segunda-feira, 2 de julho de 2007

Medicamentos causam 28% das intoxicações

No Brasil, 28% das intoxicações que ocorreram, nos últimos dez anos, foram causadas por medicamentos, revelou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


O estudo foi feito pelo governo e permitiu concluir que esta taxa poderia ser menor “caso a compra de fármacos fraccionados aumentasse”. O relatório realça que, este tipo de medicamento, “além de reduzir os custos para a população, evita o armazenamento de medicação em casa.”

No Brasil, apenas 13 laboratórios produzem 135 medicamentos fraccionados - e segundo já noticiou o Farmacia.com.pt – a venda é permitida desde 2005, sendo que, em Portugal é uma medida não aplicada.


Em Portugal

De acordo com os dados do último relatório, - divulgado, em 2006, no Congresso Internacional de Farmacoepidemiologia e Gestão e Risco – todos os dias, pelo menos, oito pessoas são internadas nos hospitais portugueses por intoxicação com medicamentos - automedicação, tomas erradas ou por tentativas de suicídio.

Os antidepressivos e tranquilizantes são os remédios mais comuns nestes casos - originam 70 por cento dos internamentos -, logo seguidos pelos analgésicos, antipiréticos e anti-reumáticos.


Contrafacção espoleta sobredosagem

O fenómeno da contrafacção de medicamentos e do consumo fora do controlo médico também não é novo. O aumento do número de mortes por sobredosagem de medicamentos sujeitos a receita médica faz prova dos "graves riscos para a saúde" que estes abusos acarretam.

O alerta foi lançado, no início deste ano, aquando a apresentação do relatório anual do Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE), das Nações Unidas: “Os medicamentos contrafeitos são já considerados um caso de perigo real. Nos países em desenvolvimento, representam 25 a 50 por cento dos produtos em circulação.”

De acordo com um estudo feito pelo OICE, 88 por cento dos medicamentos vendidos pela Internet são importados ilegalmente.

Deste modo, a Internet é apontada como um mercado global de droga. Não só pela venda de substâncias ilícitas, mas também, pelo facto de haver sites onde os consumidores podem ir buscar receitas e criar as suas drogas caseiras.

Em Portugal, a lei não permite ainda farmácias online, mas há países onde estas foram autorizadas para aumentar o acesso ao medicamento. Contudo, o relatório cita um estudo recente e refere que, das 187 farmácias virtuais analisadas, 89% não exigem receita médica, mas vendem psicotrópicos, opióides e estimulantes em grandes quantidades.

Por isso, o organismo das Nações Unidas pede aos estados que apertem o cerco a esta realidade.

Raquel Pacheco

Fonte: Health Care Brazil/OICE/ANF/Infarmed

2 comentários:

ptcp disse...

Artigo pertinente mas parece-nos que não compreendeu o conceito de "medicamento fraccionado".
Escreveu: "O estudo foi feito pelo governo e permitiu concluir que esta taxa poderia ser menor “caso a compra de fármacos fraccionados aumentasse”. O relatório realça que, este tipo de medicamento, “além de reduzir os custos para a população, evita o armazenamento de medicação em casa.”".

"Medicamento fraccionado" é um termo brasileiro que em português é referido como "medicamento em unidose". Trata-se de uma forma de dispensa de medicamentos e não de um tipo de medicamento. Este sistema de dispensa de medicamentos implica a dispensa de fármacos apenas na quantidade necessária ao tratamento do doente e não em quantidades embaladas industrialmente.

O termo "remédios" não se aplica num contexto de rigor científico, como é o farmacia.com.pt. Utilize o termo "medicamentos" ou "fármacos", por exemplo.

RP disse...

Compreendi sim o conceito claramente!
Assim como compreendo que a forma como o parágrafo está estruturado pode induzir a essa dúvida.

O uso do termo remédios não foi intencional. Não aprecio sequer o termo. Neste caso escapou-me...