamento do complexo lateral occipital. Os investigadores apontam o córtex cingulado anterior frontal como o possível responsável, uma vez que se sabe que esta região faz parte do processo cerebral que desencadeia a dor. As RM realizadas durante o estudo demonstraram que o córtex cingulado anterior frontal é o centro cerebral através do qual a dor influencia o complexo lateral occipital. Por outro lado, a carga de memória activa influencia o complexo lateral occipital através de uma outra área, o córtex parietal inferior.

A regulação do processo visual através da dor que foi observado nas RM é relevante do ponto de vista comportamental, salientam os especialistas. Isto porque, à medida que as RM mostravam que a dor afectava o complexo lateral occipital, também denunciaram uma falha de precisão paralela no reconhecimento das imagens por parte do sujeito.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Administração Regional de Saúde do Centro, Portal da Saúde.

Risperdal mais eficaz que Zyprexa no tratamento da esquizofrenia

Um estudo comparativo demonstrou que o Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, tem mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa (olanzapina) da Eli Lilly, um fármaco de administração oral com as mesmas indicações terapêuticas.

Os dados da investigação, publicados no “British Journal of Psychiatry”, revelam que os pacientes aos quais foi administrado o Risperdal Consta demonstraram melhorias clínicas significativamente elevadas. Foram também registados mais avanços ao nível da organização do raciocínio ao fim de 12 meses, relativamente aos doentes que receberam Zyprexa.

Por norma, ambos os medicamentos são eficientes e bem tolerados, todavia, no que toca à eficácia em tratamentos prolongados, os benefícios do Risperdal Consta são superiores, referem as conclusões investigação.

O estudo, realizado a nível mundial em 48 locais distintos, envolveu a participação de 318 doentes que foram aleatoriamente submetidos a injecções de risperidona e de outros 300 pacientes tratados com olenzapina. Desse total, 160 pacientes do primeiro grupo e 187 do segundo completaram os 12 meses de ensaio clínico.

Os investigadores observaram uma alteração notória em todos os valores da Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS), uma ferramenta utilizada em investigações que envolvem doentes esquizofrénicos para avaliar a gravidade dos sintomas psicopatológicos positivos, negativos e gerais. O Risperdal Consta alcançou uma redução de 20 por cento nos resultados totais da PANSS em cerca de 97 por cento dos doentes, comparativamente a 79 por cento nos doentes tratados com Zyprexa, durante 12 meses.

No ensaio clínico prolongado (12 meses), os dados deram conta de uma melhoria significativa no factor da PANSS relativo à organização do raciocínio em pacientes tratados com a risperidona. Contudo, os sintomas de ansiedade e depressão melhoraram visivelmente no grupo que recebeu a olanzepina. Ainda assim, o rol de vantagens associadas à risperidona parece ser mais volumoso, uma vez que o tratamento prolongado com este fármaco tem também menos efeitos no aumento de peso e na subida do índice de massa corporal.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times

Actavis adquire três fármacos da Roche

O laboratório suíço Roche vai vender três dos seus produtos farmacêuticos ao Actavis, um grupo islandês produtor de genéricos. O montante envolvido no acordo não foi revelado.

Desta forma, são transferidos para o Actavis os direitos associados ao Bezalip (Bezafibrato) e ao Rapilysin (Reteplase), ambos utilizados em tratamentos cardiovasculares, bem como os do Neotigason (Acitretina), indicado no tratamento da psoríase, ictioses e dermatoses.

A distribuição destes medicamentos na América Latina vai continuar a cargo da Roche através de uma licença emitida pelo Actavis.

A transacção dos direitos deverá estar concluída entre o final de 2007 e o inicio de 2008, revelou a Roche que justificou esta medida com a sua intenção de se concentrar nos seus departamentos de produtos farmacêuticos inovadores e de diagnóstico.

Em 2006, as vendas destes três produtos renderam perto de 86 milhões e euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Fármaco da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals
FDA não aprovou o bifeprunox


A Food and Drug Administration, autoridade para o sector do medicamento nos Estados Unidos, negou a entrada no mercado do Bifeprunox, fármaco experimental da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals para o tratamento da esquizofrenia. Apesar de, como o farmacia.com.pt noticiou há dias, as duas companhias farmacêuticas terem afirmado as vantagens do novo medicamento, a agência reguladora norte-americana entendeu que a eficácia demonstrada pelo Bifeprunox, comparada com a dos tratamentos de referência, não é suficientemente significativa para permitir a sua aprovação.

A fim de sustentar o «chumbo» da pretensão das duas companhias farmacêuticas, cujos títulos cotados em bolsa registaram quedas de três por cento (Solvay) e seis por cento (Wyeth), a FDA pediu mais informações sobre a actuação do bifeprunox no metabolismo humano, bem como no que diz respeito ao caso de um doente que morreu durante o ensaio clínico daquele composto. A Solvay Pharmaceuticals veio entretanto a público garantir que não pretende desistir da aprovação, e que está já a preparar-se no sentido de, “em conjunto com a autoridade norte-americana, trabalhar para conseguir a aprovação do bifeprunox tão rapidamente quanto seja possível”. Laurence Downey, CEO da companhia nos Estados Unidos, asseverou que essa é a linha a seguir nos próximos tempos. Já a Wyeth admitiu que a recusa da FDA poderá atrasar em cerca de dois anos a aprovação do medicamento (que estava prevista para o final desta década), uma vez que foram pedidos novos dados, que obrigarão à realização de novas baterias de testes ao fármaco.
No seu último boletim mensal, a Solvay Pharmaceuticals anunciou que estava em fase de análise pela FDA um medicamento que pretende alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial. Segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar nessa altura, o Bifeprunox encontra-se em estudo há largos anos, tendo os ensaios clínicos feitos mostrado o seu potencial antipsicótico, que o tornaria capaz de evitar alguns efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. Segundo a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito altos, sendo essa a mais-valia do fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina).

Carla Teixeira
Fonte: Solvay Pharmaceuticals, Firstword, Wyeth, Bloomberg, CNN, Forbes
Governo aprovou nova lista de medicamentos sem receita
Maior consumo de fármacos alerta médicos


O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.

A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa
Para triplicar as exportações de medicamentos até 2012
Novartis amplia representação no Brasil

A companhia farmacêutica suíça Novartis anunciou a intenção de aumentar a sua representação no Brasil, expandindo as instalações de duas fábricas que já possui naquele país e apostando no objectivo da triplicação do volume de exportações de fármacos nos próximos cinco anos. As novas instalações da multinacional, situadas em Resende (Rio de Janeiro) e Taboão da Serra (São Paulo), foram inauguradas em Julho, pelo presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, e pelo ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão.

As novas unidades de produção da multinacional suíça alimentam a expectativa de um crescimento sólido e sustentado da empresa no Brasil e no mundo. Segundo os dados apresentados pela Novartis na cerimónia de inauguração das novas fábricas, o cumprimento do objectivo da triplicação do volume das exportações transformará a empresa suíça na maior exportadora do sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, “os mercados da América Latina e do Brasil são prioritários para a Novartis”, afirmou Nélson Mussolini, director corporativo da Novartis brasileira. Por seu turno, o presidente da companhia no Brasil, Alexander Triebnigg, assegura que a Novartis pretende tornar-se responsável por 20 por cento do volume total de exportações da indústria farmacêutica brasileira.
A empresa oferece regularmente ao governo brasileiro fármacos patenteados para programas de combate à hanseníase, à malária e à hipertensão, e faz ainda parte de diversos projectos da Organização Mundial de Saúde destinados a melhorar o acesso das populações pobres a medicamentos contra a malária, a tuberculose e a hanseníase. O Instituto Novartis de Pesquisas em Doenças Tropicais, instalado em Singapura, desenvolve novos compostos químicos, e todas as suas descobertas serão disponibilizadas, sem lucros, aos países em desenvolvimento.
A expansão no Brasil integra assim um crescimento mais vasto da companhia, que já está presente em 140 países. Além da matriz da empresa, em Basiléia, só quatro unidades de produção da Novartis participam no desenvolvimento do valsartana, o princípio activo do Diovan, o medicamento contra a hipertensão mais vendido em todo o mundo. Líder mundial em cuidados de saúde, a Novartis aponta como metas de futuro “descobrir, desenvolver e comercializar com sucesso produtos inovadores para tratar e prevenir doenças, aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das populações”, garantindo uma aposta contínua no “fortalecimento do portfólio de produtos em plataformas de crescimento estratégicas: artigos farmacêuticos inovadores, medicamentos genéricos de alta qualidade a baixo custo, vacinas para humanos e fármacos isentos de prescrição médica.

Carla Teixeira
Fonte: Swissinfo, Novartis.com.br

domingo, 12 de agosto de 2007

Heroinómanos vão ter acesso a novo tratamento

Suboxone disponível em Portugal em Setembro

Chega a Portugal em Setembro o Suboxone, um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O medicamento tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.

Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguarda agora a comparticipação financeira do Infarmed. Independentemente dessa decisão, a partir de Setembro passa a ser disponibilizado aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência. Não é, certamente, uma fórmula milagrosa, mas a combinação da buprenorfina e da naloxona promete evoluções significativas.

A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo que se liga aos receptores μ (mu) e κ (kappa) do cérebro, actua no tratamento de manutenção opiáceo através das suas propriedades lentamente reversíveis com os receptores μ, que poderão minimizar, durante um período prolongado, a necessidade de drogas em doentes toxicodependentes. Ao inibir a actuação da heroína, o doente deixa de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Porém, alguns toxicodependentes dedicavam-se, frequentemente, ao desvio destes comprimidos para os dissolverem e injectarem a solução resultante.

Esta situação passa a poder ser evitada com associação à naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos que, quando administrada por via oral ou sublingual nas doses habituais a doentes em abstinência dos opiáceos, exerce um efeito farmacológico reduzido ou nulo visto ser quase completo o seu metabolismo de primeira passagem. No entanto, a sua administração por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Infarmed.

sábado, 11 de agosto de 2007

Prexige retirado do mercado australiano

Medicamento associado a ocorrência de lesões hepáticas

As autoridades de saúde australianas ordenaram a recolha do mercado do Prexige (Lumiracoxib), um medicamento destinado ao tratamento da osteoartrose, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

O Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento (TGA) do Governo Australiano emitiu um comunicado, no qual refere que a administração do medicamento foi associada a várias lesões no fígado. O fármaco, comercializado pela Novartis, é um inibidor selectivo da COX-2 que pertence ao grupo dos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).

O documento divulgado pelo TGA dá conta da recepção de oito relatórios referentes a reacções adversas provocadas no fígado pelo mediamento em questão, “incluindo duas mortes e dois transplantes de fígado”.

A medida é preventiva, refere o TGA que, em conjunto com o Comité de Aconselhamento de Reacções Adversas a Fármacos, procedeu à análise dos referidos relatórios “e recomendou o cancelamento do registo do Lumiracoxib devido à gravidade dos efeitos secundários relatados associados à ingestão do medicamento”, afirmou Rohan Hammett, presidente do comité de especialistas.

Segundo explicou o mesmo responsável, “quanto mais longo é o tempo de exposição ao tratamento, maiores são as probabilidades de lesões hepáticas”. O TGA recomenda, por isso, que os doentes abandonem a toma do fármaco “imediatamente” e procurem uma terapia alternativa junto do médico.

A Novartis está a colaborar na recolha do medicamento, avançou a farmacêutica num comunicado divulgado no seu portal australiano. Desde Julho de 2005, data em que a substância foi lançadao, registaram-se já mais de 7 milhões de prescrições do Prexige a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: Novartis, Departamento de Saúde e Administração de Bens Terapêuticos de Envelhecimento do Governo Australiano.

Lisboa acolhe 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas

Conhecer “o estado da arte”, isto é, as funções e tecnologias químicas e farmacêuticas envolvidas no processo de produção dos produtos de beleza, para além do papel que desempenham nas rotinas do dia-a-dia, é o mote para a realização do 1º Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas, subordinado ao tema “Expandindo as Fronteiras”. O Auditório Agostinho da Silva, em Lisboa, será o palco onde se vão cruzar diversos especialistas do sector, no dia 19 de Outubro de 2007.

O evento, organizado pelo Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pretende contribuir para a promoção desta área junto de investigadores, industriais, empresários e profissionais dos diversos sectores da saúde. Nesse sentido, o congresso vai funcionar como um fórum de apresentação de trabalhos e discussão de temas, de natureza técnico-científica.

A massificação dos produtos de beleza, higiene e bem-estar fez com que estes se tornassem uma presença constante no dia-a-dia de cada pessoa. Porém, a sua composição envolve compostos complexos, em muitos aspectos (técnicos) mais elaborados que os medicamentos. Actualmente são, com frequência, utilizados como complemento principal da terapêutica dermatológica, e reconhecidos na promoção da saúde pública e qualidade de vida, esbatendo-se, por vezes, as fronteiras com outros produtos de saúde (medicamentos e dispositivos médicos), biocidas ou alimentos.

De acordo com os organizadores do evento, esta realidade é fruto do avanço científico e tecnológico que tem “proporcionado permanentes desenvolvimentos e inovação, que transformam esta na classe mais segura de produtos para uso humano, e simultaneamente, cada vez mais úteis e acessíveis”.

Entre os principais temas que vão ser debatidos destacam-se a importância da informação ao consumidor, o futuro da comprovação da segurança dos produtos cosméticos na Europa, a abordagem dermatológica do foto-envelhecimento, a relação entre a pele e a mente, o papel dos produtos cosméticos na saúde pública ou a farmácia comunitária e a promoção da saúde cutânea. A ficha de inscrição está disponível no portal do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Lusófona, bem como o programa e a lista de intervenientes no congresso.

Marta Bilro

Fonte: Jasfarma, Universidade Lusófona.

Doença afecta cerca de 400 mil pessoas em Portugal
Identificado gene causador do glaucoma capsular


Uma equipa de cientistas da Escandinávia identificou o gene responsável pelo glaucoma capsular, uma das variantes daquela doença ocular cujo tratamento é mais difícil. À luz dos dados divulgados na edição desta semana da revista «Science», as mutações do gene LOXL1 constituem a causa da deterioração progressiva da visão, que pode levar à completa cegueira.

O conceito de glaucoma envolve um grupo de doenças do nervo óptico, caracterizadas por um aumento da pressão intra-ocular, diminuição da irrigação, aumento da “dureza” do globo do olho e atrofia do nervo óptico, factores que provocam uma típica perda do campo visual, acompanhada de alterações macroscópicas do nervo óptico (escavação), que ajudam a definir o diagnóstico. Porque numa fase inicial a doença é assintomática, a perda de visão começa por ser imperceptível, o que leva a que, quando o doente toma consciência das dificuldades, se encontre já numa fase muito avançada. O glaucoma capsular afeta 10 a 20 por cento das pessoas com mais de 60 anos de idade (no nosso país deverão ser cerca de 400 mil os afectados), mas enquanto a cegueira é irreversível, a perda de visão gradual pode ser evitada, se detectada a tempo.
É nesse contexto que a descoberta dos investigadores escandinavos agora relatada na «Science» assume importância fundamental. Trata-se de uma investigação de grande relevância científica, na medida em que “a genética conduziu diretamente ao que parece ser a única causa de uma doença tão comum quanto devastadora”, como explicou Kari Stefansson, presidente da Decode Genetics Inc, uma sociedade especializada em análise genética com sede na Islândia, acrescentando que “os riscos apresentados por estas variações genéticas são muito altos, porque são responsáveis por todos os casos de glaucoma capsular, o que significa que, se for possível neutralizar o impacto destas variações, deveremos poder eliminar a doença”. A alternativa actual de tratamento do glaucoma é a trabeculectomia, uma intervenção cirúrgica de algum risco, que consiste na criação de um novo ponto de saída do humor aquoso do olho, de modo a fazer baixar a pressão intra-ocular.

Carla Teixeira
Fonte: CorreioWeb, Centro de Oftalmologia do Algarve
Base de dados controlará consumo de medicamentos
Madeira prepara processo clínico electrónico


A Região Autónoma da Madeira está a preparar, no âmbito dos projectos do Eixo de Medidas Estruturantes, a criação de uma base de dados que permita a gestão online de todos os processos clínicos dos doentes insulares. Uma simples ida à farmácia poderá ser substituída por um atendimento virtual, em que o farmacêutico explica ao paciente o funcionamento e a dose dos medicamentos que lhe foram prescritos.

De acordo com informações avançadas pelo secretário regional dos Assuntos Sociais na Madeira, Francisco João Ramos, em declarações à imprensa local, está neste momento a ser preparada a “instalação de uma rede informática que vai permitir a gestão online do processo clínico”. O responsável explicou que a medida permitirá que, “em vez de ir à farmácia com uma receita, a pessoa possa apenas dizer o número do cartão de utente. O farmacêutico vê a receita que foi prescrita e diz ao doente como deve tomar o fármaco indicado. Na opinião de Francisco João Ramos, o novo método terá como vantagem um maior controlo do tipo e quantidade de medicamentos prescritos e tomados, uma vez que “assim teremos a certeza de que o medicamento foi efectivamente comprado, que foi comprado na quantidade certa, e se porventura o doente o consumiu em excesso ou de acordo com o conselho do médico e do farmacêutico”.
Ainda segundo o mesmo elemento do governo regional, será criada uma base de dados de todos os doentes, que possibilitará que, num hospital ou centro de saúde, as análises feitas sejam registadas, com o dia e a hora em que foi realizada. “Se poucos dias depois o mesmo doente voltar a fazer a mesma análise, para avaliar os mesmos parâmetros, terá de justificar por que razão o faz”, disse o secretário regional dos Assuntos Sociais. O mesmo princípio será aplicado às consultas, às radiografias e a uma pluralidade de outros serviços disponibilizados nas unidades prestadoras de cuidados de saúde na Ilha da Madeira. O processo clínico electrónico é um projecto promovido pelo Serviço Regional de Saúde da Madeira, que prevê o abandono gradual da informação que hoje circula em suporte de papel, com o objectivo de fazer com que toda a informação clínica relacionada com a observação, o diagnóstico e o tratamento dos doentes passe a ser registada no formato electrónico, mais fácil de actualizar e partilhar.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal da Madeira, Madeira Digital

Símbolo motiva processo da Johnson & Johnson à Cruz Vermelha Americana

A farmacêutica Johnson & Johnson decidiu processar a Cruz Vermelha Americana, acusando-a de vender os direitos de utilização do conhecido símbolo desta instituição de solidariedade, violando assim o acordo assinado pela fundadora da instituição em 1865, onde esta cedia a utilização exclusiva do símbolo aos medicamentos e produtos químicos e cirúrgicos da empresa.

«Após mais de um século de forte cooperação na utilização da marca comercial Cruz Vermelha… estamos desiludidos por saber que a instituição começou uma campanha para licenciar a marca com fins comerciais», informou em comunicado a farmacêutica.

O processo judicial surge depois de a Cruz Vermelha Americana ter decidido ceder os direitos de utilização do símbolo, a empresas que comercializam produtos como luvas cirúrgicas, corta-unhas, pentes e escovas de dentes, à venda nas grandes superfícies comerciais norte-americanas.

Reagindo ao processo movido pela Johnson & Johnson, a Cruz Vermelha norte-americana alega que os produtos são destinados à saúde e segurança de crianças e que os lucros obtidos com as suas vendas revertem para projectos de ajuda de emergência.

Apesar de ter sido adoptado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha em 1863, o símbolo apenas foi reconhecido pelo Congresso norte-americano em 1900. Entretanto, já a Johnson & Johnson utilizava o símbolo como marca comercial nos seus pensos rápidos e produtos para bebé há 3 anos.

Inês de Matos

Fonte: Sol

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Scaners MRI permitem detectar precocemente 92 % dos casos de cancro da mama

Uma equipa de investigadores da Universidade de Bonn descobriu que os aparelhos de scaner MRI conseguem detectar 92 por cento dos casos de cancro da mama em fase precoce, uma percentagem muito superior à das tradicionais mamografias, que apenas identificam 56 por cento das lesões.

Os scaners MRI são essencialmente utilizados em exames cerebrais e até à data, a sua utilização na detecção de cancro da mama tem acontecido mais como suporte aos exames tradicionais, do que como principal método de identificação de lesões. Contudo, as recentes conclusões deste estudo trazem uma nova esperança no combate ao cancro da mama, pois a detecção precoce da doença é decisiva para o sucesso do tratamento.

O estudo recorreu à observação de 7.300 mulheres, com um tipo de cancro de mama em estado muito precoce, o ductal carcinoma in situ (DCIS), que afecta os canais de aleitamento. O scaner MRI demonstrou maior eficácia na detecção de anomalias mamárias, principalmente nos casos mais agressivos, identificando 98 por cento das lesões, enquanto que as mamografias tradicionais apenas permitiram identificar 52 por cento destes casos.

No que respeita aos erros de diagnóstico, o estudo aponta que as probabilidades de erro deste aparelho não são superiores às dos aparelhos tradicionais. No entanto, a comunidade cientifica alerta para a necessidade de se realizarem mais estudos que permitam conhecer o real valor deste tipo de scaner e que possibilitem a utilização desta ferramenta como principal método de identificação de lesões.

Inês de Matos

Fonte: BBC

Cabo Verde vai receber farmacêuticos lusófonos

Debater contrafacção de medicamentos, pandemias e profissão

O problema da contrafacção de medicamentos, a formação de farmacêuticos e as pandemias do VIH/sida e tuberculose serão temas a abordar na nona edição do Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa.

Cabo Verde foi o destino escolhido pela Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP) para receber os farmacêuticos lusófonos, em 2008.

Segundo informa a AFPLP no seu site, a organização irá preparar - tal como aconteceu em edições anteriores do congresso - um programa de viagens com condições vantajosas para farmacêuticos “de modo a incentivar a participação do maior número possível de farmacêuticos de língua portuguesa e possibilitar uma efectiva troca de experiências e conhecimentos entre colegas de profissão.”

O ano passado, Luanda (Angola) foi o palco do VIII congresso, onde os farmacêuticos consideraram que as farmácias portuguesas "funcionam com elevada qualidade profissional, de acordo com os interesses dos cidadãos e representam um modelo a seguir para os restantes países" que integram a AFPLP – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Raquel Pacheco


Fonte: Farmácia em Português

«ePedigree» para autenticar medicamentos

Tecnologia da IBM permite acompanhar todo o ciclo do produto farmacêutico e combate contrafacção

A IBM desenvolveu uma tecnologia para ajudar as empresas farmacêuticas a autenticar os medicamentos. Chama-se «ePedigree» e o objectivo principal é o combate à contrafacção de fármacos.

Em breve, a partir dos dados contidos nas embalagens será possível verificar a autenticidade e o historial do produto farmacêutico. O mérito é da IMB que desenvolveu com êxito uma tecnologia que consegue acompanhar todo o ciclo de produção do produto farmacêutico.

A base de dados «ePedigree» permite a troca de informação de forma segura entre vários utilizadores e pode ser gerida de forma eficiente ao longo de toda a cadeia de fornecimento e distribuição dos produtos farmacêuticos, incluindo fabricantes, distribuidores e vendedores.

A empresa de Tecnologias de Informação, informa que a tecnologia emprega uma das componentes mais importantes da nova versão do WebSphere RFID Information Center da IBM.

Raquel Pacheco

Fonte: iGOV

Problemas relacionados com a idade camuflam doenças da tiróide

A diversidade de sintomas provocados pelos problemas de tiróide faz com que, muitas vezes, os médicos não se apercebam da presença da doença. De acordo com um relatório da Escola Médica de Harvard, o diagnóstico nos doentes com problemas de tiróide é frequentemente confundido com falhas cardíacas, colesterol elevado ou mesmo demência.

Nos casos de hipotiroidismo, que se manifesta quando a tiróide não pode produzir as quantidades adequadas de hormona tiróidea necessárias para o organismo, os sintomas são muito diversos, podendo mesmo ser confundidos com os de uma depressão. O hipotiroidismo caracteriza-se pela voz rouca e dicção lenta, pálpebras caídas, olhos e a cara inchados e salientes, aumento de peso, pele seca, intolerância ao frio ou sensação de cansaço.

Algumas pessoas, sobretudo os adultos, ficam esquecediças e parecem confusas ou dementes, sinais que facilmente se podem confundir com a doença de Alzheimer ou outras formas de demência. Há situações em que os adultos apresentam sintomas que não ocorrem nos doentes mais jovens, como é o caso do colesterol elevado, falha cardíaca, alterações no funcionamento do intestino, problemas psiquiátricos e problemas de equilíbrio.

A variedade de sintomas possíveis faz com que os médicos, principalmente no caso de pessoas idosas, se concentrem em doenças mais comuns dessa faixa etária, refere o estudo intitulado “Doença da tiróide: Compreender o Hipotiroidismo e Hipertiroidismo”. Alguns médicos verificam periodicamente a função tiróidea, no entanto, as análises de rotina não são um procedimento universal. É por isso que os autores do estudo recomendam que, caso haja qualquer suspeita, seja solicitado ao médico um exame de avaliação à tiróide.

O hipotiroidismo trata-se com a substituição da hormona tiróidea deficiente, mediante um dos diversos preparados orais existentes. A forma preferida é a hormona tiróidea sintética, T4. Outra forma, a hormona tiróidea dessecada, obtém-se das glândulas da tiróide de animais. Em geral, a forma dessecada é menos satisfatória, refere o Manual Merck, porque a dose é mais difícil de adaptar e os comprimidos têm quantidades variáveis de T3. Por sua vez, o hipertiroidismo pode ser tratado farmacologicamente, mas outras opções incluem a extracção cirúrgica da glândula tiróide ou o seu tratamento com iodo radioactivo. O propiltiouracilo ou o metimazol, os medicamentos mais utilizados para tratar o hipertiroidismo, atrasam o funcionamento da tiróide e diminuem a produção hormonal.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, eMaxHealth, Manual Merck.

FDA concede mais seis meses de exclusividade ao Diovan

A farmacêutica suíça Novartis garantiu mais seis meses de comercialização exclusiva para o Diovan (valsartan) destinado ao tratamento da hipertensão. A decisão da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) estende a protecção da patente do medicamento até Setembro de 2012 quando esta deveria terminar em Março daquele ano.

Este prolongamento baseou-se em estudos realizados com crianças que sofrem de pressão arterial alta, refere um comunicado emitido pela Novartis. A empresa adiantou também que a utilização do Diovan em crianças e jovens pode ser aprovada pela FDA até ao final do ano corrente.

O Diovan é o fármaco mais vendido a nível mundial para o tratamento da hipertensão. As vendas desta substância renderam 877 milhões de euros no segundo trimestre de 2007.

A administração de Diovan a doentes hipertensos provoca uma redução da pressão arterial sem afectar a frequência cardíaca. O fármaco é também indicado em doentes com falha cardíaca e nos pacientes que sofreram um ataque cardíaco.

No entanto, esta decisão não significa que a utilização pediátrica do medicamento seja automaticamente aprovada, afirmou Vivienne Schneider, porta-voz da Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, CNN Money.

Gastroenterite provoca desidratação potencialmente fatal
Pediatras portugueses recomendam vacina


A gastroenterite pediátrica é uma doença infecciosa sem tratamento que apenas pode ser prevenida pela vacinação. Por isso, depois de, como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia se terem congratulado com a notícia do desenvolvimento de duas novas vacinas contra a infecção por rotavírus, anualmente responsável pela morte de meio milhão de crianças até aos cinco anos (sobretudo bebés dos três aos 24 meses), a Sociedade Portuguesa de Pediatria prepara-se para recomendar a inoculação.

De acordo com Fernanda Rodrigues, membro do departamento de Infecciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria, há dados regionais relativos aos tipos de rotavírus em circulação no nosso país que mostram que as vacinas existentes são eficazes. “São muito importantes e estão já programados estudos epidemiológicos a nível nacional com vista a avaliar a situação e a monitorizar a eficácia da vacina”, informou a especialista, em declarações à Agência Lusa. No seguimento da introdução da imunização no programa de vacinação universal na Áustria, e da reacção positiva da generalidade dos países europeus à medida, a SPP pretende emitir brevemente a sua recomendação.
No nosso país não há um levantamento global sobre a incidência desta patologia, estimada no entanto em cerca de 40 por cento, número aferido em determinadas regiões e que não é significativamente discrepante do apurado em alguns países da Europa, segundo declarou à Lusa Filipa Prata, pediatra do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A vacina contra a gastroenterite pediátrica por rotavírus deverá ser administrada até às 26 semanas de vida, mas o pico de prevalência daquela doença ocorre entre os três e os 24 meses. Em Portugal estão disponíveis duas vacinas, cujo preço oscila entre 160 e os 170 euros, consoante sejam aplicadas duas ou três doses.
A gravidade da gastroenterite infantil varia entre os casos perfeitamente assintomáticos e os casos graves, acompanhados de enormes perdas de líquidos por desidratação, que podem ser fatais. Os sintomas são normalmente bastante intensos, incluindo diarreia aquosa, vómitos, febres altas e dor abdominal, num quadro muito similar ao de qualquer gastroenterite comum, não sendo raros os casos com mais de 20 episódios de vómitos e diarreias em apenas 24 horas, num quadro clínico que se prolonga por três a nove dias. Não existe um tratamento específico para esta patologia, que se propaga com grande facilidade, através do contacto directo com o agente infeccioso ou uma pessoa infectada (transmissão fecal/oral), por intermédio de secreções respiratórias ou do contacto com objectos contaminados, como água e comida ou, no caso das crianças, brinquedos. A vacinação é, segundo os especialistas, a única medida de controlo com impacto significativo na incidência da patologia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, «XL Semanal»

Bradley tem três potenciais compradores

O laboratório Bradley Pharmaceuticals anunciou que tem três potenciais compradores interessados na empresa, e vai prosseguir com a venda.

De acordo com a farmacêutica foram já apresentadas algumas propostas preliminares, cujos detalhes não foram divulgados.

A Bradley já tinha tornado pública a sua intenção de analisar alternativas estratégicas e mantém o Deutsche Bank Securities Inc. como seu conselheiro na área financeira.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Chron.com, Yahoo Finance.

John H. Johnson nomeado director executivo da ImClone

A ImClone nomeou John H. Johnson para o cargo de director executivo da empresa, posição que deverá assumir a partir do dia 27 de Agosto. A vaga estava por preencher desde Outubro de 2006, altura em que Joseph Fischer se demitiu.

Johnson, de 49 anos de idade, desempenhava funções na direcção da Johnson & Johnson, mais recentemente como presidente da unidade de biofarmacêutica do grupo.

Ansioso por começar a trabalhar na ImClone, Johnson salientou que vão “continuar a procurar novas iniciativas para maximizar o franchising do Erbitux e a avançar com a linha de investigação de produtos candidatos”.

Alexander Denner, presidente da empresa, considera que John Johnson “possui um forte currículo na indústria biofarmacêutica”, sendo, por isso, uma mais-valia para a “nova era da ImClone”.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Market Watch.

Fusão entre Peptech e EvoGenix origina nova empresa de biotecnologia

A Peptech e a EvoGenix, duas empresas australianas de biotecnologia, preparam-se para protagonizar uma fusão num negócio que ascende aos 97 milhões de euros e que pode dar origem á criação de uma das maiores empresas biotecnológicas do país.

A Peptech vai adquirir a totalidade das acções da EvoGenix para formar uma nova empresa, que vai operar sob um novo nome, a partir do final do mês de Agosto. “De acordo com a nossa estratégia previamente anunciada, esta transacção dá origem a uma entidade conjunta, que lhe permitirá tornar-se um actor importante no palco mundial dos anticorpos”, afirmou John Chiplin, director executivo da Peptech.

Tal como acontecia com as duas empresas antes da fusão, a nova entidade vai especializar-se no desenvolvimento de terapias com medicamentos baseados em anticorpos e proteínas destinados ao tratamento de doenças inflamatórias, doenças dos ossos e cancro.

Os anticorpos são a classe de medicamentos em maior fase de crescimento, em especial para o tratamento do cancro, da artrite e de infecções, cujo interesse por parte da indústria mundial de biofármacos aumenta cada vez mais.

A nova empresa biotecnológica vai dispor, logo de início, de mais de 100 milhões de euros em dinheiro para avançar com a sua linha de investigação e deve receber pagamentos derivados das receitas da Abbott e da Johnson & Johnson relativos ao Humira (adalimumab) e ao Remicade (infliximab), cujos direitos de patente pertencem à Peptech.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, BioPharma-Reportrer.com.

Comissão Europeia aprova comercialização de Increlex

A farmacêutica francesa Ipsen recebeu autorização de comercialização na Europa para o Increlex (mecasermin) um recombinante do factor 1 de crescimento do tipo da insulina. Este é o primeiro medicamento do género a ser aprovado no espaço comunitário para o tratamento de pacientes com níveis reduzidos da proteína IGF-1.

A Comissão Europeia emitiu uma autorização para o Increlex 10mg/ml solução para injecção, produto que recebeu estatuto de medicamento órfão atribuído pela União Europeia, em Maio deste ano. O medicamento foi aprovado para o tratamento prolongado de crianças e adolescentes com deficiência primária grave do factor 1 de crescimento do tipo da insulina. Com esta licença, a Ipsen garante exclusividade de mercado durante 10 anos.

A Ipsen comprou os direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco à norte-americana Tercica, em Outubro de 2006, o que lhe permite vender o medicamento na Europa e, provavelmente, noutros territórios. A Ipsen fica responsável pelo pagamento de 15 milhões de euros à Tercica relativos ao cumprimento de objectivos. O laboratório francês tem planos para disponibilizar o medicamento no mercado europeu ainda em Outubro deste ano.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, BioPharma-Reporter.com.

Parafarmácias cedem à competitividade do sector

14 estabelecimentos fecharam desde 2005

Desde 2005, altura em que surgiram em Portugal as primeiras parafarmácias, 14 estabelecimentos já fecharam e dois foram trespassados. Estes são números da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) que espelham as contrariedades inerentes à implantação deste negócio num mercado fortemente dominado pelas farmácias. Actualmente há 485 postos autorizados e 35 ainda por abrir.

Os dados do Infarmed, divulgados pelo jornal Diário de Notícias, referem que, no mês de Julho, houve 335 lojas de medicamentos a comunicarem vendas, entre as quais a facturação ascendeu aos 743 mil euros. No entanto, grande parte destas lojas de venda de medicamentos (41%) é detida pelo grupo Modelo Continente, que possui com 31 estabelecimentos do género. Contas feitas, restam 438 mil euros a dividir por 305 lojas, o que significa que, por dia, estas parafarmácias rendem, em média, 48 euros. Por cálculo de embalagens, a média situa-se nos 10 medicamentos vendidos. A estes subtraem-se ainda cinco estabelecimentos pertencentes ao Pingo Doce e outros sete à cadeia de supermercados Jumbo, cujas características dimensionais lhe permitem receitas distintas.

Ainda assim, há quem não esteja admirado com a realidade dos números. Carlos Vicente é responsável pela Botica Fialho Vicente, a primeira loja que, em Outubro de 2005, começou a vender remédios em Mem Martins. Apesar de não ter queixas do negócio, até porque, segundo explica, tem como equilibrar os lucros, assume que a situação não está fácil. “O negócio não nos tem corrido mal, porque temos também uma farmácia e conseguimos negociar melhor com os fornecedores”, refere. Porém, “há muitas lojas que já não estão a vender. Confesso que não sei como muitas se aguentam...”, acrescenta.

Ainda que as vendas corram bem, os medicamentos não chegam para tornar o negócio rentável. "São mais de 1500, mas têm preços à volta de cinco euros. Um creme custa trinta euros, uma aspirina três. Veja quantas aspirinas tenho que vender..." Por isso, "os medicamentos funcionam como um chamariz porque as pessoas aproveitam e levam outros produtos", refere. Há ainda as dificuldades e barreiras que têm que ser ultrapassadas junto dos distribuidores. "Alguns nem estacionam as carrinhas em frente às lojas, para evitar complicações com as farmácias", exemplifica.

Pedro Reis, proprietário de uma loja em Setúbal, confirmou o rol de entraves que se colocam ao negócio. "Primeiro tivemos que conquistar a confiança dos clientes, explicar que só vendemos alguns medicamentos e não outros. Depois continuamos com condições muito diferentes daquelas que os fornecedores oferecem às farmácias ou às grandes cadeias, como o Modelo, que apostaram forte neste mercado. As pessoas tinham a imagem das farmácias, mas depois perceberam que a base de facturação é muito diferente e é um negócio muito trabalhoso", afirmou o responsável em declarações ao DN.

Segundo Pedro Reis, os laboratórios e os grossistas continuam a tratar lojas e farmácias de forma distinta. Enquanto às farmácias são concedidas facilidades de pagamento e medicamentos a preços mais vantajosos, “as lojas têm que pagar sempre a pronto”, lamenta. “Depois, nós até os portes de envio temos que pagar”, o que se traduz num "esforço muito grande para não subir os preços" e manter o negócio aberto. Há ainda o facto das parafarmácias disponibilizarem os dados das vendas e preços ao Infarmed, que os divulga no seu site, algo que as coloca em desigualdades face às farmácias. “É outra vantagem competitiva das farmácias", enumera Pedro Reis.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias

Investigadores estudam opções contra a gripe das aves
Antecipar as possíveis mutações do vírus


Investigadores do norte-americano Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) e da Escola de Medicina da Universidade de Emory, em Atlanta, consideraram que é possível antecipar as eventuais mutações do agente causador da gripe das aves, e vacinar as pessoas antes do advento de uma pandemia. Deitando por terra todas as convicções de que seria inviável apostar no desenvolvimento de uma imunização devido ao facto de não se saber que variante do vírus se adaptaria aos humanos, os cientistas anunciaram que, mais do que ficção científica, o que pretendem pode ser exequível.

Num artigo publicado na edição de hoje da revista «Science» a equipa de investigadores liderada por Gary Nabel, do NIAID, afirma que a vacina poderá conferir imunidade contra a mudança do vírus H5N1, estirpe que actualmente atinge exclusivamente as aves, mas que poderá facilmente adaptar-se ao homem. Num comunicado à imprensa o director do National Institute of Health (NIH) explicou que “o que Nabel e a sua equipa descobriram vai ajudar no combata a uma futura ameaça”. Segundo Elias Zerhouni, “embora não se saiba se e quando o H5N1 passará das aves para os humanos, foi encontrada um meio para antecipar a forma como esse salto pode ocorrer e os mecanismos de responsta a essa situação”.
Por sua vez, o director do NIAID, estrutura integrada no NIH, confessou o seu optimismo por “agora podermos começar, preventivamente, a pensar no desenvolvimento de novas vacinas e anticorpos terapêuticos para tratar pessoas que poderão vir a ser infectadas pelos vírus mutantes emergentes”. Anthony S. Fauci afirma-se absolutamente convicto de que a descoberta agora relatada na «Science» “poderá ajudar a conter uma eventual pandemia nos seus primeiros sinais”. Apesar de até ao momento a gripe das aves só ter infectado pessoas que tinham mantido contacto directo com animais doentes, o receio de uma mutação do vírus que o torne transmissível entre seres humanos, potenciando o cenário de uma pandemia que poderá motivar milhões de mortes, tem preocupado os cientistas, que em todo o mundo se têm desdobrado em investigações sobre a doença e o seu agente causador.
Nesta pesquisa foram estudadas várias tipologias do H5N1, comparando-as depois com o pior vírus da gripe conhecido, o H1N1, que entre 1918 e 1919 terá causado a morte de 50 a 100 milhões de pessoas, num episódio que ficou registado na história como a gripe espanhola. Desde que foi descoberta, em 2003, a gripe das aves terá contaminado pelo menos 319 pessoas, das quais 192 morreram, segundo dados disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde, que tem mantido vigiada a evolução da doença em várias partes do mundo.

Carla Teixeira
Fonte: NIH, Reuters
Cientistas desenvolveram “aparelho pouco invasivo”
Tratamento para a incontinência urinária


A colocação de dois pequenos balões ajustáveis de ambos os lados da uretra, mediante uma pequena intervenção cirúrgica, poderá devolver a esperança numa vida normal às mulheres que sofrem de incontinência urinária, estando ainda a ser estudada a possível aplicação deste método aos homens que também sofrem do problema, designadamente depois de serem operados à próstata.

Segundo uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, liderada pelo urologista Niall Galloway, uma série de ensaios clínicos preliminares aferiu a eficácia de um “aparelho pouco invasivo” no tratamento daquela incómoda patologia. A grande maioria das 160 mulheres acompanhadas nesta fase do estudo, e que antes não tinham respondido a outros tratamentos disponíveis para a doença, revelaram melhorias significativas no seu estado de saúde e no controlo da incontinência, com um “diminuto” registo de complicações. A Food and Drug Administration (FDA) está agora a analisar os resultados dos ensaios clínicos do Adjustable Continence Therapy, dispositivo divulgado no âmbito do encontro anual da Associação Americana de Urologia. Niall Galloway é da opinião de que este aparelho “pode ser uma nova esperança para milhares de mulheres que sofrem de incontinência urinária, especialmente as que têm os músculos da uretra enfraquecidos”. No futuro a nova técnica deverá poder ser aplicável também a homens que sofrem do mesmo problema após terem sido submetidos a cirurgias na próstata.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal «Público», Saúde na Internet
Reunião anual da Sociedade Americana de Química em Boston
«Biotecnologia para a Saúde e o bem-estar»


Tem início no próximo dia 19, e prolonga-se até ao dia 23, na cidade norte-americana de Boston, a reunião anual da Sociedade Americana de Química, cujo programa deverá ter como pontos principais as questões da Saúde e do bem-estar, tocando também temas como a energia e o ambiente. «Biotecnologia para a Saúde e o bem-estar» é o lema do encontro, que deverá reunir mais de 16 mil investigadores de diversas áreas.

No âmbito daquele que é já o 234º encontro nacional dinamizado por aquela sociedade (a maior entidade do género em todo o mundo tendo em conta o número de associados, mais de 16 mil), e que terá uma vez mais lugar no Centro de Congressos e Exposições de Boston, serão apresentadas mais de 9500 comunicações e explanados os últimos avanços científicos em áreas como a nutrição ou a nanotecnologia. Um dos pontos altos do encontro deverá ter lugar ainda durante o primeiro dia dos trabalhos, no momento em que Catherine T. Hunt, presidente da Sociedade Americana de Química, introduzir no programa do evento um simpósio em que os cientistas discutirão os novos desafios e as oportunidades da comercialização das novas descobertas nas áreas da biotecnologia e da nanotecnologia, mas são muitos os temas a abordar nesta reunião, entre os quais as novas abordagens do tratamento dos doentes de Alzheimer, a investigação em nutrição e em células estaminais, novos medicamentos, o emprego de nanomateriais na prática médica e na veiculação de fármacos ou a prevenção da obesidade. Mais informações sobre este encontro estão disponíveis em http://chemistry.org/meetings/boston2007.

Carla Teixeira
Fonte: Eurekalert

Abraxis BioScience inicia acordo para a comercialização do Abraxane na Índia

A Abraxis BioScience, Inc. anunciou que entrou num acordo de licenciamento com a Biocon Limited, a companhia líder em biotecnologia da Índia, para a comercialização do Abraxane (partículas de paclitaxel que se ligam a proteínas para suspensão injectável) (liga-se à albumina), na Índia.

Segundo os termos do acordo, a Biocon também terá o direito de comercializar o Abraxane no Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait e outros determinados países na Ásia do Sul e do Golfo Pérsico. Como parte deste acordo, a Abraxis irá receber regalias da parte da Biocon baseadas nas vendas líquidas do Abraxane nestes países.

Este acordo representa um passo importante no desenvolvimento de uma estrutura de comercialização global que incorpora as necessidades únicas de cada país, afirmou Bruce Wendel, vice-presidente executivo da área de desenvolvimento corporativo da Abraxis. A companhia está satisfeita que esta parceria com a Biocon conceda a oportunidade de levar o Abraxane, que representa um importante avanço na quimioterapia, a estes países, enquanto alarga a relação com a Biocon, acrescentou ainda Wendel.

Em Julho de 2007, a Abraxis submeteu ao Ministério da Saúde e Bem-Estar da Família indiano uma candidatura para comercializar o Abraxane na Índia, para o tratamento do cancro da mama.

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) aprovou, em Janeiro de 2005, o Abraxane para suspensão injectável para o tratamento do cancro da mama, após a falha de quimioterapia de combinação para a forma metastizada da doença ou recaída no período de seis meses de quimioterapia adjuvante.

Isabel Marques

Fontes: Pharmlive

Nova Hemosol BioPharma Inc. procura parcerias, aquisições e licenciamentos

A Hemosol BioPharma Inc., recentemente criada, está empenhada na procura de parcerias, acordos de licenciamento e aquisição de produtos ou de companhias para aumentar os seus próprios programas de desenvolvimento e planos de comercialização. Os produtos de interesse incluem proteínas terapêuticas derivadas de plasma sanguíneo ou de outras fontes, incluindo correntes de bioprocessamento, assim como outros produtos biofarmacêuticos estéreis injectáveis.

A Hemosol BioPharma Inc. foi formada no dia 6 de Julho de 2007, a seguir à aquisição de substancialmente todos os bens da Hemosol Corp., uma companhia biofarmacêutica canadiana, por parte da Catalyst Fund Limited Partnership II, sedeada em Toronto e gerida pelo The Catalyst Capital Group Inc. Os bens únicos da Hemosol incluem instalações de manufactura de cGMP de escala comercial localizadas em Mississauga, e um portefólio substancial de propriedade intelectual no apoio a uma pipeline de novos produtos.

A Hemosol BioPharma Inc. é uma companhia de desenvolvimento integrado de produtos biofarmacêuticos e fabricante de produtos biológicos, particularmente de terapêuticas baseadas em proteínas relacionadas com sangue. A companhia está a perseguir uma estratégia para fabricar e comercializar produtos terapêuticos na América do Norte com o seu próprio rótulo ou em parceria com outros. A longa pipeline de produtos da Hemosol concentra necessidades médicas ainda não atendidas em grandes mercados medicinais, incluindo terapêuticas baseadas em proteínas para tratar doenças infecciosas, cancro e anemia.

A Hemosol tenciona continuar o desenvolvimento de proteínas de plasma terapêuticas, assim como da sua própria pipeline de produtos. A companhia planeia crescer com base nas actuais relações de negócio e actividades de desenvolvimento, através do licenciamento e aquisição de produtos complementares com o potencial de receitas iminentes.

Através deste programa estratégico de parcerias, licenciamento e aquisição, a Hemosol irá criar uma companhia geradora de receitas que será um participante significativo na biotecnologia da América do Norte, declarou o Dr. David Bell, vice-presidente da área de desenvolvimento de fármacos da Hemosol.

O Dr. Dirk Alkema, vice-presidente de operações, sublinhou que a Hemosol está numa posição de impulsionar as instalações de cGMP e o “know-how” na manufactura e em testes de produtos biofarmacêuticos, para oferecer serviços a potenciais clientes, gerar receitas e acelerar o crescimento da companhia.

Newton Glassman, sócio gerente da Catalyst, salientou que o The Catalyst Capital Group Inc. está extremamente satisfeito por acrescentar a Hemosol ao seu portefólio de companhias. A Catalyst acredita que, com o seu sólido apoio financeiro e suporte estratégico, a Hemosol esteja em boa posição para fazer aquisições e parcerias estratégicas e para continuar a desenvolver o seu negócio de plasma e a diversificada pipeline de produtos.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Prevenção e Segurança Infantil nas praias de Cascais

APSI e Câmara de Cascais dinamizam Clínicas de Segurança

Durante o mês de Agosto, quatro praias do concelho de Cascais vão disponibilizar aos seus utentes informação sobre a prevenção de acidentes com crianças, uma iniciativa da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) e da Câmara de Cascais, que em conjunto pretendem dinamizar Clínicas de Segurança nestes locais, pois os acidentes continuam a ser a maior causa de morte e incapacidade permanente em crianças e jovens em Portugal.

O objectivo é ensinar a prevenir os acidentes com crianças na praia, piscina, no automóvel, em casa e em outros ambientes frequentados por crianças, numa altura em que os acidentes com crianças tendem a aumentar.

A Praia da Conceição foi a primeira a contar com os serviços de uma Clínica de Segurança, que disponibilizou consultas sobre segurança infantil a pais e filhos de 1 a 3 de Agosto. Actualmente o serviço está disponível na praia de Carcavelos, até dia 10, seguindo depois para a Praia de S. Pedro onde estará disponível de dia 14 a 17, indo terminar na Praia do Tamariz, entre os dias 22 e 24 de Agosto, sempre no horário das 9h30 às 11h30.

A APSI espera com esta iniciativa ensinar pais e filhos, contribuindo para um ambiente mais seguro e com menos acidentes.

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Alergias urbanas não contribuem para o agravamento da asma nos adultos

Grande parte da população asmática adulta, residente no centro das áreas urbanas, sofre de alergias diversas típicas destas zonas, ao pó e a animais por exemplo. No entanto, de acordo com um novo estudo norte americano esta sensibilidade parece não contribuir para o agravamento do estado asmático.

Juan P. Wisnivesky, responsável pela investigação, adiantou que as conclusões do estudo não corresponderam às expectativas que a equipa tinha à partida, pois esperavam encontrar um relação entre as alergias e os tipos mais graves de asma, como acontece nas crianças, o que não sucedeu.

Os investigadores observaram 245 indivíduos adultos, habitantes no centro de uma área urbana, na sua maioria mulheres, que sofriam de asma persistente. Foram realizados diversos testes para avaliar a sensibilidade a algumas alergias típicas das áreas urbanas, a baratas, aos ácaros do pó, gatos e ratos. Os resultados mostraram que 152 indivíduos, (62 por cento) apresentaram um resultado positivo em pelo menos uma destas alergias.

Todavia, os resultados de um questionário destinado a avaliar a gravidade da asma mostraram que a doença não atinge um estado significantemente avançado nos indivíduos que apresentaram uma reacção alérgica num ambiente tipicamente urbano.

Apesar dos resultados, os investigadores avisam que estas alergias representam sempre um forte contributo para o aparecimento da asma. “O facto é que estes factores podem ser mais relevantes para as crianças do que para os adultos”, adianta Wisnivesky.

Na opinião do investigador, este estudo representa um importante passo para que se passe a prestar maior atenção a outros factores, para além do meio ambiente em que os pacientes estão inseridos, como a forma de inalação dos corticosteroides, concedendo mais informação, de forma a que os paciente compreendam que a asma é uma doença crónica.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Indústria farmacêutica «de olho» nas fontes hidrotermais

Açores: cientistas procuram descobrir propriedades anti-cancerígenas nos organismos férteis e em espécies únicas de profundidade

As fontes hidrotermais no Atlântico estão a merecer a atenção da indústria farmacêutica. A garantia é dada pelo cientista Ricardo Serrão Santos afirmando que, hoje, Portugal “dá cartas no Mundo” na investigação científica destes campos a grande profundidade.

Em todo o mundo, cada vez mais, os laboratórios farmacêuticos estão associados às grandes missões científicas. A indústria financia parte dos trabalhos e, mais tarde, procura tirar o lucro das descobertas.

Em declarações à agência Lusa, o director do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, considerou que um dos objectivos da investigação científica “é encontrar respostas para sectores como a medicina e a indústria farmacêutica, que continuam a financiar as grandes missões aos campos hidrotermais dos oceanos.”

Asseverando que Portugal “dá cartas no mundo em termos de investigação científica nas fontes hidrotermais”, Ricardo Serrão Santos sustentou com o facto de o País ser “o nono em termos de produtividade de artigos científicos.”

Estudo genético de mexilhões

O investigador frisou que a prestação portuguesa deve-se ao papel da Universidade dos Açores, reforçando a existência de domínios específicos em que a UA é mesmo a primeira a nível mundial, nomeadamente, “no estudo dos mexilhões das hidrotermais, porque instalou na Horta um laboratório único que lhe permite fazer estudos sobre fisiologia e genética.”

Ricardo Serrão Santos destacou a recente aprovação pela Convenção OSPAR (entidade encarregue da protecção marinha no Atlântico) das fontes hidrotermais de profundidade existentes ao largo das ilhas açorianas. Para o director do DOP, o campo «Rainbow» (situado a 2.300 metros de profundidade) “trata-se de uma área muito importante”, salientando “trazer uma mais valia” para a investigação científica.

De acordo com a explicação do cientista, trata-se de uma fonte “fértil em espécies únicas, que suscitam o interesse dos investigadores, que procuram descobrir propriedades anti-cancerígenas nos organismos de profundidade.”

Recordando que Portugal poderá vir a ter jurisdição sobre uma área do fundo do mar até 350 milhas náuticas (mais 150 milhas do que a actual Zona Económica Exclusiva) o investigador defendeu o investimento de Portugal na construção de um submersível “para que possa ter alguma autonomia na investigação que faz”, concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa/DOP-UA

EMBARGO até às 20h de hoje

Estudo de quatro investigadoras portuguesas na «Science»
Medir a resistência a tratamentos e antibióticos


Isabel Gordo, Lília Perfeito, Lisete Fernandes e Catarina Mota, investigadoras do Instituto Gulbenkian de Ciência, com sede em Oeiras, são autoras de um estudo que poderá ter grande impacto na saúde pública. Em causa está a descoberta de que as bactérias se adaptam a uma velocidade mil vezes superior à estimada até aqui, que poderá ajudar a medir a capacidade de resistência dos microrganismos a tratamentos e antibióticos. O estudo «Adaptive mutations in bacteria: high rate and small effects» é publicado na edição desta sexta-feira da revista «Science».

Isabel Gordo, investigadora que conduziu o estudo, totalmente financiado e feito em Portugal, explicou à Agência Lusa que “as bactérias adaptam-se muito mais rapidamente do que até agora se admitia”, concretizando que a velocidade a que essa adaptação ocorre é superior em cerca de mil vezes à estimada. A equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência utilizou uma técnica para identificar as mutações das bactérias que lhes conferem vantagens na capacidade de resistência, o que demonstra que aqueles organismos têm potencial adaptativo extraordinariamente elevado. A cientista considerou que este estudo é “um contributo substancial para a compreensão de um problema central na teoria da evolução”.
A mesma responsável assegura que as implicações práticas desta descoberta ao nível da saúde pública têm a ver essencialmente com a resistência das bactérias aos tratamentos e antibióticos prescritos para fazer face a determinadas doenças, asseverando que “seriam precisos cerca de 20 mil anos para tirar conclusões de um processo semelhante na espécie humana, uma vez que o estudo analisou mil gerações de bactérias” (nos humanos a separação entre gerações é de cerca de duas décadas). Esta é a quinta publicação do Instituto Gulbenkian de Ciência na revista «Science» e em títulos do grupo «Nature» só no decurso deste ano.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Instituto Gulbenkian de Ciência, página pessoal de Isabel Gordo (http://eao.igc.gulbenkian.pt/EB/EB_Isabel.html) e site de investigação do Instituto Gulbenkian de Ciência (http://www.igc.gulbenkian.pt/research/unit/61).

Nova terapia fotodinâmica para Doença de Bowen

Cientistas garantem melhor recuperação do doente com tumor cutâneo

Uma equipa de investigadores brasileiros anunciou a descoberta de um tratamento alternativo para a Doença de Bowen (um tipo de cancro de pele). Trata-se de uma terapia fotodinâmica, não cirúrgica, e que, garantem, resulta na melhor recuperação do doente.

A nova alternativa para o tratamento da Doença de Bowen - uma forma de carcinoma de células escamosas confinado à epiderme – foi alvo de investigação, ao longo de seis meses, por uma equipa do Serviço de Dermatologia do Hospital da PUC-Campinas (Brasil), que assegura “a melhor recuperação do doente.”

De acordo com os especialistas em dermatologia, o trabalho consistiu em relatar “a cura clínica e histológica” da Doença de Bowen através da terapia fotodinâmica (TFD) “um tratamento não cirúrgico, que não deixa cicatriz e que trata, também, as lesões não visíveis ao médico”, informaram.

Esclarecendo que para a realização da TFD é necessária a aplicação de uma substância que se impregna nas células cancerígenas após algum tempo, os investigadores desvendaram o processo: "Antes de iniciar a exposição é possível identificar mais precisamente os limites da doença, por meio de uma iluminação especial (lâmpada de Wood). Em seguida, com a exposição à luz, essas células impregnadas pela substância (inclusive as das margens mais difíceis de delimitar) são conduzidas à morte e, com isso, à cura da lesão."

Sylvia Ypiranga Rodrigues, investigadora envolvida no estudo da TFD, referiu que um doente pode realizar até duas sessões. Segundo explicou a dermatologista, a doença surge associada, principalmente, à a exposição solar, mas também, a factores genéticos e ao tabagismo."

Portugal: 800 casos anuais

Correm maior risco de contrair esta doença as pessoas que sofreram de queimaduras solares na infância e adolescência, as pessoas com pele, olhos e cabelo claros e antecedentes de cancro de pele na família e os trabalhadores ao ar livre (pescadores, trabalhadores agrícolas, construção civil, por exemplo).

A Doença de Bowen é uma forma de tumor cutâneo maligno, cujos principais sintomas são uma mancha avermelhada, espinha e ferida que não cicatriza. A incidência está a aumentar em Portugal e em mais de 90% dos casos a doença tem origem no Sol. Actualmente, estima-se que, cerca de 800 novos casos surjam por ano.

Raquel Pacheco
Fontes: SEGS - Portal Nacional de Seguros & Saúde/Manual Merck/Infocancro.com

Grávida obesa potencia problemas congénitos

Estudo indica que risco de malformações aumenta de 3% para 4%

O excesso de peso de uma grávida pode representar um risco para o bebé. Um estudo feito por investigadores norte-americanos sugere que as mulheres obesas que engravidam têm mais hipóteses de ter filhos com problemas congénitos. A falta de membros e corações malformados são alguns dos exemplos…

A investigação feita pelos cientistas da University of Texas (Estados Unidos) – noticiada na BBC - é considerada “a maior e mais abrangente” sobre a matéria: ao longo de um período de cinco anos foram entrevistadas mais de 15 mil mães - 10 mil que deram à luz filhos com problemas e cinco mil que tiveram crianças saudáveis. As mulheres tinham de informar aos cientistas o peso e a altura que tinham quando ficaram grávidas.

Analisadas as informações, a equipa liderada por Kim Walker constatou que sete tipos de problemas eram mais comuns em bebés de mulheres obesas. Segundo afirmou o cientista, os resultados confirmam a conexão: “O risco de ter bebés com graves problemas congénitos aumenta de 3%, no caso de mulheres de peso saudável, para 4%, entre as obesas.”

Os especialistas revelaram que alguns dos problemas detectados foram a espinha bífida (falha na formação das vértebras na coluna do feto), anormalidades genitais e de intestino, além de atrofia ou falta de dedos dos pés e das mãos, braços e pernas.

Ressalvando que a obesidade pode não ser o factor directo relacionado às malformações, os investigadores admitem ponderar ainda a interferência da dieta da mãe obesa durante o período gestacional. “Não temos uma explicação conclusiva sobre os resultados, pois será precisarão de ser analisados noutro estudo”, rematou Walker.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC

Next Safety vaticina fim da era do tabaco

Dispositivo inovador de distribuição de nicotina começará a ser testado

Um dispositivo pulmonar - inovador na distribuição de nicotina - vai começar a ser testado no próximo dia 14. O aparelho pertence à empresa Next Safety e é apresentado como um “substituto” do tabaco, mas sem carcinógeneos.

Comprovada a eficácia do novo aparelho face aos cigarros, a empresa norte-americana anunciou o início da fase de experimentação em humanos para a semana. Garantindo que o dispositivo “é diferente dos outros produtos à base de tabaco”, a Next Safety, Inc. sublinha que uma das mais valias do dispositivo é a ausência de carcinógenos.

Segundo esclareceu a empresa, os dispositivos serão testados “com a finalidade de seleccionar jornalistas em Boston (dias 14 e 15 de Agosto); em Washington (dias 16 e 17); e em Nova Iorque (dia 20), informando ainda que realizará um debate, dia 21, em Nova Iorque, que contará com a participação de pneumonologistas, oncologistas, jornalistas, representantes das principais companhias de tabaco e fumadores e não fumadores.

A Organização Mundial de Saúde prevê que as mortes provocadas pelo tabaco aumentem 53 por cento até 2030. O cancro do pulmão é a segunda maior causa de morte em todo o mundo, estimando-se que, os actuais 600 milhões de fumadores, morrerão prematuramente devido ao vício. Em Portugal, de acordo com os números da Marktest, morrem 12 mil pessoas todos os anos.

Raquel Pacheco
Fonte: PR Newswire/www.nextsafety.com/Performance Online

Comissão Europeia promove consulta pública sobre sector farmacêutico

A Comissão Europeia (CE) lançou uma consulta pública sobre o futuro do sector farmacêutico no espaço comunitário. O objectivo é perceber os desafios que se colocam à indústria e definir a melhor forma de os enfrentar, referem as directivas da entidade europeia.

“O Futuro dos Medicamentos para Uso Humano na Europa”, documento emitido no âmbito do programa de melhoria de regulação do sector - a que o Farmacia-com.pt teve acesso - enumera os desafios que actualmente se colocam à indústria respeitantes à globalização, ao funcionamento do mercado interno e aos avanços científico-tecnológicos.

A crescente emergência de ameaças à saúde global, o aumento do número de medicamentos contrafeitos e a pandemia da gripe, aliados ao surgimento de novos protagonistas a nível global aumentam a necessidade de intensificar a cooperação internacional. Para fazer face à globalização a CE acredita que é necessário alterar o centro de gravidade da indústria de investigação e desenvolvimento que está muito concentrada nos Estados Unidos da América e na Ásia. A Europa deve, por isso, esforçar-se para reconquistar o território que lhe pertenceu durante a maior parte do século XX, quando era porto de abrigo da inovação farmacêutica.

No mercado interno europeu há ainda entraves ao livre movimento de produtos medicinais, barreiras que, segundo a CE, devem ser eliminadas através de requisitos de monitorização mais eficientes.

A Comissão destaca ainda a emergência das novas tecnologias, terapias e fármacos, entre os quais se incluem a medicina regenerativa, os tratamentos personalizados e o desenvolvimento da nanomedicina, que estão a alterar o funcionamento de todo o sector farmacêutico. A consulta pública, que termina a 12 de Outubro, deverá originar sugestões de medidas que podem ser implementadas para melhorar a segurança destes produtos dentro do espaço comunitário.

Assim, a CE pretende ouvir as sugestões de associações de pacientes, autoridades dos Estados-Membros, organismos internacionais, associações da indústria e empresas privadas (no ramo da inovação, dos genéricos e do sector da auto-medicação), profissionais de saúde ou qualquer outra pessoa ou entidade legal interessada nesta área. Aqueles que pretenderem oferecer o seu contributo devem enviar um e-mail para o endereço nicolas.rossignol@ec.europa.eu. Todas as sugestões serão disponibilizadas on-line no portal da União Europeia.

Marta Bilro

Fonte: iGov, “The Future Of Pharmaceuticals For Human Use In Europe”.

Apotex vai produzir genéricos anti-HIV para o Ruanda

A Apotex, empresa canadiana de genéricos, recebeu autorização para produzir a primeira versão similar de medicamentos anti-HIV. Os fármacos têm como destino o Ruanda e é lá que deverão chegar em Novembro, depois de um programa especial, criado pelas autoridades canadianas, ter permitido que empresas de genéricos produzam cópias de medicamentos de marca para fornecer os países pobres.

O consentimento dado pela GlaxoSmithKline (GSK), detentora dos direitos de patente de duas moléculas presentes na composição dos medicamentos, vai permitir criar um antiretroviral para o tratamento dos 250 mil pacientes infectados com HIV, no Ruanda. De acordo com o director executivo da empresa, Paul Lucas, esta decisão insere-se no compromisso da empresa de combater a crise mundial relacionada com a Sida.

O programa “Acesso a Medicamentos 2004” dá luz verde ao governo para autorizar a produção de determinados medicamentos patenteados, com o objectivo de os exportar para países onde a escassez de medicamentos abunda, de forma a ajudar a controlar a pandemia. Porém, a iniciativa tem vindo a ser alvo de críticas por alguns activistas, uma vez que, desde a sua implementação, há três anos, ainda não foi exportado um único comprimido.

A farmacêutica britânica concordou em abdicar dos royalties do produto já que a Apotex vai fornecer o medicamento sem obter qualquer lucro. Caso se concretize, este acordo vai permitir que sejam enviadas 15 a 16 mil comprimidos do antiretroviral produzido pela Apotex, o suficiente para tratar 21 mil ruandeses durante um ano ou 200 mil durante um mês, afirmou Elie Betito, director do departamento de assuntos públicos e governamentais da empresa.

No entanto, o responsável adverte que é ainda necessário chegar a acordo com um outro grupo que detém os direitos de patente sobre a nevirapina, fármaco que também está incluído na terapia de tripla combinação anti-HIV.

Marta Bilro

Fonte: CTV.ca, The Globe and Mail.

Conjuntivite viral: Crianças mais vulneráveis durante o inverno

Especialista alerta para a importância de distinguir os sintomas

Propícias a ambientes populosos e às temperaturas invernais, a gripe e as conjuntivite encontram nas crianças um alvo fácil para a sua disseminação. Face a um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, as formas virais de conjuntivite tornam-se comuns na infância e caracterizam-se frequentemente pelos olhos lacrimejantes, olhos colados ao acordar, pálpebras inchadas ou aversão à luz. Para não pôr a visão em risco é preciso estar atento aos sintomas e evitar a colocação de um mero colírio adquirido na farmácia.

De acordo com Leôncio Queiroz Neto, oftalmologista do Instituto Penido Burnier, é necessário analisar a situação e avaliar que se trata realmente de uma conjuntivite viral. Até porque, segundo afirma, esta inflamação é fácil de distinguir por produzir uma secreção transparente. No caso da conjuntivite bacteriana, mais comum no verão, a secreção torna-se amarelada. Utilizar colírio antibiótico para tratar a conjuntivite viral é um erro frequente cometido por 3 em cada 10 pacientes, refere o especialista. Uma falha de diagnóstico que pode sair cara, já que, para além do antibiótico não surtir efeito, o paciente torna-se resistente ao fármaco e pode desenvolver ceratite tóxica.

O tratamento ideal para a conjuntivite viral, defende Queiroz Neto, é aplicar compressas nos olhos feitas com gaze e água filtrada quente, já que os vírus se tornam mais resistentes em ambientes frios. Em casos mais graves é utilizada uma terapia com lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais.

No que diz respeito à conjuntivite alérgica, as compressas colocadas sobre o olho devem estar frias, porém, qualquer desconforto deve ser comunicado ao médico numa consulta oftalmológica. O tempo seco e a poluição fazem com que a mucosa ocular fique ressequida, contribuindo para o aparecimento da conjuntivite alérgica e do olho seco. É por isso que Queiroz Neto sugere a colocação de recipientes com água nas diversas divisões da habitação e junto da cama durante o sono, como forma de aliviar a baixa humidade do ar. O aumento do consumo de líquidos também ajuda a evitar esta situação, bem como evitar as plantas, os animais com pelo e as almofadas de penas, mantendo o ambiente arejado e limpo.

A conjuntivite viral surge geralmente num contexto epidémico (um aperto de mão a pessoa atingida, a limpeza das mãos a uma toalha contaminada), mas também por auto-contaminação (quando estamos com gripe, o vírus pode infectar os olhos). Evitar a partilha de toalhas e maquilhagem, assim como trocar diariamente as fronhas das almofadas e usar lenços descartáveis são dicas importantes que devem ser consideradas. Para além disso, os utilizadores de lentes de contacto devem redobrar os cuidados durante o inverno, uma vez que a diminuição do filme lacrimal os torna mais vulneráveis à conjuntivite papilar gigante que provoca ardor, comichão, aversão à luz e redução da acuidade visual. O tratamento implica a não utilização das lentes, a aplicação de compressas geladas e de um colírio corticóide.

Marta Bilro

Fonte: E-mail do farmácia-press, ABC da Saúde, Manual Merck.