O estudo realizado nos Estados Unidos da América por uma equipa de patologistas da Universidade do Tennessee baseia-se numa experiência preliminar aplicada em ratos e sugere que a amiloidose poderá ser transmissível através dos alimentos, da mesma forma que acontece com a doença de Creutzfeldt-Jakob.
O fígado dos gansos, especialmente dos que são engordados, é rico em amilóide, uma proteína que normalmente aparece nas células saudáveis como uma unidade singular mas que se unem para formar longas cadeias presentes em vários tipos de células doentes. Os responsáveis pelo estudo acreditam que quando são ingeridas, as fibras do foie gras podem acelerar a formação no corpo de proteínas prejudiciais, apesar de até ao momento só ter sido testado em ratos. Os cientistas advertem, por isso, que esta conclusão pode não se aplicar aos seres humanos.
O relatório refere que 62 por cento dos ratos que foram alimentados com fibras amilóides encontradas no foie gras, oito semanas depois, tinham desenvolvido acumulações no baço, rins e fígado, o que não se verificou em nenhum animal do grupo de controlo. De acordo com os cientistas, é possível que, no organismo humano, quando são ingeridas grandes quantidades de proteína amilóide, algumas das fibras entrem na corrente sanguínea, se desloquem para os tecidos e formem amilóide, contribuindo para o aparecimento da doença.
Ainda assim, Alan Solomon, o principal autor do estudo, considera que é preciso que haja uma predisposição do organismo para contrair a doença. Nesse sentido, "as pessoas que têm antecedentes familiares da doença de Alzheimer, diabetes, poliartrite reumatóide ou outras patologias relacionadas com a acumulação de amilóides deveriam evitar comer foie gras e outros alimentos contaminados", destacou o responsável..
Marta Bilro
Fonte: IOL News, Los Angeles Times, Reuters, Último Segundo, Manual Merck.
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