sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Regulamentação sobre vendas online e transferência das farmácias só em Dezembro
O Infarmed anunciou que se encontra a preparar a regulamentação para a efectiva aplicação da legislação que entrou quarta-feira em vigor sobre o funcionamento das farmácias.
A regulamentação do Infarmed dirá respeito, nomeadamente, às transferências de farmácia dentro do mesmo município ou para municípios limítrofes e das transformações de postos farmacêuticos móveis permanentes, em farmácias. A regulamentação deverá também definir as áreas mínimas das farmácias e de divisões como sala de atendimento ao público, armazém, laboratório ou instalações sanitárias, entre outras regras.
"Por isso, enquanto a referida regulamentação não entrar em vigor, não será possível validar os correspondentes pedidos com a consequente devolução dos mesmos aos apresentantes", lê-se no comunicado do Infarmed, que estima que a entrada em vigor da regulamentação aconteça a 01 de Dezembro.
Também as comunicações obrigatórias das farmácias ao Infarmed, por via electrónica, a apresentação de pedidos através da página electrónica do instituto e a utilização de formulários adequados, dependem da prévia definição de regras.
À margem da regulamentação ficam os casos de averbamentos de transmissão da propriedade das farmácias ou das alterações dos respectivos nomes dos estabelecimentos.
Ainda segundo o Infarmed, o quadro normativo será publicado na sua página da Internet, "sem prejuízo da publicação em Diário da República, quando exigida", garante o organismo.
Por outro lado, o Infarmed diz ainda que existirá um período prolongado para a entrada em vigor da referida regulamentação, o que permitirá o seu conhecimento antecipado pelos interessados, "em termos que permitam igualdade de oportunidades na apresentação dos pedidos".
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Pharmacon prevê abrir mais 18 lojas
Volvido apenas um ano sobre a entrada da Pharmacon no mercado português, a cadeia de parafarmácias prevê expandir em 200 por cento a sua rede de lojas em território nacional, com a abertura de 10 novos espaços no próximo trimestre e de outros oito até final de 2008. A aposta numa oferta diferenciada de produtos é, de acordo com os responsáveis pelo projecto, a razão do seu sucesso.
Em comunicado enviado ao farmacia.com.pt a Pharmacon frisa que esta aposta no crescimento da marca incidirá sobre a totalidade do território nacional, dando a resposta mais adequada dos investidores e do mercado a “um conceito de saúde completamente inovador e próximo do cidadão”. Aos espaços da empresa que já se encontram em funcionamento nas cidades de Albufeira, Alcabideche, Almada, Amadora, Beja, Coimbra, Massamá, Montijo, Portalegre, Quarteira, Sines, Vila Nova de Famalicão e Tavira juntar-se-ão, até final de Janeiro, as novas lojas de Braga, Brandoa, Cacém, Castro Verde, Faro, Guarda, Lisboa, Tomar e Vila Real de Santo António, para depois, durante o próximo ano, serem inauguradas novas lojas em Lisboa, Faro, Abrantes, Guimarães, Oeiras e Ourique.
Fernando Saraiva, director da Pharmacon, recorda que a cadeia só está no nosso país há cerca de um ano, e frisa que, “apesar dos constrangimentos inerentes à ainda recente implementação do sector das parafarmácias no mercado nacional, as nossas lojas apresentam um franco crescimento”, sendo hoje “notório que os portugueses confiam cada vez mais no nosso serviço diferenciado, que aposta na proximidade com o cliente e na assistência completa”, que inclui um catálogo de serviços mais abrangente do que é usual naquele tipo de estabelecimentos, que abrangem áreas como a fisioterapia, a homeopatia, a nutrição e a acupunctura, e a realização de análises clínicas.
Tendo em conta as necessidades dos doentes, o “sentido prático da vida actual” e as novas regras impostas ao sector farmacêutico, nos termos do novo regime jurídico, a Pharmacon disponibiliza já aos seus clientes o serviço de entrega de medicamentos ao domicílio, proporcionando-lhes também, em exclusividade, um inovador serviço: os gabinetes de telemedicina, onde os clientes Pharmacon têm a possibilidade de aderir a uma espécie de “consultório interactivo”, através do qual podem receber informações e aconselhamento médico, expondo as dúvidas a um médico de clínica geral, que estará disponível por videoconferência. Neste fim-de-semana a Pharmacon está presente na 10ª edição do Franchising Show, a decorrer na Exponor, em Matosinhos, onde dará a conhecer aos interessados o seu conceito de parafarmácia.
Carla Teixeira
Fonte: comunicado da ADBDCommunicare, site da Pharmacon
Pílula aumenta probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero
Depois de analisarem 52 mil mulheres que tinham participado em 24 estudos em todo o mundo, os cientistas da Cancer Research UK, na Universidade de Oxford, verificaram que o risco é tanto maior quanto mais se prolongar o período de tempo durante o qual as mulheres tomam a pílula. No entanto, se suprimirem a toma do contraceptivo oral durante dez anos, o risco diminui drasticamente, é como se nunca tivessem tomado a pílula.
Investigações anteriores associaram a utilização da pílula a um aumento do risco de desenvolver cancro da mama, mas também a uma diminuição do risco de sofrer de cancro nos ovários e no colo do útero. Esta também não é a primeira vez que os especialistas encontram uma ligação entre a pílula e o cancro do colo do útero, mas até agora não estava clara a relação com o período de tempo.
Ainda assim, o risco de contrair cancro do colo do útero é reduzido quando comparado com o poder preventivo do contraceptivo em casos de cancro do ovário e do endométrio, sublinham os investigadores.
Os dados da pesquisa, no caso do Reino Unido, indicam que o risco de desenvolver cancro do colo do útero em mulheres que nunca tomaram o contraceptivo corresponde a uma média de 3,8 em mil, sendo que este risco aumenta para 4 em mil entre as que tomaram a pílula durante cinco anos e para 4,5 em mil para quem a tomou durante dez anos.
Apesar destas conclusões, a pílula continua a ser um dos contraceptivos mais eficazes e, a longo prazo, o ligeiro aumento no risco de desenvolver cancro do colo do útero e de mama é contrabalançado pela redução no risco de cancro do ovário e do útero, referiu Jane Green, investigadora que conduziu o estudo.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Globo Online.
Rastreio ao cancro da próstata: Deputados dão o exemplo
O diagnóstico é feito através do PSA Check, um teste que consiste numa pequena picada no dedo que, em apenas cinco minutos, permite detectar os níveis de PSA – a proteína que, quando presente no sangue, indica problemas na próstata.
A iniciativa, que conta com o apoio da Pharmasense/ADBD Communicare, pretende alertar para a necessidade do diagnóstico precoce, muitas vezes descurado pela maioria dos portugueses.
O cancro da próstata é a segunda causa de morte entre os homens na Europa e nos Estados Unidos da América. Em Portugal, a patologia é diagnosticada a 10 por cento dos homens com mais de 50 anos. Os sintomas revelam-se numa fase muito avançada, já quase sem hipótese de cura. O diagnóstico atempado é crucial para aumentar a possibilidade de tratar eficazmente a doença.
Marta Bilro
Fonte: Comunicado ADBD Comunicare, Portal da Saúde, Portal do Cidadão com Deficiência.
Estudo põe em causa necessidade de vacinação de reforço
De acordo com o trabalho realizado por investigadores da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos da América, a persistência dos anticorpos pode ser um indicativo de que as actuais recomendações sobre a frequência com que devem ser administradas as doses de reforço deveriam ser reanalisadas, visto que a protecção pode durar para toda a vida.
Segundo explicou Mark K. Slifka, um dos autores do estudo, a vacina do tétano, por exemplo, poderia ser administrada a cada 30 anos, em vez de o ser a cada 10 anos, como acontece actualmente. “Se continuarmos a melhorar as nossas vacinas, um dia poderemos vir a conseguir fornecer imunidade para toda a vida através de uma só vacina”, afirmou o mesmo responsável.
Ainda assim, de acordo com John Treanor, um médico especialista em doenças infecciosas na Universidade de Rochester, no estado de Nova Iorque, antes do sistema de saúde poder eliminar as doses de reforço são necessários mais estudos sobre surtos de determinadas doenças e sobre a inexistência de eficácia das vacinas. Apesar de considerar que o estudo é uma boa ajuda, Treanor duvida que as conclusões sejam “tão definitivas”.
Os autores do estudo, publicado no “New England Journal of Medicine”, analisaram 630 amostras de sangue de 45 pacientes. Em cada amostra foi analisada a taxa de decadência em anticorpos de vacinas para o sarampo, papeira, rubéola, varicela, vírus de Epstein-Barr e vírus do herpes causador da mononucleose.
As vacinas no sistema imunitário
Uma vacina é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante, a um agente infeccioso particular, causador de doença. Esta substância é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado, suscitando uma resposta que o protege de uma doença associada ao agente. A vacina, portanto, induz o sistema imunitário a reagir como se tivesse realmente sido infectado pelo agente, explica Manuel Carmo Gomes, no portal da Faculdade de Ciências de Lisboa.
A primeira resposta do sistema imunitário, quer a uma vacina, quer ao agente infeccioso, é em geral lenta e inespecífica. Porém, o facto de o agente não existir na vacina com capacidade para se multiplicar rapidamente e causar doença, dá ao sistema imunitário tempo para preparar uma resposta específica e memorizá-la. No futuro, caso o vacinado seja realmente infectado, o sistema imunitário responderá com rapidez e eficácia suficiente para o proteger da doença.
Ainda assim, a reacção individual a uma vacina depende sempre dos antecedentes de estimulação do sistema imunitário do indivíduo vacinado, da genética subjacente às características do sistema imunitário, e do seu estado geral de saúde
Marta Bilro
Fonte: The Wall Street Journal, Pharmalot, Portal da Saúde, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Atral-Cipan entra no mercado dos genéricos através da filial Vida
“A empresa Vida, após a reestruturação do grupo, vai passar a apostar na área dos medicamentos genéricos [para o mercado interno e para exportação], além das matérias-primas, medicamentos veterinários e especialidades farmacêuticas que já faziam parte da sua actividade”, disse à agência Lusa o gestor.
José Gavino considera que “o mercado português de genéricos, mas sobretudo o internacional, têm um potencial de crescimento enorme”, uma aposta que o grupo está empenhado em vencer num mercado cada vez mais global.
Esta é a melhor altura para “dar um salto significativo” para fora do país, através do incremento das exportações, afirma o responsável, salientando que, após a reestruturação interna levada a cabo no grupo, o desafio é crescer através da exportação. “À reestruturação interna [já realizada] segue-se agora a internacionalização e a exportação, que permitirá ao grupo alcançar um volume de negócios na ordem dos 50 milhões de euros nos próximos três anos”, frisou José Gavino.
Com vista á reorganização e modernização das suas estruturas, a Atral-Cipan tem investido 5 milhões de euros por ano, prevendo encerrar 2007 com um volume negócios de 40 milhões de euros, uma subida de 5 por cento face a 2006.
"A empresa Vida é sobejamente conhecida da classe médica e dos farmacêuticos", defende José Gavino, motivo pelo qual foi escolhida pelo grupo para avançar no negócio dos medicamentos genéricos. "Temos toda a capacidade tecnológica, conhecimento e tecnologia, além de uma equipa altamente qualificada e motivada, pelo que não foi necessário arrancar com uma empresa de raiz", explicou.
Os mercados emergentes, como a Índia e a China, estão cada vez mais presentes no mercado farmacêutico mundial e também não escapam à atenção do grupo Atral-Cipan. O mesmo acontece com a Turquia, para onde têm exportado matérias-primas e produtos farmacêuticos.
Em Julho de 2006 o grupo deu início a uma reestruturação interna com o encerramento das suas operações no Porto, Coimbra e Funchal e a concentração no Carregal. A imagem do grupo deverá também sofrer alterações, através da adopção de um novo logótipo, mantendo como chapéu a Atral-Cipan. O grupo engloba sete empresas: a Atral-Cipan (Atral e Cipan), a Atral-Cipan PRINMON, Mediquímica, Mediscript, Vida e a Gesframa e conta com 470 colaboradores.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, RTP, Farmacia.com.pt.
Governo holandês deve aprovar desenvolvimento de fármaco à base de canábis
Em 2003, a Holanda foi o primeiro país do mundo a aprovar a comercialização de canábis em farmácias, mediante receita médica, para tratar dores crónicas, náuseas, falta de apetite provocada pelo cancro, HIV e esclerose múltipla.
Depois da Holanda, vários foram os países que legalizaram a venda de marijuana para fins medicinais e actualmente é comercializada no Reino Unido, Canadá, Espanha, Austrália e em alguns estados dos EUA.
Em Portugal, o Infarmed declarava em Julho deste ano à agência Lusa que havia já algum tempo que alguns laboratórios nacionais se encontravam a realizar testes sobre os efeitos medicinais da marijuana, mas negou ter recebido qualquer pedido de regulação de um medicamento à base de canábis.
O Infarmed fez ainda saber que existem no mercado nacional “medicamentos contendo derivados do ópio”, explicando que para tal “a substância tem apenas que provar que é eficaz e com uma relação benefício/risco adequada à indicação terapêutica a que se destina”.
Em Itália, onde os medicamentos à base de canábis são proibidos, uma mulher doente em estado terminal com cancro do pulmão recorreu aos tribunais para que lhe fosse permitido o acesso aos fármacos e ganhou a causa, pois a juíza reconheceu-lhe o direito à saúde, decretado no artigo nº32 da Constituição, permitindo à doente o uso destes medicamentos..
Inês de Matos
Fonte: Correio da Manhã, Lusa, AidsPortugal
FDA emite novos alertas sobre fármacos para a anemia
A FDA declarou que aprovou várias alterações à rotulagem para os fármacos para a anemia, conhecidos como agentes estimulantes da eritropoiese (ESA), que foram relacionados a um aumento da taxa de mortalidade, ataques cardíacos e coágulos sanguíneos. Os novos rótulos enfatizam que os fármacos causaram crescimento do tumor ou reduziram a sobrevivência em pacientes, com cancro da mama avançado, cancro da cabeça e do pescoço, leucemia linfóide e cancro do pulmão de não pequenas células, submetidos a quimioterapia, e que tomaram fármacos para combater a anemia. Os pacientes com maior risco de sofrer os efeitos adversos receberam uma dose para tentar atingir um nível de hemoglobina de 12 gramas por decilitro ou mais.
Os fármacos em questão são comercializados como Procrit (epoitina alfa), comercializado e distribuído por uma subsidiária da Johnson & Johnson, o Epogen (epoetina alfa) e Aranesp (darbepoetina alfa), da Amgen Inc. Estes fármacos são versões geneticamente desenhadas de uma proteína natural que aumenta o número de glóbulos vermelhos. A Amgen e a Johnson & Johnson são as únicas companhias, nos Estados Unidos, que fabricam medicamentos para a anemia. Os fármacos geraram 10 mil milhões de dólares em vendas para as duas companhias no ano passado.
A FDA tinha aprovado, em Março, novos rótulos para os fármacos, mas os novos avisos enfatizam os tipos de cancros afectados, e ressaltam que os medicamentos não melhoram a qualidade de vida geral dos pacientes. A FDA reforçou que as terapias com ESA devem ser descontinuadas a seguir à conclusão da quimioterapia.
Isabel Marques
Fontes: www.rttnews.com, CNNMoney, Associated Press, www.thestreet.com
Cientistas portugueses criam microship para diagnosticar precocemente a espondilite anquilosante
Trata-se de um “novo sistema de classificação com relevância para o diagnóstico, prognóstico e monitorização da actividade da doença através da criação de um microship”, fazem saber os investigadores em comunicado.
Os objectivos do estudo serão apresentados no próximo dia 10, durante o XIX Encontro Nacional de Espondilíticos e seus familiares, que vai ter lugar na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, a partir das 10:00. O evento é promovido pela Associação Nacional de Espondilite Anquilosante e vai contar com a presença do Presidente da Federação Internacional da Espondilite Anquilosante.
A iniciativa está a cargo do Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, mas engloba todos os centros de Reumatologia a nível nacional e pretende, pela primeira vez, caracterizar uma população representativa de doentes portugueses com espondilite anquilosante no que diz respeito a dados clínicos, estado funcional e de qualidade de vida.
Por outro lado, “esta investigação irá permitir a caracterização das variantes genicas e será ainda possível estabelecer comparações entre formas familiares versus esporádicas da doença”explica o documento.
“A avaliação dos resultados do estudo poderá estabelecer a importância de diferentes alelos e genótipos na susceptibilidade para a doença e de correlações com variáveis diversas como a idade de início da doença, o tipo de envolvimento, manifestações sistémicas, actividade da doença, compromisso funcional e gravidade radiológica”, acreditam os investigadores.
A espondilite anquilosante é uma doença reumática inflamatória da coluna vertebral e das articulações sacroilíacas (situadas no final da coluna com os ossos da bacia), responsável por dores e rigidez da coluna, podendo levar à perda da mobilidade.
Inês de Matos
Fonte: Comunicado de imprensa
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Ranbaxy chega a acordo com Boehringer e Astellas sobre patente do Flomax
Segundo o acordo, a Ranbaxy irá lançar a tamsulosina, equivalente genérica do Flomax, utilizado para tratar a hiperplasia benigna da próstata, no mercado norte-americano em Março de 2010, oito semanas antes da patente expirar. Durante este período, a Ranbaxy irá ser o único fabricante do genérico a comercializá-lo nos Estados Unidos. Como resultado do acordo, o caso irá ser encerrado sem prejuízos. Não foram revelados mais termos do acordo.
As vendas anuais do Flomax foram estimadas em 1,2 mil milhões de dólares. Crê-se que a Ranbaxy foi a primeira companhia a contestar a patente do Flomax. No passado mês de Junho, a Ranbaxy recebeu aprovação provisória da FDA para comercializar a tamsulosina.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.business-standard.com
Quiroprática pode causar danos permanentes na coluna e matar
A quiroprática - um dos principais tratamentos alternativos para dor nas costas – pode causar danos permanentes na coluna e até matar. O alerta saiu de um estudo publicado pela revista especializada «Journal of the Royal Society of Medicine».
A dissecção das artérias vertebrais, o rompimento da dura-máter, edemas, danos no nervo, hérnia de disco, fracturas ósseas, inclusive, a morte são algumas das consequências da manipulação da coluna dorsal (prática adoptada na quiroprática) relatadas no estudo de Edzard Ernst.
Para o investigador, este tipo de medicina manual apresenta “sérios riscos e deveria ser controlada mais rigorosamente”, denunciando que "a quiroprática está associada a efeitos adversos leves, frequentes e passageiros, além de complicações sérias que podem levar a danos permanentes e à morte", advertiu.
Ao analisar dados de 32 estudos anteriores, além de inquéritos com médicos e quiropráticos, Ernst que é também director de medicina complementar da Peninsula Medical School, das universidades de Exeter e Plymouth, chegou à conclusão de que a dissecção das artérias vertebrais é um dos efeitos mais comuns desta técnica.
O autor do estudo revelou ainda que, na maioria dos casos com complicações, como rompimento da dura-máter (a membrana externa e mais resistente da medula espinhal) edemas, danos no nervo, hérnia de disco e fracturas ósseas “a manipulação da espinha superior foi apontada como causa.”
Trombose, embolia ou espasmo
De acordo com o «Journal of the Royal Society of Medicine», a quiroprática consiste em uso de pressão sobre vértebras do paciente e, na opinião de Ernst “pode resultar em danos às artérias que correm junto à coluna”, acrescentando que “alguns desses danos podem ser seguidos de sangramentos internos ou formação de pseudo-aneurismas, que podem resultar em trombose, embolia ou espasmo arterial.”
Deste modo, o especialista coloca em dúvida a eficiência da quiroprática como tratamento para dores nas costas ou no pescoço, advogando que
“a informação dos riscos aos pacientes deve ser mandatória para todos os terapêutas que aplicam a técnica.”
No entanto, na opinião dos quiropráticos, a ligação causal entre a prática e os efeitos descritos “é questionável”, alegando que “um dos primeiros sinais da dissecção das artérias vertebrais é a dor no pescoço, que muitas vezes é o que leva o paciente a procurar a terapia.”
Por seu turno, o autor do estudo considera “questionável” as estimativas dos quiropráticos que indicam que apenas 1 em cada 100 milhões de pacientes sofre danos por causa do tratamento.
De referir que, a quiroprática difere da osteopatia sobretudo na maneira de tratar as articulações onde as manipulações são diferentes e por se dedicar a tratar muitos dos problemas internos que têm origem na compressão das raízes nervosas ao nível da coluna.
Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews /«Journal of the Royal Society of Medicine»/http://sacrocraniana.no.sapo.pt/index.html
Alimentos orgânicos podem benificiar saúde

Mais antioxidantes, mais nutrientes e menos ácidos nocivos são algumas das vantagens apontadas aos alimentos orgânicos, considerados, deste modo, como mais benéficos para a saúde. Estes são resultados preliminares de um estudo britânico, cujas conclusões finais deverão ser publicadas dentro de um ano.
A investigação – financiada pela União Europeia – começou a ser realizada na Universidade de Newcastle, Reino Unido, há três anos, e deverá estar concluída em 2008.
Entretanto, segundo avança a BBC, os primeiros resultados divulgados sugerem que alguns alimentos orgânicos são melhores para a saúde do que os convencionais. “Os legumes e frutos orgânicos contêm até 40 por cento mais antioxidantes do que os seus equivalentes não-orgânicos e o leite orgânico poderá conter entre 50 a 80 por cento mais antioxidantes do que o leite normal”, revelaram os investigadores.
Em declarações à BBC, Carlo Leifert, responsável pelo estudo, referiu que
“os primeiros resultados mostram variações significativas na quantidade de antioxidantes presentes em frutos e legumes orgânicos em comparação com as variedades não-orgânicas”, ressalvando que o projecto “ainda está em andamento e, embora tenhamos alguns resultados encorajadores, ainda há muito trabalho a fazer.”
De referir que, os dados agora apresentados contrariam a opinião de especialistas que dizem não haver evidências de que o alimento orgânico seja melhor para a saúde. O certo é que, para além dos antioxidantes - que acredita-se ajudarem a combater o cancro e problemas cardíacos – um outro resultado sugere que os alimentos orgânicos também contêm menos ácidos nocivos para a saúde.
“O trigo, tomate, batata, repolho, cebola e a alface orgânicos contêm entre 20 a 40 por cento mais nutrientes do que os seus equivalentes não orgânicos”, indica ainda o estudo conduzido pela equipa britânica que, no entanto, admitiu não perceber o que causa as diferenças encontradas entre o alimento orgânico e o convencional.
Neste sentido, os cientistas anunciaram que o próximo passo é tentar descobrir o que, na agricultura orgânica, dá um conteúdo nutricional maior e menos substâncias indesejadas ao alimento.
De acordo com a BBC, ao longo de três anos, a equipa de Newcastle examinou frutos, legumes e rebanhos orgânicos e não-orgânicos cultivados ou criados lado a lado em vários pontos da Europa.
Raquel Pacheco
Fonte: BBC News
Genéricos: Quota de 50% permitiria poupar 450 milhões de euros
O relatório, elaborado pela Espírito Santo Research Sectorial e divulgado durante a Expofarma, analisou o impacto que o aumento da quota de mercado dos genéricos teria na poupança dos consumidores e concluiu que essa economia poderia chegar aos 449,5 milhões de euros anuais.
Segundo explicou Francisco Palma, um dos responsáveis pelo estudo, de acordo com o mesmo cenário, um casal português pouparia cerca de 100 euros em medicamentos. Se a quota de genéricos no mercado nacional se aproximasse da registada no Reino Unido, que se situa nos 20 por cento, a poupança dos consumidores portugueses representaria três por cento do total das respectivas despesas em medicamentos.
A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos acredita que, a médio prazo e com uma maior promoção do consumo, a quota dos medicamentos genéricos em Portugal poderá aproximar-se da que já se verifica em mercados internacionais de referência. "Não nos enganaremos se dissermos que é inevitável chegar aos 50 por cento de quota de mercado", afirmou o novo presidente da Apogen, Paulo Lilaia, citado pelo Jornal de Negócios.
Para já, o objectivo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e do Ministério da Saúde é fazer com que a quota de mercado deste tipo de medicamentos atinja os 20 por cento no final de 2008. Uma finalidade que Paulo Lilaia considera ser “possível atingir e ultrapassar”.
Marta Bilro
Fonte: Jornal de Negócios, Portugal Diário, Agência Financeira.
Prometheus Labs adquire fármaco para o cólon irritável da GSK
A Prometheus irá promover e comercializar o Lotronex sob um acordo exclusivo de distribuição até a aquisição estar completa, o que é esperado em Janeiro de 2008. Os termos do acordo do fármaco, que só atingiu vendas de 14 milhões de dólares em 2006, não foram revelados.
A companhia irá continuar a fornecer o Lotronex exclusivamente através do actual programa estabelecido de prescrição do Lotronex. O fármaco só poderá ser prescritos por médicos que aderiram ao programa. O Lotronex é o único fármaco, que necessita de prescrição médica, aprovado pela FDA para mulheres com Síndrome do Cólon Irritável grave com diarreia predominante.
O Lotronex está indicado somente para mulheres com SCI grave com diarreia predominante que não responderam à terapia convencional, e cujos sintomas da SCI são crónicos. Os estudos clínicos não foram efectuados para confirmar adequadamente os benefícios do fármaco para homens ou pacientes com menos de 18 anos.
Isabel Marques
Jovens diabéticos dão lições de alimentação saudável
Num debate aberto a toda a população, dietistas e jovens diabéticos juntam-se, durante toda a manhã do dia 9 de Novembro, para, em conversa aberta, dar conselhos e tirar dúvidas para uma alimentação mais saudável. Depois, entre as 14h30 e 15h30 as dietistas da APD, Vânia Costa e Rute Borrego, darão um curso prático sobre alimentação saudável com explicação dinâmica e tridimensional da pirâmide alimentar. Os responsáveis pretendem assim alertar para os benefícios de um estilo de vida saudável na prevenção da diabetes tipo 2.
“O nosso objectivo é sensibilizar os portugueses para a diabetes, incentivando a população através das actividades da Semana do Diabético, a prevenir a diabetes tipo 2 e a compreender as implicações da diabetes tipo 1, diferenciando-a da tipo 2”, frisou Paulo Madureira, presidente da AJDP.
Entre as diversas actividades a decorrer no âmbito da Semana do Diabético destacam-se também a exposição de fotografias, patente no Amoreiras Shopping, sobre a expedição de 26 diabéticos ao Toubkal, o ponto mais alto da Cordilheira do Atlas, no Norte de África; ou a realização de rastreios gratuitos à diabetes nas principais estações de metro de Lisboa, na quarta-feira, dia 14 de Novembro.
Marta Bilro
Fonte: Comunicado da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal.
Merck solicita aprovação de medicamento para tratar hiperfenilalaninemia
Esta candidatura é particularmente importante “para os pacientes com fenilcetonúria ou deficiência na BH4”, salientou o director de operações europeias da Merck Serono, Roberto Gradnik, uma vez que, segundo o laboratório, não existe qualquer medicamento na Europa destinado ao tratamento desta patologia.
De acordo com o comunicado emitido pela Merck - a que o Farmacia.com.pt teve acesso - o Sapropterin recebeu estatuto de medicamento órfão atribuído pela EMEA e pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA). Caso seja aprovado no tratamento da hiperfenilalaninemia deverá garantir sete anos de exclusividade no mercado norte-americano e 10 anos na Europa.
Os dados divulgados pelo laboratório indicam que existem actualmente 50 mil pacientes nos países desenvolvidos que sofrem do tipo de hyperphenylalaninemia para o qual o Sapropterin foi desenvolvido.
Marta Bilro
Fonte: Merck, CNN Money, Reuters.
China acusa farmacêuticas de publicidade exagerada
A Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA) ameaçou confiscar as licenças de 16 empresas farmacêuticas que alegadamente divulgaram anúncios que publicitam exageradamente os benefícios dos seus produtos.
De acordo com a entidade reguladora chinesa, os anúncios continham “uma grande quantidade de afirmações e promessas não científicas acerca dos benefícios e efeitos dos produtos”, relata a agência noticiosa oficial do país. Os responsáveis afirmam também que, para além de ter infringido as leis, esta publicidade fez com que os consumidores fossem induzidos em erro.
Entre os alegados exageros está uma afirmação da Tonghua Shenlong Pharmaceutical Co. de acordo com a qual um medicamento da sua responsabilidade poderia “produzir um efeito instantâneo num paciente que tenha sofrido de doença cardíaca durante sete ou oito anos”, refere a Xinhua.
A China tem vindo a lutar contra as infracções das empresas produtoras de medicamentos numa campanha intensiva para aumentar a qualidade dos produtos. A medida foi impulsionada pelos recentes relatos de contaminação, impurezas ou alterações na composição de alguns produtos, como pastas de dentes ou brinquedos e que denegriram seriamente a reputação das exportações chinesas.
O país está a tornar mais rigorosos os requisitos de qualidade para a atribuição de licenças para novos medicamentos e ordenou a reavaliação de 170 mil licenças de produção de fármacos atribuídas durante a direcção do ex-director da SFDA, Zheng Xiaoyu, executado em Julho depois de ter sido condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade.
Marta Bilro
Fonte: International Herald Tribune, Pharmalot, Xinhua, Farmacia.com.pt.
Medicamentos contrafeitos invadem o mercado global
Os medicamentos contrafeitos estão a inundar os mercados globais. De acordo com um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) o número de medicamentos falsos que se infiltram nas cadeias de fornecimento mundiais é preocupante e as novas tendências aliadas a este tipo de actividade não param de crescer.
“Actualmente, poucas jurisdições estão imunes aos medicamentos contrafeitos e à infracção dos direitos de propriedade intelectual”, salienta o relatório. Enquanto as estimativas falam numa prevalência do fenómeno abaixo do 1 por cento, muitos países desenvolvidos, como a Austrália, Canadá, os países da União Europeia, Japão, Nova Zelândia e Estados Unidos da América, estão a ser largamente afectados à medida que se intensifica o fornecimento e a produção global.
“Uma tendência preocupante reside no facto dos medicamentos contrafeitos estarem a ser cada vez mais detectados como tendo entrado na cadeia de fornecimento de algumas das jurisdições mais reguladas”, afirma a OCDE.
Num inquérito conduzido pela organização junto de produtores farmacêuticos em 2005, uma empresa relatou um aumento da existência de ingredientes farmacêuticos activos contrafeitos, bem como o aumento da dificuldade em distinguir as substâncias genuínas dos produtos falsificados.
Uma das empresas inquiridas pela OCDE afirmou ter detectado, em 33 países, ingredientes farmacêuticos activos falsos provenientes da Índia. Uma outra firma disse ter encontrado, em 42 países, falsificações dos seus produtos farmacêuticos com origem na China.
Os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), citados pelo estudo da OCDE, indicam que a prevalência de medicamentos contrafeitos nos países em vias de desenvolvimento se situa entre os 10 e ao 13 por cento. A Índia foi identificada como sendo destacadamente a nação líder na produção de medicamentos falsos – segundo as estatísticas de 2005 da Direcção-Geral dos Impostos Indirectos e União Aduaneira (TAXUD) divulgadas pela União Europeia, 75 por cento dos registos globais de medicamentos falsos têm origem na Índia, 7 por cento no Egipto e 6 por cento na China.
As conclusões do trabalho OCDE apontam também para o aumento da diversificação do tipo substâncias produzidas. “A análise dos dados relativos à UE e à América do Norte revelam que os medicamentos contrafeitos têm como alvo um largo espectro de fármacos modernos para o tratamento do cancro (anti-tumorais e anemia), da disfunção eréctil, na área da cardiologia (redutores do colesterol e anti-hipertensores), hormonas e esteróides”, sublinha o relatório.
Os medicamentos genitourinários são visivelmente os principais alvos da falsificação. Conforme afirma a OCDE, foram relatados 253 casos de contrafacção que envolviam esta classe de fármacos, sendo que o número de incidentes subiu para os 401 em 2005. Os fármacos anti-infecciosos e os medicamentos para o sistema nervoso central surgem em segundo lugar na lista das falsificações mais frequentes, com 172 e 147 casos detectados, respectivamente.
Uma das tendências mais inquietantes relaciona-se com o contributo cada vez mais relevante da internet na propagação dos produtos contrafeitos. O relatório salienta mesmo, como exemplo particular, o caso do Rimonabant, que foi publicitado e colocado à venda na internet mesmo antes de ter recebido autorização de comercialização na União Europeia.
A OCDE traçou também o perfil dos indivíduos que se dedicam à produção e distribuição de medicamentos contrafeitos, entre os quais estão farmacêuticos e físicos, grupos de associação criminosa, membros do crime organizado, empresas farmacêuticas corruptas, funcionários locais e nacionais corruptos e organizações terroristas.
Marta Bilro
Fonte: BioPharma-Reporter.com.
Leite materno ajuda no desenvolvimento intelectual das crianças
QI pode ser até sete pontos mais elevado
Um estudo desenvolvido pela Academia Nacional das Ciências do Reino Unido concluiu que as crianças com o gene FADS2, que são alimentadas com leite materno, podem atingir um quociente intelectual (QI) sete pontos mais elevado do que o daquelas que, possuindo o mesmo gene, não são alimentadas da mesma forma.
O gene em questão ajuda a reduzir os ácidos gordos da dieta alimentar e estão directamente ligados ao desenvolvimento do cérebro. Para os investigadores a descoberta assume grande importância, pois sete pontos no QI de uma criança em idade escolar é uma diferença suficiente para a colocar entre as três mais inteligentes da sua turma.
Os investigadores do Instituto de Psiquiatria, do Kings College London, perceberam que o gene FADS2 existe em 90% dos indivíduos, usando para tal dados de dois estudos anteriores, relativos a crianças amamentadas a leite materno, no Reino Unido e na Nova Zelândia e que envolveram mais de três mil indivíduos. As crianças participantes nestes estudos foram sujeitas a diversos métodos de medição do QI, eram estudantes e encontravam-se na faixa etária entre os cinco e os 13 anos.
Investigações anteriores sobre inteligência e amamentação levaram a conclusões antagónicas. A partir daqui, desenvolveu-se uma discussão académica em torno do assunto, procurando saber se as mães que tinham atingido um maior grau académico nos seus estudos ou que possuíam um mais elevado nível cultural, estariam mais dispostas a amamentar e influenciariam, desta forma, os resultados.
Terrie Moffitt, investigador da Academia Nacional de Ciências britânica e co-autor do estudo, revelou que as conclusões agora alcançadas dão uma nova perspectiva na argumentação, mostrando a intervenção de um mecanismo fisiológico, que diferencia a alimentação ao peito do leite administrado a crianças por biberão.
"O argumento sobre a inteligência tem sido utilizado no último século, no debate entre natureza e nutrição", refere Moffitt . "Contudo, conseguimos agora demonstrar que, de facto, a natureza trabalha através da nutrição para potenciar futuramente a saúde das crianças."
Desde que os estudos utilizados nesta análise foram divulgados, a indústria de produtos lácteos começou a adicionar ácidos gordos ao leite, mas os resultados apurados têm apresentado resultados inconsistentes.
Inês de Matos
Fonte: Diário de Notícias
ENTREVISTA
“Liberalização não vai resolver problemas”

Foi durante muitos anos presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica, porventura a sua faceta mais conhecida, desempenhou cargos na NATO, na OCDE e na UNESCO, participou na campanha de François Mitterrand e viajou muito pelo mundo. Diz que Mário Soares é uma das grandes referências nacionais, e nas últimas eleições para a Ordem dos Farmacêuticos apoiou incondicionalmente Irene Silveira, que acabaria por ser eleita bastonária, em Junho deste ano. Numa curta conversa com o farmacia.com.pt, que serviu também para recordar o tempo em que liderou os destinos da classe, Francisco Carvalho Guerra reconheceu estar “preocupado” com o facto de “a maioria dos economistas encarar a liberalização da propriedade das farmácias como uma solução para todos os problemas”.
Na sua opinião a realidade deverá ser algo diferente, até porque “a prática ensina-nos que quando as coisas funcionam não devemos mexer-lhes”, e não há, segundo afirma, nenhum sector em Portugal que funcione tão bem como as farmácias. Para atestar o que diz recorda que “toda a profissão está em rede informática, tornando possível, em tempo real, a qualquer farmacêutico no país, saber onde é que dado medicamento está esgotado, quantos foram vendidos… Se o Governo acha que os farmacêuticos ganham muito dinheiro, então controle o preço dos medicamentos. O resto no novo regime jurídico parece-me muito adequado, mas que a liberalização da propriedade das farmácias constitua um melhor serviço para os cidadãos, tenho as minhas dúvidas”.
A título de exemplo, ironizando com o facto de o entrevistado passar a ser também entrevistador, questionou o farmacia.com.pt sobre as eventuais consequências de, um destes dias, e diante das novas regras de funcionamento da propriedade das farmácias, uma multinacional do sector resolver comprar mil farmácias em Portugal. Sem esperar pela resposta, disparou de imediato a sua convicção: “A concentração do mercado, com este regime jurídico, é uma possibilidade real, e tenho dúvidas de que a qualidade do serviço prestado aos doentes seja a mesma se o farmacêutico, em vez de ser o dono do estabelecimento, for o empregado”.
Numa outra linha de pensamento, lembrou que, ao contrário dos médicos, que se concentram essencialmente nas regiões do Litoral, “os farmacêuticos estão em todo o país”. Carvalho Guerra argumenta, por isso, que “o papel daqueles profissionais poderia ser muito importante nas zonas em que o médico não está acessível”, preconizando, designadamente, que aqueles especialistas pudessem “trabalhar com as câmaras municipais em muitas áreas de apoio aos cidadãos”. Admite que “muitos não quereriam fazer esse trabalho, porque ninguém lhes pagaria por isso, mas tenho muitos alunos que, creio, aceitariam fazer esse tipo de acompanhamento das populações de forma gratuita”.
Carla Teixeira
Fonte: Entrevista pessoal a Carvalho Guerra
Canhotos raciocinam mais depressa que os dextros
O departamento de Neurofisiologia dessa universidade atribuiu a maior rapidez de raciocínio dos canhotos ao facto de a ligação entre os hemisférios cerebrais ser mais rápida, proporcionando uma maior transferência de informação, tornando os canhotos mais eficientes quando lidam com estímulos múltiplos.
De acordo com os investigadores, os canhotos tendem a usar ambos os lados do cérebro de forma mais ágil.
Nick Cherbuin, responsável pela investigação, explicou que as pessoas tendem a usar ambos os hemisférios para tarefas muito rápidas ou pesadas e que exijam interpretação de muita informação.
Deste modo, tarefas como conduzir com tráfego intenso, jogar computador e praticar desporto são normalmente mais fáceis de executar para os canhotos.
Inês de Matos
Fonte: Sol
Obesidade aumenta risco de cancro nas mulheres
Ao longo de sete anos, os investigadores examinaram 45.000 casos de cancro em cerca de um milhão de mulheres, relacionando 6.000 deles ao excesso de peso.
De acordo com os resultados desta investigação, 51 por cento dos casos de cancro uterino e 48 por cento dos endocarcinomas do esófago, são devidos aos excesso de peso, patologias que poderiam ter sido prevenidas com uma alimentação equilibrada e exercício físico.
Por outro lado, o estudo revelou também que existem determinados tipos de cancro que não parecem ser influenciados pelo peso, pelo que apenas 10 a 20 por cento dos casos de mielomas múltiplos, do cancro renal, de leucemia e de cancro do pâncreas analisados podem atribuir-se ao excesso de peso.
Para os autores do estudo, a obesidade pode explicar perto de 6.000 dos 120.000 novos casos de cancro que se registam anualmente entre as mulheres com mais de 50 anos. Cerca de dois terços desses 6.000 casos são cancros do útero e da mama.
Quanto à menopausa, os investigadores perceberam que neste período o excesso de peso aumenta o risco de cancro da mama e do intestino.
Para evitar estas patologias, a organização britânica Cancer Research recomenda que se coma todos os dias aproximadamente à mesma hora e sem pressas, que se reduza a ingestão de gorduras e que se aumente o consumo de frutas e legumes.
Caminhar uma hora ou hora e meia diariamente e estar de pé pelo menos dez minutos a cada hora são outras recomendações da organização.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Vacina experimental contra o dengue apresenta resultados positivos
A companhia declarou que a imunização com a vacina experimental tetravalente contra o dengue gerou uma resposta de seroneutralização de anticorpos, contra todos os quatro serotipos do vírus responsável pela febre do dengue, em 100 por cento dos adultos que participaram no ensaio nos Estados Unidos. Os resultados foram apresentados no 56º congresso anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (American Society of Tropical Medicine and Hygiene - ASTMH), em Filadélfia, Estados Unidos.
A vacina experimental é baseada numa nova tecnologia que incorpora o invólucro de proteínas, e também irá fornecer imunização contra as formas mais graves da doença: a febre hemorrágica do dengue e a síndrome de choque do dengue.
A febre do dengue é uma doença originada por um mosquito que afecta até 100 milhões de pessoas todos os anos, e que resulta em 24 mil mortes, principalmente em crianças, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença representa uma potencial ameaça para cerca de metade da população mundial e ocorre especialmente em países tropicais e subtropicais.
O dengue, uma infecção originária das regiões subtropicais, tem sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, arrepios, dores de cabeça, náuseas, dores abdominais, e dores musculares e nas articulações. Mas pode degenerar em febre do dengue hemorrágico que, em muitos casos, provoca a morte.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Reuters, Bloomberg, MarketWatch, www.mni.pt, www.rttnews.com, www.tradingmarkets.com
FDA rejeita antidepressivo Gepirone ER da GSK
A FDA emitiu uma carta de não aprovação para os comprimidos de libertação prolongada da GSK e da Fabre-Kramer Pharmaceuticals Inc. As companhias entraram num acordo, em Fevereiro, para a colaboração no desenvolvimento e comercialização, a nível mundial, dos comprimidos Gepirone ER, um agonista dos receptores 5HT1A de primeira classe. As companhias não revelaram a razão pela qual a FDA rejeitou o fármaco. A GSK e a Fabre-Kramer declararam que estão agora a avaliar a resposta da FDA para determinar os próximos passos mais apropriados.
Esta notícia revelou-se um rude golpe para a GSK, que necessita de novos fármacos para compensar a expiração pendente de patentes de fármacos blockbuster chave, e uma recente queda nas vendas do segundo fármaco mais vendido, o Avandia (maleato de rosiglitazona) para a diabetes, que tem sido alvo de receios relativamente à possibilidade de estar relacionado com ataques cardíacos.
Os analistas tinham previsto que o Gepirone ER, caso fosse bem sucedido, poderia eventualmente atingir vendas entre 800 milhões de dólares e 1,6 mil milhões de dólares por ano.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
SNS vai integrar vacina contra cancro do colo do útero

Durante o discurso de defesa do Orçamento do Estado para 2008, o primeiro-ministro, José Sócrates, revelou que o Programa Nacional de Vacinação irá contar com a vacina contra o cancro do colo do útero - o que a torna gratuita - estimando que, ainda no final deste mês, seja divulgado o parecer da comissão técnica de vacinação relativamente às condições técnicas em que deve ser administrada a vacina. O líder do Executivo socialista assegurou ainda que o acesso à vacinação em causa “não dependerá das condições económicas das respectivas famílias."
Realçando que "pela primeira vez desde sempre, o SNS passará a integrar um Programa Nacional de Saúde Oral", o primeiro-ministro concretizou que seria alargado "ao conjunto de crianças entre os seis e os 12 anos a intervenção de prevenção da cárie dentária, realizada nas escolas."
No que concerne ao incentivo à natalidade, José Sócrates admitiu apoios à procriação medicamente assistida, asseverando o "acesso deste tipo de tratamento a mais famílias que queiram ter filhos."
Fonte: Lusa/TVI/RTP/PortugalDiário
Fármaco mais eficaz para doentes renais

Um estudo divulgado pela revista «The Lancet» indica que o uso do fármaco “methoxy polyethylene glycol-epoetin beta” pode ser mais eficaz no tratamento de pacientes anémicos com doença renal crónica.
De acordo com uma nota do laboratório Roche, a vantagem deste medicamento - aprovado em Julho deste ano pela União Europeia - “é agir durante mais tempo no organismo, podendo ser tomado com uma periodicidade maior.”
É sabido que os doentes com problemas renais, derivado à deterioração progressiva dos rins, têm de tomar estimulantes da eritropoiese (Esa), para colmatar essa dificuldade do organismo em produzir esta hormona - que tem como função estimular a medula óssea a fabricar glóbulos vermelhos.
No sentido de substituir os tipos de Esa que têm um menor período de acção no organismo, a farmacêutica suiça desenvolveu este fármaco “que pode ser administrado uma vez em cada quatro semanas em pacientes com doença renal”, assegura a Roche no comunicado, rematando que “os outros tipos de Esa têm de ser tomados semanalmente.”
Segundo destaca o estudo apresentado na «The Lancet», “como o fármaco é administrado menos vezes, diminui a possibilidade de erros na dosagem, facto que ocorre em 45% dos casos.”
Raquel Pacheco
Fonte: «The Lancet»/comunicado da Roche
Rifadex retirado do mercado nacional
A mesma circular, emitida esta terça-feira, especifica que a recolha surge na sequência de análises realizadas na Direcção de Comprovação de Qualidade do Infarmed ao lote n.º B0395, val: 01/2009 e que deram conta de resultados fora das especificações no que respeita os parâmetros de doseamento, características organolépticas e massa média.
A estes aspectos acresce ainda o facto de a empresa ter solicitado ao Infarmed o cancelamento da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) por considerar que o medicamento não estava em conformidade com o definido no dossier de AIM autorizado.
Nesse sentido, o Conselho Directivo do Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização de todos os lotes do medicamento. O Rifadex (Rifampicina) é utilizado no tratamento da tuberculose, lepra e brucelose e em algumas infecções graves tratadas em meio hospitalar.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed.
Descoberta anomalia que causa cancro do colón em jovens

Um estudo apresentado à American Society of Human Genetics (Sociedade Americana de Genética Humana) revelou que uma anormalidade nos cromossomas característicos do envelhecimento está vinculada ao cancro do cólon em pessoas com menos de 50 anos.
A investigação foi conduzida por investigadores da Clínica Mayo que examinaram 114 doentes com cancro, com menos de 50 anos, nos quais, 98 não apresentavam antecedentes da doença. Nestes pacientes, analisaram a estrutura dos telómeros - que se encontram nas extremidades dos cromossomas e mantêm a sua estrutura.
Segundo anunciou Lisa Boardman, coordenadora do estudo e especialista em Gastroenterologia, a equipa da Clínica Mayo verificou que, “apesar da sua juventude, os doentes com cancro do cólon tinham telómeros curtos” esclarecendo que, geralmente, “os telómeros encolhem com a passagem dos anos e estão relacionados a algumas doenças, entre elas o cancro.”
De acordo com outro resultado divulgado, a doença afectou em maior medida os homens que as mulheres.
Na opinião dos investigadores, a relação entre o cancro e o encurtamento do telómero permite que esta estrutura cromossómica seja “um marcador da doença e um sistema de alarme para antecipar o risco.”
Neste sentido, para os cientistas, a descoberta representa uma “luz de alerta” para potenciais doentes jovens e abre portas a novas investigações para prevenir e tratar a doença.
O cancro do cólon e do recto é, em Portugal, o cancro mais frequente nos homens, embora, neste mesmo grupo, seja a quarta causa de morte oncológica. Já nas mulheres é o segundo tipo de cancro bem como a segunda causa de morte oncológica.
Raquel Pacheco
Fonte: Agência EFE/Portal da Saúde
Desvendado gene relacionado à infertilidade masculina
De acordo com investigadores norte-americanos, a razão pela qual alguns homens são inférteis pode estar associada a um único gene agora desvendado. O estudo - publicado na «Nature» - atribui ao gene um papel fundamental nas fases finais da formação das células de espermatozóides.
A investigação conduzida por uma equipa da University of North Carolina (UNC), nos Estados Unidos – realizada em ratos - constatou que os animais aos quais lhes foi retirado um gene registaram uma contagem, significativamente menor, de espermatozóides e eram inférteis.
Em declarações à «Nature» Yi Zhang, coordenador do estudo e professor de bioquímica da faculdade de medicina da UNC, explicou que o gene “tem um efeito muito específico no desenvolvimento do espermatozóide funcional” realçando que, deste modo, “tem um grande potencial de ser alvo de novos tratamentos para a infertilidade."
Segundo informou Zhang, o estudo “concentrou-se no estágio final da formação da célula do espermatozóide, conhecido como espermatogénese. Nessa fase, o ADN é concentrado na cabeça do espermatozóide, para garantir a penetração no óvulo”, concretizando que “os ratinhos concebidos para não terem o gene responsável por esse processo produziram poucos espermatozóides maduros, e os poucos que foram produzidos tinham cabeças de formato anormal e caudas imóveis.”
Raquel Pacheco
Fonte: «Nature»/UNC
Pequena molécula propaga cancro pelo organismo

À luz de um estudo publicado na revista «Nature», uma pequena molécula desempenha um papel crucial na metástase (movimento ou disseminação de tecidos doentes de um órgão para outro). Segundo avança a publicação, o próximo passo dos investigadores é descobrir os alvos “para que seja possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”
Na investigação conduzida por Robert Weinberg, do Instituto Whitehead (EUA) a acção do microRNA é relacionada com a propagação do cancro pelo corpo. “Uma associação (do microRNA) com um dado clínico não é trivial”, considerou a bióloga molecular Dirce Maria Carraro, investigadora do Hospital A.C. Camargo (Brasil), frisando que “é um trabalho muito bom.”
Para testar a ligação, Weinberg e mais dois cientistas analisaram diversos tecidos cancerosos de mama, alguns mais malignos do que outros. De acordo com os investigadores, um microRNA específico, chamado miR-10b, era especialmente evidente nas amostras com grande potencial metastático, ou seja, que lançaram células doentes pelo corpo.
O RNA é um dos principais actores da genética, formado por uma fita de bases químicas. Na forma de mensageiro, carrega as informações do seu primo DNA para fora do núcleo da célula, onde se formam os “tijolos” do corpo, as proteínas. Por sua vez, o microRNA parece um recorte dessa fita: tem apenas cerca de 20 bases. Ainda assim, consegue bloquear o trabalho do RNA mensageiro como sugerem estudos recentes que ligam esta pequena molécula com a morte de células.
Segundo revelou a «Nature», o miR-10b apareceu em 9 de 18 mulheres que tinham um cancro de mama desse tipo, enquanto era quase ausente em cinco pacientes com tipos menos agressivos. A mesma fonte esclarece que o grupo testou a sua teoria em ratos. “Os animais receberam células cancerígenas humanas com o miR-10b, que se espalharam pelos vasos sanguíneos. Por outro lado, quando foram injectadas células de cancro humanas sem a molécula, nenhuma migração aconteceu.”
Os investigadores acreditam que esse microRNA afecta a actuação de um gene chamado «twist», ligado à metástase por outros estudos - inclusive do próprio Weinberg. No entanto, a equipa norte-americana afirma não conhecer exactamente o que acontece dentro das células para produzir comportamentos tão distintos. “É ainda possível que o miR-10b controle alvos adicionais”, referem no artigo.
Weinberg adiantou à «Nature» que descobrir o alvo é o passo seguinte: “Se conseguirmos, será possível determinar o grau de perigo que determinado tumor oferece, como age e como contê-lo.”
Raquel Pacheco
Lançamento do Galvus para a diabetes pode ser adiado na Europa
Apesar da Novartis ter planeado lançar brevemente na Europa o fármaco para a diabetes, pertencente à família dos inibidores da DPP-IV (dipeptidil peptidase IV), provavelmente o lançamento do fármaco chave para o futuro da companhia será adiado entre três e seis meses.
A companhia anunciou que irá procurar uma revisão das recomendações de prescrição antes de lançar o Galvus na Europa, deixando-o ainda mais atrás do tratamento recentemente lançado pela Merck & Co Inc., o Januvia (sitagliptina).
Segundo a Novartis, os dados demonstraram que os pacientes que tomaram doses de 100 miligramas de Galvus, uma vez por dia, apresentaram mais frequentemente um aumento de uma enzima associada com danos no fígado, em comparação com aqueles que tomaram 50 mg por dia ou 50 mg duas vezes por dia. As recentes análises ilustraram um conhecido desequilíbrio nos níveis das enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), que se torna mais proeminente com o regime de dosagem de 100 mg uma vez por dia.
A Novartis propôs alterar as recomendações para a utilização de doses de 50 mg uma ou duas vezes por dia, em vez de uma única dose mais elevada, e também irá discutir os dados e as recomendações com outros reguladores.
Tanto o Galvus como o Januvia são inibidores da DPP-IV, e estão delineados para aumentar a própria capacidade do organismo para baixar os níveis elevados de açúcar no sangue, o que poderá tornar-se uma importante nova forma para controlar a diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença.
Os fabricantes e muitos analistas acreditam que os fármacos DPP-IV podem tornar-se blockbusters, porque não estão associados a um aumento de peso, um dos maiores efeitos secundários de alguns fármacos para a diabetes.
A aprovação nos Estados Unidos foi adiada devido a uma carta de aprovação emitida pela FDA, em Fevereiro deste ano, que solicita mais informações relativamente a descobertas relacionadas com a pele em estudos pré-clínicos em primatas. De momento, a Novartis não prevê apresentar dados adicionais antes do fim de 2009. O fármaco já está disponível no Brasil e no México nas dosagens de 50 mg e 100 mg.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.outsourcing-pharma.com
Lucros da Bayer triplicam no terceiro trimestre
Num comunicado emitido esta terça-feira, a empresa revela um crescimento nas vendas de 4,5 por cento para os 7,79 mil milhões de euros, o que lhe permitiu rever em alta as estimativas de crescimento de vendas para o cômputo do ano. Espera-se agora uma subida de 6 por cento na totalidade de 2007, em vez do aumento de 5 por cento anteriormente previsto.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Económico, Jornal de Negócios.
FDA rejeita genérico do Lovenox da Momenta Pharmaceuticals
O fármaco, injecção de enoxaparina sódica, conhecido como M-Enoxaprina foi desenvolvido na sua forma genérica pela parceira Sandoz, a divisão de genéricos da Novartis.
A FDA recomendou que a Momenta e a Sandoz se encontrassem com a agência reguladora, para determinar qual a informação adicional que deve ser fornecida para resolver as preocupações relacionadas com os efeitos no sistema imunitário.
A Momenta revelou que está a trabalhar em conjunto com a Sandoz para responder às questões da FDA e determinar a informação necessária para ganhar a aprovação para o M-Enoxaparin.
A relutância da FDA na aprovação da versão genérica do fármaco pode ser um sinal de um conservadorismo mais alargado relativamente aos medicamentos biossimilares, ou cópias de produtos biotecnológicos.
A FDA clarificou que todos os pedidos de registo para produtos de enoxaparina devem abordar o potencial de imunogenicidade do fármaco. O CEO da Momenta, Craig A. Wheeler, declarou que a companhia poderá antecipar as preocupações da FDA, baseando-se na caracterização detalhada da enoxaparina e na actual literatura médica e científica.
O Lovenox, o maior fármaco da Sanofi, teve vendas mundiais de 1,94 mil milhões de euros (2,82 mil milhões de dólares) nos primeiros nove meses de 2007.
Faculdade de Farmácia vai avaliar necessidades de medicação dos idosos
Os dados actuais indicam que os idosos com idade superior a 65 anos tomam em média sete medicamentos por dia e em alguns casos 17 fármacos distintos. Nesse sentido, torna-se evidente a necessidade de “ajustar as terapêuticas e reavaliar as condições em que os idosos tomam medicação”, refere o comunicado a que o Farmacia.com.pt teve acesso.
A prevalência de doenças crónicas entre a população idosa portuguesa poderá ser um indicador do elevado número de medicamentos tomados, pelo que é preciso aprofundar o conhecimento da situação. Até porque, “a polimedicação aumenta o risco de iatrogenia medicamentosa, ou seja do aparecimento de efeitos negativos associados à medicação”, alerta o mesmo documento.
Tendo em conta uma avaliação das patologias e as necessidades de medicação da população idosa, o estudo que será realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa tem inicio marcado para o mês de Novembro e prolonga-se até ao final de 2008. Os objectivos do trabalho vão ser apresentados na quinta-feira, à 9h30, na Universidade Sénior em Oeiras.
Na mesma ocasião, serão realizados rastreios cardiovasculares que inclui medição de glicemia, colesterol total, peso, altura e caracterização farmacoterapêutica dos participantes.
Marta Bilro
Fonte: E-mail Farmacia-press.
Consultas gratuitas de oncologia e plástica da mama durante o mês de Novembro
A iniciativa surge na sequência da abertura da primeira unidade oncoplástica da mama no sector privado. De acordo com a disponibilidade da agenda, uma inscrição telefónica coloca à disposição da paciente uma equipa médica multidisciplinar para o tratamento da patologia mamária, incluindo uma “Breast Nurse” - enfermeira, que acompanha os doentes em todo o seu percurso.
O tratamento médico do cancro da mama tem vindo a registar avanços notáveis ao longo das últimas duas décadas e o diagnóstico precoce contribui significativamente para a redução da mortalidade. A cura para alguns casos de cancro da mama é muitas vezes possível através da detecção do problema em fase inicial.
O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atingir também os homens. O cancro da mama é a principal causa de morte nas mulheres entre os 35 e os 59 anos, vitimando quatro mulheres portuguesas por dia. Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, dos quais 75 por cento são tratados com sucesso.
Marta Bilro
Fonte: Médicos de Portugal, Expresso, Portal da Saúde, Farmacia.com.pt.
Supercomputador Milipeia utilizado em projectos farmacológicos
Instalado no Laboratório de Computação Avançada da UC, onde foi concebido, através do Milipeia estão a ser desenvolvidos projectos que trabalham na simulação de proteínas, cujos estudos poderão, no futuro, ajudar à descoberta de fármacos para a cura da doença de Alzheimer ou da doença dos pezinhos, revelou o investigador Pedro Alberto, em declarações à agência Lusa.
Um dos projectos de destaque a ser auxiliado pelo supercomputador é o estudo da tomografia por emissão de positrões, já utilizada em Portugal para observar processos dinâmicos de algumas doenças, com vista ao desenvolvimento e evolução desta técnica imagiológica de aplicação clínica.
“São sistemas muito complexos, com milhares de partículas em interacção, que necessitam de muitas horas de cálculo científico”, explicou o responsável, acrescentando que “sem um sistema de cálculo desta dimensão não seria possível executar muitos destes projectos”.
Com 520 processadores, o Milipeia é o mais poderoso sistema computacional destinado a cálculo científico existente em Portugal. Disponibilizando cerca de 3,5 milhões de horas de cálculo, o supercomputador está desde Outubro ao serviço de 34 projectos científicos de sete universidades e centros de investigação portugueses.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa.
OMS quer pacto global para reduzir preços de medicamentos
A falta de acesso a medicamentos por parte das populações dos países pobres está a desencadear fortes preocupações no seio da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para tornar os fármacos mais acessíveis, a directora-geral da OMS, Margaret Chan, apelou à criação de um acordo global que imponha uma redução de preços.
"Comprometo-me totalmente em favorecer o acesso de todos aos medicamentos", declarou a diretora-geral da OMS, na abertura de uma reunião de um grupo de trabalho sobre a saúde pública, a inovação e a propriedade intelectual.
Os custos elevados dos tratamentos e das patentes são o principal entrave ao acesso aos medicamentos nos países mais pobres do globo. Assim, é necessário encontrar uma forma de fornecer medicamentos a preços acessíveis sem travar o estímulo às inovações farmacêuticas da iniciativa privada.
"Não podemos aceitar que o custo do atendimento médico empurre as famílias desfavorecidas ainda mais para a pobreza", disse Chan, citando como exemplos a Sida e a tuberculose. Nesse sentido, "o desafio é trabalhar em múltiplas frentes para atender às necessidades imediatas para o acesso equitativo a fármacos acessíveis e de qualidade, e ao mesmo tempo trabalhar para estimular a inovação", acrescentou.
A proposta da OMS não agrada à indústria farmacêutica que justifica a sua oposição com a necessidade de obter lucros através das vendas para financiar a investigação e o desenvolvimento de novos tratamentos, inclusive para doenças prevalentes em países em desenvolvimento.
Os críticos da ideia dizem também que a OMS está a interferir com a protecção de patentes e o direito intelectual, que são da esfera da Organização Mundial do Comércio e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
Por sua vez, os países em desenvolvimento e os activistas da saúde defendem que a OMS tem o direito de se envolver em questões de propriedade intelectual quando isso diga respeito à saúde pública.
Marta Bilro
Fonte: AFP, Globo Online.
Recolha voluntária do xarope Oxolamina
A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) acaba de anunciar, num comunicado com carácter “muito urgente” que a empresa Angelini Farmacêutica Lda. está a proceder à recolha voluntária das farmácias portuguesas de três lotes do xarope Oxolamina 10ml.
De acordo com uma circular informativa difundida nesta terça-feira pelo Infarmed, e que vem assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do conselho directivo da entidade reguladora, a companhia farmacêutica terá detectado a existência de uma incorrecção no texto do folheto incluso nas embalagens do medicamento, pelo que procedeu de imediato à recolha dos lotes afectados, a saber: A0301G7 e A0302G7, com um prazo de validade até Julho de 2010, e A0324I7, com um prazo de validade até Setembro do mesmo ano. Em causa está, segundo avança a nota emitida pelo Infarmed, um erro na referência à posologia adequada do medicamento, que pode afectar o cálculo da dose diária a administrar, razão pela qual a entidade reguladora determinou a suspensão imediata do produto, que tem a autorização de introdução no mercado com o número 2688794.
Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Anvisa autoriza anticoncepcionais genéricos
A Organon, multinacional holandesa do sector farmacêutico concentrada na área dos anticoncepcionais, está a dar os primeiros passos na área dos genéricos, tendo já recebido o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entidade reguladora do mercado do medicamento no Brasil, para o desenvolvimento da primeira pílula sem marca comercial.
Líder mundial no mercado dos medicamentos contraceptivos, a Organon obteve já os primeiros registos na Anvisa, devendo avançar brevemente para a produção das versões genéricas da pílula anticoncepcional, embora mantenha por enquanto em segredo, segundo informa a imprensa brasileira, a estratégia para conseguir entrar naquele novo segmento do mercado, que no Brasil está muito centrado nas firmas mais pequenas. Visando romper esse sigilo, algumas fontes da área farmacêutica ventilaram já a notícia de que a Organon estará a ponderar uma aliança estratégica com a EMS, entidade que deverá assegurar a produção dos novos fármacos.
Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta Mercantil»
Novo método combate a diabetes por cirurgia
Depois da bomba de insulina, que veio diminuir substancialmente a necessidade de injecções, e por essa via permitir a melhoria da qualidade de vida aos diabéticos de tipo 1 em todo o mundo, também aqueles que sofrem da variante de tipo 2 têm uma nova esperança no surgimento de tratamentos menos penosos. As picadas diárias e a dependência constante da utilização de medicamentos podem afinal estar perto do fim, vindo a ser substituídos por uma cirurgia ao intestino delgado.
O novo método de combate à doença está a ser testado no Brasil e na Costa Rica, segundo informações avançadas há dias pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, José Luís Medina, que recordou que o procedimento já é relativamente comum como resposta a casos de obesidade. Em declarações ao «Diário de Notícias», o médico adiantou ainda que esta cirurgia tem efeitos não só nos doentes de diabetes, servindo também para “controlar os níveis de colesterol, hipertensão e triglicerídeos”, destinando-se essencialmente a doentes “diabéticos com muito peso ou com complicações graves”, não sendo prudente, na sua opinião, a generalização do tratamento a todos os pacientes. Do mesmo modo, explica, “é preciso ter em conta várias complicações, como o stress cirúrgico”, uma vez que aquele procedimento exclui uma parte do tubo digestivo, que poderá limitar a absorção de nutrientes importantes”.
Carla Teixeira
Fonte: Fábrica de Conteúdos, «Diário de Notícias»
Bomba de insulina ainda sem comparticipação
O presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal assinala o arranque da Semana do Diabético, nesta quarta-feira, com um alerta e uma demonstração de apreensão face ao futuro: às entidades do sector Paulo Madureira frisa a urgência da comparticipação da bomba de insulina, tratamento inovador para a diabetes de tipo 1 que já conta com apoio estatal noutros países, e que tem revelado resultados positivos no controlo da doença, aumentando a qualidade de vida dos pacientes e minimizando a ocorrência de complicações tardias como a cegueira e a amputação de membros.
Sem entender “por que o assunto continua a arrastar-se em Portugal”, quando são já mais do que evidentes os benefícios do novo método terapêutico na qualidade de vida dos doentes e na diminuição dos transtornos associados à diabetes de tipo 1, a forma mais grave da doença, para a qual nem sequer existe prevenção, o líder da AJDP mostra-se “preocupado” com o futuro dos diabéticos portugueses. Em causa está, afirma, o facto de, “com a comparticipação da bomba infusora de insulina até poderemos poupar dinheiro ao Governo, porque muitos jovens diabéticos vão poder prevenir as complicações tardias associadas à diabetes, como a cegueira ou as amputações de membros”.
Agastada pela indiferença da tutela face a um problema que afecta cerca de 10 por cento da população portuguesa, Paulo Madureira diz que, “enquanto o Governo não se decide a ajudar-nos, a associação pretende oferecer duas bombas de insulina a dois jovens carenciados, a fim de provar a melhoria que aquele dispositivo permite na vida dos doentes”. Na sessão de abertura da Semana do Diabético – uma ideia que a AJDP desenvolveu em 2005 e que, desde essa altura, vem dinamizando com um ritmo anual –, cerimónia marcada para as 11 horas desta quarta-feira na Praça Central do piso 1 do Centro Comercial das Amoreiras, em Lisboa, deverão estar em destaque este e outros temas de interesse para os doentes diabéticos portugueses, num encontro que lançará o mote para uma série de iniciativas. Na sessão deverão participar jovens diabéticos, que deixarão o seu testemunho, e também alguns médicos endocrinologistas, que debaterão as principais novidades no tratamento da doença.
Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a dar conta em sucessivos artigos que visam assinalar a aproximação do Dia Mundial da Diabetes (14 de Novembro), a bomba infusora de insulina é um pequeno dispositivo electrónico que contém um reservatório com insulina de acção rápida e que, ligado a um tubo fino, conduz a insulina até um cateter colocado debaixo da pele. O pequeno aparelho, que pesa cerca de 100 gramas, permite acabar com as múltiplas injecções diárias e reduz as complicações de saúde a longo prazo, uma vez que permite um maior controlo da diabetes. Com a terapia com bomba de insulina, em vez de quatro picadas diárias, basta uma injecção de três em três dias, evitando-se, em média, 120 injecções por mês. Um ganho assinalável na qualidade de vida dos doentes.
Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton, AJDP
Takeda sem conclusões sobre fármaco experimental para o colesterol
A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) recomendou, na semana passada, que a Takeda suspendesse os ensaios com doses mais elevadas do TAK-475, após terem sido descobertos níveis elevados de uma enzima, que podem indicar danos no fígado, mais frequentemente nos grupos que estavam a tomar o fármaco do que nos grupos de controlo. A FDA também solicitou dados clínicos adicionais, antes da companhia submeter o pedido de registo de um novo medicamento.
Segundo o que um dos administradores da Takeda, Kiyoshi Kitazawa, avançou numa conferência de imprensa, a companhia estará em conversações próximas com a FDA, e dependendo das informações veiculadas pela agência e pelas outras autoridades da saúde, irá tomar uma decisão final. De momento, a Takeda não chegou a nenhuma conclusão sobre o TAK-475, não sabendo se irá parar ou não com o desenvolvimento do fármaco.
O TAK-475 um inibidor da síntese do esqualeno, um tipo de fármaco que corta o colesterol, e que ainda tem de ser desenvolvido com sucesso. O fármaco para reduzir o colesterol, da companhia japonesa, é um de três na fase final de desenvolvimento que a Takeda espera que se tornem muito lucrativos para contrabalançar as esperadas quebras nos lucros, após o fármaco base para a diabetes, o Actos (pioglitazona), perder a protecção de patente nos Estados Unidos em 2011.
Especialista desconhece alegado défice na eficácia
Medicamentos genéricos prolongam terapia?
Não há motivos para crer numa menor eficácia dos medicamentos genéricos, temida por grandes faixas populacionais em todo o mundo. Um conselheiro da Ordem dos Médicos apontou a adesão dos doentes como chave para um melhor ou pior resultado dos tratamentos a que são sujeitos, e garantiu que os problemas que ocorrem com os genéricos também têm lugar quando são usados os chamados medicamentos de marca.
Depois de um clínico ter dito, aos microfones do Rádio Clube Português, que de acordo com a sua experiência aqueles medicamentos prolongam o tempo de tratamento necessário para produzir o mesmo efeito de um medicamento com marca comercial - Hernâni Pinharanda indicou que, com base “empírica e na sua constatação directa”, os antibióticos e anti-inflamatórios genéricos podem prolongar “três a quatro dias” os tratamentos para “atingir o mesmo efeito" -, o presidente do Conselho Consultivo da Ordem dos Médicos para a Medicina baseada na Evidência, António Vaz Carneiro, disse à Agência Lusa que “se houver dúvidas quanto à eficácia dos genéricos os médicos têm de se dirigir ao Infarmed, onde são realizadas análises aleatórias ao controlo de qualidade nos laboratórios”.
O especialista comentou que, “não negando impressões” de médicos sobre alguma falta de eficácia dos genéricos, a adesão dos doentes aos tratamentos poderá ser a chave para a eventual diferença na obtenção de resultados. Lembrando estudos que provam a desconfiança dos doentes em relação aos medicamentos genéricos, indicou que qualquer alteração no “circuito complexo” que vai da receita até à toma do medicamento pode determinar um resultado diverso e não relacionado com a “formulação galénica do medicamento”. Vaz Carneiro admitiu que a impressão de Hernâni Pinharanda pode não ter por base a “qualidade intrínseca dos genéricos”, mas adesão do doente. “O que se passa com os genéricos passa-se com as moléculas originais. Há doentes que respondem melhor”, vincou.
O director do Centro de Estudos da Medicina baseada na Evidência da Faculdade de Medicina de Lisboa sublinhou que há uma grande variabilidade de resposta aos medicamentos, que não é previsível, e que o método de fabrico de genéricos é idêntico ao dos medicamentos de marca, ocorrendo normalmente nos mesmos laboratórios. “Se há um problema com os genéricos, deve haver também com os originais, porque as fábricas são as mesmas”, argumentou.
Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
Cápsula endoscópica pode detectar cancros em estádios iniciais

Uma nova cápsula endoscópica está a ser desenvolvida em Portugal. Os investigadores da Universidade do Minho garantem que este método pode ser promissor na detecção de cancros em estádios iniciais.
“A nova cápsula representa uma técnica de endoscopia digestiva que recorre a uma pequena câmara de vídeo encerrada dentro duma cápsula do tamanho dum comprimido de vitaminas para filmar o tracto gastro-intestinal ao longo do processo de digestão”, explicou a mentora do projecto.
Rosana Dias é investigadora em engenharia biomédica na Universidade do Minho (UM) e trabalha, especificamente, na área da endoscopia por autofluorescência: "Um método promissor na detecção de cancros em estádios iniciais" asseverou, esclarecendo que “a imagem é composta por autofluorescência e por reflectâncias, conseguindo detectar pólipos hiperplásicos, cancro rectal, adenomas displásicos, e mucosas normais, nos diferentes estádios do cancro.”
Sublinhando que a endoscopia é dos exames mais dolorosos para o doente, a cientista sustentou a necessidade de apresentar uma nova solução que permita “olhar para o interior do corpo, sem causar desconforto ao paciente.”
Neste sentido, Rosana Dias está a trabalhar numa cápsula endoscópica “sem fios e não reutilizável, integrada numa estação de trabalho altamente computorizada”, clarificou, acrescentando que “o paciente tem uma série de sensores fixados no seu abdómen para onde a cápsula envia, por radiofrequência (15 fotografias por segundo). Assim, os sensores enviam para o disco rígido do computador onde o médico analisa as imagens.”
Para além da visualização de imagens, segundo revelou a investigadora da UM, há ainda outras funções alvo de estudo que podem ser equacionadas: "Espera-se que esta cápsula permita a incorporação de instrumentos como a biopsia ou a libertação de fármacos."
Recorde-se que, - tal como noticiou o farmacia.com.pt - os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) usaram, em Outubro passado, uma cápsula para examinar o cólon. Munida com duas câmaras que filmam o interior do intestino, a cápsula endoscópica foi ingerida, pela primeira vez, em Portugal, por um doente que, ao longo de oito ou nove horas, transportou um aparelho (do tamanho de um telemóvel) que depois deixou no hospital para que os resultados fossem analisados pelos especialistas.
Raquel Pacheco
Fonte: UM/farmacia.com.pt