quarta-feira, 28 de novembro de 2007

FDA: Myfortic aumenta riscos de malformações no feto e abortos espontâneos

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) informou que o fármaco imunossupressor para prevenir a rejeição de órgãos Myfortic (ácido micofenólico), da Novartis AG, foi associado ao aumento do risco de aborto espontâneo e malformações do feto nos primeiros três meses de gestação.

A FDA afirmou que o alerta resulta de dados recolhidos a partir do National Transplantation Pregnancy Registry dos Estados Unidos, assim como de dados de pós-comercialização recolhidos de mulheres que tomaram o fármaco durante a gravidez.

A Novartis declarou numa carta dirigida aos profissionais de saúde que o fármaco irá ter um novo aviso de segurança sublinhando o risco aumentado de aborto espontâneo e de malformações congénitas no ouvido externo e na face, tais como fendas do lábio e palato.

Segundo a FDA, as mulheres que estão a planear uma gravidez não devem utilizar o Myfortic, a não ser que o tratamento não seja bem sucedido com outros fármacos imunossupressores. As pacientes em idade fértil devem receber aconselhamento sobre contracepção e devem utilizar métodos contraceptivos enquanto tomarem o Myfortic.

A agência também alertou, no mês passado, para o facto do fármaco contra a rejeição de órgãos CellCept (micofenolato de mofetil), da Roche Holding AG, aumentar o risco de aborto no primeiro trimestre e malformações congénitas.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters

CE aprova Tasigna para leucemia mielóide crónica

A Comissão Europeia (CE) aprovou o Tasigna (nilotinib), da Novartis AG, para o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crónica que não respondem ao Glivec/Gleevec (mesilato de imatinib), o fármaco líder no seu segmento e o segundo mais vendido da companhia suíça.

A aprovação baseou-se em dados que demonstraram que o Tasigna produziu uma resposta positiva em 49 por cento dos pacientes com leucemia mielóide crónica. A maioria dos pacientes atingiu esta resposta em três meses após o início do tratamento com o fármaco. O Tasigna actua em aproximadamente metade dos pacientes que desenvolveram resistência ao Glivec.

A aprovação europeia do Tasigna já era esperada, após o fármaco ter sido recomendado por um painel da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA). A decisão é válida em todos os 27 Estados-Membros da União Europeia, e ainda na Noruega e na Islândia. O Tasigna já está aprovado nos Estados Unidos e na Suiça, e foi apresentado aos reguladores japoneses em Junho.

O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.

O fármaco teve um caminho rápido até chegar ao mercado, tendo sido criado apenas em Agosto de 2002, um ano após o lançamento do Glivec. O Tasigna, que atingiu vendas de 2,6 mil milhões de dólares no ano passado, irá competir com o Sprycel (dasatinib), da Bristol-Myers Squibb Co.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, MarketWatch, CNNMoney

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Impulsos magnéticos podem tratar depressão

Investigadores acreditam que resultados superam tratamentos com antidepressivos

Estimular o cérebro com pequenos impulsos magnéticos é um modo seguro e eficiente de tratar a depressão profunda, garante um estudo divulgado nos Estados Unidos. Para os investigadores, os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos.

De acordo com a notícia ventilada pela France Presse, o método “consiste em enviar rápidas descargas de energia magnética ao cérebro, por meio de um dispositivo fixado no couro cabeludo.”

Segundo explicou Philip Janicak, professor de Psiquiatria do Rush Universitary Medical Center, em Chicago, nos Estados Unidos, “os impulsos fazem com que os neurónios de uma pequena área do cérebro se ‘acendam’, isto é, estes neurónios enviam sinais a zonas mais profundas do cérebro que controlam o apetite e estão relacionadas com a depressão”, clarificou.

Revelando que os índices de melhora entre os pacientes que receberam o tratamento “foi o dobro em relação aos que experimentaram apenas uma simulação do método”, o investigador sublinhou que esta técnica “é uma alternativa para 20% a 40% das vítimas de depressão profunda, que não respondem a antidepressivos e ou à psicoterapia e, ainda, para os que querem evitar o uso de químicos.”

Ao considerar a descoberta “particularmente significativa”, Philip Janicak destacou que “os resultados superaram, inclusive, os tratamentos com antidepressivos”, argumentando que “a maior parte dos doentes submetida ao tratamento não reagia aos antidepressivos.”

John Krystal, editor da revista «Biological Psychiatry» - que publicará a pesquisa no dia 1 de Dezembro – considerou, também, que o estudo “lança uma nova luz sobre a eficiência da estimulação magnética transcraniana como tratamento para a depressão.”

"O resultado é particularmente importante para os pacientes que não toleram antidepressivos e para os que não reagem a tratamentos alternativos", sustentou.

A pesquisa envolveu 325 pacientes nos Estados Unidos, Canadá e Austrália que sofriam de depressão profunda. Os efeitos colaterais relatados foram dores de cabeça e feridas no couro cabeludo.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência France Press/Folha Online

Síndrome das pernas inquietas reduz qualidade do sono

Estudo norte-americano surte advertência: investigar e tratar melhor a doença
À luz de um estudo norte-americano conduzido por investigadores da Universidade da Pensilvânia, a síndrome das pernas inquietas está associada, directamente, à menor qualidade do sono e duração do descanso nocturno, bem como, à maior sonolência no dia seguinte.

De acordo com o estudo publicado na revista médica «Journal of the American Geriatrics Society», a equipa de especialistas analisou o impacto da Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) sobre a qualidade de vida de 39 indivíduos idosos (com idade superior a 65 anos) todos com diagnóstico firmado da doença e com sintomas, pelo menos, três vezes por semana.

Segundo os resultados divulgados, a síndrome interfere, directamente, no sono (reduzindo a qualidade), na duração do descanso nocturno (menor) e, ainda, na sonolência no dia seguinte (aumenta).

“Os idosos, com sintomas graves, apresentaram uma probabilidade de uso de medicação 5,3 vezes superior à observada naqueles com doença leve”, explicaram os autores do estudo, concluindo que a síndrome das pernas inquietas “afecta não apenas o sono dos idosos, mas também, reflecte-se no impacto negativo da qualidade de vida.”

A SPI é um distúrbio do sono caracterizado pela presença de sensações esquisitas nos membros inferiores, as quais conduzem a uma irresistível vontade de movimentá-los constantemente. Tais movimentos ocorrem, frequentemente, durante a noite, facto que leva a vários acordares, e consequentemente, encurta a duração do sono.

Neste sentido, os investigadores norte-americanos defenderam que a doença “merece ser adequadamente investigada e tratada.”

Tratamento


Não há um medicamento aprovado especialmente para o tratamento da SPI, contudo, são utilizados outros fármacos administrados para outras doenças, nomeadamente: agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada substância tem os seus benefícios, limitações e efeitos colaterais, por isso, a escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas.
A primeira escolha para tratar SPI são os agonistas dopaminérgicos, entre eles o pramipexol. Embora esta classe de medicamentos seja utilizada para tratamento da Doença de Parkinson, a SPI não é uma forma de parkinson.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of the American Geriatrics Society»/ www.sindromedaspernasinquietas.com.br/

Chá pode proteger contra osteoporose

Estudo revelou que ingestão reduz cerca de 2,5% a taxa de perda de cálcio pelos ossos

O consumo regular de chá pode actuar como factor de protecção contra a osteoporose, sugere um estudo australiano publicado na revista «American Journal of Clinical Nutrition».

Segundo informou a equipa da University of Western (Austrália), a investigação envolveu 1.500 mulheres, entre 70 e 85 anos, as quais receberam acompanhamento durante cinco anos, revelando que
os resultados demonstraram que “a quantidade de cálcio nos ossos, das participantes que ingeriram chá regularmente foi 2,8% maior, em comparação com aquelas que não cultivavam o hábito de consumir esta bebida de infusão.”

Os cientistas australianos destacaram ainda que, a equacionar à observação anterior, “constatou-se também (após 4 anos de acompanhamento) que a ingestão de chá reduz, cerca de 2,5%, a taxa de perda de cálcio pelos ossos.”

Deste modo, os investigadores acreditam que o consumo regular de chá “actua como factor de protecção contra a osteoporose, concretamente, na diminuição da ocorrência de doença nas mulheres idosas.”

De referir que, a osteoporose é uma doença que atinge maiores taxas de ocorrência na população idosa. O surgimento está associado a um complexo e dinâmico desequilíbrio entre as quantidades de vitaminas e minerais no organismo, particularmente, o cálcio.


Raquel Pacheco

Fonte: American Journal of Clinical Nutrition

GSK adquire direitos de venda livre do Mevacor da Merck & Co.

A GlaxoSmithKline Plc adquiriu os direitos exclusivos para comercializar o fármaco para o colesterol Mevacor (lovastatina), da Merck & Co. Inc, sem prescrição médica, nos Estados Unidos.

Como parte do acordo, a Merck irá receber pagamentos quando forem atingidos objectivos e regalias sobre as vendas do fármaco não sujeito a receita médica, ou OTC (“over the counter”), no país, dependendo ainda da aprovação da entidade reguladora. Os restantes termos do acordo não foram divulgados.

Está agendada uma reunião de um painel de revisão da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), para o dia 13 de Dezembro, para ponderar o recente pedido de aprovação da Merck para a versão OTC do Mevacor.

A agência até agora já recusou dois pedidos para aprovar a venda livre do produto, e um porta-voz da companhia sublinhou que a Merck espera apresentar novos dados na reunião para responder às preocupações iniciais de que os consumidores não iriam tomar o fármaco correctamente.

A Merck está à procura da aprovação OTC do Mevacor 20 miligramas para toma única diária para ajudar a baixar o colesterol. A utilização está planeada para mulheres com 55 anos ou mais, e para homens com 45 anos ou mais com colesterol moderadamente elevado e com um ou mais factores de risco de ataque cardíaco.

O porta-voz acrescentou ainda que a Merck irá tratar da reunião, mas a GSK irá assumir a responsabilidade pelas vendas do produto, caso o composto receba autorização de comercialização. Espera-se uma decisão final por parte da FDA no primeiro trimestre do próximo ano.

Permitir que o Mevacor seja vendido sem prescrição médica será uma grande mudança, uma vez que os medicamentos não sujeitos a receita médica normalmente tratam condições temporárias com sintomas facilmente reconhecíveis, tais como dores de cabeça, enquanto que o colesterol elevado só pode ser detectado através de um teste sanguíneo.

A Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país no mundo a aprovar um fármaco para reduzir o colesterol, ou estatina, de venda livre em 2004.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters

OncoMethylome e GSK desenvolvem biomarcadores de ADN para tratamentos oncológicos

A companhia biotecnológica belga OncoMethylome Sciences e a britânica GlaxoSmithKline (GSK) Biologicals entraram num acordo de colaboração para o desenvolvimento de biomarcadores de ADN, para a identificação de fármacos para imunoterapias oncológicas.

O objectivo desta colaboração é desenvolver biomarcadores de metilação do ADN para serem utilizados na personalização do tratamento do cancro, com determinadas imunoterapias que estão a ser desenvolvidas pela GSK Biologicals.

A colaboração é suportada por uma bolsa de investigação Wallonia (BioWin) que foi anunciada em Abril deste ano. Os restantes detalhes financeiros do acordo não foram revelados.

Metilação e biomarcadores de metilação

A metilação é um mecanismo de controlo natural que regula a expressão dos genes no ADN. A metilação anormal de certos genes pode silenciar a expressão do gene, e está associada ao desenvolvimento do cancro e à resposta à terapia oncológica. Os genes cuja metilação está ligada ao cancro são geralmente denominados de biomarcadores de metilação. Os biomarcadores de metilação delineados para serem utilizados em diagnósticos de acompanhamento estão associados à resposta à terapia com fármacos oncológicos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.abnnewswire.net

CE aprova Torisel para cancro do rim avançado

A Comissão Europeia (CE) autorizou a comercialização do Torisel (temsirolimus), da Wyeth, como tratamento de primeira linha para pacientes com carcinoma de células renais em estado avançado que apresentam, pelo menos, três de seis factores de risco. A companhia acrescentou que o tratamento é o único fármaco oncológico aprovado que inibe especificamente a quinase mTOR (alvo da rapamicina), um importante regulador da proliferação, crescimento e sobrevivência das células.

O Torisel nos ensaios clínicos tem demonstrado prolongar a sobrevivência, em comparação com os tratamentos normalmente utilizados de interferão alfa. O fármaco recebeu a aprovação por parte da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para o cancro de rim avançado em Maio.

O carcinoma de células renais representa aproximadamente 85 por cento dos estimados 85 mil novos casos de cancro do rim diagnosticados na Europa anualmente.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, Wyeth

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Antidepressivo aumenta longevidade de vermes

Mianserina prolongou em um terço o tempo de vida de nematóides; investigadores decididos agora a testar mamíferos

Uma equipa norte-americana de investigadores analisou os efeitos de um antidepressivo na duração de vida de um grupo de vermes (nematóides) e observou o aumento da longevidade em um terço. O resultado abriu uma nova esperança e apontou o próximo passo: verificar se o medicamento tem o mesmo efeito em ratos.

De acordo com o estudo publicado na revista «Nature», os cientistas do Centro de Pesquisa para o Cancro Fred Hutchinson, em Seattle (EUA), concluíram que um antidepressivo (mianserina), comummente utilizado, prolongou a longevidade de um nematóide em quase 30%.

Segundo explicaram os investigadores, foram testados os efeitos de 88 mil tipos de substâncias químicas no nematóide C.elegans (Caenorhabditis elegans). “Concluiu-se que o antidepressivo é capaz de aumentar a esperança de vida destes vermes, pois comprovou-se que o fármaco mianserina possui efeitos contra a idade nestes nematóides de modo semelhante aos obtidos pela restrição calórica.”

Para sustentar o uso destes parasitas, a equipa de Seattle esclareceu que o organismo dos nematóides assemelha-se ao do homem em muitos aspectos, “possuem um sistema nervoso central e órgãos sexuais”, acrescentando o facto de a vida média do C.elegans ser “de algumas semanas” sendo, por isso, “preferido para estudos sobre longevidade.”

Um terço de "bónus de vida" - até aos 120 anos?

A mianserina inibe os efeitos da fome no cérebro, mas os cientistas ainda não compreenderam porque razão a ingestão mínima de calorias pode aumentar a longevidade. A realidade é que, ao ser administrada, a mianserina proporcionou um aumentou no tempo de vida em, aproximadamente, um terço. Para um verme, é uma semana de “bónus” mas, se traduzido para um ser humano, seria algo como se sua expectativa de vida saltasse de 90 anos para 120 anos.

Linda Buck, autora da investigação – juntamente com Michael Petrascheck, Xiaolan Ye - acredita que a descoberta de uma substância que aumenta a longevidade nos nematóides “pode levar à revelação de genes nos seres humanos que poderão ser manipulados para se obter o mesmo efeito.”

A investigadora está convicta que "poderá ser possível identificar novos genes que actuem no processo de envelhecimento”, frisando que, poderão ainda ter a possibilidade “de encontrar medicamentos mais apropriados para o teste em mamíferos."

Na opinião da equipa norte-americana, o medicamento parece reproduzir no organismo os efeitos do único mecanismo capaz de aumentar a vida de um animal - a fome.

Entretanto, urge entender os motivos pelos quais a mianserina imita os efeitos da fome no cérebro. Linda Buck avançou uma hipótese: “É possível que o medicamento tenha interferido no equilíbrio entre duas substâncias químicas cerebrais que ajudam o nematóide a decidir se existe alimento suficiente para justificar a deposição de ovos. Isso pode produzir um estado de fome perceptível, mas não real", referiu.

Por seu turno, Michael Petrascheck apontou a descoberta como “um bom avanço”, não só pelo efeito da mianserina no C. elegans, mas também, pela forma como o faz. “Ao que parece, ela bloqueia a acção de uma substância natural que serve como sinalizador químico do organismo: a serotonina”, enfatizou, argumentando que é sabido que essa molécula “também está envolvida nos mecanismos que induzem à alimentação no organismo.”

Em declarações ao farmacia.com.pt, o psiquiatra Jorge Lume, avaliou o estudo com alguma apreensão pela eventualidade de “um cenário descontrolado em que as pessoas comecem a tomar antidepressivos na esperança de viver mais", advertindo que "o mianserin tem efeitos colaterais já reportados que podem muito bem ter o efeito oposto."

O certo é que, desde sempre, o ser humano procura a chave para aumentar o seu tempo de vida. Neste sentido, os investigadores adiantaram que o próximo passo será analisar o efeito da substância em ratos (animais mamíferos como o Homem).

Raquel Pacheco


Fonte: Nature/AFP/contacto telefónico

FDA publica revisão sobre a segurança do uso de salmeterol

Fármaco pode ter um risco-benefício não favorável no tratamento de crianças com asma

O alerta já não é novo. Há precisamente dois anos, a Food and Drug Administration (FDA) - entidade que regula os alimentos e fármacos nos Estados Unidos – advertia que o uso de medicamentos contendo agonistas beta-2 de longa duração podia causar, paradoxalmente, a exacerbação de crises asmáticas e morte por asma. Este mês a organização publicou a revisão sobre a segurança do salmeterol – medicamento broncodilatador.

De acordo com o documento da FDA – a que o farmacia.com.pt teve acesso - apesar de as triagens clínicas com adultos indicarem um aumento de mortalidade por asma e das crises severas com o uso de salmeterol, os dados disponíveis não fornecem nenhuma razão para acreditar que a população pediátrica não está exposta aos mesmos riscos.

“As revisões sobre uso de salmeterol em crianças não mostraram efeitos adversos unicamente em pacientes pediátricos”, refere a entidade, ressalvando que, porém, “não há dados pediátricos disponíveis que indicam que o risco aumentado de morte por asma ou exacerbação das crises observadas em adultos não se aplica a crianças.”

Neste sentido, a FDA destaca ainda que “faltam evidências definitivas do efeito protector do uso a longo prazo de agonistas beta 2 adrenérgicos em relação ao que há para os corticóides inalatórios, e de fato há evidências que o uso de corticóides inalatórios não protege pacientes pediátricos que estão usando formoterol”, concretizando que, consequentemente, “conclui-se que o salmeterol pode ter um risco-benefício não favorável no tratamento do paciente pediátrico com asma.”

No documento, o organismo alerta, também, para os dados de um estudo que comparou a segurança do uso de salmeterol e de placebo acrescido à terapia usual de asma: “Verificou-se um risco aumentado pequeno, mas significativo, de morte relacionada à asma em doentes que receberam salmeterol, comparado ao uso de placebo (13 mortes entre 13.176 pacientes tratados por 28 semanas com salmeterol versus três mortes entre 13.179 pacientes que receberam placebo e terapia convencional para asma).

Efeitos secundários:

O salmeterol é um medicamento broncodilatador de longa duração na acção do grupo dos agonistas beta 2 adrenérgicos selectivos. Está indicado no tratamento de manutenção da asma e nalguns casos de doença pulmonar crónica obstrutiva.

Palpitações, aumento do ritmo cardíaco (taquicardia), nervosismo e tremores são alguns dos efeitos secundários dos broncodilatadores (agonistas Beta 2). Por este motivo, deve-se ter especial cuidado nos diabéticos, epilépticos e crianças. Uma certa moderação e contenção na utilização das “bombas” para as crises é, também, sempre recomendada.

Raquel Pacheco

Fonte: PharmaNews/ FDA/Infarmed

http://www.fda.gov/ohrms/dockets/ac/07/briefing/2007-4325b_03_05_Salmeterol%20Adverse%20Event%20Review.pdf

Rimonabant: alerta renovado para efeitos colaterais psicológicos

Novo estudo reforça que fármaco da Sanofi-Aventis para tratar obesidade pode duplicar risco de ansiedade e depressão

Um artigo publicado pela «The Lancet» vem reforçar a tese de que o medicamento para combater a obesidade (rimonabant) – comercializado com o nome Acomplia pelo laboratório francês Sanofi-Aventis - está associado a um risco crescente de fortes efeitos psicológicos adversos.

Num entrevista dada à revista médica britânica, Arne Astrup, da Universidade de Copenhaga (Dinamarca), abordou os efeitos colaterais do rimonabant – indicado para o tratamento da obesidade – renovando o alerta para as reacções adversas do fármaco: “Pode dobrar o risco de uma pessoa ter ansiedade e depressão”, asseverou com base nos resultados de quatro estudos feitos com mais de 4.000 doentes.

Segundo noticia a «The Lancet», a equipa do investigador Arne Astrup verificou que os pacientes que recebiam o rimonabant (20 mg/dia) “apresentaram um risco de sofrer efeitos colaterais em 40%, comparativamente, àqueles que receberam um placebo”, sustentando que
os doentes do rimonabant “correram um risco de serem obrigados a interromper o tratamento na sequência problemas relacionados à depressão (2,5 vezes mais que os que receberam placebos) e à ansiedade (3 vezes mais).”

De acordo com a equipa dinamarquesa, “o trabalho sugere que o uso de 20 mg/dia de rimonabant aumenta o risco de efeitos psiquiátricos, nomeadamente, problemas de humor e ansiedade", ressalvando que as pessoas que apresentavam antecedentes de depressão ou de doenças psiquiátricas foram excluídas dos testes.

Recorde-se que, no passado Verão - tal como tem vindo a divulgar o farmacia.com.pt – investigadores norte-americanos, assim como, a Food and Drug Administration (entidade que regula os alimentos e fármacos nos Estados Unidos) pronunciaram-se contra o fármaco e a FDA rejeitou a comercialização do medicamento no país, advogando que “podia levar a um aumento de problemas psicológicos, neurológicos e pensamentos suicidas.”

Por seu turno, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), - que regula o mercado do medicamento no Brasil - aprovou o registo do Acomplia (rimonabant) “para o tratamento de pacientes obesos, ou com sobrepeso, e com factores de risco cardiometabólicos associados como diabetes tipo 2 ou dislipidemia.”

No entanto, na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) decidiu, dia 19 de Julho, manter o produto no mercado, ordenando, contudo, que não fosse prescrito às pessoas que apresentassem depressão grave ou que fossem tratadas com antidepressivos.

Entretanto, segundo revelou a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) recomendou alterações ao Resumo das Características do Medicamento (RCM) apontando o risco de depressão associado ao fármaco.

De referir que, em Portugal, este medicamento não se encontra comercializado, não obstante, o Infarmed reconhece que “não é possível excluir a sua utilização”, sublinhando tratar-se de um Medicamento Sujeito a Receita Médica.

Raquel Pacheco

Fonte: AFP/The Lancet/ Medscape

http://www.medscape.com/viewarticle/566344?src=rss

Capacete refrigerador pode evitar lesões cerebrais em recém-nascidos

Depois de um parto complicado, uma recém-nascida inglesa foi salva de possíveis lesões cerebrais irreversíveis através de uma técnica pioneira de arrefecimento que consiste na utilização de um capacete refrigerador capaz de impedir o cérebro de inchar depois de ter estado privado de oxigénio.

A bebé, nascida no passado mês de Julho, esteve cerca de dez minutos sem receber oxigénio depois do parto, pelo que a hipótese de lesões cerebrais era muito forte. Como tal, os médicos do Hospital de Saint Michael colocaram à recém-nascida um capacete que é bombeado com líquido de refrigeração para reduzir o inchaço que ocorre quando o tecido é privado de oxigénio e que causa os danos cerebrais.

Alguns dias depois, foi realizado um scanner às funções do cérebro da criança e verificou-se que as suas funções cerebrais estavam normais, sendo-lhe concedida alta médica.

O capacete de arrefecimento cerebral foi concebido nos EUA mas foi a britânica Marianne Thoresen que liderou a pesquisa acerca desta técnica durante 10 anos, desenvolvendo a cápsula em programas que envolveram mais de 800 bebés de todo o mundo.

Thoresen começou esta investigação em 1992 e tem aplicado como projecto-piloto o capacete em bebés no Saint Michael desde 1998. Neste hospital, o capacete foi testado em 40 bebés e na maioria dos casos resultou.

Marianne Thoresen afirmou ter já dados suficientes para considerar que a descoberta é um grande avanço para salvar de lesões cerebrais muitos dos bebés que sofrem complicações durante o parto, embora saliente que não resulta sempre.

"Olivia tem apenas três meses de idade e, apesar de o tratamento ter resultado bem, ainda é cedo para dizer que está totalmente salva", acrescentou Thoresen, realçando que só é possível dizer com certeza que um bebé não tem lesões cerebrais quando este atinge cerca de dois anos.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ipatimup procura terapia para cancro da mama resistente à quimioterapia

Investigadores acreditam que solução pode estar na vitamina D

Anualmente surgem em Portugal 4.500 novos casos de cancro da mama, 600 dos quais são triplo negativos, o que significa que apresentam resistência à quimioterapia e radioterapia. Uma equipa de investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) está a tentar encontrar um tratamento para este tipo de cancro. Os especialistas acreditam que a solução poderá estar na vitamina D, uma vez que esta tem a capacidade de travar a proliferação das células.

Conforme explicaram os responsáveis pela investigação, Fernando Schmitt e José Luís Costa, em declarações ao portal Portugal Diário, o segredo pode estar na vitamina D e na forma como esta actua no nosso organismo.

O sol desencadeia uma reacção química que produz a molécula precursora da vitamina D, o que faz com que todos a tenhamos presente no nosso organismo. A vitamina D tem como função o combate à proliferação das células e, tendo em conta que está provado que há mais cancros da mama quer no Norte dos EUA e da Europa do que no Sul, porque as pessoas estão menos sujeitas à exposição solar, a hipótese de partida assentou no pressuposto de que a vitamina D (para além do conhecido efeito preventivo) possa combater a proliferação dos tumores.

No entanto, por estar também envolvida na regulação do cálcio, “ao darmos vitamina D também interferimos com a calcificação dos ossos, por exemplo», explicou José Luís Costa. “Se enchermos uma pessoa de vitamina D ela morre, mas se construirmos uma molécula com características iguais às da vitamina, mas sem os efeitos colaterais, talvez se consiga travar este tipo de cancro da mama”, acrescentou Fernando Schmitt.

O objectivo dos investigadores consiste exactamente em encontrar uma molécula que funcione apenas como anti-proliferactiva. Através de linhas celulares de tumores da mama às quais administram a vitamina D os cientistas estão neste momento a realizar estudos in vitro. Posteriormente serão administradas moléculas semelhantes à vitamina D, para ver como reagem as linhas celulares.

Os investigadores acreditam que a vitamina D «possa travar a proliferação das células cancerígenas ou então que altere as células de uma maneira que possibilite travar ou acabar com essa proliferação».

Caso se verifique a reacção esperada e depois de descoberto o composto que permite “bloquear” este tipo de cancro da mama o passo seguinte para o Ipatimup é associar-se a uma empresa da indústria farmacêutica para que sejam feitos os ensaios clínicos e se possa avançar com a comercialização de um fármaco.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário.

Bristol-Myers Squibb e Pierre Fabre terminam acordo de desenvolvimento da vinflunina

A norte-americana Bristol-Myers Squibb Co. e a companhia privada francesa Pierre Fabre Medicament anunciaram o fim do acordo de licenciamento para o desenvolvimento do agente experimental de quimioterapia vinflunina, indicado para o tratamento do cancro de bexiga avançado, e outros tumores, devido ao facto do fármaco não integrar a futura estratégia de negócio da norte-americana.

A decisão de terminar o acordo é resultado de uma revisão do programa de desenvolvimento do composto oncológico, da análise das prioridades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da Bristol-Myers Squibb, e da decisão de não apresentar o fármaco para aprovação nos Estados Unidos como tratamento para o cancro da bexiga.

A vinflunina foi desenvolvida pela Pierre Fabre e licenciada à Bristol-Myers Squibb em 2004 para territórios específicos. Como resultado desta acção, a Bristol-Myers irá devolver os direitos do fármaco à companhia francesa, sendo que esta continua a planear apresentar o fármaco, no próximo ano, aos reguladores da União Europeia para a indicação do cancro da bexiga.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Forbes

Vacina Rotarix demonstra efectividade contra cinco tipos de rotavírus

Os resultados de um estudo de Fase III, publicados na “The Lancet”, demonstraram que a vacina oral Rotarix (estirpe RIX4414 do rotavírus humano (viva e atenuada)), da GlaxoSmithKline (GSK), é eficaz na protecção das crianças contra as cinco principais formas do rotavírus, vírus que provoca diarreias graves nas crianças.

O estudo realizado por investigadores da Universidade de Tempere, na Finlândia, incluiu 3994 crianças europeias que receberam duas doses da vacina ou de placebo, e passaram por dois período consecutivos de rotavírus após a vacinação. A vacina demonstrou efectividade contra os tipos de vírus que provocam 98 por cento de gastroenterite por rotavírus, na Europa, durante os dois primeiros anos de vida.

Os resultados combinados de ambos períodos demonstraram que a vacina foi 78,9 por cento eficaz contra o rotavírus de qualquer gravidade, 90,4 por cento eficaz contra o rotavírus grave, e 96 por cento eficaz contra as hospitalizações por rotavírus. O rotavírus causa 87 mil hospitalizações anualmente e aproximadamente 700 mil consultas cada ano.

Segundo o principal autor do trabalho, Timo Vesikari, os resultados do estudo demonstram que a vacinação com Rotarix, se a for integrada no plano de imunizações de rotina das crianças, poderá resultar numa redução significativa, não só do encargo que advém da doença, mas também das gastroenterites pediátricas durante os dois primeiros anos de vida.

A Rotarix foi criada pela Avant Immunotherapeutics Inc. e licenciada à GlaxoSmithKline, e já está disponível em mais de 90 países, estando também a ser revista pela agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA).

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, CNN Money, Hemscott

40% dos portugueses em risco de AVC

Actualmente, 39,3 por cento por cento dos portugueses conjugam uma série de factores de risco para ter enfartes, AVC, problemas renais ou diabetes. A conclusão resulta de um estudo divulgado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia que diz também que entre os utentes do Serviço Nacional de Saúde com uma média de 58 anos, a prevalência da síndrome metabólica aumenta para os 61 por cento. Os dados do trabalho, apresentado no simpósio da Fundação Portuguesa de Cardiologia, são publicados na edição desta segunda-feira do Diário de Notícias.

A síndrome metabólica, uma patologia que afecta actualmente 48,5 por cento das mulheres e 32,8 por cento dos homens (estudo Valsim) é descrita por Pedro Marques da Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose, como “a doença dos bocadinhos”. Conforme explicou o especialista, “a pessoa tem o colesterol (bom) reduzido, um pouco de gordura, de triglicéridos a mais. É a doença dos quases. O doente está quase a ter um enfarte, uma trombose”.

Esta mistura de factores de risco aumenta cinco vezes o risco de diabetes, triplica a probabilidade de trombose ou enfarte e duplica as mortes por estas causas.

A par da hipertensão, a alimentação é também um dos principais factores responsáveis pelo número de AVC. Os portugueses consomem o dobro do sal recomendado e a redução "não é possível em dois anos", referiu Pedro Marques Silva. De acordo com o responsável, substituir o sal por ervas aromáticas pode ser um passo importante para tornar mais saudável a alimentação dos portugueses.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Diário Digital.

Sanofi-Aventis constrói nova fábrica de vacinas na China

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis vai investir 70 milhões de euros numa nova unidade de produção de vacinas na China. A operação foi anunciada esta segunda-feira por Jacques Cholat, presidente da Sanofi-Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi-Aventis.

O acordo entre o laboratório e as autoridades chinesas já foi assinado e a nova fábrica em Shenzhen deverá destinar-se à produção de vacinas contra a gripe. “No caso de [surgir] uma pandemia, esta fábrica poderia estar a produzir centenas de milhares de doses”, afirmou Cholat, citado pela Reuters.

Desde 2001 a Sanofi-Aventis já investiu perto de mil milhões de euros na produção de vacinas para a gripe. A nova unidade deverá começar a ser construída no próximo ano.

O acordo foi assinado durante a primeira visita de Estado do presidente francês, Nicolas Sarkozy, à China.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch.

FDA reúne para avaliar efeitos secundários do Tamiflu

Medicamento associado à morte de várias crianças no Japão

Um painel de especialistas da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) vai reunir esta terça-feira para analisar os relatos de anomalias comportamentais observados em mais de 1.800 crianças às quais foi administrado Tamiflu (Oseltamivir). O medicamento, produzido pela farmacêutica Roche, foi associado a efeitos secundários “graves” em 22 casos ocorridos nos Estados Unidos da América, como convulsões, delírios ou alucinações.

Embora nos EUA nenhum dos casos denunciados tenha acabado de forma fatal, no Japão o cenário é mais crítico, com a morte de cinco adolescentes menores de 16 anos em resultado de problemas neurológicos ou psiquiátricos. “Quatro foram quedas fatais, e a outra foi uma encefalite num paciente com leucemia”, afirmou Terry Hurley, porta-voz do laboratório.

Para além destes, o Japão assistiu ainda a outras duas mortes de doentes medicados com Tamiflu com idades entre os 17 e os 21 anos, um “acidente fatal com comportamento anómalo”, afirmou Hurley, e o segundo em resultado de uma encefalopatia. A causa da morte de outros sete adultos, também no Japão, foi igualmente associada a problemas neuropsiquiátricos.

No entanto, o porta-voz da farmacêutica afirma que não existem provas de que o Tamiflu é responsável por estas ocorrências, salientando que foram relatados sintomas semelhantes em pacientes com gripe que não tomaram o medicamento.

A possível relação entre a toma do Tamiflu e a ocorrência de efeitos secundários neurológicos e comportamentais surgiu pela primeira vez no Japão, em Março deste ano, tendo levado o governo nipónico a emitir um aviso de segurança que restringia a utilização do medicamento em adolescentes.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, USA Today, Farmacia.com.pt.

sábado, 24 de novembro de 2007

Crioestaminal e ANF formalizaram parceria inédita
Kits de criopreservação nas farmácias


A rede nacional de farmácias de oficina deverá brevemente passar a disponibilizar, para venda directa ao público, os kits de criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical em vez de, como até aqui, permitirem apenas a adesão ao serviço. A medida foi viabilizada através de um acordo inédito formalizado entre a Associação Nacional de Farmácias e a Crioestaminal, empresa que desenvolveu o conceito em Portugal, e permitirá a comercialização dos kits nos mesmos moldes em que ocorre a dispensa de medicamentos.

Depois de, há pouco mais de um ano, ter inaugurado um laboratório específico para a criopreservação daquelas células no Biocant Park, em Cantanhede, estrutura que até ao momento terá efectuado aproximadamente 16 mil daqueles procedimentos, a Crioestaminal visa agora um aumento exponencial da cobertura daquele serviço, que se materializa através da abertura de um novo canal de distribuição dos kits. A aproximação ao público final tem como objectivo imediato o reforço da liderança no mercado, devendo esta acção traduzir-se num encaixe de 4,7 milhões de euros até ao final deste ano, alcançando os seis milhões de euros em 2008. O CrioKit, como é designado o produto em termos comerciais, consiste numa caixa que contém todo o material necessário para a recolha e o acondicionamento adequado do sangue do cordão umbilical.
O director-geral da Crioestaminal, Raul Santos, entende que esta será “uma forma de aproximar o serviço das pessoas, dando-lhes a possibilidade de esclarecerem as suas dúvidas com profissionais de Saúde altamente qualificados, como são os farmacêuticos”, que durante o passado mês de Setembro foram alvo de acções de actualização de conhecimentos, de modo a prestarem o melhor esclarecimento aos seus utentes. De acordo com a ANF, citada pelo «Jornal Médico de Família», “trata-se de uma área relevante e com elevado potencial de desenvolvimento”, pelo que é “importante para a adaptação das farmácias às novas realidades e oportunidades no sector da biotecnologia”.
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto da empresa com sede em Cantanhede, o kit encontra-se disponível também por encomenda, e tem um custo de 115 euros, que devem ser pagos no acto da reserva do equipamento, que depois será entregue na morada indicada pelo comprador, acompanhado de toda a documentação a explicar como deve ser feita a recolha e o envio das células estaminais do cordão umbilical, de modo a salvaguardar todas as suas propriedades. Os pais que desejem recolher o sangue do cordão umbilical dos filhos deverão solicitar o kit antecipadamente, por telefone ou fax, nas instalações da Crioestaminal, recortando os pedidos de envio disponíveis nas brochuras promocionais ou preenchendo a requisição online no site www.crioestaminal.pt.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», Crioestaminal
Comprovado efeito do rimonabant na redução da glicemia
Sanofi-Aventis expande estudos com Acomplia



A companhia farmacêutica francesa Sanofi-Aventis anunciou a intenção de, a breve trecho, expandir de forma significativa o leque dos ensaios clínicos com o Acomplia (rimonabant), depois de aquele medicamento ter comprovado ter efeito relevante na redução da glicemia e no controlo de vários factores de risco metabólico.

Não obstante o facto de há alguns meses uma comissão de peritos ter considerado que o Acomplia, indicado para o tratamento da obesidade, poderia representar um risco no que diz respeito ao aumento da taxa de suicídio entre os consumidores do produto – situação que levou a Sanofi-Aventis a retirar o pedido de autorização para a introdução do fármaco no mercado farmacêutico norte-americano –, o laboratório francês acredita que em 2009 deverá ser aprovado para o tratamento da diabetes de tipo 2, pelo que pretende alargar, já no próximo ano, o programa de estudos com aquela substância. A nova fase de ensaios clínicos deverá envolver cerca de 5700 pacientes, tendo o objectivo de avaliar a eficácia do rimonabant em associação com outros medicamentos (metformina, sulfonilureia e insulina). A investigação incluirá ainda a análise comparativa do rimonabant com o sitagliptina, o princípio activo que faz parte da mais recente terapia aprovada para aquela doença.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Médico de Família», farmacia.com.pt
Investigação portuguesa revela novo leque de possibilidades
Monóxido de carbono pode ser antibiótico


A elevada capacidade que demonstra para exterminar bactérias, mesmo as que se revelam mais resistentes aos medicamentos, confere ao monóxido de carbono uma propriedade que poderá transformá-lo num antibiótico. Um estudo desenvolvido na Universidade Nova de Lisboa reconhece que essa poderá ser ainda uma realidade longínqua, mas considera que os avanços conseguidos no estudo alargam o leque de possibilidades…

De acordo com os resultados preliminares do estudo coordenado por Lígia Saraiva, não é por enquanto possível prever quanto tempo poderá demorar a concepção de um antibiótico à base de monóxido de carbono, gás a que até agora apenas tinham sido reconhecidas propriedades negativas em termos do seu impacto na saúde. No entanto, a investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da UNL diz que os avanços conseguidos até ao momento “representam apenas, por enquanto, um novo leque de possibilidades”. Nesta investigação foi demonstrado pela primeira vez que “o monóxido de carbono tem a capacidade de matar bactérias”, e isso ficou provado em relação a vários agentes, e em particular no patogénico Estafilococos (bactéria que se tem assumido como um desafio constante para a Medicina, porque se agrega em pequenas colónias de células que aderem a outras, encadeando-se em pares ou cachos), presente nas narinas de cerca de 30 por cento da população, ainda que saudável, e tem vindo a desenvolver um nível preocupante de resistência aos antibióticos convencionais.
Recordando que o próprio organismo humano produz monóxido de carbono, ainda que em quantidades insuficientes para permitir a destruição das células afectadas por bactérias, Lígia Saraiva explica que “os compostos libertadores de monóxido de carbono tem a capacidade de penetrar nas paredes celulares e só quando estão no seu interior libertam o gás, de uma forma controlada”. Na investigação apresentada pela cientista de Lisboa foram utilizadas concentrações de CO superiores àquelas que são produzidas pelo organismo humano, mas não tóxicas. A descoberta abre a porta a novos tratamentos e medicamentos, capazes de contrariar a resistência que algumas bactérias desenvolveram em relação aos fármacos já existentes. A breve trecho, avançou, a empresa farmacêutica que detém a da patente dos compostos usados neste estudo pretende iniciar a realização de testes em animais. O estudo português, que envolve ainda os investigadores Carlos Romão, João Seixas e Lígia Nobre, será publicado na próxima edição da revista internacional «Antimicrobial Agents and Chemotherapy», com saída agendada para Dezembro.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Boa Saúde

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Antidepressivos: tendência suicida pode ter explicação genética

Descoberta permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais

Não é novidade a associação feita entre o uso de medicamentos antidepressivos e o potencial risco para o suicídio. Contudo, uma equipa de investigadores norte-americanos procurou averiguar o porquê. A resposta trouxe, então, uma nova descoberta que aponta para a genética.

De acordo com o estudo publicado na revista «ScienceNOW» e conduzido pela equipa do Instituo Nacional de Saúde Mental em Bethesda, nos Estados Unidos, a tendência suicida face ao uso de antidepressivos é uma condição geneticamente determinada. Para os investigadores, a resposta está em dois genes: o GRIA3 e o GRIK2 que acreditam estar relacionados “a uma predisposição aumentada de suicídio.”

A investigação partiu da observação de doentes com depressão e que, posteriormente, atentaram contra as suas próprias vidas, após o início da terapia antidepressiva. “Baseámo-nos na observação de 1915 adultos com depressão maior, que fizeram uso do citalopram - um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS)”, explicou Francis McMahon, coordenador do estudo.

Segundo informou a equipa norte-americana, “uma pequena modificação no DNA poderia proporcionar variações nesses genes e, consequentemente, nos receptores de glutamato no cérebro – uma substância química relacionada com a memória e a aprendizagem – e predisporia um indivíduo a cometer suicídio, caso fizesse o uso de substâncias como o citalopram.”

Os resultados permitiram aos investigadores garantirem que os doentes com alterações no gene GRIA3 “teriam um risco duas vezes maior de apresentarem pensamentos suicidas e aqueles com modificações no GRIK2, o risco seria oito vezes maior. Quando ambos os genes estão alterados, o risco aumenta para 15 vezes” frisaram.

Desta forma, Fracis McMahon assumiu-se convicto de que a tendência suicida frente ao uso de antidepressivos, “é uma condição geneticamente determinada” destacando que “poderão ser feitas investigações futuras no desenvolvimento de testes de triagem genética para a identificação das pessoas que estão sob este risco.”

Entretanto, Elliot Gershon, da Universidade de Illionois (EUA) defendeu ainda que a descoberta “permitirá o desenvolvimento de novos tratamentos contra a depressão, baseados nas diferenças genéticas individuais.”

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, estudos detalhados sobre o tema deverão ser realizados em breve.

Raquel Pacheco

Fonte: ScienceNOW Daily News

Analgésicos podem aumentar apnéia do sono

Após toma do medicamento, indivíduos tiveram mais de cinco episódios de distúrbio por hora, revela estudo norte-americano

Os analgésicos podem provocar apnéia do sono. A conclusão resultou de uma questão levantada por investigadores norte-americanos: saber se alguns medicamentos, utilizados para o tratamento da dor crónica - como os opióides, a metadona e os benzodiazepínicos - poderiam provocar paragens respirtórias.


Partindo do princípio de que a dor crónica é um componente realmente prejudicial ao sono e, consequentemente, muitas pessoas usam medicamentos, não só para o alívio da dor, mas também para conseguirem relaxar e descansar, uma equipa da Universidade de Buffalo SUNY, nos Estados Unidos, procurou avaliar se essas medicações, ao invés de ajudar, poderiam interferir no próprio sono.

“Durante a investigação, os doentes que faziam uso de terapias com essas medicações específicas foram avaliados enquanto dormiam, através de aparelhos de polissonografia”, explicaram os investigadores.

Para os cientistas, os resultados encontrados foram preocupantes: “Estados de apnéia e de hipopnéia foram anormais em cerca de 75% dos doentes estudados”, sustentaram, acrescentando que estes indivíduos “tiveram mais de cinco episódios desses distúrbios por hora, após terem tomado o medicamento, sendo que, os piores valores foram encontrados entre aqueles que utilizaram metadona, onde a gravidade se correlacionava à dose empregada.”

Segundo considerou a «Pain Medicine», estas descobertas representam “um alerta para que haja vigilância, entre os pacientes que usam medicamentos para a dor, durante o sono”, destacando que “pois podem sofrer episódios de apnéia enquanto dormem.”

Raquel Pacheco

Fonte: Pain Medicine/ www.painmed.org/patient/press
www.sciencedaily.com/releases

Índia põe termo à liberdade de fixação de preços para medicamentos inovadores

O governo indiano vai por fim à liberdade concedida às farmacêuticas para estabelecerem os preços dos medicamentos inovadores. A medida surge depois da “National Prescription Pricing Authority” (NPPA), autoridade responsável pelo controlo da fixação de preços de medicamentos no país, ter alertado o governo acerca de suspeitas de que as empresas estavam a abusar desta liberdade ao estabelecer preços iniciais inflacionados, de forma a contornar o requisito que define que o preço de um medicamento não deve subir mais de 10 por cento num mesmo ano.

Segundo noticia o portal Pharma Times, inquéritos de mercado levados a cabo pela NPPA revelaram um abuso generalizado do sistema estabelecido. Por sua vez, relatórios elaborados a nível local revelam agora que as multinacionais farmacêuticas têm também contornado este requisito ao importarem novos medicamentos inovadores em vez de os produzirem localmente, uma vez que ao fazê-lo teriam que permitir às autoridades que verificassem os custos de produção dos fármacos.

Cerca de 75 por cento dos produtos no mercado farmacêutico indiano não estão sujeitos ao controlo de preços. A NPPA sugere agora ao governo que as autorizações de comercialização, que são concedidas pela “Drugs Controller General of India”, entidade que controla os medicamentos a nível nacional, ou pelas autoridades próprias de cada estado, estejam condicionadas à aceitação de um preço estabelecido pela autoridade reguladora.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Pharmalot.

Fármaco oncológico oral demonstra efectividade em mieloma múltiplo

Estudos demonstraram que o fármaco oncológico oral Revlimid (lenalidomida), da Celgene Corporation, em combinação com dexametasona, é eficaz no tratamento de pacientes com progressão do mieloma múltiplo.

Segundo os dois estudos conduzidos nos Estados Unidos e na Europa, e publicados na edição semanal da “New England Journal of Medicine”, o Revlimid, um derivado da talidomida, ajudou a reduzir os tumores em aproximadamente 60 por cento dos pacientes, em combinação com dexametasona, um corticosteróide, e evitou que o cancro se espalhasse por um período de seis meses.

Os pacientes que receberam Revlimid, em combinação com dexametasona, para tratar a progressão da doença obtiveram melhores resultados do que aqueles tratados com dexametasona combinada com placebo. O fármaco demonstrou reduzir os tumores e diminuir a velocidade de dispersão do mieloma múltiplo, um cancro potencialmente fatal da medula óssea, aumento assim as taxas de resposta e a duração da resposta.

Segundo os dados publicados, os pacientes com mieloma múltiplo que receberam Revlimid, e que já tinham sido tratados anteriormente, apresentaram uma taxa média de sobrevivência sem precedentes de três anos, a maior média de sobrevivência observada em ensaios de Fase III deste grupo de pacientes.

O fármaco é o mais recente das denominadas novas terapias que alteraram o resultado para os pacientes com esta doença, e que estão a ajudar estes pacientes a viver mais tempo e com melhor qualidade de vida. O Revlimid foi aprovado, em combinação com a dexametasona, nos Estados Unidos e na Europa para pacientes que receberam, pelo menos, uma terapia anterior.

Isabel Marques

EMEA suspende autorização de comercialização da Aprotinina

Benefícios de utilização do Trasylol e Trasynin não superam riscos

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) recomendou a suspensão da autorização de introdução no mercado (AIM) dos medicamentos que contêm aprotinina para uso sistémico, Trasylol e Trasynin. Depois de avaliar a actuação destas substâncias, a autoridade reguladora europeia concluiu que os riscos da utilização das mesmas são superiores aos benefícios.

Em Portugal a comercialização do Trasylol, utilizado para controlar as perdas sanguíneas em doentes submetidos a cirurgias cardíacas, encontra-se suspensa deste o inicio do mês de Novembro. A medida foi posta em prática pelo Infarmed depois de um estudo ter apontado a possibilidade do medicamento aumentar o perigo de morte em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.

De acordo uma circular informativa divulgada este sexta-feira pelo Infarmed, no âmbito da revisão desta questão de segurança, o Comité Científico de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMEA concluiu “que os riscos da utilização deste medicamento são superiores aos benefícios, consequentemente a sua AIM deverá ser suspensa nos Estados Membros que têm a aprotinina no mercado”.

A recomendação do CHMP vem na sequência da suspensão da autorização de introdução no mercado (AIM), por parte da Autoridade Competente Alemã, dos medicamentos contendo aprotinina para uso sistémico, no dia 5 de Novembro. A decisão baseou-se nos resultados recentes e preliminares do estudo BART, que indicavam um aumento da mortalidade nos doentes que utilizaram aprotinina. A Bayer, responsável pela produção do medicamento, decidiu suspender a comercialização a nível mundial dos seus fármacos que contêm esta substância activa.

A opinião do CHMP será agora enviada para a Comissão Europeia para adopção da Decisão, a qual será vinculativa a todos os Estados Membros da UE.

O Infarmed deixa ainda uma recomendação aos médicos, salientando que deverá ser analisada “a necessidade de terapêutica antifibrinolitica na prevenção de perdas sanguíneas durante a cirurgia de “bypass” e, no caso de ser necessário, utilizar outros medicamentos com a mesma indicação terapêutica”.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.

Comércio paralelo de medicamentos põe em risco segurança dos pacientes

O circuito paralelo de comércio de medicamentos na Europa está a preocupar os especialistas do sector que alertam para a necessidade de uma revisão urgente à cadeia de distribuição para não pôr em causa a protecção dos pacientes. A Aliança Europeia para o Acesso a Medicamentos Seguros (EAASM na sigla inglesa) apresentou um relatório no Parlamento Europeu que traça o perfil do comércio farmacêutico paralelo na Europa e fala das implicações dos canais de distribuição europeus na segurança dos doentes.

Dados recentes divulgados pela União Europeia (UE) indicam que, durante o ano passado foram confiscados nas fronteiras da UE mais de 2,7 milhões de medicamentos falsificados, um aumento de 384 por cento relativamente aos números do ano anterior, com 560.568 falsificações apreendidas. Este é um indicador de que os medicamentos contrafeitos existem praticamente em toda a Europa e não apenas na Europa de Leste.

As vias de entrada dos fármacos contrafeitos no Continente Europeu são cada vez mais hábeis, tendo-se transformado numa actividade que deixou de ser efectuada apenas através da Internet. De acordo com Jonathan Harper, autor deste estudo e um dos principais especialistas europeus em medicamentos falsificados e na cadeia de distribuição, o mais preocupante é o facto dos medicamentos contrafeitos terem chegado este ano aos pacientes do Reino Unido através de um comércio farmacêutico paralelo, dando origem a uma ordem de recolha do mercado de Classe I por parte da autoridade reguladora do país, o que significa que existiam sérios riscos para a saúde, incluindo o de morte.

O sistema europeu de distribuição de fármacos é extremamente complexo, confuso e desregulado, com níveis múltiplos e cadeias paralelas de distribuição, uma situação que coloca os pacientes em risco, alerta o responsável pelo relatório. Os cidadãos europeus recebem medicamentos que podem ter estado em 20 mãos diferentes, através de países com idiomas e sistemas de licenciamento distintos. Assim, e por uma questão de saúde pública, deveria ser possível saber onde é que determinados medicamentos se encontram numa determinada altura, algo que não se verifica, refere Harper.

Para além disso, existe um grande factor de invisibilidade, que dissimula o verdadeiro alcance da presença de medicamentos falsificados na Europa. Esta camuflagem deve-se não só à própria natureza dos produtos farmacêuticos, mas também ao facto dos medicamentos falsificados serem sempre difíceis de detectar em comparação com outros produtos contrafeitos. A este problema acresce ainda a falta de consciencialização sobre a ameaça que representam os medicamentos contrafeitos, uma situação que já tinha sido denunciada pelo Farmacia.com.pt aquando da divulgação do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acerca deste fenómeno.

Com base na sua análise ao problema, Jonathan Harper deixa um conjunto de vinte recomendações específicas, das quais, doze dizem respeito ao comércio farmacêutico paralelo, que complica a cadeia europeia de distribuição de várias maneiras. “Devido à crescente preocupação em torno da segurança da distribuição, em particular, e á ameaça dos medicamentos falsificados, adulterados e desviados dos controles, existem boas razões para rever todas as operações comerciais de produtos farmacêuticos na Europa”, defende o especialista.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Pharma Times.

Reino Unido prepara nova estratégia para combater fármacos falsificados

A agência reguladora dos medicamentos no Reino Unido (MHRA, sigla em inglês) planeia lançar uma nova estratégia para lidar com os fármacos falsificados, segundo relatou o jornal “The Financial Times”. Esta acção surge em resposta às preocupações internacionais levantadas pelos reguladores e pelas companhias farmacêuticas relativamente à produção e comercialização de medicamentos contrafeitos, que podem matar pacientes e provocar resistência aos fármacos.

Em entrevista ao jornal, o chefe da unidade de aplicação de leis da MHRA, Michael Deats, especificou que a agência irá implementar uma série de medidas, incluindo um maior enfoque nos medicamentos genéricos, mais testes aos fármacos patenteados, sentenças mais duras para os criminosos e maior colaboração policial interfronteiriça.

Além disso, a agência também está a planear rever a forma como os fármacos são distribuídos e comprados no Reino Unido, o que pode resultar numa menor generalização das licenças de medicamentos fornecidas pela MHRA. Os grandes distribuidores têm requerido um controlo mais rígido das importações e exportações, sugerindo que o grande número de licenças pode facilmente criar um largo caminho para a entrada de produtos contrafeitos na cadeia de vendas.

Segundo revelou Deats, tem havido um aumento de apreensões, tanto no Reino Unido, como em outros países. Como os falsificadores de fármacos podem fazer muito dinheiro com poucos riscos, é necessário intensificar a actuação das autoridades. Actualmente, já existe um aumento da cooperação entre reguladores, alfândegas e polícia noutros países, especialmente na Europa Continental.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Financial Times
Stand automóvel e empresa de crédito ofereciam vacinas
Infarmed inviabilizou campanha publicitária


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) enviou uma notificação a um stand automóvel e uma empresa de concessão de crédito, no sentido de promover a cessação de uma campanha publicitária que considerou não ser legal. Em causa estava a pretensão das duas firmas de oferecer vacinas contra o cancro do colo do útero aos compradores de automóveis novos da marca.

Considerando que a acção promocional – disponível em caixas multibanco e jornais e revistas especializadas no ramo automóvel – promovia ilegalmente o consumo de um medicamento sujeito a receita médica, o Infarmed contactou as duas empresas, avisando-os para “a título cautelar”, cessarem de imediato a publicação do anúncio em causa. O decreto-lei que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, promulgado e em vigor desde 2006, considera tratar-se de publicidade a medicamentos “qualquer forma de informação, prospecção ou incentivo que tenha por objecto ou efeito a promoção da sua prescrição, dispensa, venda, aquisição ou consumo junto do público em geral”, que é proibida, nos termos daquele diploma. A lei determina igualmente que a publicidade a fármacos sujeitos a receita médica só pode ser dirigida aos profissionais de saúde, na imprensa especializada e fazendo sempre referência às características do produto anunciado.
João Rodrigues, proprietário do stand automóvel, disse à Agência Lusa que não se apercebeu, em momento algum, de que estaria a cometer uma ilegalidade, uma vez que na campanha publicitária não era feita qualquer referência ao nome comercial da vacina. “Para preparar esta campanha contactámos outras empresas e diversos médicos, que nunca perceberam que poderia tratar-se de uma ilegalidade”. A ideia, frisou, não era mover qualquer concorrência às farmácias: “Não identificámos a marca do medicamento e pagaríamos as vacinas e os rastreios”, vincou. O stand de João Rodrigues tem levado a cabo inúmeras campanhas de cidadania associadas à venda dos seus automóveis, como foi o caso de anúncios anteriores, relacionados com a segurança rodoviária ou com a promoção do consumo de produtos made in Portugal. Esta campanha inserir-se-ia na mesma linha, não fosse o caso de ter sido considerada ilegal pelo Infarmed.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
Investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra
Um café por dia pode prevenir Alzheimer


Adágios como “somos o que comemos” ou “one apple a day keeps the doctor away” (uma maçã por dia mantém o médico à distância) são antigos e têm por base ideias relacionadas com as propriedades de alguns alimentos que contribuem para o bem-estar de quem os consome. Uma equipa de cientistas do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra concluiu agora que também uma chávena de café por dia poderá ser útil na prevenção da doença de Alzheimer…

Tendo por base um estudo que estabeleceu a comparação entre o estado de saúde de pessoas que consomem diariamente café ao longo da vida e outras que não têm aquele hábito, a investigação desenvolvida pelos cientistas da cidade do Mondego aferiu que a ingestão diária de um café pode ter vantagens na prevenção daquela doença degenerativa, sendo objectivo deste estudo “identificar alvos terapêuticos” e “testar diversos compostos químicos”, para avaliar da sua eventual capacidade para serem neuroprotectores. Avultando entre as demais doenças do foro degenerativo, o Alzheimer afecta actualmente cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, e em Portugal existirão, à luz dos mais recentes dados disponíveis, 70 mil doentes. Nesta linha de pensamento, a equipa de investigadores de Coimbra considera que “estes estudos são importantes”, porque “mostram que os próprios hábitos podem influenciar a doença de Alzheimer, como acontece com as cardiovasculares”, como disse Cláudia Pereira, especialista interveniente neste estudo.
Salientando que a finalidade destes estudos é, invariavelmente, encontrar caminhos para o desenvolvimento de novos fármacos, Cláudia Pereira acredita que “poderá existir uma estratégia terapêutica para problemas associados à memória. A cafeína poderá ser um princípio activo no tratamento de doenças neurodegenerativas”. No Museu da Ciência de Coimbra, onde teve lugar a conferência «Quando a memória nos atraiçoa», a investigadora deu conta da sua convicção de que “uma dose diária de café retarda, de certo modo, o surgimento da doença”, frisando que têm vindo a ser feitos testes laboratoriais com ratos. Porque a perda de neurónios ocorre muito antes das primeiras manifestações da doença de Alzheimer, que normalmente têm lugar por volta dos 65 anos (conduzindo à morte dos pacientes num prazo de oito anos), Cláudia Pereira atesta a importância de perceber, tão rapidamente quanto for possível, os mecanismos da perda da memória associados à patologia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Fábrica de Conteúdos, Universidade de Coimbra

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Prémio Crioestaminal para investigadora portuguesa

Mónica Bettencourt Dias desvendou o funcionamento do centrossoma; Moléculas decifradas poderão ser utilizadas no diagnóstico e tratamento de doenças

A identificação de moléculas que contribuem para a formação dos centrossomas - um trabalho com implicações no diagnóstico da infertilidade e do cancro - valeu à investigadora portuguesa Mónica Bettencourt Dias o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica 2007.

"O trabalho de investigação [de Mónica Bettencourt Dias] revela informações importantes sobre a estrutura das células responsável pela infertilidade e pelo cancro, algo inédito no panorama científico", refere em comunicado a Associação Viver a Ciência (AVC), que atribuiu, esta semana, o prémio de incentivo científico no valor de 20 mil euros.

Segundo informa a nota, a jovem cientista identificou as moléculas que contribuem para a formação e função dos centrossomas - as estruturas que regulam o esqueleto e a multiplicação das células.

Cada uma das células do corpo humano tem apenas um centrossoma, mas em casos de doenças, como o cancro, há frequentemente muitos mais, apresentando uma estrutura alterada.

De acordo com o comunicado da AVC que o farmacia.com.pt teve acesso, o trabalho da investigadora - publicado em prestigiadas revistas como a «Nature», a «Science» e a «Current Biology» - “avançou no conhecimento das moléculas envolvidas na formação e função dos centrossomas e permite diagnosticar de forma precoce se elas apresentam alguma alteração associada a alguma patologia.”

Mónica Bettencourt Dias explicou que "o grupo está a investigar as novas moléculas envolvidas na formação do centrossoma, o que é muito importante, pois tanto a ausência como o excesso destas estruturas estão associados a doenças variadas."

Este prémio, para o incentivo do desenvolvimento de investigação em Portugal (no valor de 20 mil euros) é o terceiro que a jovem cientista do Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras, recebe nas últimas semanas.

Na passada semana, a investigadora de 33 anos, foi a primeira da Península Ibérica a receber o Prémio Europeu Eppendorf pelos seus estudos na área da multiplicação celular, um prémio atribuído anualmente a jovens cientistas europeus com trabalhos na área da biomedicina.

Na senda do reconhecimento que a comunidade científica portuguesa têm vindo, concomitantemente, a desenvolver, Mónica Bettencourt Dias recebeu ainda o Prémio Pfizer de Investigação Básica 2007, no valor de 20 mil euros, em conjunto com a investigadora Ana Rodrigues Martins, pelo projecto de investigação "Revisiting the role of the mother centriole biogenesis", desenvolvido em colaboração com as Universidades de Cambridge e de Siena.

No ano passado, o prémio o Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica distinguiu o jovem investigador Helder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, por um projecto relacionado com a compreensão da multiplicação celular.

É indubitável que uma das formas de prevenir o cancro é através do seu diagnóstico precoce. Neste sentido, ao identificar as moléculas envolvidas na formação e função dos centrossomas, poder-se-á investigar se elas estarão alteradas no cancro. Nesse caso, poderão servir de marcadores de diagnóstico e prognóstico do cancro.

Esclareceu mistério com mais de 100 anos

Recorde-se que, tal como noticiou oportunamente o farmacia.com.pt, o laboratório desta investigadora descobriu, em Maio, alguns dos mistérios da formação do centrossoma. Quase todas as células humanas têm uma espécie de torre de controlo, como nos aeroportos. Pouco antes de se dividirem, têm de fazer uma segunda torre de controlo para a nova célula. O que acontece, é que, até ao momento, pensava-se que a torre velha tinha de servir de molde para a nova.

Assim, a equipa de Mónica Bettencourt Dias descobriu que, afinal, essa construção faz-se a partir do nada — um avanço científico que pode dar pistas sobre o cancro e a infertilidade masculina. De referir que, as torres de controlo das células, (metáfora de Mónica Bettencourt Dias para designar os centrossomas) foram descobertas há mais de 100 anos, tendo, deste modo, a investigadora contribuido para esclarecer um mistério secular.

Raquel Pacheco

Fontes: comunicado da AVC/www.crioestaminal.pt/farmacia.com.pt

Organismo pode suspender cancro

Estudo comprova existência de fase em que o sistema imunitário mantém células cancerosas dormentes; novas terapias poderão advir da descoberta

À luz da comunidade científica há, sumariamente, três estados de desenvolvimento no processo de formação de cancro: iniciação, promoção, progressão. Entretanto, um novo estudo norte-americano publicado, este mês, na revista «Nature», sugere a existência de um outro: o de suspensão.

De acordo com a investigação - coordenada por Robert Schreiber, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington (FMW), nos Estados Unidos - neste novo estado as células são potencialmente nocivas, mas ainda estão proibidas de actuarem. “Quem as proíbe é o sistema imunitário que as mantém num estado de dormência e em equilíbrio. Aquelas que escapam, são as que acabam por se desenvolver como tumores”, explicou.

Segundo destaca a «Nature», o trabalho norte-americano identificou um “estágio crucial na batalha das células, um ponto no qual o mecanismo de defesa trava a expansão do cancro que conseguiu escapar à monitorização inicial feita pelo organismo.” A revista salienta ainda que o estudo poderá “ajudar no desenvolvimento de terapias para ampliar o equilíbrio e evitar a manifestação da doença.”

A equipa de Robert Schreiber, do Departamento de Patologia e Imunologia da FMUW usou ratinhos para mostrar que o sistema imunitário dos animais é capaz de manter o crescimento do tumor “em xeque” por um longo período: “É como se, de um lado, houvesse uma corda a ser puxada pelas células que se querem transformar em cancro e, do outro, pelo sistema imunitário”, clarificaram.

No artigo intitulado «Adaptive immunity mantains occult cancer in an equilibrium state», os investigadores informam, terem usado “um modelo animal de carcinogénese química primária”, relatando terem verificado que o equilíbrio ocorre. “Demonstrámos que células tumorais em equilíbrio não estão editadas [no sentido do arranjo genético], mas passam a estar quando escapam espontaneamente do controlo e crescem em tumores clinicamente aparentes.”

Explicar tumor próstata assintomático

Os cientistas acreditam ainda que o estado agora confirmado “deverá ajudar a explicar a presença de células cancerosas ocultas, especificamente, os tumores na próstata (em indivíduos que não apresentem sintomas da doença).

Outra esperança refere-se ao facto da descoberta poder abrir caminho a novos tratamentos. “Estamos convictos de que o estudo pode ser usado para o desenvolvimento de terapias imunológicas que permitam ampliar o controle do crescimento de tumores próprio do organismo”, afirmaram.

De referir que, estudos anteriores haviam sugerido a existência desse estado de equilíbrio, devido ao facto de que tipos dormentes de cancro costumam manifestar-se quando transferidos, inadvertidamente, de um determinado doador para um receptor com imunossupressão, durante transplante de órgão.

Raquel Pacheco

Fonte: http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature06309.html
Foto: DR

Mercado de vacinas deverá quadruplicar na próxima década

O mercado de vacinas pediátricas e para adolescentes deverá quadruplicar ao longo dos próximos dez anos, indica um relatório recente de análise ao sector que diz também que o Prevnar, uma vacina pneumocócica conjugada, desenvolvida pela Wyeth, deverá ser a primeira a assumir a liderança de vendas.

O sucesso do Prevnar, a primeira vacina aprovada para prevenir a infecção pelo Streptococcus Pneumoniae em crianças, é apontado pelo estudo da “Datamonitor” como o principal indício de que as vacinas de custos elevados destinadas aos adolescentes e às crianças têm grande probabilidade de aumentar a sua proeminência nas linhas de investigação das farmacêuticas.

As vendas globais desta vacina renderam, em 2006, 1,28 mil milhões de euros e, apesar das quatro doses necessárias custarem cerca de 215 euros, “este é um preço que tem sido aceite pelos governos devido ao perfil da boa relação custo-benefício”, referem os autores do estudo.
“A estratégia de preços da Wyeth abriu caminho a um aumento da tolerância dos produtos de preços elevados no sector das vacinas pediátricas”, acrescentam.

No ano passado, o sector das vacinas pediátricas e para adolescentes nos sete maiores mercados mundiais foi avaliado em cerca de 2,9 mil milhões de euros, porém, graças aos preços elevados recentemente cobrados por vacinas que prometem benefícios significativos para a saúde, o relatório da “Datamonitor” estima que este valor possa sofrer um aumento substancial, atingindo os 10,8 mil milhões de euros em 2016.

Os acontecimentos parecem vir ao encontro das previsões da “Datamonitor”. Um dos exemplos é a vacina da Merck contra o vírus do papiloma humano (HPV) que atrai cada vez mais a atenção dos consumidores, pondo sob pressão as autoridades de saúde para que disponibilizem a vacina às jovens adolescentes. A vacina rival, produzida pela GlaxoSmithKline, foi também recentemente aprovada em vários países e, apesar do custo de ambas ser bastante elevado, a vacinação contra o HPV tem vindo a ser recomendada na União Europeia e nos Estados Unidos da América (EUA).

Se é certo que actualmente as atenções estão concentradas nas vacinas contra o HPV, o Prevnar (aprovado nos EUA em 2000) foi a primeira vacina com estatuto de sucesso de vendas, tendo fomentado o desenvolvimento de outros candidatos a vacinas destinadas à protecção contra um espectro mais abrangente de serótipos da Streptococcus Pneumoniae.

Com a Wyeth e a GlaxoSmithKline a trabalharem em vacinas do género, a “Datamonitor” estima que o valor total do mercado de vacinas pneumocócicas pediátricas aumente para os 1,55 mil milhões de euros em 2016 nos EUA, Japão, França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido.

A meningite é outro dos sectores que apresenta grandes potencialidade de crescimento, salienta o relatório. Uma oportunidade particularmente lucrativa, de acordo com o trabalho, reside no desenvolvimento de uma vacina contra infecções por Neisseria meningitidis B.

No entanto, o estudo salienta também o facto de que nem todas as vacinas a preços elevados irão necessariamente obter a adesão invejável da vacina pneumocócica conjugada da Wyeth, ou das vacinas contra o HPV, pelo que é crucial que os produtores entendam que a chave para o sucesso reside na introdução do produto nos programas nacionais de vacinação.

Os produtores de vacinas precisam, por isso, “de se concentrar nas verdadeiras necessidades médicas bem como na melhoria da educação pública de forma a assegurar o sucesso comercial dos seus produtos”.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com.

Cientistas descodificam genoma de estirpe de tuberculose resistente

Uma equipa constituída por cientistas norte-americanos e sul-africanos conseguiu descodificar o mapa genético de uma estirpe de tuberculose resistente à maioria dos medicamentos. O trabalho dos investigadores poderá ajudar a desenvolver novos e melhores tratamentos para combater a doença.

De acordo com os cientistas, a Mycobacterium tuberculosis, estirpe da doença cujo mapa foi desvendado, está relacionada ao surto de tuberculose que recentemente vitimou mais de 50 pessoas na província sul-africana de KwaZulu, em Natal. “A estirpe decifrada é responsável pela maioria dos mais de 300 casos de XDR identificados até agora” nessa região da África do Sul, afirmou Willem Sturm, decano da Escola de Medicina Nelson Mandela e um dos principais participantes na investigação.

O relatório que dá conta dos resultados da investigação refere que, segundo a análise inicial, existem escassas diferenças no ADN entre a bactéria resistente aos medicamentos (XDR) e as que são mais sensíveis. “A caracterização genética desta estirpe é essencial para o desenvolvimento dos instrumentos necessários no controlo desta epidemia”, salienta Sturm no relatório do Instituto Broad do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), que divulgou a descoberta.

A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais mortais, sendo responsável pela morte de dois milhões de pessoas por ano, 98 por cento das quais em países em desenvolvimento. A crescente capacidade do microrganismo para iludir os tratamentos dificulta o controlo da doença. Para além disso, os métodos deficientes de diagnóstico dificultam a possibilidade de determinar se uma pessoa está infectada com a estirpe resistente aos medicamentos, o que atrasa a terapia adequada.

A gravidade da doença exige, por isso, a procura de novos métodos de diagnóstico e tratamentos, sublinhou Megan Murray, membro do Instituto Broad e professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. “Ao analisar os genomas de estirpes diferentes, podemos entender a forma como micróbio ilude os medicamentos actuais e como podemos desenhar novas terapias”, acrescentou.

A importância da descoberta na luta contra a doença justifica o facto de os cientistas terem decidido divulgar os resultados do seu trabalho antes da publicação em revista especializada. “É importante que os dados do genoma sejam postos de imediato à disposição dos cientistas, especialmente naquelas regiões mais afectadas pela doença”, afirmou Eric Lander, director do Instituto Broad.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Reuters Africa, Portal da Saúde.

Infarmed alerta para circulação de preservativos falsificados

Estão em circulação no Reino Unido vários lotes falsificados de preservativos Durex Extra Safe, Durex Ribbed, Durex Performa, Durex Select, Durex Fetherlite, Durex Arouser e Durex Gossamer. De acordo com o Infarmed, que contactou os distribuidores oficiais, os lotes em causa não foram distribuídos em Portugal, porém, devido à livre circulação de dispositivos médicos no Espaço Económico Europeu, poderão ter chegado ao mercado nacional por vias paralelas.

Por não haver indicações de que os produtos em causa respeitam as normas apropriadas, a sua eventual utilização poderá trazer como consequência uma inadequada protecção contra as infecções sexualmente transmissíveis ou gravidez, alerta o Infarmed. Os consumidores que possam ter comprado os preservativos mencionados no quadro abaixo deverão, por isso, confirmar o número do lote e abster-se de os utilizar ou vender, devolvendo-os ao fornecedor e informando o Infarmed.

Quanto aos lotes originais disponibilizados no mercado com os códigos de lote envolvidos na falsificação, a SSL International, empresa responsável pelos preservativos Durex, refere que estes “provavelmente já não se encontram nos circuitos de comercialização, uma vez que foram distribuídos antes de Novembro de 2006”.

Nome do produto nas embalagens contrafeitas

Nº de lote impresso nas embalagens contrafeitas

Existência prévia do
produto original

Durex extra safe (3 unidades)

20604354

Sim

Durex ribbed (3 unidades)

20905271

Sim

Durex ribbed (3 unidades)

20904142

Sim

Durex ribbed (3 unidades)

299118

Não

Durex performa (3 unidades)

TGL4142

Sim

Durex select (3 unidades)

P4379

Sim

Durex fetherlite (3 unidades)

21405074

Sim

Durex arouser (3 unidades)

20906043

Não

Durex gossamer (3 unidades)

21405074

Não


Marta Bilro

Fonte: Infarmed.