quarta-feira, 20 de junho de 2007

Nova técnica de radioterapia acelera recuperação pós-operatória

Uma nova terapia contra o cancro da mama permite que as pacientes evitem longas semanas de radiação, inerentes ao tratamento pós-operatório, para passarem a fazê-lo durante apenas um dia.

A técnica inovadora começou recentemente a ser utilizada pelo Hospital “Princess Margaret”, em Toronto, no Canadá, e promete acelerar o processo de recuperação das mulheres, permitindo que regressem mais rapidamente ao ritmo de vida normal. “Os potenciais benefícios são enormes”, afirmou David McCready, responsável pelo Programa de Cancro da Mama no hospital canadiano.

De acordo com este procedimento, a radiação é distribuída durante a cirurgia. Após a remoção do tumor, os cirurgiões utilizam um aparelho portátil de radiação reduzida e inserem uma sonda ligada a uma máquina portátil de radioterapia no espaço deixado em aberto pelo tumor, de forma a libertar uma dose concentrada de radiação. É emitida metade da dose de radiação utilizada na terapia convencional, durante um período de 30 minutos, mas que se concentra num raio de dois centímetros.

A dose única de radiação introduzida através da radioterapia intra-operatória (IORT) é “biologicamente equivalente” aos tratamentos convencionais de radiação utilizados no tratamento do cancro da mama que, regra geral, requerem um mínimo de 16 sessões durante três semanas e são administradas em toda a mama. Segundo explicou McCready, ao tratar uma área específica com este tipo de precisão está-se a proteger a pele, o coração e os pulmões de receberem radiações desnecessárias. Para além disso minimizam-se os efeitos secundários e poupa-se muito tempo à paciente.

O método de radiação tradicional acarreta efeitos secundários indesejáveis, como é o caso das queimaduras e dos inchaços que surgem no local em que é aplicada. Todos estes efeitos são minimizados com a radioterapia intra-operatória, uma técnica que foi introduzida pela primeira vez na Grã-Bretanha, onde, actualmente, mais de 800 mulheres participam num ensaio clínico aleatório a nível internacional.

Marta Bilro

Fonte: CTV.ca, United Press International, The Globe Mail, Associação Regional de Saúde do Centro.

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