segunda-feira, 2 de julho de 2007

Listeriose motiva projecto de sensibilização

“Listeriose: informar para prevenir” é o nome de um projecto que está a ser desenvolvido pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa integrado no âmbito do Programa Saúde XXI. O principal objectivo desta iniciativa é a sensibilização dos profissionais de saúde para a necessidade de informação, prevenção, diagnóstico e registo de casos de Listeriose.

O projecto, que deverá ser elaborado ao longo de várias etapas, vai começar com uma recolha de informação, essencial para dar início à pesquisa. Através de um questionário electrónico serão recolhidas informações de gestantes no último trimestre de gravidez e de mães cujos recém-nascidos tenham, no máximo, três meses de idade.

Depois de recolhido, o material será utilizado para produzir textos de apoio para a prevenção e diagnóstico da doença junto dos profissionais de saúde, assim como de materiais para a sensibilização e informação dos consumidores acerca da Listeria monocitogenes e da Listeriose, dando especial atenção aos indivíduos pertencentes a grupos de risco.

A listeriose é uma doença causada pela Listeria monocitogenes e dá lugar a uma sintomatologia diferente conforme o local onde se verifique a infecção e a idade da pessoa afectada. Os recém-nascidos encontram-se no grupo dos mais susceptíveis à doença, sendo que podem contraí-la a partir da mãe, antes ou durante o parto, ou depois do nascimento na maternidade.

Embora a listeriose possa provocar sintomas semelhantes aos da gripe, como a febre e cefaleia, pode também originar náuseas e vómitos com ausência de sintomas na mãe, revelando-se mortal para um feto ou um bebé.

“O líquido amniótico pode infectar-se e é frequente que se produzam nascimentos prematuros, que o bebé nasça morto ou que se desenvolva uma infecção no fluxo sanguíneo do recém-nascido”, explica o Manual Merck. Os sintomas podem começar algumas horas ou dias depois do nascimento ou então depois de várias semanas. O tratamento inclui a administração de antibióticos, como é o caso da ampicilina e da gentamicina.

Para que seja evitada a listeriose nos bebés, a grávida deve recusar produtos lácteos não pasteurizados ou legumes crus que tenham sido adubados com esterco de gado bovino ou ovino, uma vez que estes produtos podem estar contaminados com bactérias do tipo Listeria.

Em 1998, a bactéria surgiu, em Portugal, em alguns queijos frescos, mas a sua rápida detecção evitou o aparecimento da doença em humanos. Dois anos mais tarde a listeriose voltou a aparecer em França, onde causou a morte de sete pessoas. Por norma, a bactéria é destruída pelo sistema imunitário, não causando problemas de maior em pessoas cujo sistema imunitário não se encontre debilitado.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Público, Manual Merck, Aidsportugal.com

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