quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Identificada proteína que pior a asma

Investigadores identificaram uma substância no organismo que pode aumentar a gravidade da asma. Uma proteína, que pode ter originariamente evoluído para ajudar a proteger as vias aéreas, agora parece ser um biomarcador que indica asma grave, e também pode ter um papel no desenvolvimento da doença. Esta é uma descoberta que pode levar a um melhor tratamento da doença respiratória.

Num estudo com 253 adultos descobriu-se que aqueles com asma tinham níveis mais elevados de uma proteína, a YKL-40, do que os que não sofriam da doença, segundo um relatório publicado na última edição da “New England Journal of Medicine”. Um teste sanguíneo aos níveis da YKL-40 poderá substituir as biopsias invasivas utilizadas actualmente para avaliar as vias aéreas.

Os asmáticos com um nível mais elevado da molécula tiveram ataques mais graves. Grandes quantidades da proteína foram associadas a uma função pulmonar reduzida e a paredes dos brônquios mais espessas que dificultam a respiração, de acordo com a investigação liderada pelas escolas médicas da Universidade de Yale e da Universidade de Paris, e pela MedImmune, unidade da AstraZeneca Plc.

A proteína poderá ser um marcador, facilmente detectável através de uma simples análise de sangue, para monitorar a progressão da doença ou para identificar as pessoas em risco de desenvolver uma forma mais grave de asma, que vitimou 255 mil pessoas, em 2005, e que perturba cerca de 300 milhões em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Contudo, o novo estudo não prova que a YKL-40 é uma causa da asma, somente que os níveis elevados parecem ser um marcador da asma grave.

Algumas companhias, incluindo a MedImmune, estão em testes pré-clínicos de anticorpos que poderão inibir a proteína ou os seus efeitos nos asmáticos. A tecnologia está, pelo menos, a três anos de distância dos testes de última fase em humanos.

A YKL-40 é uma proteína tipo quitinase que se liga à quitina, uma substância abundante encontrada em fungos, crustáceos e insectos, como ácaros e baratas. Os humanos não fabricam quitina, mas produzem quitinases (enzimas que param a quitina) e enzimas tipo quitinase (enzimas que se ligam à quitina, mas que não a param). A presença da quitina nos pulmões pode fazer com que o organismo acredite que tem uma infecção e que precisa de se defender. Infelizmente, este mecanismo de defesa pode estar a reagir a ácaros inofensivos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, www.eurekalert.org, Forbes

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Acambis e Sanofi-Aventis desenvolvem vacina contra o vírus do Nilo Ocidental

A francesa Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis, entrou num acordo global exclusivo com a britânica Acambis Plc, para desenvolver e comercializar a vacina contra o vírus do Nilo Ocidental, que matou mais de 90 pessoas nos Estados Unidos este ano.

Segundo os termos do acordo, a Acambis irá receber um pagamento adiantado de 10 milhões de dólares, e será elegível para pagamentos pré e pós-comercialização até 70 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos, baseados na aprovação do produto e nas vendas no mercado norte-americano. A companhia britânica terá ainda direito a receber financiamento para o desenvolvimento, e regalias sobre as vendas da vacina. A Acambis irá continuar a executar as actividades de desenvolvimento, até ao pedido de registo de licença junto das autoridades norte-americanas (inclusive).

A vacina irá ajudar a luta contra esta doença grave, que altera a qualidade de vida e que é potencialmente fatal. Os cientistas acreditam que uma vacina segura e efectiva poderá ser a estratégia mais custo-eficiente para prevenir a infecção por vírus do Nilo Ocidental. Actualmente, não existe nenhuma vacina humana para a prevenção da doença, nem nenhum tratamento específico. A doença emergiu nos Estados Unidos nos anos 90 e é considerada endémica no país.

A vacina experimental, que começou a ser desenvolvida pela Acambis em 1999, está actualmente na Fase II do ensaio clínico em adultos entre os 41 e os 64 anos e maiores de 65 anos. Os dados preliminares de um ensaio anterior de Fase II, em adultos saudáveis, demonstraram que 98 por cento dos sujeitos desenvolveram anticorpos específicos no soro, 28 dias após uma única vacinação. O perfil de segurança tem-se demonstrado satisfatório.

O vírus do Nilo Ocidental é transmitido pela picada de um mosquito e pode causar uma inflamação fatal no cérebro. Os sintomas mais graves podem incluir febre alta, dor de cabeça, rigidez do pescoço, estado de inconsciência, tremores, convulsões, fraqueza muscular, perda de visão, dormência e paralisia. Estes sintomas podem durar várias semanas, e os efeitos neurológicos podem ser permanentes.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, www.tradingmarkets.com, CNNMoney, www.bizjournals.com

Programa de computador vai ajudar cirurgias ortopédicas

Investigadores de Coimbra acreditam que outras cirurgias poderão beneficiar do sistema de navegação

Investigadores da Universidade de Coimbra estão a desenvolver um sistema de navegação assistida por computador que visa ajudar nas cirurgias ortopédicas, principalmente nas de grande melindre, como a reconstrução do ligamento cruzado do joelho, típica nos desportistas.

O projecto «ArthroNav - Navegação Assistida por Computador em Cirurgia Ortopédica» está a ser desenvolvido por uma equipa do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e coordenado por João Barreto e Paulo Menezes, em colaboração com o académico e cirurgião Fernando Fonseca, do Serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

De acordo com uma nota veiculada pela FCTUC - que o farmacia.com.pt teve acesso - a investigação teve início este ano e desenvolver-se-á ao longo de três, centrando-se no desenvolvimento de navegadores cirúrgicos que vão funcionar como um GPS virtual nas salas de cirurgia. “É um sistema de visualização que fornece, em tempo real, a posição e orientação das ferramentas cirúrgicas e os órgãos alvo, neste caso o joelho”, explicam os investigadores.

Segundo esclareceu a equipa de Coimbra, “este tipo de cirurgia é normalmente realizado por artroscopia, o que implica a abertura de dois furos no joelho, um para a introdução de um sistema óptico que vai fortalecer o cirurgião na operação do ligamento roto”, reforçando que o objectivo é “melhorar a percepção dos cirurgiões e a habilidade da navegação dentro da articulação do joelho, através da fusão de sensores ópticos, reconstrução 3D e registo de modelos pré-operativos.”

Em declarações à Agência Lusa, João Barreto complementou que o sistema em desenvolvimento “vai tratar essas imagens recolhidas pela câmara introduzida no joelho e calcular de forma precisa a posição do osso.”

É sabido que a cirurgia de reconstrução dos ligamentos do joelho é muito delicada e exige muitos anos de preparação por parte do cirurgião. Neste sentido, os cientistas destacaram que “esta solução tecnológica não só melhora o desempenho e confiança de cirurgiões experientes, como também diminui as exigências de treino clínico, permitindo que mais médicos operem.”

Outras vantagens apontadas pelos investigadores de Coimbra referem-se à “optimização dos resultados clínicos e, consequentemente, diminuição das listas de espera nesta especialidade.”

Raquel Pacheco

Fonte: Comunicado FCTUC/Lusa

Tuberculose e Malária: inovação inédita em diagnósticos

Partec vai disponibilizar testes para despistar doenças em países pobres

No âmbito do 39.º Fórum Mundial de Medicina que se realiza, desde dia 14 até dia 17, em Dusseldorf, na Alemanha, a Partec - empresa líder global de soluções de diagnósticos dedicados ao combate da sida, tuberculose e malária – vai apresentar um equipamento inovador e inédito para efectuar diagnósticos de alta sensibilidade de tuberculose e malária, em países de baixos e médios recursos.

Trata-se de combinar o primeiro microscópio «CyScope» fluorescente móvel desenvolvido pela Partec com kits para testes dedicados a ambas as doenças. Pela primeira vez, os serviços de diagnósticos vão ser oferecidos a países altamente oprimidos e, também, a doentes que vivem em áreas remotas, longe dos grandes centros.

"O pré-requisito para qualquer melhora nos programas de tratamento no campo da tuberculose e da malária é a disponibilidade de soluções de diagnósticos adaptadas às situações e infra-estruturas regionais específicas, principalmente, nos países em desenvolvimento”, referiu Roland Gohde, director executivo da Partec Essential Healthcare.

De acordo com o representante da empresa alemã, por ter tido “muito sucesso” no lançamento de uma classe totalmente nova de ultra-compacto bastante económico, bem como, de microscópios fluorescentes móveis robustos e fáceis de serem usados, “agora é possível atender as inúmeras pessoas infectadas que, anteriormente, estavam quase sem cobertura para quaisquer testes destas doenças."

Num comunicado de imprensa a que o farmacia.com.pt teve acesso, Roland Gohde esclarece que "devido ao desenvolvimento de tecnologia moderna para componentes, foi possível desenvolver uma unidade de microscópio compacto e único baseado num inovador sistema óptico e novos e ultrabrilhantes Diodos Emissores de Luz” (LEDs em inglês).

O dirigente destacou ainda a oferta de “benefícios significativos não apenas em termos de sensitividade (sensibilidade), durabilidade e robustez, mas também, a nível de preço – o microscópio fluorescente está disponível por um preço de instrumento abaixo de 1000 euros”, rematando que, “os microscópios fluorescentes convencionais normalmente custam mais de 15.000 euros.”

Na nota, a Partec sublinha que disponibiliza, para além dos microscópios fluorescentes, os kits para testes de tuberculose e malária requisitados e aprovados para uso em diagnóstico in vitro (IVD em inglês), sendo que, para os reagentes de tuberculose, foi acordada uma cooperação com a Merck KGaA, em Darmstadt, Alemanha.

De referir que, o «CyScope» já é largamente usado na África, Ásia e Europa e foi clinicamente validado, com resultados positivos, tanto para a tuberculose, como para a malária, por diferentes grupos de investigação internacionais, nomeadamente, do Gana, Benin, Guiana Francesa, Nigéria e pelo conceituado Bernhard-Nocht-Institute for Tropical Medicine de Hamburgo.

Raquel Pacheco

Fontes : PRNewswire/
(http://www.partec.com/preview/cms/front_content.php?idcat=300 )

EMEA concede estatuto de medicamento orfão a fármaco antiviral

A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) concedeu o estatuto de medicamento órfão ao fármaco antiviral experimental Camvia (maribavir), em Fase III, da ViroPharma Inc, para prevenir a doença por citomegalovírus (CMV), em pacientes com um sistema imunitário debilitado.

O Camvia é um fármaco antiviral potente e selectivo, biodisponível por via oral, com um mecanismo único de acção contra o citomegalovírus, e com um perfil de segurança clínico inicial favorável. Contrariamente aos agentes anti-CMV actualmente disponíveis que inibem a polimerase do ADN do CMV, o Camvia inibe a agregação do ADN viral e inibe a saída dos capsídeos virais do núcleo das células infectadas. O Camvia é activo in vitro contra estirpes do CMV que são resistentes aos fármacos anti-CMV normalmente utilizados. O citomegalovírus pertence a um grupo de vírus que provoca varicela, herpes e outras doenças.

O estatuto de medicamento órfão é delineado para promover o desenvolvimento de fármacos que têm o potencial de fornecer um benefício significativo a doentes que sofrem de doenças raras, identificadas como potencialmente fatais ou muito graves.

A designação fornece ao fármaco 10 anos de exclusividade de comercialização, caso o produto candidato seja aprovado para ser comercializado na União Europeia. Também permite a assistência da EMEA na optimização do desenvolvimento clínico do fármaco candidato, através da participação no delineamento do protocolo clínico e na preparação do pedido de candidatura para comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Reuters, CNNMoney, www.tradingmarkets.com
Dia Nacional do Não Fumador assinalado em Lisboa
Alunos de Farmácia contra o tabagismo


«Dá o primeiro passo para uma vida sem fumo» é o repto que nesta quinta-feira vai ser lançado pelos alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa aos colegas de sete outras faculdades daquela academia. A iniciativa, com a chancela do Gabinete de Informação, Promoção e Educação para a Saúde da Associação de Estudantes da FFUL, integra o programa da I Campanha de Cessação Tabágica do GIPES, e visa assinalar o Dia do Não Fumador, que acontece no sábado.

O farmacia.com.pt sabe que a campanha tem o apoio de uma marca de produtos de ajuda à desabituação do tabaco, e vai decorrer durante todo o dia. A prevenção da iniciação ao vício, bem como a eliminação às fontes de exposição involuntária ao fumo, a prestação de aos programas de cessação tabágica e o esclarecimento de dúvidas relativas às terapêuticas farmacológica e não farmacológica para deixar de fumar são os grandes objectivos da medida, que hoje parte das instalações da Faculdade de Farmácia para chegar às unidades congéneres de Medicina Dentária, Medicina, Psicologia e Ciências da Educação, Letras, Direito e Ciências, que entre as 10 e as 19 horas receberão a visita dos estudantes promotores da campanha, que tem como público-alvo os estudantes, sendo “mediadores de saúde” os alunos do terceiro, quarto, quinto e sexto anos da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e os alunos da Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa.
Segundo informações avançadas pelo site CiênciaPT, “a iniciativa está dividida em quatro postos de trabalho”: no primeiro é avaliada a dependência face ao tabaco e a motivação do estudante para deixar de fumar; no segundo é feita a medição e a análise do nível de monóxido de carbono; no terceiro é realizado um rastreio para a avaliação das capacidades respiratórias; e no quarto posto de trabalho são dados alguns conselhos com vista a incentivar a adopção de comportamentos saudáveis.

Carla Teixeira
Fonte: CiênciaPT, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa
Benefícios da nicotina defendidos há mais de 500 anos
Tabaco dá origem a produtos farmacêuticos


A ideia de que o tabaco encerra alguns efeitos positivos para a saúde humana não é nova, sendo preconizada há mais de cinco séculos em vários contextos. Benício Albano Werner, presidente da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA), veio há dias a público argumentar que o uso medicinal da nicotina deverá, a breve trecho, tornar-se uma realidade.

No seguimento das notícias que deram conta dos alegados benefícios da utilização da marijuana no tratamento de diferentes patologias, que alguns países já puseram em marcha, o presidente da ITGA afirmou que também o uso medicinal do tabaco começa a tornar-se uma realidade cada vez premente, já que “todos os dias o fumo dá origem a vários produtos biofarmacêuticos, entre os quais constam a insulina, as hormonas, os anticorpos e diversas vacinas”. Contudo, acrescentou, “a quantidade utilizada, cerca de um milhão de quilos, ainda é muito pequena, quando comparada ao total de tabaco produzido em todo o mundo”, que em 2006 atingiu os quase sete milhões de toneladas.
Em meados do ano passado um cientista chinês tinha já asseverado que a nicotina não só não prejudica a saúde dos fumadores como pode inclusivamente ser usada no tratamento de doenças como Alzheimer ou Parkinson. Na base da convicção de Zhao Baolu, membro da Academia Chinesa das Ciências, figurariam os resultados obtidos em vários estudos, que o investigador vem desenvolvendo desde há duas décadas, que foram nessa altura divulgados em inúmeras publicações científicas, entre as quais o «Jornal Britânico de Farmacologia». Em experiências com ratos, o cientista chinês concluiu que os roedores a quem foram administradas doses de nicotina equivalentes a dois maços de cigarros fumados por um humano por dia se mostravam menos propensos a contrair problemas neurológicos.
Explicando que a nicotina actua como anti-oxidante, fornecendo aos neurónios uma espécie de blindagem e protegendo-os de outras substâncias que causam aquelas doenças, Zhao Baolu aferiu que “a nicotina não é tóxica”, frisando que a substância apenas tem um efeito viciante, como disse, em meados de 2006, numa entrevista à agência noticiosa espanhola Efe, negando qualquer ligação das suas investigações a supostos interesses das empresas tabaqueiras. “Não sou a favor de que se fume, porque há outros componentes do cigarro que prejudicam a saúde”, disse o chinês, apontando como exemplo o alcatrão, e pediu que os resultados do seu trabalho não sejam mal interpretados. “A ideia não é a de fumar para prevenir o aparecimento de doenças neurológicas. Trata-se de utilizar a nicotina, no seu estado puro, em doses calculadas e só em pacientes que precisem dela”, salientou.

Carla Teixeira
Fonte: InvestNews, Agência Lusa

FDA aprova novo fármaco contra HIV-1

Abbott vai registar nova fórmula de lopinavir/ritonavir em mais de 150 países para chegar a milhões de crianças

A Abbott recebeu «luz verde» da FDA para registar e disponibilizar o novo medicamento de lopinavir/ritonavir (de menor potência) em mais de 150 países. A farmacêutica quer permitir o amplo acesso ao fármaco a milhões de crianças que vivem com o vírus do HIV em mundo todo.

A farmacêutica norte-americana Abbott anunciou que obteve a aprovação da DFA - Food and Drug Administration (órgão responsável pela administração de alimentos e medicamentos dos EUA) para uma nova fórmula de medicamento de menor potência do Kaletra (lopinavir/ritonavir) - inibidor de protease líder para vírus de imunodeficiência humana (HIV-1) - também comercializado como Aluvia (lopinavir/ritonavir) em países em desenvolvimento.

O fármaco Kaletra, de menor potência, estará disponível nos EUA, já este mês. Contudo, a empresa aguarda a autorização de comercialização dos comprimidos Kaletra/Aluvia de menor potência na região EMEA (Europa, Oriente Médio, África).

Em comunicado de imprensa disponível no site da Abbott, a farmacêutica informa que pretende registar esta nova fórmula “em mais de 150 países”, realçando que “a fórmula de cápsula em gel de LPV/r é o inibidor de protease mais amplamente registado no mundo.”

Recorde-se que, a fórmula original do comprimido já está disponível em 93 países e a Abbott espera, agora, a aprovação noutros 45 países para a nova fórmula no sentido de “ampliar as opções disponíveis para utilizar o primeiro e único fármaco co-formulado inibidor de protease para tratar de crianças afectadas pelo HIV”, frisou a empresa.

Inovação: medicação não exige refrigeração, nem refeição

Para a farmacêutica, a aprovação do novo Kaletra de menor potência constitui “um importante passo no compromisso contínuo da Abbott em relação à luta global contra o vírus do HIV”, destacando um importante avanço no fornecimento de medicação para crianças com HIV localizadas em países em desenvolvimento: “Estes medicamentos não exigem refrigeração e podem ser tomados com ou sem uma refeição.”

Segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dois milhões de crianças viviam com HIV/Sida na África Subsaariana no final de 2006.

A Abbott revelou que o novo fármaco “é menor que o Kaletra original e contém os mesmos ingredientes activos comprovados que a solução oral Kaletra da Abbott”, sublinhando que o medicamento de menor potência “é aprovado para crianças que pesam 15 kg ou mais e conseguem engolir o comprimido intacto.”

De referir que, no que concerne a preços, custará metade do valor do comprimido original nos países em desenvolvimento.

Raquel Pacheco

Fontes: PRNewswire/ www.abbott.com

Governo vai comparticipar a 100% terapêuticas para diabéticos


Medida entrará em vigor em Janeiro

Era uma reivindicação antiga que deu lugar a uma vitória neste Dia Mundial dos Diabéticos. O Governo decidiu que vai comparticipar a 100% a terapêutica com bombas infusoras usadas por diabéticos e ainda a insulina de acção lenta.

A boa notícia foi hoje avançada pelo secretário de Estado da Saúde em declarações ao jornal «Público». Francisco Ramos anunciou a medida e garantiu que entrará já em vigor em Janeiro do próximo ano.

Actualmente, apenas cerca de 150 pessoas usam as bombas infusoras, de insulina devido aos elevados custos: mais de três mil euros para as bombas e entre 100 a 150 euros por mês para os consumíveis. No entanto, segundo vaticinou a tutela, esta terapêutica irá chegar a apenas "cerca de 100 diabéticos por ano num prazo de cinco anos."

Por seu turno, e de acordo com a previsão feita pelo director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, José Manuel Boavida, a insulina de acção - uma injecção para reduzir as hipoglicemias - "irá abranger um universo entre 20 a 30 mil doentes, de uma forma gradual."

Raquel Pacheco
Fonte: Público
Médicos pediatras reiteram críticas dos jovens diabéticos
Pela comparticipação da bomba de insulina


No seguimento de um primeiro apelo lançado, na última semana, pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal, no sentido da necessidade de comparticipação estatal dos tratamentos com recurso à bomba infusora de insulina, numa posição prontamente secundada por alguns médicos, agora são os pediatras que alertam para a urgência da medida.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica (SPEDP) manifestou a sua “preocupação” face a essa falta de comparticipação, insistindo na ideia de que a diabetes de tipo 1 é a doença mais prevalente entre as crianças do mundo desenvolvido. Frisando que, como tinha dito anteriormente ao nosso portal, “a terapêutica insulínica com bombas infusoras nas crianças e nos adolescentes com a doença é um método com inúmeras vantagens, Ana Fagulha enalteceu o menor risco de hipoglicemia, a maior flexibilidade no estilo de vida e o facto de aquele dispositivo permitir uma menor variabilidade dos valores da glicemia ao longo do dia, asseverando que, “se bem usada, a bomba permite um bom controlo glicémico”.
De acordo com a especialista “a melhoria no controlo da diabetes traduz-se numa menor incidência de complicações agudas e crónicas associadas à doença, como a cegueira, a insuficiência renal, a amputação de membros ou o surgimento de outras doenças, como as cardiovasculares”. Reiterando um dado que o farmacia.com.pt tem vindo a difundir com particular insistência nos últimos dias, que antecederam a celebração à escala global do Dia Mundial da Diabetes nesta quarta-feira, a médica que preside à SPEDP atestou que o tratamento com a bomba infusora de insulina está “indicado em todos os diabéticos de tipo 1, desde que sejam cuidadosamente seleccionados”, uma vez que “a determinação das glicemias capilares pelo menos quatro vezes por dia, a capacidade para lidar com os vários componentes técnicos da bomba, a motivação e o indispensável apoio dos pais, no caso das crianças, são premissas importantes” para o uso correcto deste equipamento.
Em comunicado a SPEDP reforça ainda a importância de o doente ser “seguido por uma equipa multidisciplinar, composta por um médico, um enfermeiro e um dietista ou nutricionista, com conhecimentos e prática na utilização da tecnologia”, sendo fundamental que paciente tenha acesso à equipa durante as 24 horas do dia. Ana Fagulha recorda que já existem, no nosso país, “alguns centros hospitalares com experiência neste método de tratamento em crianças e adolescentes”, e lembra que a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, pretendendo o “aumento dos conhecimentos teóricos e práticos daquelas unidades de saúde, realizou o seu primeiro curso teórico-prático sobre bombas Infusoras de insulina na criança e no adolescente. A acção de formação teve lugar no passado dia 8 no Porto, tendo comparecido 14 centros hospitalares, cada um representado por três elementos do seu quadro de efectivos.
Salientando que “é objectivo da SPEDP implementar planos para uma actualização constante dos conhecimentos dos profissionais de saúde sobre aquele dispositivo, com o intuito de proporcionar às crianças e aos adolescente com diabetes de tipo 1 a assistência de elevada qualidade a que têm direito, para que possam ter uma boa qualidade de vida, a curto e a longo prazo”, Ana Fagulha lamenta que, no âmbito da sua prática clínica, os profissionais ainda esbarrem com os “graves problemas” que resultam do elevado custo das bombas e da exigência de um orçamento mensal para a aquisição dos seus componentes, frisando que, “infelizmente, nem todas as crianças e adolescentes que têm indicação para este método de tratamento podem beneficiar dele, porque sem sempre têm capacidades económicas”. É mais uma voz que se une ao coro de protestos pela falta de comparticipação deste tipo de tratamento…

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado da Hill and Knowlton
Apifarma comenta situação no sector farmacêutico nacional
Lei atrasa dispensa de medicamentos inovadores

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) veio a público nesta terça-feira denunciar que o processo de dispensa de medicamentos inovadores nos hospitais portugueses está a ser atrasado pela nova legislação em vigor. De acordo com o presidente daquela entidade, João Almeida Lopes, a tripla avaliação exigida actualmente leva a que as unidades de saúde demorem aproximadamente um ano a disponibilizar ao doente o fármaco pretendido.

Citado pela Agência Lusa, aquele responsável refere que “anteriormente bastava a autorização da comissão de farmácia e terapêutica de cada hospital”, e salienta que “a nova metodologia prevê um prazo mínimo de nove meses entre a avaliação e a primeira utilização do medicamento, por causa das autorizações necessárias”, que, segundo o vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, cabem agora à mesma comissão hospitalar, mas passam a depender igualmente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). Se “na teoria os nove meses são realistas, na prática são completamente o oposto”, asseverou o número dois da associação representativa da indústria farmacêutica, acrescentando que os novos mecanismos legais “levam a um atraso de um ano em relação ao passado”.
A Apifarma refere que “estes tempos de avaliação não favorecem ou aceleram o crescimento hospitalar farmacêutico”, criticando as medidas de redução do preço dos medicamentos quando não há oficialização do valor dos mesmos. Para João Almeida Lopes “há uma preocupação com a contenção orçamental de pressão economicista sobre as contas da saúde”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica adianta também que, no que toca aos chamados medicamentos de marca, as vendas ao público representaram 2,68 mil milhões de euros em 2006, menos um por cento do que no ano anterior, enquanto o mercado de genéricos representou 479,1 mil milhões de euros no mesmo período, com um crescimento de 22 por cento face a 2005.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Apifarma

Elevado teor de sal nos alimentos preocupa deputados socialistas

Os deputados socialistas da Comissão de Saúde da Assembleia da República estão preocupados com o elevado teor de sal nos alimentos e como tal encontram-se a preparar um conjunto de propostas para regular esta matéria, de acordo com o deputado Joaquim Couto.

Os deputados do PS pretendem estabelecer uma quantidade máxima de sal nos produtos alimentares e uma rotulagem obrigatória dos alimentos, onde deverá estar descriminado o teor de sal presente.

Contudo, os socialistas da Comissão de Saúde equacionam também fiscalizar, através da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), produção e comercialização dos alimentos, bem como realizar campanhas de sensibilização e alerta para o perigo de um consumo elevados de sal, apostando em medidas médicas preventivas.

"Um grama a menos de sal por dia na dieta dos portugueses pouparia 2.560 vidas por ano", referiu o médico e deputado da Comissão de Saúde Joaquim Couto, citando o estudo "Sal no Pão", da Universidade Fernando Pessoa, enfatizando também a relação dos consumos excessivos de sal com o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a principal causa de morte em Portugal.

Segundo este estudo, o pão português tem perto de 10 gramas de sal por quilo, muito acima da média de muitos dos pães consumidos na União Europeia. Em análise estiveram 40 tipos de pão, nomeadamente o pão de trigo, de centeio e integral, sendo que os pães portugueses foram comparados de perto com pães de dez países europeus e, nalguns casos, registou mais do dobro do sal.

O estudo "Sal no Pão" sugere, como medida preventiva, a aposta no "pão do coração", um pão que não deverá ter mais que um grama e meio de sal por quilo, número bastante abaixo daqueles que o estudo revela serem os valores normais em Portugal.

Mas para além do pão, muitos são os alimentos ingeridos pelos portugueses que apresentam um elevado teor de sal, de tal forma que, em média, em Portugal consome-se cerca de doze gramas de sal por dia, mais do dobro da quantidade recomendada.

Para Luís Martins, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e um dos responsáveis pelo estudo, os níveis de ingestão de sal são "umas das piores toxicodependências dos portugueses", acrescentando que esta é “uma questão cultural”, que “não pode ser abordada com fundamentalismos”.

"Se quisermos ter benefícios em termos de saúde pública, temos que fazer algo agora", referiu Luís Martins, que se mostrou também preocupado com a relação do consumo de sal com o número de mortes por AVC.

O estudo "Sal no Pão" refere ainda que o AVC "é uma catástrofe evitável", que actualmente é responsável pela morte de 17 a 20 mil portugueses e de 575 mil europeus todos os anos.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, Público

Pfizer e Nektar chegam a acordo sobre insulina inalável Exubera

A Pfizer Inc. irá desembolsar 135 milhões de dólares, como parte do acordo com a companhia biofarmacêutica Nektar, para resolver as questões contratuais relativas à descontinuação da insulina inalável Exubera, assim como à insulina inalável de próxima geração da Nektar, que está na fase inicial de desenvolvimento.

Segundo os termos do acordo, a Pfizer irá fazer um único pagamento, no valor total acordado, à Nektar para satisfazer todas as restantes obrigações contratuais relacionadas com o Exubera e com o produto em desenvolvimento. Caso a Nektar seleccione um novo parceiro para comercializar o Exubera, a Pfizer concordou em transferir os restantes direitos e todos os benefícios económicos, incluindo os registos e candidaturas na FDA e nas autoridades reguladores de outros países. Os ensaios clínicos a decorrer também serão transferidos.

Em Outubro, a Pfizer anunciou que iria terminar o investimento no fármaco para a diabetes da Nektar, e que iria descontinuar a sua comercialização, devido à sua baixa utilização. Contudo, a Pfizer antecipou que a comercialização da insulina inalável será estendida por mais 60 dias.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney, Forbes, www.rttnews.com

OCDE diz que só na Hungria se morre mais por AVC que em Portugal

Portugal é o segundo país com mais mortes devido a acidentes vasculares cerebrais, sendo apenas superado pela Hungria, concluiu um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que analisou dados de 27 países.

Em Portugal, a mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) é de 125,9 homens e de 99,6 mulheres por cada 100.000 pessoas, valores só ultrapassados pela Hungria, onde, em 2003, morreram 160,8 homens e 108,6 mulheres que sofreram um AVC.

A taxa de acidentes vasculares cerebrais é também elevada na Grécia e República Checa e os países onde se morre menos por AVC são a Suiça, a França e o Canadá. A média registada pelo estudo, nos 27 países analisados, foi de 54,4 nas mulheres e de 68,5 nos homens.

Uma alimentação desregrada, aliada ao consumo de tabaco e ao sedentarismo são os principais factores de risco, pois provocam hipertensão e consequentemente um AVC.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, Portugal, República Checa, Hungria e Polónia eram os países que, em 2003, tinham mais casos de cáries entre as crianças, conclusão que resultou da soma do número de meninos com dentes estragados, falta de dentes, ou dentes tratados. Pelo contrário, as crianças da Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suíça, Luxemburgo e Dinamarca foram aqueles que apresentaram menos problemas de saúde oral.

Tendo também analisado a incidência do cancro do pulmão, o estudo revelou que as mulheres portuguesas são menos morrem com este tipo de cancro ( apenas sete em cada 100 mil), registando-se a mortalidade mais elevada na Dinamarca, Islândia e Estados Unidos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Venda de medicamentos anti-retrovirais e oncológicos fora das farmácias hospitalares

Apifarma diz que preço vai aumentar

A Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma) diz que a venda de medicamentos anti-retrovirais ou oncológicos fora das farmácias hospitalares pressupõe um aumento no preço base da margem de lucro da distribuição, que se situa nos 27 por cento, e do IVA destes fármacos.

O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, lembrou hoje que a indústria vende directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro quanto à distribuição, o que não acontece quando os medicamentos chegam às farmácias correntes.

"Ou as farmácias entregam os medicamentos sem essa margem ou terão que ser mais caros, porque aos 100 por cento do preço são acrescentados 27 por cento da margem de distribuição e mais o IVA", recordou.

A comercialização de medicamentos nas farmácias para a infecção HIV/Sida, artrite reumatóide ou cancro, que até agora eram apenas vendidos em farmácias hospitalares, está prevista para "dentro de alguns meses", confirmou o ministro da Saúde, Correia de Campos, e o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Vasco Maria, durante um colóquio no Parlamento.

Manuel Gonçalves, vice-presidente da Apifarma, lembrou que, no âmbito do trabalho de avaliação da dispensa de alguns medicamentos fora dos hospitalares, todas as associações de profissionais, com excepção da Associação Nacional de Farmácias, "não encontraram vantagens na venda de fármacos anti-retrovirais e oncológicos, pois não foram identificadas dificuldades de acesso a estes medicamentos".

"Esta não é apenas uma decisão política, mas também económica", lembrou Almeida Lopes, uma vez que o mercado dos medicamentos para a infecção HIV e patologias oncológicas representa 350 milhões de euros.

Por outro lado, os dirigentes da APIFARMA referem também que existem ainda questões fundamentais por resolver, dando como exemplo a possibilidade de haver menos avaliação/acompanhamento da toma dos medicamentos.

"Já há doentes infectados com Sida que se deslocam de Coimbra para Lisboa ou entre outras localidades para evitar o estigma social, por isso não vemos vantagens da distribuição deste tipo de medicamentos em farmácias. Para a indústria, esta venda não coloca qualquer problema, desde que não nos peçam para fazermos a distribuição", comentaram os responsáveis.

"Os medicamentos não podem ser vistos como custos, mas como investimentos e alternativas a outras intervenções, como os internamentos", referiu Manuel Gonçalves.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Alface geneticamente modificada pode produzir insulina

Investigadores acreditam ter descoberto uma chave para milhões de diabetéticos insulino-dependentes

De acordo com especialistas biomédicos da Universidade da Flórida Central (Estados Unidos), as cápsulas de insulina produzidas duma alface geneticamente modificada podem ser a chave para restaurar a capacidade do corpo em produzir insulina.

É mais uma luz que nasce para milhões de pessoas que sofrem da diabetes dependente de insulina. Se as experiências em humanos forem bem sucedidos como foram em animais, o impacto da investigação poderá reduzir dramaticamente, em todo o mundo, os custos na luta de uma doença que pode levar a doenças cardíacas e renais e cegueira.


Segundo divulgou a revista «Plant Biotechnology», a equipa de investigadores da Florida – liderada por Henry Daniell – projectou geneticamente plantas de tabaco (com um gene da insulina) que foram secas, congeladas e administradas em pó para ratos diabéticos de cinco semanas por oito semanas. “No final do estudo, os ratos diabéticos apresentaram níveis normais de açúcar no sangue e na urina, e suas células produziam níveis normais de insulina”, refere aquela publicação.

A descoberta – que contou com o financiamento do National Institutes of Health em dois milhões de dólares – revelou que “as cápsulas de insulina poderão, um dia, ser usadas para prevenir a diabetes antes do aparecimento dos sintomas e para tratar a doença nos seus estágios mais iniciais”, garantem os autores do estudo, frisando que “há propostas para o uso da alface (em vez do tabaco) para a produção de insulina porque este cultivo pode ser produzido de forma barata e evita o estigma negativo associado ao tabaco.”

A diabetes tipo 1, ou insulino-dependente, é uma doença auto-imune onde o próprio corpo ataca e destrói a insulina e a produção de células beta do pâncreas. A insulina é, pró sua vez, necessário para converter o açúcar, amido e outros alimentos em energia.

Neste sentido, o método de Henry Daniell apresenta-se promissor porque as paredes das células feitas de celulose impedem, inicialmente, que a insulina se degrade. “Quando as células da planta com a insulina alcançam o intestino, as bactérias que vivem lá começam a quebrar lentamente as paredes das células e liberar gradualmente a insulina no sangue”, explicaram os investigadores.

“Produzida na alface, a insulina seria administrada aos doentes humanos como um pó em cápsulas porque a dosagem deve ser controlada com cuidado”, concluíram.

Raquel Pacheco

Fonte: Plant Biotechnology/Biotech

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Nova técnica evita rejeição de transplantes em diabéticos

A longo prazo níveis de açúcar no sangue normalizam, garantem investigadores

Uma nova técnica que poderá evitar a rejeição dos transplantes de estruturas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) em doentes diabéticos foi desenvolvida por uma equipa norte-americana.

De acordo com um estudo publicado na revista científica «Nature», investigadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, consegue prolongar a sobrevivência dos transplantes em animais.

É sabido que, até agora, a luta para evitar que o sistema imunitário rejeite os transplantes estava concentrada nos tratamentos de eliminação de algumas células T, encarregues de eliminar os elementos estranhos no organismo.

No entanto, e apesar de o transplante de ilhotas de Langerhans ser uma técnica promissora para muitos doentes com diabetes tipo 1, o certo é que, -- afirmam os especialistas - ainda apresenta entraves “pela dificuldade dos enxertos pancreáticos resistirem a longo prazo.”

Segundo informa a «Nature», a equipa da Pensilvânia analisou, também, em macacos com ilhotas transplantadas, o efeito de reduzir a quantidade de células B, (linfócitos dos quais depende a imunidade).

Os resultados alcançados pelos investigadores conduziram, assim, a uma descoberta promissora: “Foi descoberto que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, conseguiu prolongar a sobrevivência dos transplantes nos animais”, revelaram.

Ali Naji, coordenador do estudo, destacou ainda que a investigação demonstrou que “a sobrevivência, a longo prazo, das ilhotas pancreáticas - onde se encontram as células beta, produtoras de insulina - transplantadas também consegue normalizar os níveis de açúcar no sangue.”

O rituximab é um anticorpo monoclonal que se une a uma proteína - o antígeno CD20 - na superfície das células B tanto normais como malignas e, a partir dessa união, reúne a acção das defesas naturais do organismo para atacar as células B malignas. Este anticorpo é usado no tratamento de uma forma de Leucemia, o Linfoma Não-Hodgkin.

Os cientistas anunciaram que o próximo passo será avaliar o potencial desta técnica também em humanos.

Raquel Pacheco

Fonte: Nature/Agência EFE

“Pré-diabéticos não recebem atenção devida”

Endocrinologista alerta para a fase pré-diagnóstico em grupos de risco

Os pré-diabéticos constituem um grupo de risco, mas não recebem a atenção devida. O alerta foi lançado pelo endocrinologista Jácome de Castro que, no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, defendeu uma maior atenção para a “prevenção e diagnóstico precoce.”

Numa altura em que disparam as vozes quer de reivindicação, quer de informação sobre a diabetes – doença que afecta já cerca de 10% dos portugueses – Jácome de Castro, endocrinologista do Hospital Militar de Lisboa, advertiu para a importância da fase pré-diagnóstico.

“Os pré-diabéticos, pessoas em condições de maior probabilidade de vir a desenvolver a doença, não recebem a atenção devida, apesar de constituíram um grupo de risco”, afirmou o especialista ao «O Primeiro de Janeiro».

Segundo explicou o endocrinologista, a condição de pré-diabético “implica a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, deixando as pessoas numa situação intermédia entre o estado normal e o estado diabético”, sublinhando que “podem ser diagnosticadas com a medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, comparando-os depois com os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada.”

Reconhecendo que as pessoas vão estando “progressivamente consciencializadas para os riscos”, Jácome de Castro reivindicou para uma maior aposta “na prevenção, no diagnóstico precoce e nas terapêuticas agressivas.”

Saber lidar com a revolta e a diferença...

Não é fácil ter de lidar com uma série de alterações quando se tem conhecimento da doença ou, pelo menos, quando se sabe que pertence à condição de pré-diabético. É o caso de João Rodrigues que, embora sabendo ser uma pessoa de risco, descurou a realidade e a negligência conduziu-o a um caminho sem volta: hoje, aos 52 anos é diabético e cego.

Ao farmacia.com.pt, José Rodrigues contou a sua experiência na expectativa de que outros doentes não sigam o seu exemplo, apelando ao controlo precoce da doença."Perdi a visão há mais de dois anos, por ter sido juiz em causa própria e ter descuidado e abandonado, ao longo de 10 anos, o acompanhamento médico. Fui um péssimo pré-diabético e hoje carrego o peso dos meus actos e da assumo a irresponsabilidade", confessou.

Por não quer que outros episódios idênticos ao seu se repitam, João Rodrigues lançou o apelo a todos os que sofrem da doença ou pertencem ao grupo de risco: "Sejam conscientes e vigilantes, a fim de evitar os danos que estão inerentes a um dos maiores problemas de Saúde Pública - a diabetes. Face às exigências da doença, nunca descurem o acompanhamento médico regular e façam uma alimentação responsável", advertiu, concluindo que, "muitos podem reverter o cenário e evitar ficar às escuras em pleno dia..."

Raquel Pacheco

Fonte: O Primeiro de Janeiro/contacto telefónico

Especialista alerta para a condição pré-diabética

Para demasiadas pessoas o diagnóstico da diabetes de tipo 2 chega como um choque. Talvez soubessem que tinham uma história familiar da doença, mas nunca pensaram que o mesmo lhes pudesse acontecer.

Na altura em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, são diversos os alertas para o aumento da doença que, segundo estimativas da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, afecta cerca de um milhão de portugueses, mas estando apenas 650 mil conscientes da doença.

O endocrinologista Jácome de Castro, do Hospital Militar de Lisboa, alertou para o facto dos pré-diabéticos, ou seja, as pessoas que apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença, não receberem a atenção necessária, apesar de serem um grupo de alto risco, sendo por isso preciso ter atenção à fase de pré-diagnóstico.

Segundo o Dr. Jácome de Castro, "os pré-diabéticos, se não receberem o tratamento devido, correm o risco de desenvolver diabetes, o que aumenta o risco de doenças cardíacas e cerebrovasculares, as doenças que mais matam em Portugal".

O endocrinologista explicou ainda que a condição de pré-diabético envolve a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, o que deixa as pessoas numa condição "intermédia entre o estado normal e o estado de diabético". A denominada pré-diabetes pode ser diagnosticada através da medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, e da posterior comparação com “os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada”.

Antes das pessoas desenvolverem diabetes tipo 2, têm quase sempre pré-diabetes – os níveis de glicose no sangue são mais elevados do que o normal, mas ainda não são suficientemente elevados para serem diagnosticados como diabetes. Contudo, na pré-diabetes a glicose no sangue apresenta variações, e a condição caracteriza-se pela ausência de sintomas. Esta situação pode prolongar-se durante anos, podendo algumas pessoas vir a desenvolver diabetes tipo 2 num período de 10 anos. Investigações recentes demonstraram que alguns danos a longo prazo, especialmente no sistema cardíaco e circulatório, podem já estar a ocorrer durante a pré-diabetes.

O especialista defendeu ainda que através de um diagnóstico antecipado as pessoas vão ficando gradualmente mais conscientes dos riscos, mas é também necessário apostar na prevenção e na alteração dos estilos de vida, visto que o excesso de peso e a vida sedentária constituem as principais causas da diabetes de tipo 2. As pessoas em maior risco são aquelas com mais de 40 anos, com história familiar de diabetes, com excesso de peso e/ou que não praticam qualquer actividade física.

Contudo, é importante sublinhar que a pré-diabetes pode ser revertida. Estudos demonstraram que pessoas com pré-diabetes podem prevenir ou adiar o início da diabetes tipo 2 até 58 por cento, através de alterações no estilo de vida, que incluem perda moderada de peso e exercício regular. Para algumas pessoas, uma intervenção precoce pode realmente ajudar a “fazer marcha-atrás” na doença, restituindo ao normal os níveis elevados de glicose e eliminando o risco de desenvolver diabetes.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam, a nível mundial, 185 milhões diabéticos, mas que apenas 40 por cento estão diagnosticados e tratados.

Isabel Marques

Fontes: Diário de Notícias, O Primeiro de Janeiro,
www.diabetes.org, www.tvi.iol.pt, www.medicosdeportugal.iol.pt

«Diabetes nas crianças e adolescentes» é lema mundial


As comemorações do Dia Mundial da Diabetes têm, este ano, particular significado porque se pretende divulgar a resolução das Nações Unidas que a considerou uma “doença crónica, debilitante e dispendiosa que, devido às complicações major que induz, implicando riscos elevados para as famílias, países e para todo o mundo.”

A celebração desta data – 14 de Novembro – é da responsabilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Federação Internacional de Diabetes, (IDF), sendo o lema deste ano e de 2008, «Diabetes nas crianças e adolescentes».

Tal como tem vindo a divulgar o farmacia.com.pt, por todo o mundo e por todo o país - de Norte a Sul -, há eventos que decorrem alusivos ao dia. O concelho do Barreiro não é excepção, contudo, sob a organização da associação local de diabéticos, as comemorações serão assinaladas apenas no dia 17 de Novembro.

Passeio e palestras no Barreiro

Segundo avança a Rostos.pt, o programa inclui “um passeio pedestre pela cidade do Barreiro, durante a manhã, e a divulgação de apoios técnicos e científicos para os diabéticos. Realizar-se-ão, também, duas palestras sobre Oftalmologia e respectivo envolvimento directo com a doença e ainda um almoço convívio e actividades culturais (Marcha Lúdica ao Barreiro Velho e concerto de musica coral polifónica).

Para hoje (dia 14), está agendada uma conferência de imprensa no Convento da Verderena, “onde se pretende demonstrar a actividade da Associação de Diabéticos do Concelho do Barreiro (ADCB) e dar relevo à comemoração do Dia Mundial da Diabetes” promulgado pela ONU desde de Dezembro de 2006.

Raquel Pacheco

Fonte: Rostos.pt/OMS

Diabetes: AtheroGenics suspende testes com elevada dose de AGI-1067

A empresa de biotecnologia AtheroGenics Inc, anunciou a suspensão dos testes (fase III) com dose elevada (300 miligramas) de AGI-1067 - uma pequena molécula com poder antioxidante – para o tratamento da diabetes.

A AGI-1067 foi originalmente licenciada pela AstraZeneca para investigações no âmbito terapêutico de doenças cardíacas, porém, demonstrou ineficácia ao não reduzir o risco.

Agora, a detecção de raros efeitos colaterias relacionados com o fígado terá levado a AtheroGenerics a suspender os testes já em fase III. Decisão esta que, também, foi tomada na sequência de discussões com a FDA (Food and Drug Administration).

Apesar dos resultados, a empresa não desiste e admitiu continuar a estudar a molécula AGI - 1067 em duas doses mais baixas (a 75 mg e 150 mg), como um novo tratamento antioxidante e anti-iflamatório para doentes diabéticos e também cardíacos.

Raquel Pacheco

Fontes: Network Médica/Financial News

GlaxoSmithKline confiante nas vendas de fármaco anti-diabetes

O director-executivo da GlaxoSmithKline, Jean-Pierre Garnier está optimista face às vendas do Avandia (maleato de rosiglitazona). O dirigente do laboratório britânico garantiu, esta terça-feira, que o nível de vendas deste medicamento anti-diabetes vai voltar a alcançar os elevados números anteriores.

Apesar das quebras registadas no lucro do fármaco e das severas advertências da opinião pública para o risco cardíaco associado ao Avandia, Jean-Pierre Garnier, está confiante de que “a GlaxoSmithKline continua no caminho certo para conseguir alcançar os resultados estipulados.”

Raquel Pacheco


Fonte: Network Médica

ICBAS promove sessão para sensibilizar e prevenir a diabetes

Para assinalar o Dia Mundial da Diabetes, a Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (AEICBAS), em colaboração com o Serviço de Endocrinologia do Hospital Geral de Santo António (HGSA), promove no dia 14 de Novembro, entre as 9 horas e as 12 horas, uma sessão de esclarecimento sobre a diabetes, denominada “Diabetes na criança e no adolescente”, junto de 270 alunos da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto.

Esta acção tem como objectivo alertar para os perigos desta doença, e sensibilizar os jovens para a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de exercício físico na prevenção da diabetes, que já atinge cerca de 900 mil portugueses, estimando-se que 20 mil sejam jovens. A actividade vai ser realizada em colaboração com diversos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e nutricionistas do Serviço de Endocrinologia do HGSA. A sessão de esclarecimento será da responsabilidade dos mesmos.

Os alunos da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, entre os 13 e os 18 anos, poderão ainda determinar o seu índice de massa corporal (IMC), bem como participar em actividades físicas lúdicas. Adicionalmente, serão entregues dois prémios para a melhor ementa realizada previamente pelos alunos e proporcionado um lanche, como exemplo de uma refeição apropriada.

Esta iniciativa da AEICBAS demonstra-se relevante, na medida em que cada vez mais surgem jovens com diabetes e em situações ligadas à obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que existam, a nível mundial, 185 milhões de pessoas com diabetes, sendo a doença a quarta causa de morte na maioria dos países desenvolvidos, com uma morte a cada 10 segundos.

Isabel Marques

Fontes: O Primeiro de Janeiro, http://sigarra.up.pt/icbas/, http://aeicbas.blogspot.com/, http://www.jasfarma.pt/
Conferência reúne especialistas na cidade do Mondego
HUC comemoram Dia Mundial da Diabetes

No corolário de uma semana marcada por muitos acontecimentos relacionados com a diabetes, de encontros científicos a reivindicações várias, nomeadamente sobre a necessidade de maior consciencialização das populações e da comparticipação do tratamento com bomba de insulina, assinala-se nesta quarta-feira o Dia Mundial da Diabetes, e os Hospitais da Universidade de Coimbra associam-se às celebrações.

Está assim agendado para as 11 horas o arranque de uma conferência dinamizada pela direcção do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos HUC, que visa “debater a incidência da doença nas crianças e nos jovens”, que constituem o ponto nevrálgico das comemorações deste ano, subordinadas justamente ao tema «A diabetes nas crianças e nos adolescentes». Na acção estarão presentes vários membros da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, para alertar para aquela patologia e os seus efeitos, designadamente junto dos doentes de mais tenra idade. Num momento em que se discute na comunidade médica portuguesa a oportunidade de uma eventual comparticipação do tratamento com bomba infusora de insulina, um dos interlocutores do evento será Francisco Carrilho, o médico dos HUC que foi responsável pela colocação da primeira bomba de insulina realizada no nosso país, há já vários anos.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário As Beiras», entrevista com Helena Cardoso, comunicados de imprensa sobre o Dia Mundial da Diabetes
Membrana amniótica útil na reabilitação de queimaduras
Placenta pode salvar visão

Um oftalmologista do Instituto Penido Burnier, no Brasil, desenvolveu um método para a recuperação de lesões oculares provocadas por queimaduras químicas e cicatrizes na córnea, que podem ser corrigidas com um implante de células-tronco retiradas da placenta.

Em vez de ir para o lixo, onde invariavelmente são depositadas as placentas depois de concluído o trabalho de parto – e serão milhões os partos realizados todos os dias, em todo o mundo – a membrana amniótica (parte interna da placena) pode ser usada na reabilitação das lesões provocadas por queimaduras químicas, que representam sete a 10 por cento dos acidentes oculares no trabalho, e por cicatrizes na superfície do olho causadas por algumas doenças, que constituem igualmente uma importante causa de deficiência visual. A inovação no tratamento destes problemas surge agora no Brasil, onde o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto garante que aquelas doenças podem ser corrigidas através de implantes de células-tronco retiradas da membrana amniótica.
Pioneiro naquele procedimento cirúrgico, o médico de Campinas explica, em comunicado, que a “cirurgia permite recuperar até 70 por cento dos casos de queimaduras oculares, inclusivamente as decorrentes do contacto com produtos alcalinos como a soda cáustica, a cal e o amoníaco, substâncias que marcam presença na maior parte dos acidentes industriais ocorridos com homens dos 20 aos 40 anos de idade. O especialista assevera que é possível recuperar a visão, já que as células da membrana amniótica conseguem diferenciar-se das restantes e dão a possibilidade de criar tecido na superfície ocular, tendo também propriedades a nível anti-inflamatório e cicatrizante.
Uma investigação científica realizada em Taiwan concluiu que a membrana amniótica não tem capacidade para refazer a totalidade dos 216 tecidos do corpo humano, mas pode diferenciar-se e assumir o lugar de diversos tipos de células, sendo que, na área da Oftalmologia, a placenta “pode ser útil também na reconstrução de pálpebras, bem como na eliminação de inflamações pós-cirúrgicas e tumores, e ainda na conjuntivite, na penfigóide (doença auto-imune que ataca a mucosa dos olhos) e na alergia ocular de Stevens-Johnson, que pode causar cicatrizes na córnea”.
Queiroz Neto explica que depende do grau de destruição da superfície ocular o cálculo da taxa de sucesso da intervenção, mas frisa que “o implante de membrana amniótica é suficiente”. Quando a córnea não está em processo activo de necrose é associado o transplante de limbo, que pode ser retirado do próprio paciente (se apenas um olho tiver sido afectado pelo acidente que motiva a cirurgia), ou de um doador (no caso de ambos os olhos terem ficado lesionados nesse acontecimento).

Carla Teixeira
Fonte: e-mail do farmacia-press

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

ENTREVISTA

Endocrinologista Helena Cardoso em entrevista
“O diabético é o seu próprio médico”


Por ocasião do Dia Mundial da Diabetes, que se comemora nesta quarta-feira, pela primeira vez com o beneplácito das Nações Unidas, o farmacia.com.pt foi ouvir quem lida diariamente com a doença. Helena Cardoso, endocrinologista no Hospital Geral de Santo António, no Porto, é clara: é essencial responsabilizar e envolver o doente no tratamento.

Porque a vida moderna é predisponente ao desenvolvimento de muitas e diferentes patologias, a docente no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS) considera que poderá haver um subdiagnóstico da diabetes, tendo em conta que os 650 mil doentes actualmente identificados em Portugal correspondem ao resultado do 4º Inquérito Nacional de Saúde, que assenta numa auto-declaração da doença, quando se sabe que muitas pessoas poderão estar doentes e não saber disso. Em entrevista ao farmacia.com.pt, Helena Cardoso lembrou que “os estudos mostram que existem muitos casos não diagnosticados de diabetes de tipo 2 e de alterações da tolerância à glicose”, um estádio anterior na escala de evolução da doença, pelo que se prevê entre a comunidade médica que o número de doentes diagnosticados poderá ser igual ao de não diagnosticados.
Uma situação que não se esgota no facto simples de desconhecer a realidade, mas que entronca numa dificuldade acrescida: “o diagnóstico tardio conduz ao atraso no tratamento e ao aparecimento de complicações”, ao mesmo tempo que a situação de “pré-diabetes associa-se a muitos factores de risco que são modificáveis, como a hipertensão, a dislipidemia (o aumento da gordura no sangue), a obesidade ou o tabagismo, que devem ser agressivamente corrigidos nestes doentes”. Na diabetes de tipo 2, esclarece a endocrinologista, é a vida moderna que potencia o problema, através do “aumento do sedentarismo” e ao ritmo de “cidades que desencorajam a prática de actividade física”. Por outro lado, acrescenta, “a publicidade, aliada a um mais baixo preço dos alimentos que têm alto valor calórico, bem como a facilidade da sua conservação, tornam os alimentos ricos em fibras como vegetais, legumes e frutas algo que se vai dispensando ou de que não se gosta, também devido à falta de hábito de os comer”.
Considerando que “o principal problema da diabetes não é as injecções diárias de insulina, mas a dificuldade de, tomando todas as medidas necessárias, conseguir controlar a evolução da doença, evitando as suas complicações de médio e longo prazo, essas sim incapacitantes”, Helena Cardoso deixa aos doentes diabéticos um apelo: “É preciso chamar a atenção da sociedade e do poder político para a doença e para a gravidade das suas repercussões”, preconizando ainda a necessidade da criação de “cidades mais saudáveis e da obrigação de proporcionar aos diabéticos as formas de conseguirem a optimização do seu controlo num investimento a curto e a longo prazo”. Diz ainda, em jeito de mensagem de esperança, que “os avanços da Medicina e da Ciência são constantes”, e pede “persistência no tratamento”, por considerar que “o diabético é o seu próprio médico”. Envolver os doentes na terapia só pode, na opinião da especialista, favorecer o seu sucesso. “O médico vai ensinar o que tem de fazer para se tratar, mas é ele que terá de assumir a responsabilidade pelo tratamento, para que, quando mais novidades vierem, possa usufruir em pleno dessas novas realidades”.

Bomba de insulina
Ligada à introdução em Portugal da terapia com bomba de insulina – apesar de não ter sido a primeira médica a apostar naquele tratamento, um mérito que reconhece a Francisco Carrilho, endocrinologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, a investigadora do ICBAS frisa que aquele método “é cómodo e permite uma maior estabilidade glicémica”, destacando “a eliminação das múltiplas injecções diárias e a maior flexibilidade de horários e conteúdos das refeições” como vantagens. A não comparticipação da bomba de insulina – que tem um custo de cerca de 3500 euros e pressupõe uma despesa mensal de pelo menos 150 euros em consumíveis (cada cateter tem três dias de validade e os adesivos que o fixam à pele têm também de ser mudados), embora alguns doentes falem em verbas bastante superiores – é um grande obstáculo à sua generalização, mas Helena Cardoso assevera que uma vez adquirida a bomba e feita a adaptação ao aparelho “o diabético não tem vontade de abandonar” o tratamento.

Carla Teixeira
Fonte: Entrevista a Helena Cardoso
No âmbito da programação da Semana do Diabético
Jovem de 14 anos dá hoje aula a famosos


Kátia Sopas tem apenas 14 anos e sofre de diabetes do tipo 1. Nesta terça-feira, véspera do Dia Mundial da Diabetes, transforma-se em “professora” e dá uma aula sobre a doença que tão bem conhece. Os “alunos” são diversas personalidades da vida pública portuguesa que, no âmbito da programação da Semana do Diabético, se reúnem a partir das 16h30 no Centro Comercial das Amoreiras, em Lisboa.

A iniciativa tem a chancela da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal e tem como principal finalidade “desmistificar os mitos associados à diabetes”, suscitando a consciencialização da população para “a importância de aprender com aqueles que lidam diariamente com a doença”. Os actores da série «Morangos com açúcar» Mafalda Teixeira e Pedro Carvalho, os apresentadores Carolina Patrocínio e Luís Filipe Borges e o cantor Fernando Marques são alguns dos alunos da jovem Kátia, e já admitiram não estar devidamente informados sobre o problema que afecta 650 a 900 mil portugueses. Uma atitude que o presidente da AJDP, em declarações ao farmacia.com.pt, defendeu ser salutar. “É necessário que a população portuguesa em geral admita que ainda não sabe o suficiente sobre a diabetes, as complicações que dela podem resultar, as diferenças entre os dois tipo da doença, a necessidade de gerir a medicação e como lidar com a insulina em casos de diabetes tipo 1, entre outras questões”.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado da Hill and Knowlton, contacto telefónico com Paulo Madureira, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal

Cegueira diabética: fenofibrato diminui necessidade de tratamento a laser

Retinopatia diabética afecta cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo
Os doentes com diabetes tipo 2 sujeitos a uma terapia com fenofibrato (um antidislipidémico) requerem, menos vezes, do tratamento a laser para retinopatia diabética, comparativamente, com os doentes que não recebem fenofibrato. Esta foi a conclusão que saiu do primeiro estudo que examinou o efeito protector de um agente para baixar os lipídios nas cegueiras causadas pela diabetes.

A cegueira causada pela diabetes (chamada de retinopatia diabética) é a maior causa da perda de visão em adultos - afectando cerca de 25 milhões de pessoas mundialmente. Actualmente, o único tratamento usado para combater esta doença é a terapia a laser. Contudo, sabe-se que, frequentemente, esta técnica reduz a visão periférica, bem como, causa outros efeitos colaterais e, nem tampouco, restaura a visão.

Entretanto, um estudo agora divulgado pela revista online «The Lancet» pode trazer uma nova luz aos casos de retinopatia diabética. Cientistas da Austrália, Nova Zelândia e Finlândia investigaram os efeitos de um agente para baixar os lipídios amplamente disponível - o fenofibrato - no uso do tratamento a laser em mais de 9000 homens e mulheres com a diabetes.

De salientar que, o Fenofibrate Intervention and Event Lowering in Diabetes (FIELD) Trial (Teste de Intervenção e Evento de Redução do Fenofibrato na Diabetes) é o maior estudo de agente para baixar os lipídios já realizado, até hoje, em adultos com diabetes que foram acompanhados ao longo de cinco anos. Foi também efectuado um sub-estudo dos seus efeitos na progressão da retinopatia diabética em mais de 1000 doentes.

Segundo avança a «The Lancet», os resultados do FIELD permitiram aos investigadores constatarem que “o fenofibrato reduziu em 31% a frequência do primeiro tratamento a laser para edemas maculares, e em 30% na proliferativa retinopatia diabética.” No sub-estudo – informa ainda a revista – “a redução do risco de ter o primeiro tratamento a laser foi 70% naqueles que recebem fenofibrato, no entanto, o número total de eventos foi pequeno - 23 cirurgias no grupo placebo, em comparação com cinco no fenofibrato grupo.”

Tony Keech, investigador e professor da Universidade de Sydney, (Austrália), esclareceu que o fenofibrato, agente modificador, “não conduziu a variações clinicamente significativas concentrações de HDL - colesterol entre os grupos placebo e fenofibrato.”

Assim, a equipa de cientistas do FIELD concluiu que “os benefícios substanciais do fenofibrato sobre a necessidade de tratamento a laser para retinopatia diabética são susceptíveis de ser equacionados aos benefícios resultantes de um controlo apertado da glucose no sangue e da pressão sanguínea na gestão de tipo 2 pacientes com diabetes mellitus”, garantindo que os resultados “emergem rapidamente após o tratamento é iniciado.”

A doença ocular diabética ocorre quando a diabetes afecta os vasos sanguíneos na parte de trás do olho danificando a retina e restringindo o fluxo do sangue. Este processo destrutivo ocorre em cerca de 74 por cento das pessoas que sofrem de diabetes por 10 anos ou mais.


Raquel Pacheco

Fontes: The Lancet/PRNewswire/ Medical News Today

Diabéticos usufruirão de “cheques-dentários” em 2009

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e o Governo estão a negociar o usufruto de “cheques-dentários” para diabéticos, em 2009. Orlando Monteiro da Silva quer que estes doentes sejam também beneficiados, para além das grávidas e dos idosos.

Em declarações ao «Diário de Notícias», o bastonário explicou que esta medida “tem estado a ser negociada com o Governo nos últimos meses, uma vez que, a ideia é que o novo programa seja alargado de forma progressiva a outras faixas da população.”

No que concerne ao novo programa – no âmbito desta área e, recentemente, anunciado pelo primeiro-ministro, Orlando Monteiro da Silva considerou estar assegurado o que era fundamental para a OMD, “a liberdade de escolha do utente, já que, todos os dentistas poderão aderir e não haverá um mecanismo burocrático.”

Segundo avançou o dirigente, a OMD e a tutela “vão agora acertar ponteiros sobre o número e o tipo de tratamentos a que o “cheque-dentário” dá direito nos grupos abrangidos.”

Raquel Pacheco

Fonte: DN

Pós-IVG: mais de 20% das mulheres têm problemas físicos e psicológicos

I Encontro de Estudos Médicos sobre a Vida apresenteu vários estudos


Mais de 20 por cento das mulheres sofre de problemas e doenças psicológicas depois de praticar uma interrupção voluntária da gravidez (IVG). A conclusão saiu do I Encontro de Estudos Médicos sobre a Vida, promovido pela Associação Mulheres em Acção (AMA) e que decorreu a semana passada, em Lisboa.

Em declarações ao farmacia.com.pt, fonte da organização fez o balanço do evento: “Esta iniciativa focalizou-se na análise das consequências físicas e psicológicas da IVG, tendo sido apresentados e debatidos uma série de estudos internacionais dedicados a esta matéria.”

Um dos estudos - coordenado Priscilla Coleman, professora da Universidade da Virgínia (EUA) intitulado «Mulheres recebem cuidados psicológicos 90 dias a seguir a um aborto» - “revelou que mais de 20 por cento das mulheres sofre de problemas e doenças psicológicas depois de praticar uma IVG”, informou a mesma fonte.

Por seu turno, em entrevista à Rádio Renascença, Carlos Ramalheira, médico psiquiatra dos Hospitais da Universidade de Coimbra e um dos coordenadores científicos do encontro, defendeu que “são necessários mais estudos a nível nacional para se conhecer esta realidade em concreto.”

Na opinião do especialista – responsável pela sessão de encerramento – “o que é importante é discutir se existem ou não determinados mecanismos que podem levar ao surgimento de determinadas doenças do foro neuropsiquiátrico em pessoas que são expostas a situações de vida traumáticas, como são sempre as situações ligadas ao aborto.”

Segundo Carlos Ramalheira, “não há ainda estudos feitos em Portugal, mas a discussão que está em cima da mesa é de extraordinária importância e apontará caminhos para aquilo que será necessário fazer em Portugal no acompanhamento destas situações”, destacou.

Raquel Pacheco

Fontes: AMA/ RR/ Email do farmacia-press

Novo Nordisk lança barómetro para avaliar progressão da diabetes

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk lançou esta semana o Barómetro Changing Diabetes, uma ferramenta que permitirá avaliar o progresso da luta contra a diabetes em todo o mundo.

Através deste instrumento de análise, os profissionais de saúde, associações de pacientes, políticos, instituições e meios de comunicação passam a dispor de informação valiosa para saberem como melhorar a qualidade de vida dos diabéticos, diminuindo as complicações, aumentando as expectativas de vida e reduzindo os custos económicos.

“Há demasiado tempo que a luta contra a diabetes é feita às escuras. Chegou o momento de acender as luzes e mostrar os resultados que foram alcançados, com o objectivo de marcar uma mudança sustentável. O Barómetro Changing Diabetes oferecerá informação sobre como melhorar a vida das pessoas com diabetes e de como dar prioridade aos seus cuidados e tratamentos”, afirmou Lise Kingo, vice-presidente executiva da Novo Nordisk.

O laboratório publicará anualmente – em simultâneo com a comemoração do mundial da Diabetes – um relatório sobre os indicadores globais que foram identificados. O primeiro estudo, que engloba 21 países, indica que se poderão alcançar importantes poupanças se os diabéticos forem diagnosticados com maior antecedência, uma economia que pode chegar aos 20 por cento. Para além disso, as complicações aliadas á doença, incluindo as falhas renais, as amputações de membros, a cegueira e as doenças cardiovasculares, podem ser reduzidas através de um controlo mais apertado.

O relatório sublinha que adoptar uma atitude de passividade face ao problema sai mais caro, uma vez que vão continuar a ser gerados gastos com cuidados de saúde, ao nível social e indirectamente todos aqueles que derivem da perda de produtividade. Não é o número de diabéticos em si que está a fazer subir os gastos, mas antes as complicações derivadas da doença seguidas de uma detecção tardia e de um controlo escasso do problema.

“Apesar das estimativas indicarem que o número de diabéticos deverá ascender aos 380 milhões a nível mundial em 2025, o Barómetro Changing Diabetes revela que apenas alguns países possuem um sistema que lhes permite avaliar a diabetes e os seus efeitos na população”, adverte o professor Jean- Claude Mbanya, vice-reitor e professor de medicina e endocrinologia na Universidade de Yaundé, nos Camarões. “Se agirmos agora tirando lições do Barómetro, podemos melhorar o conhecimento, o tratamento e a consciencialização para a doença”, acrescentou.

A Novo Nordisk espera que o Barómetro se torne uma referência na discussão, avaliação, progresso e tratamento de dados relativos à doença.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Europa Press, IndiaPRWire

Pneumonia matou seis mil portugueses em 2006

A pneumonia é a mais fatal de todas as doenças respiratórias tendo provocado a morte a seis mil portugueses em 2006, indicam os dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, citados pelo Diário de Notícias. Embora o número de vítimas provocadas por esta doença se mantenha estável, a lista de afectados não pára de crescer, sendo que, no ano passado o número de internamentos cresceu para os 34 mil, mais 6 por cento do que no ano anterior.

Apesar da mortalidade por pneumonia se manter estável, com cerca de 18 por cento dos doentes internados nos hospitais a falecer, o número de internamentos aumentou no ano passado 6 por cento em relação ao ano anterior, situando-se acima dos 34 mil. O número de internamentos não tem em conta os doentes hospitalizados devido a outras patologias, mas que também tinham pneumonia.

Esta subida no número de internamentos pode ser um indicador do aumento da gravidade da doença. “Ao todo o número de casos sobe aos 50 mil”, disse ao DN pneumologista e presidente da Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias, Teles Araújo, justificando que, "o acréscimo de casos pode ter a ver com o reforço da resistência aos antibióticos e com a idade dos doentes, na maioria com mais de 65 anos”.

Os dados do relatório indicam ainda que, em 91 por cento dos casos a morte por pneumonia ocorreu em doentes idosos. Relativamente à distribuição geográfica da doença, “o Norte e o Centro do País têm mais casos de internamento do que outras regiões, mas a mortalidade é maior no Centro e na Madeira”, salientou o especialista.

No que diz respeito a outras doenças respiratórias, como o cancro do pulmão, o relatório revela uma tendência de subida, com 4700 casos de internamento registados e 32 por cento de mortalidade. Ainda assim, os óbitos baixaram 1 por cento. Apesar da incidência da doença ser ainda “demasiado alta”, a tuberculose está também a diminuiu, referiu Teles Araújo.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, TSF, Diário Digital.

sábado, 10 de novembro de 2007

Merck & Co. irá pagar 4,85 mil milhões de dólares para resolver caso Vioxx

A norte-americana Merck & Co está a planear desembolsar 4,85 mil milhões de dólares para resolver grande parte das queixas, tanto a nível estatal, como federal, de danos, que incluem ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, que o anti-inflamatório Vioxx (rofecoxib) terá provocado em pacientes norte-americanos. A Merck afirmou que não está a admitir a culpa ao propor o acordo.

O acordo, o maior nos Estados Unidos este ano, está projectado para resolver aproximadamente 85 por cento dos processos lançados contra o fármaco para a osteoartrite. As entidades da companhia estimam que o acordo, caso seja aceite, irá encerrar 45 mil a 50 mil processos de danos pessoais, que envolvem utilizadores norte-americanos do Vioxx que sofreram ataques cardíacos ou acidente vascular cerebral (AVC) isquémico.

Irá ser criado um fundo para o acordo no valor de 4 mil milhões de dólares para aqueles que sofreram ataques cardíacos enquanto tomaram o fármaco. 850 milhões de dólares serão postos de parte para aqueles que sofreram acidentes vasculares cerebrais.

O Vioxx, que atingiu vendas anuais de 2,5 mil milhões de dólares, foi retirado do mercado em 2004, após um estudo ter demonstrado que aumentava o risco de ataques cardíacos em alguns pacientes, no caso de utilização por mais de 18 meses. A companhia enfrenta mais de 26 500 processos judiciais de antigos utilizadores que declaram que o fármaco provocou AVC e ataques cardíacos.

O acordo marca uma mudança de estratégia por parte da Merck, que tencionava contestar cada caso individualmente, em vez de considerar um acordo alargado, mas agora a companhia afirma que diversos factores tornaram esta a altura certa para o acordo. Segundo o presidente da Merck, Richard T. Clark, este é um acordo bom e responsável, que é certo que forneça um grau significativo de certeza.

O vice-presidente executivo da Merck, Kenneth Frazier, declarou que sem este acordo a litigação poderia prolongar-se por muitos anos. Frazier denominou este acordo como responsável e razoável, e que permite à Merck quantificar a responsabilidade legal, estimada anteriormente em 50 mil milhões de dólares. Desta forma, evita-se uma batalha judicial longa que poderia ser ainda mais dispendiosa.

Esta é uma grande concessão por parte da Merck, que sempre defendeu que o Vioxx apenas provocava danos após uma utilização durante 18 meses. Estas alegações foram rejeitadas por cientistas independentes e pelos advogados dos queixosos.

Para serem elegíveis para receber os pagamentos, os queixosos devem reunir três requisitos: prova médica de ataque cardíaco ou AVC, utilização documentada de, pelo menos, 30 comprimidos de Vioxx, e provas de que tomaram o fármaco, pelo menos, 14 dias antes de sofrerem os danos. O acordo não inclui pessoas fora dos Estados Unidos, nem com danos diferentes.

Os pagamentos deverão variar, dependendo da gravidade dos danos, da duração de utilização do Vioxx, e dos riscos que cada pessoa tinha para doenças cardiovasculares. As indemnizações poderão começar em Agosto de 2008.

A farmacêutica declarou ainda que irá contestar todas as queixas não incluídas no acordo. Desde a retirada do Vioxx, a Merck ganhou 11 casos em tribunal e perdeu cinco.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, The Associated Press, Reuters

40% dos idosos portugueses tomam medicação inadequada

Cerca de 40 por cento dos idosos portugueses tomam medicamentos inapropriados, que deveriam ser substituídos por outros mais seguros. A conclusão resulta de um estudo elaborado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa que revelou também que os erros de prescrição dão origem a vários efeitos adversos, estando ligados a “11% dos internamentos hospitalares nos idosos”, noticia a edição deste sábado do jornal Diário de Notícias.

O estudo, que contou com a participação de 213 pacientes da área da Grande Lisboa, “revela que o País tem muitos mais casos de idosos a tomar fármacos errados do que outros países europeus, onde a percentagem é de 25%”, afirmou Sofia de Oliveira Martins, investigadora da Faculdade de Farmácia, citada pelo DN.

Tendo em conta os critérios Beers de 2003, "que avaliam o que o idoso deve tomar", foram detectados 114 casos de doentes (38,5 por cento dos participantes) com medicação errada, 40 por cento dos quais diziam respeito a fármacos que, de acordo com a listagem internacional, deveriam ser evitados pela população idosa, como as benzodiazepinas de longa duração (calmantes) e a ticlopidina, um anticoagulante utilizado na prevenção de tromboses e AVC.

Conforme explicou Sofia Martins, o diazepam, por exemplo, por ser “um medicamento de longa duração” torna-se difícil de eliminar do organismo, o que faz com que os idosos fiquem confusos, sonolentos, tontos e com tendência para caírem quando se levantam. Um estudo realizado em 2002 indicava que as quedas eram a principal causa de internamento associada a reacções adversas a medicamentos.

Por sua vez, a ticlopidina, que é utilizada para evitar a formação de coágulos, não supera a actuação da aspirina sendo, porém, muito mais tóxica, refere o estudo. Os antidepressivos, responsáveis por 22,8 por cento dos casos de medicação errada, surgem também entre os principais causadores de internamento entre os idosos. Em 96 por cento das situações estes medicamentos eram prescritos. A mesma investigação diz ainda que se para 70 por cento dos doentes um medicamento era desadequado, em 23,2 por cento dos casos dois fármacos deveriam ser excluídos.

No total, os pacientes incluídos neste estudo estavam a tomar 1543 medicamentos, o que resulta numa média de 7,23 fármacos por pessoa, um número que não se distancia do registado em outros países. A duração e a dosagem foram outros dos aspectos analisados, tendo-se observado que um em cada dez idosos tomava medicamentos em doses demasiado elevadas ou por demasiado tempo. "Há alternativas mais seguras e baratas. Além disso, acontece frequentemente que os idosos, com organismos envelhecidos, continuam a tomar as mesmas doses que tomavam em novos", referiu a investigadora

A dificuldade dos médicos em aceder a instrumentos específicos para os idosos foi uma das principais razões apontadas para o elevado número de prescrições erradas. Segundo afirmou Sofia Martins, “apesar de haver alguma informação, ainda não passou para a prática clínica”. A alternativa seria o acompanhamento por geriatras, mas "a especialidade não existe em Portugal. Para António Leuschner, ex-coordenador do Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas, há falta de atenção específica para o idoso, um aspecto que está já “a ser analisado no plano“. Maria João Quintela, especialista em gerontologia, chama a atenção para a necessidade de "uma revisão da terapêutica, para retirar os medicamentos ineficazes".

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Infarmed.

10 a 15 por cento dos cancros são de origem sanguínea

Entre 10 e 15 por cento dos cancros têm origem sanguínea, mas os tratamentos são cada vez mais eficazes e as taxas de sobrevivência elevadas, disse à Lusa o presidente da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH). O linfoma, a leucemia ou o mieloma são os três tipos de cancro de origem sanguínea com maior incidência nos últimos 30 a 40 anos, em parte por a esperança de vida ser cada vez maior.

O presidente da SPH participa na reunião anual da instituição, que se encontra a decorrer desde quinta-feira até sábado, em Albufeira, onde deverão ser debatidas as doenças de Hematologia, especialidade médica que se foca nos tecidos e órgãos responsáveis pela proliferação, maturação e destruição das células sanguíneas.

Ao contrário de outros tumores, estes, por não serem sólidos, não podem ser tratados através de cirurgia, já que a medula óssea está distribuída por todo o corpo humano, assim como as células sanguíneas, explicou Parreira.

Os tratamentos, como a quimioterapia, permitem taxas de cura que rondam os 80 por cento nos casos de leucemia em crianças (a doença maligna mais frequente na população infantil) e os 60 por cento em determinados tipos de linfoma.

"Ao contrário do que se pensa, ter uma leucemia ou um linfoma não é uma sentença de morte", sublinhou o presidente da SPH, adiantando ainda que, nos casos em que não há cura, existem tratamentos que permitem atenuar ou eliminar os sintomas da doença.

"Existem certos tipos de linfoma cuja taxa de cura é baixa, mas a eficácia dos tratamentos permite conviver com a doença por períodos muito longos", observou António Parreira. No entanto, os cancros do sistema sanguíneo não são passíveis de prevenção e só a detecção precoce através de exames de rotina pode abrir a oportunidade para um tratamento mais eficaz.

"Em circunstâncias particulares há uma predisposição genética, como nos casos do cancro da mama e cólon, mas não há razões conhecidas para o aumento da incidência de linfomas", explicou o especialista, revelando que uma das razões possíveis, embora não esteja comprovada cientificamente, prende-se com factores ambientais, como a exposição a agentes tóxicos para o organismo ou substâncias poluentes.

No caso do linfoma, a incidência é superior nas pessoas mais idosas e pode atingir 20 a 30 em cada 100 mil, mas nos mais jovens a incidência atinge os 2 0u 3 casos por 100 mil habitantes.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

FDA aprova anti-histamínico Zyrtec-D para venda livre

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização no formato de venda livre, ou OTC (“over the counter”), do fármaco Zyrtec-D (cetirizina), da Johnson & Johnson, para a alergia e febre dos fenos. O medicamento irá ser comercializado nos Estados Unidos sob as mesmas restrições dos restantes fármacos que contêm pseudoefedrina.

O Zyrtec-D, aprovado desde 2001 e originalmente sujeito a receita, combina um anti-histamínico, a cetirizina, e um descongestionante, a pseudoefedrina. Os reguladores norte-americanos aplicaram restrições à pseudoefedrina, porque é utilizada no fabrico de narcóticos ilegais, como a metanfetamina.

As limitações impostas pela FDA estão relacionadas com a administração do fármaco (apenas para maiores de 12 anos), e com a quantidade de caixas que o consumidor pode comprar, como também na obrigatoriedade do farmacêutico registar o nome do comprador. Os pacientes poderão ter de mostrar ao farmacêutico uma identificação emitida pelo governo para comprar o Zyrtec-D.

O Zyrtec-D é utilizado para aliviar os sintomas de febre dos fenos ou de outras alergias respiratórias, tais como, nariz a pingar, espirros frequentes, olhos lacrimejantes, congestão nasal e pressão sinusal.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, CNNMoney

Cephalon paga 425 milhões de dólares para concluir investigação

A companhia biotecnológica Cephalon Inc acordou pagar ao Departamento de Justiça norte-americano 425 milhões de dólares como acordo extrajudicial para concluir uma investigação federal e de estado sobre práticas ilegais de marketing que vão contra o Medicaid. A companhia irá declarar-se culpada de violar a legislação federal de prescrição de fármacos.

As investigações sobre as vendas e práticas de marketing da Cephalon envolveram a utilização extensiva “off-label” (para outras indicações terapêuticas, dose ou posologia que não as aprovadas durante a avaliação que antecede a entrada do medicamento no mercado) de alguns dos fármacos, incluindo o Fentora (fentanilo) e o Actiq (citrato de fentanilo), para alívio da dor em pacientes oncológicos, o Gabitril (hidrocloreto de tiagabina), para a epilepsia, e o Provigil (modafinil), para a narcolepsia.

As companhias só estão autorizadas a promover os fármacos para utilizações que foram aprovadas pelos reguladores norte-americanos, contudo os médicos podem prescrever os medicamentos para outras indicações, como achem melhor.

Isabel Marques

Fontes: http://www.networkmedica.com Reuters, www.chron.com , The Wall Street Journal Online