quarta-feira, 21 de novembro de 2007

REPORTAGEM: Sites sobre saúde trazem inegáveis benefícios

Internet pode ser útil para tratar dor crónica e permite aproximar doente do profissional de saúde

A Internet como fonte de informação e esclarecimento sobre saúde e doenças está a ganhar terreno. Os dados disponibilizados fazem prova desta realidade. No caso europeu, foi revelado que, de um modo geral, “os indivíduos valorizam a informação de saúde que lhes chega via online.” Um outro estudo sueco aponta o benefício desde canal no tratamento da dor crónica…

A massificação do uso da internet e a exploração crescente e positiva de sites sobre Saúde trouxe inegáveis facilidades e benefícios para a população, especificamente, ao permitir o acesso a informações variadas, a consultas de aconselhamento online, às últimas inovações terapêuticas, a avanços no diagnóstico e condução de doenças, tal como os medicamentos e produtos mais recentes.

Tal como divulgou oportunamente o farmacia.com.pt num artigo intitulado «Um novo Mundo de oportunidades!», os europeus classificam este canal, em termos de importância, “num nível semelhante ao das enciclopédias e livros, da família, dos amigos e até das farmácias”, destacando que a Internet apresenta-se não só como “uma fonte de informação prioritária para os consumidores”, mas também, “uma ferramenta revolucionária para a indústria farmacêutica, já que permite que o paciente encontre o profissional sempre que procura por ele.”

Considerada como o suporte “mais interactivo, profundo e rico em informação”, torna-se, assim, irreversível não encarar esta ferramenta como um complemento a qualquer actividade de saúde, nomeadamente, através dos sites de saúde que proliferam mais do que nunca, assim como, os seus consumidores. Exemplo disso é o farmacia.com.pt que, desde o início da semana (dia 19), já registou quase 10 mil visitas.

«e-farm@cia» é outro espaço online de destaque no panorama nacional. Dedicado ao aconselhamento farmacêutico, o principal objectivo deste site é a promoção da saúde e do uso racional do medicamento, bem como, prestar toda a informação necessária ao esclarecimento e aconselhamento dos utilizadores de medicamentos.

De acordo com um estudo publicado na revista «International Journal of Rehabilitation Research», um investigador sueco da Uppsala University, avaliou um programa da internet, que orienta a reabilitação de doentes portadores de dor crónica e/ ou síndrome do esgotamento profissional (burnout).

O programa teve a duração de 20 semanas, e baseou-se em 19 filmes acerca de diferentes temas relacionados a práticas que garantam melhora da capacidade produtiva, reabilitação profissional e incremento nos indicadores de saúde individual, sendo que, durante o mesmo período, o mesmo número de participantes (25) recebeu terapia convencional.

Segundo noticiou a revista, após um ano da participação no programa online, 25 indivíduos responderam a um questionário sobre a sua condição actual no trabalho. “Os resultados apresentados indicaram que a complementação da terapia através do programa de reabilitação oferecido pela internet resultou na melhora da capacidade produtiva em 52% dos participantes, em comparação com apenas em 13% dos que receberam somente o tratamento convencional.”

Neste sentido, o investigador sueco concluiu que “o programa de reabilitação (fornecido pela Internet) para complementação do tratamento de indivíduos portadores de dor crónica ou da síndrome de burnout, é útil garantindo um incremento da capacidade de laboração dessas pessoas.”

Cybercondríaco

No entanto, por norma, não há prós sem contras. Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, para um hipocondríaco não há nenhuma diferença entre uma consulta médica de 15 minutos e aceder a um site que lhe abre um leque de informações variadas e completas sobre todas as doenças que se possa imaginar.

“Nenhum dos dois – médico ou internet – resolve o problema destes doentes, que, mesmo com a informação, não se acalma”, considerou o psiquiatra Marcelo Feijó de Mello, coordenador do Programa de Atendimento a Vítimas de Violência e Stresse da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desdramatizando: “A doença do ‘antigo’ hipocondríaco ou do ‘novo’ cybercondríaco é a certeza de que tem alguma patologia grave.”

Entretanto, um outro estudo feito pela empresa Harris Interactive, nos Estados Unidos, em 2006, constatou que cerca de 160 milhões de internautas já usaram a web para pesquisar sobre saúde - um número que, segundo os investigadores – terá crescido 37% no último ano.

Em declarações ao Jornal da Tarde (São Paulo), Miguel (nome fictício) afirmou ter um vasto conhecimento sobre medicina, “adquirido na internet e em revistas especializadas”, rematando, porém, que “não é todo o médico que aceita o paciente 'sabichão'. Eu sei que alguns se incomodam com o meu vasto conhecimento sobre medicina, com as perguntas e as confrontações que faço. Às vezes, aparento saber mais do que eles” ironizou, rematando não se considerar hipocondríaco, mas sim, “hipervigilante”.

Raquel Pacheco

Fonte: International Journal of Rehabilitation Research/Jornal da Tarde/Agência Estado/farmacia.com.pt/ e-farm@cia
Economista vê vantagens do fim da reserva para farmacêuticos
Ainda a propriedade das farmácias…


Pedro Pita Barros é economista, professor catedrático e autor de diversos estudos na área da Economia da Saúde. Na sua mais recente investigação, «Propriedade das farmácias – Mitos e argumentos», apresentada na Assembleia da República no passado mês de Outubro, considera que o abandono da reserva de propriedade de farmácias para os farmacêuticos encerra oportunidades que compensam os riscos. O farmacia.com.pt analisa um documento que promete ser polémico…

No estudo sobre os possíveis impactos da alteração introduzida pelo regime jurídico das farmácias de oficina (que se encontra em vigor desde o final de Outubro), a que o farmacia.com.pt teve acesso, e que foi apresentado aos deputados portugueses no dia 23 do mês passado, Pedro Pita Barros percorre toda a argumentação contra e a favor da medida, analisando os argumentos de vários entidades com relevo no sector, como a Associação Nacional de Farmácias, a Ordem dos Farmacêuticos, a Autoridade da Concorrência, o próprio Ministério da Saúde, os deputados da Nação e os partidos políticos, os juristas, os profissionais de Farmácia e a população em geral.
Da análise de todos os argumentos, o catedrático da Universidade Nova de Lisboa conclui que a separação da direcção técnica da propriedade da farmácia tem como vantagem a possibilidade de uma maior inovação organizacional, considerando que “ao abrir o leque de potenciais proprietários abre-se lugar a uma maior inovação”. A principal desvantagem aferida pelo autor nessa opção – o risco de conflitos entre o proprietário e a direcção técnica do estabelecimento de dispensa de medicamentos – pode, segundo Pita Barros, transformar-se numa vantagem, ao permitir “clarificar os conflitos éticos”. Do ponto de vista estritamente económico, o especialista refere a existência de um argumento para cada lado: contra, o facto de se criar uma maior instabilidade profissional para os farmacêuticos; a favor, a circunstância de se criar uma margem alargada para o surgimento de serviços e modos de organização que beneficiem os consumidores.

Apresentação em Coimbra
Semanas depois de o ter apresentado aos deputados, Pedro Pita Barros defendeu há dias o seu estudo numa sessão realizada numa unidade hoteleira de Coimbra, seguida de um debate aberto a perguntas da assistência. Nesse encontro, o autor de «Propriedade das farmácias – Mitos e argumentos» explicou que o documento teve como principal objectivo “perspectivar o problema do abandono da reserva de propriedade das farmácias do ponto de vista económico”, tendo fundamentalmente em conta o facto de que a actividade desenvolvida na farmácia passa pela dispensa de medicamentos e pelo aconselhamento aos utentes, consistindo a primeira numa “actividade standard”, e a segunda numa “actividade específica para cada doente”. Nessa linha, lembrou que “ambas as actividades têm de ser geridas”, mas vincou a necessidade de “perceber até que ponto essa gestão obriga a que a propriedade do estabelecimento seja detida por um farmacêutico”.
E o que Pita Barros concluiu nesse aspecto foi que, “do ponto de vista económico, faz todo o sentido a separação da direcção técnica da propriedade”, para que “cada um se concentre naquilo para que tem formação específica”. No culminar de uma extensa lista de argumentos pró e contra a medida, o investigador frisou que “todas as decisões têm riscos e oportunidades”, mas defendeu a ideia de que “abandonar a reserva de propriedade apresenta oportunidades que compensam os riscos”. Do lado oposto da barricada, o farmacêutico Vladimiro Jorge Silva, também orador na sessão de Coimbra, tentou demonstrar “uma posição de princípio contra a abertura da propriedade das farmácias a não farmacêuticos”. De acordo com uma notícia do «Diário de Coimbra», o profissional abordou o “conflito básico entre economistas e farmacêuticos”, em que uns privilegiam a “vertente económica”, visando uma “maior rentabilidade no maior tempo possível”, e os outros “preocupam-se com aspectos relacionados com a saúde pública”, justificando assim a sua oposição à medida.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Coimbra», estudo de Pedro Pita Barros, site do autor
Especialistas debateram «Inovação farmacêutica» em Viseu
Custo elevado inviabiliza aposta na investigação


O volume de novos produtos surgidos no mercado farmacêutico europeu tem vindo a sofrer um decréscimo considerável ao longo dos últimos anos. Para o presidente da Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma), “uma das razões” para que tal aconteça é a “escalada dos custos da investigação”, processo exigente e demorado, mas que tem vindo a ser condicionado pelo factor económico. Partilhar riscos poderá ser a resposta para o problema…

No âmbito de uma conferência internacional dinamizada na cidade de Viseu, sob a égide da presidência portuguesa da União Europeia, e que se subordinou ao tema «Inovação farmacêutica: uma nova estratégia de Investigação e Desenvolvimento na UE», e que serviu de pano de fundo a uma discussão entre os vários agentes do sector farmacêutico em Portugal, João Almeida Lopes lamentou que “o número de novos produtos no mercado europeu tenha diminuído ao longo dos anos” e apontou o preço da aposta na pesquisa de novas fórmulas e moléculas. O responsável disse ainda que “nestas matérias há que procurar soluções conjuntas”, preconizando que deverá existir um aprofundamento do “modelo de risco partilhado em todas as fases do processo de desenvolvimento do medicamento”.
Representando o Governo no encontro, que definiu como parte de “uma marca que a presidência portuguesa deixa” naquela área, o secretário de Estado da Saúde foi peremptório na sua convicção de que, “de forma discreta”, o conceito defendido por João Almeida Lopes, da responsabilidade partilhada, “tem vindo a ser desenvolvido em Portugal, em alguns casos por intermédio de um mecanismo que diz respeito a contratos com empresas, nomeadamente com o Ministério da Saúde, e através do Infarmed, no momento de introdução do medicamento” no mercado, asseverando que se trata de “definir à partida quais são as responsabilidades mútuas e quais os limites de utilização desses novos medicamentos”. No final do encontro Francisco Ramos considerou que, tendo por base a discussão mantida em Viseu, é “evidente que vale a pena aprofundar mais o conceito”.
Opinião semelhante foi expressa, no âmbito da mesma reunião, pelo presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). Vasco Maria considerou que “o modelo é possível”, e acrescentou mesmo, tal como tinha defendido o secretário de Estado, que “de alguma maneira essa responsabilidade partilhada e esse risco já estão a ser assumidos quando há um financiador público disposto a colaborar com a investigação”. Na opinião daquele responsável, “haverá muitas áreas em que esse risco partilhado vai expressar-se”, argumentando que na fase posterior à investigação, quando os medicamentos já estiverem disponíveis no mercado, também será possível aplicar aquele modelo.
Em declarações à Agência Lusa à margem do encontro, Vasco Maria avisou, no entanto, que aqueles medicamentos “continuarão a ser muito caros à chegada ao mercado”, defendendo a necessidade de os governos assumirem também a sua quota parte de responsabilidade, no sentido de viabilizarem o acesso dos doentes àqueles fármacos. “Nessa perspectiva – reiterou – continuaremos a ter esse risco partilhado, mesmo depois de os medicamentos chegarem ao mercado”. Para Vasco Maria, a conferência dinamizada pela presidência portuguesa da União Europeia em Viseu permitiu concluir que “há a necessidade de concertar esforços no sentido de promover a inovação farmacêutica e de pôr novamente o sector farmacêutico na Europa na posição cimeira que já ocupou”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, presidência portuguesa da União Europeia

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Antonio Sacristán Boisán - Novo director da Cinfa Portugal

A filial lusa é o segundo laboratório com maior crescimento em Portugal no primeiro semestre de 2007

Antonio Sacristán Boisán incorporou os Laboratórios Cinfa como novo director de Cinfa Portugal, filial comercial da empresa espanhola no nosso país. O novo director substitui Marcos Pozo Caballero, que assumirá a gestão do Departamento de Inteligência de Mercado na sede central do laboratório.

Antonio Sacristán encarregar-se-á de consolidar a posição de liderança da Cinfa no mercado português de medicamentos genéricos, onde no primeiro semestre deste ano se tornou no segundo laboratório com maior crescimento.

O novo director de Cinfa Portugal, licenciado em Farmácia pela Universidade Complutense de Madrid, e com dois mestrados, um em Administração de Empresas e outro em Marketing Farmacêutico, ocupou durante os últimos três anos o posto de director comercial do grupo PRIM na divisão de fisioterapia, reabilitação e hidroterapia. Anteriormente, foi gestor de vendas nos Laboratórios Abbott, e também chefe de delegação dos Laboratórios Atom.


Isabel Marques

Fontes: PMFarma

Biogen Idec e Neurimmune Therapeutics desenvolvem anticorpos para Alzheimer

A norte-americana Biogen Idec e a companhia biotecnológica alemã Neurimmune Therapeutics AG entraram num acordo mundial de desenvolvimento e comercialização de um novo tipo de anticorpos humanos para o tratamento da doença de Alzheimer.

A cooperação irá focalizar-se no desenvolvimento de anticorpos que se ligam à amilóide beta, uma molécula que é considerada a causa da neurodegeneração e perda de funções cognitivas em pacientes com Alzheimer. Actualmente, não existem terapias aprovadas para a Alzheimer para atrasar ou parar a progressão da doença.

A Neurimmune irá conduzir a investigação para identificar potenciais anticorpos terapêuticos, utilizando a plataforma “Reverse Translational Medicine” (RTM) da companhia. A Biogen Idec, actualmente em processo de venda, irá ser responsável pelo desenvolvimento e comercialização de todos os produtos. A Neurimmune poderá receber um valor agregado de 380 milhões de dólares em pagamentos iniciais e baseados no sucesso dos objectivos atingidos, assim como regalias, num valor não revelado, decorrentes das vendas de qualquer um dos produtos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney
Presidente do Infarmed esclarece compra de medicamentos inovadores

“Não se trata de poupar, mas sim de utilizar os recursos adequadamente”


Não há condicionamentos económicos no que diz respeito à compra de medicamentos inovadores. A garantia foi dada pelo presidente do Infarmed, Vasco Maria, que afirma que houve uma interpretação incorrecta das suas declarações numa entrevista recente, noticia a Rádio Renascença.

De acordo com o responsável, o importante é racionalizar recursos sem prejudicar os utentes. “Nunca utilizei a palavra poupança e penso que isso, de facto, é fundamental, porque não se trata de poupar, mas sim de utilizar os recursos adequadamente”, afirmou Vasco Maria, citado pela Renascença.

Não se trata de racionar a utilização dos medicamentos, mas antes de racionalizar a sua utilização, esclarece o presidente do Infarmed, frisando que “são coisas completamente diferentes”. O que se pretende “é de facto garantir que os recursos são investidos nos medicamentos que têm um melhor perfil de eficácia, segurança e de valor terapêutico acrescido para os doentes”, sustenta.

Marta Bilro

Fonte: Rádio Renascença.

Farmácias não cumprem número mínimo de farmacêuticos por estabelecimento

Na maioria dos distritos portugueses a média de farmacêuticos por cada farmácia é inferior a dois, o número mínimo estabelecido por lei. De acordo com o estudo ‘Recursos Humanos Farmacêuticos 1997-2006’, do Centro de Estudos da Associação Nacional das Farmácias (ANF), cujos dados foram divulgados esta segunda-feira, nos distritos de Portalegre e Beja regista-se a média mais baixa a nível nacional, com menos de 1,5 farmacêuticos por cada estabelecimento.

As farmácias do interior do país são as que mais sobressaem nas estatísticas no que diz respeito ao cumprimento do número mínimo de farmacêuticos nos seus quadros técnicos. Segundo explicou João Paulo Vaz, do Centro de Estudos da ANF, este factor poderá dever-se à falta de capacidade económica para cumprir a lei em vigor. “Existem farmácias que não comportam a obrigatoriedade de dispor de dois farmacêuticos porque não têm condições (económicas) para admitir nos seus quadros mais um profissional, como obriga a lei. São farmácias em meios mais isolados e em localidades que vão perdendo população”, afirmou o responsável citado pelo Correio da Manhã.

A esta condicionante acresce ainda o facto dos farmacêuticos proprietários de farmácias de regiões mais isoladas terem dificuldade em cativar profissionais mais jovens para se fixarem nessas regiões. Estes casos “terão de ser avaliados (pelo Governo) porque a legislação não é facilmente generalizável”, alertou o responsável.

A situação agrava-se ainda mais em algumas ilhas açorianas, como é o caso das Flores e de Santa Maria, onde há apenas um farmacêutico por cada farmácia.

Em 2000 existiam em Portugal 2552 farmácias, comparativamente às 2762 registadas em 2005. Face à recente aprovação da lei da propriedade das farmácias, deverão continuar a surgir novos estabelecimentos, chegando aos 3000 nos próximos anos. O novo panorama deverá criar diminuições nas margens de lucro, uma situação que as farmácias terão de enfrentar compensando noutras áreas “como a gestão de artigos, recursos humanos, compras e gestão do espaço da farmácia”, afirmou João Paulo Vaz.

Mulheres estão em maioria

Nas farmácias de oficina são as mulheres que estão em maioria, representando 80 por cento do número de profissionais. Os dados do relatório indicam que dos 6021 farmacêuticos que existiam em 2006, 4791 eram mulheres e apenas 1230 homens.

O número de profissionais farmacêuticos cresceu 58 por cento na última década, passando dos 3792 em 1997 para os 6021 em 2006. Os dados indicam ainda que tem vindo a diminuir a idade média dos farmacêuticos que trabalham nas farmácias, situando-se actualmente nos 41 anos, face aos 45 anos registados há dez anos.

Marta Bilro

Fonte: Correio da Manhã.

Celgene adquire Pharmion por 1,97 mil milhões de euros

A farmacêutica norte-americana Celgene chegou a acordo com vista à aquisição da Pharmion, por 1,97 mil milhões de euros (2,9 mil milhões de dólares) em dinheiro e acções. De acordo com um comunicado emitido pelo laboratório, os accionistas da Pharmion vão receber 72 dólares por acção, um prémio de 46 por cento face ao valor de fecho dos seus títulos na última sexta-feira.

"A compra da Pharmion é uma estratégia excepcional pois encaixa no nosso papel de líder em hematologia e oncologia", referiu o presidente e director-executivo da Celgene, Sol J. Barer, salientando que a empresa resultante da combinação “vai elevar o potencial terapêutico e comercial dos produtos da Pharmion”.

O negócio já recebeu aprovação dos Conselhos de Administração de ambas as empresas e aguarda apenas autorização por parte das entidades reguladoras da concorrência nos EUA e na Europa.

A Pharmion concentra a sua actividade no desenvolvimento e aquisição de produtos para tratamento de doenças do sangue e cancro enquanto a Celgene é especialista na produção de medicamentos para o tratamento da leucemia. Com a concretização do negócio a Celgene garante acesso ao Vidaza (Azacitidine), um medicamento para tratar o mieloma múltiplo, aumentando assim a sua linha de linha de produtos, da qual já fazem parte o Revlimid (Lenalidomida), um rival do Vidaza, e o Thalomid (Talidomida).

Fonte: Diário Económico, CNN Money, Market Watch.

Recolha voluntária de lote de Osmofundina

Presença de um corpo estranho numa embalagem obriga a suspender comercialização

O laboratório B. Braun Medical está a proceder à recolha no mercado nacional do lote 4164B11, validade 03/2009, do medicamento Osmofundina (Manitol + Sorbitol) concentrada Braun 20%. Em causa está a detecção de um corpo estranho de cor negra, em suspensão na solução injectável, revela a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), numa nota emitida esta terça-feira.

Na circular informativa de carácter “muito urgente” o Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização do referido lote de Osmofundina concentrada Braun 20% (Manitol e Sorbitol), Solução injectável, frasco de vidro branco 250ml, Lote 4164B11 e Prazo Validade 03/2009 com registo de AIM n.º 3968583, uma vez que a substância detectada numa embalagem daquele medicamento, “poderá apresentar risco para a saúde dos utilizadores”.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Reino Unido, Alemanha e Áustria suspendem vendas do Prexige

As vendas do anti-inflamatório não esteróide (AINE) Prexige (lumiracoxib), da suíça Novartis, foram suspensas no Reino Unido, na Alemanha e na Áustria devido a preocupações de segurança relativas a possíveis danos no fígado.

A agência reguladora dos medicamentos no Reino Unido (MHRA, sigla em inglês) revelou que uma revisão dos últimos dados referentes à segurança do Prexige demonstrou um aumento do número de reacções graves no fígado. Em alguns casos, estes pacientes afectados tomaram o fármaco durante menos de um mês.

O Prexige foi encarado inicialmente como um importante futuro blockbuster para a Novartis. Contudo, o fármaco, um inibidor da cicloxigenase-2 (COX-2), tem estado sob uma sombra desde a retirada do fármaco semelhante da Merck & Co Inc, o Vioxx (rofecoxib), em 2004, o que acentuou a perscrutação dos fármacos da classe. A suspensão, que segue uma acção semelhante na Austrália e no Canadá, revela-se um golpe nas aspirações da Novartis de que o fármaco poderia atingir vendas significativas.

O Prexige está disponível em alguns países europeus, após ter conseguido a aprovação em Outubro de 2006. Além da Grã-Bretanha, Alemanha e Áustria, também é comercializado em Portugal, na Bélgica, no Chipre, na Hungria, em Malta e na Suécia.

A Novartis afirmou que é possível que outros países europeus venham a decidir suspender o fármaco, enquanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) conduz uma revisão reguladora. Espera-se que a agência tome uma decisão em Dezembro.

Apesar de ter sido aprovado na Europa e em alguns outros países, o Prexige não foi aprovado para ser comercializado nos Estados Unidos, e a agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) emitiu uma carta de não aprovação para o fármaco em Setembro.

A Novartis irá continuar as conversações com as autoridades de saúde relativamente ao futuro do fármaco, acrescentando que continua a acreditar que o Prexige é uma importante opção de tratamento para pacientes com sintomas dolorosos da osteoartrite, e que apresenta um rácio de benefício/risco positivo quando utilizado nos pacientes apropriados.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, www.ft.com

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Merck & Co e Nicholas Piramal India juntas para desenvolver fármacos oncológicos

A companhia norte-americana Merck & Co Inc e a Nicholas Piramal India Ltd entraram num acordo para a descoberta e desenvolvimento de dois fármacos oncológicos. Segundo o acordo, a Nicholas Piramal irá ser responsável pelo programa de descoberta de fármacos até à altura da fase final dos ensaios clínicos em humanos, e a Merck irá avançar os fármacos candidatos mais promissores na última fase dos ensaios clínicos, e posteriormente comercializá-los.

A Nicholas Piramal irá ser elegível para pagamentos quando forem atingidos objectivos, na ordem dos 175 milhões de dólares por alvo, à medida que os fármacos forem sendo desenvolvidos, e regalias sobre as vendas de qualquer fármaco resultante da colaboração.

A unidade de investigação e desenvolvimento da Nicholas Piramal tem estado a trabalhar no desenvolvimento de diversas novas moléculas para o cancro e outros tratamentos. Segundo o analista da Angel Broking, em Mumbai, Sarabjit Kaur Nangra, a Nicholas tem uma boa base de dados de produtos oncológicos, pelo que não se prevê uma saída de fundos (em investigação inicial e desenvolvimento) num período próximo.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.marketwatch.com

CHMP recomenda Humira como tratamento para a psoríase

O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), emitiu uma opinião positiva onde recomenda a aprovação do Humira (adalimumab), da Abbott Laboratories, para tratar a psoríase em placas moderada a grave. A Comissão Europeia deverá tomar uma decisão relativamente à indicação para a psoríase nos próximos 60 dias.

A opinião positiva baseia-se principalmente nos dados de dois ensaios clínicos aleatórios, em adultos com a doença, que demonstraram que os pacientes que tomaram o Humira atingiram uma redução significativa da gravidade da psoríase, em comparação com os que tomaram placebo. O fármaco está delineado para bloquear factor de necrose tumoral, uma proteína no organismo que provoca inflamação.

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) está actualmente a rever o Humira como indicação para a psoríase. O fármaco já está aprovado, nos Estados Unidos e na União Europeia, para a artrite reumatóide, artrite psoriática, doença de Crohn e espondilite anquilosante. Caso o fármaco seja aprovado para a psoríase esta será a quinta indicação do medicamento.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Forbes

Protelos e Osseor associados a risco de eosinofilia

EMEA recomenda inclusão de novas advertências

A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) está a recomendar a inclusão de advertências relativas ao risco de reacções adversas graves de hipersensibilidade no Resumo das Características do Medicamento e no Folheto Informativo do Protelos e do Osseor (Ranelato de estrôncio), dois medicamentos utilizados no tratamento da osteoporose em mulheres pós-menopausicas. A medida surge depois de terem sido notificados 16 casos de eritema com sintomas sistémicos de eosinofilia em doentes tratadas com Protelos/Osseor, dois dos quais fatais.

De acordo com uma circular informativa divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), os fármacos são utilizados na redução do risco de fracturas vertebrais e do colo do fémur, em mulheres com osteoporose na pós-menopausa e a natureza do tratamento obriga ao uso prolongado dos mesmos, sendo que a dose diária recomendada é uma saqueta de 2 g.

“Até à data, foram notificados 16 casos de eritema com sintomas sistémicos de eosinofília (DRESS – Drug Rash with Eosinophilia Systemic Symptoms) em doentes tratadas com Protelos/Osseor, dois dos quais fatais, após uma exposição mundial de cerca de 570.000 doentes/ano”, adverte o Infarmed.

O sindroma de DRESS é uma condição rara mas grave, a qual pode pôr a vida em risco. As reacções adversas graves notificadas ocorreram 3 a 6 semanas após o início do tratamento, com o aparecimento de eritema cutâneo, acompanhado de febre, aumento das glândulas, elevação do número de leucócitos no sangue e efeitos a nível hepático, renal e pulmonar.

Tendo em conta uma avaliação dos dados disponíveis, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMEA “concluiu que a utilização de Protelos/Osseor está associada a um risco aumentado de Sindroma de DRESS e dada a gravidade deste sindroma era necessário agir de imediato”.

O CHMP recomendou, por isso, a actualização da informação de segurança destes medicamentos, para incluir advertências sobre sindromas de hipersensibilidade grave, incluindo síndrome de Dress e Stevens Johnson. Caso se deparem com o surgimento de algum sintoma associado ao sindroma de Dress, como é o caso do eritrema, as mulheres em tratamento com Protelos/Osseor são aconselhadas a parar de imediato a toma dos mesmos e a procurar aconselhamento médico, sendo que, “nestes casos o medicamento não deverá ser reintroduzido”, indica o Infarmed.

A monitorização dos medicamentos em causa irá continuar a ser acompanhada pelo CHMP que tomará as medidas apropriadas caso surjam novas informações.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Há falta de política de investimento em medicamentos inovadores

Aprovações estão dependentes de controlo na despesa dos hospitais

Não há uma política de investimento na área dos medicamentos inovadores o que faz com que as autorizações do Infarmed para este tipo de fármacos estejam dependentes de um maior controlo na despesa dos hospitais, afirmou o presidente da autoridade nacional do medicamento, Vasco Maria, em declarações à TSF.

Apesar destes medicamentos terem “vantagens terapêuticas para os doentes”, os seus “preços são muito elevados”, salientou o responsável, admitindo que a autorização de medicamentos inovadores para uso em hospitais está dependente de critérios que têm em conta um maior controlo na despesa dos estabelecimentos hospitalares.

De acordo com Vasco Maria, é preciso que o Estado faça “uma avaliação criteriosa desses medicamentos”, sendo evidente que, para investir neles “tem de haver uma garantia de que os resultados esperados realmente justificam os preços que se tem de pagar”.

No entanto, o responsável assume que a política de investimento na área escasseia, particularmente no que diz respeito à criação de “apoios, financiamento ou inclusive algumas condições favoráveis nomeadamente a nível de impostos”. Vasco Maria defende, por isso, um novo modelo de financiamento que funcione através de parcerias entre a indústria farmacêutica e os centros de investigação com incentivos do Governo.

Este ano deram entrada no Infarmed 16 pedidos de avaliação de medicamentos inovadores, sendo que, até ao momento, foram apenas autorizados dois, ambos na área do tratamento oncológico. Em fase final de avaliação está ainda um terceiro fármaco destinado ao tratamento do VIH/SIDA.

Marta Bilro

Fonte: TSF.

Fármacos oncológicos: Só serão dispensados nas farmácias os que os doentes já tomam em casa

Os medicamentos oncológicos e anti-retrovirais, cuja dispensa está exclusivamente a cargo dos hospitais, vão ser repartidos por três categorias, passando apenas para as farmácias de oficina aqueles que hoje os doentes já tomam sozinhos, em sua casa, avança a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias. Numa entrevista concedida àquele jornal, o presidente do Infarmed, Vasco Maria, assegura que não há motivos que justifiquem a polémica em torno do assunto e que tal sucede apenas “por desconhecimento”.

De acordo com o responsável pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a medida do Governo não vai alterar os custos destes fármacos, uma vez que será proposta às farmácias uma nova modalidade de pagamento que, em vez de receberem por margem de lucro, vão receber por acto farmacêutico. A solução vai evitar encargos avultados para o Estado, visto que o sector engloba alguns dos medicamentos mais caros, representando cerca de 350 milhões de euros.

Actualmente, com a dispensa deste tipo de fármacos através das farmácias hospitalares, os mesmos não estão sujeitos à margem de lucro da distribuição, que ascende aos 25 por cento. O mesmo vai acontecer no futuro, visto que o que se propõe é que as farmácias recebam um valor fixo por embalagem dispensada aos doentes e não por uma percentagem sobre o preço de venda."Se, por exemplo, um medicamento custa mil euros, pelo simples facto de dispensar uma embalagem, a farmácia recebia logo 200 euros. Isto não faz sentido. Porque não fazer um pagamento por acto, se ambas as partes estiverem de acordo?", explica Vasco Maria.

Segundo afirma o presidente do Infarmed, o objectivo da medida passa por facilitar e aumentar o acesso dos doentes aos fármacos, evitando que tenham que deslocar-se ao hospital para os poderem obter. Para o responsável, as críticas de perigo para a saúde pública são uma questão de pouca relevância e o caso dos antiretrovirais (HIV) é até o mais simples.

"Tem havido uma confusão enorme. Diz-se que vai haver resistências, ausência de controlo sobre quem toma e quem não toma... É importante perceber que estes doentes são seguidos numa consulta externa, a seguir vão à farmácia do hospital e, mediante receita, levam o medicamento e tomam-no em casa. Não há toma presencial. Qual é a diferença entre adquirir o medicamento na farmácia do hospital ou noutra farmácia qualquer? Nenhuma.", conclui. Para além disso, é importante separar a receita (que continua a ser controlada pelo hospital, numa consulta de especialidade), da venda, frisou.

Já no caso dos anti-cancerígenos a situação muda de figura. Muitos destes medicamentos precisam ser tomados "num contexto protegido, porque muitos são de administração intravenosa e devem estar sob observação médica permanente". "A questão não é onde é dispensado o remédio, mas onde ele é administrado", explicou o responsável.

Através do estudo que está a ser levado a cabo pelo Infarmed vão ser definidos três grupos de fármacos, tendo em conta a toma presencial, a complexidade da administração e os efeitos adversos graves que podem acontecer durante a administração. A partir daqui será ainda feita outra separação, de um lado ficam os medicamentos que continuam unicamente no hospital, do outro aqueles que podem ser dispensados nas farmácias desde que o doente esteja inscrito numa consulta de especialidade, seja seguido regularmente e haja um registo. Haverá ainda um terceiro grupo com possibilidades de transitar para as farmácias sem medidas adicionais de controlo, estando esta opção dependente da discussão dos especialistas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias.

domingo, 18 de novembro de 2007

Transacção no valor de 164 milhões de dólares para 2008
Pfizer pretende adquirir Coley Pharmaceutical


A multinacional norte-americana Pfizer, a maior empresa do sector farmacêutico a nível mundial, anunciou na passada sexta-feira um acordo para a compra da Coley Pharmaceutical, biofarmacêutica especializada no desenvolvimento de vacinas e medicamentos usados no tratamento de diversos cancros, alergias e asma.

A transacção, avaliada em 164 milhões de dólares – resultantes do pagamento de oito dólares por acção –, deverá ser concluída no início do próximo ano, informou a multinacional em comunicado, em que explicou que o negócio está dependente da aprovação dos órgãos reguladores responsáveis pelo sector, acrescentando que 27 por cento dos accionistas da Coley Pharmaceutical já aceitaram a oferta. Jeffrey B. Kindler, presidente e CEO da Pfizer, afirmou que “esta aquisição é um importante passo na nossa estratégia para a área das vacinas e reflecte o nosso compromisso com a procura de novas e mais efectivas formas de imunização na prevenção e no aperfeiçoamento do tratamento do cancro”.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário Económico», InvestNews

REPORTAGEM

Bem tolerada pelo organismo e com poucos efeitos colaterais
Vacina experimental contra a hipertensão


A Cytos Biotechnology, companhia biofarmacêutica com sede na Suíça, apresentou no início deste mês, na reunião anual da Associação Americana do Coração, dados animadores sobre a eficácia de uma vacina experimental contra a hipertensão. Um ensaio clínico de fase II apurou que a CYT006-AngQb, nome provisório do fármaco, apresenta poucos efeitos secundários, sendo bem tolerada pelo organismo.

O coração humano é uma bomba eficiente que, em perfeito funcionamento, regista 60 a 80 batimentos por minuto, impulsionando a movimentação, por todo o corpo, de cinco a seis litros de sangue. A pressão arterial, por sua vez, diz respeito à força com que esse bombeamento é efectuado, e é determinada pelo volume de sangue que sai do coração e pela resistência que ele encontra à circulação pelo organismo, podendo ser modificada por factores como a variação do volume ou da viscosidade do sangue, a frequência cardíaca e a elasticidade dos vasos sanguíneos. Quando a pressão arterial se altera, uma de duas coisas pode acontecer: ou assume valores muito baixos (sendo 120/80mmHg o valor médio apontado pelos especialistas como normal no adulto), e dá-se a hipotensão, ou assume valores demasiado elevados, e ocorre a hipertensão, uma das mais prevalentes doenças dos países desenvolvidos na actualidade.
Contribuindo para aproximadamente metade de todas as doenças cardiovasculares no chamado primeiro mundo, a hipertensão é uma patologia crónica que se associa a um altíssimo número de mortes prematuras à escala global. Em Portugal tem uma prevalência estimada de 42 por cento da população, estimando-se, no entanto, que muitos doentes desconheçam que o são, ao mesmo tempo que 61 por cento dos já diagnosticados não consegue ainda manter a doença controlada. Uma parafernália de medicamentos e muitas idas ao médico, com constantes medições dos valores da pressão arterial, compõem o dia-a-dia de grande parte destes pacientes, como contou ao farmacia.com.pt Arminda Varela, actualmente com 54 anos, hipertensa desde os 13. Há dias saiu da farmácia com “um grito de alarme”: após uns meses de descuido (nem sempre tomou a medicação com a regularidade exigida), tinha a pressão arterial “a disparar”. Quando “o papelinho saiu da máquina, apanhei cá um susto”, contou. Tinha 180/150mmHg.
Uns dias antes tinha notado que andava muito “eléctrica e nervosa”. “Resmungava com toda a gente, pelas mínimas coisas, e as minhas filhas quase não aguentavam falar comigo, porque eu explodia à toa, sem motivo”. Consciente de que não estava bem, foi de imediato à farmácia mais próxima e dali, a conselho do farmacêutico, foi logo ao médico. “Retomei a medicação e uns dias depois já tinha as tensões mais baixas, mas ainda continuam elevadas”, recordou, frisando que terá “necessidade de continuar a cumprir o tratamento, que é para toda a vida”. Arminda sabe que se descuidou, e que esse comportamento não é correcto, mas atesta que “com alguns medicamentos” se sente “muito em baixo e sem forças”, e que por isso terá optado, a dada altura, por não cumprir as ordens do médico. Agora que a medicação lhe foi alterada, acredita poder levar a cabo o tratamento de forma mais fácil, mas garante que “não é fácil viver com a hipertensão”.

Nova esperança
Diante de uma realidade que penaliza a qualidade de vida de milhões de pessoas à escala mundial, o advento de uma vacina que impeça ou minimize a prevalência da hipertensão assume contornos de extrema utilidade, concordou Arminda Varela, ao ser questionada sobre a hipótese de ser vacinada contra uma doença que há tantos anos a atormenta. A CYT006-AngQb, nome provisório de uma imunização em fase de estudo por uma equipa de investigadores do Hospital Universitário do Cantão de Vaud, na Suíça, para a companhia biofarmacêutica Cytos Biotechnology, que acaba de ser apresentada nos Estados Unidos, assume-se como uma nova esperança no combate à hipertensão, podendo vir a ser, num futuro mais ou menos próximo, a primeira vacina para aquela doença.
Volvidos mais de dois anos sobre a apresentação dos resultados do ensaio clínico de fase I, em Fevereiro de 2005, baseados num estudo-piloto que acompanhou 16 pessoas com tensão arterial normal e 72 hipertensos, com resultados animadores, no início deste mês, tendo como palco a reunião anual da Associação Americana do Coração, uma das cientistas responsáveis pelo ensaio clínico de fase II afirmou que “os resultados são promissores”, aprazando “uma nova fase de estudo já para o início de 2008”. Segundo informou Claudine Blaser, poderá estar iminente, tendo em conta este estudo, o desenvolvimento da primeira vacina do género, que “actua sobre a angiotensina II”, a hormona responsável pela subida da pressão arterial, e a mesma hormona sobre a qual actuam alguns medicamentos já disponíveis. Refere a co-autora do estudo que a vacina CYT006-AngQb impede que a angiotensina I se transforme em angiotensina II.
O novo fármaco experimental é feito a partir de partículas em forma de vírus, sem a sua capacidade infecciosa, destinados a gerar uma resposta do organismo contra a hormona hipertensora. Nos 72 doentes hipertensos analisados nesta investigação a tripla inoculação com o medicamento candidato resultou numa baixa significativa da pressão arterial sistólica (a mais elevada) e também da diastólica (a mais baixa). Ao mesmo tempo aferiu-se que a vacina “tem sido bem tolerada e mostrou ser segura”, sem grandes efeitos secundários, apresentando ainda como principal vantagem o facto de, caso venha a ser implementada em termos definitivos, permitir pôr fim aos tratamentos diários actuais, que segundo Claudine Blaser não são cumpridos com eficácia por 10 a 25 por cento dos hipertensos. No entando, disse, “são necessários mais estudos e pelo menos cinco anos até que um medicamento como este tenha a necessária autorização de introdução no mercado”.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», «El Mundo», Pfizer, Portal da Saúde, ABC da Saúde, comunicados da Cytos Biotechnology, Sociedade Portuguesa de Hipertensão, entrevista a doente hipertensa

sábado, 17 de novembro de 2007

Itália tornou-se o quarto país da Europa a aderir ao sistema
Monitorização online da gripe sazonal


Um grupo de investigadores do Institute for Scientific Interchange de Turim esteve há dias em Portugal para se inteirar da arquitectura informática do Gripenet, a fim de replicar aquele sistema de monitorização da gripe sazonal em Itália, que assim deverá tornar-se o quarto país europeu a lançar aquele instrumento. Alojado no site www.influnet.it/, o novo dispositivo visa facilitar a troca de informações entre vários estados.

Recebidos no Instituto Gulbenkian de Ciência, os especialistas italianos procuraram saber mais sobre o conceito e o funcionamento do Gripenet, que em Portugal está a funcionar no endereço electrónico www.gripenet.pt, com vista a inteirar-se da sua arquitectura informática, tendo como objectivo a implementação de um dispositivo semelhante em Itália, preferencialmente ainda no decurso da actual época gripal. O farmacia.com.pt sabe que a plataforma virtual sobre a qual funcionará o novo site já foi concebida, disponibilizando já algumas informações sobre a gripe e indicando algumas fontes de informação online sobre a doença. Depois de Portugal, Holanda e Bélgica, Itália transforma-se assim no quarto país europeu a lançar a construção de um observatório virtual e em tempo real da evolução da gripe no seu território, estando neste momento na fase de concepção do site, em termos de informação geo-referenciada e no que diz respeito à imagem institucional.

Carla Teixeira
Fonte: Gripenet, Influnet

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Plano de acesso a medicamentos adiado para 2008

Impasse frustrou Federação Internacional de Indústrias Farmacêuticas

A comunidade internacional não conseguiu chegar a acordo sobre uma estratégia global para o acesso a medicamentos e adiou, para 2008, um plano que visa estabelecer um equilíbrio entre as regras de protecção de patentes e a obrigação dos governos em garantir saúde às populações.

Organizada, esta semana, pela ONU, a reunião envolveu 140 países, mas terminou sem a aprovação de uma estratégia perante as divergências entre os países ricos e pobres.

Segundo opiniou Michel Lotrowska, da entidade Médicos Sem Fronteira, no fim da reunião “pairava a sensação de que alguns governos não irão permitir que a actual estrutura de patentes e financiamento de investigação seja mantida como está”, informou a Reuters.

Iniciado em 2003, o debate do processo de elaboração de uma estratégia internacional de acesso a medicamentos - pelo cronograma - deveria estar concluído no final deste ano. No entanto, a obstaculizar a situação estaria a última proposta feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que era vista pelos países em desenvolvimento “como uma tentativa de atender apenas aos interesses das grandes multinacionais.”

Para terminar com o impasse, o Brasil propôs então um novo texto, que previa o fim de cláusulas de patentes em acordos bilaterais e a criação de mecanismos para financiar fármacos contra doenças negligenciadas, alegando que, hoje, “um dos problemas que se levanta está relacionado às doenças que atingem apenas populações pobres e que não conseguem atrair o interesse das grandes multinacionais para o desenvolvimento de novos tratamentos, já que os lucros nessa área são mínimos.”

De acordo com a agência Reuters, o texto ainda pedia “regras para garantir a total flexibilidade nas leis de propriedade intelectual para que um governo possa distribuir remédios genéricos.” E embora tenha sido acolhida favoravelmente por uma série de países emergentes, a proposta brasileira sofreu um forte reprovação por parte do governo norte-americano e indústrias, que apelou para que cada um dos países latino-americanos retirassem o seu apoio ao Brasil.

Entretanto, o desfecho não incomodou o Brasil e os seus activistas que, na sede da ONU, comemoraram os resultados da reunião argumentando que, pelo menos, “impediram que a estratégia original da OMS - a proposta mais favorável aos interesses dos EUA e das indústrias farmacêuticas - acabasse prevalecendo.”

Por seu turno, entre as empresas multinacionais reinava a indignação.
Harvey Bale, director da Federação Internacional de Indústrias Farmacêuticas não escondeu a frustração: "Estamos todos desapontados porque precisamos de soluções pragmáticas, sustentáveis e precisas."

Já para a agência de Saúde da ONU, a negociação desta semana foi "histórica", referiu em comunicado.

Responsabilidade das indústrias farmacêuticas

Recorde-se que, no início de Novembro, um especialista independente das Nações Unidas (para os assuntos de saúde) apresentou à Assembleia-Geral da organização um projecto com directrizes para as companhias farmacêuticas ampliarem o seu alcance.

Ao constatar que cerca de dois bilhões de pessoas, em todo o mundo, não tem acesso a medicamentos essenciais, o representante da ONU propôs um guia que visa ajudar tanto as companhias farmacêuticas, como os organismos fiscalizadores.

As 48 normas foram elaboradas com o objectivo de aumentar o acesso a medicamentos e para isso, abordam questões como preços, marketing ético, testes clínicos, corrupção e pesquisas de doenças geralmente negligenciadas.

Destacando que o aumento do acesso aos medicamentos já existentes pode salvar cerca de 10 milhões de vidas por ano, o responsável considerou que os Estados são os principais responsáveis pela expansão do acesso aos medicamentos e serviços de saúde, sublinhando que as empresas também causam profundos impactos neste processo. Por isso, defendeu a importância de “identificar maneiras das indústrias farmacêuticas ajudarem a promover os direitos humanos na medicina.”

Raquel Pacheco

Fonte: Reuters/Agência Brasil/Centro de Informação das Nações Unidas

Estudantes de farmácia promovem congresso sobre oncologia

“Oncologia: Outra visão…” é o tema do II Congresso Anual promovido pelo Núcleo de Estudantes de Farmácia da Universidade de Coimbra, nos dias 4 e 5 de Dezembro, e que tem como objectivo focar e desenvolver novos tratamentos e avanços tecnológicos na área da oncologia.

Ao longo destes dois dias, os especialistas reunidos vão debater várias temáticas, entre as quais as nanotecnologias em oncologia; os novos fármacos no combate ao cancro; a terapia génica; a oncohematologia; a nutrição em doentes oncológicos; ou a importância das plantas e o seu contributo.

As farmácias dos Hospitais da Universidade de Coimbra e do IPO-Coimbra vão ter a seu cargo uma apresentação sobre o tema “Fármacos citostáticos e sua manipulação”.

O evento, que conta com a colaboração da Sociedade Portuguesa de Oncologia, terá lugar no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra e tem como principal destinatária a comunidade da faculdade de farmácia, estando também aberto à participação dos estudantes de outras faculdades interessados no tema, não esquecendo todo e qualquer profissional do ramo.

Marta Bilro

Fonte: e-mail Farmacia-press, contacto com Ana Maria Pinto do Pelouro da Formação do NEF/AAC.

Leucemia: FDA aprova nova terapia

Nilotinibe da Novartis disponível na Suiça e, agora, nos Estados Unidos


O Tasigna (nilotinibe) - indicado para doentes com leucemia que deixaram de responder às terapias actualmente disponíveis, por intolerância ou por resistência, - foi aprovado pela administração norte-americana que regula os alimentos e fármacos FDA (Food and Drug Administration).

A decisão já era esperada nos Estados Unidos para o final do ano. A «luz verde» da FDA chegou, esta semana, e atenderá à necessidade de portadores de leucemia mielóide crônica (LMC) cromossomo Philadelphia positivo (Ph+) - um dos quatro tipos mais comuns de cancro no sangue.

Esta nova opção de tratamento trata-se da última geração desenvolvida pela Novartis. O Tasigna (nilotinibe) ganhou a sua primeira aprovação na Suiça, em Julho. No Brasil, o medicamento já foi submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a expectativa é que seja lançado no primeiro semestre de 2008. A aprovação no Japão também está pendente.

Recorde-se que, tal como noticiou o farmacia.com.pt, em Setembro, a Agência Europeia dos Medicamentos (EMEA) emitiu um parecer a recomendar a aprovação do fármaco.

De acordo com os estudos pré-clínicos, o fármaco (nilotinibe) foi capaz de inibir 32 das 33 mutações relacionadas à resistência dos doentes à terapia-padrão. Os resultados do estudo clínico multicêntrico – que, aliás, fundamentou a aprovação do FDA - mostraram que, após seis meses de uso, o nilotinibe da Novartis reduziu ou eliminou as células que carregam o cromossomo Philadelphia anormal em 40% dos portadores na fase crónica da doença.

A LMC, provocada pela superprodução de glóbulos brancos imaturos, é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.

Raquel Pacheco
Fonte: FDANewsroom/ Publicom (Assessoria de Comunicação)/ Informativo Phoenix/ farmacia.com.pt

SPP quer comparticipação para fármacos antitabágicos

Os dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) sobre as consequências do consumo quotidiano do tabaco indicam que "se esta epidemia não for travada, em 2030, morrerão cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo". Por uma “questão de coerência” face aos números, pelo menos 40 por cento da medicação utilizada nos tratamentos de cessação tabágica deveria ser comparticipada pelo Estado, defende a SPP.

Apesar de não ser apologista do pagamento total dos tratamentos, visto que "faz parte da terapia" o próprio paciente gastar dinheiro nesta fase, Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (Coppt), considera que "uma pequena diminuição dos encargos faria com que as pessoas não deixassem de procurar ajuda". Esta seria uma forma de auxiliar aqueles que querem largar os cigarros, afirmou o presidente da Coppt, Luís Rebelo, em declarações ao jornal Público.

A mesma opinião é partilhada por Ivone Pascoal, membro da comissão de tabagismo da SPP, que considerou que a comparticipação é "uma questão de coerência" perante a dimensão global do problema.

No que diz respeito à nova lei do tabaco, que entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008 e coloca mais restrições à compra, venda e consumo de cigarros em espaços fechados, o presidente da Coppt afirmou ao Público “ter-se perdido uma oportunidade de erradicar o perigo”.

Ivone Pascoal e Sofia Ravara, também membro da comissão de tabagismo da SPP, vão ao encontro das opiniões defendidas pelo responsável da Coppt, fazendo ainda um apelo ao reconhecimento oficial do tabagismo como doença crónica.

O presidente da SPP, Segorbe Luís, louvou a nova medida de apoio do Estado aos medicamentos para o tratamento da diabetes, lamentando o facto de a mesma não se aplicar às terapias antitabagismo.

Marta Bilro

Fonte: Público, Diário Digital.

Sopharma adquire ucraniana Vitamini

O laboratório búlgaro Sopharma assinou um contrato com vista à aquisição da unidade farmacêutica ucraniana Vitamini, anunciou esta quinta-feira a Bolsa de Valores de Sófia.

Ao longo do último ano, a produção da Vitamini rendeu 3.6 milhões de euros no total, um valor que a colocou a empresa na 13ª posição entre as maiores produtoras da Ukrania, noticiou o jornal Dnevnik.

Para a Sopharma, o negócio vai ao encontro das suas perspectivas de aumentar a quota de mercado na Rússia, Ucrânia, Polónia e outros países. As acções da Sopharma valiam, em média, 8,9 Levs da Bulgária (cerca de 4,55 euros) no fecho da Bolsa de Valores de Sófia desta quinta-feira.

Marta Bilro

Fonte: SofiaEcho.com, Pharmalot.

Desfibriladores em locais públicos multiplicam sobrevivência a falhas cardíacas

A colocação de desfibriladores automáticos externos em locais públicos multiplica as possibilidades de sobreviver a uma falha cardíaca, revela um estudo norte-americano da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.

A investigação, apresentada durante o Congresso da Associação Americana do Coração, analisou as circunstâncias em que ocorreram 10 mil paragens cardio-respiratórias socorridas pelos serviços de urgência, entre Dezembro de 2005 e Novembro de 2006. Deste total, apenas 7 por cento conseguiram sobreviver, porém, entre os que beneficiaram da instalação dos aparelhos de reanimação, a taxa de sobrevivência subiu para os 36 por cento.

Os responsáveis pelo estudo defendem, por isso, que a colocação de desfibriladores externos em centros geriátricos, hospitais, estádios desportivos, complexos comerciais, hotéis e edifícios de escritórios poderia salvar 522 vidas por anos nos Estados Unidos da América (EUA) e Canadá.

Esta não é a primeira investigação a sugerir a colocação destes dispositivos em pontos com muita afluência de público ou em locais em que as pessoas apresentam um elevado risco cardíaco. No entanto, nem sempre se encontra presente uma pessoa com conhecimentos suficientes para poder utilizá-los, salienta Fernando Arribas, presidente do Departamento de Arritmias e Electrofisiologia da Sociedade Espanhola de Cardiologia, citado pelo Correo Farmacéutico. Para além disso, acrescenta o responsável, a situação nos EUA não é, de todo, comparável com o panorama europeu, uma vez que este país se encontra muito mais avançado em questões de sensibilização social, desenvolvimento legislativo e na extensão de instalação destes aparelhos.

Actualmente não existem dados conclusivos sobre os benefícios de colocar desfibriladores em zonas públicas. “Os dados são contraditórios”, afirmou Juan López Mesa, secretário e director do Plano nacional de Reanimação Pulmonar da Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva, de Crise e Unidades Coronárias, em declarações ao Correo Framacéutico. “Existem estudos que afirmam que [a colocação dos aparelhos nos locais mencionados] reduziria as mortes por enfarte do miocárdio em 30 por cento, e outros falam numa redução de apenas 2 por cento ou menos. Não nos podemos esquecer que este é um assunto controverso, no qual se misturam interesses económicos”, frisou.

Em Portugal, as informações sobre a presença destes dispositivos são escassas. Dados avançados pelo jornal Público, no final de Agosto do ano corrente, indicavam que os desfibriladores automáticos externos estavam presentes em apenas 37 das 244 ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e nas 37 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) em funcionamento.

O mesmo artigo falava ainda no interesse demonstrado por várias empresas privadas em adquirir estes aparelhos, como é o caso dos hotéis. Mas é necessário que haja alguém com formação adequada para permitir a vigilância e boa utilização em cada caso. Para além disso, e ao contrário do que acontece nos EUA, em Portugal a aplicação dos desfibriladores automáticos externos é considerada um acto médico e só por delegação pode ser usado por não médicos.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico, Público.

Cetuximab aumenta sobrevivência dos doentes com cancro colo-rectal

O Erbitux (Cetuximab) aumenta a esperança de vida dos doentes que sofrem de cancro colo-rectal em estado avançado quando aplicado como terapia única, revelou a ImClone baseando-se nos resultados de um ensaio clínico de Fase III.

O medicamento, aprovado na União Europeia para o tratamento do cancro do cólon e do cancro da cabeça e do pescoço, é desenvolvido pela ImClone e comercializado pela Bristol-Myers Squibb Co.

O ensaio clínico de última fase, cujos resultados foram publicados no “New England Journal of Medicine”, comparou as taxas de sobrevivência dos pacientes com cancro colo-rectal tratados com Cetuximab e dos que foram submetidos à quimioterapia.

“Os dados revelaram que o Erbitux pode fornecer tempo adicional a determinados pacientes com cancro colo-rectal mesmo nos casos em que as outras opções de tratamento disponíveis falharam”, afirmou o director de oncologia da Bristol-Myers Squibb, Maurizio Voi.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, RTT News.

Prémio Crioestaminal 2007 distingue investigação sobre infertilidade e cancro

A descoberta de informações importantes sobre a estrutura das células responsável pela infertilidade e pelo cancro valeu à investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica 2007. A distinção será atribuída pela Associação Viver a Ciência, na quarta-feira, dia 21 de Novembro, às 17h, no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras.

Durante a cerimónia de entrega do prémio estará presente um representante do Ministério da Ciência, António Coutinho, director do Instituto Gulbenkian de Ciência, e Deborah Ward, responsável pelo Departamento de Angariação de Fundos do Instituto Breakthrough Breast Cancer, em Londres. Na mesma ocasião será também promovido um debate subordinado ao tema do Mecenato Científico em Portugal, no qual serão expostas as principais dificuldades e necessidades dos investigadores portugueses.

Criado para premiar os cientistas em Portugal, o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica, no valor de 20 mil euros, pretende também incentivar o desenvolvimento de investigação de excelência no nosso país.

Em 2006, o prémio distinguiu o jovem investigador Helder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, permitindo financiar um projecto de combinação de técnicas inovadoras que leva à compreensão da multiplicação celular.

Marta Bilro

Fonte: CienciaPT, Diário as Beiras, Farmacia.com.pt

Medicamentos anti-retrovirais e oncológicos dispensados gratuitamente fora das farmácias hospitalares

O Estado vai suportar as margens de lucro associadas ao armazenamento e distribuição de medicamentos oncológicos e anti-retrovirais, pelo que, estes fármacos vão continuar a ser dispensados gratuitamente fora das farmácias hospitalares. A notícia, avançada pela agência Lusa, vem rebater as afirmações feitas pela Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma) que falava num aumento do preço de base destes medicamentos.

A chamada de atenção da Apifarma lembrava que, em vez da indústria vender directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro, como tem acontecido até agora, a distribuição nas farmácias de oficina, bem como a sua dispensa nestes estabelecimentos, iria implicar a cobrança dos 27 por cento da margem de lucro e IVA.

O compromisso assumido pelo Estado parece assim ter sanado alguns pontos desta questão. De acordo com garantias dadas à agência Lusa por fonte oficial do Ministério da Saúde, o Estado vai suportar o custo adicional da distribuição nas farmácias de oficina, embora não confirme que terá de pagar os 27 por cento da margem de lucro da distribuição, uma vez que o processo ainda não foi finalizado.

“O custo adicional que o Serviço Nacional de Saúde vai assumir tem como contraponto a vantagem da promoção da acessibilidade. O que significa que o doente terá acesso a alguns medicamentos com maior comodidade, não tendo que se dirigir ao hospital para os ir buscar”, acrescentou a mesma fonte.

Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.com, o presidente da Apifarma, João Almeida, lembrou, esta terça feira, que a indústria vende directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro. “Ou as farmácias entregam os medicamentos sem essa margem ou terão que ser mais caros, porque aos 100 por cento do preço são acrescentados 27 por cento e o IVA”, argumentou.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Sol.

É a maior e mais conhecida companhia farmacêutica nacional
Grupo Bial lidera área de I&D em Portugal


É um nome incontornável quando se fala do sector farmacêutico em Portugal. Com 80 anos de actividade, soma e segue na conquista da confiança dos médicos, dos farmacêuticos e dos cidadãos, e assume-se agora, de acordo com um «ranking» do Ministério da Ciência, como o maior investidor nacional na área da investigação e do desenvolvimento no sector da Saúde, ao disponibilizar anualmente 20 por cento da sua facturação para aquele objectivo.

Com sede em São Mamede do Coronado, no concelho da Trofa, e filial em Bilbau, o Grupo Bial figura em primeiro lugar na lista elaborada pelo ministério de Mariano Gago, que dá conta das 50 empresas portuguesas que, ao longo de 2005, mais se destacaram pelo seu nível de investimento em I&D. A relação divulgada pela tutela resulta de uma auscultação feita a mais de cinco mil empresas, sendo a Bial a mais bem posicionada nesse universo, em matéria de investimento. Reagindo à notícia o Grupo Bial emitiu um comunicado em que atesta a sua aposta naquela área, que se traduz num “investimento anual de 20 por cento da sua facturação”, que segundo a empresa corresponde a uma verba de cerca de 20 milhões de euros por ano.
Na vanguarda da investigação farmacêutica em Portugal, a Bial está a desenvolver o primeiro medicamento de raiz e patente nacional, que espera poder disponibilizar para o mercado já em 2009. Trata-se de um novo anti-epiléptico que já foi registado pela Organização Mundial de Saúde como eslicarbazepina, e que está a ser alvo da atenção dos técnicos e investigadores do laboratório luso desde há 13 anos. Tendo em conta a “eficácia, boa tolerabilidade e comodidade posológica” do medicamento, a Bial salienta, em comunicado, que os ensaios clínicos entretanto realizados a este fármaco dão boas razões para acreditar no seu sucesso, e adianta que está ainda a desenvolver outros produtos farmacêuticos, designadamente nas áreas do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular e da alergologia, que a empresa elege como áreas preferenciais da sua actividade, no sentido de, a breve trecho, fornecer soluções terapêuticas para um leque variado de patologias.
Presente actualmente em cerca de três dezenas de países, de quatro continentes, o grupo farmacêutico português detém, além dos Laboratórios Bial, sucursais com as designações Medibial, Bialfar, Bialport, Bial Aristegui, Medimport e Medangol, e assume, como adianta na sua página online, em http://www.bial.com/, que hoje “assume a investigação e o desenvolvimento como áreas estratégicas para a expansão e a autonomia do grupo”. Nos seus dois centros de investigação e desenvolvimento, na Trofa e em Bilbau, trabalham hoje diversas equipas de técnicos internacionais, num total de 87 pessoas, “totalmente dedicados à procura de soluções terapêuticas que possam representar novos avanços” no tratamento de várias doenças.

Carla Teixeira
Fonte: «O Primeiro de Janeiro», site da Bial, comunicado da empresa

Portugal comercializa dois medicamentos para emagrecer que provocam problemas psiquiátricos

As conclusões de dois estudos realizados no Canadá e na Dinamarca revelaram que três medicamentos usados para emagrecer, aumentam o risco de reacções adversas do foro psiquiátrico, como a depressão e a ansiedade, sendo que o Infarmed confirmou já que dois destes medicamentos são vendidos em Portugal.

O estudo realizado no Canadá, pela Universidade de Alberta, tinha o objectivo de avaliar a eficácia a longo prazo de três medicamentos usados no tratamento da obesidade e do excesso de peso - Rimonabant, Orlistato e Sibutramina - e demonstrou que estes fármacos só permitem uma pequena perda de peso de menos de cinco quilos, provocando um aumento do risco de problemas de humor, como a depressão e a ansiedade.

O Infarmed, apesar de admitir que dois destes medicamentos estão à venda em Portugal e que eles podem realmente provocar estados depressivos e de ansiedade, considera que a questão é secundária, uma vez que "todos os efeitos secundários que tenham sido observados estão descritos nos resumos dos medicamentos", estando por isso os pacientes informados.

"Nenhum medicamento é perfeito, todos têm prós e contras. A recomendação da Infarmed é que qualquer medicamento seja tomado de acordo com aconselhamento médico", sublinha a mesma fonte.

Em relação ao outro estudo, foi realizado pelo departamento de nutrição humana da Universidade de Copenhaga e publicado na revista britânica "The Lancet", tendo revelado que o medicamento Rimonabant, também usado para a cessação tabágica, aumenta o risco de doenças psiquiátricas nos doentes.

Este estudo envolveu 4.105 pacientes, que não tinham até então tendências depressivas e demonstrou que, passado um ano, aqueles que tinham tomado o Rimonabant (20 miligramas por dia) tinham perdido uma média de 4,7 quilos mais do que os que tomaram um placebo, mas que tinham 40 por cento mais de probabilidades de sofrer de um problema psíquico grave.

Verificou-se ainda que a propensão para abandonar o tratamento por motivos de depressão nos doentes medicados, era mais de o dobro quando comparado com o risco nos doentes que tinham tomado o placebo, e que a probabilidade de desistir do medicamento por desenvolvimento de problemas de ansiedade era o triplo.

Ainda que em poucos casos, este medicamento poderá mesmo levar à ideia constante de suicídio e até ao próprio acto tentado.

Em Julho deste ano, a Agência Europeia do Medicamento decidiu manter a comercialização do Rimonabant, excluindo apenas a venda a pacientes com depressão grave e/ou em tratamento com medicamentos anti-depressivos, dado os riscos de danos psiquiátricos.

O Rimonabant está, ainda assim, disponível em países como a Áustria, Dinamarca, Alemanha, Grécia e Reino Unido.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ingleses descobrem vacina contra o cancro a partir do próprio tumor

Usar as células cancerígenas de um tumor para tratar o mesmo tumor era algo inimaginável, mas a partir de agora poderá ser uma realidade, é que um grupo de cientistas britânicos descobriu uma forma produzir uma vacina contra o cancro através deste processo.

A técnica foi descrita terça-feira no British Journal of Câncer e usa raios ultravioletas, num processo conhecido como terapia foto-dinâmica (PDT), para chegar a uma vacina personalizada em menos tempo do que se fosse produzida em laboratório.

A descoberta aconteceu quando os investigadores da British Columbia Cancer Agency, em Vancouver, Canadá, procuravam novas aplicações para a PDT.

Os raios ultra-violeta conseguem activar fármacos quando estes se encontram próximo do tecido alvo, o que permite o uso de doses mais elevadas de medicamentos sem risco de reacções tóxicas noutras partes do corpo e que mostrou estimular uma resposta imune do organismo contra o tumor.

Durante o estudo, os cientistas retiraram amostras de tecido canceroso de ratos com tumores e incidiram nelas a luz ultra-violeta. Depois, as células foram deixadas de um dia para o outro em laboratório para crescerem, sendo posteriormente re-injectadas nos ratos através de raios ultra-violeta, no dia seguinte.

Embora o mecanismo por detrás deste processo não esteja totalmente compreendido, os investigadores descobriram que o brilho da luz ultra-violeta nas células cancerosas cria uma potente vacina contra o cancro e que projectar as células através da técnica PDT produz um aumento da resposta imune nos ratos.

"Esta técnica pode significar que o tratamento é aplicado mais rapidamente e, mais importante, é produzido individualmente para cada cancro", com menos efeitos secundários para o paciente, realçou Mladen Korbelik, o investigador principal do estudo, em declarações ao jornal The Independent.


Inês de Matos

Fonte: Lusa

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Dividas dos hospitais empresa ascendem a quase 600 milhões de euros

As dívidas dos hospitais que passaram a Entidades Públicas Empresariais (EPE) mais do que duplicaram nos últimos dois anos e meio. Segundo um relatório do sector citado pela agência Lusa, a dívida total dos hospitais EPE passou de 256,7 para 597,3 milhões de euros, subindo 132 por cento desde a tomada de posse do Executivo de Sócrates, em Março de 2005.

O total as dividas ascendem já aos 597,3 milhões de euros, existindo ainda dívidas no valor de 410,5 milhões de euros a médio e longo prazo. As dividas que vão além dos 90 dias também subiram (151 por cento), de 163,5 para 410,5 milhões de euros, enquanto que as dívidas a médio e longo prazo cresceram 48,83 por cento.

A dívida total aumentou e cresceu também o número de hospitais com gestão empresarial, que em média demoram mais de um ano para pagar as contas, existindo mesmo casos de hospitais que levam três anos para efectuar o pagamento.

Analisando cada hospital, em termos de dívida global, o pior pagador é o Centro Hospitalar Lisboa Central, que engloba o Hospital dos Capuchos, São José, Santa Marta e Estefânia, com 74,7 milhões de euros, enquanto no extremo oposto está o Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira), com 877 mil euros.

No "top-3" dos piores pagadores a nível global estão ainda o Hospital de Santa Maria (Lisboa), com 59,3 milhões de euros, e o Centro Hospitalar de Setúbal, com 56,8 milhões. Por outro lado, os EPE com menor volume de dívidas são o Hospital Padre Américo-Vale do Sousa, com 928,5 mil euros, e Hospital de Santo André, com 1,2 milhões de euros.

Entre Outubro de 2006 e Setembro último, a factura total evoluiu de 418,1 para 597 milhões de euros, numa relação entre o primeiro e o último mês de um crescimento de 42,85 por cento. O volume máximo da divida foi atingido em Setembro, com um valor de 597,3 milhões de euros, enquanto o mais baixo é de Dezembro (394 milhões).

Na dívida total, o único decréscimo numa leitura comparativa a nível mensal aconteceu em Dezembro, referente a menos 9,12 por cento, enquanto as maiores taxas de crescimento registam-se em Março, com 17,48 por cento.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ansiedade materna pode prejudicar parto do primeiro filho

Gestante mais nervosa, parto mais doloroso ... diz estudo norte-americano

É natural que o nascimento do primeiro esteja envolto de grande ansiedade, especialmente, para a futura mãe. Todavia, à luz de uma investigação conduzida por investigadores norte-americanos da Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, este estado pode interferir no desempenho na hora do parto.

De acordo com os resultados do estudo publicado no «Journal of Obstetric, Gynecology, & Neonatal Nursing», durante o acompanhamento das grávidas os investigadores observaram que, o principal factor que interferia no desempenho tranquilo do parto, era a ansiedade.

“Quando uma gestante estava muito ansiosa no final da gravidez, o parto tornava-se mais doloroso. Para além desde facto, verificámos que, normalmente, estas mulheres procuravam os serviços de maternidade em momentos muito precoces, ou seja, ainda com pouca dilatação”, revelaram os investigadores.

Facto contrário observado pela equipa da Califórnia diz respeito às futuras mães que se demonstraram mais calmas e seguras, “permaneciam um período maior em casa, antes de procurar assistência hospitalar e eram atendidas com uma dilatação maior e um trabalho de parto mais adiantado”, relataram.

Perante estes resultados, os autores do estudo consideram que a ansiedade “é um importante factor a ser trabalhado durante a gravidez, em especial entre as mulheres que estão na primeira gestação”, salientando que este “é um passo essencial para que haja um bom desempenho durante o parto e uma experiência tranquila com o nascimento do primeiro filho.”

Segundo explicaram os cientistas, “foram acompanhadas, até ao último trimestre da gestação, mulheres na primeira gravidez. O intuito era verificar quais os factores associados à dor no período pré-hospitalização para o parto, às condições em que essas mulheres chegavam ao hospital para ter os seus bebés e quais as estratégias de intervenção aplicadas a essas gestantes.”

Todas as participantes tinham idades entre 18 e 40 anos e estavam com 38 semanas ou mais de gravidez, sem qualquer complicação. Além disso, possuíam um marido ou parceiro estável e participaram dos programas de educação pré-natal.

O farmacia.com.pt falou com uma grávida, na primeira gestação, que tem o seu parto agendado para este dia 16 de Novembro. Patrícia Afonso demonstrou-se possuidora daquilo que preferiu chamar "uma tranquilidade sob algum exercício de controlo", alegando considerar "fundamental passar isso para o bebé (não só agora, mas durante toda a gravidez) e tentarei passar, amanhã, também, para a equipa médica que me vai assistir na esperança de que ajude o trabalho de parto."

No entanto, embora confiante, esta futura mamã não escondeu que mantém alguma ansiedade: "Encaro tudo com muita naturalidade e serenidade, mas confesso que estou algo apreensiva quanto ao tipo de parto. Vai ser provocado porque já passaram as 40 semanas, e está previsto ser normal mas, tudo pode acontecer, além de que, tudo será novidade para mim", confidenciou.

Raquel Pacheco

Fonte: Journal of Obstetric, Gynecology, & Neonatal Nursing/contacto telefónico

Especialistas europeus debatem hipnose em Coimbra

No âmbito do I Simpósio Ibérico sobre Hipnose Experimental e Clínica, vários especialistas europeus ligados à área vão estar, em Portugal, nos próximos dias 29 e 30.

Promover a técnica da hipnose através da difusão das bases científicas entre a classe médica e o público em geral é o objectivo do encontro que decorrerá na Universidade de Coimbra (UC).

Segundo avança o «Diários das Beiras», a missão de vários especialistas europeus - que a iniciativa trará a Portugal - incidirá na “divulgação científica a fim de estabelecer princípios para futuras realizações desta técnica ao nível da investigação como ao nível de encontros científicos.”

De acordo com o jornal, o primeiro dia (29) é dedicado a conferências com diversas intervenções de especialistas e, o segundo dia (30), estará orientado para workshops e uma mesa redonda para debater o tema «O presente e o futuro da Hipnose na Europa e Península Ibérica em particular».

O simpósio resulta de uma colaboração conjunta entre o Research Group on Psycological, Placebo, Hypnosis and Psycopepharmacs, do Centro de Psicopedagogia da UC.

Terapia ajuda Cólon Irritável

Recorde-se que, este mês, o farmacia.com.pt divulgou um estudo britânico que indicava a aposta de cientistas em técnicas de relaxamento como terapia da Síndrome do Cólon Irritável. Os investigadores da universidade King´s College London acreditam que a terapia por hipnose pode ser útil na conexão entre o cérebro e o intestino.

Raquel Pacheco

Fontes: Diário das Beiras/farmacia.com.pt

Medicamento para a leucemia falsificado no Brasil

A polícia brasileira accionou, esta semana, em vários bairros do Rio de Janeiro, 11 mandados de busca e apreensão por falsificações do medicamento Glivec (mesilato de imatinib) produzido pelo laboratório Novartis.

De acordo com a denúncia feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Lote Z0047 do Glivec teria sido adulterado por laboratórios clandestinos, “que trocaram o medicamento por uma substância do tipo placebo (sem qualquer influência no organismo).”

Notificado pela Anvisa, a farmacêutica Novartis foi obrigada a recolher todos os produtos do lote no país. A agência brasileira recomendou ainda aos utilizadores do fármaco que, “em caso de suspeita de uso do lote falsificado, procurem imediatamente um médico para fazer uma reavaliação do quadro clínico, e entrem em contato com o Serviço de Informação ao Cliente do laboratório Novartis.”

A adulteração de medicamentos é considerada um crime hediondo contra a Saúde Pública. O Glivec é usado por doentes com leucemia, um tipo de cancro no sangue que, se não for tratado, pode levar à morte.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil

AstraZeneca em maus lençóis

Performance da empresa deverá ser a pior do sector nos próximos oito anos

A farmacêutica AstraZeneca enfrenta problemas graves, sendo que, ao longo dos próximos oito anos a performance da empresa deverá destacar-se como “a pior em todo o sector”, afirma um relatório da Dresdner Kleinwort.

As estimativas dos analistas indicam que, entre a actualidade e o ano de 2015, o laboratório deverá sofrer resultados negativos acentuados, com as vendas a atingirem um tecto máximo de subida inferior a 1 por cento, na melhor das hipóteses, podendo mesmo assistir a uma quebra de 3 por cento nas vendas de acordo com o panorama mais pessimista.

“Do nosso ponto de vista, o pior cenário possível não é animador, mas deve ser seriamente tido em consideração… [uma vez que tem] uma probabilidade de 50 por cento de acontecer”, escreveram os analistas no relatório divulgado no inicio desta semana.

Em declarações ao portal Outsourcing-Pharma.com a AstraZeneca escusou-se a comentar o relatório, dizendo apenas que “os analistas têm direito à sua opinião e vamos ter que esperar para ver”.

Os analistas dizem ter baseado as suas estimativas no risco eminente que paira sobre os três fármacos mais importantes da AstraZeneca, que em breve ficarão sujeitos à concorrência dos genéricos, uma situação motivada pela perda da protecção de oito patentes, ao longo dos próximos oito anos, de medicamentos de marca que actualmente representam 60 por cento das vendas da empresa.

“O cenário mais positivo assume que oito produtos estejam protegidos pela patente até 2015. O pior cenário prevê que as versões genéricas do Nexium (Esomeprazol) e do Seroquel (Quetiapina) possam surgir em 2008 e do Crestor (Rosuvastatina) em 2009”, referem os analistas.

O estudo manifesta também preocupação com o facto da AstraZeneca ter apenas oito produtos significativos em desenvolvimento, com lançamento previsto a partir de 2009. Entre estes, apenas metade foram considerados adequados pelos analistas para inclusão nas suas previsões financeiras.

Para além disto, o pior cenário traçado pelo relatório da Dresdner Kleinwort sugere também que um dos novos produtos da AstraZeneca, a Saxagliptina, pode não conseguir obter autorização de comercialização devido a falhas nos critérios de segurança. O produto não foi, por isso, tido em conta nas previsões de vendas dos analistas.

A Saxagliptina, que está a ser desenvolvida em conjunto com a Brystol-Myers Squibb, destina-se ao tratamento da diabetes tipo II e deverá estar pronta para ser lançada em 2009. No entanto, o Galvus (Vildagliptina), um inibidor da dipeptidil peptidase 4 rival, desenvolvido pela Novartis, revelou problemas de segurança para o fígado quando administrado em doses elevadas. Estes resultados podem representar uma ameaça para o medicamento da AstraZeneca devido à “extrema semelhança” entre os produtos.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com, Outsourcing-Pharma.com, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Nova lei aumenta procura de consultas de cessação tabágica

Está a aumentar a procura de consultas de desabituação tabágica, uma tendência acentuada depois da aprovação da nova lei do tabaco, que deverá entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008. Conforme afirmou Luís Rebelo, presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, em declarações ao Diário de Notícias, desde que as novas directrizes legais foram aprovadas, em Junho, “o número de pessoas a procurar as consultas duplicou”.

Para o responsável, os números indicam que “as pessoas se estão a habituar à lei”, tomando consciência de que “vão surgir limitações ao fumo no trabalho e nos restaurantes”. Por outro lado, há ainda os casos de pessoas para as quais o abandono do vício é uma necessidade evidente, referiu Luís Rebelo. “Temos uma professora que se sentia incapaz de dar aulas porque fumava três maços por dia”, exemplificou, salientando que “apenas 5% a 10% dos dois milhões de fumadores conseguem abandonar os cigarros sem ajuda de um médico, medicamentos ou a sua combinação”.

"Dos 90% de fumadores que restam, 20% (360 mil) estão preparados para deixar de fumar, desde que tenham condições, ou seja, medicamentos, consultas ou terapias”, acrescentou.

De acordo com a nova lei, cada centro de saúde e hospital deverá disponibilizar uma consulta anti-tabágica, no entanto, actualmente existem apenas 147 consultas no país. Os dados da Direcção-Geral da Saúde apontam para a existência de 187 consultas, sendo que a soma inclui as que ainda vão abrir no Norte.

Apesar do aumento da procura, a cobertura ainda está "longe de ser suficiente, frisou Luís Rebelo. A região de Lisboa conta com 28 consultas, o Algarve com duas e o Alentejo com quatro. Na zona Centro do país contabilizam-se um total de 43 consultas.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Fábrica de Conteúdos, Diário Digital.

Investigadora portuguesa torna-se primeira galardoada ibérica com o Prémio europeu Eppendorf

A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou hoje que, na próxima quinta-feira, a investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias receberá o prémio europeu Eppendorf pelos seus estudos na área da multiplicação das células, tornando-se a primeira cientista da Península Ibérica a receber o galardão.

O Premio Eppendorf foi criado em 1995 e é atribuído anualmente a jovens cientistas europeus, com menos de 35 anos, como reconhecimento pelas suas investigações na área da biomedicina. A cerimónia de entrega do prémio vai decorrer na feira "Medica" de Dusseldorf, na Alemanha.

A investigadora demonstrou-se surpresa com a notícia, frisando que "na lista de vencedores anteriores estão nomes muito importantes" e que por isso nunca pensou ser escolhida.

A investigadora manifestou-se contente, não só pelo reconhecimento do seu trabalho, dos seus colegas e do Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), mas também pela oportunidade de dar visibilidade internacional à ciência portuguesa.

"Hoje já se pode fazer muito boa ciência em Portugal" e este prémio vai contribuir para isso, considerou a cientista, que começou a estudar a multiplicação das células - um processo alterado nos tumores - como Investigadora Associada na Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde esteve cinco anos. Em Outubro de 2006, Mónica Bettencourt Dias iniciou o seu laboratório no IGC, onde tem desenvolvido o seu trabalho.

Desde o inicio do seu trabalho, a cientista portuguesa já identificou várias moléculas envolvidas na multiplicação das células, e desvendou alguns dos segredos do centrossoma, uma estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que está frequentemente alterada no cancro.

Estas descobertas, que poderão levar a novos métodos de diagnóstico e de ataque no combate ao cancro, mereceram publicação nas mais conceituadas revistas internacionais da especialidade, como a "Nature", a "Science" e a "Current Biology".

As investigações em concurso são julgadas por um comité científico composto por quatro peritos na área e presidido pelo Director do Max Planck Institute for Molecular Cell Biology and Genetics, de Dresden (Alemanha). Entre os critérios de avaliação foram tidos em conta a criatividade, o trabalho apresentado, o significado dos resultados para a medicina e o significado dos trabalhos em relação à idade do candidato.

Mónica Bettencourt Dias havia sido recentemente distinguida com o prémio Pfizer de investigação básica 2007, que recebeu juntamente com Ana Rodrigues Martins.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ômega 3 previne Alzheimer

Estudo indica que alimentação rica em ácido gordo, vegetais, frutas e peixes diminuiu risco de doenças neurodegenerativas

Uma dieta rica em ômega 3 pode reduzir o risco de Alzheimer e outras doenças degenerativas. A conclusão saiu de um estudo publicado pela revista da Academia Americana de Neurologia - «Neurology».

Intitulado «Pascale Barberger-Gateau», o estudo centrou-se na análise dos hábitos alimentares de mais de 8 mil homens e mulheres com mais de 65 anos nas cidades francesas de Montpellier, Dijon e Bordeaux ao longo de 4 anos.

De acordo com os investigadores, no início do estudo, “nenhum dos entrevistados apresentava sinais de problemas neurológicos” mas no fim da pesquisa - revelaram - “183 participantes desenvolveram Alzheimer e 98 tinham outros tipos de demência.”

Perante estes resultados, os investigadores concluíram que: “as pessoas que consumiam regularmente óleos ricos em ômega 3 - como óleo de canola (sementes de flor amarela), óleo de linhaça (sementes de linho) e óleo de nozes - reduziam em 60% o risco de contrair a doença, comparativamente, com as que não ingeriam esses óleos.”

A equipa francesa constatou, ainda, que “os participantes que tinham uma dieta rica em frutas e vegetais reduziram também o risco de apresentar demência em 30% em relação àqueles com uma dieta menos saudável.”

Outro factor importante destacado pelos investigadores refere-se ao consumo de peixe: “O consumo, uma vez por semana, diminuiu o risco de demência em 40% e de Alzheimer em 35%”, frisaram, ressalvando que o facto foi observado apenas em participantes que não tinham uma predisposição genética às doenças.

Segundo destacou um dos autores do estudo, estes resultados assumem “uma importância considerável”, uma vez que, “a maioria das pessoas não têm o gene ApoE4 (que aumenta o risco de Alzheimer), argumentou, advogando a necessidade de aprofundar a investigação “para que se identifique a quantidade e a combinação ideais de nutrientes antes de implementar recomendações nutricionais."

Os dados ventilados pela Associação Portuguesa de Familiares e Amigos da Doença de Alzheimer (APFADA) indicam que, em Portugal, o cenário é preocupante: estima-se que, a doença afecte mais de 70 mil pessoas. Um número que, segundo a associação, agravar-se-á, sustentando que, "as pessoas vivem mais e, por isso, crescem as probabilidades de a patologia se desenvolver."

Esta doença degenerativa atinge, principalmente, idosos. Caracteriza-se pela morte das células cerebrais e consequente atrofia do cérebro, progressiva e irreversível.

Raquel Pacheco

Fontes: Medscape/ Fox News