sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares
VI Congresso Nacional da APFH em Novembro


Está agendado para os dias 20, 21, 22 e 23 de Novembro, no Europarque de Santa Maria da Feira, o Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares, que nesta sexta edição terá como tema central das várias sessões de trabalho «A política do medicamento hospitalar». A mais de dois meses do evento, o farmacia.com.pt revela o programa provisório e informa que, até ao próximo dia 26, está em marcha o prazo para a apresentação dos resumos dos trabalhos, para avaliação pela comissão científica.

Os elementos daquela comissão deverão ler e pontuar, com classificações de zero a 25 pontos, os resumos dos trabalhos apresentados, cabendo ainda àquele orgão, num momento posterior, a decisão quanto à forma de apresentação dos mesmos, que poderá ser feita oralmente ou sob a forma de poster. Apenas serão aceites os trabalhos que forem valorados com notas acima dos 11 pontos, sendo que em cada uma das categorias os resumos aceites concorrerão automaticamente ao prémio de melhor comunicação, respectivamente nas vertentes oral e poster.
Segundo apurou o farmacia.com.pt junto da organização do evento, os trabalhos a submeter ao Congresso da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares 2007 deverão ser enviados, até ao próximo dia 26 (data-limite para o carimbo dos Correios), acompanhados de três cópias do trabalho em papel e uma em formato electrónico (Microsoft Word), bem como a indicação do autor do trabalho, morada e contacto telefónico, para a seguinte morada:

VI Congresso Nacional da APFH
Sede Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares
Edifício Tricana, Rua Padre Estevão Cabral, nº 120, 1º, sala 108
3000-316 Coimbra.

No que respeita ao programa do congresso, cuja versão provisória a APFH acaba de divulgar, estão previstas, no arranque dos trabalhos, as intervenções de Odete Isabel e Rui Ivo Santos, respectivamente presidentes das comissões organizadora e científica. O dia 20 de Novembro será integralmente dedicado à realização de workshops com os temas «Que caminhos para a investigação clínica?», «Manipular em segurança» e «Projectar um serviço por objectivos». No dia seguinte tem início a apresentação das comunicações livres, e pelas 10h30 deverá ter lugar a primeira sessão plenária, subordinada à temática «O medicamento nos sistemas de saúde». Seguem-se dois simpósios e uma segunda sessão plenária, dedicada ao «Erro em Saúde: a perspectiva». Só depois, por volta das 17h30, se realizará a sessão de abertura do vento, onde se dissertará sobre os «Caminhos para o Serviço Nacional de Saúde».
A agenda de trabalhos prossegue no dia seguinte, com novas comunicações livres, seguindo-se dois novos simpósios e duas sessões plenárias sobre «Boas práticas na Farmácia Hospitalar» e «Liberalizar ou normalizar o medicamento». No dia 23 terão lugar novas reuniões plenárias, sobre o papel das «Autoridades reguladoras na implementação de uma política de medicamentos» e sobre «Os medicamentos do século XXI», que encerra o quarto dia da jornada de reflexão. Mais informações disponíveis no site da Associação Portuguesa dos Farmacêuticos Hospitalares, em www.apfh.pt.

Carla Teixeira
Fonte: APFH

Estudo reafirma segurança do aspartame

Um novo relatório alivia as suspeitas que recaíam sobre a insegurança da utilização do aspartame, um edulcorante artificial de baixo valor energético. De acordo com os novos dados, publicados na edição de Setembro da “Critical Reviews in Toxicology”, “não há provas credíveis” de que o adoçante é inseguro.

Uma equipa de oito cientistas analisou, durante 11 meses, mais de 500 estudos já realizados acerca do aspartame, que é utilizado desde 1981 e se encontra presente em perto de 500 produtos farmacêuticos.

“Estudos científicos controlados confirmam a segurança do aspartame e não revelam uma relação credível entre a ingestão de aspartame em níveis consumidos por seres humanos e problemas relacionados ao sistema nervoso e ao comportamento, nem quaisquer outros sintomas ou doenças”, referem os investigadores, acrescentando que “não há provas credíveis de que o aspartame seja um carcinogénio”. Esta conclusão vai ao encontro da posição oficial tomada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que defende que “o aspartame é seguro enquanto adoçante”.

A investigação, que recorreu à revisão de estudos com mais de 25 anos, incluindo trabalhos não publicados e submetidos à avaliação da FDA, analisou indivíduos que sofriam de Parkinson, diabetes, alergias, depressão, e algumas crianças, incluindo as que sofriam de hiperactividade ou relatavam sensibilidade ao açúcar. O painel de cientistas analisou também os níveis de consumos de aspartame.

A pesquisa revelou que a média de consumo diário de aspartame se situava nos 4,9mg/kg, o que significa que, mesmo entre os indivíduos que mais utilizavam a substância, o consumo do adoçante ficou muito abaixo dos níveis estabelecidos para a dose diária aceitável estabelecida pela FDA e pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (entre 50 e 40mg/kg por dia).

“O consumo situa-se abaixo dos níveis de ingestão diária recomendados, mesmo entre as populações que mais ingerem a substância. Não foram encontradas provas credíveis de que o aspartame é carcinogénio, neutoróxico, ou que possuí quaisquer outros efeitos adversos para a saúde mesmo quando consumido em níveis muito acima dos estabelecidos para o consumo diário”, refere o relatório.

A segurança do adoçante tem sido posta em causa em várias ocasiões. Um estudo publicado em Junho indicava que o consumo de aspartame em ratos provocava riscos acrescidos de desenvolver leucemia, linfomas e cancro da mama. Na altura, a FDA mostrou-se interessada em rever essa investigação mas, baseando-se em trabalhos anteriores que apoiavam a segurança da substância, não encontrou motivos para alterar a sua posição acerca do adoçante.

Marta Bilro

Fonte: US-Pharmacologist.com, Farmacia.com.pt.

Violação das especificações para o tricloroaminoplatinato
Recolha voluntária do Cisplatina Teva


Estudos de estabilidade que ao fim de 18 meses revelaram resultados dissonantes das especificações para o produto de degradação TCAP (tricloroaminoplatinato) estiveram na origem da decisão da Teva Pharma de recolher voluntariamente do lote nº 06E29OB, com validade até Maio de 2009, do medicamento Cisplatina Teva 1 mg/ml solução injectável, na apresentação de 10 ml.

De acordo com o exposto numa circular informativa com carácter “muito urgente” que foi enviada pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) às administrações regionais de Saúde, aos centros de saúde, aos grossistas, hospitais, organizações nacionais e sub-regiões e à Região Autónoma da Madeira, “em virtude de ter detectado, durante o programa de estudos de estabilidade, que aos 18 meses aquele medicamento apresentou resultados fora das especificações para o produto de degradação TCAP (tricloroaminoplatinato), a Teva Pharma – Produtos Farmacêuticos Lda. está a proceder à recolha voluntária daquele lote, com registo nº 2664183, pelo que o Infarmed ordena a suspensão imediata da sua utilização e comercialização. A nota da entidade reguladora vem assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do Conselho Directivo do Infarmed.
A cisplatina (ou cis-diaminodicloroplatina) foi sintetizada em 1844 por Michel Peyrone, e por isso acabou por ser baptizada com a designação de cloreto de Peyrone. É um agente antineoplásico citotóxico relacionado com os alquilantes e desempenha um papel importante no tratamento de diversas neoplasias. Composto inorgânico de coordenação planar, tem um átomo central de platina rodeado por dois átomos de cloro e dois grupos amónia.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Wikipédia
Características organolépticas violam especificações
Infarmed ordena recolha de lotes do Elocom


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha de todas as embalagens dos lotes n.º 06NGFA12 e n.º 6NGFA55001, com prazo de validade até Junho de 2008, do medicamento Elocom (mometasona, furoato) creme 1mg/g, com registo de AIM n.º 9789917, que tem como titular a companhia farmacêutica Schering-Plough Farma Lda.

Na base da decisão da entidade reguladora do sector em Portugal está a detecção, por análise laboratorial realizada pelo próprio Infarmed, de uma situação de inconformidade das características organolépticas do produto com as especificações legais em vigor no nosso país no que respeita à consistência do creme, que apresenta grânulos e grumos. De acordo com a nota emitida pelo Infarmed, aquele defeito de qualidade não apresenta qualquer risco para a saúde dos utilizadores daqueles lotes do fármaco, uma vez que a eficácia e a segurança do Elocom não foram afectadas. O Elocom é corticosteróide de aplicação tópica usado no tratamento de afecções cutâneas, e está sujeito a receita médica.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Prontuário Terapêutico
Recolha voluntária do medicamento teve lugar em Fevereiro
Seis lotes de Cêgripe reintroduzidos no mercado


Seis lotes do medicamento Cêgripe, desenvolvido e comercializado pela Janssen-Cilag Farmacêutica, receberam autorização da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde para serem reintroduzidos no circuito de distribuição nacional. O fármaco tinha sido recolhido em Fevereiro, depois de terem sido detectadas imprecisões na redacção do folheto informativo incluso, mas em Julho, tal como o farmacia.com.pt noticiou, tinham já sido reintroduzidos dois lotes, com prazo de validade até Novembro de 2009.

Num comunicado com carácter “urgente” do Conselho Directivo do Infarmed, assinado pelo seu vice-presidente Hélder Mota Filipe e com conhecimento do Departamento de Inspecção da entidade reguladora, informa-se agora que são reintroduzidos no mercado farmacêutico português mais seis lotes do medicamento (n.º 06KQ139, nº 06KQ135, n.º 06KQ134 e n.º 06KQ137, todos com validade até Novembro de 2009, e nº 06JQ169 e nº 06JQ170, com validade até Outubro do mesmo ano). Na origem da decisão do Infarmed que autoriza a comercialização daqueles lotes do Cêgripe está o facto de no final do mês de Julho ter sido enviado à entidade reguladora o relatório de reprocessamento das embalagens recolhidas referentes àqueles lotes, referente à substituição do folheto informativo e do acondicionamento secundário.
A conformidade do novo folheto com a legislação aplicável em Portugal foi atestada pela Direcção Técnica da Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica SA. Mais se informa, na nota agora divulgada, que as embalagens reprocessadas são identificadas pela adição da letra A ao código inicial do lote, por razões de rastreabilidade em relação aos lotes iniciais, sendo os lotes a repor nas farmácias portuguesas identificados como n.º 06KQ139A, n.º 06KQ135A, n.º 06KQ134A, n.º 06KQ137A (válidos até Novembro de 2009), n.º 06JQ170A e n.º 06JQ169A (com prazo de validade até Outubro daquele ano).

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, farmacia.com.pt

Descoberto mecanismo responsável pela perda de memória nos idosos

Investigadores espanhóis do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) descobriram um mecanismo que poderá estar na origem da lenta perda de memória e da capacidade de aprendizagem, que normalmente acompanham a velhice. O estudo incidiu no factor de crescimento IGF1, e apoia possíveis terapias, baseadas nesta proteína, para atenuar ou prevenir alguns dos sintomas neurológicos próprios da idade avançada.

Nesta investigação, publicada na recente edição da “Molecular Psychiatry”, os cientistas, através da utilização de ratos, relacionaram a aparição da habitual perda cognitiva que acompanha a velhice, em particular a diminuição da capacidade de orientação no espaço, a um deficit do factor de crescimento IGF1, no sangue. Este componente é uma proteína, que se associa essencialmente à hormona de crescimento (HC), e que é segregada, na sua maior parte, pelo fígado.

Este estudo baseou-se numa tarefa que punha à prova a capacidade de orientação dos animais. Estes foram colocados num labirinto com pistas para serem memorizadas para depois encontrar a saída. Os ratos adultos com deficit de IGF1 tinham mais dificuldades na altura de aprender as sinais para sair.

Na sequência desta experiência, os autores observaram que os animais com deficit de IGF1 apresentavam alterações na potenciação, a longo prazo, do hipocampo, a área do cérebro associada à capacidade de recordar. Com base nesta descoberta, a equipa de investigadores conseguiu atenuar estas deficiências nos animais, mediante a administração sistémica do referido factor de crescimento.

Segundo explica um dos investigadores, José Luis Trejo, as alterações observadas no hipocampo estão associadas a uma redução das sinapses (conexões entre os neurónios e com as restantes células) glutamatérgicas, que são responsáveis pela transmissão da informação. Esta diminuição gera um desequilíbrio sináptico nesta área do cérebro, uma vez que a proporção de sinapses gabaérgicas, o outro grande grupo de conexões no hipocampo, se encontrava nos níveis habituais.

Os investigadores concluiram que a acção do IGF1 sanguíneo, ao penetrar no cérebro, medeia a potenciação sináptica dos circuitos do hipocampo e, desta forma, tem influência na aprendizagem e na memória. Se os níveis de IGF1 no sangue forem baixos, a transmissão da informação nesta zona do cérebro encontra-se desequilibrada.

Isabel Marques

Fontes: AZPrensa, www.csic.es

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Farmacêutica Apsen é eleita melhor local de trabalho para jovens

A Apsen, empresa do sector farmacêutico, foi agraciada com o prémio “Gestão do Bem” por se ter distinguido como o melhor local de trabalho para os jovens. A consultora “Great Place to Work” coloca a farmacêutica no topo da lista das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil.

Para Floriano Serra, director de recursos humanos da Apsen, o segredo para o sucesso reside no modelo de gestão da empresa, baseado na liberdade e no respeito a todos os colaboradores, características que atraíram os jovens. De acordo com o responsável, manter um bom relacionamento com os colegas é um factor importante entre os profissionais da empresa, na qual 25 por cento dos gerentes têm idades entre os 25 e os 30 anos.

“Temos coragem de demitir quem não se sabe relacionar com os outros, (…) mesmo que esse alguém seja um técnico muito competente”, afirmou Serra.

Os programas da empresa direccionados para os estagiários são outra mais-valia na Apsen que a análise da empresa de consultadoria fez questão de destacar.

Numa empresa que mantém os funcionários satisfeitos todos saem a ganhar. O modelo de gestão tem também trazido bons resultados para a Apsen, que foi eleita a 10ª melhor para se trabalhar na listagem geral da “Great Place to Work”.

A Apsen é o 25º maior laboratório farmacêutico do Brasil, com uma facturação anual que ronda os 95 milhões de euros (250 milhões de reais), 700 funcionários e um crescimento anual de 20 por cento, referiu Serra.

Marta Bilro

Fonte: Globo Online.

Grupo Farmasierra estabelece-se em Portugal

O Grupo Farmasierra, companhia farmacêutica espanhola especializada no desenvolvimento, fabrico, distribuição e comercialização de medicamentos, complementos alimentares e cosméticos estabelece-se em Portugal constituindo a companhia denominada Laboratório Farmasierra Portugal, Lda.

A criação desta companhia em Portugal é o primeiro passo para o desenvolvimento de um grupo farmacêutico, que tem como objectivo competir a nível internacional. Segundo o presidente da Farmasierra, o Dr. Tomás Olleros, a companhia pretende ser um laboratório de referência em Portugal, baseando a sua actividade no intercâmbio tecnológico e na sinergia comercial entre os dois países, de modo a que o plano de internacionalização da companhia seja lançado.

O Grupo Farmasierra realizou as primeiras transformações em Portugal com o objectivo de criar a sua própria infra-estrutura, e assim facilitar o seu crescimento, tendo sempre em vista o dinamismo e o compromisso com a excelência no desenvolvimento de produtos farmacêuticos de confiança. Luís M. Mateus, gerente do Laboratório Farmasierra Portugal, Lda. e membro do Comité Directivo do Grupo Farmasierra, desenvolverá a actividade em Portugal, contribuindo igualmente para a expansão internacional do grupo.

Em Espanha, a Farmasierra conta com duas estruturas de produção com uma capacidade de 70 milhões de unidades terminadas, armazéns de distribuição e um vasto portfólio de produtos. Nos últimos anos, o grupo tem empreendido um plano de transformações ambicioso na área de Investigação e Desenvolvimento, no aumento da capacidade produtiva e no lançamento contínuo de novos produtos.

Desde a sua formação, em 1996, o aumento da actividade nas áreas de produção e desenvolvimento tecnológico têm levado o grupo a participar frequentemente em projectos de colaboração com companhias farmacêuticas dos Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Alemanha, Itália e Espanha.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.accesomedia.com

ANF admite participação de não farmacêuticos

Tomam parte nas discussões mas são excluídos na hora de votar

A participação de não farmacêuticos nas sessões de trabalho da Associação Nacional de Farmácias (ANF) pode estar para breve. Segundo avança o Diário Económico, o presidente da ANF, João Cordeiro, pretende que esta possibilidade esteja prevista no novo estatuto do organismo. As alterações dependem apenas da aprovação dos farmacêuticos.

A verificarem-se as modificações ao estatuto da ANF passa a ser possível a aceitação de sócios que sejam donos de farmácias, mas não farmacêuticos. Há apenas um senão: apesar de poderem assistir à assembleia-geral e participar nas discussões em causa, estes profissionais ficam excluídos da votação.

A proposta que está a ser discutida entre os farmacêuticos impede que os sócios da ANF, que não possuem curso de farmacêuticos, exerçam o direito de voto, refere a mesma publicação. A ANF tem actualmente 2.585 farmácias associadas.

Recorde-se que o novo regime jurídico das farmácias entra em vigor no dia 1 de Novembro e permite que qualquer pessoa singular ou sociedade comercial possa ser proprietária de uma farmácia, numa concentração máxima de quatro estabelecimentos.

Marta Bilro

Fonte: Diário Económico, Farmacia.com.pt.

Merck & Co deve ultrapassar a Pfizer no mercado do colesterol em 2011

A Merck & Co irá ultrapassar a Pfizer como companhia líder no mercado dos fármacos para diminuir o colesterol por volta do ano de 2011, segundo um novo relatório da “Decision Resources” e do “Millennium Research Group”.

Segundo o relatório intitulado “Marcas e Estratégias: Dislipidemia”, três eventos de grande importância irão contribuir para o êxito da Merck, como a expiração das patentes do Lipitor/Zarator (atorvastatina), da Pfizer, em 2010 nos Estados Unidos e em 2011 na Europa; a subida contínua dos fármacos blockbuster Vytorin (ezetimiba e simvastatina) e Zetia (ezetimiba), e os lançamentos antecipados do laropiprant (MK-0524A) e do MK-0524B da Merck. Além destes fármacos emergentes da Merck, espera-se que, pelo menos, outros seis fármacos sejam lançados antes de 2011.

A descontinuação, em Dezembro de 2006, do torcetrapib, deixou a Pfizer sem outro fármaco blockbuster para o controlo da dislipidemia, afirmou o analista da Millennium Research, Diego Garzón. A Pfizer anunciou um aumento dos esforços promocionais, enfatizando a eficácia do Lipitor/Zarator, dados de ensaios clínicos e segurança. Contudo, iniciativas por parte de organizações de saúde, como a WellPoint, que oferecem a retirada dos emolumentos por quatro meses se os pacientes trocarem para o genérico sinvastatina, estão a afectar as vendas e a quota de mercado do Lipitor/Zarator, acrescentou Garzón.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.therapeuticsdaily.com, www.decisionresources.com

Medicamentos a crédito e com desconto

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) vai lançar no próximo ano, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos, um cartão de crédito que dará descontos em medicamentos sem receita médica. O cartão permitirá acumular pontos na compra de medicamentos nas farmácias, que serão depois trocados por descontos na aquisição de medicamentos sem receita ou outros produtos, de acordo com uma notícia hoje avançada pelo jornal Diário Económico.

Em declarações sobre o projecto, João Cordeiro, presidente da ANF, confirmou a informação avançada pelo DE, escusando-se, contudo, a avançar mais pormenores sobre o projecto. “Isto está ainda muito no início, não vou dizer nada para não estragar a surpresa”, adiantou o presidente da ANF.

Os descontos não deverão abranger os medicamentos sujeitos a receita médica, no entanto, esta iniciativa não está ainda bem delineada, pois existem em cima da mesa duas hipóteses: um cartão de crédito tradicional que permite comprar a crédito os medicamentos ou um cartão de fidelização, que converte os gastos dos doentes em pontos, que depois são utilizados para comprar gratuitamente ou com descontos os medicamentos sem receita médica ou outros produtos.

Os cartões começarão a ser distribuídos já no próximo ano e destinam-se a todos os utentes dos estabelecimentos de farmácia, sendo que, numa fase inicial, serão emitidos cerca de 200 mil cartões. A escolha do parceiro financeiro recaiu sobre a CGD, ainda que, de acordo com o jornal, tenham sido contactadas outras entidades bancárias, como o BPI, o BES e o Santander.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Na área da manutenção, da logística e dos serviços
Manserv amplia actuação no sector farmacêutico


O Grupo Manserv, consórcio brasileiro que reúne três empresas com actuação na área da manutenção, da logística e dos serviços, formalizou um contrato de manutenção com a Nycomed Pharma (antiga Altana Pharma), na sua unidade de Jaguariúna, cidade do Estado de São Paulo. Depois da Bayer Schering Pharma (divisão da Bayer HealthCare), onde já prestava aquele tipo de serviços, o grupo brasileiro amplia a sua actuação num dos mais competitivos e exigentes segmentos de actividade do mundo.

Em comunicado o consórcio explica que este contrato constitui “uma conquista”, frisando que nas duas empresas farmacêuticas o Grupo Manserv assegura a manutenção das instalações e a operação ininterupta dos equipamentos e estruturas como a geração de vapor, a água gelada e o ar comprimido. Rodrigo Gonzalez, director de Desenvolvimento de Negócios do grupo, afirma que esta medida integra o objectivo de um aumento de 60 por cento na facturação do consórcio no segmento farmacêutico até final deste ano. Na opinião daquele responsável, que salientou o know-how comprovado do Grupo Manserv no atendimento às exigências específicas do sector farmacêutico, “o grande diferencial do grupo é o modelo operacional que oferece, que inclui vários serviços especializados”.

Carla Teixeira
Fonte: Investnews

Roche e Aspreva colocam em espera fármaco para a nefrite lúpica

A Roche e a Aspreva Pharmaceuticals não irão apresentar de momento uma candidatura para a aprovação do CellCept, fármaco para evitar a rejeição em caso de transplantes de órgãos, como tratamento para a nefrite lúpica. Segundo as companhias, o fármaco não demonstrou efectividade nos testes clínicos avançados.

Esta decisão prende-se com o facto dos resultados preliminares, conhecidos em Junho, terem demonstrado que o principal objectivo não foi atingido, uma vez que o Cellcept (micofenolato de mofetil oral) não demonstrou ser um tratamento superior em relação ao fármaco intravenoso ciclofosfamida. As companhias estavam a observar a capacidade do fármaco em induzir uma resposta nos pacientes. Os resultados completos do estudo, que se encontrava na terceira e final fase necessária para a aprovação, só serão apresentados posteriormente.

Não é apresentado um novo fármaco para o lúpus, nem para a nefrite lúpica há 40 anos, nos Estados Unidos. Os actuais tratamentos de indução envolvem a utilização, não incluída na rotulagem, de fármacos existentes para o cancro, tais como a ciclofosfamida, esteróides, e imunossupressores, como a azatioprina. Estes tratamentos podem ainda apresentar efeitos secundários que põem em risco a vida dos pacientes e que podem ser piores que a doença em si.

Refira-se ainda que o micofenolato de mofetil não está actualmente aprovado pela FDA para o tratamento de qualquer doença auto-imune. Em Portugal, o CellCept está indicado como terapêutica combinada com ciclosporina e corticosteróides na profilaxia da rejeição aguda do transplante cardíaco ou renal.

O presidente da Aspreva, Dr. J. William Freytag, declarou que ao conduzir este ensaio, a companhia tem tido e continuará a ter um impacto nas decisões clínicas informativas no tratamento da nefrite lúpica e, com a fase de manutenção ainda em progresso, a Aspreva está comprometida em aumentar o conjunto de provas científicas, para apoiar uma melhor compreensão das opções de tratamento disponíveis, para os pacientes que sofrem desta doenças.

Lúpus e Nefrite Lúpica

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), mais conhecido por lúpus, é uma doença auto-imune crónica que faz com que o organismo ataque os seus próprios tecidos e articulações. A nefrite lúpica, considerada como uma doença que coloca a vida em risco, apesar de rara, é a manifestação mais grave do LES. Se não for tratada, pode provocar falha renal, necessidade de fazer diálise, e potencialmente levar à morte. É uma doença complicada, devido ao facto dos pacientes tipicamente oscilarem entre períodos de intensa actividade da doença, durante os quais o sistema imunitário dos pacientes está activamente a atacar e a provocar dados nos rins, e períodos de remissão.

A Aspreva estima que existam cerca de 600 000 pacientes diagnosticados com nefrite lúpica em todo o mundo. Não são conhecidos dados de incidência ou prevalência do LES em Portugal, e os estudos de caracterização clínica da doença são escassos.

Isabel Marques


Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, www.forbes.com, www.aspreva.com, Infarmed, www.spreumatologia.pt

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cancro da próstata é segunda causa de morte por cancro em Portugal

Em Portugal morrem todos os anos cerca de 1500 homens vitimas de cancro da próstata, uma doença que se tornou já na segunda causa de morte por cancro no pais. Os dados são avançados pela Associação Portuguesa de Urologia (APU), que deverá publicar esta quinta-feira um estudo sobre a «Avaliação de práticas e conhecimento dos homens relativamente a doença prostática em Portugal».

O elevado número de casos mortais pode ser explicado pela baixa percentagem de homens que consulta antecipadamente o médico para um rastreio, uma vez que nove em cada dez dos homens inquiridos (90 por cento), já tinham ouvido falar desta doença, mas apenas 20 por cento tinham consultado o seu médico para falar especificamente sobre esta patologia.

No estudo participaram 2.200 homens, cuja média de idades rondava os 55 anos.

De acordo com Tomé Lopes, director do serviço de Urologia do Hospital Pulido Valente, em Lisboa, é o estigma e o preconceito associados à doença que impedem os homens de procurar o seu médico e fazer um rastreio. “Muitos homens têm medo do toque rectal que é sempre necessário para avaliar a próstata e não querem ir por causa desse aspecto”, explica o director, apontando também o facto de “muitas vezes o médico de família ser uma senhora e os homens tem algum pudor em falar sobre estas coisas. Depois, muitas vezes os homens ligam a próstata à área sexual, genital e portanto há muito pudor em falar sobre este assunto”.

Contudo, um diagnóstico precoce pode ser decisivo para que o tratamento seja bem sucedido. Tomé Lopes avisa que “o cancro da próstata só é curável na sua fase inicial mas se a pessoa está à espera de ter sintomas urinários, porque é aquilo que a pessoa pensa que o cancro da próstata dará, para ir ao medico é um erro, porque o cancro da próstata no inicio, e quando é curável, não dá sintomas nenhuns”. “É por isso que é muito importante ir fazer voluntariamente o despiste do cancro na próstata e detectá-lo numa fase precoce para ser curável”, alerta o especialista.

O cancro da próstata é a segunda causa de morte por cancro entre os homens portugueses, apenas ultrapassado pelo cancro do pulmão, e tudo porque no total dos doentes, cerca de 40 por cento só se queixa quando a doença já está avançada e as possibilidades de cura são diminutas.

Para assinalar o Dia Europeu das Doenças da Próstata, que se comemora sábado, a Associação Portuguesa de Urologia vai assinar um protocolo com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o objectivo de melhorar os cuidados de saúde prestados aos doentes que sofrem de patologias do foro urológico.

Para além do protocolo, a APU vai ainda levar a cabo uma acção de sensibilização da sociedade, consistindo na distribuição de informação sobre patologias do foro urológico, que terá lugar no Parque das Nações, entre as 14h00 e as 19h00 do próximo sábado, dia 15 de Setembro, data em que se comemora a efeméride.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Chips RFID relacionados ao aparecimento de cancro

Um conjunto de testes laboratoriais realizados em animais associa os chips RFID (identificação por rádio frequência) ao desenvolvimento de cancro. A notícia, avançada pela Associated Press (AP), indica que este tipo de dispositivos, utilizados nos Estados Unidos da América por empresas que os implementam nos funcionários como forma de detectarem a sua localização, está relacionado com o aparecimento de tumores cancerígenos.

Vários testes não publicados, datados de meados da década de 90 e aplicados em animais, revelaram uma relação entre os tumores detectados e a presença dos chips, refere a AP. A utilização dos chips RFID foi autorizada para detectar animais perdidos, não havendo, por parte dos veterinários, qualquer relato de incidência de problemas de saúde relacionados com o aparelho.

«Nos últimos 15 anos milhões de cães e gatos receberam um implante de microchip, não se registando qualquer reacção de saúde adversa a este produto que salva vidas», referiu a «VeriChip», um dos principais fornecedores de chips RFID, citada pelo jornal Sol. A empresa norte-americana reafirma a segurança dos chips e afirma que não tinham conhecimento dos estudos sobre o aparecimento de cancro em animais de laboratório.

De acordo com a revista “Exame Informática”, até agora, há cerca de dois mil chips implantados em seres humanos em todo o mundo.

Os oncologistas chamam a atenção para a necessidade de serem realizados estudos em larga escala que permitam chegar a uma conclusão acerca do assunto e esclareçam se existe ou não algum risco para a saúde.

De acordo com a agência noticiosa, a utilização dos chips RFID foi aprovada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) em 2005, sem qualquer referência aos estudos que dão conta de uma relação entre a utilização dos chips e o desenvolvimento de cancro.

Marta Bilro

Fonte: Sol, Exame Informática.

Biosimilares: Concorrência põe empresas biotecnológicas em alerta

A Amgen e a Genentech, as duas maiores empresas biotecnológicas a nível mundial, estão a ser pressionadas pela forte concorrência que se avizinha no sector dos biogenéricos. De acordo com um novo relatório, as empresas californianas estão conscientes da possibilidade dos seus fármacos mais bem sucedidos virem a ser destronados pelas vendas dos biogenéricos tanto na Europa como nos Estados Unidos da América (EUA).

Os medicamentos mais comercializados da Amgen, como são os casos do Enbrel (Etanercept) – líder de vendas no ramo dos biológicos no ano passado -, do Epogen (Darbepoetina, comercializado em Portugal como Aranesp) e do Neupogen (Filgrastim), deverão começar a ser assombrados pela concorrência, algo que se tornou uma realidade na Europa depois de, no mês passado, a Novartis ter recebido aprovação para comercializar uma versão biosimilar de epoetina alfa. De acordo com dados da empresa de inteligência de negócios La Merie, estes três medicamentos geraram, em 2006, vendas mundiais no valor de 6,5 mil milhões de euros.

Por sua vez, fármacos da Genentech como o Mabthera (Rituximab) e o Herceptin (Trastuzumab) representam oportunidades iminentes para os produtores de biogenéricos, refere o relatório elaborado pela Decision Resources. O mesmo documento prevê também que o mercado norte-americano de biogenéricos sofra uma expansão substancial durante o ano 2016, atingindo vendas anuais que se aproximam dos 1,5 mil milhões de euros (2 mil milhões de dólares norte-americanos).

Este desenvolvimento deverá ser parcialmente impulsionado pelo lançamento futuro de versões genéricas de medicamentos inibidores do factor de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), categoria de fármacos na qual se insere o Enbrel, e que deverão surgir em 2012.

“Este crescimento no mercado de biogenéricos nos EUA será gerado à custa dos genéricos dos inibidores do factor de necrose tumoral alfa destinados ao tratamento da artrite reumatóide, os quais prevemos que possam gerar 700 milhões de dólares norte-americanos [504 milhões de euros] em 2016, e serão apoiados pelas versões biogenéricas dos interferões beta para a esclerose múltipla, do Herceptin para o cancro da mama, e das proteínas estimuladoras da eritropoiese para a anemia induzida pela quimioterapia, cada um dos quais vai render mais de 250 milhões de dólares (180 milhões de euros) em vendas nos EUA em 2016”, afirmou Andrew Merseth, analista da Decision Resources.

O relatório, intitulado "Biogenerics 2007-2016: Physician and Payer Acceptance Fuels Brand Erosion", engloba 13 medicamentos biológicos de marca com oito indicações terapêuticas. O estudo torna-se mais polémico ao referir um inquérito recentemente levado a cabo pela empresa de pesquisas de mercado que indica que os oncologistas “estão extremamente ansiosos por começar a prescrever versões biogenéricas de produtos oncológicos”. Entre o total de participantes inquiridos durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que decorreu em Junho, 60 por cento confessaram estar desejosos por prescrever biogenéricos do Epogen, do Neupogen e do Herceptin, durante os primeiros seis meses que se sigam ao lançamento.

No que toca a possíveis versões biogenéricas do Rituxan e do MabCampath (Alemtuzumab), a maioria dos especialistas em oncologia mostrou-se disposta a prescrevê-los durante o primeiro ano seguido ao lançamento dos mesmos, revelou o inquérito.

Os biosimilares são uma realidade cada vez mais presente na Europa, onde, desde o ano passado, foram já aprovados três medicamentos biológicos genéricos. Porém, nos EUA, as empresas continuam a aguardar uma decisão por parte da Administração norte-americana. O assunto é controverso uma vez que opõe as empresas de biotecnologia às produtoras de genéricos e uma possível decisão deverá tardar ainda alguns meses.

A Europa está mesmo vários passos à frente dos EUA no que toca aos biosimilares. Recentemente foi aprovado pela União Europeia o guia sobre as versões genéricas de medicamentos biológicos. “Perguntas e Respostas sobre medicamentos biosimilares” é o nome do documento divulgado, em Julho, pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e que nasceu com o objectivo de clarificar os padrões do sistema de aprovação dos chamados biosimilares.

Marta Bilro

Fonte: BioPharma-Reporter.com, Infarmed, Farmácia.com.pt.

Universidade do Algarve recebe I Jornadas Algarvias de Terapia da Fala

O campus da saúde da Universidade do Algarve vai receber durante os dias 8 e 9 de Dezembro as I Jornadas Algarvias de Terapia da Fala, um evento que contará com a participação de cerca de 250 pessoas, sendo esperada também a comparência de diversos oradores de referência nacional e internacional.

O projecto pretende trazer ao Algarve e particularmente à Universidade do Algarve, uma perspectiva multi disciplinar e uma visão holística das diferentes áreas da terapia da fala, com o objectivo de dar a conhecer à população as boas práticas científicas, contribuindo para a construção do conhecimento na área da terapia da fala, em categorias de intervenção específicas como a voz, a linguagem, a fala e a comunicação.

Inês de Matos

Fonte: Região Sul

Descoberta forma de multiplicação do VIH em certos glóbulos brancos

O vírus da sida consegue resistir a algumas células imunitárias alterando o PH dos compartimentos celulares onde se acumula, impedindo assim a activação das enzimas encarregues de os atacar. A descoberta ocorreu quando os investigadores de dois institutos franceses, Curie e Pasteur, decidiram verificar de que forma o VIH resistia à acção das células imunitárias, que em condições normais resistiriam e destruiriam corpos estranhos.

Quando um vírus ou uma bactéria infecciosa penetra no corpo humano, o sistema imunitário entra em acção, através dos glóbulos brancos. No entanto, alguns vírus, como o vírus da sida, atacam precisamente o sistema imunitário, multiplicando-se no interior destas células, acumula-se numa espécie de 'armazéns', dificultando a acção dos tratamentos anti-virais.

O VIH ataca especialmente dois tipos de glóbulos brancos: os macrófagos, os primeiros a intervir contra os corpos estranhos, e os linfócitos (linfócitos T CD4), que intervêm mais tardiamente na resposta imunitária. Ao instalar-se nos macrófagos, o vírus constrói verdadeiros reservatórios virais funcionando como uma barreira contra o tratamento, enquanto que a sua multiplicação nos linfócitos T CD4 provoca a destruição destas células.

Uma equipa do Instituto Curie liderada por Philippe Benaroch, em colaboração com o laboratório de vírus e imunidade do Instituto Pasteur, estudou a proliferação do VIH nos macrófagos, verificando que as partículas virais se acumulam em compartimentos específicos dentro dos macrófagos infectados, modificando o PH desses compartimentos e impedindo assim a activação das enzimas encarregues de os atacar. Quando funcionam normalmente, estes compartimentos possuem um PH ácido onde o VIH não deveria sobreviver.

Durante a investigação, os cientistas efectuaram diversas medições do PH e concluiram que existia um defeito de acidificação nestes compartimentos, uma vez que o VIH modificava esse meio hostil e criava um ambiente favorável à sua sobrevivência e ao seu armazenamento. Assim, as enzimas de degradação, que têm necessidade de um PH ácido para funcionar e degradar o vírus, são eliminadas, de forma que, ao controlar o ambiente, o VIH pode multiplicar-se à vontade.

Os cientistas acreditam que esta investigação poderá ter um papel determinante no conhecimento sobre a persistência do VIH em pessoas contaminadas, abrindo a porta à identificação de novos alvos terapêuticos, de forma a eliminar estes 'armazéns' virais nos macrófagos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Hospital açoriano implementa projecto de monitorização de fármacos

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, está a apostar na implementação da Monitorização Terapêutica de Fármacos. Tal como o nome indica, o projecto permite monitorizar e optimizar os tratamentos farmacológicos ali aplicados, rumo a uma maior eficácia terapêutica.

Este método inovador permite maximizar as respostas eficazes dos doentes em resultado da aplicação de doses terapêuticas adequadas e minimizar a possibilidade de surgirem efeitos secundários indesejáveis. Desta forma, garante-se ao paciente uma melhor resposta clínica, reduzindo os efeitos tóxicos que os medicamentos prescritos poderão provocar, sobretudo em casos nos quais as margens terapêuticas são limitadas.

Um dos principais benefícios da utilização deste sistema reside no facto de permitir ajustar as concentrações dos fármacos às doenças, diminuindo o tempo do tratamento e os custos hospitalares, mesmo no período de internamento. Para além disso, evita-se o consumo desequilibrado de medicamentos - situação que frequentemente dá origem ao insucesso dos tratamentos e aumento de custos.

A coordenação do projecto, ainda em fase de desenvolvimento e aquisição de equipamento, está a cargo de José Resendes, consultor externo actualmente a residir nos Estados Unidos da América. A execução da Monitorização Terapêutica de Fármacos no hospital açoriano conta ainda com a participação de Luísa Mota Vieira, responsável pela Unidade de Genética e Patologia Moleculares do HDES, e de Paula Pacheco, licenciada em Ciências Farmacêuticas.

Citadas pelo jornal Açoriano Oriental, Luísa Mota Vieira e Paula Pacheco consideram que o “diálogo estreito entre os vários profissionais de saúde envolvidos no processo” é a chave para o sucesso do projecto. As responsáveis contam, por isso, com a participação essencial de clínicos, farmacêuticos e técnicos de diagnóstico e terapêutica.

A Monitorização Terapêutica de Fármacos, estreitamente relacionada com a prática da medicina personalizada, deverá estar implementada no HDES até ao final do ano. O método de monitorização pode, à partida, ser usufruído por todas as especialidades clínicas, sempre com o objectivo de melhorar a qualidade de vida do doente.

Marta Bilro

Fonte: Açoriano Oriental.

APF: Há falta de contraceptivos nos centros de saúde

A Associação para o Planeamento da Família (APF) lança um apelo ao Ministério da Saúde para que sejam assegurados mais contraceptivos nos centros de saúde portugueses, uma vez que os stocks entram frequentemente em ruptura.

Para Duarte Vilar, director executivo da APF, esta é uma necessidade que tem que ser preenchida, pois os stocks entram muitas vezes em ruptura e “apesar de a pílula receitada pelo médico ser bastante barata, os preservativos quando não são adquiridos nos centros de saúde são caros”.

As declarações da associação surgem depois do ministro da Saúde, Correia de Campos, ter admitido, perante o Parlamento, que existem falhas no planeamento familiar, prometendo anunciar novas medidas durante o debate sobre o Orçamento de Estado.

Apesar de assumir que houve progressos “nas últimas três décadas”, a APF defende que os serviços de saúde devem ter programas de saúde reprodutiva direccionados especificamente aos jovens e às comunidades imigrantes. As principais falhas, considera Duarte Vilar, estão relacionadas com os grupos que “têm acesso mais difícil aos serviços de saúde, como os jovens e as comunidades migrantes”.

“Deveria haver programas de planeamento familiar específicos para jovens. Há muito tempo que se sabe que misturar jovens com adultos nos serviços de saúde dá mau resultado a este nível”, disse o responsável em declarações à agência Lusa.

O peso excessivo na contracepção da mulher foi outro dos assuntos destacados por Duarte Vilar, salientando a importância de fomentar a utilização dos contraceptivos entre os homens. Para além disso, há que informar a população geral face às possíveis falhas no uso de contraceptivos, como é o caso da pílula que, quando tomada em conjunto com outros medicamentos pode perder o seu efeito evitar da gravidez.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Diário Digital, Lusa.

Averion aposta em parceria no Brasil

A empresa de investigação norte-americana Averion estabeleceu uma parceria no Brasil com a Biocancer que prevê a comercialização e negociação conjunta de serviços complementares.

Tal como a Averion, a Biocancer, com sede em Belo Horizonte, concentra-se na área da oncologia, sendo também especializada em ramos como a dermatologia, a nefrologia e dispositivos médicos.

“Este acordo expande o nosso alcance na América do Sul, permitindo-nos aceder a locais clínicos de topo e uma vasta população de doentes”, afirmou o director executivo da Averion, Philip Lavin. “À medida que ajudamos os nossos clientes a planear e implementar o desenvolvimento global para novos agentes oncológicos, esta aliança permite-nos expandir o acesso a patrocinadores rentáveis…e aceder a formas de cancro comuns e raras”, salientou Gene Resnick, director do departamento médico da empresa.

Com uma população superior a 188 milhões de habitantes, doenças tipicamente ocidentais e outras que são características do terceiro mundo o Brasil é, lado a lado com a Argentina, o país ideal para proceder ao desenvolvimento de importantes ensaios clínicos. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2006, foram aprovadas 923 candidaturas para a realização de ensaios clínicos e 56 candidaturas de ensaios clínicos para novos fármacos.

A Averion tem actualmente filiais em quatro cidades norte-americanas (Massachusetts, Nova Iorque, Filadélfia e São Diego), bem como na Alemanha, Reino Unido, Áustria, mantendo também operações na Polónia. Conforme revelou Lavin, a empresa tem planos para continuar a expandir-se ao nível da oferta internacional no ramo oncológico “através de parcerias estratégicas e aquisições”. Em Fevereiro a Averion investiu pela primeira vez na Índia ao assinar um acordo não exclusivo com a Apothecaries, sedeada em Nova Deli.

Marta Bilro

Fonte:US-Pharmatechnologist.com.

Vitamina C trava desenvolvimento do cancro, diz estudo

A vitamina C e outros antioxidantes podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de cancro, revela uma investigação da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos da América. O segredo está na neutralização da proteína HIF-1.

De acordo com os investigadores, os antioxidantes estabilizam a capacidade de crescimento do tumor cancerígeno privando-os de oxigénio. O consumo excessivo de energia, provocado por alguns cancros de avanço rápido, faz com que todo o oxigénio em volta seja queimado, tornando os tumores exclusivamente dependentes da proteína HIF-1.

A proteína HIF-1 é responsável por equilibrar a diminuição de oxigénio disponível nas células, função que não consegue completar sem os radicais livres, moléculas muito reactivas que oxidam os vários componentes das células e inibem as suas funções normais. O novo estudo revelou que os antioxidantes têm potencial para destruir os radicais livres e assim neutralizar o HIF-1, bloqueando o desenvolvimento do tumor.

Os cientistas chegaram a esta conclusão depois de procederam à observação laboratorial de ratos aos quais foi implantado um de dois tipos de cancro, produtor de níveis elevados de radicais livres e que podem ser suprimidos através de antioxidantes inseridos na alimentação dos roedores.

Ao examinarem as células cancerígenas dos ratos nos quais o cancro tinha sido induzido mas que não foram alimentados com antioxidantes, os investigadores verificaram que não haviam danos significativos no ADN. “Se os danos no ADN não eram uma possível causa do cancro, então, o que quer que os antioxidantes estivessem a fazer para ajudar também não estava relacionado com lesões no ADN”, explicou Ping Gao, um dos autores do estudo. Esta conclusão levou os especialistas a suspeitarem de que haveria outro mecanismo envolvido, como é o caso da proteína que se sabe estar dependente dos radicais livres, a HIF-1.

Conforme referiu Chi Dang, professor especialista em cancro que liderou a investigação, as características anticancerígenas potenciais dos antioxidantes motivaram numerosos ensaios clínicos e estudos nas últimas décadas. Agora, depois de descoberto o mecanismo pelo qual actuam os antioxidantes, “podemos maximizar os esforços terapêuticos", afirma.

Marta Bilro

Fonte: AFP, Cienciapt.net, Ciência Viva.

Estudo: Avandia aumenta risco de ataque cardíaco

Novas investigações confirmam suspeitas antreriores

Quando as suspeitas que recaíam sobre a utilização do Avandia (maleato de rosiglitazona) pareciam estar apaziguadas com a introdução de um aviso no rótulo alertando para o facto do fármaco aumentar o risco de doença cardíaca, um novo estudo volta a colocar o medicamento debaixo de fogo. A ingestão da substância aumenta significativamente o risco de ataque e falha cardíaca, reafirmam as mais recentes investigações.

“O balanço entre os riscos e os benefícios alterou-se, e isto tem que ser tido em conta”, afirmou Sonal Singh, o principal autor do estudo e professor assistente de medicina interna na Escola Universitária de Medicina Wake Forest, em Winston-Salem. De acordo com este especialista, o risco de falha cardíaca era conhecido, porém não se tinha noção da sua magnitude. Os resultados da pesquisa revelaram que “um em cada 30 pacientes que tomam rosiglitazona durante um ano vão sofrer falhas cardíacas, isto é muito substancial. E um em cada 220 vai sofrer um ataque cardíaco. Isto é também muito significativo”, acrescentou.

No entanto, este é apenas o início de um novo pesadelo para a GlaxoSmithKline, farmacêutica responsável pela produção do Avandia. O trabalho de investigação, publicado na edição de 12 de Setembro do “Journal of the American Medical Association”, vem acompanhado de um outro estudo que refere que o Actos (pioglitazona), um medicamento da Takeda que se insere na mesma classe do Avandia, reduz o risco de ataque cardíaco e morte, mesmo aumentando o risco de falha cardíaca grave.

“Este estudo mostra que o medicamento, utilizado para controlar o açúcar no sangue, fornece benefícios adicionais ao reduzir as complicações cardiovasculares”, disse A. Michael Lincoff, responsável pelo estudo e vice-presidente de investigação no departamento de medicina cardiovascular na Cleveland Clinic.

No primeiro estudo, os cientistas realizaram numa meta-análise de quatro ensaios clínicios aleatórios do Avandia que contaram com a participação de 14 mil doentes. A análise revelou que o medicamento aumenta o risco de ataque cardíaco em 42 por cento e duplica o risco de falha cardíaca, conclusões que se assemelham às obtidas em investigações anteriores. No entanto, nesta análise o Avandia não aumentou o risco de morte por problemas cardiovasculares.

Face aos mais de três milhões de pacientes que tomam o fármaco nos Estados Unidos da América, o impacto para a saúde pode ser elevado, podendo resultar em mais de 4 mil ataques cardíacos extra e 9 mil episódios de falha cardíaca, referem os autores.

A segunda investigação, orientada por Lincoff, observou dados de 19 ensaios clínicos que envolveram mais de 16 mil participantes e que analisavam os problemas cardiovasculares e a utilização do Actos. Segundo os autores do estudo, a Takeda financiou a investigação e forneceu os dados dos ensaios clínicos mas não esteve envolvidas em nenhuma análise.

Tal como o Avandia, o Actos também aumentou o risco dos pacientes sofrerem uma falha cardíaca, desta vez em 40 por cento. No entanto, ao contrário do Avandia, os doentes aos quais foi administrado o Actos, registaram uma diminuição de 18 por cento no risco de ataque cardíaco, enfarte ou morte, relativamente aos pacientes do grupo de controlo. Os dados levam Linfoff a afirmar que o Actos deve ser a primeira escolha de tratamento, em detrimento do Avandia.

A GlaxoSmithKline veio a público contestar as investigações e defende que nenhum destes estudos “confirma a diferença entre o perfil de segurança do Avandia e do Actos”.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, USA Today, Business Week, Farmacia.com.pt.

Inoculação contra a variante H7N1 da doença
Vacina contra gripe das aves mostra eficácia


“Segura e bem tolerada”. Foi assim que a vacina desenvolvida por cientistas europeus para combater a variante da gripe das aves causada pelo vírus H7N1 foi definida após a divulgação dos resultados preliminares do primeiro ensaio clínico realizado, de acordo com informações avançadas pela Comissão Europeia nesta terça-feira.

Embora não se trate do temido H5N1, a estirpe mais perigosa do vírus da gripe das aves para os seres humanos, o H7N1 também já foi responsável por diversos surtos fatais da doença em animais um pouco por toda a Europa, revelando-se uma zoonose fortemente contagiosa entre pessoas. Essa característica terá justificado a aposta num investimento de cerca de 2,1 milhões de euros do V Programa de Pesquisa da União Europeia, que permitiu o desenvolvimento da vacina no âmbito do Projecto Flupan, que junta cientistas do Reino Unido, de Itália, da Noruega e de França.
A vacina foi desenvolvida a partir de uma linha celular e não, como por norma acontece no processo de produção daquela substância inoculante, dentro de ovos de aves. Para garantir a segurança a pesquisa promoveu a transformação do vírus através de um processo de modificação derivado da chamada genética inversa, que combina amostras de vírus tomadas de casos reais com outras sintéticas. De acordo com uma nota divulgada pela Comissão Europeia, os primeiros resultados do ensaio clínico demonstraram que a vacina é bem tolerada e não provoca qualquer efeito secundário grave em humanos.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Globo.com, Saúde na Internet
Encapsulamento da substância previne a sua adulteração
Insulina: comprimidos podem substituir injecções


Uma equipa de investigadores da Universidade Robert Gordon, no Reino Unido, afirma ter descoberto uma forma de proteger a insulina, de modo a que aquela substância não se degrade quando administrada aos pacientes por via oral. À luz dos resultados de um estudo divulgado por aqueles especialistas na Conferência Farmacêutica Britânica, que termina nesta quarta-feira em Manchester, o encapsulamento poderá ser a solução.

Os cientistas asseveraram que a insulina pode ser protegida de forma química, evitando a sua deterioração por acção das enzimas durante o processo digestivo, circunstância que até aqui impedia a administração daquela substância em comprimidos, obrigando os doentes diabéticos a submeter-se à toma regular (em muitos casos diária) de injecções. A explicação era simples: para não perder as suas propriedades antes mesmo de entrar na corrente sanguínea dos pacientes, onde actua no sentido da regulação dos níveis de glucose no organismo, a insulina tinha de ser injectada directamente no músculo. Agora a investigação divulgada no Reino Unido acalenta uma nova esperança para os doentes diabéticos, designadamente aqueles que não são exactamente entusiastas do contacto com agulhas.
Num comunicado divulgado no âmbito da Conferência Farmacêutica Britânica, e a que o farmacia.com.pt teve acesso, um dos investigadores envolvidos neste trabalho explicou que a equipa de peritos da Universidade Robert Gordon tem orientado os seus trabalhos no sentido do desenvolvimento da insulina oral, porque há estudos que demonstram que grande parte dos diabéticos tem medo de agulhas. Na nota Colin Thompson sublinhou o impacto e a mais-valia que a possibilidade de tomar a insulina por via oral teria na vida daqueles doentes, “não só porque eliminaria a necessidade de injecções, mas também porque oferecia uma forma de tratamento muito mais cómoda e conveniente”.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde no Sapo, comunicado da Conferência Farmacêutica Britânica
Comemorações vão ter lugar na cidade do Porto
26 de Setembro: Dia Nacional do Farmacêutico


Está agendada para o próximo dia 26 a sessão solene comemorativa do Dia Nacional do Farmacêutico, que ocorre anualmente naquele dia, que o calendário religioso consagra a São Cosme e a São Damião, padroeiros da profissão. Este ano, volvidos três sobre a última vez em que tal aconteceu, as celebrações oficiais regressam ao Porto, pela mão da secção regional da Ordem dos Farmacêuticos na Invicta. A cerimónia terá lugar nas Caves Porto Calém.

Desde a sua primeira edição, o Dia Nacional do Farmacêutico tem como objectivo maior a promoção do encontro entre as várias gerações daqueles profissionais de saúde, que operam também em diferentes áreas de actividade, enaltecendo, junto da sociedade, os importantes méritos e contributos da profissão farmacêutica para a dinamização de um melhor cenário da saúde pública. Segundo o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto da Ordem dos Farmacêuticos, as comemorações do Dia Nacional do Farmacêutico 2007 têm a chancela da Secção Regional do Porto, e início marcado para as 15 horas, estando previstas intervenções da bastonária, Irene Silveira, e do presidente da direcção daquela secção regional, Agostinho Franklin Pinto Marques, eleitos no dia 21 de Junho pelos votos dos farmacêuticos de todo o país.
Na senda das celebrações deslocalizadas que desde 2001, ano em que foi introduzida a efeméride, vêm perseguindo o objectivo de aproximar os farmacêuticos da sociedade, a programação do evento, a divulgar oportunamente de um modo mais detalhado, deverá incluir, como vem sendo hábito em anteriores edições, a distinção de colegas que neste ano completam meio século de dedicação à profissão farmacêutica, através da entrega de diplomas e medalhas, estando igualmente prevista a realização de uma cerimónia de entrega dos Prémios Sociedade Farmacêutica Lusitana aos estudantes das licenciaturas de Ciências Farmacêuticas que mais se destacaram a nível académico e o já tradicional Juramento Farmacêutico, prestado pelos profissionais inscritos na Ordem no decurso do último ano, assumindo o compromisso ético e deontológico que vincula os farmacêuticos no exercício da sua profissão. Brevemente a OF divulgará o programa das celebrações na sua totalidade, disponibilizando também os formulários para inscrição no evento.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Composto da casca de tangerina revela-se eficaz no combater ao cancro

Um grupo de investigadores da Escola de Farmácia de Leicester anunciou hoje, durante o British Pharmaceutical Conference, em Manchester, que a casca da tangerina pode ajudar a combater vários tipos de cancro, como o cancro da mama, do pulmão, da próstata ou dos ovários. Depois de vários testes, os cientistas descobriram que na casca deste fruto se encontra um composto, o Salvestrol Q40, que consegue destruir as células cancerígenas compostas pela enzima P450 CYP1B1.

De acordo com Hoon L. Tan, um dos cientistas responsáveis pela investigação, esta descoberta representa um grande passo para o tratamento do cancro através dos alimentos. “É muito emocionante encontrar um composto num alimento que consegue atingir especificamente as células cancerígenas”, realça Tan.

Para os investigadores, os hábitos alimentares da população são determinantes para o aparecimento da doença, pois antigamente, os povos tinham o hábito de ingerir a casca dos frutos, mas nos dias de hoje tal não acontece, dai que se registe um aumento no número de casos de cancro. A dieta moderna não engloba a casca dos alimentos e como tal, a percentagem de salvestrol que os indivíduos ingerem é muito reduzida, não conseguindo combater as células afectadas por esta patologia.

Apesar dos resultados animadores, os investigadores preferem manter-se prudentes, pois serão precisos ainda muitos testes para confirmar esta descoberta e o estudo poderá prolongar-se por mais cinco a sete anos.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

terça-feira, 11 de setembro de 2007

MB07133 recebe estatuto de medicamento órfão para cancro do fígado

A FDA concedeu o estatuto de medicamento órfão ao fármaco experimental MB07133, da Metabasis Therapeutics, para o tratamento do carcinoma hepatocelular (cancro primário do fígado).

O MB07133 é um novo pro-fármaco, de monofosfato de citidina (araCMP), delineado para produzir a forma activa, trifosfato de citidina (araCTP), no tumor do fígado, onde actua para inibir a proliferação celular e induzir a apoptose ou morte celular programada.

Os resultados preliminares da Fase 1/2 do ensaio clínico do MB07133, que foi completada no segundo trimestre de 2007, demonstraram que o fármaco foi bem tolerado pelos pacientes. Adicionalmente, o ensaio revelou sinais encorajadores de actividade do fármaco, tais como a diminuição do tumor e a estabilização da doença. Também foi observado um aumento da sobrevivência média geral nos pacientes que tomaram MB07133. Os resultados foram apresentados na conferência anual da “American Association for Cancer Research”, em Abril deste ano.

O presidente da Metabasis, Dr. Paul Laikind, sublinhou que existe uma necessidade crítica de terapias efectivas para o cancro primário do fígado. Os pacientes frequentemente morrem poucos meses após a doença ter sido diagnosticada e, actualmente, encaram a doença sem qualquer fármaco aprovado pela FDA ou cuidados de saúde. A concessão da designação de medicamento órfão deverá aumenta o valor do MB07133, como nova terapia para esta doença fatal, caso seja aprovado, acrescentou ainda o Dr. Laikind.

O estatuto de medicamento órfão é concedido aos fármacos que têm o potencial para tratar doenças raras. Este estatuto fornece uma via acelerada para a aprovação, exclusividade de comercialização durante sete anos, assim como outros benefícios fiscais.

O cancro primário do fígado representa o quinto tipo de cancro mais comum e o terceiro mais mortal, a nível mundial. Aproximadamente um milhão de novos casos são diagnosticados anualmente em todo o mundo. A “American Cancer Society” estima que, em 2007, nos Estado Unidos, sejam diagnosticados cerca de 19 160 novos casos e aproximadamente 16 780 pessoas que sofrem desta doença irão falecer, estando a incidência da doença está a crescer a um ritmo alarmante. A prevalência é bastante maior em África e na Ásia Oriental, onde em alguns países é o tipo de cancro mais comum.

Isabel Marques

Fontes: www.reuters.com, www.mbasis.com, www.businessweek.com

Vacina para o cancro do pulmão apresenta resultados positivos

A vacina terapêutica Stimuvax MUC-1, da Merck KGaA, pode prolongar a sobrevivência até três anos, nos pacientes com cancro do pulmão de não pequenas células, quando este tratamento é combinado com terapia de suporte, como toma de analgésicos, segundo as conclusões do ensaio aleatório de Fase II.

Os pacientes incluídos no estudo tinham respondido ao tratamento ou estavam estabilizados após a terapia inicial com quimio e radioterapia. Os resultados dos pacientes tratados com a terapia de suporte mais o Stimuvax foram comparados com aqueles que só receberam terapia de suporte.

Os dados demonstraram que os pacientes vivos três anos depois do início da terapia de suporte com Stimuvax eram mais do dobro (49%) do que os do outro grupo (27%), o que representa uma redução na mortalidade de 45 por cento.

Este estudo confirma ainda que os pacientes com doença loco regional em estádio IIIB tratados com Stimuvax também apresentaram uma diferença de 17,3 meses na média de sobrevivência em comparação com os que apenas receberam terapia de suporte (30,6 meses contra 13,3 meses, respectivamente). Estes resultados foram apresentados no congresso da "Internacional Association for the Study of Lung Cancer”, em Seul, na Coreia do Sul.

Após estes resultados da Fase II do estudo, o Stimuvax entrou na Fase III e actualmente está-se a proceder ao recrutamento de pacientes para o ensaio START (Stimulating Targeted Antigenic Responses to NSCLC).

No mês passado, a Merck e a sua parceira Biomira Inc. ajustaram a sua colaboração, dando à Merck os direitos de comercialização mundiais para o tratamento e tornando-a totalmente responsável pelo desenvolvimento clínico. Em contrapartida, a Biomira irá receber pagamentos quando forem atingidos objectivos de desenvolvimento e baseados nas vendas, e ainda regalias sobre as vendas líquidas.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma e Reuters

Lisboa acolhe Congresso Europeu de Tiróide em 2009

Lisboa vai ser palco do Congresso Europeu de Tiróide em Setembro de 2009. O evento realiza-se pela primeira vez em Portugal e pretende estimular o estudo, investigação e divulgação das doenças da tiróide através da partilha de experiências entre especialistas de todo o mundo.

A escolha da capital para receber o seminário internacional é vista por João Jácome de Castro, responsável pela secção da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Presidente da Comissão Organizadora do 34º Congresso Europeu, como um reconhecimento do trabalho feito pelos especialistas lusos.

A decisão, tomada durante o último Congresso Europeu, que decorreu em Leipzig, Alemanha, vai quebrar a hegemonia da organização de eventos pelos países do norte da Europa. “Agora Portugal pode-se sentar à mesa onde são tomadas decisões, como o estabelecimento de orientações ou normas de acção”, referiu o responsável.

De acordo com o especialista, os problemas da tiróide afectam cinco por cento da população europeia e são patologias em que a intervenção precoce é essencial para o sucesso da cura, mesmo em casos de cancro. Nesse sentido, “é preciso ensinar mais e falar mais da tiróide nas faculdades de medicina e sensibilizar a população. É preciso referir que se deve apalpar e olhar para o pescoço como se faz o exame à mama das mulheres à procura de eventuais problemas”, salientou.

A tiróide, que se localiza na região anterior do pescoço, segrega as hormonas tiróideas, que controlam a velocidade das funções químicas do corpo (velocidade metabólica). As hormonas da tiróide têm dois efeitos sobre o metabolismo: estimular quase todos os tecidos do corpo a produzir proteínas e aumentar a quantidade de oxigénio que as células utilizam. A tiróide é a responsável pela frequência cardíaca, pela pressão arterial, pelo estado emocional, pela regulação da temperatura corporal, pela função intestinal e pelo peso. As alterações no funcionamento da glândula têm grande influência na qualidade de vida dos doentes.

Há cerca de cinco por cento de portugueses com alterações da função tiroideia, mais de 10 por cento têm mais de 55 anos de idade. Cinco por cento dos portugueses apresentam nódulos tiroideus, dos quais 10 por cento poderão vir a degenerar em doença maligna.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Manual Merck, Médicos de Portugal.

Ministro da Saúde diz que não há 20 mil diabéticos em risco de cegar

Correia de Campos desmente dados divulgados pelo DN

O Ministro da Saúde rejeita os números recentemente divulgados pelo Diário de Notícias e que dão conta da existência em Portugal de 15 a 20 mil diabéticos em risco de cegueira devido a atrasos nos tratamentos. Correia de Campos disse esta terça-feira, em Gaia, que os dados “não são verdadeiros”.

As afirmações do matutino relativas ao tempo de espera indicado para as consultas de diabéticos - um ano para ir à consulta e, mais tarde, alguns meses para receber um tratamento laser – são também desmentidas pelo responsável.

«Isso depende muito das administrações regionais de saúde (ARS)», disse Correia de Campos, apontando o caso da ARS do Centro, onde «a espera é mínima».

O ministro falava à entrada para uma conferência sobre gestão sistemas de saúde, no âmbito de um curso sobre esta especialidade promovido conjuntamente pelo Hospital Geral de Santo António (Porto), a Harvard Medical Internacional (Estados Unidos) e a Universidade de Lausanne (Suíça).

Durante a conferência, que se realizou à porta fechada, o ministro disse apenas ter intenção de falar sobre a evolução do Serviço Nacional de Saúde “nos últimos dois anos e meio, que tem sido positiva, com melhorias tanto em termos de saúde financeira como de ganhos de saúde para os utentes”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Roche processa Teva para impedir genérico do Boniva

A Roche Holding AG vai processar a Teva Pharmaceuticals na justiça norte-americana. O caso envolve a produção de uma versão genérica do Boniva (Ibandronato de sódio), um medicamento da farmacêutica suíça destinado ao tratamento da osteoporose.

De acordo com Martina Rupp, porta-voz da Roche, a queixa, apresentada no estado de Nova Jérsia, pretende impedir que o laboratório israelita comercialize um genérico do Boniva nos Estados Unidos da América.

A mesma fonte disse ainda que a Roche detém várias patentes do Boniva que deverão expirar entre 2012 e 2023.

As vendas do medicamento renderam mais de 226 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Infarmed.

Vencedor do I Prémio Merck Serono de Gestão da Qualidade em Saúde é anunciado no próximo dia 18

O I Prémio Merck Serono de Gestão da Qualidade em Saúde, destinado a incentivar a implementação de medidas de gestão da qualidade que levem a uma melhoria nos cuidados de saúde nacionais, será entregue no próximo dia 18, terça-feira, numa cerimónia a decorrer nas instalações da Associação Nacional de Farmácias (ANF), em Lisboa.

Em concurso encontram-se oito hospitais nacionais que ao longo do ano passado desenvolveram e aplicaram, com sucesso, medidas de gestão da qualidade, como o caso do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde o sistema implantado permitiu diminuir os níveis de infecções, causados pelo uso de cateteres, em recém-nascidos. No caso do Hospital de Sto António, no Porto, o número de quedas dos doentes idosos internados, foi também reduzido e em Almada, no Hospital Garcia da Horta, foi criado um circuito que permitiu a reembalagem de comprimidos, facilitando a distribuição de doses unitárias por todos serviços, evitando o desperdício.

O júri, composto por sete especialistas na área, deverá escolher os vencedores do prémio que competem em duas categorias: Cuidados Assistenciais e Farmácia Hospital. O vencedor de cada categoria receberá um prémio no valor de seis mil euros, destinados a formação na área da gestão de qualidade, existindo também a possibilidade de apresentação de um poster num congresso realizado dentro do âmbito.

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

Exame facial 3D ajuda diagnóstico de doenças raras

Um exame informático a três dimensões realizado através do rosto dos pacientes pode permitir detectar a predisposição para o desenvolvimento de doenças genéticas, revelam investigadores britânicos. De acordo com os cientistas, a inovação, apresentada no “BA Festival of Science”, em York, no Reino Unido, revelou uma taxa de sucesso de 90 por cento e é significativamente relevante nos casos de doenças raras e de difícil diagnóstico.

Actualmente conhecem-se mais de 700 síndromes genéticas que afectam os traços faciais, porém algumas tornam-se quase impossíveis de diagnosticar devido à escassez do número de casos. Esta nova tecnologia vem agora ajudar no diagnóstico ao permitir que o rosto de um indivíduo seja comparado com um banco de imagens 3D de pessoas com patologias reconhecidas.

“Há muitas doenças nas quais a face pode revelar características pouco comuns derivadas de alterações nos genes”, explicou Peter Hammond, cientista informático no Instituto UCL para a Saúde Infantil, em Londres, e responsável pelo desenvolvimento da investigação. Se os portadores de síndrome de Down são facilmente identificáveis, existem mais de 700 doenças genéticas que podem alterar a aparência da pessoa.

Os indivíduos que sofrem de síndrome de Williams, por exemplo, -que ocorre num em cada 10 mil a 20 mil nascimentos - apresentam um nariz pequeno e empinado, lábios cheios e dentes pequenos. Os portadores de Smith-Magenis, que ocorre num em cada 25 mil nascimentos, têm o nariz achatado e o lábio arrebitado. Já os doentes com síndrome do X-Frágil, que tem uma incidência de um em cada 4 mil pessoas, revelam uma estrutura corporal esguia, queixo proeminente/protuberante e orelhas grandes.

Estes são exemplos claros de doenças genéticas cujo diagnóstico inicial se revela, por norma, extremamente difícil e que poderão beneficiar da nova descoberta. Para além disso, o diagnóstico torna-se mais rápido, por se antecipar aos exames genéticos comuns que podem ser demorados.

De momento, a tecnologia é aplicada em mais de 30 doenças, revelando uma taxa de sucesso de 90 por cento. No entanto estão já a ser recolhidas mais imagens para que o exame possa abarcar mais doenças genéticas. Actualmente a tecnologia é utilizada por Hammond no referido hospital londrino, porém, o especialista pretende disseminá-la por todo o Reino Unido.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Raríssimas, Centro Hospitalar de Coimbra.

Tecnologia de jacto de tinta das impressoras na Medicina
Hewlett-Packard concebe injecções sem agulhas


A norte-americana Hewlett-Packard, fabricante de equipamento informático, poderá ter desenvolvido a solução para os doentes que necessitam de injecções mas têm fobia de agulhas. A tecnologia de jacto de tinta usada nas impressoras da marca poderá ser a solução para injectar medicamentos em pessoas...

De acordo com a última edição da revista «Exame Informática», a Hewlett-Packard, que se celebrizou em todo o mundo como HP, está prestes a obter licença para produzir um penso médico que, a breve trecho, poderá substituir as agulhas usadas em tratamentos clínicos. O princípio é em tudo similar ao utilizado nos pensos de nicotina, que permite a absorção daquela substância pela pele, e consiste no desenvolvimento de inovadoras funcionalidades da tecnologia de jacto de tinta, tendo ainda sido reformulado o conceito de unidade térnica, usada nas cabeças de impressão daquelas máquinas.
O penso, desenvolvido para uma empresa irlandesa, contém 900 mil microagulhas por cada polegada quadrada, vários microprocessadores e uma unidade térmica. Todos os medicamentos contidos no penso são aquecidos e injectados pelas microagulhas. Os processadores podem monitorizar a injecção, estabelecer a dosagem e a frequência de administração durante longos períodos ou em resposta aos sinais vitais do doente, como a pressão arterial. O vice-presidente do departamento de licenciamentos de propriedade intelectual da HP, Joe Beyers, explicou que “é possível administrar várias combinações de medicamentos em alturas distintas”.

Carla Teixeira
Fonte: «Exame Informática»

Aconselhamento farmacêutico melhora insónia em 83% dos casos

O aconselhamento farmacêutico é eficaz na melhoria dos sintomas de insónia em 83 por cento dos casos, em doentes com mais de 65 anos de idade. A conclusão resulta de uma tese de mestrado que contou com a participação de três farmácias de Almería e Jaén, na província espanhola de Andaluzia.

Os três farmacêuticos responsáveis pela investigação conseguiram que 83 por cento dos pacientes melhorassem os seus hábitos relacionados com o sono, para além disso, cerca de 60 por cento apresentaram melhorias significativas na qualidade do sono de acordo com os resultados do teste de Pittsburgh (método utilizado internacionalmente para avaliar este parâmetro). Conforme publica a última edição do “Correo Farmacéutico”, todos estes benefícios se ficam a dever aos conselhos dos farmacêuticos e às suas recomendações acerca de alterações na dose e duração do tratamento.

A investigação revelou também que 77 por cento dos participantes analisados pelo estudo não tomava os medicamentos para a insónia de acordo com as recomendações da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários. Segundo explica María José Requena, uma das autoras da investigação “todos os que utilizavam mal [os fármacos] excediam a duração recomendada e, em 20 por cento dos casos, os mediamentos eram ingeridos em doses elevadas”.

Os especialistas aconselham, por isso, que a dose de adulto seja reduzida para metade no caso da população idosa. Até porque, há suspeitas de que esta camada da população corra mais riscos de sofrer efeitos secundários. O estudo envolveu a participação de 35 pacientes com uma média de idades de 75 anos e seleccionados a partir de todos os doentes, com mais de 65 anos, que recorriam á farmácia para adquirir um medicamento sujeito a receita médica.

Apesar da amostra não ser muito expressiva, refere Requena, os resultados do trabalho são significativos e vêm apoiar conclusões de outras investigações realizadas em âmbitos distintos que dão conta do abuso na utilização destes fármacos, em particular das benzodiazepinas. Este tipo de substâncias, utilizadas no tratamento da ansiedade e da insónia, actuam no sistema nervoso central de forma selectiva causando depressão do mesmo sistema, por diferentes vias neurológicas.

Para além das benzodiazepinas, o estudo identificou também como substâncias utilizadas alguns fármacos derivados deste princípio activo, como o difenilmetano, antidepressivos e anti-histamínicos.

O farmacêutico Nicanor Floro de Andrés é autor de um estudo sobre a mesma temática que corrobora os resultados da investigação andaluza. Para este especialista, a população idosa chega a ingerir estes medicamentos de forma crónica e sem pensar nas consequências. “O abuso conduz a um aumento da intolerância e o efeito é cada vez menor, o que faz com que os doentes tenham a percepção de que os medicamentos são ineficazes e vão aumentando a dose ou pedem ao médico que lhes prescreva outra substância”, explica o especialista.

Na opinião dos autores a solução é da responsabilidade dos médicos e dos farmacêuticos. São estes profissionais que devem fornecer aos doentes mais informações acerca da utilização destes medicamentos, algo que pode ser resolvido se for dada mais atenção aos pacientes.

Marta Bilro

Fonte: Correo Farmacéutico.

Vitamina D pode prolongar esperança de vida

A ingestão de suplementos de vitamina D pode aumentar a esperança de vida. De acordo com um estudo publicado na revista “Archives of Internal Medicine”, a vitamina D aumenta as probabilidades de sobrevivência, porém ainda não se sabe ao certo como é que isso acontece. A investigação surge numa altura em que esta vitamina foi também associada à diminuição dos riscos de fracturas osteoporóticas e à redução dos riscos de alguns cancros.

A vitamina D, produzida pelo organismo quando exposto ao sol, pode também ser encontrada em alguns produtos alimentares como é o caso do salmão e de alguns cereais. No entanto, alguns especialistas estão preocupados com um défice de vitamina D que se está a tornar demasiado comum e referem que actualmente a toma da vitamina é raramente recomendada.

Philippe Autier, da Agência internacional de Investigação sobre Cancro, em Lyon, e Sara Gandini, do Instituto Europeu de Oncologia, em Milão, analisaram os resultados de 18 estudos realizados antes de Novembro de 2006 que envolveram 57.311 pessoas com 50 ou mais anos de idade. Durante a investigação, a alguns participantes foram administrados suplementos de vitamina D e a outros um placebo.

Os participantes foram acompanhados durante uma média de 5,7 anos. No final, os investigadores observaram que os que tomaram vitamina D apresentavam um risco de mortalidade 7 por cento inferior aos que ingeriram um placebo. Ainda não é possível determinar com precisão o motivo que levou à diminuição da taxa de mortalidade entre os participantes, razão pela qual os investigadores não recomendam qualquer dose específica de vitamina D.

Um editorial que acompanha a publicação do estudo recomenda que sejam realizadas mais investigações acerca dos benefícios da vitamina D. No entanto, estes resultados vão ao encontro de outros estudos recentes que indicam que deficiências em vitamina D aumentam o risco de morte por cancro, doenças cardiovasculares e diabetes.

Marta Bilro

Fonte: AFP, CBS News, Baltimoresun.com, Farmacia.com.pt.

Grau de instrução relacionado a maior sobrevivência ao cancro

O nível de instrução dos indivíduos pode ter influência na capacidade de sobrevivência ao cancro. Um estudo do Instituto Karolinska descobriu uma relação entre o nível elevado de instrução e uma maior probabilidade de sobrevivência em diferentes tipos de cancro.

O estudo, que envolveu três milhões de homens e mulheres, demonstrou que em 20 diferentes formas de cancro, a sobrevivência foi 40 por cento superior nos pacientes com um nível universitário ou outro grau de educação elevado, relativamente aos que detinham menor grau de instrução. O melanoma, o cancro do pulmão, intestino e mama estiveram entre as modalidades da doença avaliadas pelos investigadores suecos.

A diferença nas probabilidades de sobrevivências é justificada pelos cientistas com o facto das pessoas mais instruídas se deslocarem ao médico com maior frequência, permitindo o diagnóstico nos estágios iniciais da doença. Este tipo de pacientes tem também mais apetência para seguir com maior rigor as indicações médicas, bem como as diferentes etapas do tratamento oncológico.

Os investigadores partiram do registo nacional dos casos de cancro no país para acompanhar a evolução da doença nos pacientes. Nos casos de Cancro da Mama, a pesquisa indicou que pacientes com melhor nível de educação registaram um índice de sobrevivência 32 por cento superior.

Jan Sundquist, responsável pela orientação do estudo, fez questão de realçar a genuinidade da pesquisa, afirmando que este foi o maior estudo já realizado até agora para determinar as associações entre o grau de instrução dos pacientes, a incidência de cancro e as taxas de sobrevivência à doença.

No âmbito do mesmo estudo, os investigadores realizaram uma segunda pesquisa para determinar a relação entre o nível de instrução de mulheres e os riscos de desenvolver cancro da mama. Ao avaliarem factores como a idade e o histórico familiar de doença oncológica em mais de 1,5 milhões de mulheres suecas, os cientistas observaram que as que possuíam grau universitário apresentavam uma probabilidade 44 por cento superior de detectar o cancro da mama numa fase inicial, comparativamente às que detinham nove ou menos anos de instrução escolar.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet.

Erbitux aumenta sobrevivência dos doentes com cancro do pulmão

Merck revela resultados de ensaio clínico de Fase III

O Erbitux (Cetuximab) aumenta a esperança de vida dos doentes com cancro do pulmão, revelou a Merck esta terça-feira. Os resultados de um ensaio clínico de fase III demonstraram que quando combinado com a quimioterapia, o medicamento é mais eficaz do que nos casos em que se procede à aplicação da quimioterapia por si só.

As conclusões deste estudo vêm assim contrariar os resultados de uma investigação anterior apresentados pela ImClone e que indicavam que o fármaco era ineficaz no tratamento da doença. A farmacêutica alemã, que em 1998 comprou à ImClone Systems os direitos do fármaco na Europa e noutros mercados chave, conseguiu comprovar um benefício que tinha sido derrotado pela sua parceira.

A Merck contou com a participação de mais pacientes e combinou a substância com um tipo de quimioterapia diferente para demonstrar que o Erbitux consegue prolongar a vida dos doentes nos quais o cancro alastrou.

“O cancro do pulmão de não pequenas células que alastrou para além do local onde surgiu inicialmente é extremamente difícil de tratar, por isso estamos satisfeitos com estes resultados”, afirmou Wolfgang Wein, director do departamento de oncologia da Merck, num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt.

O Erbitux, aprovado na União Europeia para o tratamento do cancro do cólon e do cancro da cabeça e do pescoço, gerou vendas no valor de 116 milhões de euros no segundo trimestre do ano, um aumento de 44 por cento relativamente a igual período do ano anterior.

Marta Bilro

Fonte: Merck, Bloomberg, Reuters.

Fármaco revelou efeito similar ao Risperdal
Celexa eficaz contra os sintomas de demência


Os resultados de um estudo divulgado na mais recente edição do «American Journal of Geriatric Psychiatry» sugerem que o Celexa, antidepressivo desenvolvido pela empresa farmacêutica Forest que tem como princípio activo o citalopram, poderá produzir o efeito reconhecido ao antipsicótico Risperdal (risperidone) da Johnson & Johnson no que toca ao tratamento da agitação e dos principais sintomas da demência, revelando uma menor incidência de efeitos colaterais adversos.

Um ensaio clínico aleatório com a duração de 12 semanas acompanhou pacientes com demência não depressiva que tinham sido hospitalizados por apresentarem sintomas de tipo comportamental. A amostra total, composta por 103 indivíduos, foi dividida em dois grupos: ao primeiro, com 53 elementos, foi administrado o Celexa; no segundo, com 50 pessoas, foi utilizado o Risperdal. Os resultados demonstraram um decréscimo daquela sintomatologia nos dois grupos, sem significativas diferenças, o que, na opinião do líder do estudo, Bruce Pollock, constituiu uma surpresa, já que se “esperava que o citalopram fosse melhor para a agitação (impulsividade e agressão), mas os chamados sintomas de tipo psicótico foram tratados com eficácia semelhante usando o antidepressivo e usando o antipsicótico”. Os investigadores consideraram, no entanto, que será necessário fazer testes adicionais antes de recomendar o Celexa como uma opção para o tratamento dos sintomas da demência.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword
Global Humanceuticals está a receber propostas de instituições
Doação de medicamento contra o VIH


Roger Kenneth Hershline na China

Roger Kenneth Hershline, médico fundador e executivo-chefe da CureHIV.us, entidade que se dedica à produção e distribuição, a preços mais baixos, de medicamentos contra o HIV e a sida e à investigação de uma cura para aquela e outras doenças, anunciou a intenção de doar amostras de um novo fármaco experimental da Global Humanceuticals Inc. “extremamente eficaz e estável”.

A oferta é especificamente direccionada a instituições, organizações e corporações com e sem fins lucrativos, governamentais, não governamentais, americanas e estrangeiras, e deverá materializar-se através da celebração de “acordos ou parcerias para estimular a pesquisa teórica, objectiva, mecanística, clínica e de desenvolvimento”. O composto experimental, baptizado como NIAID #11039, já recebeu uma patente em Novembro de 2004, chamada “composição antiviral, patente americana número 6821958”, tendo, dois anos depois, sido registada pela Organização Mundial de Patentes Internacionais, com o número de inscrição internacional PCT/US2005/039528.
Hershlife, que em Dezembro do ano passado esteve na China, onde marcou presença na conferência que assinalou o Dia Mundial da Sida – na qual apresentou os primeiros dados sobre o NIAID #11039 – concretizou que a oferta agora anunciada visa “estender uma tecnologia que mais ninguém possui neste planeta”, salientando que “os cientistas chineses estão já muito interessados”. Segundo informações divulgadas pelo clínico na sessão realizada na China, e agora recuperadas pela PR Newswire, o novo composto químico “possui uma cadeia principal de alfa-glicose atóxica, obtida de uma fonte natural abundante. A cadeia principal é bisubstituída quimicamente de forma aleatória, através de uma nova reação, e os grupos de substituição são grupos de desativadores virais diferentes, com base de enxofre, que interagem para proporcionar a inibição da entrada do vírus na célula em concentrações de um picomolar”.
“O NIAID #11039 da Global Humanceuticals Inc. é o primeira medicamento projectado para prevenir o desenvolvimento da resistência, o maior pesadelo no tratamento do HIV e da sida”, declarou Roger Kenneth Hershline, adiantando que é seu objectivo “curar a sida”, e que é por isso que detém a fundação CureHIV.us. Os potenciais interessados em aceder a este novo fármaco, aproveitando a oferta do clínico e da sua fundação, podem entrar em contacto com Roger Kenneth Hershline, através da CureVIH.us (P.O. Box 23467, Hilton Head Is., SC 29925), pelo fax 8433425924, pelo telefone 8433425900 ou pelo número directo do médico: 8436833683.

Carla Teixeira
Fonte: PR Newswire, CureHIV.us
Detectada presença de metanosulfonato etílico no fármaco
Pfizer divulga efeitos cancerígenos do Viracept


A multinacional norte-americana Pfizer anunciou nesta semana que encontrou partículas de um potencial carcinoma humano no medicamento Viracept, destinado ao tratamento da infecção por HIV, recomendando assim que o antiretroviral não seja administrado em crianças e em mulheres grávidas que estejam a iniciar a terapia contra o vírus da sida.

Numa carta dirigida aos profissionais de saúde a companhia farmacêutica explica que foi detectada a presença de metanosulfonato etílico (EMS) naquele fármaco, que terá sido submetido a testes depois de a Roche, que assegura a comercialização do Viracept nos Estados Unidos, ter procedido à recolha daquele medicamento na Europa em Junho, na sequência da detecção de níveis excessivos de EMS no seu princípio activo (nelfinavir), produzido pelo laboratório suíço. Entretanto, a Food and Drug Administration exortou a Pfizer a implementer “novas especificações para limitar a presença do metanosulfonato etílico nos produtos Viracept manufacturados pela empresa”, acrescentando que para já é recomendada às grávidas que actualmente estão a ser tratadas com o antiretroviral a transição para uma terapia alternativa, embora essa substituição não se justifique, atesta a FDA, nas gestantes que não tenham tratamento alternativo possível, bem como nos doentes pediátricos com regimes estáveis de administração daquele fármaco, uma vez que a relação risco/benefício continua, nestes casos, a ser favorável aos pacientes.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, farmacia.com.pt
Consumo de medicamentos analisado nos Estados Unidos
Efeitos adversos duplicaram entre 1998 e 2005


Um estudo agora publicado nos «Archives of Internal Medicine» aferiu que o número de relatos da ocorrência de efeitos secundários graves e irreversíveis como consequência do consumo de medicamentos nos Estados Unidos duplicou no período compreendido entre 1998 e 2005. “A mensagem a reter é a de que a avaliação da segurança não está a funcionar”, considerou Curt Furberg, da Universidade de Wake Forest, um dos autores da investigação.

De acordo com informações avançadas na última edição daquela publicação científica, o estudo pretendeu analisar os efeitos adversos causados pelo consumo dos fármacos ou por erros associados à prescrição dos mesmos. Em 1998 foram registados nos Estados Unidos 34996 casos de consequências nefastas da ingestão de medicamentos, mas em 2005 esse número subiu para os 89842. O volume de ocorrências fatais também sofreu uma subida acentuada naquele período, de 5519 casos no primeiro ano do estudo para 15107 no final da análise. Os especialistas concluíram ainda que, entre os fármacos que mais vezes foram associados a episódios de efeitos secundários graves e fatais, nota-se um contributo desproporcional dos medicamentos para a dor e dos que interagem com o sistema imunitário. “Vinte por cento, ou 298 dos 1489 fármacos identificados, estiveram envolvidos em 87 por cento dos 467809 eventos relatados nos sete anos”. Os cientistas frisam que “este crescimento do número de ocorrências perniciosas mostra que “o actual sistema não está a proteger adequadamente os doentes, desprezando a importância de relatórios recentes que atestam a necessidade de encontrar rapidamente mecanismos que espoletem a mudança em termos legislativos, políticos e institucionais”.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword
FDA autorizou pretensão da multinacional norte-americana
Pfizer Brasil exporta produtos de saúde animal


A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, deu provimento a uma solicitação da multinacional farmacêutica Pfizer no sentido de comercializar em território norte-americano os injectáveis Dectomax (antiparasitário para uso em bovinos e outros animais) e Terramicina LA (antibiótico em dose única), dois produtos produzidos pela Pfizer Brasil.

Jorge Espanha, director da Divisão de Saúde Animal da Pfizer naquele país, esclareceu que a operação teve início no passado mês de Agosto, projectando-se a exportação de 370 mil unidades daqueles dois fármacos, no que o resposnsável classifica como “uma conquista” e “mais um atestado de que a nossa fábrica atende às rigorosas exigências internacionais” naquele domínio. Numa altura em que a unidade brasileira da empresa já exporta produtos veterinários para 55 países, Jorge Espanha lembrou a “preocupação” da multinacional com aspectos como a certificação de produtos e a segurança alimentar, conceitos que são “fundamentais e estratégicos para a internacionalização da produção agropecuária brasileira”.
De acordo com informações avançadas por fontes daquele prestigiado laboratório norte-americano, a exportação na área da Saúde Animal representa actualmente cerca de 30 por cento dos níveis de produção da Pfizer Brasil, mas somando os resultados da área da Saúde Humana e Animal, o mercado externo acolhe já cerca de 37 por cento do total da produção da companhia.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews
Fármaco contra a disfunção eréctil disponível nesta semana
Eli Lilly vai lançar o Cialis no mercado japonês


A companhia farmacêutica norte-americana Eli Lilly está a preparar a introdução do seu medicamento para a disfunção eréctil Cialis (tadalafil) no mercado japonês, intenção que deverá consumar-se nesta quarta-feira. O presidente da unidade japonesa do laboratório considerou que o lançamento do fármaco, concorrente do best-seller Viagra, da também norte-americana Pfizer, deverá “favorecer um contacto mais próximo da Eli Lilly com os profissionais de saúde japoneses”.

Na opinião de Newton Crenshaw, citado pela agência de notícias Bloomberg, “o Cialis desempenha um importante papel não só no contexto do volume global de vendas da empresa farmacêutica, mas também no que toca à afirmação da sua capacidade”, pelo que a Lilly está “a trabalhar arduamente no sentido de se tornar uma das 20 empresas de topo na área do fabrico de medicamentos no Japão até 2010”. Em 2006 o Cialis teve resultados muito satisfatórios nas vendas, totalizando 971 milhões de dólares, de acordo com aquele responsável.

Carla Teixeira
Fonte: Bloomberg