segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Oncologistas acusam directiva europeia de limitar diagnóstico do cancro
A directiva em causa foi proposta pelo Comissário Europeu do Emprego e pretende minimizar a exposição dos profissionais de saúde a campos electromagnéticos, devendo entrar em vigor, em todos os países membros, em Abril de 2008. Contudo, para os oncologistas esta imposição de limites ao uso da RM vai prejudicar o diagnóstico e tratamento do cancro.
Segundo Dag Rune Olsen, que trabalha em radioterapia experimental em Oslo, Noruega, e é presidente da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO), "actualmente na Europa realizam-se oito milhões de explorações de pacientes por RM". Mas esta realidade deverá ser alterada com a entrada em vigor da directiva, que “impõe limites tais na exposição laboral à radiação que serão ultrapassados por qualquer pessoa que trabalhe ou se encontre perto de um equipamento de RM", salienta, assegurando que "a directiva pode afectar inclusive o pessoal de manutenção e reparação do equipamento".
A polémica acerca dos malefícios da RM já é antiga, mas foi depois de uma sondagem de opinião realizada à escala europeia, onde se concluiu que a grande maioria dos cidadãos da União europeia (UE) tinha a percepção de estar inadequadamente protegida pelas autoridade contra o potencial risco para a saúde criado pelos campos electromagnéticos (CEM), que o Comissário Europeu do Emprego decidiu avançar com a proposta.
Face aos resultados do eurobarómetro, Rune Olsen declarou que “se o público estivesse informado sobre a dita contribuição, estou seguro de que estaria tão desejoso como eu de que continuasse a permitir-se o uso de RM”, aproveitando ainda para salientar que o uso de RM representa para o diagnostico médico, um valor acrescido.
“O desenvolvimento de políticas deveria basear-se na ciência sólida e, que eu saiba, não existe evidência científica dos efeitos negativos para a saúde a longo prazo devido à exposição aos campos electromagnéticos estáticos ou variáveis que se produzem durante um exame de RM", disse o especialista.
Os oncologistas têm contestado as decisões políticas da Comissão Europeia, argumentando que as mesmas vão prejudicar o tratamento do cancro na Europa e salientam que é altura de os políticos escutarem os especialistas.
A Health and Safety Executive (HSE) publicou, no passado mês de Junho, um estudo britânico sobre a exposição do operador aos campos electromagnéticos gerados por RM, que vem atestar os argumentos dos especialistas. O estudo revelou que qualquer pessoa que se encontre no raio de um metro de um tomógrafo de Ressonância Magnética em uso, ultrapassaria os limites de exposição impostos pela directiva.
De qualquer forma a Comissão Europeia já admitiu reconsiderar o assunto, adiantando estar a ponderar sobre possiveis emendas à directiva, ou através da prorrogação do prazo de aplicação da directiva, ou tomando em consideração o estudo da HSE, assim como um outro que encomendou e que será publicado no próximo mês de Outubro.
Olsen realça que "na sua actual forma, a directiva coloca problemas concretos ao pessoal de saúde que atende crianças, velhos ou pacientes anestesiados e que necessitam de ajuda durante o exame", acrescentando ainda que também porá fim à utilização de procedimentos de RM com fins cirúrgicos, de intervenção e de investigação.
John Smith, presidente da Federation of European Cancer Societies (FECS - federação das sociedades europeias contra o cancro), apela aos médicos de oncologia que lutem por um papel activo, de forma a conseguir políticas que assegurem que as futuras legislações não tenham um impacto negativo semelhante.
Smith acredita que a directiva vai levar ao aumento dos custos do tratamento do cancro e da colaboração internacional na investigação com células-mãe - um campo legislado de forma muito diferente pelos diversos países europeus.
“É imperativo encontrar formas para melhorar a eficácia do custo no tratamento do cancro em geral e em especial o uso das drogas. A melhoria da eficácia do custo de medicamentos é uma prioridade fundamental para o sector, os políticos e o público em geral", considerou.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Alzheimer: Tornar a demência uma prioridade política
A Câmara Municipal de Lisboa está empenhada em colocar a demência na agenda dos decisores portugueses. Isso mesmo foi demonstrado esta sexta-feira, altura em que as vereadoras Ana Sara, Helena Roseta e Gabriela Seara assinaram a Declaração de Paris, “um documento fundamental que representa os interesses de todas as associações europeias na área de Alzheimer”, e chama a atenção para aquele que é “um problema maior de saúde pública”, afirmou Maria do Rosário Zincke dos Reis, presidente da Associação Alzheimer Portugal (APFADA).
A assinatura do documento, que teve lugar no Fórum Lisboa, foi uma das iniciativas inseridas na comemoração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. A Declaração de Paris, aprovada na Assembleia-Geral da Alzheimer Europe de 2006, em Paris, consagra as ideias chave e as linhas de acção do movimento europeu sobre as demências. É um apelo a todas as organizações e associações para que se “desenvolvam programas europeus, internacionais e nacionais que respondam adequadamente aos desafios colocados pelo número crescente de pessoas com demência”, salientou Maria do Rosário Zincke dos Reis.
Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt, a presidente da APFADA, dá a conhecer os objectivos deste comprometimento, que descreve como “um sim convicto a tornar a demência numa prioridade de agenda dos decisores tendo em conta todas as implicações à volta da patologia quer para a pessoa com doença de Alzheimer quer para os seus familiares, normalmente os cuidadores”.
A Declaração de Paris, sinónimo de preocupação e alerta para esta causa, conta já com a assinatura de várias personalidades políticas europeias, entre as quais, Philippe Bas, ministro francês da Segurança Social, e dos deputados europeus Alessandro Battilocchio e Roselyne Bachelot. A lista completa de assinaturas deverá ser submetida pela APFADA ao Comissário Europeu da Saúde até ao final do ano.
Marta Bilro
Fonte: APFADA, Portal da Saúde.
Rastreios oftalmológicos para alunos das escolas básicas do seixal
O projecto nasce da colaboração do Instituto Óptico e da Óptica Maia, e tem como principais destinatários os cerca de 1200 alunos dos primeiros e segundos anos, do 1º Ciclo e tem como objectivo despistar possíveis problemas oftalmológicos, que no futuro possam influenciar, negativamente, o processo de aprendizagem e o desenvolvimento destas crianças.
A CSF de Amora é dinamizada pela junta de freguesia, em parceria com entidades públicas e privadas com intervenção social na freguesia, de forma a desenvolver projectos que permitam identificar e analisar os problemas sociais existentes na freguesia.
O rastreio enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Social, da Rede Social do Seixal, encarregue de matérias ligadas à socialização e educação infanto-juvenil.
A Escola Básica da Quinta do Conde foi a primeira a receber esta iniciativa, que se estendeu das 9 horas até às 17:50 horas de segunda-feira. Na terça-feira, os rastreios deslocam-se até à Escola Básica do Fogueteiro e à Escola Básica da Quinta das Sementes.
Inês de Matos
Fontes: Global Noticias, Junta de Freguesia de Amora
Jerónimo Martins investe no negócio das farmácias
O grupo Jerónimo Martins tem planos para abrir 50 farmácias na Polónia ao longo dos próximos dois anos. A iniciativa, noticiada pelo Jornal de Negócios, nasce de uma parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e foi anunciada na cerimónia de inauguração da 1000ª loja da cadeia de supermercados Biedronka neste país europeu.
A joit venture detém actualmente quatro farmácias junto a lojas da Biedronka e o objectivo de expansão tem sido travado apenas por questões burocráticas e de licenciamento. Para além de medicamentos de venda livre, as farmácias da Jerónimo Martins estabelecidas na Polónia comercializam também fármacos sujeitos a prescrição médica.
De acordo com o Diário de Notícias, as primeiras 10 novas farmácias do grupo deverão surgir até ao final do ano corrente e poderão, ou não, ser contíguas às suas lojas de retalho Biedronka.
Marta Bilro
Fonte: Jornal de Negócios, Diário de Notícias.
Bristol-Myers Squibb adquire Adnexus por 305 milhões de euros
A Adnexus pode ainda receber pagamentos adicionais que ascendem aos 53 milhões de euros, dependendo do cumprimento de determinados objectivos.
A nova subsidiária da Bristol-Myers está actualmente a desenvolver uma classe de medicamentos biológicos inovadores, os Adnectins, derivados da fibronectina, uma proteína do corpo humano. Entre os novos compostos figura o Angiocept (CT-322), um medicamento em ensaios clínicos de Fase 1.
“Trazer a Adnexus para a família da Bristol-Myers Squibb é um passo importante para acelerar a transformação estratégica do nosso negócio farmacêutico num negócio biofarmacêutico”, afirmou Jim Cornelius, director executivo da empresa.
O Angiocept é um fármaco que impede os tumores de formar vasos sanguíneos necessários para nutrir as suas metástases, num processo denominado anti-angiogenese.
Marta Bilro
Fonte: Bloomberg, CNN Money, Reuters.
Tailândia pode emitir licenças compulsórias para fármacos anticancerígenos
A Tailândia pode vir a quebrar a protecção de patente de quatro medicamentos anticancerígenos com o objectivo de aceder a versões genéricas dos mesmos, revelou esta segunda-feira um representante do Ministério da Saúde. O objectivo é facilitar o acesso dos pacientes com menos recursos a fármacos indispensáveis no tratamento do cancro.
O Gabinete de Segurança da Saúde Nacional tailandês deverá propor ao Ministro da Saúde que emita uma licença compulsória para os medicamentos, caso o Governo não consiga chegar a um acordo de redução de preço com as respectivas farmacêuticas. Em causa estão fármacos produzidos pela Novartis, Sanofi-Aventis e Roche que actualmente custam a cada doente tailandês 100 mil bahts por mês (cerca de 2.237 euros), afirmou Sanguan Nitayarumphong, director do departamento que desenvolve um programa de tratamento gratuito para os pobres.
Duas das substâncias alvo são produzidas pela Novartis: o Glivec (Imanitib), destinado ao tratamento da leucemia mielóide crónica e o Femara (Letrozol), para o tratamento do cancro da mama. Em risco de serem copiados estão também o Taxotere (Docetaxel), o quarto medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, utilizado no tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico; e o Tarceva (Erlotinib), da Genentech, para doentes com cancro do pulmão de células não pequenas e cancro pancreático.
“Escolhemos estes medicamentos porque os pacientes têm grandes dificuldades em obtê-los, são muito caros”, explicou o mesmo responsável, sublinhando que as versões genéricas poderiam proporcionar a estes doentes um maior acesso aos medicamentos a preços muito mais reduzidos.
“Poderemos ter que impor licenças compulsórias a estes medicamentos caso as negociações com os detentores das patentes falhem”, afirmou Sanguan, justificando a medida com o facto do cancro ser a principal doença causadora de mortes no país.
O Governo tailandês aprovou anteriormente licenças compulsórias para o Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, e para dois medicamentos chave anti-HIV, o Kaletra (Lopinavir + Ritonavir) e o Efavirenz.
Marta Bilro
Fonte: CNN Money, Business.inquirer.net, Infarmed, Farmacia.com.pt.
Cervarix aprovado pela Comissão Europeia
A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Cervarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), produzida pela GlaxoSmithKline. A decisão surge cerca de dois meses depois do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) ter recomendado a aprovação da vacina contra o cancro do colo do útero.
O Cervarix, cujos principais alvos são as estirpes 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, vai competir com o Gardasil, da Merck, que já se encontra disponível na Europa e nos Estados Unidos da América, e que oferece protecção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
De acordo com uma porta-voz da farmacêutica britânica, a vacina deverá chegar brevemente aos mais importantes mercados europeus. “Pretendemos lançar [a vacina] na Europa dentro das próximas semanas”, afirmou a responsável sem, no entanto, revelar qual seria o valor cobrado pelo Cervarix.
Por outro lado, a vacina da GSK não deverá chegar ao mercado norte-americano antes de 2008, uma vez que só foi submetida à avaliação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos em Março deste ano. O Cervarix obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos.
Os analistas acreditam que as duas vacinas deverão gerar lucros avultados às farmacêuticas que as produzem, com a Merck em vantagem uma vez que o Gardasil chegou primeiro ao mercado. Porém, a GSK não está disposta a ficar para trás e acredita que poderá alcançar alguma primazia devido a um novo aditivo utilizado no Cervarix, o que poderá significar que esta vacina é mais potente ou apresenta maior duração. Para além disso, o grupo britânico anunciou, em Janeiro, ter dado início a um estudo comparativo entre o Gardasil e o Cervarix para avaliar qual das duas vacinas produz melhor resposta imunitária às estirpes 16 e 18 do HPV.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Hemscott, AFP, Farmacia.com.pt.
Avastin elimina lesões metastáticas em doentes com cancro colo-rectal
De acordo com o laboratório suíço, o ensaio clínico First BEAT, realizado a nível internacional, demonstrou que um elevado número de pacientes que foram tratados com Avastin, em conjunto com a quimioterapia regular aplicada nos casos de cancro colo-rectal, apresentaram uma remoção completa das lesões metastáticas.
“A remoção total das lesões metastáticas foi alcançada em quase 80 por cento destes pacientes, quando todos eles tinham sido considerados inoperáveis antes do inicio da aplicação do tratamento”, afirmou a Roche. Os resultados que se verificaram com a utilização do Avastin “são superiores aos observados em ensaios clínicos anteriores que envolveram associações entre outros medicamentos biológicos e a quimioterapia”, acrescentaram os responsáveis.
O estudo envolveu 1.965 participantes portadores de cancro colo-rectal em fase avançada com doença metastática anteriormente inoperável. O Avastin é o primeiro de uma classe de fármacos cuja actuação se baseia em privar os tumores do sangue e nutrientes. As vendas globais do medicamento renderam mais de 1,77 mil milhões de euros em 2006.
O fármaco é já utilizado na Europa como terapia do cancro da mama metastizado e, o ano passado, recebeu aprovação nos Estados Unidos da América para tratar pacientes com cancro do pulmão. Para além disso, desde 2004 que é utilizado pelos norte-americanos no tratamento do cancro colo-rectal, o terceiro tipo de cancro mais comum, com cerca de um milhão de novos casos anuais em todo o mundo.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Farmacia.com.pt.
Vacina contra vírus do Papiloma Humano protege contra 10 estirpes adicionais
A investigação que deu origem a estes resultados baseou-se na realização de ensaios clínicos de grande dimensão após um período de acompanhamento de três anos. Um grupo de perto de 50 jovens portugueses, recrutados em Coimbra e no Porto pelo Instituto Português de Oncologia, participou no estudo.
Algumas investigações anteriores tinham já revelado a produção de anticorpos contra outras estirpes para além das que eram o alvo directo da vacina. A demonstração clínica, que envolveu cerca de 10 mil pessoas, veio agora comprovar essas suspeitas. A investigação, levada a cabo por Darron Brown, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos da América, e apresentada durante o “Annual Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, revelou que a vacina preveniu cerca de 38 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas. Os novos dez tipos de vírus em causa (31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) são actualmente responsáveis por cerca de 16 por cento dos casos de cancro do colo do útero em toda a Europa.
Porém, a duração da protecção da vacina levanta ainda algumas dúvidas. No caso dos tipos de vírus directamente visados pela vacina (responsáveis por 75 por cento dos casos de cancro), a protecção foi fixada nos cinco anos. No caso das outras estirpes a protecção fica-se pelos três anos. Relativamente ao caso mais recente da protecção cruzada da vacina, "a duração da vacina coloca-se com mais acuidade porque os níveis de anticorpos produzidos são significativamente mais baixos", explica Daniel Pereira da Silva, ginecologista do IPO de Coimbra e um dos médicos que participaram no estudo.
Nas estirpes 6, 11, 16 e 18, a vacina “é de uma eficácia extremamente elevada”, explica o especialista. Os últimos estudos, que dão conta dos efeitos da protecção cruzada, mostram ainda que, dentro do conjunto dos restantes dez tipos de vírus, ela é também particularmente eficaz contra as estirpes 31 e 45, chegando a prevenir até 45 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas.
Apesar de estarem satisfeitos com os resultados, os responsáveis pela vacina reconhecem que o verdadeiro valor da vacinação reside na prevenção relativamente às quatro estirpes visadas, uma vez que a protecção cruzada é menor que a directa.
Actualmente estima-se que, a nível mundial, cerca de 630 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV. A transmissão do vírus é feita basicamente através do contacto sexual e a maioria das infecções por HPV desaparece sem tratamento.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, SEGS, Farmacia.com.pt.
Novo teste para detectar gripe das aves é 10 vezes mais rápido que os actuais
Cientistas singapurianos desenvolveram um aparelho capaz de detectar a presença de gripe das aves em humanos ou animais com uma rapidez dez vezes superior à técnica que é actualmente utilizada. O aparelho, do tamanho de uma palma da mão, consegue identificar, em apenas 30 minutos, a presença do vírus H5N1.
Este pode ser um passo importante para evitar uma potencial epidemia de gripe aviaria, refere Juergen Piper, investigador do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura. Até porque, os resultados deste teste indicam não só a presença do vírus como também a sua gravidade, explicou o responsável.
Este novo mecanismo de análise pode ser utilizado por médicos ou assistentes para detectar o vírus através de amostras de esfregaços na garganta. No caso dos animais, o teste é realizado através de uma análise aos excrementos. O aparelho “pode facilmente ser transportado para o campo, onde poderá detectar o vírus no momento em que a pessoa é infectada, em vez que ter que aguardar durante 10 dias para que surjam os primeiros sintomas da doença”, referiu a cientista Lisa Ng.
Esta rapidez na obtenção dos resultados permite que o tratamento se inicie de imediato e que sejam tomadas medidas para travar a doença. O teste pode revelar-se ainda mais valioso caso o vírus sofra uma mutação e comece a transmitir-se entre seres humanos, um dos piores receios dos especialistas. Se o vírus sofrer tal mutação poderá desencadear uma pandemia humana, provocando a morte a milhares de pessoas.
De acordo com Piper, este novo teste distingue-se de outros que estão já disponíveis no mercado por conter no seu interior uma espécie de laboratório em forma de chip, que custa entre 40 a 100 vezes menos do que os que são actualmente comercializados. Os resultados da investigação foram publicados na “Nature Medicine”.
Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 12 países da África e Ásia, 328 pessoas estiveram infectadas com o vírus H5N1, das quais 200 acabaram por falecer. A Indonésia foi o país mais afectado, tendo sido contabilizadas 85 mortes.
Marta Bilro
Fonte: The Earth Times.
Europa deu luz verde ao Exelon Patch
Volvidos cerca de dois meses sobre a aprovação pela Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, o Exelon Patch, primeiro tratamento adesivo para a doença de Alzheimer, recebeu agora a aprovação da União Europeia, segundo uma informação avançada pelo laboratório fabricante.
Numa nota difundida pela companhia farmacêutica suíça explica-se que o Exelon Patch é um adesivo que deve ser aplicado diariamente nas costas, no peito ou no antebraço do paciente, e que garante a administração suave e contínua da medicação necessária ao doente, através da pele. Trata-se de um novo mecanismo de administração de medicamentos que, segundo a Novartis, contribui para uma dosagem optimizada dos fármacos de que o paciente necessita, garantindo uma eficácia muito similar à das tradicionais cápsulas de Exelon e uma significativa melhoria, em termos de memória e de capacidade para as tarefas do quotidiano, face ao resultado obtido com placebos, minimizando os efeitos secundários a nível gastrointestinal que os comprimidos normalmente provocam.
De acordo com o mesmo comunicado, a Comissão Europeia acaba de dar luz verde ao Exelon Patch (rivastigmina) para o tratamento da doença de Alzheimer, que actualmente afecta cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo, constituindo a terceira causa de morte à escala planetária, depois das doenças cardiovasculares e oncológicas. Para o responsável pelo departamento de desenvolvimento de fármacos da Novartis Pharma AG, James Shannon, o Exelon Patch representa “uma inovação terapêutica desenhada especificamente com a intenção de ir ao encontro das necessidades dos doentes, dos prestadores de cuidados e dos médicos envolvidos na luta contra a doença devastadora que é o Alzheimer”. A aprovação europeia, que surge no seguimento do aval dado pela agência norte-americana do medicamento, no passado dia 27 de Julho, teve por base o resultado do estudo internacional IDEAL (“Investigation of Transdermal Exelon in ALzheimer's disease”), que envolveu cerca de 1200 doentes.
A fórmula de Exelon em cápsulas é utilizada para o tratamento de doentes de Alzheimer desde 1997 em mais de sete dezenas de países. Recentemente, e como oportunamente noticiou o farmacia.com.pt, o medicamento esteve envolvido em polémica nos Estados Unidos, quando a FDA acusou a Novartis de enganar os doentes ao veicular informação errada nos folhetos inclusos nas embalagens, que garantiam que o Exelon tinha maior índice de segurança do que aquele que efectivamente ostenta. As várias irregularidades detectadas suscitaram o envio de uma carta de advertência da FDA à companhia suíça, mas em Portugal a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde foi peremptória na garantia de que o problema não se verificava no nosso país, visto que os materiais informativos distribuídos aos profissionais de saúde nacionais são fabricados integralmente em território luso, onde o medicamento está disponível desde 1998.
Carla Teixeira
Fonte: Novartis, farmacia.com.pt
domingo, 23 de setembro de 2007
Plástico de açúcar na indústria farmacêutica
Num sector como o farmacêutico, em que é permanente o esfrorço inovador e o fervilhar de novidades, um empresário brasileiro acena agora com um novo produto: o plástico de açúcar, como lhe chama Sylvio Ortega Filho, “é um polihidroxibutirato, uma espécie de poliéster ou plástico biodegradável”, feito a partir do açúcar e que poderá substituir, nas suas mais diversas aplicações, o tradicional plástico feito à base de petróleo. A indústria farmacêutica é uma das apostas.
Físico, matemático, engenheiro civil e pós-graduado em Marketing, Sylvio Ortega Filho tem dividido o seu tempo, ao longo dos últimos meses, em viagens pelo mundo, com o intuito de demonstrar as “impressionantes capacidades” do inovador material, elemento principal de um projecto que tem sido desenvolvido na localidade brasileira de Serrana, e que prevê que, a breve trecho, também os medicamentos possam usar o plástico de açúcar para facilitar a vida dos seus consumidores. Em entrevista ao jornal «Gazeta de Ribeirão», o empresário brasileiro atesta que este produto é “uma espécie de pó branco e granulado a que podemos chamar carbono verde, renovável e que permite a retirada do dióxido de carbono do meio-ambiente”, e que é obtido a partir do açúcar, através de um processo químico.
Ortega Filho esclarece que o plástico de açúcar tem sensivelmente o mesmo leque de aplicações do polipropileno, voltando-se para a injecção, a extrusão e a termoformagem (processo que produz as embalagens dos iogurtes, por exemplo). Pode ainda substituir o poliuretano e a espuma utilizada para produzir essas embalagens. Há também uma aplicação que o industrial brasileiro diz ser medicinal: “Através de nanobiotecnologia, o polímero poderá ser utilizado na libertação gradual do princípio ativo de um determinado medicamento”, refere aquele responsável, frisando que, “se uma pessoa tem de tomar um remédio durante sete dias em dosagens fragmentadas, em vez de tomar dezenas de comprimidos e de se preocupar com os horários para isso, pode optar por ingerir uma só cápsula, preparada para libertar gradualmente a quantidade certa do fármaco, conforme se vai degradando no interior do organismo.
Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta de Ribeirão»
Investigação em segurança dos doentes
Margarida França, membro da Agência Nacional de Investigação, e José Robalo, sub-director-geral de Saúde, representarão Portugal na conferência «Segurança dos doentes – investigação na prática», que decorre a partir desta segunda-feira, e durante três dias, na cidade do Porto, sob a égide da presidência portuguesa da União Europeia e com o beneplácito da Organização Mundial de Saúde.
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto de fonte da presidência portuguesa da UE, o debate deverá subordinar-se àquela problemática, que é tida como prioritária pela OMS, perseguindo objectivos como “a promoção e a divulgação da acção internacional e da investigação, o reforço do alargamento de um leque de iniciativas e a proposta, para a prática, de padrões baseados na evidência”, que a organização deste encontro reputa como “contributos” da iniciativa, gizada pela Aliança Mundial para a Segurança dos Doentes, uma entidade lançada pela Organização Mundial de Saúde em resposta a uma resolução da Assembleia Mundial de Saúde, e que conta com a parceria da Faculdade de Saúde Pública do Reino Unido e da Universidade de Londres.
Carla Teixeira
Fonte: Presidência portuguesa da União Europeia
Desafios e oportunidades para a Farmacoterapia
A turística ilha de Tenerife acolhe, a partir desta terça-feira e até à próxima sexta, o 52º Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar, iniciativa que se subordinará ao tema «Farmacoterapia na era da genómica e da comunicação: desafios e oportunidades».
Agendado para o Palácio de Congresos Pirâmide de Arona, o encontro pretende dar a conhecer os mais recentes avanços científicos e do conhecimento na área da Medicina personalizada, permitindo a troca de experiências entre milhares de conferencistas. Um dos momentos altos desta iniciativa ocorre no segundo dia de trabalhos, quando Carlos Cordón-Cardó, chefe do serviço de Patologia Experimental do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, hospital nova-iorquino, fará a sua alocução no âmbito da abertura oficial do evento em Tenerife, com arranque previsto para as 12h30 de quarta-feira.
Do vastíssimo programa definido para o encontro de quatro dias dos farmacêuticos que exercem funções nos hospitais de Espanha, a que o farmacia.com.pt teve acesso, fazem parte inúmeras conferências e seminários sobre temas como a avaliação do uso das novas tecnologias no sector da farmacocinética clínica, o tratamento dos pacientes portadores de cancro, a integração do farmacêutico nos serviços hospitalares da área de Pediatria e da assistência social, os ensaios clínicos e a prática oncológica, os erros de medicação e as suas eventuais consequências, a questão da segurança na utilização de medicamentos em ambiente hospitalar, a dicotomia utilidade terapêutica/inovação dos fármacos, os aspectos nutricionais, a controvérsia em torno dos produtos biossimilares e a integração do farmacêutico na área dos cuidados intensivos, entre muitos outros temas.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Farmacia, AZ Prensa
Genéricos reduzem inflação no preço
dos medicamentos nos Estados Unidos
A taxa de inflação no preço dos medicamentos nos Estados Unidos atingiu, nos últimos 12 meses, o patamar mais baixo das últimas três décadas, cifrando-se em um por cento, quando em 2005 ascendia aos 4,4 pontos percentuais. O período de baixa do indicador económico coincidiu com a implementação, pela administração norte-americana, do seu actual esquema de controlo dos preços.
Daniel Ginsburg, economista do Departamento de Estatísticas do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos, onde anualmente são compilados os dados do Índice de Preços ao Consumidor, referiu, em declarações ao «The New York Times», que através da análise ao comportamento do índice, “parece que os aumentos de preços de medicamentos não serão muito dolorosos neste ano”. De acordo com os economistas que analisaram estes números, a evolução positiva deverá ter sido impulsionada por uma maior adesão dos cidadãos ao consumo de genéricos, cuja quota de mercado também aumentou com a introdução de novas alternativas no segmento dos fármacos sem marca.
No mercado norte-americano de consumo de fármacos, os genéricos representaram 63 por cento do total de medicamentos distribuídos ao longo do ano passado (mais 13 por cento do que em 2005). Ao longo do mesmo período assistiu-se a uma perda gradual da predominância de multinacionais norte-americanas como a Pfizer ou a Merck, tendo, em vez daquelas duas empresas, sido a israelista Teva Pharmaceutical, especializada no fabrico de genéricos, a companhia que, de acordo com a IMS Health, liderou o mercado.
Carla Teixeira
Fonte: «The New York Times», Globo Online
Anvisa suspendeu lote do Utoral
A detecção de possíveis efeitos secundários decorrentes da administração do Utoral, um medicamento citostático utilizado para controlar a evolução de diversos tipos de cancros, esteve na origem da ordem de suspensão de um lote daquele fármaco no Brasil. Depois do alerta do próprio fabricante, a companhia Meizler Biopharma SA, a Anvisa ordenou a recolha e a suspensão imediata da comercialização do fármaco. Em causa está um lote – o nºE668608 – do Utoral (que tem como princípio activo a fluorouracila), cuja acção no organismo tem como objectivo a inibição da multiplicação de células cancerosas, e uma notificação de um hospital de São Paulo, que alertou para a eventual existência de vários efeitos adversos indesejáveis decorrentes da utilização do medicamento, que não estão descritos no folheto incluso nas embalagens.
Carla Teixeira
Fonte: Anvisa
Anvisa suspendeu Metilvita e Melivip no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, ordenou a suspensão imediata da comercialização e do uso, em todo o país, de quatro lotes de dois fármacos desenvolvidos pela Laboris Farmacêutica, empresa com sede na cidade do Rio de Janeiro. O Metilvita e o Melivip já estão a ser retirados da rede nacional de farmácias.
No que diz respeito ao Metilvita (metildopa), medicamento indicado para o controlo da pressão arterial, a Anvisa determinou a recolha do lote nº1080, devido a um “resultado insatisfatório no ensaio de variação de peso”, uma vez que a medição do peso de duas cápsulas aferiu diferenças maiores do que as permitidas por lei, já que a administração de comprimidos com diferentes pesos poderia interferir na dosagem correcta e originar problemas relativamente à eficácia do tratamento.
Por seu turno o Mevilip (sinvastatina), medicamento indicado para o controlo dos níveis de colesterol no sangue, desenvolvido pelo mesmo laboratório, revelou problemas em três lotes: os lotes nº1180 e nº1184 chumbaram no teste à uniformidade do ingrediente activo, já que diferentes comprimidos continham diferentes quantidades de sivastina, ao mesmo tempo que o lote nº1005 produziu resultado negativo no ensaio de dissolução da substância, que não era libertada em quantidade e nos prazos estabelecidos. De acordo com o gabinete de assessoria da Anvisa, a sinvastatina é utilizada para reduzir os níveis plasmáticos elevados de colesterol total, LDL, apolipoproteína B e triglicerídeos, sendo igualmente indicada para reduzir o risco de morte por doença coronária, de enfarte do miocárdio não-fatal e de acidente vascular cerebral.
Carla Teixeira
Fonte: Anvisa, «Jornal A Cidade»
Novo medicamento reduz colesterol

Actuando de modo diverso da maioria dos compostos químicos actualmente existentes, que activam a recepção das hormonas tiróideas em todo o organismo, o medicamento concebido pela equipa da Metabasis Therapeutics – baptizado como MB07811 – actua de forma centralizada no fígado, revelando capacidade para diminuir tanto o colesterol como a hipertrigliceridémia (volume excessivo de triglicerídeos no sangue) e a gordura no fígado, situação que pode levar à formação de placas de gordura que se acumulam nas paredes das artérias, dificultando a circulação, e que está geralmente associada a um aumento das taxas de colesterol. Segundo os investigadores norte-americanos, os estudos que desenvolveram permitiram concluir que “a activação selectiva dos receptores das hormonas tiróideas no fígado podem fazer diminuir de forma significativa os índices de lípidos, sem causar efeitos secundários sistémicos indesejados”.
Aquelas hormonas são segregadas pela tiróide, que está localizada na região anterior do pescoço, e têm como função proceder ao controlo da velocidade metabólica, isto é, o ritmo a que ocorrem as funções químicas do organismo. Visam essencialmente fornecer um estímulo à generalidade dos tecidos do corpo humano no sentido da produção das proteínas e do aumento da quantidade de oxigénio que as células utilizam. Porque cabe àquele órgão a regulação de aspectos tão diversos do organismo humano como são a frequência cardíaca, a pressão arterial, o estado emocional do indivíduo, a temperatura, a função intestinal e o peso, qualquer eventual alteração ao funcionamento da glândula acaba por ter considerável impacto na qualidade de vida do doente.
Risco cardiovascular
O colesterol é um esterol (resulta da combinação de um esteróide e álcool). É um lípido presente nas membranas celulares de todos os tecidos humanos, e que é transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. Dele depende o saudável desenvolvimento das paredes das células, bem como o desempenho de algumas das suas funções mais importantes. Produzido pelo próprio organismo (no fígado) ou proveniente dos alimentos que são ingeridos e processados, é indispensável em certas quantidades, mas torna-se perigoso quando se acumula no sangue e nas paredes das artérias, formando placas que provocam o seu estreitamento e diminuem o afluxo de sangue ao coração, gerando um risco acrescido de ataque cardíaco e doenças cardiovasculares, primeira causa de morte na generalidade dos países desenvolvidos.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Prensa, Wikipédia, Pfizer, farmacia.com.pt
Brasil inaugura farmácia-escola em 2008
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no Brasil, anunciou a intenção de, em 2008, inaugurar uma estrutura inédita no atendimento e no aconselhamento farmacêutico, que poderá atender cerca de 10 mil pessoas por dia. Trata-se de uma farmácia-escola que está a ser construída no Campus I daquele estabelecimento de Ensino Superior, situado na localidade de Cabula, e que visa prestar esclarecimentos sobre a correcta utilização dos medicamentos, nomeadamente no caso dos manipulados e fitoterápicos.
Considerando que são comuns as dúvidas dos pacientes relativamente à melhor forma de consumo dos medicamentos, e tendo em conta que nem sempre os folhetos que os acompanham são suficientemente claros para os cidadãos menos versados na matéria, a Uneb pretende garantir a atenção necessária ao cabal esclarecimento desse público, salvaguardando que estará sempre disponível para os interessados um farmacêutico capacitado para os ajudar. Na farmácia-escola daquela universidade os doentes terão a possibilidade de optar também pela realização de tratamentos alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos.
Maria Edesina Aguiar, a farmacêutica que coordena o projecto, adiantou que a farmácia-escola disporá de um horto de plantas medicinais, que fornecerá a matéria-prima para a manipulação dos medicamentos fitoterápicos, além de um completo serviço de atenção farmacêutica, numa espécie de linha-directa com o doente, atendimento de enfermagem e um pequeno auditório destinado à realização de eventos científicos como seminários, palestras e outras acções. A unidade atenderá a comunidade interna da universidade e o público externo ao estabelecimento, e contará com a participação de profissionais e estudantes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, que fazem parte do Departamento de Ciências da Vida da Uneb.
Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Bahia»
sábado, 22 de setembro de 2007
HUC aplicam técnica pioneira de tratamento ao lacrimejar contínuo
A técnica consiste na dilatação do saco lacrimal pelo frio, recorrendo apenas a anestesia local e sem necessidade de internamento, e para já foi aplicada com sucesso em três pacientes, adiantou à Lusa o médico Vítor Carvalheiro, coordenador do sector de Angiografia de Intervenção do Serviço de Imagiologia dos HUC.
Cada intervenção demorou entre 30 a 40 minutos e os três pacientes eram todos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 35 e os 45 anos.
Nas intervenções participou o especialista espanhol Jose Martinez, iniciador da técnica a nível mundial, e ainda o Serviço de Oftalmologia dos HUC. Os médicos recorreram a “balões que trabalham por frio”, para “dilatar os sacos lacrimais”, de modo a que seja feita a “passagem das lágrimas para a nasofaringe (parte posterior do nariz)”, explica Carvalheiro.
A crioterapia dos sacos lacrimais tem vindo a ser utilizada em alguns países europeus, nomeadamente em Espanha, onde “já foram feitas cerca de 50 intervenções, sem complicações e sem recidivas”, e na Alemanha, com uma taxa de sucesso entre os 90 e os 95 por cento.
Portugal “será, provavelmente, o terceiro país” a aplicar este método de tratamento, adianta o médico. Até agora, estas patologias do saco lacrimal eram tratadas com “uma cirurgia bastante pesada” e uma prótese que, geralmente, originava problemas.
Os especialistas estimam que só na zona centro do pais existem entre 500 a mil pessoas que sofrem de patologias do saco lacrimal, causadas ou por infecções repetidas, ou por pedra no saco lacrimal, sendo que os HUC tem em lista de espera 40 pessoas, para tratamento.
Esta doença afecta principalmente pessoas jovens e é mais frequente entre as mulheres, causando grande mal-estar. Os custos do tratamento estão estimados em cerca de mil euros, o correspondente ao valor do material usado na intervenção.
Inês de Matos
Fontes: Sol, Diário de Coimbra
Rastreabilidade em nome da saúde pública
O Estatuto do Medicamento aprovado em Conselho de Ministros no dia 31 de Agosto de 2006, cuja novidades mais visíveis ao consumidor terão sido a inclusão nas embalagens de fármacos da sua indicação para uso em adultos e crianças e a menção em braille do seu nome, introduziu igualmente o conceito de “rastreabilidade”, medida que consiste no acompanhamento do medicamento desde que ele sai do laboratório até ao momento em que chega ao doente, com o objectivo de evitar o roubo, o contrabando e a falsificação, salvaguardando a saúde pública.
O conceito de rastreabilidade no circuito do medicamento tinha já merecido a atenção da classe no Congresso Nacional dos Farmacêuticos de 2003, realizado nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, subordinado à temática do «Conhecimento ao serviço da sociedade», tendo igualmente sido abordado no texto do Decreto-Lei nº92/2005, de 7 de Junho, que transpôs para a ordem jurídica nacional a Directiva Europeia 2003/94/CE, de 8 de Outubro, que estabelece princípios e directrizes das boas práticas de fabrico de medicamentos para uso humano e de medicamentos experimentais para uso humano. O circuito de veiculação e distribuição de fármacos levanta problemas muito mais sérios do que a colocação no mercado de qualquer outro tipo de produtos, uma vez que, além dos prejuízos decorrentes de qualquer falha no processo, há também a necessidade de levar em linha de conta a questão da saúde pública.
Medicamentos fabricados sem o devido controlo, comercializados de forma ilegal, sem a necessária autorização das autoridades competentes ou através da internet, falsificação de produtos farmacêuticos que acabam por não produzir o efeito desejado ou, nos casos mais graves, por se revelar perigosos para quem os consome, e os problemas relativos a patentes que com frequência opõem laboratórios, fazendo chegar aos tribunais litígios longos que se transformam em processos dispendiosos, são hoje situações comuns no sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, e tendo em conta os dados apurados num estudo da empresa de consultoria McKinsey, que em 2005 mostrou um nível alarmante de informalidade no sector do medicamento – 23 por cento dos impostos sonegados, 40 por cento da mão-de-obra utilizada de forma irregular e cerca de 27 por cento do volume de vendas de medicamentos feitas através da troca ilegal de produtos –, especialistas alertam para a necessidadde de se apostar na rastreabilidade daqueles produtos, desde que saem do laboratório em que foram produzidos até ao momento em que chegam às mãos dos doentes para serem consumidos.
Carla Teixeira
Fonte: Portal Fator Brasil, Agência Lusa, ARS/Algarve, Decreto-Lei nº92/2005
Merck abandona vacina contra a sida
A companhia farmacêutica alemã Merck Sharp & Dohme, uma das mais importantes em todo o mundo, optou pela suspensão dos testes a uma vacina experimental contra o HIV depois de uma comissão de especialistas que monitorizava aqueles ensaios ter chegado à conclusão de que a imunização não é eficaz no combate à sida. Em causa está o facto de a vacina não ter conseguido impedir que vários participantes voluntários neste estudo fossem infectados com a doença.
Ao cabo de 10 anos de investigação em torno daquele fármaco, desenvolvido a partir da associação de um vírus comum da gripe com cópias de três genes do HIV, e volvidos três anos sobre do arranque do programa internacional de vacinas (Step), que envolveu três mil voluntários, os especialistas recrutados pela multinacional alemã concluíram que não tinham fundamento as expectativas de que a exposição àquele conjunto de genes desencadeasse uma reacção do sistema imunitário dos pacientes, levando ao desejado reconhecimento e à posterior destruição das células contaminadas com o vírus causador da sida. Fonte do reputado laboratório alemão confirmou que, no grupo de 741 pessoas que voluntariamente participaram neste estudo e receberam a imunização – indivíduos homossexuais e prostitutas entre os 18 e os 45 anos de idade, seronegativos e em risco de contrair a doença –, 24 acabaram por ser infectados, enquanto no grupo de controlo da experiência, formado por 762 voluntários que receberam um placebo, 21 contraíram o HIV.
Carla Teixeira
Fonte: BBC Brasil
EMEA recomenda aprovação do Tasigna da Novartis
O Tasigna funciona em cerca de metade dos pacientes que desenvolveram uma resistência ao Glivec, o fármaco líder no mercado para o tipo mais comum de leucemia mielóide crónica, e que atingiu, no ano passado, vendas mundiais na ordem dos 2,6 mil milhões de dólares, tornando-se assim o segundo fármaco mais vendido da Novartis. A Novartis espera que o Tasigna possa eventualmente substituir o Glivec, e planeia testar a sua eficácia e segurança em pacientes que ainda não foram submetidos ao tratamento com o Glivec.
A caminhada do Tasigna para a comercialização tem sido rápida, uma vez que a equipa de cientistas da Novartis só criaram o fármaco em Agosto de 2002, apenas um ano após o lançamento do Glivec. O Tasigna ganhou a sua primeira aprovação na Suiça, em Julho, e é esperada uma decisão das autoridades reguladoras dos Estados Unidos para o final do ano. A aprovação no Japão também está pendente.
As recomendações relativas à aprovação de comercialização, emitidas pelo Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMEA, são normalmente confirmadas pela Comissão Europeia alguns meses depois.
O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.
A LMC, provocada pela superprodução de glóbulos brancos imaturos, é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.
Tanto o Glivec como o Tasigna irão competir com o Sprycel, fármaco desenvolvido pela Bristol-Myers Squibb Co., que foi lançado na Europa e nos Estados Unidos no ano passado.
Isabel Marques
Aborto com medicamentos arranca já na próxima semana
Até ao final do ano será possível realizar uma interrupção voluntária da gravidez, com recurso a medicamentos, em quatro centros de saúde nacionais. Em declarações ao Diário de Noticias, Paulo Sarmento, coordenador da área de saúde materna da Administração Regional de Saúde do Norte, garantiu esta sexta-feira, que o programa começa já na próxima semana, em Viana do Castelo.
De acordo com o responsável, "em Viana do Castelo, a consulta vai começar no início de Outubro e seguir-se-ão, até ao final do ano, os centros de saúde de Penafiel, Paredes e Amarante". Sarmento adianta ainda que o processo devia já ter começado no passado dia 15, no entanto, “gerou-se algum atraso no processo de articulação entre o centro de saúde e o hospital de Viana".
A escolha da unidade de Viana para lançar o programa deveu-se à "grande proximidade" do Centro Hospitalar do Alto-Minho, que permite a realização da indispensável ecografia, sem obrigar a paciente a grandes deslocações e garantindo uma intervenção imediata caso se registe qualquer complicação na IVG, informou o coordenador, adiantando ainda que um grupo constituído por dois médicos, dois enfermeiros e ainda uma assistente social e uma psicóloga, receberam já a devida formação nesta matéria.
"Nos hospitais, a experiência que temos é que em mais de 95% dos casos a IVG faz-se desta forma, quimicamente", explica Paulo Sarmento. Depois de realizada a IVG, a mulher volta a ser consultada após 15 dias, para confirmar se a interrupção correu normalmente.
Nestes casos não é necessário o internamento da mulher, "quanto muito, será acompanhada durante a manhã em que toma os comprimidos", sublinha o responsável, e o processo fica concluído em apenas uma semana.
O alargamento das consultas de IVG aos centros de saúde deve-se ao factor de proximidade ao médico de família, pois como refere Paulo Sarmento, "nos meios pouco urbanos, este clínico conhece muito bem a situação do agregado familiar e pode estar numa situação, se for o caso, de conversar abertamente com a mulher e sobre as suas opções. Mas pode sempre recorrer ao hospital, se quiser".
Para o inicio do próximo ano esta marcada uma "avaliação no terreno", de forma a definir o alargamento destas consultas a outros centros de saúde do País.
Inês de Matos
Fonte: Diário de Noticias
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Tratamento com nimesulida não deve exceder os 15 dias
Preocupada com os riscos de problemas hepáticos, a Agência Europeia do Medicamento recomendou que a toma de fármacos anti-inflamatórios com nimesulida, usados no tratamento de dores agudas, não deve exceder os 15 dias, informou hoje a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
Apesar da recomendação, esta autoridade reitera a confiança na nimesulida. De acordo com uma circular informativa do Infarmed, a Agência Europeia do Medicamento, após ter "finalizado a revisão da segurança hepática das formulações sistémicas" dos fármacos que contêm esta substância, concluiu "que os benefícios destes medicamentos são superiores aos riscos".
A comercialização de medicamentos com nimesulida foi suspensa pela Agência do Medicamento Irlandesa em Maio de 2007, devido à notificação de casos de complicações hepáticas neste país. Após a Agência Irlandesa ter notificado a EMEA, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) iniciou uma avaliação da segurança hepática destes medicamentos, vindo agora a concluir que não se justifica que o medicamento seja suspenso na Europa.
Os medicamentos com nimesulida "em formulações sistémicas" estão aprovados em vários Estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal, sendo utilizados no tratamento da dor aguda, das doenças articulares como a osteoartrose dolorosa e da dismenorreia primária (dores menstruais).
De forma a evitar possíveis riscos hepáticos, derivados de um tratamento muito prolongado, o CHMO achou por bem recomendar um limite de 15 dias de tratamento, pelo que "todas as embalagens contendo mais de 30 doses (comprimidos ou saquetas) devem ser retiradas do mercado", acrescenta o Infarmed. Os médicos são ainda aconselhados a terem em consideração "a avaliação global dos riscos individuais do doente" quando prescreverem a nimesulida.
Para garantir o cumprimento destas recomendações, o Comité considera "ser necessário proceder à alteração das autorizações de comercialização" dos fármacos, "modificando a informação disponibilizada aos médicos e doentes".
Em Portugal, os fármacos com nimesulida foram aprovados em 1985 e a sua comercialização está sujeita a receita médica. Por serem utilizados no tratamento da dor aguda, são um dos cinco anti-inflamatórios, para doenças reumáticas, mais vendidos no país.
Esta não foi a primeira vez que esta substância é posta em causa, já antes o Infarmed tinha emitido duas circulares informativas sobre a suspensão da comercialização dos medicamentos com nimesulida na Filândia e em Espanha, com base na notificação de reacções hepáticas adversas.
Nesta altura, o Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento chegou mesmo a recomendar uma série de restrições ao uso da nimesulida, nomeadamente a redução da dose diária e sua a limitação ao tratamento da dor aguda.
A Comissão Europeia deverá agora tomar uma decisão acerca destes medicamentos, decisão esta que será vinculativa para todos os estados membros.
Inês de Matos
Fontes: Infarmed, Lusa
Fármaco para sarcoma dos tecidos moles aprovado na Europa
Esta autorização, por parte da CE, acontece dois meses após um comité da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) ter recomendado a aprovação para a utilização do Yondelis, primeiro fármaco de origem marinha de investigação espanhola. Para Luís Mora, subdirector general da PharmaMar, esta autorização irá permitir à companhia chegar aos pacientes europeus com sarcoma a partir deste Outono, quando forem concluídas as negociações com as autoridades de saúde de cada país. Há três décadas que não aparecia qualquer terapia nova para o tratamento deste tipo de sarcoma.
A PharmaMar prevê que a comercialização se inicie no Reino Unido e na Alemanha, onde não é necessária a negociação do preço com as autoridades. Segundo o director de marketing e vendas da companhia, Alfonso Casal, nos restantes países as respectivas autorizações e os preços irão sendo negociados com os sistemas de saúde. Desta forma, a companhia espera cobrir 75 por cento do mercado potencial do Yondelis nos primeiros 12 meses desde a obtenção da autorização da CE.
Para os grandes mercados da Europa Ocidental, a PharmaMar irá ter uma rede de vendas própria estabelecida em colaboração com a Innovex. No restante território europeu, já foram assinados acordos de promoção e distribuição comercial com a Swedish Orphan International para os Países Nórdicos e no sul da Europa com a Genesis Pharma para a Grécia e Chipre.
O sarcoma dos tecidos moles é um tipo de cancro que afecta os músculos, ossos e tecidos dos vasos sanguíneos, que se comporta de forma muito agressiva e tem um prognóstico fatal se não for detectado a tempo.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.pharmatimes.com
Benefícios da nimesulida superam riscos
A utilização de medicamentos com nimesulida tem mais benefícios do que riscos, anunciou esta sexta-feira a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). A conclusão é da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) que já terminou a revisão de segurança hepática das formulações sistémicas dos referidos fármacos.
Ainda assim, uma circular informativa emitida pelo Conselho Directivo do Infarmed refere que é necessário conferir alguns limites à duração de utilização da substância e restringir a sua aplicação de forma a minimizar os riscos para o doente.
A Agência do Medicamento Irlandesa suspendeu, no dia 15 de Maio de 2007, a autorização de comercialização dos medicamentos com nimesulida devido ao risco de ocorrência de reacções hepáticas adversas associadas à toma dos mesmos. Na sequência de uma notificação enviada à EMEA pelas autoridades irlandesas, o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano (CHMP) iniciou, em Junho de 2007, uma avaliação da segurança hepática destes medicamentos com o objectivo avaliar se as acções regulamentares desencadeadas pela Irlanda deveriam ser implementadas ao nível da União Europeia.
Depois de avaliar as evidências científicas actualmente disponíveis, o CHMP “concluiu que não se justifica que o medicamento seja suspenso na Europa”, refere o comunicado emitido pelo Infarmed. No entanto, o painel de especialistas considera ser necessária uma alteração às autorizações de comercialização destes medicamentos, modificando a informação disponibilizada aos médicos e doentes com o objectivo de minimizar o risco de hepatotoxicidade.
A recomendação do CHMP, divulgada pelo Infarmed, salienta que o tratamento “deve ser limitado a um período máximo de 15 dias”. Nesse sentido, todas as embalagens contendo mais de 30 doses (comprimidos ou saquetas) devem ser retiradas do mercado, informa a autoridade reguladora do sector. Para além disso, antes de procederem à prescrição de fármacos com nimesulida, os médicos devem ter em consideração a avaliação global dos riscos individuais do doente.
Os medicamentos com nimesulida em formulações sistémicas encontram-se aprovados em vários Estados membros da União Europeia no tratamento da dor aguda, tratamento sintomático da osteoartrose dolorosa e dismenorreia primária.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.
Exelixis e Bristol-Myers Squibb prolongam parceria
A parceria, iniciada em 2005, concentra-se no desenvolvimento de novas terapias para problemas cardiovasculares e metabólicos e foi agora prorrogada até ao dia 12 de Janeiro de 2009.
A Bristol-Myers Squibb reserva o direito de opção para estender a colaboração por mais um ano após a data estabelecida para o final da mesma.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, CNN Money, Forbes.
Inquérito revela desconhecimento dos norte-americanos face ao papel da FDA
Os norte-americanos estão confusos acerca do papel governamental na supervisão da segurança dos medicamentos. Um inquérito do Centro de Estudos Presidenciais e Congressionais da Universidade Americana, financiado por donativos da Pfizer, indica que muitos dos questionados não compreendem a forma como a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) aprova os medicamentos e metade dos inquiridos classificam o desempenho da FDA como fraco.
“O povo americano considera que os cuidados de saúde são, depois da guerra, o assunto mais importante que, tanto eles, como os candidatos às presidenciais de 2008, terão que enfrentar”, salientou James Thurber, director do Centro de Estudos Presidenciais e Congressionais da Universidade Americana. “Os americanos sentem que a segurança dos medicamentos está relacionada com os cuidados de saúde e estão preocupados com isso”, acrescentou.
As apreensões dos cidadãos parecem estar a reflectir-se nas acções do Congresso. Esta quarta-feira a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou a Lei de Revitalização da FDA, regulamento que concede à entidade reguladora mais dinheiro e poder para assegurar a segurança do fornecimento de medicamentos no país. A proposta de lei deverá ser aprovada pelo Senado na próxima semana, sendo que deverá receber a assinatura do presidente George Bush até sexta-feira.
Enquanto isso não acontece, os norte-americanos mantêm uma atitude de descrédito e incerteza acerca da segurança dos medicamentos e da capacidade da FDA para manter fora do mercado os medicamentos inseguros. As respostas dos inquiridos indicam isso mesmo:
- 64 por cento acreditam que o sistema de saúde dos EUA está “falido”;
- 88 por cento estão confiantes de que as prescrições de fármacos nos EUA são seguras;
- 56 por cento acreditam que os medicamentos produzidos no Canadá e na Europa são seguros;
- 14 por cento acreditam que os fármacos produzidos na China e Índia são seguros;
- 82 por cento confiam na FDA para fiscalizar a prescrição de medicamentos;
- 74 por cento confiam nos grupos apoiados por pacientes;
- 67 por cento confiam nas empresas farmacêuticas;
- 53 por cento confiam no Congresso;
- 53 por cento avaliam como bom ou excelente o trabalho da FDA;
- 43 por dento consideram que o desempenho da FDA é fraco, sendo que os inquiridos na faixa etária entre os 18 e os 34 anos são mais positivos quanto à performance da entidade reguladora do que as pessoas na categoria sénior;
- Apenas 87 por cento já viu, leu ou ouviu falar acerca da Lei de Revitalização da FDA;
- 47 por cento consideram que as avaliações de novos fármacos devem ser pagos pela indústria farmacêutica e 46 por cento são contra essa ideia;
- Apenas 54 por cento tinham conhecimento de que a FDA aprovou todos os medicamentos prescritos;
- 37 por cento pensavam que a FDA aprovava apenas alguns medicamentos;
- 54 por cento referiram que o Governo financia a FDA;
- 20 por cento acreditam que o financiamento vem das farmacêuticas e 17 por cento acredita que ambos são responsáveis pelo financiamento;
- 43 por cento acreditam que os lucros da indústria são o principal factor que influencia os custos dos medicamentos;
- 28 por cento responderam que os preços dos fármacos estão mais dependentes dos custos da publicidade;
- Apenas 25 por cento referiram os custos com investigação;
- 72 por cento consideram que a segurança é mais importante do que uma rápida aprovação;
- 23 por cento consideram que os medicamentos devem ser aprovados o mais rapidamente possível.
De acordo com Thurber, este é um retrato esclarecedor da falta de informação ou da confusão gerada em torno das funções da FDA, pelo que a entidade reguladora deve apostar mais na transparência no que diz respeito às suas descobertas e considerações.
Para este responsável, casos como o do Vioxx (Rofecoxib), retirado do mercado por estar relacionado a problemas cardíacos, prejudicam seriamente a credibilidade da FDA e provocaram preocupações nas pessoas relativamente aos medicamentos prescritos.
Há, no entanto, quem defenda que o inquérito não aprofundou as questões que realmente precisam de ser colocadas. “Em vez de se concentrar em perceber se a segurança dos medicamentos é importante, seria muito mais interessante perguntar ao povo americano se estariam dispostos a realizar alterações no desenvolvimento e disponibilização de terapias inovadoras e que poderão salvar vidas de forma a melhorarmos o nosso desempenho ao nível da segurança”, afirmou Mark Fendrick, professor de gestão e políticas de saúde na Universidade do Michigan. Segundo o especialista, “esta é a verdadeira questão que precisa de ser colocada e parece que muitos dos questionários à opinião pública não estão dispostos a ir tão longe”.
As conclusões do inquérito basearam-se numa consulta a 800 norte-americanos adultos. O questionário foi realizado pelo “Mellman Group and Public Opinion Strategies” entre os dias 4 e 6 de Setembro de 2007 e tem uma margem de erro de 3,46 por cento.
Marta Bilro
Fonte: Forbes, Pharmalot.
Curso de Farmácia com propina mais baixa
A licenciatura em Farmácia da Universidade Clássica de Lisboa é a única no panorama do Ensino Superior nacional a contrariar a tendência de subida das propinas, que todas as universidades e todos os cursos à excepção daquele protagonizaram, aproximando-se do valor máximo permitido em Portugal, que ultrapassa os 900 euros por ano.
No curso de Farmácia da Clássica a descida foi de 2,13 por cento, o que equivale a uma poupança anual de 20 euros por aluno. Em grande parte das universidades do país (18) as propinas relativas ao ano lectivo 2007-2008, que agora arranca, serão tabeladas pelo valor máximo permitido legalmente, que actualmente ascende aos 949 euros. Em alguns estabelecimentos de Ensino Superior os aumentos anunciados atingiram 22,81 pontos percentuais. Ao contrário do que a lei prevê, muitas universidades vão cobrar montantes idênticos a todos os alunos, em todos os cursos, abolindo, por exemplo, a diferenciação normalmente existente entre os cursos de Letras e de Medicina.
Carla Teixeira
Fonte: RFM, PortugalDiário, RTP
CHMP recomenda aprovação do Torisel e rejeita Mylotarg
De acordo com o laboratório norte-americano, a aprovação efectiva do medicamento é esperada já em Novembro. Robert Ruffalo, presidente da Wyeth Research, faz questão de salientar que o parecer do CHMP “sublinha a importância do Torisel, um inibidor do alvo mTOR (inibidor do alvo da rapamicina) que demonstrou prolongar a sobrevivência total mediana em pacientes com cancro renal avançado quando comparado com o interferão alfa”. O medicamento está disponível nos Estados Unidos da América desde Maio de 2007, altura em que recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos.
No entanto, uma outra avaliação do CHMP vem trazer preocupações à Wyeth. O painel de especialistas emitiu um parecer negativo para o Mylotarg, destinado ao tratamento de alguns doentes com leucemia mielóide crónica. O comité resolveu não recomendar a aprovação do fármaco visto que, entre os doentes que participaram nos três ensaios clínicos principais que envolveram o medicamento, apenas um pequeno número entrou em remissão total. Para além disso, não existem dados que comparem a eficácia do composto com outros produtos.
Ainda assim a farmacêutica não vai baixar os braços e disse já ter planos para requerer uma reavaliação desta opinião negativa. “Acreditamos que o Mylotarg é um tratamento importante para a leucemia mielóide crónica e vamos continuar a trabalhar com o CHMP para esclareces as preocupações do comité e encontrar uma forma de seguir em frente”, afirmou Ruffalo.
Marta Bilro
Fonte: Pharma Times, CNN Money.
Médicos dos HUC aplicam crioterapia no tratamento do lacrimejar contínuo
O Serviço de Angiografia de Intervenção dos Hospitais da Universidade de Coimbra aplica esta sexta-feira, pela primeira vez, uma terapia de baixas temperaturas para tratar o lacrimejar contínuo. O método, que é já utilizado em Espanha e na Alemanha, apresenta taxas de sucesso acima dos 90 por cento.
A epífora, doença caracterizada pelo lacrimejar contínuo, decorrente de produção excessiva de lágrimas ou da obstrução dos canais lacrimais, pode ter origem em infecções repetidas, ou numa pedra no saco lacrimal. Atém ao momento, a solução para o problema residia na realização de uma cirurgia, porém o resultado era “pouco positivo e com algum aparato”, refere coordenador da área de Angiografia de Intervenção dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), Vitor Carvalheiro.
Com o auxílio de um colega espanhol, especialista em radiologia de intervenção, Vitor Carvalheiro, vai proceder à aplicação da nova técnica em Portugal, que consiste no emprego terapêutico das baixas temperaturas (crioterapia). O doente recebe uma anestesia local e, através de “balões que trabalham por ar frio”, os médicos conseguem dilatar os sacos lacrimais, de modo a que seja feita a “passagem [das lágrimas] para a nasofaringe (parte posterior do nariz)”, explicou Vitor Carvalheiro citado pelo Diário de Coimbra.
Na área há 22 anos, o especialista considera que os dados relativos à taxa de sucesso do procedimento, que se encontram entre os 90 e os 95 por cento, “são altamente animadores”. A intervenção demora em média 30 a 40 minutos e permite aliviar o dia-a-dia dos pacientes constantemente sujeitos a olhos congestionados, remelas e lágrimas sem motivo.
A crioterapia consiste no emprego terapêutico das baixas temperaturas, sob a forma de duches ou de banhos frios, de aplicações locais de gelo, de neve carbónica ou de cloreto de etilo. A técnica tem várias indicações terapêuticas, como é o caso das artérias da perna ou das vias biliares, referiu o responsável.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Coimbra, Médicos de Portugal.
China aperta o cerco à segurança de medicamentos
Se forem aprovadas, as novas regulamentações serão as primeiras a englobar a reintrodução de fármacos no mercado e concedem à Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA) um significativo aumento de poder.
“Os produtores devem assumir maiores responsabilidades na segurança dos medicamentos”, refere um rascunho do regulamento publicado no portal da SFDA, solicitando opiniões acerca do mesmo.
A regulamentação proposta pela autoridade reguladora do sector pretende forçar os produtores de medicamentos na China a solicitarem recolhas voluntárias de medicamentos, algo que raramente acontece.
De acordo com o documento, a SFDA e as suas delegações provinciais têm autoridade para ordenar a recolha de um fármaco caso as empresas não o façam. Posteriormente, as farmacêuticas têm o prazo de um dia para pedir a retirada do produto depois de receberam uma notificação do Governo dando conta que o medicamento é suspeito de causar “sérios danos à saúde ou morte”, e três dias se o produto for apenas suspeito de causar perigo para a saúde, refere o esboço da proposta.
O incumprimento das normas coloca as farmacêuticas em risco de pagarem multas que podem atingir valores três vezes superiores ao preço dos medicamentos envolvidos. Para além disso, caso não cumpram a recolha do fármaco, ficam sujeitas a uma possível revogação das suas licenças.
Marta Bilro
Fonte: International Herald Tribune, biopharma-reporter.com.
Comissão Técnica de Vacinação discute vacina do cancro do colo do útero
"O processo está a evoluir, temos cada vez mais dados, mas ainda não existe um parecer técnico definido", revelou a sub-directora-geral da Saúde, Graça Freitas, em declarações são Diário de Notícias. É possível, adiantou a responsável, que desta reunião ainda não saia uma resolução final sobre os moldes da comparticipação do Sistema Nacional de Saúde.
Em Junho, o Partido Socialista inviabilizou, no Parlamento, uma proposta do Partido Ecologista "Os Verdes" para a que fosse recomendado ao Governo a inclusão da vacina contra o colo do útero no Programa Nacional de Vacinação argumentando que faltava “ainda muita informação científica”. Mais recentemente, as últimas declarações do ministro, na Comissão Parlamentar de Saúde, indicavam que o Governo está a estudar a viabilidade de contemplar já no Orçamento de Estado de 2008, a comparticipação para a vacina.
Por sua vez, em Espanha o preço que o Governo vai pagar por cada uma das três doses da vacina foi fixado nos 104 euros, o mais barato de toda a Europa de acordo com a Comisíon Interministerial de Precios.
O Gardasil, vacina contra o papilomavírus humano (HPV), previne o cancro do colo do útero e outras doenças provocadas pelo HPV, nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos: 06, 11, 16 e 18. Comercializada em Portugal pela Sanofi Pasteur MSD, a vacina esta disponível no mercado nacional desde Janeiro e custa 481,35 euros (três doses, a um custo de 160,45 euros cada).
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, Farmacia.com.pt.
Anti-inflamatórios prejudicam saúde dos portugueses
A elevada toxicidade dos medicamentos anti-inflamatórios, que os portugueses tendem a utilizar de modo abusivo, muitas vezes em regime de automedicação, estão a pôr em risco a saúde de 350 mil pessoas, 20 mil dos quais de forma muito grave. Quem o diz é o gastrenterologista Guilherme Macedo, que ao jornal «Destak» salienta, entre os efeitos perniciosos daqueles fármacos, a existência de lesões como hemorragias e perfurações do tecido gástrico. Em causa está, na maior parte dos casos, o desrespeito dos doentes pelas indicações médicas.
De acordo com aquele especialista, “dos mais de um milhão de portugueses a quem são prescritos anti-inflamatórios, um terço (aproximadamente 330 mil) acaba geralmente por contrair lesões endoscópicas no aparelho digestivo”, que em cerca de dois por cento dos casos (20 mil pacientes) evoluem para lesões mais graves, que quase sempre motivam a realização de intervenções cirúrgicas de emergência. “A grande toxicidade dos AINES, mesmo quando são tomados em doses terapêuticas, prende-se com este tipo de lesões, no estômago e no duodeno”, que todos os anos afectam 350 mil portugueses, explicou o especialista, que falava ao jornal gratuito no âmbito de uma conferência sobre aqueles medicamentos, agendada para este sábado em Torres Vedras, que deverá contar com a presença daquele e de outros peritos na matéria.
Guilherme Macedo aponta a automedicação e a consequente banalização do consumo de AINES como razões para este cenário, mas frisa que também o incumprimento das regras indicadas pelos médicos para a sua administração, designadamente no que toca à toma dos protectores gástricos prescritos, está na base dos problemas detectados nos consultórios. A tendência para o exagero na ingestão daquele tipo de medicamentos, e o facto de muitos doentes os tomarem “por tudo e por nada”, fazem com que os cidadãos portugueses consumam actualmente mais do dobro dos anti-inflamatórios consumidos pela generalidade dos cidadãos europeus. Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, ascende a mais de 800 mil o número de portugueses que diariamente ingerem AINES, entre os quais constarão cerca de 228 mil que o farão sem estarem munidos da necessária receita médica.
Segundo disse na altura Hermano Gouveia, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia, “em Portugal banaliza-se demasiado o consumo” dos AINES “e as pessoas devem ser alertadas para os riscos”, uma vez que “50 por cento dos pacientes que tomam anti-inflamatórios têm queixas digestivas e 10 por cento úlceras”. O consumo desregrado daqueles fármacos pode mesmo, em situações-limite, causar a morte, já que os riscos da sua administração aumentam consideravelmente quando a mesma é feita sem a necessária supervisão de um clínico especialista. Os anti-inflamatórios são, por vários motivos, contra-indicados em doentes com úlcera péptica activa. A sua prescrição a doentes que tenham histórias de úlcera ou hemorragias digestivas exige precauções adicionais, salientam os médicos.
De acordo com o «Prontuário» da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), os AINES “têm múltiplos mecanismos de acção, além da inibição da síntese de prostaglandinas, que contribuem seguramente para o efeito terapêutico, e eventualmente para o seu perfil de efeitos indesejáveis. Entre estas acções incluem-se a interferência com a adesão dos neutrófilos às células endoteliais, com a activação dos neutrófilos, com a diminuição da expressão de moléculas sinalizadoras dos locais de migração leucocitária, com a prevenção da expressão da sintetase induzível do monóxido de azoto e com a facilitação da apoptose”. A sua acção principal, contudo, é a que resulta da inibição da síntese das prostaglandinas, também responsável por efeitos indesejáveis, fundamentalmente gastrintestinais e renais, atesta a entidade reguladora do sector farmacológico em Portugal.
Carla Teixeira
Fonte: Destak, Infarmed, farmacia.com.pt
Incrementha prepara primeiros lançamentos
Um analgésico produzido por nanotecnologia, um anti-inflamatório e um colírio à base de insulina deverão constituir, em 2008, os primeiros lançamentos da Incrementha PD&I, uma joint-venture para a área da investigação e desenvolvimento de medicamentos que foi formada há cerca de dois anos e que congrega os laboratórios brasileiros Eurofarma e Biolab Sanus Farmacêutica.
De acordo com o jornal brasileiro «Gazeta Mercantil», citado pelo site Guia da Farmácia, o director do consórcio farmacêutico informou que a fusão das duas empresas permitiu a melhoria dos indicadores em termos de vendas, com um resultado de 1,3 mil milhões de reais em 2006. Mário Tadeu Souto referiu igualmente que, para o primeiro ano depois do lançamento dos primeiros fármacos da Incrementha, estima um nível de facturamento de cerca de 20 milhões de reais. A Incrementha foi constituída dando seguimento a uma decisão estratégica das duas indústrias farmacêuticas brasileiras, que uniram esforços no sentido da realização de projectos de investigação e desenvolvimento, mediante uma terceira empresa independente, com uma esquema estrutural e administrativo próprio, que se dedica em exclusivo à avaliação e ao desenvolvimento de novos produtos e de novas tecnologias. Tem como missão a transformação de ideias inovadoras em bens ou plataformas tecnológicas viáveis do ponto de vista técnico e comercial.
Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta Mercantil», Guia da Farmácia, Incrementha
Biólogos descodificam código genético do parasita responsável pela elefantíase
A elefantíase, também conhecida como filaríase linfática, é originada pelas larvas das filárias, transmitidas ao ser humano através da picada de um mosquito. Estas larvas vão alojar-se no sistema linfático, provocando graves lesões renais devido à obstrução deste sistema.
Os biólogos do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), nos EUA, sequenciaram a maioria do genoma do Malayi Brugia, um dos parasitas nematódios responsáveis pelo desenvolvimento da doença.
De acordo com Elodie Ghedin, um dos biólogos responsáveis pela descoberta, ”ter uma completa impressão digital genética dá-nos uma melhor compreensão de que genes são importantes para os diferentes processos da doença, de forma que possamos atingi-los mais especificamente”.
O Malayi Brugia tem um ciclo de vida complexo que envolve outros dois anfitriões cujos genomas são já conhecidos, o que permite aos investigadores avançar na procura de novas formas de controlo da doença.
Estas larvas das filarias podem viver dentro do corpo humano durante anos e causar severas e debilitantes doenças como a elefantíase. Segundo Anthony S. Fauci, director do NIAID, “as doenças causadas pelos vermes filários são tratáveis, mas os tratamentos correntes foram descobertos há décadas”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, actualmente, mais de 40 milhões de pessoas no mundo estejam incapacitadas e desfiguradas devido à elefantíase e mais de 150 milhões são atingidas por parasitas filários.
Inês de Matos
Fontes: Sol, www.msd.pt
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
FDA emite relatório sobre reacções adversas do Exjade
A FDA declarou ter recebido 115 relatórios de reacções adversas suspeitas associadas com a utilização do Exjade (deferasirox), entre Novembro de 2005 e Junho de 2006, incluindo 17 mortes. Contudo, na revisão de segurança pós-comercialização, a FDA declarou que, relativamente a consequências fatais, em muitos casos, a causa de morte relatada estava relacionada com complicações ou com a progressão da doença.
Entre as reacções adversas, a FDA revelou que 108 eram graves, e que 74 requeriam hospitalização. 24 eram relativas a eventos hepáticos, incluindo três casos de falha hepática em pacientes com um historial médico de problemas de fígado. Outros 16 casos eram eventos renais, enquanto 15 eram eventos hematológicos. A FDA sublinhou que estão em progresso estudos adicionais para determinar os benefícios e riscos, a longo prazo, do fármaco.
Em Maio, a Novartis actualizou a rotulagem do Exjade para alertar para os relatos pós-comercialização relativos a falhas renais agudas, algumas com desfechos fatais, tal como noticiou o farmacia.com.pt, no dia 23 de Maio.
O Exjade foi aprovado em Novembro de 2005 nos Estados Unidos e em Agosto de 2006 em Portugal. O fármaco, utilizado tanto em crianças como em adultos, atingiu vendas de 150 milhões de dólares nos primeiros sete a oito meses no mercado.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, The Wall Street Journal, farmacia.com.pt
Portugal realizou mais de 1400 abortos desde a aplicação da lei
A lei do aborto entrou em vigor em 15 de Julho deste ano, respeitando assim a vontade popular que decidiu a favor da interrupção voluntária da gravidez no referendo de Fevereiro.
Segundo Jorge Branco, o maior número de abortos verificou-se na faixa etária dos 20 aos 35 anos, com um total de 947 interrupções de gravidez notificadas, ao passo que em mulheres com mais de 40 anos o número de IVG se situou nos 113. As adolescentes, por sua vez, representaram apenas 0,34 por cento dos abortos realizados, com um total de cinco interrupções.
Lisboa e Vale do Tejo foi a região do pais onde se registaram mais interrupções da gravidez, com 56 por cento do total.
Para o responsável, os números não são preocupantes, ao contrário do que inicialmente se especulou, uma vez que no total o número de IVG realizadas no país não deverá ser superior às 900 por mês.
Apesar do optimismo dos números, Jorge Branco, alerta para o facto de não ser ainda possível traçar o perfil da mulher que pratica um aborto, o que só deverá ocorrer quando tiverem passados seis meses da entrada em vigor da lei.
Inês de Matos
Fonte: Sol
Merck KGaA planeia aquisições para aumentar lucros até 2010
O presidente da Merck KGaA, Karl-Ludwig Kley, em entrevista ao Financial Times, adiantou que os potenciais acordos irão primeiramente apontar para as divisões de ciências da vida e saúde do consumidor. Para Kley, a Merck tem de chegar às massas criticas, tem de impulsionar as marcas da companhia, tendo em vista o crescimento.
Kley acrescentou ainda que não faz parte dos planos vender qualquer uma das quatro divisões da companhia. A Merck irá assim continuar a ser uma companhia diversificada integrada, que combina tanto operações farmacêuticas como químicas.
Em relação à estratégia de aquisições, o analista da Merck Finck & Co, Carsten Kunold, declarou que esta situação não representa uma grande mudança estratégica, mas que é mais uma forma de preencher algumas lacunas.
No que se refere ao Erbitux, fármaco oncológico que a companhia desenvolveu com a ImClone Systems Inc. e que comercializa fora da América do Norte, o presidente da Merck espera que eventualmente consiga gerar mais de mil milhões de dólares em vendas anuais. O Erbitux trouxe à companhia lucros na ordem dos 337 milhões no ano passado.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, CNN Money
EMEA recomenda levantamento da suspensão do Viracept
A Autorização de Introdução no Mercado (AIM) do medicamento estava suspensa desde o dia 6 de Agosto de 2007, depois de ter sido detectada, em alguns lotes do fármaco, a presença de mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular.
De acordo com uma nota informativa divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA terá realizado uma inspecção no local de fabrico do medicamento, durante a qual foram verificadas as medidas preventivas levadas a cabo pela farmacêutica suíça para corrigir a situação.
Estes procedimentos terão permitido confirmar que “a causa da contaminação foi eliminada e que a futura produção de Viracept será feita de acordo com os parâmetros de qualidade estabelecidos”, refere o Infarmed.
Na sequência destes acontecimentos, o comité de especialistas europeus resolveu emitir uma recomendação dirigida à Comissão Europeia (CM) no sentido de ser levantada a suspensão da AIM do Viracept. O fornecimento do fármaco deverá ser retomado logo que a CE faça uma divulgação formal da decisão.
Tal como tinha sido noticiado pelo Farmacia.com.pt, no início do mês de Agosto a Roche disse estar a trabalhar de perto com os responsáveis europeus para resolver o problema que deu origem à suspensão da autorização de comercialização do medicamento e afirmou ter intenções de voltar a comercializar o fármaco em Setembro ou Outubro.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed.
Portugal participa em projecto para combater distúrbios alimentares
Portugal está a participar num projecto inovador que consiste em desenvolver um tratamento personalizado para as mulheres com distúrbios alimentares. O INTACT – “Individually Tailored Stepped Care for Women with Eating Disorders” conta com a participação de outros sete países europeus e é financiado pela União Europeia.
Em Portugal, a elaboração do INTACT está a cargo da Universidade do Minho. Entre Abril, data em que teve inicio o projecto, e 2011, altura em que termina, aquela instituição deverá “avaliar factores de risco” inerentes às doenças relacionadas com distúrbios alimentares, designadamente a anorexia e a bulimia nervosas, afirmou Paulo Macedo, coordenador do Centro de Investigação em Psicologia daquela universidade.
O objectivo é “investigar e desenvolver estratégias inovadoras para optimizar a prevenção e o tratamento dos distúrbios alimentares”, avançou a coordenadora deste programa, Stephanie Bauer, em declarações à agência Lusa.
“Cada país desenvolverá o seu projecto de acordo com as suas características e os seus pacientes, mas o objectivo é o mesmo, que é melhorar a qualidade dos tratamentos e reduzir o número de casos de doentes com anorexia e/ou bulimia”, explicou a responsável.
Para Paulo Macedo esta é um projecto “ambicioso”, uma vez que, no final, se pretende perceber “o que leva as pessoas a desenvolver distúrbios alimentares, que tipo de tratamento necessitam e como conseguem manter-se saudáveis”.
Sob o lema “Getting ill, getting well and staying well” (ficar doente, ficar bem e manter-se bem), a iniciativa dá especial importância ao pós-tratamento, para que as mulheres não sofram qualquer recaída.
Para além de Portugal, estão também envolvidos no programa a República Checa, a Holanda, a França, a Inglaterra, a Hungria, a Suíça e a Alemanha. O INTACT deverá ser apresentado esta sexta-feira, no dia em que se encerra o Congresso Europeu de Distúrbios Alimentares, actualmente a decorrer na Alfândega do Porto.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Ciência Hoje.
Insulina biotecnológica aprovada na Europa para idosos
De acordo com a nova aprovação, a insulina NovoRapid, também conhecida por insulina aspart, foi estabelecida como segura para ser utilizada em todas as pessoas a partir dos dois anos de idade com diabetes de tipo 1 ou 2. A NovoRapid está disponível desde 1999 e, até à data, é a única insulina de acção rápida a receber uma aprovação para a utilização em idosos.
Os ensaios clínicos conduzidos em 2001 e 2002 demonstraram que a insulina aspart é absorvida rapidamente e atinge picos de actividade num curto período de tempo na população mais idosa, o que deve permitir um tratamento flexível. Segundo um dos investigadores do fármaco, Dr. Tim Heise, a recente aprovação da insulina NovoRapid, que é tomada antes das refeições, fornece uma nova opção de tratamento para os pacientes que têm dificuldade em manter níveis aceitáveis de glicose no sangue, na altura das refeições, com o actual tratamento de insulina humana.
A NovoRapid é um dos três produtos de insulina biotecnológica que a Novo Nordisk, a maior fabricante de insulina no mundo, comercializa, juntamente com o Levemir e o NovoMix. As insulinas têm contribuído para aumentar as vendas da companhia, tendo os lucros aumentado 29 por cento no segundo trimestre, atingindo os 653 milhões de dólares.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, Forbes, Bloomberg, www.novonordisk.com
Oxford Genome Sciences firma parceria com Medarex e Biosite
A Oxford Genome Sciences (OGeS), empresa britânica especializada em anticorpos, estabeleceu novos acordos com a Medarex e a Biosite, uma manobra que lhe permitirá produzir medicamentos anticancerígenos personalizados com maior rapidez.
A Biosite ficará responsável por desenvolver uma geração de anticorpos em fase inicial para ser utilizada pela OGeS na sua plataforma de ratos transgénicos no combate ao cancro em alvos seleccionados.
A OGeS será detentora dos direitos mundiais dos anticorpos produzidos, e a Medarex garante os direitos de receber pagamentos de várias taxas e royalties. Em contrapartida, a Biosite recebe permissão para aceder aos alvos de diagnóstico da OGeS no cancro colo-rectal e cancro dos ovários.
“Este é um passo importante na transição da OGeS da descoberta de alvos em direcção ao desenvolvimento de produtos que potencialmente nos permitirão estabelecer a nossa própria linha de investigação de anticorpos de cancro”, afirmou Christian Rohlff, director executivo da OGeS.
Em vez de cada empresa investir numa outra, o que acontece aqui é uma partilha de tecnologias, explicou o responsável. “Estamos agora muito bem posicionados para desenvolver a nossa própria terapia de anticorpos com o diagnóstico dos nossos parceiros de uma forma muito eficiente e produtiva e, desta forma, estabelecendo-nos enquanto uma peça importante no sector dos medicamentos de anticorpos personalizados”, acrescentou Rohlff.
Marta Bilro
Fonte: Genengnews.com, Drugresearcher.com.