Os suplementos antioxidantes, compostos pelas vitaminas A, E e beta-carotene podem encurtar o tempo de vida. A conclusão é de um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Copenhaga e publicado no «Journal of the American Medical Association».
De acordo com a investigação – que analisou também estudos anteriores - o uso continuado de suplementos vitamínicos poderá potenciar o risco de uma morte precoce. Segundo explicaram os cientistas de Copenhaga “certas vitaminas consomem as moléculas radicais livres – uma defesa natural produzida pelo corpo - podendo danificar as células sadias.”
Estes investigadores acreditam que, afinal, estas alterações podem potenciar o risco de cancro ou doenças cardiovasculares: “Comprovámos que – se tomados com frequência - os três suplementos (vitamina A e E e beta-carotene) tinham entre 7% e 16% de probabilidades de encurtar a vida,” salientaram no artigo.
Houve, entretanto, especialistas renitentes sobre a ideia de que um antioxidante pudesse espoletar doenças cardiovasculares. Neste sentido, avaliaram o conteúdo dos suplementos, tendo constatado que, apenas as vitaminas C e de selénio não constituem qualquer problema para o consumidor, ressalvando ainda que, “as enzimas protegem 99% dos danos causados pela oxidação.”
Reticentes estão, também, os nutricionistas que, ao alegar um certo “nevoeiro” envolta dos verdadeiros benefícios destes suplementos, apontaram, por isso, como solução preferencial uma dieta equilibrada: “O corpo produz os seus próprios antioxidantes, um processo favorecido pelo exercício físico e por uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.”
Estimando-se que, cerca de 20% da população europeia (adultos) e mais de 6% de portugueses, têm por hábito consumir estes complementos, o certo é que, a divulgação deste estudo poderá provocar grande turbulência num mercado onde estes produtos figuram há décadas.
Contactada pelo farmacia.com.pt, fonte de um laboratório farmacêutico nacional desdramatizou o estudo, manifestando-se apologista dos antioxidantes: “São um grupo de vitaminas, minerais, enzimas e outras substâncias que combatem os efeitos prejudiciais dos radicais livres de oxigénio, produzidos devido ao consumo de tabaco, álcool ou drogas, maus hábitos alimentares, stress, sedentarismo, exposição a produtos tóxicos ambientais e outros factores”, esclareceu, contrapondo que, “estas moléculas altamente instáveis são responsáveis pelo fenómeno conhecido como stress oxidativo, danificando as células e os genes, e favorecendo sim, deste modo, o envelhecimento precoce e o aparecimento de determinadas doenças.”
Raquel Pacheco
Fonte: Medscape/«Journal of the American Medical Association»/contacto telefónico
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Suplementos vitamínicos podem danificar células sadias
Museu da Farmácia apresenta nova terapêutica para a esclerose múltipla
O natalizumab é actualmente a única terapêutica biológica indicada na modificação da doença, em pessoas com Esclerose Múltipla muito activa, permitindo uma redução significativa da incapacidade causada pela EM.
Esta terapêutica biológica entrou no mercado americano no ano passado, bem como em alguns países da União Europeia (UE) e em Portugal está disponível desde Junho. É indicada para doentes que apresentem uma resposta inadequada a outras terapêuticas com agentes modificadores da doença, ou que têm uma forma de EM muito activa, com surtos frequentes e múltiplas lesões na ressonância magnética craneo-medular.
Apesar dos resultados positivos, esta terapêutica foi já alvo de polémica, pois em Fevereiro de 2005, a Biogen Idec e a Elan suspenderam voluntariamente o natalizumab do mercado e todos os testes clínicos em realização, tendo como base três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença rara e potencialmente fatal do sistema nervoso central.
Em Outubro do mesmo ano, uma segunda avaliação permitiu perceber que não existiam casos de LPM confirmados, para além dos três anteriormente reportados, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a aceitar, em Novembro, uma nova licença de Aplicação Biológica suplementar ao natalizumab.
Estima-se que no mundo inteiro sejam já mais de 18 mil os doentes que se encontram em tratamento com o natalizumab e em Portugal existem já 15 indivíduos a seguir esta terapia.
Em todo o mundo, existe mais de um milhão de pessoas afectadas pela EM e cerca de 5.000 indivíduos em Portugal, maioritariamente do sexo feminino, sendo que o primeiro surto ocorre geralmente entre os 20 e os 40 anos de idade.
A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central, cujos principais sintomas clínicos traduzem-se geralmente em problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades em andar e paralisia
Inês de Matos
Fonte: D&E, www.esclerosemultipla.wordpress.com
Fractura óssea: suplemento de cálcio reduz risco em idosos

É mais um estudo que reforça a teoria de que um suplemento de cálcio puro reduz o risco de fractura óssea em idosos. Desta vez, a investigação é australiana e foi, recentemente, publicada na revista «The Lancet».
O número de fracturas da anca, favorecidas pela fragilidade óssea ou por osteoporose relacionada com o envelhecimento, pode triplicar no mundo, entre 1990 e 2050, passando de 1,7 milhão a 6,3 milhões. Uma realidade alarmante que tem vindo a ser objecto de estudo pela comunidade científica e cujos resultados o farmacia.com.pt tem vindo a divulgar.
Benjamin Tang, da University of Western Sydney, na Austrália, e um dos principais autores do estudo, anunciou àquela revista científica ter comprovado que “o suplemento de cálcio puro ou combinado com a vitamina D reduz em 12% o risco de fractura provocada pela osteoporose após os 50 anos.”
Segundo informou o investigador, o resultado teve por base a análise de 29 pesquisas que envolveram cerca de 64 mil idosos, revelando que “nos estudos onde os voluntários cumpriram correctamente o tratamento (taxas de pelo menos 80%), o risco de fractura foi reduzido em cerca de 24%.”
Tang explicou à «The Lancet» que os 29 ensaios analisados referiam-se, unicamente, ao suplemento de cálcio, excluindo o impacto da alimentação. Sublinhando que “para uma terapêutica de duração média de três a cinco anos, a redução do risco de fractura é acompanhada de uma redução da perda óssea na anca e da coluna vertebral”, o cientista australiano ressalvou que “a adição de vitamina D ao cálcio não afecta significativamente a eficácia do resultado.”
Raquel Pacheco
Fonte: «The Lancet»
Ensaios clínicos: Empresa desenvolve solução para acelerar recrutamento de voluntários
O processo de angariação de participantes para os ensaios clínicos ocupa, actualmente, um terço do tempo dispendido com os estudos, e cerca de metade do tempo relativo a atrasos nos ensaios clínicos fica a dever-se a questões relacionadas com o recrutamento. Na realidade, conseguir encontrar pacientes dispostos a participar nas investigações não é nada fácil, uma vez que estes estão muitas vezes alheios aos procedimentos.
Estas demoras custam às farmacêuticas perdas nas vendas de mais de 350 milhões de euros no caso de produtos especializados, e de 6,7 milhões de euros quando se trata das marcas de maior sucesso no mercado. Por outro lado, provocam um aumento significativo no preço dos ensaios clínicos ainda em desenvolvimento.
Face a esta realidade, um número crescente de empresas procura desenvolver soluções para estes problemas que bloqueiam a inscrição de voluntários nos estudos clínicos. De acordo com o portal In-PharmaTechnologist.com, a nova ferramenta on-line da BlueLithium foi desenvolvida em colaboração com o grupo Morefocus, uma outra empresa californiana especializada na publicação on-line de informação sobre saúde.
“Historicamente, encontrar indivíduos para participar em ensaios clínicos tem sido um processo longo e dispendioso”, afirmou Jay Webster, director geral da BlueLithium Performance Network, acrescentando que o objectivo da parceria é alterar este paradigma.
A ferramenta proporciona apoio em todas as fases de recrutamento do ensaio clínico. Segundo a BlueLithium, o suporte on-line tem capacidade para chegar a 119 milhões de utilizadores, ou 68 por cento de todos os cibernautas norte-americanos e conduzi-los através do conteúdo editorial que aborda as especificidades inerentes a cada doença e ao tratamento, informações que serão fornecidas pela Morefocus.
As empresas responsáveis acreditam que esta solução vai permitir às farmacêuticas atingir os objectivos traçados relativamente à obtenção de candidatos para os ensaios clínicos “em apenas alguns dias”, em vez dos habituais “meses ou anos”.
Marta Bilro
Fonte: In-PharmaTechnologist.com, marketwire.com.
EMEA recomenda nova indicação para terapia combinada para a hepatite C
A companhia indicou que a terapia de combinação, caso seja aprovada, será a única terapia para a hepatite C disponível na União Europeia indicada para casos em que o tratamento anterior falhou.
Esta opinião positiva baseou-se nos dados do ensaio EPIC3, ainda a decorrer, que envolve 1 336 pacientes com fibrose ou cirrose moderada a grave, nos quais os tratamentos anteriores de combinação alfa-interferão/ribavirina falharam, e foram tratados novamente com a terapia de combinação da Schering-Plough.
Neste estudo, 57 por cento dos pacientes (282 em 499) que apresentaram uma carga viral não detectável na semana 12, seguiram para atingir uma resposta virológica sustentada (RVS) na semana 48 da terapia. No geral, aproximadamente 37 por cento dos pacientes apresentava uma carga viral não detectável na semana 12, e 23 por cento atingiram uma RVS.
A terapia de combinação com PegIntron e Rebetol já está aprovada, na Europa, para pacientes com hepatite C crónica que não receberam tratamento anteriormente.
Estima-se que a hepatite C crónica afecta mais de 10 milhões de pessoas nos maiores mercados mundiais, incluindo cinco milhões na Europa. É a principal causa de doença hepática crónica e uma das razões mais comuns para transplante do fígado na Europa.
A recomendação do Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP), da EMEA, é a base para a aprovação, por parte da Comissão Europeia, para os pacientes dos 27 Estados-Membros, mais a Islândia e a Noruega.
Estudo: Actonel reduz para metade o risco de reincidência de fractura osteoporótica
Para este estudo foram seleccionados pacientes do ensaio Actonel HIP, com idades compreendidas entre os 70 e os 79 anos, que apresentavam uma baixa densidade mineral óssea e que já tinham sofrido, pelo menos, uma fractura de anca. A incidência de fracturas clínicas associadas à osteoporose, durante três anos, nos pacientes que receberam risedronato 5mg foi de 13 por cento (12 casos em 106 pacientes), em comparação com os 28,4 por cento (27 de 111 pacientes) que receberam placebo, o que representa uma redução de 50 por cento do risco de fractura com o Actonel.
O Actonel, da Sanofi-Aventis e da Procter & Gamble Pharmaceuticals, pertence a um grupo de fármacos não hormonais denominados bifosfonatos, utilizados no tratamento de doenças ósseas.
A existência de uma fractura prévia é um factor de alto risco para a existência de futuras fracturas. Quando uma mulher pós-menopáusica sofre uma fractura de anca, o risco de sofrer outra fractura no mesmo sítio, ou em qualquer outro, é duplicado. Apesar disso, muitos estudos indicam que os idosos com fractura de anca raramente recebem tratamento contra a osteoporose. Apenas 13 por cento dos pacientes com fractura de anca receberam tratamento no ano a seguir à fractura.
Segundo o principal investigador do estudo e fundador da Oregon Osteoporosis Centre de Portland, Dr. Michael McClung, os médicos querem ter a segurança de que a terapia é eficaz, na altura de tratar os diferentes graus de intensidade da doença. Neste estudo, o risedronato reduziu eficazmente o risco de fractura, em pacientes com osteoporose grave.
Os dados do estudo, resultantes de uma análise retrospectiva do ensaio Actonel HIP2, foram apresentados na 29ª Reunião Anual da American Society for Bone and Mineral Research (ASBMR). O estudo foi patrocinado pela “The Alliance for Better Bone Health”.
A osteoporose afecta, aproximadamente, 75 milhões de pessoas na Europa, Estados Unidos e Japão. Somente na Europa, a cada 30 segundos, produz-se uma fractura associada à osteoporose.
Em 2000, na Europa, os custos directos estimados das fracturas associadas à osteoporose foram de 31,7 milhões de euros e prevê-se que aumentem até aos 76,7 milhões de euros em 2050, segundo as alterações previstas relativas ao perfil da idade da população europeia.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.corondel.com, http://db.doyma.es, Infarmed
Futuro da indústria farmacêutica indiana depende da capacidade de inovação

O sucesso futuro da indústria farmacêutica indiana está dependente da sua capacidade para ultrapassar o excesso de confiança depositado nas produtoras de baixo custo e, ao mesmo tempo, estimular a inovação. Esta foi uma ideia apresentada por Satish Reddy, director de produção e operações da Dr Reddys, durante o discurso inaugural da Interphex. O responsável vê na descoberta de fármacos e nos biosimilares oportunidades particularmente relevantes.
“A inovação só começou a acontecer na Índia ao longo dos últimos anos mas é ela que vai comandar o verdadeiro valor do mercado do país”, afirmou o representante da farmacêutica indiana, durante o discurso de inauguração da Interphex, uma das mais importantes feiras de produtos farmacêuticos, que decorreu entre os dias 12 e 14 de Setembro, em Bombaim, na Índia, citado pelo portal Drugresearcher.com.
Actualmente, a Índia detém o domínio mundial sobre a produção de ingredientes farmacêuticos activos (APIs), uma vez que cerca de um em cada dois APIs têm origem naquele país asiático, e o mercado continua a crescer. Apesar dos bons resultados, esta indústria não deve assumir uma postura arrogante, defende Reddy. Isto porque, o responsável acredita que o domínio indiano neste sector só pode manter a sustentabilidade caso as empresas comecem a concentrar-se na inovação, e se transformem a si próprias de forma a oferecerem um serviço de descoberta de fármacos mais valioso do que os sistemas tradicionais.
A maioria dos produtores indianos de APIs concentra-se apenas em oferecer custos reduzidos, no entanto, segundo Reddy, os encargos dessas empresas crescem 30 por cento ao ano. A situação tende a tornar-se insustentável, visto que os custos logísticos são, por si só, já bastante elevados, e à medida que os salários aumentam e a rupia valoriza, o preço da competitividade no país vai sofrer um acréscimo rigoroso.
De acordo com Reddy, os biosimilares representam uma “enorme” oportunidade para a Índia aumentar o capital do país, mantendo a sua tradição enquanto foco central no sector dos genéricos. Até porque, o mercado global de medicamentos biotecnológicos apresenta uma tendência de crescimento que deverá subir dos actuais 43 mil milhões de euros, para os 70,8 mil milhões de euros em 2010.
“A Dr Reddy desenvolveu recentemente o primeiro anticorpo monoclonal biosimilar do mundo”, salientou. Este é outro dos sectores que Reddy acredita ser essencial para as empresas produtoras de APIs.
“As empresas precisam de começar já a pensar numa forma de encontrar o equilíbrio entre fazer investimentos elevados na inovação e ajudar a traçar o crescimento futuro, ao mesmo tempo que geram um crescimento das receitas a curto prazo, de forma a repartir os elevados riscos do mercado de desenvolvimento de fármacos”, afirmou Reddy.
As empresas indianas têm vindo a aumentar lentamente as suas colaborações com empresas multinacionais. As parcerias e acordos de cooperação em desenvolvimento e descobertas, bem como a prestação de serviços nesta área têm-nas colocado cada vez mais dentro deste sector de negócios.
Porém, existem ainda algumas barreiras que precisam de ser ultrapassadas. Há falta de especialistas no ramo da descoberta de fármacos, sendo que não há actualmente nenhuma empresa indiana com capacidade para suportar o processo completo que vai desde o desenvolvimento de um fármaco até à sua comercialização. Para além disso, há falta de institutos de investigação e financiamentos governamentais, escasseiam os talentos com especialização em áreas específicas, e são raros os líderes científicos, especialmente os que estão envolvidos em actividades de ponta, referiu Reddy. A este enunciado de obstáculos acresce ainda o facto do sistema de reforço de patentes estar ainda no início.
Marta Bilro
Fonte: DrugResearcher.com, interphex.com.
AstraZeneca aposta em terapias para sistema respiratório
A AstraZeneca está a apostar num aumento do seu portfolio na área dos medicamentos para o tratamento da asma. A farmacêutica anglo-sueca pagou 219,2 milhões de euros para adquirir sistema de veiculação de fármacos pediátricos da Verus Pharmaceuticals.
Segundo os termos do acordo, a Versus deverá receber um pagamento adiantado no valor de 21,2 milhões de euros e mais 198 milhões de euros relativos ao reembolso de despesas de desenvolvimento e potenciais ganhos.
A Versus, empresa especializada no ramo pediátrico, pretende voltar a concentrar-se no desenvolvimento de terapias para necessidades não preenchidas associadas a doenças atópicas, referiu o director de operações da empresa, Robert Keith.
A AstraZeneca tem já uma importante presença no sector das doenças respiratórias através do Symbicort (Budesonida + Formoterol), um medicamento indicado no tratamento da asma e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Fora do mercado norte-americano, onde só foi lançado em Junho deste ano, fármaco rende anualmente mais de 850 milhões de euros.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Genengnews.com, Infarmed.
Shampoo & Bálsamo Sport Line da Fila Cosmetics retirado do mercado
Num comunicado emitido esta terça-feira, o Infarmed refere que foi detectada no Shampoo & Bálsamo Sport Line da marca Fila Cosmetics a presença de N-nitrosodietanolamina, um composto proibido em produtos de cosmética e higiene corporal. Nesse sentido, a autoridade reguladora do sector informa as entidades envolvidas no circuito de distribuição e comercialização do referido produto que a comercialização do mesmo fica imediatamente suspensa.
O Infarmed adverte também os consumidores que tenham adquirido ou que estejam a utilizar o produto para se absterem de o fazer e para comunicarem à autoridade fiscalizadora caso a presença do mesmo seja detectada no mercado.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed.
GSK, Novartis, Sanofi, Bayer e AstraZeneca entre as 50 melhores marcas europeias
As farmacêuticas GlaxoSmithKline, Novartis, Sanofi-Aventis, Bayer e AstraZeneca estão entre as 50 melhores marcas europeias, revela um relatório do Instituto Europeu de Marcas (Eurobrand). A GlaxoSmithKline é a mais bem posicionada, ocupando o 20º lugar do ranking na tabela de classificação geral.
De acordo com o documento publicado no portal do Eurobrand citado pelo portal Finanzas.com, logo depois do laboratório britânico surge a Novartis, na 27ª posição, a Sanofi-Aventis, na 29ª, a Bayer, na 42ª, e a AstraZeneca, que ocupa o 46º posto da lista.
O relatório analisou mais de três mil marcas de empresas europeias bem como insígnias individuais de 24 países, que foram avaliadas de acordo com a evolução do negócio, a situação competitiva, a posição de mercado, a percepção e o comportamento dos grupos, os objectivos das empresas, os investimentos e o potencial para o futuro.
Para além destes parâmetros, para determinar o valor total da marca foram também tidos em conta os lucros gerados pelas empresas e a correlação entre a criação de marcas importantes e a riqueza do país, relacionando o valor estimado das dez primeiras marcas de cada país com o seu produto interno bruto (PIB).
Marta Bilro
Fonte: PM Farma, Finanzas.com.
Roche processa Dr Reddy para bloquear genérico do Boniva
O processo deu entrada num tribunal da Nova Jérsia depois da Dr Reddy ter dado a conhecer à Roche as suas intenções de lançar, no mercado norte-americano, um genérico da dosagem de 150mg do Boniva, revelou Martina Rupp, porta-voz da empresa.
A Roche alega que o Boniva, comercializado na Europa como Bonviva, está protegido por patentes que expiram apenas entre 2012 e 2023.
Esta é a segunda vez no espaço de um mês que a Roche se vê confrontada com a possibilidade de comercialização de um genérico deste medicamento. Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, no inicio de Setembro a Roche processou a farmacêutica israelita Teva que pretendia igualmente colocar no mercado norte-americano um genérico do Boniva.
As vendas do medicamento renderam, em 2006, perto de 296 milhões de euros.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, CNN Money, Market Watch, Farmacia.com.pt.
UE aprova novo medicamento da Pfizer contra o HIV
A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Selzentry (maraviroc), um medicamento da farmacêutica Pfizer destinado ao tratamento de pacientes com HIV. O fármaco é o primeiro de uma nova classe de medicamentos de administração oral anti-HIV a ser colocado no mercado.
O Selzentry, comercializado nos Estados Unidos da América desde Agosto, bloqueia o CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas. O medicamento actua impedindo o vírus do HIV de entrar nas células sãs do sistema imunitário, em vez de atacar o próprio vírus.
A decisão era aguardada desde Julho, altura em que um painel de especialistas europeus recomendou a aprovação do medicamento. A utilização de Selzentry é indicada em pacientes que começam a não reagir a outras terapias e nos doentes em que o teste diagnóstico confirme que a estirpe do vírus está relacionada com o receptor CCR5.
As previsões dos analistas indicam que as vendas anuais do medicamento possam atingir os 355 milhões de euros em 2011.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, CNN Money, Forbes, Farmacia.com.pt.
Eli Lilly processa Sun Pharmaceutical para impedir genérico do Strattera
A Sun Pharmaceutical aguarda autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar uma versão genérica do medicamento. Por sua vez, a queixa apresentada pela Eli Lilly num tribunal de Detroit apela à FDA para que a aprovação do genérico seja suspensa até 2017, altura em que expira a patente do Strattera.
“A Lilly será irreparavelmente prejudicada” caso a aprovação do genérico não seja bloqueada, refere a queixa apresentada. A Sun Pharmaceutical justificou a sua atitude perante a FDA com o argumento de que a patente é inválida e que, por isso, não estão a infringi-la.
O medicamento é comercializado em Portugal desde Outubro de 2005 e indicado para o tratamento da Perturbação de Hiperactividade e Deficiência de Atenção em crianças com 6 anos de idade ou mais e em adolescentes como parte de um programa terapêutico integrado.
Marta Bilro
Fonte: Bloomberg, Indianapolis Business Journal, Infarmed, Farmacia.com.pt.
Dia Nacional do Farmacêutico no Porto
A edição deste ano do Dia Nacional do Farmacêutico celebra-se nesta quarta-feira, e tal como o farmacia.com.pt tinha já anunciado, a cidade do Porto volta a acolher o evento, três anos depois da última vez em que tal aconteceu. No dia dedicado a São Cosme e a São Damião, padroeiros do mister, serão vários e de diferentes quadrantes do sector da Saúde os oradores no evento, que terá como anfitrião o presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos, Franklim Marques.
O início da cerimónia oficial de celebração está agendado para as 15 horas, nas Caves Porto Calém, que ainda antes da sessão de abertura do Dia Nacional do Farmacêutico serão visitadas pelos participantes e convidados na cerimónia. Franklim Marques será, na qualidade de anfitrião, o primeiro orador da tarde, numa curta intervenção a que se seguirá o discurso de Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que dissertará sobre «O lugar do farmacêutico no processo de cuidar do outro». Por volta das 16h40 deverá usar da palavra o primeiro bastonário da Ordem, Francisco Carvalho Guerra, que fará, de acordo com o programa, algumas «Reflexões sobre as Ciências Farmacêuticas». Seguir-se-á depois a cerimónia comemorativa, com a entrega de medalhas e diplomas aos membros da OF que agora completam 50 anos de licenciatura.
A sessão de oratória será retomada logo depois, cerca das 17h15, com uma alocução do professor catedrático da Universidade do Porto e ex-ministro da Economia Daniel Bessa, que antecede um momento tradicional de todas as celebrações do Dia Nacional do Farmacêutico: a cerimónia de entrega dos Prémios Sociedade Farmacêutica Lusitana. Falará depois o catedrático da Universidade de Madrid António Sillero, para o relato de «Algumas vivências pessoais sobre a investigação científica», intercalando-se depois nova sessão de entrega de prémios, desta vez os galardões atribuídos pela Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos. Álvaro Santos Almeida, líder do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde, rubricará a última intervenção antes do Juramento Farmacêutico, aprazado para as 19h15, após o que discursará, no âmbito da sessão de encerramento do evento, a bastonária da OF, Irene Silveira. Pelas 20h30 realizar-se-á o jantar comemorativo da efeméride.
Como o farmacia.com.pt tinha já avançado, desde a sua primeira edição o Dia Nacional do Farmacêutico tem como objectivo primacial a promoção do encontro entre as várias gerações daqueles profissionais de saúde, que operam também em diferentes áreas de actividade, enaltecendo, junto de toda a sociedade, os importantes méritos e contributos da profissão farmacêutica para a dinamização de um melhor cenário da saúde pública. A Ordem já disponibilizou, na sua página electrónica (www.ordemfarmaceuticos.pt/), os formulários para inscrição nas celebrações do Dia Nacional do Farmacêutico.
Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Conferência “Saúde e Migrações na UE” começa quinta-feira

A conferência, que marca a principal iniciativa da Presidência Portuguesa, face à saúde, conta com a coordenação científica de Ana Fernandes, da Escola Nacional de Saúde Pública e com o apoio do Grupo de Projecto da Saúde para a Presidência. O principal objectivo deste evento passa por realçar a importância da saúde e do acesso aos cuidados de saúde para os cidadãos da UE e para todos os recém-chegados.
De acordo com o portal da Presidência Portuguesa da UE, o fenómeno das migrações internacionais continua em expansão um pouco por todo o mundo, tendo-se registado também o aumento a intensidade e o ritmo dos movimentos populacionais, que geralmente têm a Europa como principal centro de convergência de fluxos, originários de várias partes do Mundo.
Consciente da necessidade que a Europa tem de receber imigrantes, devido ao envelhecimento da população europeia e de ser preciso preencher as necessidades de mão-de-obra, a Presidência Portuguesa pretende alertar para o momento crítico que a união atravessa, dai que a saúde e as migrações tenham sido eleitos como tema central da Presidência Portuguesa da UE.
Inês de Matos
Fontes: Portal da Saúde, Portal da Presidência Portuguesa da UE
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Oncologistas acusam directiva europeia de limitar diagnóstico do cancro
A directiva em causa foi proposta pelo Comissário Europeu do Emprego e pretende minimizar a exposição dos profissionais de saúde a campos electromagnéticos, devendo entrar em vigor, em todos os países membros, em Abril de 2008. Contudo, para os oncologistas esta imposição de limites ao uso da RM vai prejudicar o diagnóstico e tratamento do cancro.
Segundo Dag Rune Olsen, que trabalha em radioterapia experimental em Oslo, Noruega, e é presidente da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO), "actualmente na Europa realizam-se oito milhões de explorações de pacientes por RM". Mas esta realidade deverá ser alterada com a entrada em vigor da directiva, que “impõe limites tais na exposição laboral à radiação que serão ultrapassados por qualquer pessoa que trabalhe ou se encontre perto de um equipamento de RM", salienta, assegurando que "a directiva pode afectar inclusive o pessoal de manutenção e reparação do equipamento".
A polémica acerca dos malefícios da RM já é antiga, mas foi depois de uma sondagem de opinião realizada à escala europeia, onde se concluiu que a grande maioria dos cidadãos da União europeia (UE) tinha a percepção de estar inadequadamente protegida pelas autoridade contra o potencial risco para a saúde criado pelos campos electromagnéticos (CEM), que o Comissário Europeu do Emprego decidiu avançar com a proposta.
Face aos resultados do eurobarómetro, Rune Olsen declarou que “se o público estivesse informado sobre a dita contribuição, estou seguro de que estaria tão desejoso como eu de que continuasse a permitir-se o uso de RM”, aproveitando ainda para salientar que o uso de RM representa para o diagnostico médico, um valor acrescido.
“O desenvolvimento de políticas deveria basear-se na ciência sólida e, que eu saiba, não existe evidência científica dos efeitos negativos para a saúde a longo prazo devido à exposição aos campos electromagnéticos estáticos ou variáveis que se produzem durante um exame de RM", disse o especialista.
Os oncologistas têm contestado as decisões políticas da Comissão Europeia, argumentando que as mesmas vão prejudicar o tratamento do cancro na Europa e salientam que é altura de os políticos escutarem os especialistas.
A Health and Safety Executive (HSE) publicou, no passado mês de Junho, um estudo britânico sobre a exposição do operador aos campos electromagnéticos gerados por RM, que vem atestar os argumentos dos especialistas. O estudo revelou que qualquer pessoa que se encontre no raio de um metro de um tomógrafo de Ressonância Magnética em uso, ultrapassaria os limites de exposição impostos pela directiva.
De qualquer forma a Comissão Europeia já admitiu reconsiderar o assunto, adiantando estar a ponderar sobre possiveis emendas à directiva, ou através da prorrogação do prazo de aplicação da directiva, ou tomando em consideração o estudo da HSE, assim como um outro que encomendou e que será publicado no próximo mês de Outubro.
Olsen realça que "na sua actual forma, a directiva coloca problemas concretos ao pessoal de saúde que atende crianças, velhos ou pacientes anestesiados e que necessitam de ajuda durante o exame", acrescentando ainda que também porá fim à utilização de procedimentos de RM com fins cirúrgicos, de intervenção e de investigação.
John Smith, presidente da Federation of European Cancer Societies (FECS - federação das sociedades europeias contra o cancro), apela aos médicos de oncologia que lutem por um papel activo, de forma a conseguir políticas que assegurem que as futuras legislações não tenham um impacto negativo semelhante.
Smith acredita que a directiva vai levar ao aumento dos custos do tratamento do cancro e da colaboração internacional na investigação com células-mãe - um campo legislado de forma muito diferente pelos diversos países europeus.
“É imperativo encontrar formas para melhorar a eficácia do custo no tratamento do cancro em geral e em especial o uso das drogas. A melhoria da eficácia do custo de medicamentos é uma prioridade fundamental para o sector, os políticos e o público em geral", considerou.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Alzheimer: Tornar a demência uma prioridade política
A Câmara Municipal de Lisboa está empenhada em colocar a demência na agenda dos decisores portugueses. Isso mesmo foi demonstrado esta sexta-feira, altura em que as vereadoras Ana Sara, Helena Roseta e Gabriela Seara assinaram a Declaração de Paris, “um documento fundamental que representa os interesses de todas as associações europeias na área de Alzheimer”, e chama a atenção para aquele que é “um problema maior de saúde pública”, afirmou Maria do Rosário Zincke dos Reis, presidente da Associação Alzheimer Portugal (APFADA).
A assinatura do documento, que teve lugar no Fórum Lisboa, foi uma das iniciativas inseridas na comemoração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. A Declaração de Paris, aprovada na Assembleia-Geral da Alzheimer Europe de 2006, em Paris, consagra as ideias chave e as linhas de acção do movimento europeu sobre as demências. É um apelo a todas as organizações e associações para que se “desenvolvam programas europeus, internacionais e nacionais que respondam adequadamente aos desafios colocados pelo número crescente de pessoas com demência”, salientou Maria do Rosário Zincke dos Reis.
Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt, a presidente da APFADA, dá a conhecer os objectivos deste comprometimento, que descreve como “um sim convicto a tornar a demência numa prioridade de agenda dos decisores tendo em conta todas as implicações à volta da patologia quer para a pessoa com doença de Alzheimer quer para os seus familiares, normalmente os cuidadores”.
A Declaração de Paris, sinónimo de preocupação e alerta para esta causa, conta já com a assinatura de várias personalidades políticas europeias, entre as quais, Philippe Bas, ministro francês da Segurança Social, e dos deputados europeus Alessandro Battilocchio e Roselyne Bachelot. A lista completa de assinaturas deverá ser submetida pela APFADA ao Comissário Europeu da Saúde até ao final do ano.
Marta Bilro
Fonte: APFADA, Portal da Saúde.
Rastreios oftalmológicos para alunos das escolas básicas do seixal
O projecto nasce da colaboração do Instituto Óptico e da Óptica Maia, e tem como principais destinatários os cerca de 1200 alunos dos primeiros e segundos anos, do 1º Ciclo e tem como objectivo despistar possíveis problemas oftalmológicos, que no futuro possam influenciar, negativamente, o processo de aprendizagem e o desenvolvimento destas crianças.
A CSF de Amora é dinamizada pela junta de freguesia, em parceria com entidades públicas e privadas com intervenção social na freguesia, de forma a desenvolver projectos que permitam identificar e analisar os problemas sociais existentes na freguesia.
O rastreio enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Social, da Rede Social do Seixal, encarregue de matérias ligadas à socialização e educação infanto-juvenil.
A Escola Básica da Quinta do Conde foi a primeira a receber esta iniciativa, que se estendeu das 9 horas até às 17:50 horas de segunda-feira. Na terça-feira, os rastreios deslocam-se até à Escola Básica do Fogueteiro e à Escola Básica da Quinta das Sementes.
Inês de Matos
Fontes: Global Noticias, Junta de Freguesia de Amora
Jerónimo Martins investe no negócio das farmácias
O grupo Jerónimo Martins tem planos para abrir 50 farmácias na Polónia ao longo dos próximos dois anos. A iniciativa, noticiada pelo Jornal de Negócios, nasce de uma parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e foi anunciada na cerimónia de inauguração da 1000ª loja da cadeia de supermercados Biedronka neste país europeu.
A joit venture detém actualmente quatro farmácias junto a lojas da Biedronka e o objectivo de expansão tem sido travado apenas por questões burocráticas e de licenciamento. Para além de medicamentos de venda livre, as farmácias da Jerónimo Martins estabelecidas na Polónia comercializam também fármacos sujeitos a prescrição médica.
De acordo com o Diário de Notícias, as primeiras 10 novas farmácias do grupo deverão surgir até ao final do ano corrente e poderão, ou não, ser contíguas às suas lojas de retalho Biedronka.
Marta Bilro
Fonte: Jornal de Negócios, Diário de Notícias.
Bristol-Myers Squibb adquire Adnexus por 305 milhões de euros
A Adnexus pode ainda receber pagamentos adicionais que ascendem aos 53 milhões de euros, dependendo do cumprimento de determinados objectivos.
A nova subsidiária da Bristol-Myers está actualmente a desenvolver uma classe de medicamentos biológicos inovadores, os Adnectins, derivados da fibronectina, uma proteína do corpo humano. Entre os novos compostos figura o Angiocept (CT-322), um medicamento em ensaios clínicos de Fase 1.
“Trazer a Adnexus para a família da Bristol-Myers Squibb é um passo importante para acelerar a transformação estratégica do nosso negócio farmacêutico num negócio biofarmacêutico”, afirmou Jim Cornelius, director executivo da empresa.
O Angiocept é um fármaco que impede os tumores de formar vasos sanguíneos necessários para nutrir as suas metástases, num processo denominado anti-angiogenese.
Marta Bilro
Fonte: Bloomberg, CNN Money, Reuters.
Tailândia pode emitir licenças compulsórias para fármacos anticancerígenos
A Tailândia pode vir a quebrar a protecção de patente de quatro medicamentos anticancerígenos com o objectivo de aceder a versões genéricas dos mesmos, revelou esta segunda-feira um representante do Ministério da Saúde. O objectivo é facilitar o acesso dos pacientes com menos recursos a fármacos indispensáveis no tratamento do cancro.
O Gabinete de Segurança da Saúde Nacional tailandês deverá propor ao Ministro da Saúde que emita uma licença compulsória para os medicamentos, caso o Governo não consiga chegar a um acordo de redução de preço com as respectivas farmacêuticas. Em causa estão fármacos produzidos pela Novartis, Sanofi-Aventis e Roche que actualmente custam a cada doente tailandês 100 mil bahts por mês (cerca de 2.237 euros), afirmou Sanguan Nitayarumphong, director do departamento que desenvolve um programa de tratamento gratuito para os pobres.
Duas das substâncias alvo são produzidas pela Novartis: o Glivec (Imanitib), destinado ao tratamento da leucemia mielóide crónica e o Femara (Letrozol), para o tratamento do cancro da mama. Em risco de serem copiados estão também o Taxotere (Docetaxel), o quarto medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, utilizado no tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico; e o Tarceva (Erlotinib), da Genentech, para doentes com cancro do pulmão de células não pequenas e cancro pancreático.
“Escolhemos estes medicamentos porque os pacientes têm grandes dificuldades em obtê-los, são muito caros”, explicou o mesmo responsável, sublinhando que as versões genéricas poderiam proporcionar a estes doentes um maior acesso aos medicamentos a preços muito mais reduzidos.
“Poderemos ter que impor licenças compulsórias a estes medicamentos caso as negociações com os detentores das patentes falhem”, afirmou Sanguan, justificando a medida com o facto do cancro ser a principal doença causadora de mortes no país.
O Governo tailandês aprovou anteriormente licenças compulsórias para o Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, e para dois medicamentos chave anti-HIV, o Kaletra (Lopinavir + Ritonavir) e o Efavirenz.
Marta Bilro
Fonte: CNN Money, Business.inquirer.net, Infarmed, Farmacia.com.pt.
Cervarix aprovado pela Comissão Europeia
A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Cervarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), produzida pela GlaxoSmithKline. A decisão surge cerca de dois meses depois do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) ter recomendado a aprovação da vacina contra o cancro do colo do útero.
O Cervarix, cujos principais alvos são as estirpes 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, vai competir com o Gardasil, da Merck, que já se encontra disponível na Europa e nos Estados Unidos da América, e que oferece protecção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
De acordo com uma porta-voz da farmacêutica britânica, a vacina deverá chegar brevemente aos mais importantes mercados europeus. “Pretendemos lançar [a vacina] na Europa dentro das próximas semanas”, afirmou a responsável sem, no entanto, revelar qual seria o valor cobrado pelo Cervarix.
Por outro lado, a vacina da GSK não deverá chegar ao mercado norte-americano antes de 2008, uma vez que só foi submetida à avaliação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos em Março deste ano. O Cervarix obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos.
Os analistas acreditam que as duas vacinas deverão gerar lucros avultados às farmacêuticas que as produzem, com a Merck em vantagem uma vez que o Gardasil chegou primeiro ao mercado. Porém, a GSK não está disposta a ficar para trás e acredita que poderá alcançar alguma primazia devido a um novo aditivo utilizado no Cervarix, o que poderá significar que esta vacina é mais potente ou apresenta maior duração. Para além disso, o grupo britânico anunciou, em Janeiro, ter dado início a um estudo comparativo entre o Gardasil e o Cervarix para avaliar qual das duas vacinas produz melhor resposta imunitária às estirpes 16 e 18 do HPV.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Hemscott, AFP, Farmacia.com.pt.
Avastin elimina lesões metastáticas em doentes com cancro colo-rectal
De acordo com o laboratório suíço, o ensaio clínico First BEAT, realizado a nível internacional, demonstrou que um elevado número de pacientes que foram tratados com Avastin, em conjunto com a quimioterapia regular aplicada nos casos de cancro colo-rectal, apresentaram uma remoção completa das lesões metastáticas.
“A remoção total das lesões metastáticas foi alcançada em quase 80 por cento destes pacientes, quando todos eles tinham sido considerados inoperáveis antes do inicio da aplicação do tratamento”, afirmou a Roche. Os resultados que se verificaram com a utilização do Avastin “são superiores aos observados em ensaios clínicos anteriores que envolveram associações entre outros medicamentos biológicos e a quimioterapia”, acrescentaram os responsáveis.
O estudo envolveu 1.965 participantes portadores de cancro colo-rectal em fase avançada com doença metastática anteriormente inoperável. O Avastin é o primeiro de uma classe de fármacos cuja actuação se baseia em privar os tumores do sangue e nutrientes. As vendas globais do medicamento renderam mais de 1,77 mil milhões de euros em 2006.
O fármaco é já utilizado na Europa como terapia do cancro da mama metastizado e, o ano passado, recebeu aprovação nos Estados Unidos da América para tratar pacientes com cancro do pulmão. Para além disso, desde 2004 que é utilizado pelos norte-americanos no tratamento do cancro colo-rectal, o terceiro tipo de cancro mais comum, com cerca de um milhão de novos casos anuais em todo o mundo.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Farmacia.com.pt.
Vacina contra vírus do Papiloma Humano protege contra 10 estirpes adicionais
A investigação que deu origem a estes resultados baseou-se na realização de ensaios clínicos de grande dimensão após um período de acompanhamento de três anos. Um grupo de perto de 50 jovens portugueses, recrutados em Coimbra e no Porto pelo Instituto Português de Oncologia, participou no estudo.
Algumas investigações anteriores tinham já revelado a produção de anticorpos contra outras estirpes para além das que eram o alvo directo da vacina. A demonstração clínica, que envolveu cerca de 10 mil pessoas, veio agora comprovar essas suspeitas. A investigação, levada a cabo por Darron Brown, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos da América, e apresentada durante o “Annual Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, revelou que a vacina preveniu cerca de 38 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas. Os novos dez tipos de vírus em causa (31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) são actualmente responsáveis por cerca de 16 por cento dos casos de cancro do colo do útero em toda a Europa.
Porém, a duração da protecção da vacina levanta ainda algumas dúvidas. No caso dos tipos de vírus directamente visados pela vacina (responsáveis por 75 por cento dos casos de cancro), a protecção foi fixada nos cinco anos. No caso das outras estirpes a protecção fica-se pelos três anos. Relativamente ao caso mais recente da protecção cruzada da vacina, "a duração da vacina coloca-se com mais acuidade porque os níveis de anticorpos produzidos são significativamente mais baixos", explica Daniel Pereira da Silva, ginecologista do IPO de Coimbra e um dos médicos que participaram no estudo.
Nas estirpes 6, 11, 16 e 18, a vacina “é de uma eficácia extremamente elevada”, explica o especialista. Os últimos estudos, que dão conta dos efeitos da protecção cruzada, mostram ainda que, dentro do conjunto dos restantes dez tipos de vírus, ela é também particularmente eficaz contra as estirpes 31 e 45, chegando a prevenir até 45 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas.
Apesar de estarem satisfeitos com os resultados, os responsáveis pela vacina reconhecem que o verdadeiro valor da vacinação reside na prevenção relativamente às quatro estirpes visadas, uma vez que a protecção cruzada é menor que a directa.
Actualmente estima-se que, a nível mundial, cerca de 630 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV. A transmissão do vírus é feita basicamente através do contacto sexual e a maioria das infecções por HPV desaparece sem tratamento.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, SEGS, Farmacia.com.pt.
Novo teste para detectar gripe das aves é 10 vezes mais rápido que os actuais
Cientistas singapurianos desenvolveram um aparelho capaz de detectar a presença de gripe das aves em humanos ou animais com uma rapidez dez vezes superior à técnica que é actualmente utilizada. O aparelho, do tamanho de uma palma da mão, consegue identificar, em apenas 30 minutos, a presença do vírus H5N1.
Este pode ser um passo importante para evitar uma potencial epidemia de gripe aviaria, refere Juergen Piper, investigador do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Singapura. Até porque, os resultados deste teste indicam não só a presença do vírus como também a sua gravidade, explicou o responsável.
Este novo mecanismo de análise pode ser utilizado por médicos ou assistentes para detectar o vírus através de amostras de esfregaços na garganta. No caso dos animais, o teste é realizado através de uma análise aos excrementos. O aparelho “pode facilmente ser transportado para o campo, onde poderá detectar o vírus no momento em que a pessoa é infectada, em vez que ter que aguardar durante 10 dias para que surjam os primeiros sintomas da doença”, referiu a cientista Lisa Ng.
Esta rapidez na obtenção dos resultados permite que o tratamento se inicie de imediato e que sejam tomadas medidas para travar a doença. O teste pode revelar-se ainda mais valioso caso o vírus sofra uma mutação e comece a transmitir-se entre seres humanos, um dos piores receios dos especialistas. Se o vírus sofrer tal mutação poderá desencadear uma pandemia humana, provocando a morte a milhares de pessoas.
De acordo com Piper, este novo teste distingue-se de outros que estão já disponíveis no mercado por conter no seu interior uma espécie de laboratório em forma de chip, que custa entre 40 a 100 vezes menos do que os que são actualmente comercializados. Os resultados da investigação foram publicados na “Nature Medicine”.
Os dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 12 países da África e Ásia, 328 pessoas estiveram infectadas com o vírus H5N1, das quais 200 acabaram por falecer. A Indonésia foi o país mais afectado, tendo sido contabilizadas 85 mortes.
Marta Bilro
Fonte: The Earth Times.
Europa deu luz verde ao Exelon Patch
Volvidos cerca de dois meses sobre a aprovação pela Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, o Exelon Patch, primeiro tratamento adesivo para a doença de Alzheimer, recebeu agora a aprovação da União Europeia, segundo uma informação avançada pelo laboratório fabricante.
Numa nota difundida pela companhia farmacêutica suíça explica-se que o Exelon Patch é um adesivo que deve ser aplicado diariamente nas costas, no peito ou no antebraço do paciente, e que garante a administração suave e contínua da medicação necessária ao doente, através da pele. Trata-se de um novo mecanismo de administração de medicamentos que, segundo a Novartis, contribui para uma dosagem optimizada dos fármacos de que o paciente necessita, garantindo uma eficácia muito similar à das tradicionais cápsulas de Exelon e uma significativa melhoria, em termos de memória e de capacidade para as tarefas do quotidiano, face ao resultado obtido com placebos, minimizando os efeitos secundários a nível gastrointestinal que os comprimidos normalmente provocam.
De acordo com o mesmo comunicado, a Comissão Europeia acaba de dar luz verde ao Exelon Patch (rivastigmina) para o tratamento da doença de Alzheimer, que actualmente afecta cerca de 18 milhões de pessoas em todo o mundo, constituindo a terceira causa de morte à escala planetária, depois das doenças cardiovasculares e oncológicas. Para o responsável pelo departamento de desenvolvimento de fármacos da Novartis Pharma AG, James Shannon, o Exelon Patch representa “uma inovação terapêutica desenhada especificamente com a intenção de ir ao encontro das necessidades dos doentes, dos prestadores de cuidados e dos médicos envolvidos na luta contra a doença devastadora que é o Alzheimer”. A aprovação europeia, que surge no seguimento do aval dado pela agência norte-americana do medicamento, no passado dia 27 de Julho, teve por base o resultado do estudo internacional IDEAL (“Investigation of Transdermal Exelon in ALzheimer's disease”), que envolveu cerca de 1200 doentes.
A fórmula de Exelon em cápsulas é utilizada para o tratamento de doentes de Alzheimer desde 1997 em mais de sete dezenas de países. Recentemente, e como oportunamente noticiou o farmacia.com.pt, o medicamento esteve envolvido em polémica nos Estados Unidos, quando a FDA acusou a Novartis de enganar os doentes ao veicular informação errada nos folhetos inclusos nas embalagens, que garantiam que o Exelon tinha maior índice de segurança do que aquele que efectivamente ostenta. As várias irregularidades detectadas suscitaram o envio de uma carta de advertência da FDA à companhia suíça, mas em Portugal a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde foi peremptória na garantia de que o problema não se verificava no nosso país, visto que os materiais informativos distribuídos aos profissionais de saúde nacionais são fabricados integralmente em território luso, onde o medicamento está disponível desde 1998.
Carla Teixeira
Fonte: Novartis, farmacia.com.pt
domingo, 23 de setembro de 2007
Plástico de açúcar na indústria farmacêutica
Num sector como o farmacêutico, em que é permanente o esfrorço inovador e o fervilhar de novidades, um empresário brasileiro acena agora com um novo produto: o plástico de açúcar, como lhe chama Sylvio Ortega Filho, “é um polihidroxibutirato, uma espécie de poliéster ou plástico biodegradável”, feito a partir do açúcar e que poderá substituir, nas suas mais diversas aplicações, o tradicional plástico feito à base de petróleo. A indústria farmacêutica é uma das apostas.
Físico, matemático, engenheiro civil e pós-graduado em Marketing, Sylvio Ortega Filho tem dividido o seu tempo, ao longo dos últimos meses, em viagens pelo mundo, com o intuito de demonstrar as “impressionantes capacidades” do inovador material, elemento principal de um projecto que tem sido desenvolvido na localidade brasileira de Serrana, e que prevê que, a breve trecho, também os medicamentos possam usar o plástico de açúcar para facilitar a vida dos seus consumidores. Em entrevista ao jornal «Gazeta de Ribeirão», o empresário brasileiro atesta que este produto é “uma espécie de pó branco e granulado a que podemos chamar carbono verde, renovável e que permite a retirada do dióxido de carbono do meio-ambiente”, e que é obtido a partir do açúcar, através de um processo químico.
Ortega Filho esclarece que o plástico de açúcar tem sensivelmente o mesmo leque de aplicações do polipropileno, voltando-se para a injecção, a extrusão e a termoformagem (processo que produz as embalagens dos iogurtes, por exemplo). Pode ainda substituir o poliuretano e a espuma utilizada para produzir essas embalagens. Há também uma aplicação que o industrial brasileiro diz ser medicinal: “Através de nanobiotecnologia, o polímero poderá ser utilizado na libertação gradual do princípio ativo de um determinado medicamento”, refere aquele responsável, frisando que, “se uma pessoa tem de tomar um remédio durante sete dias em dosagens fragmentadas, em vez de tomar dezenas de comprimidos e de se preocupar com os horários para isso, pode optar por ingerir uma só cápsula, preparada para libertar gradualmente a quantidade certa do fármaco, conforme se vai degradando no interior do organismo.
Carla Teixeira
Fonte: «Gazeta de Ribeirão»
Investigação em segurança dos doentes
Margarida França, membro da Agência Nacional de Investigação, e José Robalo, sub-director-geral de Saúde, representarão Portugal na conferência «Segurança dos doentes – investigação na prática», que decorre a partir desta segunda-feira, e durante três dias, na cidade do Porto, sob a égide da presidência portuguesa da União Europeia e com o beneplácito da Organização Mundial de Saúde.
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto de fonte da presidência portuguesa da UE, o debate deverá subordinar-se àquela problemática, que é tida como prioritária pela OMS, perseguindo objectivos como “a promoção e a divulgação da acção internacional e da investigação, o reforço do alargamento de um leque de iniciativas e a proposta, para a prática, de padrões baseados na evidência”, que a organização deste encontro reputa como “contributos” da iniciativa, gizada pela Aliança Mundial para a Segurança dos Doentes, uma entidade lançada pela Organização Mundial de Saúde em resposta a uma resolução da Assembleia Mundial de Saúde, e que conta com a parceria da Faculdade de Saúde Pública do Reino Unido e da Universidade de Londres.
Carla Teixeira
Fonte: Presidência portuguesa da União Europeia
Desafios e oportunidades para a Farmacoterapia
A turística ilha de Tenerife acolhe, a partir desta terça-feira e até à próxima sexta, o 52º Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Farmácia Hospitalar, iniciativa que se subordinará ao tema «Farmacoterapia na era da genómica e da comunicação: desafios e oportunidades».
Agendado para o Palácio de Congresos Pirâmide de Arona, o encontro pretende dar a conhecer os mais recentes avanços científicos e do conhecimento na área da Medicina personalizada, permitindo a troca de experiências entre milhares de conferencistas. Um dos momentos altos desta iniciativa ocorre no segundo dia de trabalhos, quando Carlos Cordón-Cardó, chefe do serviço de Patologia Experimental do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, hospital nova-iorquino, fará a sua alocução no âmbito da abertura oficial do evento em Tenerife, com arranque previsto para as 12h30 de quarta-feira.
Do vastíssimo programa definido para o encontro de quatro dias dos farmacêuticos que exercem funções nos hospitais de Espanha, a que o farmacia.com.pt teve acesso, fazem parte inúmeras conferências e seminários sobre temas como a avaliação do uso das novas tecnologias no sector da farmacocinética clínica, o tratamento dos pacientes portadores de cancro, a integração do farmacêutico nos serviços hospitalares da área de Pediatria e da assistência social, os ensaios clínicos e a prática oncológica, os erros de medicação e as suas eventuais consequências, a questão da segurança na utilização de medicamentos em ambiente hospitalar, a dicotomia utilidade terapêutica/inovação dos fármacos, os aspectos nutricionais, a controvérsia em torno dos produtos biossimilares e a integração do farmacêutico na área dos cuidados intensivos, entre muitos outros temas.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Farmacia, AZ Prensa
Genéricos reduzem inflação no preço
dos medicamentos nos Estados Unidos
A taxa de inflação no preço dos medicamentos nos Estados Unidos atingiu, nos últimos 12 meses, o patamar mais baixo das últimas três décadas, cifrando-se em um por cento, quando em 2005 ascendia aos 4,4 pontos percentuais. O período de baixa do indicador económico coincidiu com a implementação, pela administração norte-americana, do seu actual esquema de controlo dos preços.
Daniel Ginsburg, economista do Departamento de Estatísticas do Ministério do Trabalho dos Estados Unidos, onde anualmente são compilados os dados do Índice de Preços ao Consumidor, referiu, em declarações ao «The New York Times», que através da análise ao comportamento do índice, “parece que os aumentos de preços de medicamentos não serão muito dolorosos neste ano”. De acordo com os economistas que analisaram estes números, a evolução positiva deverá ter sido impulsionada por uma maior adesão dos cidadãos ao consumo de genéricos, cuja quota de mercado também aumentou com a introdução de novas alternativas no segmento dos fármacos sem marca.
No mercado norte-americano de consumo de fármacos, os genéricos representaram 63 por cento do total de medicamentos distribuídos ao longo do ano passado (mais 13 por cento do que em 2005). Ao longo do mesmo período assistiu-se a uma perda gradual da predominância de multinacionais norte-americanas como a Pfizer ou a Merck, tendo, em vez daquelas duas empresas, sido a israelista Teva Pharmaceutical, especializada no fabrico de genéricos, a companhia que, de acordo com a IMS Health, liderou o mercado.
Carla Teixeira
Fonte: «The New York Times», Globo Online
Anvisa suspendeu lote do Utoral
A detecção de possíveis efeitos secundários decorrentes da administração do Utoral, um medicamento citostático utilizado para controlar a evolução de diversos tipos de cancros, esteve na origem da ordem de suspensão de um lote daquele fármaco no Brasil. Depois do alerta do próprio fabricante, a companhia Meizler Biopharma SA, a Anvisa ordenou a recolha e a suspensão imediata da comercialização do fármaco. Em causa está um lote – o nºE668608 – do Utoral (que tem como princípio activo a fluorouracila), cuja acção no organismo tem como objectivo a inibição da multiplicação de células cancerosas, e uma notificação de um hospital de São Paulo, que alertou para a eventual existência de vários efeitos adversos indesejáveis decorrentes da utilização do medicamento, que não estão descritos no folheto incluso nas embalagens.
Carla Teixeira
Fonte: Anvisa
Anvisa suspendeu Metilvita e Melivip no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, ordenou a suspensão imediata da comercialização e do uso, em todo o país, de quatro lotes de dois fármacos desenvolvidos pela Laboris Farmacêutica, empresa com sede na cidade do Rio de Janeiro. O Metilvita e o Melivip já estão a ser retirados da rede nacional de farmácias.
No que diz respeito ao Metilvita (metildopa), medicamento indicado para o controlo da pressão arterial, a Anvisa determinou a recolha do lote nº1080, devido a um “resultado insatisfatório no ensaio de variação de peso”, uma vez que a medição do peso de duas cápsulas aferiu diferenças maiores do que as permitidas por lei, já que a administração de comprimidos com diferentes pesos poderia interferir na dosagem correcta e originar problemas relativamente à eficácia do tratamento.
Por seu turno o Mevilip (sinvastatina), medicamento indicado para o controlo dos níveis de colesterol no sangue, desenvolvido pelo mesmo laboratório, revelou problemas em três lotes: os lotes nº1180 e nº1184 chumbaram no teste à uniformidade do ingrediente activo, já que diferentes comprimidos continham diferentes quantidades de sivastina, ao mesmo tempo que o lote nº1005 produziu resultado negativo no ensaio de dissolução da substância, que não era libertada em quantidade e nos prazos estabelecidos. De acordo com o gabinete de assessoria da Anvisa, a sinvastatina é utilizada para reduzir os níveis plasmáticos elevados de colesterol total, LDL, apolipoproteína B e triglicerídeos, sendo igualmente indicada para reduzir o risco de morte por doença coronária, de enfarte do miocárdio não-fatal e de acidente vascular cerebral.
Carla Teixeira
Fonte: Anvisa, «Jornal A Cidade»
Novo medicamento reduz colesterol

Actuando de modo diverso da maioria dos compostos químicos actualmente existentes, que activam a recepção das hormonas tiróideas em todo o organismo, o medicamento concebido pela equipa da Metabasis Therapeutics – baptizado como MB07811 – actua de forma centralizada no fígado, revelando capacidade para diminuir tanto o colesterol como a hipertrigliceridémia (volume excessivo de triglicerídeos no sangue) e a gordura no fígado, situação que pode levar à formação de placas de gordura que se acumulam nas paredes das artérias, dificultando a circulação, e que está geralmente associada a um aumento das taxas de colesterol. Segundo os investigadores norte-americanos, os estudos que desenvolveram permitiram concluir que “a activação selectiva dos receptores das hormonas tiróideas no fígado podem fazer diminuir de forma significativa os índices de lípidos, sem causar efeitos secundários sistémicos indesejados”.
Aquelas hormonas são segregadas pela tiróide, que está localizada na região anterior do pescoço, e têm como função proceder ao controlo da velocidade metabólica, isto é, o ritmo a que ocorrem as funções químicas do organismo. Visam essencialmente fornecer um estímulo à generalidade dos tecidos do corpo humano no sentido da produção das proteínas e do aumento da quantidade de oxigénio que as células utilizam. Porque cabe àquele órgão a regulação de aspectos tão diversos do organismo humano como são a frequência cardíaca, a pressão arterial, o estado emocional do indivíduo, a temperatura, a função intestinal e o peso, qualquer eventual alteração ao funcionamento da glândula acaba por ter considerável impacto na qualidade de vida do doente.
Risco cardiovascular
O colesterol é um esterol (resulta da combinação de um esteróide e álcool). É um lípido presente nas membranas celulares de todos os tecidos humanos, e que é transportado no plasma sanguíneo de todos os animais. Dele depende o saudável desenvolvimento das paredes das células, bem como o desempenho de algumas das suas funções mais importantes. Produzido pelo próprio organismo (no fígado) ou proveniente dos alimentos que são ingeridos e processados, é indispensável em certas quantidades, mas torna-se perigoso quando se acumula no sangue e nas paredes das artérias, formando placas que provocam o seu estreitamento e diminuem o afluxo de sangue ao coração, gerando um risco acrescido de ataque cardíaco e doenças cardiovasculares, primeira causa de morte na generalidade dos países desenvolvidos.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Prensa, Wikipédia, Pfizer, farmacia.com.pt
Brasil inaugura farmácia-escola em 2008
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no Brasil, anunciou a intenção de, em 2008, inaugurar uma estrutura inédita no atendimento e no aconselhamento farmacêutico, que poderá atender cerca de 10 mil pessoas por dia. Trata-se de uma farmácia-escola que está a ser construída no Campus I daquele estabelecimento de Ensino Superior, situado na localidade de Cabula, e que visa prestar esclarecimentos sobre a correcta utilização dos medicamentos, nomeadamente no caso dos manipulados e fitoterápicos.
Considerando que são comuns as dúvidas dos pacientes relativamente à melhor forma de consumo dos medicamentos, e tendo em conta que nem sempre os folhetos que os acompanham são suficientemente claros para os cidadãos menos versados na matéria, a Uneb pretende garantir a atenção necessária ao cabal esclarecimento desse público, salvaguardando que estará sempre disponível para os interessados um farmacêutico capacitado para os ajudar. Na farmácia-escola daquela universidade os doentes terão a possibilidade de optar também pela realização de tratamentos alopáticos, homeopáticos ou fitoterápicos.
Maria Edesina Aguiar, a farmacêutica que coordena o projecto, adiantou que a farmácia-escola disporá de um horto de plantas medicinais, que fornecerá a matéria-prima para a manipulação dos medicamentos fitoterápicos, além de um completo serviço de atenção farmacêutica, numa espécie de linha-directa com o doente, atendimento de enfermagem e um pequeno auditório destinado à realização de eventos científicos como seminários, palestras e outras acções. A unidade atenderá a comunidade interna da universidade e o público externo ao estabelecimento, e contará com a participação de profissionais e estudantes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição, que fazem parte do Departamento de Ciências da Vida da Uneb.
Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Bahia»
sábado, 22 de setembro de 2007
HUC aplicam técnica pioneira de tratamento ao lacrimejar contínuo
A técnica consiste na dilatação do saco lacrimal pelo frio, recorrendo apenas a anestesia local e sem necessidade de internamento, e para já foi aplicada com sucesso em três pacientes, adiantou à Lusa o médico Vítor Carvalheiro, coordenador do sector de Angiografia de Intervenção do Serviço de Imagiologia dos HUC.
Cada intervenção demorou entre 30 a 40 minutos e os três pacientes eram todos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 35 e os 45 anos.
Nas intervenções participou o especialista espanhol Jose Martinez, iniciador da técnica a nível mundial, e ainda o Serviço de Oftalmologia dos HUC. Os médicos recorreram a “balões que trabalham por frio”, para “dilatar os sacos lacrimais”, de modo a que seja feita a “passagem das lágrimas para a nasofaringe (parte posterior do nariz)”, explica Carvalheiro.
A crioterapia dos sacos lacrimais tem vindo a ser utilizada em alguns países europeus, nomeadamente em Espanha, onde “já foram feitas cerca de 50 intervenções, sem complicações e sem recidivas”, e na Alemanha, com uma taxa de sucesso entre os 90 e os 95 por cento.
Portugal “será, provavelmente, o terceiro país” a aplicar este método de tratamento, adianta o médico. Até agora, estas patologias do saco lacrimal eram tratadas com “uma cirurgia bastante pesada” e uma prótese que, geralmente, originava problemas.
Os especialistas estimam que só na zona centro do pais existem entre 500 a mil pessoas que sofrem de patologias do saco lacrimal, causadas ou por infecções repetidas, ou por pedra no saco lacrimal, sendo que os HUC tem em lista de espera 40 pessoas, para tratamento.
Esta doença afecta principalmente pessoas jovens e é mais frequente entre as mulheres, causando grande mal-estar. Os custos do tratamento estão estimados em cerca de mil euros, o correspondente ao valor do material usado na intervenção.
Inês de Matos
Fontes: Sol, Diário de Coimbra
Rastreabilidade em nome da saúde pública
O Estatuto do Medicamento aprovado em Conselho de Ministros no dia 31 de Agosto de 2006, cuja novidades mais visíveis ao consumidor terão sido a inclusão nas embalagens de fármacos da sua indicação para uso em adultos e crianças e a menção em braille do seu nome, introduziu igualmente o conceito de “rastreabilidade”, medida que consiste no acompanhamento do medicamento desde que ele sai do laboratório até ao momento em que chega ao doente, com o objectivo de evitar o roubo, o contrabando e a falsificação, salvaguardando a saúde pública.
O conceito de rastreabilidade no circuito do medicamento tinha já merecido a atenção da classe no Congresso Nacional dos Farmacêuticos de 2003, realizado nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, subordinado à temática do «Conhecimento ao serviço da sociedade», tendo igualmente sido abordado no texto do Decreto-Lei nº92/2005, de 7 de Junho, que transpôs para a ordem jurídica nacional a Directiva Europeia 2003/94/CE, de 8 de Outubro, que estabelece princípios e directrizes das boas práticas de fabrico de medicamentos para uso humano e de medicamentos experimentais para uso humano. O circuito de veiculação e distribuição de fármacos levanta problemas muito mais sérios do que a colocação no mercado de qualquer outro tipo de produtos, uma vez que, além dos prejuízos decorrentes de qualquer falha no processo, há também a necessidade de levar em linha de conta a questão da saúde pública.
Medicamentos fabricados sem o devido controlo, comercializados de forma ilegal, sem a necessária autorização das autoridades competentes ou através da internet, falsificação de produtos farmacêuticos que acabam por não produzir o efeito desejado ou, nos casos mais graves, por se revelar perigosos para quem os consome, e os problemas relativos a patentes que com frequência opõem laboratórios, fazendo chegar aos tribunais litígios longos que se transformam em processos dispendiosos, são hoje situações comuns no sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, e tendo em conta os dados apurados num estudo da empresa de consultoria McKinsey, que em 2005 mostrou um nível alarmante de informalidade no sector do medicamento – 23 por cento dos impostos sonegados, 40 por cento da mão-de-obra utilizada de forma irregular e cerca de 27 por cento do volume de vendas de medicamentos feitas através da troca ilegal de produtos –, especialistas alertam para a necessidadde de se apostar na rastreabilidade daqueles produtos, desde que saem do laboratório em que foram produzidos até ao momento em que chegam às mãos dos doentes para serem consumidos.
Carla Teixeira
Fonte: Portal Fator Brasil, Agência Lusa, ARS/Algarve, Decreto-Lei nº92/2005
Merck abandona vacina contra a sida
A companhia farmacêutica alemã Merck Sharp & Dohme, uma das mais importantes em todo o mundo, optou pela suspensão dos testes a uma vacina experimental contra o HIV depois de uma comissão de especialistas que monitorizava aqueles ensaios ter chegado à conclusão de que a imunização não é eficaz no combate à sida. Em causa está o facto de a vacina não ter conseguido impedir que vários participantes voluntários neste estudo fossem infectados com a doença.
Ao cabo de 10 anos de investigação em torno daquele fármaco, desenvolvido a partir da associação de um vírus comum da gripe com cópias de três genes do HIV, e volvidos três anos sobre do arranque do programa internacional de vacinas (Step), que envolveu três mil voluntários, os especialistas recrutados pela multinacional alemã concluíram que não tinham fundamento as expectativas de que a exposição àquele conjunto de genes desencadeasse uma reacção do sistema imunitário dos pacientes, levando ao desejado reconhecimento e à posterior destruição das células contaminadas com o vírus causador da sida. Fonte do reputado laboratório alemão confirmou que, no grupo de 741 pessoas que voluntariamente participaram neste estudo e receberam a imunização – indivíduos homossexuais e prostitutas entre os 18 e os 45 anos de idade, seronegativos e em risco de contrair a doença –, 24 acabaram por ser infectados, enquanto no grupo de controlo da experiência, formado por 762 voluntários que receberam um placebo, 21 contraíram o HIV.
Carla Teixeira
Fonte: BBC Brasil
EMEA recomenda aprovação do Tasigna da Novartis
O Tasigna funciona em cerca de metade dos pacientes que desenvolveram uma resistência ao Glivec, o fármaco líder no mercado para o tipo mais comum de leucemia mielóide crónica, e que atingiu, no ano passado, vendas mundiais na ordem dos 2,6 mil milhões de dólares, tornando-se assim o segundo fármaco mais vendido da Novartis. A Novartis espera que o Tasigna possa eventualmente substituir o Glivec, e planeia testar a sua eficácia e segurança em pacientes que ainda não foram submetidos ao tratamento com o Glivec.
A caminhada do Tasigna para a comercialização tem sido rápida, uma vez que a equipa de cientistas da Novartis só criaram o fármaco em Agosto de 2002, apenas um ano após o lançamento do Glivec. O Tasigna ganhou a sua primeira aprovação na Suiça, em Julho, e é esperada uma decisão das autoridades reguladoras dos Estados Unidos para o final do ano. A aprovação no Japão também está pendente.
As recomendações relativas à aprovação de comercialização, emitidas pelo Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMEA, são normalmente confirmadas pela Comissão Europeia alguns meses depois.
O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.
A LMC, provocada pela superprodução de glóbulos brancos imaturos, é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.
Tanto o Glivec como o Tasigna irão competir com o Sprycel, fármaco desenvolvido pela Bristol-Myers Squibb Co., que foi lançado na Europa e nos Estados Unidos no ano passado.
Isabel Marques
Aborto com medicamentos arranca já na próxima semana
Até ao final do ano será possível realizar uma interrupção voluntária da gravidez, com recurso a medicamentos, em quatro centros de saúde nacionais. Em declarações ao Diário de Noticias, Paulo Sarmento, coordenador da área de saúde materna da Administração Regional de Saúde do Norte, garantiu esta sexta-feira, que o programa começa já na próxima semana, em Viana do Castelo.
De acordo com o responsável, "em Viana do Castelo, a consulta vai começar no início de Outubro e seguir-se-ão, até ao final do ano, os centros de saúde de Penafiel, Paredes e Amarante". Sarmento adianta ainda que o processo devia já ter começado no passado dia 15, no entanto, “gerou-se algum atraso no processo de articulação entre o centro de saúde e o hospital de Viana".
A escolha da unidade de Viana para lançar o programa deveu-se à "grande proximidade" do Centro Hospitalar do Alto-Minho, que permite a realização da indispensável ecografia, sem obrigar a paciente a grandes deslocações e garantindo uma intervenção imediata caso se registe qualquer complicação na IVG, informou o coordenador, adiantando ainda que um grupo constituído por dois médicos, dois enfermeiros e ainda uma assistente social e uma psicóloga, receberam já a devida formação nesta matéria.
"Nos hospitais, a experiência que temos é que em mais de 95% dos casos a IVG faz-se desta forma, quimicamente", explica Paulo Sarmento. Depois de realizada a IVG, a mulher volta a ser consultada após 15 dias, para confirmar se a interrupção correu normalmente.
Nestes casos não é necessário o internamento da mulher, "quanto muito, será acompanhada durante a manhã em que toma os comprimidos", sublinha o responsável, e o processo fica concluído em apenas uma semana.
O alargamento das consultas de IVG aos centros de saúde deve-se ao factor de proximidade ao médico de família, pois como refere Paulo Sarmento, "nos meios pouco urbanos, este clínico conhece muito bem a situação do agregado familiar e pode estar numa situação, se for o caso, de conversar abertamente com a mulher e sobre as suas opções. Mas pode sempre recorrer ao hospital, se quiser".
Para o inicio do próximo ano esta marcada uma "avaliação no terreno", de forma a definir o alargamento destas consultas a outros centros de saúde do País.
Inês de Matos
Fonte: Diário de Noticias
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Tratamento com nimesulida não deve exceder os 15 dias
Preocupada com os riscos de problemas hepáticos, a Agência Europeia do Medicamento recomendou que a toma de fármacos anti-inflamatórios com nimesulida, usados no tratamento de dores agudas, não deve exceder os 15 dias, informou hoje a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
Apesar da recomendação, esta autoridade reitera a confiança na nimesulida. De acordo com uma circular informativa do Infarmed, a Agência Europeia do Medicamento, após ter "finalizado a revisão da segurança hepática das formulações sistémicas" dos fármacos que contêm esta substância, concluiu "que os benefícios destes medicamentos são superiores aos riscos".
A comercialização de medicamentos com nimesulida foi suspensa pela Agência do Medicamento Irlandesa em Maio de 2007, devido à notificação de casos de complicações hepáticas neste país. Após a Agência Irlandesa ter notificado a EMEA, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) iniciou uma avaliação da segurança hepática destes medicamentos, vindo agora a concluir que não se justifica que o medicamento seja suspenso na Europa.
Os medicamentos com nimesulida "em formulações sistémicas" estão aprovados em vários Estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal, sendo utilizados no tratamento da dor aguda, das doenças articulares como a osteoartrose dolorosa e da dismenorreia primária (dores menstruais).
De forma a evitar possíveis riscos hepáticos, derivados de um tratamento muito prolongado, o CHMO achou por bem recomendar um limite de 15 dias de tratamento, pelo que "todas as embalagens contendo mais de 30 doses (comprimidos ou saquetas) devem ser retiradas do mercado", acrescenta o Infarmed. Os médicos são ainda aconselhados a terem em consideração "a avaliação global dos riscos individuais do doente" quando prescreverem a nimesulida.
Para garantir o cumprimento destas recomendações, o Comité considera "ser necessário proceder à alteração das autorizações de comercialização" dos fármacos, "modificando a informação disponibilizada aos médicos e doentes".
Em Portugal, os fármacos com nimesulida foram aprovados em 1985 e a sua comercialização está sujeita a receita médica. Por serem utilizados no tratamento da dor aguda, são um dos cinco anti-inflamatórios, para doenças reumáticas, mais vendidos no país.
Esta não foi a primeira vez que esta substância é posta em causa, já antes o Infarmed tinha emitido duas circulares informativas sobre a suspensão da comercialização dos medicamentos com nimesulida na Filândia e em Espanha, com base na notificação de reacções hepáticas adversas.
Nesta altura, o Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento chegou mesmo a recomendar uma série de restrições ao uso da nimesulida, nomeadamente a redução da dose diária e sua a limitação ao tratamento da dor aguda.
A Comissão Europeia deverá agora tomar uma decisão acerca destes medicamentos, decisão esta que será vinculativa para todos os estados membros.
Inês de Matos
Fontes: Infarmed, Lusa
Fármaco para sarcoma dos tecidos moles aprovado na Europa
Esta autorização, por parte da CE, acontece dois meses após um comité da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) ter recomendado a aprovação para a utilização do Yondelis, primeiro fármaco de origem marinha de investigação espanhola. Para Luís Mora, subdirector general da PharmaMar, esta autorização irá permitir à companhia chegar aos pacientes europeus com sarcoma a partir deste Outono, quando forem concluídas as negociações com as autoridades de saúde de cada país. Há três décadas que não aparecia qualquer terapia nova para o tratamento deste tipo de sarcoma.
A PharmaMar prevê que a comercialização se inicie no Reino Unido e na Alemanha, onde não é necessária a negociação do preço com as autoridades. Segundo o director de marketing e vendas da companhia, Alfonso Casal, nos restantes países as respectivas autorizações e os preços irão sendo negociados com os sistemas de saúde. Desta forma, a companhia espera cobrir 75 por cento do mercado potencial do Yondelis nos primeiros 12 meses desde a obtenção da autorização da CE.
Para os grandes mercados da Europa Ocidental, a PharmaMar irá ter uma rede de vendas própria estabelecida em colaboração com a Innovex. No restante território europeu, já foram assinados acordos de promoção e distribuição comercial com a Swedish Orphan International para os Países Nórdicos e no sul da Europa com a Genesis Pharma para a Grécia e Chipre.
O sarcoma dos tecidos moles é um tipo de cancro que afecta os músculos, ossos e tecidos dos vasos sanguíneos, que se comporta de forma muito agressiva e tem um prognóstico fatal se não for detectado a tempo.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.pharmatimes.com
Benefícios da nimesulida superam riscos
A utilização de medicamentos com nimesulida tem mais benefícios do que riscos, anunciou esta sexta-feira a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). A conclusão é da Agência Europeia do Medicamento (EMEA) que já terminou a revisão de segurança hepática das formulações sistémicas dos referidos fármacos.
Ainda assim, uma circular informativa emitida pelo Conselho Directivo do Infarmed refere que é necessário conferir alguns limites à duração de utilização da substância e restringir a sua aplicação de forma a minimizar os riscos para o doente.
A Agência do Medicamento Irlandesa suspendeu, no dia 15 de Maio de 2007, a autorização de comercialização dos medicamentos com nimesulida devido ao risco de ocorrência de reacções hepáticas adversas associadas à toma dos mesmos. Na sequência de uma notificação enviada à EMEA pelas autoridades irlandesas, o Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano (CHMP) iniciou, em Junho de 2007, uma avaliação da segurança hepática destes medicamentos com o objectivo avaliar se as acções regulamentares desencadeadas pela Irlanda deveriam ser implementadas ao nível da União Europeia.
Depois de avaliar as evidências científicas actualmente disponíveis, o CHMP “concluiu que não se justifica que o medicamento seja suspenso na Europa”, refere o comunicado emitido pelo Infarmed. No entanto, o painel de especialistas considera ser necessária uma alteração às autorizações de comercialização destes medicamentos, modificando a informação disponibilizada aos médicos e doentes com o objectivo de minimizar o risco de hepatotoxicidade.
A recomendação do CHMP, divulgada pelo Infarmed, salienta que o tratamento “deve ser limitado a um período máximo de 15 dias”. Nesse sentido, todas as embalagens contendo mais de 30 doses (comprimidos ou saquetas) devem ser retiradas do mercado, informa a autoridade reguladora do sector. Para além disso, antes de procederem à prescrição de fármacos com nimesulida, os médicos devem ter em consideração a avaliação global dos riscos individuais do doente.
Os medicamentos com nimesulida em formulações sistémicas encontram-se aprovados em vários Estados membros da União Europeia no tratamento da dor aguda, tratamento sintomático da osteoartrose dolorosa e dismenorreia primária.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.