quinta-feira, 28 de junho de 2007

Semelhanças entre células estaminais humanas e de ratos podem conduzir a tratamento de doenças

Duas equipas independentes de investigadores britânicos descobriram semelhanças entre um determinado tipo de células estaminais em embriões de ratos e células estaminais embrionárias humanas. Os cientistas acreditam que poderão utilizar as células para pesquisar as causas de doenças humanas. Outra das vantagens é a possibilidade de produzir mais facilmente tecido para pesquisas e, um dia, substituir os tecidos danificados em doentes de Alzheimer, Parkinson e na diabetes.

Segundo explicou Roger Pedersen, do grupo de pesquisa de Cambridge, as novas células estaminais embrionárias dos roedores poderão fornecer um modelo útil para futuramente perceber as células estaminais humanas que ainda representam uma “ligação desconhecida” entre as células estaminais embrionárias humanas e as dos ratos. Estudos anteriores tinham demonstrado que apenas células retiradas dos embriões dos ratos, antes de serem implantadas no útero, poderiam produzir células estaminais embrionárias com potencial para se transformarem em qualquer célula.

No entanto, o estudo conduzido por Richard Gardner, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelou que as células do epiblasto, um tecido que se desenvolve depois do embrião estar no útero, têm propriedades que são tão poderosas quanto a pré-implantação de células estaminais embrionárias. Para além disso, as suas propriedades são mais semelhantes às células estaminais embrionárias humanas do que as células estaminais embrionárias dos ratos pré-implantadas.

“A principal vantagem é que agora temos um outro modelo no qual podemos analisar os mecanismos de suporte relacionados com as células estaminais para perceber as diferenças”, afirmou Paul Sanberg, professor de neurocirurgia e director do Centro de Envelhecimento e Reparação Cerebral em Tampa, da Universidade do Sul da Flórida. “Não é um estudo orientado clinicamente, mas pode ser utilizado para pesquisas mais importantes”, salientou.

Os estudos, publicados na revista “Nature”, fornecem aos cientistas a possibilidade de desenvolverem modelos de ratos mais valiosos enquanto ferramentas de investigação. Os especialistas da Universidade de Cambridge e Oxford acreditam que o segredo pode estar no “timing”: eles colheram as células dos embriões dos ratos dois dias depois do que é habitual os investigadores fazerem.

As células embrionárias são pluripotentes, o que significa que têm capacidade para virtualmente se desenvolverem e transformarem em qualquer célula do corpo. Os investigadores estão confiantes de que estas células possam conduzir a tratamentos ou curas para doenças como a diabetes, falha hepática, lesão na medula espinal, enfarte, doença de Alzheimer e doenças cardiovasculares.

Marta Bilro

Fonte: Medical News, Science News, Xinhua.

1 comentário:

Rui Borges disse...

Bom artigo, mas o tema começa a provocar algum desgaste...