quinta-feira, 28 de junho de 2007

Consumidos pela mãe durante a gravidez
Anti-depressivos podem ser inócuos para o bebé


O consumo de medicamentos anti-depressivos pela mulher durante os primeiros meses de gravidez poderá não ter um impacto significativo no desenvolvimento do bebé. Dois estudos publicados no «The New England Journal of Medicine» fizeram uma avaliação dos riscos eventuais da toma daqueles fármacos por mulheres no primeiro trimestre de gestação, e aferiram que, apesar de alguns medicamentos parecerem desencadear um perigo acrescido do surgimento de defeitos congénitos no feto, o aumento dessa probabilidade é pequeno.

Julio Vallejo Ruiloba, presidente da Sociedade Española de Psiquiatria e director do serviço daquela especialidade no Hospital Universitário de Bellvitge, em Barcelona, aconselhou “muita prudência” na extrapolação das conclusões dos dois estudos, e lembrou que “às mulheres que estão em tratamento por depressão recomendamos sempre que não engravidem”. Acrescentou no entanto que, se a gravidez acontece, “diminui-se o mais possível a administração de medicamentos, até à sua exclusão se essa eventualidade for possível, sem agravamento significativo do quadro clínico da paciente”.
No final de 2005 a empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline advertiu para o resultado de um estudo que apontava a detecção de maior risco de malformações congénitas nos bebés cujas mães tinham sido tratadas com paroxetina, um inibidor selectivo da recaptação da serotonina, durante os primeiros meses de gestação. A descoberta fez com que, desde essa altura, as autoridades sanitárias de diversos países tivessem promovido a alteração do prospecto daquela substância activa, de modo a que fosse indicado esse risco para as crianças.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo

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