domingo, 9 de setembro de 2007
Portugueses usam e abusam dos anti-inflamatórios
O vice-presidente da Sociedade, Hermano Gouveia, avisa que “em Portugal anda a banalizar-se demasiado o uso de anti-inflamatórios e as pessoas devem ser alertadas para os riscos. Cerca de 50 por cento dos doentes que tomam anti-inflamatórios têm queixas digestivas e 10 por cento úlceras”.
O risco de morte aumenta com a idade dos consumidores, nas pessoas jovens os riscos são diminutos e na maior parte das vezes os anti-inflamatórios são “inócuos”. Por outro lado, os idosos correm um risco elevado de complicações no uso destes fármacos, já que a idade superior a 60 anos é um dos factores de risco, bem como a existência de um historial de úlcera gástrica ou de problemas cardiovasculares.
Hermano Gouveia alerta para a necessidade de existir sempre uma orientação médica durante o tratamento com anti-inflamatórios, ainda que o “medicamento seja de venda livre”, “sobretudo quando percebemos que a auto-medicação é cada vez mais frequente e que as pessoas tomam muitas vezes um medicamento só porque o vizinho também toma”.
Para além da medicação sem orientação médica, o exagero na dose é outro problema apontado pelo especialista, pois muitas vezes existe a tendência de aumentar a dose do medicamento para rapidamente resolver a dor ou o problema de saúde. No entanto, em situações muito dolorosas, o anti-inflamatório não tem de ser necessariamente a última opção, existindo sempre a alternativa da fisioterapia e cirurgia, bem como o uso de analgésicos, acrescenta o médico.
Inês de Matos
Fonte: Sol
sábado, 8 de setembro de 2007
Vírus Tropical chega à Europa
Um idoso de 83 anos terá morrido na sequência das picadas deste insecto e um outro homem está internado em coma, existindo fortes suspeitas de que tenha também sido picado pelo mosquito.
Conhecido como “a doença que paralisa”, o vírus provoca febres, dores crónicas, rigidez nas articulações e inchaços dos membros, podendo mesmo ser mortal. Após a picada ocorre uma infecção que dura entre três a cinco dias e a recuperação pode durar entre uma a 10 semanas.
Depois dos casos detectados em duas aldeias perto da cidade de Cervia, na região de Emilia Romagna, a 200 quilómetros de Roma, o ECDC decidiu emitir um alerta, de forma a exortar os turistas europeus, que viajem para a região, para o uso de repelentes e de redes mosquiteiras.
Apesar do alarmismo os habitantes da região não receiam o pior, pois como relembra o escritor Carlo Lucarelli, que vive na área afectada, "esta é uma zona que já teve de lidar com a malária. Atenção, sim, mas sem exagerar".
A Índia é o pais tropical com mais casos registados, só no ano passado foram detectados mais de 1 milhão de casos de infecção com o Chikungunya, para o qual não existe tratamento nem vacina.
Inês de Matos
Fonte: Diário de Noticias, Sol
Pfizer testa Sutent em combinação com Tarceva da Roche para cancro do pulmão
O estudo aleatório SUN 1087, que envolve 956 pacientes, irá comparar a sobrevivência geral daqueles a quem foi administrada a combinação de fármacos, em relação aos que tomaram Tarceva mais placebo. Este ensaio irá ainda avaliar a eficácia e a segurança do Sutent em combinação com o Tarceva no tratamento do cancro do pulmão avançado.
Os resultados preliminares de uma fase intermédia do ensaio, apresentados na conferência mundial da “Association for the Study of Lung Cancer”, em Seul, Coreia da Sul, forneceram informação acerca da segurança e tolerabilidade do Sutent em combinação com o Tarceva em pacientes com este tipo de cancro do pulmão. O fármaco também está a ser testado no cancro da mama avançado e no cancro colo-rectal avançado.
O Sutent, que atingiu vendas de 146 milhões de dólares no segundo trimestre de 2007, foi aprovado no ano passado nos Estados Unidos para tratar alguns pacientes com carcinoma de células renais e tumores do estroma gastrointestinal.
O cancro do pulmão é o principal tipo de cancro nos homens e mulheres em todo o mundo, segundo afirmou a Pfizer. Mais de metade dos que sofrem de cancro do pulmão de não pequenas células são diagnosticados depois da doença ter avançado e metastizado para outras partes do organismo.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, www.pfizer.com
Peritos recomendam combinações de fármacos
O II Workshop Nacional sobre Malária de Angola, que teve lugar entre quarta e sexta-feira da semana passada, terminou com uma recomendação no sentido da interdição da importação de produtos farmacêuticos que incentivem a monoterapia para o tratamento daquela doença, insistindo também na necessidade de maior investimento nas fases de diagnóstico, tratamento e gestão da situação nos municípios.
A recomendação da proibição de entrada no país de medicamentos que exortem a uma terapia tendo por base um único fármaco terá constituído uma das principais conclusões dos peritos que estiveram reunidos durante dois dias no Centro Nacional de Oncologia, no âmbito de um encontro que contou com a presença da directora nacional de Saúde Pública, Adelaide de Carvalho, na sessão de encerramento. Os congressistas, oriundos de 18 províncias de Angola, defenderam uma maior divulgação da política nacional de tratamento da doença entre parceiros, financiadores e doadores, preconizando um maior envolvimento em acções de formação em diagnóstico, tratamento e gestão do problema, que afecta significativamente o país.
O consultor do Programa Nacional de Luta contra a Malária, Telles Francisco, garantiu que o Coartem, novo medicamento para o combate à malária à base de combinações terapêuticas derivadas de artemisinina, encontra-se actualmente disponível para todos os grupos populacionais de Angola, acrescentando que, desde que aquele fármaco foi introduzido no esquema de tratamento dos doentes de paludismo angolanos, há cerca de um ano, 13 das 18 proivíncias do país estão a fazer uso dele, enquanto as restantes cinco têm recorrido ao Arsucam, que associa amodiaquina e artusinato. O responsável assevera que a totalidade do território nacional está coberta com pelo menos um destes medicamentos, recomendados desde 2006 pelo Programa Nacional de Luta contra a Malária, registando resultados positivos.
Carla Teixeira
Fonte: «Jornal de Angola»
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Análise ao sangue pode detectar cancro
O exame detectou com antecedência sinais de cancro da mama em algumas mulheres. Os investigadores esperam que as pistas fornecidas pelo teste os ajudem a revolucionar a prevenção do cancro através de exames mais acessíveis financeiramente e de uma técnica de diagnóstico menos invasiva.
Os cientistas analisaram 30 mil amostras de sangue recolhidas de 11 mil mulheres, durante os últimos 30 anos, algumas das quais vieram a desenvolver cancro. Durante a pesquisa, os cientistas procuraram a presença de biomarcadores produzidos pelas células cancerígenas. As amostras obtidas permitiram-lhes observar a presença significativa de biomarcadores de cancro da mama.
“A qualidade das amostras foi fundamental mas ainda é cedo”, refere Paul Townsend, o principal responsável pelo estudo. “Algumas das mulheres que forneceram amostras de sangue eram saudáveis na altura porém, mais tarde desenvolveram cancro. Vamos voltar atrás no tempo para analisar aspectos comuns no sangue que possamos identificar como impressões digitais do cancro”, explicou o especialista.
“Estamos a tentar descobrir se é possível recolher uma amostra de uma pessoa saudável e perceber se essa pessoa poderá desenvolver cancro no futuro”, acrescentou o cientista. O objectivo mais ambicioso dos investigadores passa por conseguir, através de uma análise ao sangue, uma caracterização do que pode acontecer à pessoa num estádio mais avançado na doença.
Marta Bilro
Fonte: The Earth Times, Cancer Research UK, The Press Association.
Depressão causa mais prejuízos à saúde do que doenças crónicas, diz estudo
A investigação, levada a cabo pela OMS, envolveu 245.404 doentes de vários países e prolongou-se por 12 meses. Entre os casos analisados, 3,2 por cento corresponde a diagnósticos de depressão, um valor inferior ao da angina de peito (4,5) e ao da artrite (4,1). Porém, a depressão está frequentemente associada a uma, ou até duas destas quatro doenças crónicas em simultâneo.
Do total de pacientes analisados, entre 9 e 23 por cento sofriam de uma ou duas doenças crónicas e, também, de depressão. Estes dados permitiram aos investigadores concluir que a depressão fornece um contributo significativo para a diminuição da saúde da população a nível mundial. É por isso que os cientistas consideram que a depressão combinada com a artrite, asma, diabetes ou angina de peito causa muito mais prejuízos à saúde do que ser portador de duas ou mais destas doenças crónicas em conjunto.
De acordo com os investigadores, esta é uma chamada de atenção para a “necessidade urgente de colocar a depressão entre as doenças com prioridade de tratamento no sistemas de saúde, por forma a reduzir os seus efeitos e melhorar a saúde da população mundial”.
A necessidade de promover o apoio psicológico nos sistemas de saúde nacionais dos países menos desenvolvidos não é um tema inovador. Um estudo anterior realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos e igualmente divulgado pela “The Lancet” fazia também uma abordagem da situação.
Dados do Portal da Saúde, indicam que a depressão é a principal causa de incapacidade e a segunda causa de perda de anos de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes. Uma em cada quatro pessoas em todo o mundo sofre, sofreu ou vai sofrer de depressão. Um em cada cinco utentes dos cuidados de saúde primários portugueses encontra-se deprimido no momento da consulta.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Portugal Diário, Portal da Saúde.
Portugueses abusam dos anti-inflamatórios
Mais de 800 mil portugueses consomem diariamente anti-inflamatórios, entre os quais 228 mil não têm prescrição médica para tal. A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia chama a atenção para a utilização excessiva destes medicamentos que pode provocar hemorragias, problemas gástricos, úlceras e, em alguns casos, a morte.
«Em Portugal andam a banalizar-se demasiado e as pessoas devem ser alertadas para os riscos. 50 por cento dos doentes que tomam anti-inflamatórios têm queixas digestivas e dez por cento úlceras» , afirmou Hermano Gouveia, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG). De acordo com o responsável, só em Coimbra, “80 dos cem casos de hemorragia em 2006 devem-se à toma de anti-inflamatórios” e “entre 5 e 10 por cento destes terminaram mesmo em morte”.
Este fenómeno, muitas vezes resultante da auto-medicação, está a preocupar a SPG. “A maioria das pessoas toma um anti-inflamatório para aliviar uma dor quando em muitos casos resolvia o problema com um paracetamol. Além disso, muitas pessoas aumentam a dose porque a dor não passa ou prolongam o tratamento e acabam por adquirir lesões do fígado. Para saber isso basta fazer uma análise clínica e ver as alterações registadas devido à toma deste tipo de medicamentos”, refere Hermano Gouveia.
Os anti-inflamatórios não esteróides, que podem ser adquiridos sem receita médica, são os protagonistas deste tipo de situações. Para o especialista, "os medicamentos estão cada vez mais disponíveis e, apesar de serem importantes, têm de ser orientados pelo médico. Muitas vezes nem chega perguntar ao farmacêutico, porque não sabe o resto dos medicamentos que a pessoa está a tomar".
O risco de efeitos secundários graves aumenta quando o doente toma estes medicamentos sem a supervisão de um médico, alerta Hermano Gouveia. Numa população envelhecida como é o caso da portuguesa, existem várias patologias que lhe estão associadas. “Se tem mais de 60 anos, toma uma aspirina para proteger o coração, cortisona e um anti-inflamatório, estão reunidos os factores de risco para ter graves problemas, por exemplo uma hemorragia digestiva ou falência do fígado, porque estes medicamentos potenciam os seus efeitos”, explicou o responsável.
O esclarecimento da terapêutica junto do médico é o melhor caminho para evitar este tipo de problemas. Porém, a solução passa também pela escolha do “paracetamol, que não é agressivo", de detrimento dos anti-inflamatórios (como a nimesulida, ibuprofeno, ácido acetilsalicílico).
Marta Bilro
Fonte: DN, Correio da Manhã, Infarmed.
Dronedarona mais eficaz contra arritmia cardíaca
Os ensaios clínicos «Euridis» e «Adonis», cujos resultados foram divulgados na última edição do «New England Journal of Medicine», concluíram que o dronedarona, um novo tratamento para a arritmia cardíaca em fase de desenvolvimento pela firma farmacêutica francesa Sanofi-Aventis, é mais eficaz do que o placebo na manutenção da regularidade das contracções cardíacas, sem efeitos tóxicos significativos.
Os dois testes, de características idênticas, acompanharam 1200 pessoas durante um ano e abrangeram o continente europeu, no primeiro caso, e Estados Unidos, Canadá, Austrália e Argentina no segundo. Os investigadores informaram que os efeitos tóxicos nos pulmões, na tiróide e no fígado não aumentaram de forma significativa ao longo do estudo, acrescentando que a fibrilhação auricular é o transtorno do ritmo cardíaco mais frequente em todo o mundo, afectando aproximadamente um por cento da população do planeta, o equivalente a uns seis milhões de europeus e norte-americanos, número que tende a aumentar por efeito do processo de envelhecimento populacional.
Os estudos «Euridis» (European Trial in Atrial Fibrillation Patients receiving Dronedarone for the Maintenance of Sinus Rhythm) e «Adonis» (American-Australian Trial with Dronedarone in Atrial Fibrillation Patients for the Maintenance of Sinus Rhythm) visaram avaliar a capacidade do dronedarona para manter o ritmo sinusal nos pacientes que apresentaram fibrilhação auricular. Em ambos os ensaios, que assentaram na medição do tempo médio até à ocorrência da arritmia como variável principal de avaliação, o uso do dronedarona permitiu sempre tempos muito superiores aos do placebo: no «Euridis» o tempo médio foi de 96 dias com o dronedarona e de 41 dias com o placebo, no estudo «Adonis» a correspondência foi de 158 para 59 dias.
Em Setembro do ano passado a Sanofi-Aventis anunciou a decisão de retirar o dossier de autorização de comercialização do Multaq (dronedarona) na Europa, com o objectivo de avaliar a relação risco/benefício dos comprimidos de 400mg. A decisão foi tomada na sequência de um pedido de dados adicionais feito pelo Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia de Medicamentos. Nessa altura, a empresa farmacêutica informou que pretendia voltar a submeter à apreciação da EMEA uma solicitação para a introdução do medicamento no mercado no primeiro semestre de 2008.
Carla Teixeira
Fonte: «New England Journal of Medicine», Sanofi-Aventis, PM Farma, Doyma, Guia da Farmácia, CardioAtrio.com
Estudo indica que mudança do Lipitor para sinvastatina aumenta riscos cardiovasculares
Como parte da análise retrospectiva, os investigadores analisaram uma base de dados do Reino Unido que incluía registos de 11 520 pacientes que tomaram Lipitor durante seis meses ou mais, entre Outubro de 1997 e Junho de 2005, incluindo 2 511 pacientes que mudaram para sinvastatina, e 9 009 pacientes que continuaram com o fármaco da Pfizer. Os resultados demonstraram que existia um aumento de 43 por cento do risco de eventos cardiovasculares graves, incluindo ataques cardíacos, AVC, e determinados tipos de cirurgia cardíaca (como revascularização coronária), ou morte, para aqueles que trocaram para sinvastatina, em comparação com os que continuaram com o Lipitor. Contudo, não houve diferença em todas as causas de morte entre os dois grupos.
Uma análise secundária demonstrou que os pacientes que mudaram de fármaco tinham mais do dobro da possibilidade de descontinuar o tratamento, em comparação com os que se mantiveram com o Lipitor. As razões pelas quais o tratamento era descontinuado não estava disponível na base de dados, o mesmo acontecendo com as causas da mudança de fármaco, explicou a Pfizer. A companhia acrescentou ainda que os pacientes do estudo não foram randomizados para cada grupo, o que limita o significado dos resultados.
Segundo o autor principal do estudo, Peter Jan Lansberg, professor no Hospital Slotervaart, na Holanda, muitos médicos estão a trocar os pacientes para a sinvastatina devido ao facto das companhias de seguros norte-americanas e dos governos europeus estarem sob pressão para reduzir as despesas. Lansberg sublinhou ainda que não é benéfico fazer uma troca universal para as estatinas mais baratas. É necessário fazer uma distinção entre os pacientes que beneficiam com as estatinas genéricas e os pacientes de alto risco que têm a necessidade de uma terapia mais agressiva. Este estudo, que foi financiado pela Pfizer, foi apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia e também será publicado na “The British Journal of Cardiology”.
O Lipitor é o fármaco líder de vendas, tendo atingido valores de aproximadamente 13 mil milhões de dólares em 2006.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, www.pfizer.com
Bayer Schering e Dyax colaboram para identificar anticorpos terapêuticos
Com este acordo, a Dyax irá receber pagamentos quando forem atingidos determinados objectivos, e regalias resultantes das vendas líquidas que possam derivar do desenvolvimento e comercialização, por parte da Bayer, dos anticorpos descobertos durante esta colaboração. O acordo também fornece à Bayer sublicenças para outras patentes relevantes de anticorpos, identificados através da expressão de fagos, que possam ser utilizados com a tecnologia da Dyax. Os termos financeiros envolvidos não foram revelados.
Isabel Marques
Fontes: First Word, www.dyax.com
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Jantar solidário no Casino da Póvoa
A Associação Alzheimer Portugal assinala, a 21 deste mês, com um jantar e um baile de gala agendado para o Casino da Póvoa de Varzim, no Norte do País, o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. Trata-se de uma iniciativa que visa a angariação de donativos para a associação, reportando-se à sua missão de prestar apoio a portadores de demência e dos seus cuidadores.
Numa nota de agenda enviada ao farmacia.com.pt, a Associação Alzheimer Portugal refere, citando a sua presidente, Maria do Rosário Zincke dos Reis, que “é importante demarcar este dia de uma forma positiva, com esperança no desenvolvimento da ciência e com orgulho no trabalho diariamente desenvolvido por técnicos, cuidadores e pessoas com demência que não desistem de fazer valer o seu esforço na luta contra a doença e contra o estigma ainda a ela associado”. As inscrições para o jantar e baile, que terá um custo associado de 50 euros (jantar e donativo), estão abertas a todos os interessados, que deverão fazer as suas reservas através do telefone 960003410, contactando Daniel Martins.
Carla Teixeira
Fonte: Associação Alzheimer Portugal
Próteses de esforço Microval 2D contrafeitas
O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), por indicação do seu departamento de Dispositivos Médicos, acaba de emitir uma circular informativa destinada a divulgação junto do público em geral de um alerta inicialmente veiculado pela entidade reguladora do sector em França, à luz da qual terá sido detectada, no mercado egípcio, a existência de próteses de esforço contrafeitas da marca Microval.
De acordo com o exposto na nota emitida pelo Infarmed, que vem assinada por Luísa Carvalho, vice-presidente do seu conselho directivo, o problema terá sido diagnosticado pela própria empresa fabricante dos equipamentos, que estará neste momento a fazer uma recolha de elementos com vista a poder divulgar a situação junto da sua rede de distribuição. Em Portugal, de acordo com a entidade reguladora nacional, está também em marcha o processo de averiguação da eventual presença de próteses contrafeitas da marca Microval, e embora pela informação existente não haja evidência da entrada daquele produto contrafeito no mercado europeu, o Infarmed ressalva que, em virtude da livre circulação de bens e mercadorias poder-se-á ter dado uma introdução irregular daquelas próteses em países da Europa, e concretamente em Portugal.
A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde exorta assim quem eventualmente encontrar aquele tipo de produtos à venda em Portugal a contactar de imediato o seu departamento de dispositivos médicos. Para reconhecer as próteses da Microval efectivamente contrafeitas convém saber que a referência 411515 não faz parte da gama 2D da Microval, que o lote de esterilização 010405E corresponde a um número real, mas a data limite de utilização 2010/05 não é a correcta, que deveria ser 2006/03, que o número de série MC090325 é real, mas associado a outra prótese 2D de reforço, e que o autocolante indicador de esterilidade aplicado na rotulagem foi substituído por uma simples bola verde impressa.
Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
CEL promove conferências sobre cancro e doenças infecciosas
Matti Hakama, professor de epidemiologia da Universidade de Tampere, na Finlândia, e um dos mais conceituados investigadores em epidemiologia do cancro vai estar em Portugal para falar da doença e das várias questões que a envolvem. A conferência, que se realiza segunda-feira (10 de Setembro), às 17 horas, no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, marca o primeiro dia da apresentação do Consórcio de Epidemiologia de Lisboa (CEL).
No mesmo âmbito, o Complexo Interdisciplinar da Universidade de Lisboa recebe, terça-feira, (11 de Setembro), às 17 horas, Graham Medley, da Universidade de Warwick, no Reino Unido. O especialista, cujos trabalhos publicados contribuíram para o planeamento de medidas de combate ao HIV e à BSE no Reino Unido, vai proferir uma conferência dedicada ao tema dos modelos matemáticos na compreensão das doenças infecciosas e o seu impacto na saúde pública.
Dedicado à investigação epidemiológica e à formação avançada, o CEL nasceu de uma joit venture entre a Universidade de Lisboa e o Instituto Gulbenkian da Ciência. É uma rede multidisciplinar que congrega especialistas internacionais em áreas como a epidemiologia matemática, a biologia evolutiva, a informática biomédica, a física estatística, a epidemiologia clínica ou os sistemas dinâmicos.
Entre as unidades de investigação que integram este consórcio estão o Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais, o Instituto de Medicina Molecular, o Instituto de Ciências Sociais, o Centro de Física Teórica e Computacional, o Centro de Estatística Aplicada e o Instituto Gulbenkian de Ciência.
Marta Bilro
Fonte: Ciência na Internet, http://cel.igc.gulbenkian.pt/.
Corantes alimentares fomentam hiperactividade nas crianças
Num ensaio clínico em que algumas crianças tomaram um cocktail com aditivos alimentares geralmente presentes na alimentação e outras apenas um simples sumo de fruta, os investigadores observaram que este tipo de produtos produz um efeito de hiperactividade nas crianças. “Demonstrámos um efeito desfavorável dos aditivos alimentares sobre o comportamento hiperactivo das crianças de 3 anos e de 8-9 anos», referem os cientistas.
O estudo, realizado a pedido da agência para a segurança alimentar britânica, a Food Standard Agency, confirma resultados obtidos em trabalhos anteriores que analisaram as crianças que sofrem de perturbações da hiperactividade.
Os investigadores acreditam que os efeitos desfavoráveis produzidos por este tipo de produtos, acrescentados aos alimentos para melhorar a sua conservação, gosto e aspecto, ou alterar a cor, “não são apenas constatados em crianças com hiperactividade, mas também podem ser constatados na população em geral”.
O estudo, que envolveu 153 crianças de três anos e 144 crianças entre os oito e os nove anos de idade, analisou a actuação de aditivos que continham o conservante benzoato de sódio (referenciado como E211 na União Europeia) e diferentes corantes alimentares: cor de laranja amarelado (E110), carmim (E122), cor de vinho (E102), cor de papoila 4R (E124), amarelo quinoleína (E104) e allura red AC (E129).
A hiperactividade é uma problemática a que se associam dificuldades na aprendizagem e na adaptação do indivíduo ao meio nos seus primeiros anos de vida e que, na maioria dos casos, se prolonga pela vida adulta. É uma perturbação do desenvolvimento que afecta o comportamento, a atenção e o autocontrolo. Estima-se que cerca de 4 a 8 por cento das crianças em idade escolar apresentam critérios de diagnóstico para hiperactividade com défice de atenção. Calcula-se também que em aproximadamente 50 por cento destas crianças tais sintomas persistem na vida adulta.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Médicos de Portugal.
Próteses de reforço contrafeitas à venda no mercado egípcio
Há próteses de reforço contrafeitas da marca MICROVAL 2D a circularem no mercado egípcio. O alerta é dado pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que teve conhecimento da situação através de informação disponibilizada pela autoridade competente francesa. Até ao momento, não há indicações da presença deste produto em Portugal, no entanto, o Infarmed admite a hipótese do mesmo ter chegado ao mercado nacional por vias paralelas.
De acordo com uma circular informativa divulgada pelo Infarmed esta quinta-feira (6 de Setembro), a situação foi detectada pelo próprio fabricante francês, MICROVAL, que está a reunir todos os elementos para poder efectuar uma divulgação através da sua rede de distribuição.
O Infarmed entrou já em contacto com o distribuidor que deverá adoptar medidas para verificação da possível existência destes produtos contrafeitos junto dos seus clientes. Conforme refere a nota emitida, não há evidência da introdução deste produto contrafeito no mercado Europeu. Porém, a livre circulação de dispositivos médicos no Espaço Económico Europeu e a eventual importação por vias paralelas poderão ter colocado ilegalmente os produtos no mercado português.
Nessa eventualidade, o Infarmed divulgou uma lista de características que permitem identificar os produtos contrafeitos. Caso sejam detectados no mercado a situação deve ser de imediato comunicada ao Departamento de Dispositivos Médicos do Infarmed.
Os produtos contrafeitos são identificados com a referência número 411515, designação que não existe na gama 2D MICROVAL; o nº de lote da esterilização 010405E é um número real mas a data limite de utilização 2010-05 não é a correspondente (a correcta deveria ser 2006-03); o Número de Série MC090325 é um número real mas associado a outra prótese 2D de reforço; e o autocolante indicador de esterilidade aplicado na rotulagem está substituído por uma simples bola verde impressa.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed.
Ventana adquire Spring BioScience
A compra da Spring BioScience, que desenvolve e fornece anticorpos monoclonais derivados de coelhos, permitirá à Ventana expandir a sua influência no sector da medicina personalizada, um ramo em crescente ascensão que prevê a adaptação dos tratamentos a cada paciente baseando-se nas especificidades genéticas.
De acordo com o director de operações financeiras da empresa, Larry Mehren, o negócio começou a ser preparado há cerca de um ano, na sequência de uma tentativa falhada de adquirir uma outra empresa especializada no desenvolvimento de anticorpos.
A Ventana está a ser alvo de uma oferta pública de aquisição por parte da Roche, que oferece 2,2 mil milhões de euros pelas acções da empresa norte-americana especializada em histopatologia. Porém, a operação foi considerada hostil. Em declarações à Reuters, Mehren escusou-se a comentar a proposta da farmacêutica suíça, mas salientou que foram apenas postas à disposição 13.430 acções desde o dia 23 de Agosto, o prazo estabelecido pela Roche para a concretização da oferta que foi posteriormente prolongado até 20 de Setembro. Para garantir o sucesso da operação a Roche precisa de obter 18 milhões de acções.
Alex Morozov, analista da Monrningstar, não acredita que a aquisição da Spring BioScience possa beneficiar ou prejudicar as perspectivas da Roche. De acordo com Morozov, esta é uma forma da Ventana demonstrar que continua a operar de acordo com a normalidade, como que fazendo um apelo para que a proposta da Roche seja ignorada.
Marta Bilro
Fonte: Reuters.
Antidepressivo vilazodona apresenta resultados positivos em Fase III
No estudo, 410 adultos com perturbação depressiva grave foram randomizados para receber vilazodona ou placebo. Os dados demonstraram que o fármaco reduziu os sintomas de depressão em duas escalas diferentes de classificação nos pacientes que tomaram vilazodona, em relação ao grupo do placebo. A companhia também adiantou que o estudo identificou biomarcadores que poderão ser utilizados para prever se os pacientes individuais irão responder ou não ao tratamento.
O vilazodona, o único que actua de duas formas, enquanto que outros fármacos só têm uma abordagem, caso seja aprovado, pode competir no mercado com o Paxil, Prozac e outros tratamentos semelhantes. Um dos mecanismos do vilazodona opera ao aumentar os níveis de serotonina, enquanto que o outro, o agonista parcial dos 5HT1A, actua na questão da ansiedade e em pacientes deprimidos que não obtêm resultados com as terapias tradicionais.
A Clinical Data adquiriu os direitos do vilazodona à Merck KGaA em Setembro de 2004 e irá considerar a possibilidade de encontrar um parceiro para comercializar o fármaco em conjunto. Este estudo foi a terceira de três fases normalmente necessárias para a FDA considerar a candidatura para aprovação. A companhia planeia submeter uma candidatura para o registo de um novo medicamento à FDA em 2009.
O “Surgeon General’s Office” estima que 5,3 por cento dos americanos adultos, aproximadamente 17 milhões de pessoas, sofrem de doença depressiva. De acordo com estimativas, os antidepressivos geraram vendas de mais de 12 mil milhões de dólares em 2006, nos Estados Unidos.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, www.clda.com
União das Misericórdias desaprova novo regime da propriedade das farmácias
A União das Misericórdias tem dúvidas quanto ao novo decreto-lei da propriedade das farmácias e pretende pedir ao Presidente da República para avaliar a constitucionalidade do mesmo. As novas directrizes legais obrigam as farmácias das Misericórdias a transformarem-se em sociedades comerciais, de forma a garantir a igualdade fiscal com as demais farmácias.
«Consideramos que o diploma viola o artigo 65 da Constituição porque não respeita o sector social», afirmou Lusa Rui Rebelo, da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), em declarações à agência Lusa.
Com a aprovação do novo decreto-lei, que entra em vigor a partir de 30 de Outubro, a propriedade das farmácias deixa de estar limitada exclusivamente a farmacêuticos, passando a estar também reservada a pessoas singulares e a sociedades comerciais, numa concentração máxima de quatro estabelecimentos. As instituições particulares de solidariedade social que detêm farmácias ficam obrigadas a constituir-se em sociedades comerciais, dispondo de um prazo de cinco anos para a alteração do tipo de propriedade das unidades já existentes.
“É uma medida de grande insensibilidade social. Nós temos uma característica de gestão diferente da do sector privado. Não temos lucros ou dividendos para distribuir pelos sócios. Tudo o que conseguimos de resultados sociais positivos reinvestimos em acção social, nomeadamente em hospitais”, justificou Rui Rebelo.
O que não pode acontecer, considera a União das Misericórdias, é a equiparação, em termos de regime fiscal, destas entidades com o sector privado, obrigando-as ao pagamento de impostos. “Isto não é constitucional nem é justo. E obviamente nós não fazemos concorrência desleal, uma vez que praticamos os mesmos preços que as farmácias do sector privado”, acrescentou Rui Rebelo.
Os responsáveis não estão dispostos a transformarem em sociedades comerciais as 35 farmácias que actualmente detêm. Nesse sentido, vai ser solicitada uma audiência à comissão parlamentar de Saúde e Finanças e será escrita uma petição para sensibilizar o Presidente da República para esta questão, que esperam enviar na próxima semana.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Farmacia.com.pt.
Desodorizantes antitranspirantes propiciam cancro da mama, diz estudo
A investigação, realizada por cientistas da “Keele University”, no Reino Unido, baseou-se na análise de 17 mulheres que tinham sido submetidas a uma Mastectomia no Wythenshawe Hospital, na localidade inglesa de Manchester. A observação permitiu-lhes detectar, nos tecidos mamários dessas mulheres, elevados níveis de alumínio, substância que compõe 90 por cento dos agentes antitranspirantes da maioria dos desodorizantes.
De acordo com os investigadores, as maiores concentrações de alumínio, substância que já tinha sido relacionada ao cancro da mama em estudos anteriores, encontravam-se na zona do peito próxima às axilas, na qual, geralmente, se aplica este tipo de produtos e onde se detectam a maioria de tumores deste tipo.
Apesar de admitir as limitações do estudo devido ao reduzido número de participantes, Chris Exley, responsável pela investigação, considera que “os dados que mostram uma maior concentração de alumínio na região próxima às axilas são estatisticamente significantes”. Os resultados não podem ter sido fruto do acaso, garante o cientista, até porque “a maior concentração de alumínio na parte exterior da mama pode ser explicada pela proximidade desta região à axila, onde se costuma aplicar a maior parte das substâncias antitranspirantes”.
Para além disso, há estudos anteriores que indicam uma permeabilidade da pele face a este elemento, lembra Exley. Apesar de não terem ainda conseguido estabelecer totalmente a relação entre a utilização do antitranspirante e o aparecimento de cancro da mama, os cientistas estão a analisar a hipótese do tecido que já envolveu o tumor servir de porta de entrada para o alumínio, originando a alta concentração desta substância.
Marta Bilro
Fonte: Saúde na Internet.
Reino Unido autoriza embriões híbridos
A medida é polémica do ponto de vista científico, e no plano religioso já foi classificada pelo Vaticano como “monstruosa”. Dias depois de um grupo de especialistas britânicos em células-tronco ter avisado que o Reino Unido poderá perder o seu pioneirismo nesta área se o governo não autorizar a criação de embriões híbridos de animais e humanos, os reguladores anunciaram que provavelmente decidirão a favor daquele procedimento.
A Autoridade Britânica de Fertilidade Humana e Embriologia anunciou, na última quarta-feira, que “em princípio” dará a sua aprovação à polémica intenção do desenvolvimento de embriões híbridos, a partir da integração de ADN humano em óvulos de animais, com o objectivo de investigar aspectos ligados a patologias como Alzheimer ou Parkinson. A medida visa colmatar uma grave lacuna em termos de ovócitos humanos destinados à clonagem de embriões com fins terapêuticos, prática que já é permitida no Reino Unido, ao contrário do que ainda acontece na generalidade dos países europeus e do mundo. A ser autorizada a medida, os embriões híbridos terão 99,9 por cento de material genético humano e apenas 0,01 por cento de origem animal, e todas as experiências com aquele ADN terão de ser previamente autorizadas.
Os pedidos para a utilização daquelas células remontam a Novembro de 2006, e foram apresentados por grupos de cientistas do King’s College de Londres e da Universidade de NewCastle. Dizem respeito a óvulos de coelha ou vaca, “esvaziados” de quase toda a informação genética original, nos quais serão implantados núcleos com ADN de vários tipos de células humanas. Os investigadores pretendem extrair células embrionárias que lhes permitirão um combate mais eficaz contra algumas doenças neurodegenerativas e lesões graves da espinal-medula. A decisão oficial relativa a este polémico tema deverá ser tomada nos próximos dias, devendo depois passar pelo parlamento inglês onde, até final do ano, será legislada. Segundo a autoridade que regula as questões da bioética no Reino Unido a maioria dos especialistas consultados mostrou-se “favorável à criação de embriões híbridos citoplásmicos”.
A Santa Fé foi a primeira instância da esfera não política ou científica a reagir à notícia, considerando que, a confirmar-se a decisão de autorização do Reino Unido, estar-se-á a dar corpo a um “acto monstruoso”. Monsenhor Elio Sgreccia, presidente da Academia Pontifical para a Vida no Vaticano, frisou, em declarações à Rádio Vaticano, que “é um acto monstruoso que atenta contra a dignidade humana”, exortando nessa medida a comunidade científica a “mobilizar-se o mais rapidamente possível. Acreditamos que o governo britânico cedeu diante dos pedidos imorais de um grupo de cientistas”, vincou.
Carla Teixeira
Fonte: Ciência Hoje, RTP, AFP, Radio Vaticano, Globo Online
Cubicin aprovado na Europa

As duas novas indicações terapêuticas para administração do Cubicin são a endocardite infecciosa resultante da acção do staphylococcus aureus, que se localiza na válvula do coração, e a infecção bacteriana do sistema sanguíneo. De acordo com a Novartis, se a infecção não for tratada rápida e adequadamente, cerca de um terço dos doentes acaba por morrer, mas a gradual capacidade de resistência aos actuais métodos terapêuticos tem transformado este tipo de infecções num problema cada vez mais grave em termos de saúde pública.
Carla Teixeira
Fonte: Novartis Media Relations, Wikipedia
FDA aprova primeira versão genérica do Coreg
A Food and Drug Administration (FDA), entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou o desenvolvimento da primeira versão genérica do Coreg (carvedilol), um medicamento de ampla utilização no tratamento da pressão sanguínea elevada, do risco cardiovascular moderado a severo e da disfunção ventricular comum após uma síncope cardíaca.
Num comunicado publicado na sua página online, a FDA refere que “os medicamentos genéricos são seguros e eficazes”, porque “resultam de um rigoroso processo científico e regulamentar”. Citado no documento, o director do departamento de medicamentos genéricos da agência reguladora norte-americana, Gary J. Buehler, atesta que aqueles fármacos “usam as mesmas substâncias activas utilizadas no desenvolvimento dos medicamentos de marca e actuam da mesma maneira, oferecendo uma alternativa aos doentes no que toca à escolha dos produtos com que podem ser tratados”.
Ainda de acordo com a nota, as placas de comprimidos de carvediol – que hoje existem nas versões de 3,125mg, 6,25mg, 12,5mg e 25mg – são desenvolvidas por diversas companhias do sector farmacêutico norte-americano, tendo agora sido dada autorização a outras empresas, a saber: Actavis Elizabeth LLC, Apotex Inc., Aurobindo Pharma Limited, Caraco Pharmaceutical Laboratories Limited, Dr. Reddy’s Laboratories, Glenmark Pharmaceuticals Limited, Lupin Limited, Mylan Pharmaceuticals Inc., Ranbaxy Laboratories Ltd., Sandoz Inc., Taro Pharmaceutical Industries Ltd., Teva Pharmaceuticals USA, Watson Laboratories Inc. e Zydus Pharmaceuticals USA Inc.
Carla Teixeira
Fonte: FDA
Fumadores de tabaco de enrolar correm maior risco de sofrer de cancro do pulmão
Na Noruega as vendas de tabaco de enrolar correspondem a um terço do tabaco comercializado no país, sendo ainda um dos poucos países ocidentais onde o seu consumo continua elevado.
O estudo, dirigido por Heidi Rolke, do Hospital Sorlandet na Noruega, baseou-se na observação de 333 indivíduos com cancro do pulmão e concluiu que os fumadores de cigarros enrolados à mão “consomem menos cigarros e estatisticamente fumam há menos anos”. Contudo o alto grau cancerígeno destes cigarros “resulta numa maior incidência do desenvolvimento de cancro do pulmão”, garante Rolke.
Mais de 80 por cento dos indivíduos participantes da análise eram fumadores de tabaco de enrolar. Para Jonathan Samet, da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, estes resultados só podem ser equiparados às descobertas documentadas entre mulheres hispânicas, no sudoeste dos EUA, que tendem a enrolar à mão seus cigarros e por isso contam também com uma elevada taxa de incidência da doença.
O cancro do pulmão é um dos cancros mais comuns no mundo, matando 1,3 milhões de pessoas por ano. Na Ásia, morrem mais de 570 mil pessoas por ano, uma a cada minuto.
Inês de Matos
Fonte: Sol
Bayer retira acções da bolsa de Nova Iorque
Conforme foi divulgado, a empresa deverá solicitar a retirada da cotação das suas acções depositárias no Dow Jones, bem como a respectiva inscrição. A Bayer espera assim poder economizar 15 milhões de euros por ano.
O director financeiro da farmacêutica, Klaus Kühn, veio a público afirmar que “a Bayer preservará a transparência nas suas informações e cumprirá as exigências dos investidores internacionais”. De acordo com a empresa, os accionistas norte-americanos podem manter-se na posse dos seus títulos que futuramente poderão transaccionar fora da bolsa de valores.
Marta Bilro
Fonte: Último Segundo.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Hospital da Força Aérea recebe Pneumobil contra a DPOC
O Hospital da Força Aérea, localizado no Paço do Lumiar, em Lisboa, vai receber, nos dias 6 e 7 de Setembro, o Pneumobil, uma unidade móvel, equipada com os recursos técnicos e humanos necessários para realização de espirometrias, exame que permite o rastreio à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). A iniciativa é promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pelo GOLD (Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e tem como principal objectivo alertar e prevenir a população.
O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, foi a primeira unidade de saúde a receber o projecto, no passado dia 17 de Maio. Desde então, o Pneumobil já percorreu o pais, promovendo rastreios gratuitos à DPOC para pessoas com mais de 40 anos, fumadores e ex-fumadores, entre as 9h00 e as 18h00.
Cerca de 500 mil portugueses sofrem de DPOC, uma doença fatal que é já a sexta causa de morte em Portugal, estimando-se que em 2020 seja a terceira causa de morte em todo o mundo. Devido à gravidade da situação, o GOLD encontra-se já a desenvolver um estudo internacional para avaliar os factores de risco e a incidência da doença.
O estudo internacional, denominado Burden of Lung Disease, deverá representar também a realidade portuguesa, possibilitando assim um conhecimento mais aprofundado da realidade nacional, no que toca ao conhecimento da incidência da doença.
A DPOC é uma doença crónica e silenciosa, altamente incapacitante, cujos principais sintomas traduzem-se essencialmente por limitações na fluidez respiratória, dispneia ou falta de ar, tosse e aumento da produção de expectoração. Normalmente este tipo de sintomas manifestam-se apenas numa fase avançada da doença, contudo, se o diagnóstico for feito atempadamente, é possível travar o seu desenvolvimento.
Esta patologia afecta sobretudo indivíduos com mais de 40 anos de idade e surge geralmente associada a hábitos tabágicos, sendo estimado que cerca de 20 por cento dos fumadores vão sofrer de DPOC.
Inês de Matos
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Técnica pioneira previne cancro do esófago
O Hospital Universitário de Vall d’Hebron, principal complexo hospitalar da Catalunha e um dos maiores de toda a Espanha, é também pioneiro a nível europeu na utilização de uma inovadora técnica endoscópica destinada a prevenir o surgimento do cancro do esófago e a tratar outras doenças gastroenterológicas. A nova metodologia terapêutica foi baptizada com a designação de «Halo» e consiste numa ablação caracterizada por eliminação da “capa” do tecido esofásico afectado pelo tumor, de modo uniforme e controlado, permitindo a substituição e a regeneração da área tumorada por novas células saudáveis. A nova técnica não pressupõe qualquer incisão nem obriga ao internamento do paciente.
Os tumores benignos do esófago são muito raros e os cancros, espinocelulares ou escamosos, também não têm prevalência significativa em Portugal, acontecendo quase sempre em doentes com mais de 60 anos de idade. Mais frequente nos alcoólicos e nos fumadores, em indivíduos que sofrem de estenose (aperto) do esófago, causada pela ingestão de cáusticos, nos doentes de acalásia e com esófago de Barrett, é um tumor bastante comum no Irão, na China, na África do Sul e em Moçambique. Pensa-se que deficiências alimentares e eventuais contaminações dos alimentos por fungos possam estar na origem da variação geográfica. O cancro do esófago manifesta-se normalmente pela dificuldade em deglutir os alimentos (disfagia), barrados antes de chegar ao estômago, pela perda de peso, pela dor no peito e por uma regurgitação do que é ingerido.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Prensa, GastroAlgarve
Fármaco experimental nebivolol demonstra reduzir a pressão sanguínea
Neste ensaio, os 909 pacientes com hipertensão receberam uma de seis doses do nebivolol (um bloqueador selectivo de beta-1 com propriedades vasodilatadoras), ou placebo, uma vez por dia durante 12 semanas. O nebivolol em doses de 1,25 a 20 miligramas uma vez por dia reduziu significantemente a pressão sanguínea, sem afectar de forma adversa os níveis de glucose no sangue. Os resultado do ensaio foram publicados na edição deste mês da “Journal of Clinical Hypertension”.
Actualmente, a FDA está a rever o nebivolol e a Forest espera uma decisão no dia 1 de Novembro. O analista da Jefferies & Co., David Windley, estima que o fármaco, caso seja aprovado nos Estados Unidos, possa atingir um pico anual de vendas de aproximadamente 200 milhões de dólares. O produto já é comercializado para a hipertensão em mais de 50 países fora da América do Norte. A Forest poderá apresentar posteriormente uma candidatura para o nebivolol ser utilizado em pacientes com doença cardíaca.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg
Shire e Noven retiram voluntariamente alguns lotes de adesivos Daytrana do mercado americano
Estima-se que os custos envolvidos nesta acção de retirar o produto do mercado sejam entre os 4 milhões e os 6 milhões de dólares, afectando cerca de 30 000 adesivos. Segundo o porta-voz da Shire, Souheil Salah, a companhia irá operar conjuntamente com médicos, farmacêuticos e pacientes para reaver essas embalagens.
Contudo, todos os adesivos Daytrana, incluindo os que fazem parte dos lotes a ser retirados, podem continuar a ser utilizados, a não ser que a película protectora não possa ser removida, ou no caso dos adesivos ficarem danificados ao tentar retirá-la.
Este adesivo, somente disponível nos Estados Unidos, administra o estimulante metilfenidato, que também está presente na Ritalina, através da pele, para reduzir os sintomas do distúrbio de deficiência de atenção com hiperactividade nas crianças. O Daytrana gerou vendas de 19,9 milhões de dólares no segundo trimestre.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, www.shire.com
Cancro da tiróide: Incidência aumentou 200% em dez anos
A doença registou, na última década, um aumento na incidência de 200 por cento, sendo responsável por 2 por cento de todos os casos de cancro a nível mundial. Manuel Sobrinho Simões, chefe do sector de patologia do Hospital da Universidade de Porto e um dos cerca de 1.500 especialistas presentes, acredita que esse aumento no número de casos está relacionado com a falta de consultas médicas preventivas que é um hábito apenas em países europeus. A detecção precoce dos nódulos através da palpação da tiróide ou a realização de um exame ultrassonográfico representam um papel fundamental na cura.
O responsável salienta ainda o caso das mulheres que, estando cinco vezes mais propensas a este tipo de cancro, poderiam evitar a doença através de exames hormonais requisitados pelo ginecologista. “Numa simples consulta o médico ginecologista além de pedir exames para detectar o cancro de mama e do colo de útero deve solicitar também exames de taxas hormonais. São procedimentos simples que podem auxiliar na descoberta precoce da doença”, defende Sobrinho Simões.
O congresso, que teve início segunda-feira (3 de Setembro) e se prolonga até amanhã (6 de Setembro), reúne cirurgiões, fisioterapeutas, endocrinologistas, oncologistas, dentistas e terapeutas da fala provenientes de vários países para debater a patologia, em especial as novas tecnologias para a retirada dos nódulos e o tratamento multidisciplinar da doença.
Marta Bilro
Fonte: Portal Fator Brasil.
REPORTAGEM
Um cancro em cada 20 homens examinados

À luz dos resultados de um estudo divulgado na última terça-feira na XXIX Reunião da Sociedade Internacional de Urologia, que decorreu em Paris, a combinação dos fármacos dutasterida e tansulosina demonstrou eficácia alargada no tratamento da hiperplasia benigna da próstata quando comparada com a monoterapia, motivando uma melhoria significativa do quadro sintomático dos doentes. No estudo CombAT estiveram envolvidos 4800 homens com sintomatologia grave a moderada de HBP, que foram medicados com Avodart (durasterida), um inibidor da 5-reductase (5ARi) desenvolvido e comercializado pela GlaxoSmithKline, e tansulosina, um bloqueador alfa-adrenergico. O objectivo primacial do estudo, com um programa calculado para dois anos, foi o de aferir a eficácia da dutasterida e da tansulosina em associação versus a monoterapia, e avaliar os benefícios em termos de sintomatologia”, mas o estudo ainda está em marcha, depois de aferidos estes primeiros dados, visando determinar, a quatro anos, a eficácia daquela terapêutica combinada na redução da progressão da HBP, da incidência de episódios de retenção urinária aguda e da diminuição da necessidade de cirurgia associada à HBP.
Ao terceiro mês do estudo pôde ser verificado pelos cientistas responsáveis pelo estudo um primeiro sinal da “superioridade do regime combinado” no que respeita à melhoria significativa dos sintomas do aparelho urinário, resultante da comparação com a dutasterida isoladamente. O mesmo viria a acontecer, ao nono mês, no que toca à comparação com a tansulosina, também isoladamente. Os dois benefícios apurados mantiveram-se constantes até final da primeira fase do estudo CombAT, que demonstrou ainda, segundo os investigadores, que “a dutasterida é o unico 5ARi que condiciona uma redução dos sintomas mais consistente, se comparada com a tansulosina (bloqueador alfa), durante os dois anos de tratamento. Segundo os especialistas, os efeitos secundários decorrentes do prosseguimento do estudo “foram os esperados tendo em conta o perfil farmacológico das terapêuticas usadas em monoterapia. A incidência global de recções adversas e de efeitos colaterais graves foi idêntica nos três grupos de tratamento.
Braquiterapia
A mortalidade associada ao cancro da próstata tem vindo a aumentar no contexto europeu desde a década de 1980, e em Portugal é a segunda doença oncológica mais frequente nos homens, afectando cerca de 30 por cento daquela população com mais de 50 anos. Na Europa é diagnosticado um cancro da próstata em cada 20 homens rastreados, com uma cadência de três minutos entre cada sentença, e a cada seis minutos há uma vítima mortal da doença. O Hospital do Desterro, em Lisboa, realizou em 2004 um estudo que levou à identificação de tumores malignos em 43 pacientes, de um total de 828 rastreados. Foi aquela a primeira unidade de saúde pública portuguesa a disponibilizar o tratamento por braquiterapia, que além de evitar um longo período de hospitalização permite aos doentes uma recuperação mais rápida, mais cómoda e com menor custo.
Desde 2003 o Hospital do Desterro realizou centenas de intervenções cirúrgicas de braquiterapia, que consiste na implantação na próstata, mediante o uso de agulhas, de pequenas sementes radioactivas, que libertam altas doses de radiação. Durante o processo o médico é guiado por ultra-sons, a fim de posicionar adequadamente a emissão de radiações, que causam menor dano às células circundantes e actuam durante semanas ou meses sem necessidade de serem removidas. Com recurso a este tratamento os efeitos secundários associados à remoção da próstata, como a impotência sexual ou a incontinência, são muito reduzidos. De entre as técnicas de braquiterapia existentes actualmente em Portugal, aquela que se tem generalizado mais, pela sua relativa simplicidade, baixa taxa de complicações e reduzido tempo de internamento, é o implante permanente das pequenas sementes de Iodo-125. O procedimento é seguro, dada a relativamente baixa actividade e energia das partículas emitidas.
Dia da Próstata
Do vasto rol de actividades desenvolvidas pela Associação Portuguesa de Urologia faz parte a celebração anual do Dia Europeu das Doenças da Próstata, sempre ao dia 15 de Setembro. O objectivo desta jornada prende-se essencialmente com uma aposta na sensibilização dos profissionais de saúde e das populações para dados importantes como a prevalência das doenças da próstata e a forma de as evitar. A associação realiza habitualmente uma conferência de imprensa na véspera, e este ano não é excepção, estando o encontro marcado para a sede da APU em Lisboa. No encontro serão transmitidos alguns números actualizados e as informações de maior relevância sobre as patologias da próstata, que serão depois acompanhadas por campanhas nos vários meios de Comunicação Social, além da distribuição de cartazes e folhetos informativos nos centros de saúde, nos hospitais e na rede nacional de farmácias.
Carla Teixeira
Fonte: Estudo CombAT, Associação Portuguesa de Urologia, Agência Lusa, «Diário de Notícias», Jasfarma
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Número de jovens bipolares aumentou 40 vezes na última década
Os investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, liderados por Mark Olfson, e o Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque compararam os números dos anos entre 1994-1995 e 2002-2003, com base em consultas que culminaram em diagnósticos de desordem bipolar, em jovens até aos 19 anos. A conclusão mostrou que em 1994-1995 o número de casos numa população de 100 mil pessoas era de 25, enquanto que em 2002-2003 a realidade mostrava um aumento da incidência da doença superior a 40 vezes, com 1003 casos, em cada 100 mil indivíduos.
Como justificação para o aumento exponencial do número de casos, os especialistas apontam a subdiagnosticação da doença, que só recentemente foi completamente reconhecida, registando-se apenas agora a rectificação do problema. Por outro lado, este súbito reconhecimento da doença pode ser também um problema, pois os diagnósticos que estão agora a ser feitos podem ser exagerados. No entanto, os investigadores reclamam que"sem testes independentes dos diagnósticos sistemáticos, não conseguimos escolher com confiança uma destas hipóteses".
Na maioria dos casos os pacientes são medicados com fármacos psicotrópicos, como estabilizadores de humor, antipsicóticos e antidepressivos. Mas os cientistas têm duvidas sobre os benefícios deste tipo de medicamentos e alertam que "é urgente" avaliar a eficácia e segurança destas drogas.
Inês de Matos
Fonte: Jornal de Noticias
Vacina contra a gastroenterite infantil demonstra eficácia de quase 100 por cento
A avaliação dos resultados esteve a cabo de um estudo europeu sobre a eficácia de rotavirus e testes de segurança (REST), que concluiu que a vacina oral pentavalente contra o rotavírus é eficaz em 98 por cento dos casos, prevenindo a evolução para estados mais graves da doença, nas duas estações após a vacinação.
Na análise foram avaliados mais de trinta mil lactentes europeus e verificou-se que a administração da vacina proporcionou a diminuição de 95 por cento das hospitalizações e consultas de urgência, diminuindo ainda em 87 por cento as consultas médicas.
Devido ao excelente desempenho da vacina e à sua eficácia e segurança, a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) anunciou, no início de Agosto, a sua intenção de emitir em breve recomendações sobre o uso da vacina. Fernanda Rodrigues, da secção de Infecciologia Pediátrica da SPP, admite que estas vacinas “são eficazes”, ainda que os tipos de rotavírus em circulação tenham uma variação local e temporal, adiantando ainda que “estão já programados estudos epidemiológicos a nível nacional que permitam avaliar a situação no país e monitorizar a eficácia da vacina".
"O rotavírus é o agente causal mais frequentemente implicado e as gastroenterites agudas provocadas por este vírus têm um importante impacto nos sistemas de saúde e nas famílias. Em 2006 foram aprovadas para utilização duas vacinas contra este vírus, eficazes e seguras para os tipos de rotavírus mais frequentemente encontrados", defende Fernanda Rodrigues.
Para a pediatra Filipa Prata, do Hospital de Santa Maria (Lisboa), a questão que se põe agora prende-se com a relação custo/beneficio da vacina, “para que as comissões técnicas possam avaliar a sua possível integração no Plano Nacional de Vacinação". Todavia, para a pediatra esta não é uma prioridade, pois existem “outras vacinas importantes como a vacina pneumocócica conjugada (mais conhecida pelo nome comercial Prevenar para evitar septicemia, meningite ou pneumonia bacteriemica) ou a indicada para o Papilomavírus Humano (que provoca o cancro do colo do útero)".
O que se torna imperativo é pois que os pais tenham consciência que “a gastroentrite pediátrica existe, que há uma vacina eficaz e que é a única medida através da qual se pode diminuir a morbilidade associada à doença", considera Filipa Prata.
A vacina contra o rotavírus deve ser administrada até às 26 semanas, registando-se a incidência da gastroenterite abaixo dos cinco anos, mas o seu pico regista-se entre os seis e os 24 meses. Em Portugal, estão disponíveis duas vacinas cujo custo varia entre os 160 (duas doses) e os 170 euros (três doses).
A infecção, cujos principais sintomas são diarreia aquosa, vómitos, febre e dor abdominal, provoca cerca de meio milhão de mortes todos os anos em crianças com menos de cinco anos.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
AVC: Bayer estuda benefícios de toma diária de aspirina
A investigação está a ser levada a cabo em cinco países - Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) - e pretende analisar os efeitos da ingestão de uma dose diária de aspirina na redução da ocorrência de ataques cardíacos em fase inicial, fatais e não fatais, e de AVC em pacientes em risco moderado.
“Esperamos expandir significativamente o já consistente conjunto de provas que sustentam a utilização da aspirina na prevenção primária de episódios cardiovasculares – desta vez numa população de indivíduos com risco moderado”, afirmou Michael Gaziano, do “Brigham and Women's Hospital”, em Boston, nos EUA, e presidente do comité que fiscaliza o estudo.
O facto de este ser um dos maiores ensaios clínicos a avaliar os efeitos da aspirina na prevenção de episódios cardiovasculares faz com que “o recrutamento dos doentes apropriados em diversos países” seja um dos ingredientes essenciais de sucesso para a investigação, salienta a farmacêutica responsável.
Os dados da Organização Mundial de saúde são conta de números alarmantes no que toca às doenças do coração e aos AVC, identificando-os como as principais causas de morte a nível mundial, responsáveis por 17,5 milhões, ou 30 por cento, das mortes anuais. Para além disso, “os encargos financeiros associados são enormes”, afirma a Bayer, dado que só a União Europeia gastou, em 2006, 169 mil milhões de euros em despesas anuais associadas às doenças cardiovasculares.
Marta Bilro
Fonte: Pharma Times.
AstraZeneca vai ter Unidade de Farmacologia Clínica na China
O novo projecto dá ao laboratório a possibilidade de aumentar as capacidades de investigação clínica no local e acelerar o acesso a novos medicamentos que possam beneficiar os pacientes chineses. A unidade deverá centrar-se na realização de ensaios clínicos de Fase I, incluindo a análise das evoluções ao nível da farmacologia clínica e da segurança, passos essenciais para o lançamento de um novo medicamento no mercado chinês.
Segundo os termos do acordo, a AstraZeneca vai proporcionar formação de pessoal em auditoria de sistemas e serviços de consultadoria aos profissionais do 3rd Hospital da Universidade de Pequim. Para além disso, a empresa deverá também investir na actualização das instalações, alterações necessárias para a investigação clínica de fármacos destinados ao tratamento de infecções, da diabetes e doenças cardiovasculares.
Esta parceria vai permitir à AstraZeneca expandir a capacidade de investigação ao nível dos ensaios clínicos de primeira fase para as empresas locais de farmacologia clínica, proporcionando à China a oportunidade de desenvolver o sector da investigação e desenvolvimento através do contacto directo e da troca de experiências entre profissionais.
Marta Bilro
Fonte: Market Watch.
Atriance aprovado na Europa
Como tinha sido noticiado no farmacia.com.pt, no dia 27 de Junho, a EMEA já tinha emitido uma opinião positiva relativamente ao Atriance. A aprovação deste fármaco da GlaxoSmithKline baseou-se nos dados de dois ensaios fundamentais de Fase II. Num dos estudos, seis pessoas de um subgrupo de 28 pacientes adultos, com recaída ou persistência das doenças, apresentaram uma resposta completa com ou sem restauração dos níveis normais de células do sangue, enquanto que um recebeu um transplante de células estaminais.
Esta aprovação por parte da CE tem como resultado uma autorização de comercialização única com rotulagem unificada que é imediatamente válida em todos os 27 Estados-Membros, bem como licenças nacionais idênticas normalmente emitidas na Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Segundo o Professor Dieter Hoelzer, da Universidade J.W.Goethe, na Alemanha, esta é uma aprovação importante e significativa para os pacientes afectados e para os seus médicos em toda a Europa. A nelarabina pode oferecer uma oportunidade valiosa para pacientes com poucas opções, para avançarem para um tratamento potencialmente curativo. Muitas terapias que são actualmente utilizadas são combinações de fármacos citotóxicos que têm uma elevada taxa de toxicidade. A nelarabina administrada sem ser conjugada com outros fármacos tem demonstrado ser activa e com um perfil previsível de efeitos secundários, e a forma como é administrada permite a alguns pacientes voltar a casa entre os ciclos de tratamento.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.gsk.com
Schering-Plough adquire licença de fármaco experimental de acadesina
A Schering-Plough adquiriu a licença mundial de desenvolvimento e comercialização relativa à acadesina, um agente regulador da adenosina (ARA), um novo princípio activo da propriedade da PeriCor Therapeutics. Contudo, os valores envolvidos na transacção não foram revelados.
Actualmente, a acadesina está a ser investigada em ensaios clínicos de Fase III como uma infusão intravenosa, para a prevenção de resultados cardiovasculares e cerebrovasculares adversos que possam ocorrer como complicações associadas a isquemia/reperfusão, em pacientes submetidos a uma cirurgia de derivação coronária (bypass coronário) de tipo cardiopulmonar. Esta grave complicação põe em risco a vida dos pacientes submetidos a este tipo de intervenção cirúrgica, não existindo ainda um tratamento.
Ainda que esta técnica tenha melhorado, tendo-se assim reduzido a morbilidade e mortalidade associadas, as complicações que advêm deste procedimento, como a isquemia por derrame, são ainda muito elevadas. Segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Cardíaca, nos 30 dias após a intervenção existe um risco de 13,4 por cento de apresentar complicações mais graves e inclusive risco de morte.
A acadesina tem sido estudada em ensaios controlados por placebo que incluíram mais de 4 000 pacientes. A Schering-Plough irá conduzir ainda outro ensaio de Fase III, randomizado e controlado por placebo, uma vez que é necessário para obter aprovação. Um agente como a acadesina, que demonstrou reduzir as complicações cirúrgicas como AVC, falha cardíaca e morte, que podem surgir na cirurgia coronária, irá representar uma grande contribuição para o bem-estar dos pacientes, assim como também ajudará a reduzir os custos em cuidados de saúde.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.pericortherapeutics.com
Xoma concede licença de tecnologia de anticorpos à Pfizer
Segundo os termos do acordo, a Xoma irá receber um pagamento adiantado por inteiro, de 30 milhões de dólares em dinheiro, e outros pagamentos relativos a regalias, e ainda quando forem atingidos objectivos decorrentes das vendas de todos os produtos envolvidos neste acordo, incluindo os produtos que estão actualmente nas fases finais de desenvolvimento clínico. A tecnologia de expressão da célula bacteriana é utilizada para descobrir e monitorar, assim como para desenvolver e fabricar, anticorpos recombinantes para uso comercial.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.xoma.com
Suboxone bloqueia efeito da heroína
Já se encontra disponível no mercado farmacêutico português, e pode ser administrado em adultos e crianças com mais de 15 anos de idade, no tratamento da dependência da heroína. O Suboxone, medicamento que tem como princípios activos a buprenorfina e a naloxona, recebeu do Infarmed a comparticipação no escalão C (37 por cento), e revela como maior benefício face às alternativas terapêuticas para aqueles doentes o facto de permitir uma maior autonomia no tratamento, que pode ser feito em casa, de forma a dar aos pacientes um elevado grau de reintegração social e laboral.
Como a metadona, também o Suboxone age como substituto de heroína, uma vez que combina a buprenorfina, um agonista opiáceo, com a naxolona, um antagonista opiáceo ministrado em caso de sobredosagem, mas apresenta como principal vantagem o facto de não obrigar o doente a deslocar-se a ao consultório médico ou centro de atendimento de toxicodependentes para fazer a sua administração. A buprenorfina era utilizada como terapia de substituição em regime de monoterapia, sob a designação de Subutex. Serve de alternativa à metadona, visto que permite uma desabituação mais fácil. Depois de ter sido positivamente avaliado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e de agora ter recebido o escalão C de comparticipação do Infarmed, o Suboxone deverá ser posto à venda em Portugal em finais deste mês ou meados do próximo, segundo informações entretanto avançadas ao jornal «Correio da Manhã» por Ana Nogueira, que representa o laboratório que comercializa o produto.
No nosso país a heroína surge ainda como a principal droga de consumo nos chamados contextos problemáticos, e entre 2005 e a actualidade, segundo números do Instituto da Droga e da Toxicodependência, aquela era a substância aditiva referida como consumo principal por 54 a 87 por cento dos utentes dos centros de reabilitação portugueses. Em declarações ao jornal o director do Centro de Acompanhamento de Toxicodependentes das Taipas, Luís Patrício, explicou que “a vantagem deste novo medicamento reside na impossibilidade de utilização indevida por via endovenosa, ao contrário da buprenorfina por si só”, acrescentando que na Finlândia, o único país europeu onde o Suboxone já foi testado, os médicos “não observaram diferenças ao nível de privação entre o fármaco e o anterior Subutex”. Ana Nogueira contrapõe, frisando que “a naloxona não é absorvida por via sublingual, e por isso não faz efeito. No entanto, segundo frisa a especialista, se os comprimidos forem injectados “produzem uma sensação de privação ou de ressaca, dissuadindo o uso indevido”.
No «Relatório europeu de avaliação público», a que o farmacia.com.pt teve acesso, os peritos do Comité dos Medicamentos de Uso Humano da EMEA dão conta de uma série de conclusões resultantes de estudos realizados com o novo fármaco, e explicam o que é, para que serve, que finalidade tem, como se usa, como foi estudado e por que razão foi aprovado. Assim, escrevem os especialistas, Suboxone é um novo medicamento que diz respeito a Comprimidos sublinguais brancos e hexagonais, contêm duas substâncias activas – buprenorfina e naloxona – e estão disponíveis em duas versões diferentes, de acordo com as dosagens: 2mg de buprenorfina e 0,5mg de naloxona ou 8mg da primeira e 2mg da segunda. Deverá ser utilizado por toxicodependentes que tenham concordado em submeter-se a tratamento com substitutos dos opiáceos que normalmente usam, de que se destacam a heroína e a morfina.
Indissociável da obrigatoriedade de apresentação de uma receita médica especial, a administração do Suboxone só está prevista em adultos e crianças de idade superior a 15 anos, e deverá ter lugar sempre sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de opiáceos, refere a EMEA. Os efeitos de medicamento foram testados em modelos experimentais, antes de serem usados em seres humanos, demonstrando que tem efeitos mais eficazes do que um placebo. Como riscos secundários eventuais, há a destacar insónias, obstipação, náuseas, suores, dores de cabeça e síndrome de abstinência. O Suboxone não deve também ser utilizado em pessoas que possam ser hipersensíveis à buprenorfina, à naloxona ou a qualquer outro dos outros componentes, nem em portadores de formas graves de insuficiência pulmonar ou hepática, intoxicação aguda pelo álcool ou delirium tremens provocado pela abstinência.
Carla Teixeira
Fonte: e-mail do Farmácia Press, «Correio da Manhã», «Relatório europeu de avaliação público» da EMEA
Economia e saúde em debate na Gulbenkian
De acordo com a organização, esta é uma oportunidade para confirmar o caminho percorrido pela Economia da saúde em Portugal durante os 20 anos que decorreram desde que foi fundada a APES. Pretende-se também dar a conhecer o trabalho de investigadores portugueses e estrangeiros no campo da análise económica dos sistemas de saúde e discutir assuntos que interessam a todos os profissionais do sector da saúde, académicos e sociedade em geral.
A conferência está aberta a todos os temas no âmbito da disciplina de Economia da Saúde, onde se incluem os estudos teóricos, aplicados ou casos que possam interessar a profissionais e académicos dentro ou fora do sector da saúde. A APES quer fomentar a partilha de ideias, experiências e resultados de investigação não apenas entre a comunidade de economistas da saúde mas também entre todos os que são responsáveis pelo desenvolvimento, articulação e implementação das políticas em saúde.
Entre os conferencistas estão Robert Evans, professor catedrático no Departamento de Economia da University of British Columbia e um dos mais reputados economistas da saúde a nível mundial; Michael Drummond, professor catedrático de Economia da Saúde e ex-director do Centre for Health Economics da Universidade de York; e Patricia Danzon, professora catedrática na Wharton School of Management, na Universidade da Pensilvânia, internacionalmente reconhecida nos domínios da prestação de cuidados de saúde, indústria farmacêutica, seguros e negligência médica.
O programa da conferência, bem como todos os detalhes sobre a participação no evento e o boletim de inscrição podem ser obtidos em www.es2007.org.
Marta Bilro
Fonte: Jasfarma, Associação Portuguesa de Economia da Saúde.
Taxotere benéfico no tratamento do cancro do pulmão de não pequenas células
Os dados da meta-análise, que envolveu a observação de dados individuais de pacientes, incluindo 2.867 doentes de sete ensaios clínicos, foram apresentados durante a 12º Conferência Mundial de Cancro do Pulmão, em Seul, na Coreia do Sul.
O Taxotere, um citotóxico que interfere com a tubulina, é o quarto medicamento mais bem sucedido do grupo francês. O medicamento encontra-se actualmente disponível no mercado europeu e norte-americano para o tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico.
Marta Bilro
Fonte: CNN Money, Pharma Times, Reuters, Infarmed.
UE aprova Arixtra no tratamento da síndrome coronária aguda
O medicamento era já utilizado na prevenção e tratamento de outro tipo de coágulos. A nova aprovação inclui a aplicação do fármaco no tratamento de dores no peito e em determinadas situações de ataque cardíaco.
A decisão da entidade reguladora europeia surge menos de três meses depois de ter sido emitido um parecer positivo por parte do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA para a utilização do Arixtra no tratamento da SCA.
De acordo com a farmcêutica britânica, durante os ensaios clínicos, o Arixtra demonstrou eficácia semelhante à do Lovenox (Enoxaparina sódica) produzido pela Sanofi-Aventis, quando administrado a pessoas com dores no peito instáveis e determinado tipo de ataques cardíacos, tendo sido associado a uma diminuição do risco de hemorragia e morte. Noutros casos, o fármaco apresentou uma eficácia superior ao tratamento habitual (heparina não fraccionada ou placebo) sem aumentar o risco de hemorragia.
As vendas do Arixtra renderam à GlaxoSmithkline perto de 86 milhões de euros em 2006. O Lovenox garantiu à Sanofi-Aventis vendas no valor de 2,4 mil milhões de euros.
O Arixtra está também a ser avaliado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos para o tratamento da SCA, porém ainda não foi proferida uma decisão final.
Marta Bilro
Fonte: Market Watch, Farmacia.com.pt.
Suboxone disponível no mercado português
Está disponível em Portugal a partir desta quarta-feira (5 de Setembro) um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O Suboxone, que obteve comparticipação no escalão C por parte da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.
O novo tratamento para heroinómanos é especialmente benéfico por permitir ao doente uma maior autonomia, uma vez que pode ser tomado em casa, contribuindo para a reintegração social e laboral do indivíduo, contrariamente à metadona, que obrigava a uma deslocação diária ao Centro de Atendimento de Toxicodependentes.
Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguardava apenas comparticipação financeira do Infarmed que decide agora incluí-lo no escalão C, o que, de acordo com o Artigo 150.º da alteração ao Decreto-Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, confere ao medicamento uma comparticipação do Estado de 37 por cento do preço de venda ao público.
O fármaco destina-se aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência como substituição dos opiáceos que normalmente utilizam. Para além disso, é necessário que estejam também a receber apoio médico, social e psicológico.
A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo inibe a actuação da heroína, fazendo com que o doente deixe de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Por sua vez, a naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos, administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.
O medicamento representa uma alternativa no tratamento dos cerca de um milhão de dependentes de opiáceos existentes nos países europeus, dos quais 70 por cento não recebem terapia. Os dados do Instituto da Droga e da Toxicodependência indicam que, em Portugal, entre os utentes que em 2005 recorreram às diferentes estruturas de tratamento da toxicodependência, a heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal, entre 54 e 87 por cento.
Marta Bilro
Fonte: E-mail do farmácia-press, Farmacia.com.pt, Diário da República - Lei n.º 53-A/2006 de 29 de Dezembro.
Tratamento da dor oncológica: Médicos evitam opióides
De acordo com a presidente da Fundação Internacional da Dor, María Isabel Eraso, “50 por cento dos pacientes com cancro em estado inicial não recebe o tratamento para a dor através de um médico da especialidade”. Esta situação pode pôr em risco a eficácia do tratamento, afirma a responsável, lamentando o facto dos “não especialistas preferirem prescrever medicamentos mais suaves”.
Citado pelo “Correo Farmacéutico”, Alfredo Carrato, presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM), considera que os opióides são “os fármacos mais eficazes na luta contra a dor”. Esta é uma opinião que vai ao encontro da de José María Muñoz, chefe da unidade de dor do Hospital de la Paz, em Madrid, para quem estes fármacos são “fundamentais” no alívio da dor. Ainda assim, não são devidamente administrados, especialmente nos cuidados primários.
As razões apontadas pelos especialistas são de diversas ordens. Se nalguns casos a culpa é atribuída ao desconhecimento dos profissionais de cuidados de saúde, há situações em que reinam as crenças erradas relacionadas com a possível toxicidade dos referidos medicamentos, a sua capacidade para causar dependência ou a utilização para fins ilegais. Porém, a burocracia que envolve a utilização destas substâncias é consensualmente o principal motivo mencionado pelo conjunto de especialistas inquiridos pela publicação espanhola.
Conforme explica Eraso, o processo de prescrição de opiáceos ou morfina no país vizinho envolve várias etapas, sendo necessárias receitas especiais, obtidas através de um colégio de médicos e mediante a apresentação do cartão do doente. Durante a consulta, é preciso indicar rigorosamente o paciente ao qual se administram, a quantidade, o motivo, a data e devolver essas informações ao colégio de médicos. Embora estes motivos possam parecer insuficientes para evitar a prescrição destas substâncias, a verdade é que se tornam incómodos para os profissionais não especializados que não estão habituados a lidar com este tipo de receituário.
Por outro lado, a desconfiança de alguns pacientes face a estas substâncias é também um dos motivos que leva à escassa utilização das mesmas. Os doentes, alimentados por “mitos e presunções erróneas”, acreditam que o uso destas substâncias os tornará dependentes para toda a vida, acrescenta Antonio Matas, responsável pelo departamento de publicações do Cadime. O limite e a determinação da dose correcta são definidos através do equilíbrio entre a eficácia e a segurança, “se conseguirmos esse equilíbrio, as doses elevadas não têm que ser motivo de preocupação”, defende José María Muñoz.
O caso português
Em Portugal, o técnico de saúde tem-se “tornado involuntariamente num dos primeiros obstáculos ou barreiras ao tratamento da dor oncológica”, principalmente devido à falta de formação, refere um documento do primeiro P.A.I.N. (Pain Associates International Network) workshop realizado em território nacional, em 2004, sob o tema “Barreiras ao adequado tratamento da Dor Oncológica em Portugal”. No entanto, este não é o maior problema, que reside no facto do tratamento da dor “não constituir prioridade e standard de cuidados”, uma vez que “a legislação inadequada tem contribuído para a falta de acessibilidade”, encarregando-se de “manter o ciclo”, sublinha o mesmo documento.
O relatório aponta cinco grupos de barreiras que se colocam tanto por parte do doente como do profissional de saúde: mitos (dor, doença, tratamento, fármacos), falta de acessibilidade (aos prestadores e à medicação), falta de formação profissional (pré e pós-graduada) e falta de informação (doente e comunidade), défice de comunicação (entre as estruturas, entre os profissionais, com os doentes) e constrangimentos estruturais (escassez de recursos humanos, económicos e outros).
A esta situação acresce o facto de, na maioria dos países comunitários os medicamentos para a doença crónica, onde se inclui a doença e a dor oncológica serem comparticipados a 100 por cento pelo Estado (incluem-se os analgésicos opióides), “enquanto que em Portugal, e à luz da legislação vigente, o doente de ambulatório tem que suportar um encargo financeiro de pelo menos 45 por cento, da sua medicação antiálgica”.
Marta Bilro
Fonte: Correo Farmacêutico, P.A.I.N. 1 PORTUGAL: Dor oncológica, Fundação Günenthal.
Notícias farmacêuticas de bolso
A companhia farmacêutica alemã Bayer acaba de anunciar o lançamento de um website destinado a difundir notícias relativas à própria empresa e ao sector dos medicamentos em terminais móveis como telefones celulares, blackberries, PDA, palmtops e smartphones. A nova ferramenta está disponível em alemão e inglês, nos endereços online www.mobil.bayer.de e www.mobile.bayer.com.
É a mais recente tecnologia colocada ao serviço dos que têm de estar sempre a par das inovações num mercado tão competitivo como o do medicamento. Nesta nova versão do site serão disponibilizados novos lançamentos da marca alemã e divulgados os press releases e demais informação geral que possa ser útil, quer sobre a movimentação em bolsa das acções da companhia, quer no que respeita a outros dados sobre o grupo farmacêutico com sede na cidade de Leverkusen. A página online está centrada especificamente nos meios de Comunicação Social e nos analistas do sector, mas poderá ser alargado a qualquer curioso que queira saber mais sobre a Bayer.
Carla Teixeira
Fonte: Baynews
Problemas mentais afectam 2,3 milhões de portugueses
Francisco George, director-geral da Saúde considera que, de facto “os problemas de saúde mental assumem proporções epidémicas”, relembrando as estimativas da Direcção-Geral da Saúde, que apontam para “que cerca de 20 por cento dos frequentadores dos centros de saúde tenham um problema de foro mental”. Contudo, na opinião do médico, é preciso diferenciar esses casos “das situações de foro psiquiátrico mais graves”.
Numa visão à escala global, cerca de 30 por cento da população mundial sofre de uma doença mental, refere um relatório, que contou com a contribuição de 39 especialistas internacionais e que deverá ser publicado pela revista ‘The Lancet’.
António Leuschner, director do Hospital Magalhães Lemos, no Porto, corrobora a opinião de George e revela que em 2008 talvez seja possível obter um retrato fiel da realidade, pois está já a ser realizado um inquérito exaustivo em Portugal sobre saúde mental. Quanto aos números avançados pelo estudo internacional, Leuschner não se mostra preocupado, pois considera que são apenas “projecções de estudos feitos numa escala menor que depois são aplicados a Portugal”.
O artigo que a 'The Lancet' vai publicar chama também a atenção para a falta de tratamento destas doenças, que nos países em desenvolvimento se aproxima dos 90 por cento, o que não espanta António Leuschner, pois só com um maior “acesso e um número de serviços de saúde mental” mais alargado, será possível inverter a tendência registada.
Inês de Matos
Fonte: Correio da Manhã