domingo, 4 de novembro de 2007

Governo aplica 20 milhões de euros em 98 propostas de estudo
Espanha investe na investigação de doenças raras


O Ministério da Saúde de Espanha anunciou há dias a intenção de investir cerca de 20 milhões de euros na investigação e no tratamento de doenças raras, diabetes e transplantes. Avaliar a eficácia de algumas terapias existentes, comparar métodos terapêuticos e evitar a propagação de certas patologias são os grandes objectivos da medida.

De acordo com uma notícia avançada pelo portal espanhol AZ Farmácia, são 98 as propostas defendidas pelas autoridades sanitárias do país vizinho. Avaliar a eficácia do tratamento dos pacientes com síndroma de Williams – rara desordem genética de diagnóstico difícil e que não tem causas ambientais, médicas ou a influência de factores psicossociais, estimando-se que afecte uma em cada 20 mil nascituros –, comparar os efeitos do tratamento com bombas infusoras de três tipos de insulina em crianças diabéticas ou prevenir os efeitos das quedas, frequentes entre idosos, são apenas alguns dos objectivos deste investimento da tutela espanhola, que com um aporte de 20 milhões de euros pretende ajudar a resolver alguns dos problemas de saúde que mais afectam os cidadãos espanhóis.
No seguimento de um programa inédito de incentivo e financiamento à investigação farmacêutica no país vizinho, anunciado em Fevereiro, e ao qual foram submetidas 549 candidaturas, o ministério atribuirá, tendo por base a escolha de uma comissão de especialistas, um montante global de 20 milhões de euros, a distribuir por 188 solicitantes, autores das 98 propostas admitidas a concurso. No âmbito deste apoio, ainda de acordo com o AZ Farmácia, será dada prioridade à investigação nas áreas de medicamentos órfãos, fármacos de elevado interesse sanitário mas sem grande interesse comercial, ensaios clínicos e estudos comparativos com vista a reduzir a resistência aos antibióticos e medicamentos específicos para grupos especiais da população, designadamente crianças.
Os estudos abrangidos pelo apoio estatal agora anunciado deverão desenvolver-se no prazo máximo de três anos, e decorrerão em centros de saúde e hospitais das regiões de Andaluzia, Aragão, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castela-La-Mancha, Castela e Leão, Catalunha, Extremadura, Galiza, Madrid, Múrcia, Navarra, País Basco e Comunidade Valenciana.

Carla Teixeira
Fonte: AZ Farmácia, www.ensinoespecial.blogspot.com

sábado, 3 de novembro de 2007

Portugal pondera medida já em andamento no Brasil
Bulas de medicamentos para doentes invisuais


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade reguladora do sector do medicamento no Brasil, propôs e submeteu a uma consulta pública a questão da implementação de bulas de medicamentos adaptadas aos deficientes visuais. Bulas escritas em Braile, em formato de CD, electrónicas ou magnéticas são as hipóteses em estudo. Em Portugal as novas bulas deverão surgir até final do ano.

De acordo com um comunicado da Anvisa publicado na página online da instituição, foi posto em marcha um processo de consulta pública sobre este assunto, devendo os interessados dar conta da sua opinião, no que toca a vantagens e desvantagens da proposta, que poderá, num futuro próximo, dar lugar a uma resolução. Todos os cidadãos são chamados a pronunciar-se sobre esta matéria, podendo fazê-lo até ao dia 29 deste mês. Os contributos para esta discussão deverão ser enviados para o endereço de e-mail cp103.2007@anvisa.gov.pt, ou pelo correio, para a morada:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Assessoria Técnica
SEPN 515, Bloco “B”
Edifício Ómega, Asa Norte
Brasília, DF, CEP 70.770-502.

Citado no site, o responsável principal pelo departamento de Assessoria Técnica da Anvisa, Pedro Ivo Ramalho, refere que a proposta regulamenta o Decreto nº 5296 de 2004, que obriga a indústria farmacêutica a disponibilizar exemplares das bulas para deficientes, desde que haja uma solicitação nesse sentido. “Estamos definindo os critérios que as indústrias devem seguir para oferecer estas bulas aos pacientes, inclusivamente através do Serviço de Atendimento ao Consumidor”, explicou. Fora do alcance desta medida deverão ficar apenas os medicamentos administrados por profissionais de saúde em hospitais e demais serviços de saúde.

Realidade lusitana
Em Portugal essa possibilidade vem sendo aflorada desde há alguns meses, depois de, em Junho do ano passado, no âmbito do 42º Encontro Anual da Associação da Indústria Europeia de Automedicação, que teve lugar na Grécia, quatro centenas de especialistas se terem centrado nas questões da publicidade e dos efeitos de uma eventual liberalização dos preços dos medicamentos, e de, nessa discussão, terem aferido que o nível de instrução influencia o modo como os cidadãos consomem os fármacos não sujeitos a receita médica, considerando necessária a implementação de bulas mais claras e compreensíveis, e abordando igualmente a necessidade de produzir aqueles folhetos em formatos alternativos, nomeadamente em Braile.
Já este ano, no passado mês de Setembro, a Federação de Instituições de Apoio a Doentes Crónicos participou, com diversas outras entidades, numa reunião informal realizada nas instalações da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), que visou essencialmente a recolha de opiniões sobre como «Gerir o risco associado à utilização dos medicamentos», temática que dias depois haveria de ser discutida com o Grupo Europeu de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMEA).
No âmbito do debate surgiu a questão dos folhetos informativos que acompanham os fármacos, que de acordo com os especialistas deverão obedecer a “critérios de informação especialmente concebidos para serem facilmente compreensíveis pelo utente”, concretizando que, a breve trecho, “para os invisuais haverá tradução das bulas em linguagem Braille”. O processo de alteração está, ao que tudo indica, “em fase adiantada”, estando neste momento “a ser elaborado em harmonia com outros estados da União Europeia” para, previsivelmente até final deste ano, ser concluído e entrar em vigor, ainda sob a presidência portuguesa da União Europeia.

Carla Teixeira
Fonte: Anvisa, «Expresso», Portal do Cidadão com Deficiência

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

OMS quer fármacos mais seguros para crianças

Melhora do tratamento da saúde infantil passa por instalação de medidas urgentes

A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer aumentar a segurança de medicamentos para crianças. A todos os países, foi recomendada a instalação urgente de medidas que visem apertar a vigilância e apoiar o desenvolvimento de técnicas com vista à produção de fármacos infantis.

Pouco ainda se sabe sobre como reage o organismo de uma criança aos medicamentos em geral. Uma realidade que está a preocupar a OMS, levando-a a publicar uma notificação onde destaca a necessidade urgente de instalar medidas adequadas de vigilância de medicamentos para crianças.

Howard Zucker, Director-Geral Assistente em Tecnologia de Saúde e Farmacêutica da OMS, realçou que os efeitos colaterais de um fármaco, “normalmente são bem conhecidos entre os adultos, porque é nesta faixa etária que, em geral, os medicamentos são testados”, concretizando que, em relação às crianças, as situações adversas “envolvem muitos outros aspectos.”

Segundo advertiu o responsável, o uso de doses e métodos de administração inadequados, “ocasiona danos potenciais que são três vezes mais frequentes na infância do que nos adultos”, exemplificando: “O desconhecimento deste problema resultou na morte de quatro crianças, com menos de três anos, no início deste ano, após terem engolido comprimidos de albendazol, durante uma campanha contra parasitoses infantis na Etiópia.”

Howard Zucker alertou ainda para outro aspecto grave a equacionar aos efeitos adversos em pediatria referente à notificação destes casos: “Estão quantificados em menos de 10 por cento”, sustentando com “a inexistência de estratégias seguras de vigilância farmacêutica e sanitária, principalmente, em países pouco desenvolvidos.”

O representante da OMS apontou, também, a lacuna existente relativa às manifestações precisas dos efeitos colaterais na infância, especialmente naqueles pacientes mais jovens e recém-nascidos, defendendo que
esse conhecimento “é essencial para que haja uma melhora no tratamento da saúde infantil.”

A estratégia de promoção de segurança de medicamentos para crianças, feita pela OMS, apresenta uma série de recomendações para que essas medidas sejam instaladas, em todos os países. Uma das orientações prende-se com o emprego de sistemas de vigilância e o apoio ao desenvolvimento de investigações voltadas para a descoberta de técnicas mais apropriadas de produção de medicamentos infantis.

Raquel Pacheco

Fonte: World Health Organization (OMS)

Lucros da Sanofi-Aventis sobem 9,1% no terceiro trimestre

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis registou um crescimento de 9,1 por cento nos lucros do terceiro trimestre do ano, face ao período homólogo de 2006, para os 1,85 mil milhões de euros. Os resultados superaram as expectativas dos analistas, sendo que a empresa reviu em alta as suas previsões para o conjunto do exercício deste ano.

De acordo com um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo laboratório, entre Junho e Setembro de 2007, o seu lucro líquido somou 1,85 mil milhões de euros, relativamente aos 1,69 mil milhões de euros registados nos mesmos meses do ano anterior. As vendas da empresa aumentaram 1,8 por cento, para os 7,03 mil milhões de euros.

A venda de vacinas de uso humano (mais 49 por cento, para os 943 milhões de euros) permitiu à empresa reduzir os curtos e aumentar os ganhos depois da quebra nas vendas do Acomplia (rimonabant) e da concorrência dos genéricos. As projecções de crescimento dos lucros por acção no conjunto do exercício foram revistas em alta pela Sanofi, situando-se agora nos 10 por cento.

Matra Bilro

Fonte: Dinheiro Digital, Diário Económico, International Herald Tribune, Reuters.

Medicamentos à venda na internet a partir de quarta-feira

Os portugueses vão poder encomendar medicamentos pela internet, telefone ou fax já a partir de quarta-feira, dia 7 de Novembro. O pedido deverá ser feito junto das farmácias e locais de venda de fármacos não sujeitos a receita médica, segundo uma portaria publicada hoje.

Para tornar possível a entrega dos medicamentos ao domicílio, as farmácias e outros locais de venda têm de criar uma página na Internet onde devem constar o preço do serviço, formas de pagamento, cobertura geográfica da prestação de serviço e tempo provável da entrega, bem como o nome do director técnico da farmácia ou do responsável do local de venda.

De acordo com a portaria, este serviço fica limitado ao município onde está instalada farmácia e aos concelhos limítrofes. O controlo da entrega de medicamentos nestas condições fica a cargo de um farmacêutico ou técnico de farmácia e não dispensa a apresentação de recita médica, no caso dos fármacos a ela obrigados.

Para além da internet, a requisição de medicamentos para entrega ao domicílio pode também ser efectuada através de correio electrónico, telefone ou fax.

Também a partir de quarta-feira, as farmácias vão poder começar a dar as vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) terá que ser previamente informada acerca da venda de medicamentos pela Internet e entrega ao domicílio. A lista de sites dos locais que procedam à venda on-line será disponibilizada no portal do Infarmed (www.infarmed.pt).

A realização de apoio domiciliário, administração de primeiros socorros e de medicamentos ou a utilização de meios auxiliares de diagnóstico (medição da tensão e de níveis de diabetes e colesterol, entre outros) são também contemplados pela portaria que define os novos serviços a prestar pelas farmácias.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Portugal Diário, Correio da Manhã.

Stress pode desencadear doença de Alzheimer

Investigadores portugueses contribuíram para a descoberta

O stress pode ser um factor decisivo no desenvolvimento da doença de Alzheimer, uma descoberta levada a cabo por uma equipa de investigadores liderada por dois cientistas portugueses. Apesar dos resultados serem promissores, os responsáveis insistem em abordá-los com prudência, visto que a experiência só foi ainda realizada em animais.

Conduzida por três investigadores, entre os quais dois portugueses, Osborne Almeida e Nuno Sousa, a pesquisa resultou da colaboração entre diversos cientistas da Alemanha, Reino Unido e Portugal e, dois anos e meio depois de ter sido iniciada, está ainda a dar os primeiros passos.

Conforme explicou Nuno Sousa, investigador da Universidade do Minho, em declarações à agência Lusa, as alterações que conduzem à doença de Alzheimer são devidas ao mau processamento de uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação das chamadas placas amilóides que aparecem no cérebro dos doentes com Alzheimer.

Através dos animais, os investigadores tentaram “avaliar se a exposição ao stress induzia o processamento anómalo desta proteína. Submetemos animais a protocolos de stress crónico e verificámos que havia esta relação”, explicou o investigador. Numa fase posterior, adicionaram-se outros dois estímulos: injecção de glucocorticóides - cuja produção é a primeira resposta fisiológica ao stress - e de beta-amilóide no cérebro dos ratos.

“Fomos verificar se havia efeito cumulativo e, de facto, estímulos distintos caminham no sentido de aumentar esta proteína”, o que revela que os glucocorticóides têm o mesmo efeito, confirmando o importante papel desempenhado pelo stress na doença, disse, salientando que “stress e hormonas de stress são indutivas do aparecimento de marcadores de Alzheimer”.

Esta conclusão torna-se especialmente relevante visto que o glucocorticóide é usado para tratar doentes de Alzheimer, mas tendo em conta os resultados da investigação, poderá estar a contribuir para a doença em vez de ajudar. Porém, de acordo com Nuno Sousa, “há mais do que um tipo de glucocorticóide, e ligam-se a diferentes receptores. Quando se ligam a um determinado receptor, conferem protecção neuronal. Mas os que se ligam a outro, o receptor GR, podem ser nefastos”.

Ainda assim, o cientista faz questão de ser cauteloso no que toca às implicações destes dados. “Uma coisa são os animais, outra são as pessoas. Mas não deixa de ser um fortíssimo indicador de que pode ter confirmação clínica”. É com essa intuito que a mesma equipa de investigadores já está “a dar os primeiros passos nestes estudos clínicos”, adiantou.

Agora há dois caminhos a tomar por parte dos investigadores: por um lado prosseguir o estudo em modelos animais e verificar que mecanismos estão na base destas alterações, por outro lado fazer investigação clínica e ver os processos de envelhecimento, porque a doença de Alzheimer se enquadra numa perturbação que tem a ver com a idade. Os resultados da investigação, já disponíveis na edição online da revista "Molecular Psychiatry", serão também publicados na versão em papel.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, TSF.

IMS Health prevê quebra no ritmo de vendas de medicamentos
Mercado farmacêutico abranda em 2008


Um relatório anual da IMS Health, empresa especializada em informação sobre o sector farmacêutico, prevê que o crescimento nas vendas de medicamentos a nível mundial sofra um ligeiro abrandamento em 2008, situando-se entre os 735 e os 745 mil milhões de dólares, resultado ligeiramente inferior ao deste ano. O documento salienta que, pela primeira vez, os mercados mais sofisticados deverão contribuir apenas com metade do crescimento esperado.

Em contrapartida, de acordo com os índices de progressão estimados no «Global Pharmaceutical Market and Therapy Forecast» – o mais importante indicador anual da evolução, do dinamismo e da performance do mercado farmacêutico em termos mundiais –, divulgado na última quinta-feira, sete mercados emergentes – a China, o Brasil, o México, a Coreia do Sul, a Índia, a Turquia e a Rússia – deverão assumir a responsabilidade por um quarto dos resultados previstos, que no total darão conta de um crescimento entre cinco a seis por cento, quando os resultados do último ano se cifraram entre seis e sete por cento.
A IMS Health prevê igualmente que medicamentos equivalentes a 20 mil milhões de euros em termos de vendas vejam a sua patente expirada durante o próximo ano, e outros produtos deverão também perder a sua exclusividade em vários mercados, o que impulsionará um crescimento na ordem dos 14 a 15 por cento nas vendas dos medicamentos genéricos, para mais de 70 mil milhões de dólares. Em 2008, atesta o documento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, “os laboratórios produtores de genéricos e biofármacos deverão conceber e implementar modelos mais agressivos de expansão dos seus negócios, para aproveitar as oportunidades criadas por esta movimentação no mercado farmacêutico global”. Uma realidade que, avisa a IMS Health, “requer a reinvenção dos agentes do mercado”.
Segundo explica o relatório, que identifica as principais motivações para o cenário traçado, os factores que mais condicionam a evolução global do mercado estarão relacionados com a diminuição dos custos de tratamento nos principais mercados, a deslocação do aumento das vendas dos maiores mercados para os emergentes e dos tratamentos primários para cuidados de especialidade, associados à crescente incerteza sobre a saúde pública, os preços e as questões ligadas às patentes e ao acesso aos mercados. Assim, os elementos-chave da evolução prevista pela IMS Health para o próximo ano são a quebra nas contribuições dos mercados de topo (Estados Unidos, Europa e Japão), a aceleração das vendas nos novos mercados e a crescente aposta nos medicamentos genéricos: fármacos líderes de vendas vão perder a sua exclusividade em diversos mercados em 2008 (Risperdal, Fosamax, Topomax, Lamictal e Depakote).
Também a expansão no número de tratamentos existentes (o relatório estima que sejam lançados 29 medicamentos inovadores no próximo ano) e vários problemas relacionados com a segurança dos medicamentos aumentarão o grau de incerteza e de fiabilidade em torno daqueles produtos. A IMS Health prevê igualmente que a mudança em curso nos direitos de propriedade intelectual, desafiada em múltiplas frentes, terá um papel importante no desenvolvimento do sector ao longo do próximo ano.

Carla Teixeira
Fonte: IMS Health, Diário Digital
Fármaco contra o cancro da mama da GlaxoSmithKline
Tykerb deverá chegar ao Brasil em 2008


Deverá chegar às farmácias brasileiras no início de 2008 o novo medicamento da companhia farmacêutica britânica GlaxoSmithKline para o cancro da mama, que já é vendido nos Estados Unidos e acaba de ser autorizado pelo governo brasileiro. O Tykerb (ditosilato de lapatinibe) age sobre os tumores em estádio avançado, com a presença da proteína HER2, que “alimenta” a evolução do tumor.

Diante dos vários tipos de carcinomas mamários existentes, que têm em comum a circunstância de serem provocados por uma mutação genética, mas que divergem no modo como reagem à quimioterapia, o tratamento convencional para a doença, ganha relevância a descoberta de qualquer novo método que revele a capacidade de inibir a reprodução das células cancerígenas. O cancro da mama com presença da proteína HER2 corresponde a cerca de 25 por cento de todos os carcinomas do seio, e atinge principalmente jovens em idade produtiva.
Administrado por via oral, o Tykerb actua nos casos em que o Herceptin, o fármaco convencional no tratamento do cancro da mama, que é usado em algumas doentes por via intravenosa, não produz resultados, podendo inclusivamente ter como efeito o surgimento de problemas do foro cardíaco. Os dois produtos podem ser utilizados em regime de complementaridade, sendo que o Tykerb apresenta como vantagens o facto de não pressupor a obrigatoriedade de internamento da doente, que pode fazer o tratamento em sua própria casa, e a circunstância de não ter efeitos graves além da diarreia e de ligeiras irritações na pele. Antes do surgimento do fármaco da Glaxo, as doentes que não reagiam ao Herceptin não tinham qualquer tratamento ao dispor, acabando muitas vezes por morrer.

Carla Teixeira
Fonte: Clicabrasilia.com.br

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Lucros da farmacêutica britânica caíram 15 por cento
Genéricos ameaçam resultados da Astra Zeneca


Os lucros da Astra Zeneca sofreram uma quebra de 15 pontos percentuais durante o terceiro trimestre deste ano, segundo anunciou nesta quinta-feira em comunicado a segunda maior companhia farmacêutica com sede no Reino Unido. Na origem do recuo terá estado a concorrência dos medicamentos genéricos.

De acordo com o comunicado difundido pela empresa, entre os meses de Julho e Setembro os resultados da Astra Zeneca evidenciaram um recuo face ao período homólogo de 2006, de 1,1 mil milhões de euros para 929 milhões. Na base destes resultados terão estado o aumento dos custos das aquisições que a empresa está a integrar – com destaque para a Cambridge Antibody Technology e a MedImmune – e o facto de os medicamentos do laboratório com melhores resultados ao nível das vendas enfrentarem actualmente a cada vez mais feroz concorrência das fórmulas genéricas com os mesmos princípios activos. Analistas citados pela agência Bloomberg consideram que a Astra Zeneca está a acusar os efeitos da pressão das companhias produtoras de genéricos, em regra bastante mais baratos do que os medicamentos de topo da companhia: Nexium, Crestor e Toprol XL.

Carla Teixeira
Fonte: Bloomberg, «Diário Económico»
Bastonária pronunciou-se sobre o novo regime jurídico
Rumo à perda da identidade das farmácias


No rescaldo da entrada em vigor do novo regime jurídico das farmácias de oficina, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos reiterou a sua “total discordância” face à liberalização da propriedade dos estabelecimentos de dispensa de medicamentos, considerando que a reforma não traz benefícios à população nem quaisquer mais-valias ao Estado. Para Irene Silveira o futuro é claro: as farmácias vão perder a sua identidade enquanto espaços de saúde.

Decalcando uma posição que por diversas vezes tinha já assumido, inclusivamente numa entrevista concedida ao farmacia.com.pt ainda na qualidade de candidata a bastonária, Irene Silveira veio novamente a público dar conta da firme oposição da Ordem dos Farmacêuticos a uma das ideias-chave do diploma que entrou em vigor na passada terça-feira, e num comunicado publicado na página electrónica da OF, em www.ordemfarmaceuticos.pt, insistiu na convicção de que “esta medida não traz quaisquer benefícios à população nem mais-valias ao Estado”, constituindo também “uma porta aberta à inevitável e progressiva degradação da qualidade dos serviços farmacêuticos actualmente prestados nas farmácias”.
A bastonária considera que, ao revogar o princípio da indivisibilidade entre direcção técnica e propriedade da farmácia, “um pressuposto que constitui o garante de uma plena independência e responsabilidade do farmacêutico no exercício da profissão”, o Governo pretende “reduzir a dispensa de medicamentos a uma mera actividade económica de retalho”, tratando o fármaco como uma qualquer mercadoria, e como tal susceptível de ser enquadrada segundo mecanismos de livre funcionamento dos mercados. Considerando que a nova medida legislativa “carece de fundamentação científica e técnica”, Irene Silveira prevê que ela possa espoletar o surgimento de situações de “assimetria no acesso a medicamentos, resultante da concentração das farmácias nos centros urbanos com maior densidade populacional, bem como de uma descaracterização e decréscimo na qualidade dos serviços prestados pelos farmacêuticos.
Num futuro próximo a representante máxima da classe farmacêutica prevê mesmo a “concentração do capital agora disperso em direcções técnicas individualizadas”, e perspectiva mesmo a “verticalização económica de cadeias (talvez internacionais) de farmácias”. Irene Silveira acredita que “a breve trecho” as regras introduzidas no sector terão como resultado uma “perda de identidade da farmácia como espaço de saúde”, em detrimento da imagem das farmácias como alvos de investimento financeiro, estimulando a “agressividade comercial e de marketing”, que poderá ser “indutora da venda de medicamentos e produtos de saúde, contrariando o princípio de moderação e adequação do consumo” daqueles produtos, como salvaguarda da Saúde Pública.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Obstáculos aos novos estabelecimentos em meio rural
“Governo dificulta abertura de farmácias”


O Sindicato Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos considera que o Governo está a criar obstáculos à abertura de novas farmácias em pequenos meios rurais. Em causa estão os custos elevados inerentes à formalização da candidatura e a obrigatória indicação de dois farmacêuticos, medidas que a estrutura sindical. O sindicato acusa ainda a tutela de ter retardado o fornecimento de informações sobre o novo regime jurídico.

Recordando que só recebeu muitos dos documentos relacionados com a legislação agora em vigor depois de “muita insistência”, o sindicato aponta a existência de uma “contradição evidente, com a promessa ou intenção da melhoria da qualidade e do alargamento da assistência farmacêutica”. Em causa está, segundo adiantou fonte sindical ao jornal «Destak», “a diminuição da capitação relativa à instalação, por concurso, de novas farmácias, enquanto se “cria obstáculos intransponíveis” à sua abertura nos pequenos meios rurais, tendo em conta “não só o valor elevado a que a participação no concurso obriga” (cerca de 10 mil euros), como pela “obrigação da indicação de dois farmacêuticos”.
Asseverando que é “objectivamente impossível” garantir a presença contínua de um farmacêutico numa farmácia obrigada a prestar serviço ininterrupto – 24 horas por dia durante os 365 dias do ano –, a estrutura acusa o Governo de “propiciar” que na ausência daquele profissional o estabelecimento de venda de medicamentos possa ser confiado a “pessoal sem qualquer qualificação técnica, ou outra claramente definida, mantendo a existência de ambiguidades”, quando essa função deveria ser assumida por técnicos de farmácia.
Outra crítica do sindicato incide na comercialização de medicamentos pela internet, tendo em conta que o novo regime jurídico estabelece a necessidade de supervisão das vendas por um “auxiliar legalmente habilitado”, conceito que o sindicato garante não saber a que tipo de profissional diz respeito, endurecendo a posição para dizer que “o que verdadeiramente está em causa é mais uma cedência inconcebível do lobby farmacêutico (ANF e farmacêuticos proprietários de farmácias), que consegue por esta e outras vias uma compensação positiva pela perda da exclusividade na propriedade”.

Carla Teixeira
Fonte: «Destak», Agência Lusa

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Recolha de opiniões sobre o novo regime jurídico
Sindicato quer auscultar farmacêuticos


O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos deu início a um processo de recolha de opiniões, junto da classe farmacêutica, relativamente aos projectos de portaria do Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto, que institui o novo regime jurídico das farmácias de oficina, que entrou em vigor na última quarta-feira. No âmbito desta auscultação, o SNF pretende ouvir os seus associados sobre a reforma legislativa que, segundo aquela estrutura, em muito influencia a actividade de uma grande parte dos profissionais do sector. Os interessados em colaborar nesta recolha de dados deverão enviar as suas opiniões para geral@sindicatofarmaceuticos.org.

Carla Teixeira
Fonte: Sindicato Nacional dos Farmacêuticos
Sindicato e ANF iniciaram negociações para 2008
Contrato colectivo de trabalho para farmacêuticos


O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos iniciou conversações com a Associação Nacional de Farmácias com o objectivo de “tentar negociar um contrato colectivo de trabalho” com aquela entidade, com vista a “melhor poder representar e defender o interesse dos profissionais do sector que até agora não têm um acordo de trabalho aplicável”.

Segundo informações avançadas ao farmacia.com.pt por fonte sindical, a primeira reunião desta ronda de negociações teve lugar há poucos dias, tendo a delegação do SNF tentado chamar a atenção dos dirigentes da ANF para a existência de uma lacuna no que diz respeito às condições de trabalho nas farmácias de oficina, onde que o sindicato visa obter um contrato colectivo de trabalho que proteja um número mais significativo de farmacêuticos. O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos reputa como essencial uma mais eficaz regulação do sector, mas não esquece também as reivindicações da classe no que diz respeito a aumentos salariais. Tendo em conta os “tempos conturbados” que a profissão atravessa em Portugal a estrutura sindical considera que não será fácil negociar estes aspectos, recordando que também as negociações para este ano ficaram manchadas pela falta de abertura negocial da Associação Nacional de Farmácias.

Carla Teixeira
Fonte: Sindicato Nacional dos Farmacêuticos

Cólon Irritável: doentes gastam fortunas com tratamento

Doença afecta 15 por cento dos portugueses

A Síndrome do Cólon Irritável (SCI) tem custos anuais na ordem dos 1,2 mil milhões de euros em Portugal, segundo a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG).
Um estudo realizado na Alemanha revela ainda que, para o tratamento da SCI, a média de medicamentos prescritos, por ano, e por doente, é de 3,5. Os custos directos calculados, por ano, são superiores a 790 euros (50 por cento para medicamentos, 25 por cento para consultas médicas e 25 por cento para hospitalização).

António Curado, director do serviço de gastrenterologia do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha (CHCR), confirma que, apesar de ser uma doença benigna, a SCI “tem custos e implicações socioprofissionais importantes”, advogando, por isso, “um bom diagnóstico e tratamento adequado.” Em termos farmacológicos “é possível corrigir a obstipação e a diarreia, aliviar a dor e o mal-estar destes doentes”, frisou.

O especialista destacou os anti-espamódicos que – explicou – “correspondem à principal necessidade dos doentes, que é o alívio dos sintomas”, concretizando que, dentro desta classe farmacológica, “o brometo de otilónio tem a vantagem de ser mais eficaz do que os outros no alívio da dor.”

Segundo António Curado, com este fármaco, “o número médio de doentes que é necessário tratar para que se consiga o alívio dos sintomas e o benefício completo é menor do que dois, enquanto que noutros fármacos era necessário tratar quatro ou cinco.”

O médico do CHCR esclareceu que o brometo de otilónio “actua ao nível do bloqueio dos canais de cálcio e das taquicininas, um conjunto de mediadores bioquímicos. Tem uma pequena absorção a nível intestinal, aliviando os espasmos e, consequentemente, a dor. Estes espasmos estão na origem dos outros sintomas, isto é, da diarreia, obstipação e da distensão abdominal.”

De acordo com o especialista, a doença afecta cerca de 15 por cento da população portuguesa. “No seu conjunto, a patologia funcional digestiva, ou colite nervosa, é responsável por 5 por cento das consultas de cuidados médicos primários e por 60 a 70 por cento das consultas de gastrenterologia; dentro deste grupo de doenças, a mais importante é a SCI”, frisou.

Época de exames agrava sintomas

“O stresse associado à época de exames escolares desencadeia um maior número de crises nos indivíduos que sofrem de SCI” advertiu ainda António Curado, acrescentando que a síndrome “é muito mais comum nos jovens adultos entre os 18 e os 30 anos.”

A Síndrome do Cólon (ou Intestino) Irritável é considerada como uma doença de distúrbio funcional, ou seja, que afecta funções fisiológicas ou psicológicas mas não a estrutura orgânica. A dor ou desconforto do abdómen, a alteração dos hábitos intestinais (obstipação ou diarreia) e a distensão abdominal, são os principais sintomas.

Raquel Pacheco

Fonte: SPG/CHCR/Barlavento/Manual Merck

SCI: Hipnose pode ajudar casos graves

Cientistas apostam em técnicas de relaxamento como terapia da Síndrome do Cólon Irritável

A hipnose pode ajudar os doentes com casos graves de Síndrome do Cólon Irritável (SCI), afirmam cientistas britânicos. Os investigadores da universidade King´s College London acreditam que a terapia pode ser útil na conexão entre o cérebro e o intestino por meio de técnicas de relaxamento.

Partindo das evidências de que a SCI é causada por factores biológicos e psicológicos, os especialistas sugerem – num estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) - “que os médicos deveriam avaliar o uso de hipnose e outros tratamentos do foro psicológico, como antidepressivos.”

De acordo com Ian Forgacs, gastrenterologista da King´s College, “os médicos, geralmente, ficam renitentes em receitar antidepressivos, especialmente a pacientes que, embora tenham SCI, não mostram sinais de depressão.” No entanto, o investigador apelou para que fossem levadas em conta as terapias alternativas, incluindo hipnose, sublinhando que, este tratamento “poderá ajudar na conexão entre o cérebro e o intestino por meio de técnicas de relaxamento.”

Ian Forgacs defendeu ainda que os doentes “devem ser informados que o tratamento psicológico não significa que a doença está toda na mente", revelando que a equipa constatou que “os tratamentos mais eficientes para a síndrome são as chamadas terapias de diálogo."

Perfeccionistas são potencial alvo

Sabe-se que a doença afecta entre 15% a 25% da população do mundo ocidental. Entretanto, segundo um outro estudo britânico, ficou-se, também, a saber que as pessoas perfeccionistas têm mais probabilidade de desenvolver a SCI após uma infecção intestinal.

Os investigadores da Universidade de Southampton estudaram 620 doentes com gastroenterite e avaliaram a relação entre os níveis de stresse e a doença. Três e seis meses após o surto inicial, as pessoas responderam a um inquérito para descobrir se também sofriam da síndrome.

De acordo com os resultados do estudo publicado na revista «Gut», no Reino Unido, um em cada dez doentes apresenta sintomas da síndrome depois de infecções como a gastroenterite.

“Ao todo, 49 pessoas apresentavam a SCI, sendo que, as mulheres apresentaram o dobro da probabilidade de desenvolver a síndrome. As pessoas que manifestaram a doença foram as que relataram os maiores níveis de stresse e de sintomas psicossomáticos. Entre estes doentes, estavam também os mais perfeccionistas e os que continuaram a trabalhar mesmo doentes”, revelou a esquipa de Southampton.

Segundo Rona Moss-Morris, coordenadora do estudo, os médicos podem investigar possíveis traços de personalidade, como a ansiedade e o perfeccionismo, em pessoas que apresentam problemas durante a recuperação da gastroenterite.

Ao considerar que as terapias cognitivas podem ser usadas no tratamento da síndrome, a investigadora ressalvou que o estudo não indica que o cólon irritável seja totalmente de ordem psicológica. “Pode ser que o stresse e a ansiedade afectem o sistema imunológico, mas, pode ser também que, se a pessoa não descansar, piore", advertiu.

Raquel Pacheco

Fonte: BMJ/«Gut»/gut.bmj.com/

Farmacêutica Rubió adquire portuguesa Pharmout

A farmacêutica espanhola Rubió, especializada na produção de medicamentos para patologias específicas, como é o caso das doenças com baixa prevalência, adquiriu a totalidade do laboratório português Pharmout.

O negócio encaixa-se nos planos de crescimento delineados pela Rubió que desta forma acentua a sua presença no mercado luso. Depois de ter incorporado Isabel Salvat no cargo de directora-geral, a Rubió desenvolveu um plano estratégico que inclui a intenção de apostar na expansão internacional da empresa, através da presença noutros países.

De acordo com Carlos Runió, director adjunto dos assuntos institucionais e proprietário da farmacêutica espanhola, um dos objectivos da empresa era “ter uma filial em Portugal com as características de Pharmout. A sua incorporação permite, assim, a entrada da Rubió no país, ao mesmo tempo que se constitui como uma excelente plataforma para os nossos produtos."

Há 40 anos a operar no sector farmacêutico e com capital 100 por cento espanhol, em 2006, a Rubió conseguiu um aumento de 25 por cento na sua actividade no mercado internacional face a 2005. Os bons resultados ficaram principalmente a dever-se à comercialização de especialidades farmacêuticas em mais de 30 países por todo o mundo.

Fundada em 2003 e com sede no Porto, a Pharmout dedica-se à comercialização e distribuição de produtos farmacêuticos concentrados especialmente nas áreas da gastrenterologia, cardiologia e reumatologia. A empresa é dirigida por Filipe Pinto e emprega 22 funcionários. No ano passado as vendas da Pharmout superaram os 6 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Marketing Farmacêutico, PM Farma.

Cientistas descobrem químico que desencadeia doença de Parkinson

Uma equipa de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos da América, descobriu um químico cerebral que está na origem na doença de Parkinson, um passo de gigante que poderá abrir caminho ao desenvolvimento de novas terapias.

Na maioria dos casos, a doença de Parkinson ocorre devido a alguns factores externos que desencadeiam a morte dos neurónios produtores de dopamina, um neurotransmissor que ajuda a enviar mensagens entre as diversas áreas do cérebro que controlam o movimento corporal, permitindo ao organismo movimentar-se com uma coordenação estável. Quando a morte de neurónios produtores de dopamina atinge os 80 por cento, surgem os primeiros sintomas da doença.

Os cientistas já tinham conhecimento de que a alfa-sinucleínca, uma proteína chave do cérebro, desempenha uma função no desenvolvimento da doença de Parkinson. A alfa-sinucleína encontra-se por todo o cérebro – mas nalgumas pessoas a proteína agrega-se, o que provoca a morte das células produtoras de dopamina, que, por sua vez, faz com que a doença de Parkinson se desenvolva. Através desta nova investigação os pesquisadores descobriram que a própria dopamina actua na destruição das células que a produzem.

No processo que conduz ao aparecimento da doença, a dopamina é convertida num químico altamente tóxico denominado DOPAL. Utilizando tubos de ensaio, cultura de células e modelos animais, os cientistas descobriram que é este químico que faz com que a alfa-sinucleína presente no cérebro se agregue, o que por sua vez desencadeia a morte das células produtoras de dopamina e, consequentemente, a doença de Parkinson.

Actualmente o principal método de tratamento utilizado consiste na substituição da dopamina perdida quando ocorre a morte das células que a produzem. No entanto, esta nova investigação permite aos cientistas trabalhar em terapias baseadas em neuroprotectores que inibam a morte das células produtoras da dopamina.

“Acreditamos que este trabalho representa um avanço muito significativo na compreensão do complexo processo químico que dá origem à doença de Parkinson”, afirmou William J. Burke, professor de neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Saint Louis e o principal autor do estudo publicado na revista “Acta Neuropathologica”.

“Pela primeira vez identificámos o químico que desencadeia os acontecimentos no cérebro que provocam a doença”, afirmou o investigador, salientando que estas “descobertas podem ser utilizadas para desenvolver terapias que possam efectivamente parar ou abrandar este processo“.

Tremor em repouso, lentidão dos movimentos, rigidez muscular e dificuldade de equilíbrio são os principais sintomas de uma doença que afecta, em Portugal, 1,5 em cada 1.000 pessoas. Esta patologia ocorre mais em homens do que em mulheres e predomina nos indivíduos brancos e essencialmente nas pessoas com mais de 50 anos, sendo que, nos últimos anos têm surgido cada vez mais casos da doença em idades inferiores.

Marta Bilro

Fonte: Science Daily, drugresearcher.com, Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, Medico Assistente.

Laboratórios oferecem automóveis para incentivar prescrições

Países em vias de desenvolvimento são os novos alvos da indústria farmacêutica

As ligações entre os médicos e a indústria farmacêutica não são uma novidade no contexto ocidental. Porém, os laboratórios multinacionais estão agora a redireccionar a sua mira, colocando o alvo nos profissionais dos países em vias de desenvolvimento. De acordo com um estudo divulgado esta quarta-feira, jantares luxuosos, aparelhos de ar condicionado, computadores portáteis ou entradas iniciais para a aquisição de automóveis estão entre as principais ofertas feitas aos clínicos, incentivos de peso para levar os médicos a prescrever determinados medicamentos.

O estudo, elaborado pela Consumers International (CI), revela que a auto-regulação das multinacionais farmacêuticas falhou e cita anúncios publicitários de empresas como a GlaxoSmithKline, a Wyeth, a Novartis e a Pfizer que em território europeu seriam considerados enganadores.

Para além disso, há ainda as grandes promoções para médicos fomentadas por todas estas empresas, acrescenta o documento, salientando que o impacto provocado nos pacientes é sério. “Mais de 50 por cento dos medicamentos nos países em vias de desenvolvimento são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente”, refere o relatório, citado pelo jornal britânico “The Guardian”.

As oferendas feitas pelas empresas farmacêuticas aos clínicos incluem aparelhos de ar condicionado, computadores portáteis, quotas de sociedade de clubes, electrodomésticos, conferências no estrangeiro com estadia em hotéis de cinco estrelas ou carros novos, indica o estudo. Segundo afirmou Murad M Khan, professor e director do departamento de psiquiatria na Universidade Aga Khan, em declarações aos investigadores, no Paquistão “ por cada 200 prescrições do medicamento mais caro da empresa, o médico é recompensado com o pagamento da entrada para um carro novo”.

A “The Network”, uma organização paquistanesa membro da CI, sondou alguns médicos, delegados de propaganda médica e funcionários do sector naquele país. Segundo afirmou um clínico cujo nome não foi divulgado, “a oferta de aparelhos de ar condicionado, máquinas de lavar, microondas, câmaras, televisões e cristais onerosos são uma norma aceite nos dias de hoje”. O mesmo acontece com a dádiva de participações em encontros de medicina e palestras em hotéis de cinco estrelas, seguidos de jantares e cocktails luxuosos, acrescentou a mesma fonte. Relatos semelhantes a este surgem da Venezuela, Indonésia e Malásia.

Richard Lloyd, director geral da CI, uma federação de grupos de consumidores de 113 países sedeada em Londres, fez um apelo para que sejam banidas todo o tipo de oferendas a médicos. “A indústria farmacêutica encara o mundo em desenvolvimento como uma oportunidade bilionária para assegurar os lucros durante os próximos 40 anos. A fraca regulamentação faz com que estes mercados sejam alvos fáceis para as técnicas de marketing de empresas de medicamentos multinacionais, porém, os gastos com a saúde dos consumidores nestes países não podem dispersar-se na utilização irracional de fármacos”.

O relatório deixa ainda críticas à publicidade a medicamentos nos países desenvolvidos, salientando que, por vezes, promove um medicamento sem mencionar os efeitos secundários ou as restrições inerentes à sua utilização.

De acordo com o “The Guardian”, as autoridades reguladoras dos países em vias de desenvolvimento tardam a proteger os utentes dos medicamentos que foram retirados nos mercados de outros países. O Vioxx (rofecoxib) foi oficialmente retirado na Índia em Outubro de 2004, um mês depois da Merck recolher o produto do mercado norte-americano, porém continuou à venda no país durante o ano seguinte.

A Federação Internacional das Associações da Indústria Farmacêutica (IFPMA) afirmou que é necessário tempo para que o seu código deontológico seja adoptado em todos os países. “Penso que não é algo que possa alcançar-se da noite para o dia”, disse o porta-voz da IFPMA, Guy Willis. Primeiro é preciso determinar “como chegar lá”, concluiu.

Marta Bilro

Fonte: The Guardiam, Pharmalot, Apifarma.

Tribunal norte-americano anula processo contra a Wyeth

Farmacêutica enfrenta 5 mil queixas relacionadas com o Prempro e Premarin

Um juiz de um tribunal do Minnessotta, nos Estados Unidos da América, indeferiu um processo contra a farmacêutica Wyeth no qual a queixosa alegava que um tratamento hormonal comercializado por este laboratório lhe teria causado cancro da mama.

Ao anular o caso, que tinha já julgamento marcado para Janeiro, o juiz George McGunnigle do condado de Hennepin, em Minneapolis, considerou que a queixa apresentada por Patricia Zandi não se apoiava em provas científicas válidas para sustentar as alegações de que teria desenvolvido cancro da mama em resultado do tratamento com Premarin e Prempro, duas terapias hormonais de substituição de estrogénio.

A Wyeth enfrenta actualmente mais de cinco mil processos judiciais que tiveram origem nas queixas de várias pacientes que acreditam terem sido prejudicadas pelos medicamentos de substituição hormonal.

Embora tenha conseguido chegar a acordo na maioria dos processos, no inicio do mês de Outubro o júri de um tribunal norte-americano do condado de Washoe deu razão a três mulheres do Nevada que alegavam ter desenvolvido cancro da mama depois terem sido medicadas com Prempro e Premarin. Por ter considerado que o laboratório foi negligente, o tribunal condenou a Wyeth ao pagamento de uma indemnização no valor de 92,7 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, The New York Times, Farmacia.com.pt.

Diabetes de tipo 1 é a doença crónica pediátrica mais comum
Bomba de insulina recomendada em crianças


“A terapêutica insulínica com bombas infusoras nas crianças e adolescentes com diabetes de tipo 1 é um método terapêutico que tem inúmeras vantagens”. É uma garantia avançada pela presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, Ana Fagulha, que aponta o menor risco de hipoglicemia, a maior flexibilidade no estilo de vida e a menor variabilidade dos valores da glicemia como factores positivos do novo método.

Em vésperas do primeiro curso teórico-prático sobre a terapêutica com bombas de insulina em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, agendado para a manhã do próximo dia 8 no Hotel Porto Palácio, no âmbito da Reunião Anual da SPEDP, a responsável explica, num comunicado enviado ao farmacia.com.pt, que a diabetes de tipo 1 é hoje a doença crónica pediátrica mais comum nos países desenvolvidos, pelo que urge tomar medidas que permitam melhorar a qualidade de vida dos que dela padecem, nomeadamente quando são ainda muito jovens. De acordo com Ana Fagulha, o primeiro curso sobre a correcta utilização da bomba infusora de insulina tem como objectivo “divulgar a tecnologia da insulinoterapia intensiva com bombas infusoras em crianças e adolescentes”, insistindo “nas suas múltiplas componentes teóricas e práticas, para que, a nível nacional, as equipas que tratam estes doentes sintam maior segurança na utilização deste método”.
O curso persegue ainda a finalidade da promoção da troca de experiências entre os diversos centros que já fazem recurso àquela nova modalidade terapêutica no país, sensibilizando os participantes para o facto de ela ser indicada em crianças muito pequenas, particularmente bebés e recém-nascidos, adolescentes que sofram de perturbações alimentares, crianças e jovens com níveis de glicemia mais elevados, meninos com fobia a agulhas, adolescentes grávidas, indivíduos com tendência para a cetose e atletas de competição. A endocrinologista Ana Fagulha reitera que “esta terapêutica insulínica intensiva é indicada em todos os grupos etários, desde que a criança e/ou família tenham capacidade para entender o funcionamento deste método e tenham acesso, 24 horas por dia, a uma equipa médica com experiência no tratamento com bombas infusoras de insulina”.
Paralelamente, afirma a especialista, é igualmente “indispensável que o doente e a família revelem capacidade para fazer a determinação glicemica capilar pelo menos quatro vezes por dia”, uma vez que “a educação terapêutica dos diabéticos de tipo 1 e a sua família são parte integrante desta técnica”, tendo em conta que a diabetes de tipo 1 “é uma doença para toda a vida, que se desenvolve quando o pâncreas pára de produzir a insulina de que o organismo necessita e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem. Os diabéticos do tipo 1 precisam de tratamento com insulina para poderem sobreviver. A melhoria do controlo da doença traduz-se, de acordo com a presidente da SPEDP, numa “menor incidência de complicações agudas e crónicas associadas à diabetes, como a cegueira, a insuficiência renal, a amputação dos membros ou as doenças cardiovasculares.
Por outro lado, um mau controlo do açúcar no sangue pode provocar hipoglicemia (nível baixo de açúcar), o que pode levar a graves complicações, incluindo a perda dos sentidos, ataques, hiperglicemia (nível alto de açúcar no sangue) e acidocetose diabética (nível baixo de insulina, insuficiente para manter em bom funcionamento o organismo) e, no limite mais grave, situações de coma ou morte por ausência de tratamento.
Como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, a bomba infusora de insulina é um pequeno dispositivo electrónico, com as dimensões de um pager, que contém um reservatório de insulina de acção rápida, ligado a um tubo muito fino que conduz a medicação até um cateter colocado debaixo da pele, que tem de ser substituído de três em três dias, reduzindo em cerca de 120 as injecções necessárias por mês à monitorização e manutenção dos níveis de glicose no sangue do doente, que pode manter um ritmo de vida normal, fazendo as suas refeições, praticando a actividade física que bem entender, gerindo o seu próprio stress e fazendo variar a quantidade de insulina administrada sem ter de se sujeitar a novas e constantes picadas.
No âmbito da próxima reunião anual da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, que acontece a 8 de Novembro no Porto, está prevista, por volta das 17h30, a apresentação dos resultados da colheita de dados nacionais da diabetes de tipo 1, que tem como objectivo proceder a uma avaliação do controlo metabólico e das modalidades de tratamento da doença em crianças e jovens.

Carla Teixeira
Fonte: Comunicado de imprensa da Hill and Knowlton

Ensaios clínicos deixam idosos de parte

O sistema de aprovação de novos medicamentos adoptado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) pode estar a pôr em risco a população idosa. De acordo com um relatório elaborado por auditores governamentais, muitos ensaios clínicos excluem os participantes que se encaixam nesta faixa etária, enquanto outros não registam os parâmetros de segurança e eficácia dos medicamentos no caso dos idosos.

As directrizes da FDA recomendam que as farmacêuticas incluam participantes idosos na realização dos ensaios clínicos para determinar se os fármacos são seguros e eficazes, e exige que as empresas apresentem os resultados de acordo com os grupos etários. No entanto, a entidade reguladora não obriga os seus funcionários a relatarem se há idosos suficientes a participarem nos ensaios clínicos pelo que se regista uma falha na documentação dos efeitos de um medicamento experimental nos pacientes seniores, revela o relatório divulgado pelo Departamento de Contabilidade Governamental (GAO), o braço de investigação do Congresso.

“Os idosos utilizam mais medicamentos do que qualquer outro grupo etário, mas não estão a receber a devida atenção no processo de aprovação de medicamentos”, afirmou Henry Waxman, um democrata que dirige o Comité de Vigilância e Reforma Governamental e que encomendou o estudo em conjunto com o senador Edward M. Kennedy, presidente do Comité de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões.

Há vários anos que as publicações da especialidade falam na escassez de participantes idosos nos ensaios clínicos, mesmo naqueles que testam medicamentos que tratam problemas que aparecem mais frequentemente em idade avançada, como a doença de Parkinson. Os cidadãos com 65 anos ou mais estão também mais aptos do que os outros adultos a sofrerem efeitos secundários derivados da medicação.

Segundo noticia a Bloomberg, numa resposta a estes resultados, a FDA afirmou que o estudo negligencia a “duração” e os esforços “extensivos” para assegurar uma representação adequada dos idosos nos ensaios clínicos.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg.

Denúncia dos doentes, que os hospitais dizem desconhecer
Medicamentos para a esclerose múltipla em falta


A Sociedade Portuguesa para a Esclerose Múltipla denunciou um problema com o fornecimento dos medicamentos comparticipados a 100 por cento pelo Estado para o tratamento da doença. Os doentes avisam que o acesso àqueles fármacos está a ser restringido nos hospitais públicos, que por vezes os substituem. A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares diz desconhecer o problema, mas frisa que, a ser verdadeira, a situação é “inadmissível”…

De acordo com informações avançadas à TSF pela Sociedade Portuguesa para a Esclerose Múltipla, as primeiras denúncias têm já mais de um ano, e têm a ver com situações ocorridas naquela altura nos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, de São João, no Porto, e de São Marcos, em Braga, e também no Centro Hospitalar do Alto Minho, em Viana do Castelo. O vice-presidente da SPEM, Rui Narciso, garante que, pelo menos naquelas quatro unidades de saúde, há restrições e substituições de medicamentos integralmente comparticipados pelo Estado, apontando para isso a existência de “razões economicistas” ou a circunstância de “os próprios laboratórios da indústria farmacêutica não os fornecerem atempadamente”.
Diante da denúncia feita pelos doentes, o presidente da APAH reagiu alegando não conhecer a situação, que, a ser real, segundo Manuel Delgado, constitui um cenário “inadmissível”. Entretanto, tendo tomado conhecimento do problema, os deputados do PCP também já se puseram em campo, e apresentaram diversos requerimentos na Assembleia da República para com vista a determinar se o problema tem origem em motivos de ordem economicista.

Carla Teixeira
Fonte: TSF Online

Eli Lilly adquire direitos de fármaco analgésico experimental

A companhia norte-americana Eli Lilly and Co. assinou um acordo de licenciamento com a Glenmark Pharmaceuticals Ltd. India para desenvolver e comercializar o fármaco analgésico experimental da companhia indiana, por um valor que ronda os 350 milhões de dólares.

A Eli Lilly revelou que irá adquirir os direitos de um portfólio de moléculas antagonistas do receptor de potencial transitório do tipo vanilóide subtipo 1 (TRPV1), que inclui o fármaco candidato, GRC 6211, que é um potencial tratamento de próxima geração para condições dolorosas, incluindo a dor relacionada com a osteoartrite.

A Eli Lilly irá possuir os direitos de venda do composto, GRC 6211, na América do Norte, Europa e Japão, com a Glenmark a deter os direitos de comercialização no resto do mundo. Como parte do actual acordo, a Glenmark também irá co-promover o composto com a Eli Lilly, nos Estados Unidos, quando for lançado.Espera-se que o composto, actualmente no início da fase intermédia dos ensaios clínicos, seja lançado em 2012.

Segundo os termos do acordo, a Glenmark Pharmaceuticals Ltd. irá receber um pagamento inicial de 45 milhões de dólares, e poderá receber adicionalmente até 215 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos de desenvolvimento e vendas, assim como regalias, caso o GRC 6211 seja comercializado com sucesso. Se o fármaco receber aprovação para outras indicações, a Glenmark poderá ter direito a pagamentos adicionais por objectivos até 90 milhões de dólares.

Actualmente, a Pfizer e a Merck são as únicas companhias, para além da Glenmark, a ter fármacos para o controlo da dor, da mesma classe do GRC 6211, em desenvolvimento. O mercado global do controlo da dor está avaliado em cerca de 45 mil milhões de dólares.

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, http://www.chron.com/, http://www.business-standard.com/, www.lilly.com

Nycomed adquire Bradley Pharmaceuticals por 346 milhões de dólares

A companhia privada dinamarquesa Nycomed anunciou que irá adquirir a Bradley Pharmaceuticals Inc., uma companhia focada em terapêuticas de nicho de mercado nos Estados Unidos, por 346 milhões de dólares, ou 20 dólares por acção.

A Bradley revelou que, há cinco meses, foi formado um comité especial de directores independentes para avaliar as alternativas estratégicas da companhia, e procurar um comprador externo, após o fundador e CEO da companhia, Daniel Glassman, ter proposto adquirir a Bradley para privatizá-la. O comité recomendou o acordo com a Nycomed e aconselhou os accionistas a aprová-lo. A transacção está sujeita à recepção da aprovação por parte dos accionistas da Bradley e das autoridades da concorrência, e espera-se que esteja concluída no primeiro trimestre de 2008.

Esta aquisição irá adicionar mais produtos dermatológicos de marca à divisão PharmaDerm da Nycomed US, e irá fornecer uma plataforma melhorada para o licenciamento e co-promoção de produtos dermatológicos. A Nycomed, que pretence à Nordic Capital, está actualmente a mudar a sede do grupo da Dinamarca para a Suiça.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, Reuters, www.rttnews.com, CNNMoney

Cientistas descobrem árvore genealógica do HIV

Estudo indica que vírus passou da África para o Haiti e, em 1969, atingiu os EUA; Informação pode ajudar na descoberta de uma vacina contra o vírus da sida e prever mutações

A estirpe mais comum do vírus HIV (subtipo 1 do grupo M) foi trazida do Haiti em 1969. A descoberta foi anunciada, esta terça-feira, por uma equipa internacional de investigadores - coordenada por Tom Gilbert, do departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Arizona, Estados Unidos - que se dedicou ao estudo da emergência mundial da sida no continente americano - «The emergence of HIV-Aids in the Americas and beyond».

De acordo com o artigo publicado na revista especializada «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS), a estirpe investigada passou do Haiti para os EUA por volta de 1969, espalhando-se, de seguida, pela Europa, dando origem à epidemia global.

Na publicação, a equipa explica como descobriu a origem da estirpe dominante do HIV: “Estudámos as amostras de sangue dos cinco primeiros doentes infectados com sida, sendo que, todos eram imigrantes do Haiti nos Estados Unidos. Através de um estudo genético de outros 117 pacientes de outros países, reconstruímos a árvore genealógica do vírus.”

Com base no mapa de contágio, os investigadores concluíram que o HIV veio justamente do Haiti, provavelmente, através de uma única pessoa, no fim dos anos 70. Esta variante pode ser encontrada, também, na Europa e em grande parte da América do Sul, Austrália e Japão.

África é, contudo, o continente apontado pelos cientistas como o foco originário da sida. Segundo a investigação, a passagem do vírus do continente africano para o Haiti, terá ocorrido, provavelmente, em meados da década de 1960. Acredita-se que o HIV tenha chegado àquela ilha através de operários que estavam no Congo. O estudo norte-americano indica que a hipótese de que os vírus haitianos tenham formado, a partir da África, o primeiro tronco da árvore genética do HIV é de 99,8%.

Em entrevista à rede britânica BBC, Michael Worobey, da Universidade de Arizona em Tucson, um dos participantes do estudo, esclareceu que: "Por volta de 1966, o vírus começou a propagar-se dentro do Haiti, podendo ser considerado o ponto de partida para a evolução global da doença. Poucos anos depois, uma variante do Haiti deu origem ao que se tornaria a explosão da doença em todo o mundo."

A equipa de investigadores pretende, agora, avançar com o estudo, confirmando o caminho do vírus antes de sua chegada ao Haiti. " Entender o percurso e as diferentes variantes do HIV pode ajudar a prever as eventuais transformações do vírus no futuro e conduzir a novos tratamentos", frisaram.

Raquel Pacheco


Fonte: Lusa/Reuters/http://www.pnas.org/.

FDA aprova Epicel da Genzyme para pacientes com queimaduras graves

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Epicel, auto-enxertos de pele permanentes, para o tratamento de pacientes com feridas potencialmente fatais resultantes de queimaduras graves, da Genzyme Corporation.

Segundo a Genzyme, o Epical pode fornecer substituição permanente da pele para vítimas queimadas. O produto é feito a partir das células da pele do próprio paciente, posteriormente desenvolvidas numa camada de células de ratos para aumentar o crescimento. O Epicel é o primeiro produto classificado de xenotransplantação a ser aprovado nos Estados Unidos por causa da sua inclusão de células animais.

A companhia revelou ter-se candidatado à aprovação do Epicel em 1999. O produto tem sido utilizado em mais de mil pacientes com queimaduras desde que foi lançado em 1988. O Epicel é fornecido em enxertos de pele, e cada um consiste numa folha de células epidérmicas cultivadas ligadas com clips cirúrgicos de aço inoxidável a uma gaze de apoio de petrolato. O produto está indicado para ser utilizado em pacientes que tenham queimaduras profundas em mais de 30 por cento do corpo.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, CNNMoney, www.tradingmarkets.com

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Pfizer pretende adquirir fármaco para esquizofrenia da japonesa Taisho

A companhia norte-americana Pfizer Inc e a japonesa Taisho Pharmaceutical Co assinaram uma carta de intenção para a aquisição dos direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco candidato TS-032 para a esquizofrenia, da Taisho, fora do Japão.

A Pfizer declarou que o acordo irá garantir à companhia norte-americana direitos exclusivos de desenvolvimento e comercialização do TS-032, um novo fármaco candidato para a esquizofrenia descoberto pela companhia japonesa e que está em fase pré-clínica.

Caso o acordo definitivo seja assinado, a Taisho irá receber um pagamento inicial de 22 milhões de dólares, e pagamentos quando forem atingidos objectivos ligados ao processo de desenvolvimento, assim como regalias e pagamentos relacionados com as vendas, caso o TS-032 seja aprovado pelas autoridades reguladores e lançado no mercado.

O TS-032 é um novo antagonista dos mGluR (receptores metabotrópicos do glutamato) que pode oferecer uma nova opção de tratamento para os distúrbios do sistema nervoso central (SNC). Embora apenas uma parte das características dos mGluR seja compreendida, crê-se que os mGluR tenham um papel na transmissão de glutamato e de outras substâncias no cérebro. Anormalidades na neurotransmissão através dos mGluR podem ser uma causa para sintomas relacionados com a esquizofrenia, assim como outros distúrbios no SNC. Os dados demonstram que os antagonistas dos mGluR, como o TS-032, oferecem um potencial como novos tratamentos para a esquizofrenia.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.pfizer.com

Ozonoterapia: um universo terapêutico por descobrir

A ozonoterapia faz parte de um vasto universo terapêutico ainda por explorar. Por enquanto, a eficácia desta recente técnica de tratamento está associada às doenças inflamatórias, com especial sucesso, nas hérnias discais. Os especialistas acreditam que o método promete combater outras patologias, apontando algumas vantagens: percutâneo, muito seguro, não é tóxico, nem incisivo.

A utilização do ozono – uma molécula com três átomos de oxigénio – como técnica de tratamento em diversas doenças é desconhecida para a maioria dos portugueses, no entanto, este método é aplicado, no país, desde 2005. Nos últimos anos, a ozonoterapia tem sido muito utilizada no tratamento de patologias que afectam a coluna vertebral.

Para além das doenças da coluna, de acordo com um especialista em Neurocirurgia e Neurologia, a ozonoterapia “tem sido utilizada em Dermatologia, em insuficiências vasculares, nomeadamente, dos membros inferiores, em alterações reumáticas difusas e patologias infecciosas crónicas”, sublinhando que, “em diversas doenças inflamatórias, agudas ou crónicas, a capacidade oxidativa do ozono pode funcionar como um eficaz método de tratamento.”

Segundo explicou o neurologista, “o ozono actua sobre os mecanismos inflamatórios e, ao reduzir a inflamação, não destrói nada. Somente reduz o volume à custa do controlo da reacção inflamatória”, acrescentando que o poder oxidativo do oxigénio, acaba, também, “por dizimar alguns microrganismos, como bactérias, fungos e alguns vírus.”

Indicada, assim, para as doenças que tenham um componente inflamatório marcado, ou que provoquem um défice de oxigenação tecidular (falta de oxigénio nos tecidos associada a irregularidades na circulação sanguínea), a terapêutica tem ainda sido utilizada localmente e por via endovenosa “com melhoras acentuadas” – asseverou o neurocirurgião - nas insuficiências venosas e nas úlceras varicosas dos membros inferiores e na isquemia dos membros.

Como principal vantagem, o especialista realça o facto de ser um tratamento percutâneo, ou seja, sem qualquer incisão. “É uma técnica não invasiva, sem método destrutivo, por isso, o procedimento é muito seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança”, frisou.

Hérnias: resultado excelente

Relativamente ao tratamento da coluna, o médico salientou que o ozono pode combater as doenças degenerativas, nomeadamente, “as artroses e artrites, Sindrome Túnel Cárpico e dores ligamentares e articulações”, sendo no tratamento da hérnia discal que a ozonoterapia “tem resultados excelentes”, garantindo que há doentes que se sentem muito bem pouco tempo após o tratamento.

«Resolver uma hérnia discal com a ozonoterapia é o ideal», reiterou, frisando que no tratamento o canal raquidiano nem sequer é abordado. “O ozono é injectado directamente e sob pressão no espaço discal, alargando-o e podendo, assim, levar ao desaparecimento da hérnia”, esclareceu, concretizando que “o efeito anti-inflamatório do ozono faz com que, na zona à volta da hérnia, haja diminuição da reacção inflamatória e a dor desapareça.”

Uma hérnia discal ocorre quando há ruptura do disco intervertebral e deslocação de tecido do seu interior para fora do compartimento natural e eventual compressão nervosa. Assim, na zona que circunda o disco, surge uma inflamação que origina volume acrescentado e promove a dor. “Com o ozono, os sintomas vão diminuindo e, em muitos casos, fazemos exames algum tempo depois do tratamento com ozono e a hérnia desapareceu totalmente”, concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: PainCare/Saúde Pública/Farma Comunicação

Papel do farmacêutico eficaz no controlo da asma

APA defende parceria estreita entre profissionais de saúde e doente em prol da melhoria dos resultados clínicos

Em Portugal, o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado “da maior utilidade.” Quem o diz é Marianela Vaz, presidente da APA (Associação Portuguesa de Asmáticos), considerando ser “indispensável uma parceria estreita” entre doente e profissionais de saúde.

“O farmacêutico desempenha uma missão muito importante no controlo da asma”, frisou a presidente da APA, sustentando que existem vários trabalhos publicados que demonstram a eficácia deste apoio. Em Portugal, - anunciou - “o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado da maior utilidade.”

No que concerne ao papel deste profissional de saúde, Marinela Vaz realçou: “Cabe-lhes contribuir para a educação dos doentes, fornecendo-lhes informações sobre a doença, as medicações e outras medidas para controlar a asma, ensiná-los a utilizar correctamente os diversos dispositivos para administrar medicação por via inalatória, monitorizar o uso dos medicamentos, identificar os asmáticos mal controlados, encorajando-os a procurar auxílio médico, ajudá-los a compreender o plano de tratamento e promover a adesão à terapêutica.”

No entanto, a prevalência elevada e crescente da asma faz desta doença crónica um importante problema de Saúde Pública. Actualmente, face às normas de orientação internacionais para o diagnóstico, e tratamento desta afecção e dispondo-se de medicamentos capazes de controlarem a grande maioria dos doentes, seria previsível que a asma estivesse controlada, mas não está.

De acordo com a dirigente da APA, “há estudos internacionais e nacionais que têm vindo a demonstrar que estamos longe de atingir o controlo em todos os parâmetros avaliados”, sublinhando que “a mortalidade será evitável se o doente for correctamente tratado.”

“Subdiagnóstico, prescrições médicas inadequadas, falhas de comunicação médico-doente, baixas expectativas dos doentes e aceitação da má qualidade de vida e na má aderência à terapêutica”, são os motivos – na opinião de Marinela Vaz - pelos quais a asma continua mal controlada.

Por isso, para inverter o cenário, a responsável aponta como fundamental a existência de “uma parceria estreita entre médico/farmacêutico e doente”, concretizando que, deste modo, poder-se-á “reduzir-se a falta de adesão ao tratamento, aumentar o grau de satisfação do doente, fornecer-lhe mais certezas sobre as decisões tomadas e reduzir a ansiedade.”

Destacando que, as organizações de suporte de doentes (como a APA) e a intervenção de equipas multidisciplinares “contribuem para a melhoria dos resultados clínicos”, a dirigente associativa reforçou que “é indispensável envolver os doentes nos cuidados de saúde que lhe são prestados de modo a desenvolverem competências para auto-avaliar e auto-controlar a sua doença.”

Raquel Pacheco

Fonte: Marinela Vaz (APA)

Asma: termoplastia brônquica como tratamento inovador

À luz de um estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) - intitulado «Asthma Control during the Year after Bronchial Thermoplasty», - a termoplastia brônquica pode ser uma nova esperança para os asmáticos.

De acordo com a publicação, trata-se de um tratamento endoscópico inovador que consiste em fornecer energia térmica às paredes das vias respiratórias. O procedimento é invasivo e pode ser feito em ambulatório em apenas 30 minutos.

Segundo os resultados apresentados, este tipo de tratamento pode vir a ser uma mais-valia no controlo da doença. “Mostrou que é capaz de reduzir o número de crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes com asma moderada ou severa, podendo vir a ser uma mais-valia no controlo da doença”, informa o NEJM.


Europa: 90% sem tratamento adequado

Entretanto, um estudo dinamizado pela Federação Europeia das Associações de Doentes com Alergias e Doenças das Vias Respiratórias revelou que 90% das pessoas que sofrem de asma na Europa (cerca de 6 milhões) não estão a receber o tratamento mais indicado.

Segundo os dados da EFA (sigla em inglês), 70% destes asmáticos não pode realizar nenhum tipo de exercício físico e, um em cada três, considera que a sua vida social está limitada por culpa do mau controlo da doença.

A pesquisa constatou ainda que, ao todo, há 1,5 milhões de europeus asmáticos que dizem viver com o medo constante de que o próximo ataque possa ser fatal.


Sal agrava sintomas

Uma maior ingestão de sal pode agravar a doença, sugere uma revisão de estudos de investigadores britânicos e americanos publicada no International Journal of Clinical Practice.

A investigação analisou os dados epidemiológicos e clínicos, procurando
relacionar a quantidade de sódio ingerido na dieta alimentar e os sintomas de asma.

De acordo com Timothy Mickleborough, da Universidade do Indiana, e com Andrew Fogarty, da Universidade de Nottingham, os resultados concluem que a redução da ingestão de sal pode reduzir a gravidade da asma e os problemas respiratórios.

Raquel Pacheco

Fontes: New England Journal of Medicine/EFA/ International Journal of Clinical Practice/www.blackwellpublishing.com

Mulheres são as mais afectadas por doenças depressivas

Perturbações mentais representam 12% dos casos de incapacidade por doença no mundo

As mulheres são as principais vítimas de distúrbios mentais na sociedade actual. De acordo com um estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há cinco doenças psiquiátricas na lista das dez principais causas de incapacidade a nível mundial e dentro de duas décadas as perturbações depressivas serão uma das principais causas de incapacidade. Este é problema de saúde pública que deve ser encarado, alerta a OMS.

As perturbações mentais são actualmente responsáveis por mais de 12 por cento dos casos de incapacidade por doença a nível mundial e24 por cento a nível europeu, revela o estudo da OMS que contou com a participação de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América.

A ansiedade, a doença bipolar e a depressão então entre as doenças do foro psiquiátrico mais comuns em Portugal, sendo que a última incide especialmente nas pacientes do sexo feminino. “Enquanto cerca de 10 a 25 por cento das mulheres são afectadas por esta perturbação (depressão), apenas aproximadamente metade dos homens sofre deste problema”, ou seja, “afecta ao longo da vida o dobro das mulheres comparativamente com os homens”, referiu a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEBE), em declarações ao portal TV Ciência on-line.

A bipolaridade, doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e “mania”, está também a atingir proporções elevadas no nosso país, afectando actualmente perto de 150 mil portugueses. Os dados da ADEBE indicam que cerca de 15 a 19 por cento dos indivíduos que sofrem desta patologia suicidam-se, enquanto 25 a 50 por cento tentam fazê-lo.

Os “jovens de género masculino que se encontram numa fase precoce da doença” inserem-se no grupo com mais elevado risco de suicídio, “particularmente aqueles que apresentaram comportamentos suicidários no passado, que abusam do álcool e que tiveram recentemente alta do hospital”, salienta a associação.

Em Portugal, a taxa de suicídio mais preocupante ocorre no Alentejo que, devido à gravidade dos casos, se aproxima dos países com mais elevado número de suicídios, como os EUA, Canadá, Japão e os países mais desenvolvidos da Europa. Pondo de parte esta excepção, a realidade do país assemelha-se à da maioria das nações do Sul da Europa, onde a taxa de suicídio anual é considerada relativamente baixa.

Marta Bilro

Fonte: TV Ciência, Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, Farmacia.com.pt.

Europeus desconhecem realidade dos medicamentos contrafeitos

Apenas 18% considera a falsificação um problema grave

O fluxo de medicamentos contrafeitos não pára de aumentar e um inquérito europeu quis conhecer melhor o fenómeno. De acordo com a pesquisa, que contou com a participação de mais de 200 organizações de apoio a pacientes, devem ser tomadas medidas para travar a contrafacção de fármacos mas a via legal não é a mais indicada.

O estudo, conduzido pela empresa “Together4Health” e encomendado pelo “PatientView”, pretendeu avaliar e compreender a extensão desta actividade na Europa, bem como as medidas que devem ser instituídas para fazer frente ao mercado paralelo de venda de fármacos.

De acordo com os resultados, apenas 18 por cento dos inquiridos consideraram os medicamentos contrafeitos como um problema grave. Enquanto isso este mercado tem vindo a aumentar substancialmente, sendo que, em 2006, foi avaliado em mais de 27,8 mil milhões de euros e estima-se que possa valer mais de 52 mil milhões de euros em 2010.

Entre os participantes questionados, 82 referiram que o comércio de medicamentos contrafeitos é um problema de pouca importância ou que o assunto não apresenta qualquer problema. Os autores do inquérito, intitulado “O que deve ser feito acerca dos medicamentos contrafeitos?”, salientam, por isso, que os resultados revelam “um preocupante desconhecimento entre os pacientes e organizações de pacientes relativamente à escala do problema dos medicamentos contrafeitos na Europa”.

Pondo de parte a falta de conhecimento sobre o assunto, o relatório revela uma resposta bastante positiva no sentido de ser criado um organismo pan-Europeu para detectar e controlar as vendas e utilização dos medicamentos falsificados. Porém, apenas uma minoria dos respondentes apoia as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que falam da necessidade de haver mais intervenção legal.

“Os inquiridos admitem temer que a burocracia extra gerada pela intervenção [legal] possa inibir o comércio além-fronteiras que ajuda a reduzir os preços globais dos medicamentos”, refere o relatório.

“A maioria dos participantes no inquérito não é a favor de novas regulações para combater o comércio de medicamentos contrafeitos. Em vez disso, preferem um reforço da legislação actual, aliado a um esforço para aumentar a consciencialização pública e as medidas que permitam uma melhor monitorização nacional/internacional dos sistemas de distribuição de medicamentos”, acrescentam as conclusões.

Por sua vez, 80 por cento defendem que os farmacêuticos não devem poder adquirir medicamentos a partir de uma fonte escolhida por eles, incluindo a internet. Em vez disso, recomendam que os farmacêuticos obtenham medicamentos apenas a partir de retalhistas e produtores que tenham sido acreditados por uma entidade reguladora de fármacos, sugerindo a necessidade de um controlo mais apertado às cadeias de fornecimento.

Entre os questionados, 70 por cento não tinham conhecimento da existência de iniciativas nacionais e internacionais de combate aos mercados de medicamentos contrafeitos.

“Perguntámos a 236 directores de grupos de pacientes em 34 países de toda a Europa o que é que eles achavam que deveria ser feito para reduzir o comércio de medicamentos contrafeitos. As respostas foram várias mas apontam numa direcção, acredito que irão ajudar ao início de um acordo europeu que possa ser adoptado em associação com os parceiros do IMPACT (Grupo de Intervenção Internacional Anti-Contrafacção de Produtos Médicos da OMS) e implementado a nível local”, afirmou o director do “Together4Health”, Simon Williams.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, In-PharmaTechnologist.com.

Tratamento clínico e punção podem eliminar quisto no ovário
Uma alternativa à intervenção cirúrgica


Uma tese de doutoramento feita no Hospital das Clínicas de São Paulo mostra que o tratamento clínico e a utilização da técnica de punção podem ser mais eficazes na remoção de quistos relativamente grandes nos ovários do que a cirurgia, o método normalmente usado nestas situações.

De acordo com os resultados da investigação agora divulgada, nos casos em que o quisto tenha entre cinco e 10 centímetros de diâmetro é de 73,2 por cento a taxa de sucesso na substituição da intervenção cirúrgica por aqueles métodos. Num estudo que acompanhou 71 mulheres com idades compreendidas entre os 19 e os 70 anos e com quistos benignos com aquelas dimensões, procurou-se encontrar o equilíbrio clínico das pacientes através do tratamento hormonal ginecológico. Numa avaliação feita ao cabo dos primeiros três meses de estudo, a maioria daquelas pacientes foi submetida à punção (fertilização in vitro com vista à retirada de óvulos, por meio de uma agulha introduzida pela vagina que aspirou o interior dos quistos).
A investigadora responsável pelo estudo explica que “quando um quisto tem menos de três centímetros o tratamento hormonal é o mais indicado. No entanto, naqueles que têm mais de cinco centímetros de diâmetro a conduta dos médicos é variada, e muitos recomendam a cirurgia. “Um tratamento clínico, que pode ser acompanhado de punção, evita os inconvenientes da operação”, refere o estudo agora conhecido, esclarecendo, no entanto, que a combinação do tratamento clínico com o recurso à punção não constitui uma solução universal, não podendo ser utilizada em todas as pacientes.
Antes do arranque do ensaio foram analisadas cerca de 500 mulheres com quistos, mas apenas 71 acabariam por participar na investigação, em resposta a critérios de selecção como exames de marcadores tumorais, hormonais e ultra-sonográficos. O resultado final aponta para a existência de um grupo correspondente a 19,8 por cento das doentes em que houve uma recidiva dos quistos no prazo de um ano, o que levou ao encaminhamento daquelas mulheres para a cirurgia.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Pequeno»
Apsen Farmacêutica rubrica dupla estreia no Brasil
Primeiro genérico para a doença de Alzheimer


Já se encontra disponível no mercado farmacêutico brasileiro, na apresentação de 60 comprimidos de 10mg, o primeiro genérico de cloridrato de memantina. Trata-se do primeiro medicamento indicado para o tratamento da doença de Alzheimer a ser lançado no Brasil, ao mesmo tempo que marca a estreia da Apsen Farmacêutica na área dos medicamentos sem marca comercial.

Num comunicado disponibilizado no site do laboratório, em www.apsen.com.br, Cristina Focassio, gerente de produto da empresa, considera que “a Apsen está comprometida e dedicada a produzir o melhor em produtos farmacêuticos para a classe médica e para os seus pacientes”. Ainda segundo a mesma fonte, além de se dedicar à investigação e ao desenvolvimento de novos medicamentos, a Apsen está “consciente da importância de disponibilizar à população medicamentos com custo acessível”, reafirmando a sua “preocupação com a saúde e com a qualidade de vida das famílias, dos pacientes e dos cuidadores”. A doença de Alzheimer, mais comum em cidadãos idosos, atinge actualmente cerca de 15 milhões de pessoas à escala mundial, segundo a Apsen, que cita estatísticas do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e dados epidemiológicos mundiais da doença para estimar que a sua prevalência atinja os 1,2 milhões de doentes no Brasil, com cerca de 100 mil novos diagnósticos por ano.

Carla Teixeira
Fonte: Apsen Farmacêutica

Roche adia novamente prazo limite para aquisição da Ventana

Proposta estende-se até 17 de Janeiro mas as condições mantêm-se inalteradas

A Roche adiou, pela quarta vez, o prazo limite para a concretização da oferta de aquisição sobre a Ventana Medical Systems. Por sua vez, a empresa especializada em histopatologia reforçou o “não” à proposta da farmacêutica suíça que, desde o inicio, considera inadequada.

A Roche oferece 2,2 mil milhões de euros pela Ventana, ou 53,4 euros por cada acção da empresa, proposta considerada hostil e cuja data limite é agora novamente estendida até ao dia 17 de Janeiro de 2008.

A proposta foi lançada em Junho pelo laboratório suíço e posteriormente prolongada por três vezes, num primeiro limite até 23 de Agosto, posteriormente, até 20 de Setembro e depois até 1 de Novembro.

Num comunicado publicado esta segunda-feira no seu portal na internet, a Ventana frisa o seu desagrado face à persistência da Roche. “Mais de 99,5 por cento dos nossos investidores recusaram por quatro vezes a oferta inadequada da Roche e ainda assim a Roche insiste em manter as suas tácticas fúteis e dispendiosas”, afirma o director executivo da empresa, Chris Gleeson.

O responsável acrescenta ainda que praticamente todos os investidores da empresa concordam que 53,4 euros por cada acção não correspondem ao valor real da empresa e reconhecem que a Ventana está a ganhar um verdadeiro impulso no seu mercado.

“O nosso quadro continua a recomendar aos accionistas que não disponibilizem nenhuma das suas acções à Roche”, refere Gleeson, sublinhando o compromisso dos accionistas em acrescentar um valor superior à empresa continuando a executar com sucesso o seu plano estratégico e a capitalizar nas muitas oportunidades que hão-de surgir.

A Ventana diz ainda que aquando da terceira extensão do prazo limite da oferta por parte da Roche, foram apenas disponibilizadas 0,2 por cento das 35 milhões de acções da empresa.

Marta Bilro

Fonte: Ventana, Pharmalot, CNN Money, Reuters, Farmacia.com.pt.

Pfizer abre centro de I&D em Israel

O grupo farmacêutico norte-americano Pfizer tem planos para abrir um centro de investigação e desenvolvimento em Israel. De acordo com o jornal Haaretz, que cita fontes governamentais, as conversações estão já num ponto avançado e o local eleito deverá ser a Galileia.

Os representantes da empresa encontraram-se recentemente com o Ministro da Indústira, Comércio e Trabalho de Israel, Eli Yishai para discutir o projecto que deverá estar concluído no final do próximo ano.

O estabelecimento, em Israel, de um centro de investigação e desenvolvimento por parte de uma farmacêutica estrangeira tem sido um dos objectivos centrais do Ministério da Indústira, Comércio e Trabalho nos últimos anos, como parte dos planos para fomentar o sector biotecnológico.

Para além disso, um projecto desta envergadura representa também o surgimento de competitividade para a Teva, a farmacêutica local que desenvolve medicamentos genéricos com base em fármacos de marca de empresas como a Pfizer.

A Pfizer gasta anualmente 4,86 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento e a construção de um novo centro em Israel pode simbolizar uma lufada de ar fresco rumo ao desenvolvimento de novos fármacos.

Marta Bilro

Fonte: Haaretz.com, Israel National News.

China impõe medidas restritas para atribuição de licenças farmacêuticas

A China está a tornar mais rigorosos os padrões de qualidade para a atribuição de licenças farmacêuticas, uma medida que surge na sequência de uma série de mortes e lesões provocadas pela ingestão de medicamentos falsos, informou esta segunda-feira a agência oficial do estado.

As novas normas, que entram em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano, vão limitar as regras que actualmente permitem a um produtor obter uma licença caso sejam detectadas três falhas num medicamento, mas que foram posteriormente corrigidas. De acordo com a Xinhua, no futuro, não serão permitidas “falhas graves” no processo de produção de fármacos.

“Os novos padrões reforçaram a supervisão de sectores mais susceptíveis no controlo de qualidade dos produtores de medicamentos”, afirmou o director da Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA), Bian Zhenjia.

A Xinhua diz também que o fornecimento de informações falsas por parte das farmacêuticas foi considerada uma “falha grave”, porém não foram dados outros exemplos que se enquadrem neste padrão, noticia a Associated Press.

O governo chinês tem vindo a lançar um conjunto de iniciativas para recompor a reputação internacional do país no âmbito da produção de medicamentos. Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, em Setembro, foi anunciada a preparação de um novo sistema de reintrodução de medicamentos no mercado e que vai obrigar as produtoras farmacêuticas do país a pagarem multas, caso não procedam à recolha de produtos que tenham sido considerados perigosos.

Recorde-se que, o ex-director da SFDA, Zheng Xiaoyu, foi executado em Julho, depois de ter sido condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade, acabando por conduzir à morte vários cidadãos chineses. Em Fevereiro o governo ordenou a reavaliação de 170 mil licenças de produção atribuídas durante a direcção de Zheng Xiaoyu de forma a garantir que tinham sido devidamente outorgadas.

Os novos padrões que regem “as boas práticas de produção” fornecem também especificações técnicas adicionais, revelou a Xinhua. “As alterações incidem principalmente nos requisitos tecnológicos de gestão que engloba áreas que incluem as qualificações pessoais, os processos de produção, o controlo de qualidade e a verificação de documentos numa proposta para assegurar a qualidade dos medicamentos”, referiu Bian Zhenjia, citado pela agência oficial.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, Yahoo News, Farmacia.com.pt.

Novas farmácias apenas em 2009

Concursos podem prolongar-se por 450 dias

Entra em vigor esta terça-feira o novo regime jurídico das farmácias de oficina e que retira a exclusividade da propriedade destes estabelecimentos aos farmacêuticos. Porém, a abertura das primeiras farmácias à luz da nova legislação deverá surgir apenas em 2009, altura em que deverão começar a ser atribuídos os alvarás. Os 350 novos postos de venda que aguardam para ser abertos deverão manter-se assim durante mais de um ano.

O projecto de portaria do Ministério da Saúde que regulamenta a lei refere que um concurso público para a abertura de uma nova farmácia pode prolongar-se por um máximo de 325 dias. Em caso de empate no primeiro lugar – do qual são excluídos todos os que já tiverem ligação a um estabelecimento existente – a decisão pode prolongar-se por 450 dias, uma vez que haverá necessidade de fazer um sorteio para determinar o vencedor, refere a edição desta terça-feira do Diário de Notícias.

Para além disso, segundo adiantou o ministro da Saúde, Correia de Campos, antes de ser lançado o primeiro concurso, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) terá que avaliar os locais onde as farmácias serão abertas, de forma a garantir que estas se adaptam às novas regras. Isto porque, os novos estabelecimentos terão que servir 3.500 utentes, em vez dos habituais quatro mil exigidos anteriormente.

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos objectivos é acelerar o processo que envolve os concursos para a abertura de novos estabelecimentos de venda de medicamentos cuja conclusão se “protelava por vários anos”. Conforme exemplificou o ministro Correia de Campos há uma semana no Parlamento, a abertura, em 2001, de 204 novas farmácias, só ficou concluída em 2006. Sorteando o vencedor, o novo modelo contribui para a diminuição da espera, evitando os recursos para os tribunais.

Ainda assim a medida não satisfaz o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, que considera que “se antes era difícil um farmacêutico conseguir ter a sua própria farmácia, agora é ainda mais difícil”.

As novas regras abonam a favor da capacidade económcia dos concorrentes, considera a sindicalista Sónia Correia, visto que já que não é valorizada a experiência nem a qualidade da proposta.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Fábrica de Conteúdos, Diário Digital.