quarta-feira, 20 de junho de 2007

Micróbios famintos geram bactéria perigosa

Má formação nervosa fetal, meningite e pneumonia

Segundo um estudo publicado, esta semana, na revista BMC Microbiology, cientistas da Dinamarca descobriram que, mesmo no mundo microscópico, a "fome" pode levar à"marginalidade".

A equipa de dinamarqueses constatou que as bactérias que foram privadas de oxigénio conseguiram proliferar com muito mais agressividade, do que aquelas onde havia quantidades normais de oxigénio.

Os investigadores Bjarke Christensen e Tine Licht explicaram que foram criados dois grupos separados dos organismos: um deles em condições normais de oxigénio (grupo de controlo) e outro com o gás escasso.

Infecção 100 vezes maior

Depois de contaminarem porquinhos-da-índia e verificarem tanto as fezes, como os órgãos internos das cobaias, comprovaram que “havia um grau de infecção cem vezes maior naqueles infectados com os micróbios famintos.”

À revista BMC Microbiology, os cientistas da Dinamarca admitiram não entender bem o porquê desse alto grau de infecciosidade dos microorganismos em privação. Uma das hipóteses avançadas pelos especialistas, seria de que a falta de oxigénio ter-lhes-ia “ensinado” a sobreviver a outros tipos de dificuldades como os ácidos estomacais da cobaia conseguindo sobreviver e causar doenças.

Listeria monocytogenes – uma bactéria Gram-positiva pertencente à família Listeriaceae que cresce na presença ou na ausência de oxigénio (anaeróbia facultativa) - pode aparecer em muitos alimentos e é considerada uma bactéria perigosa que pode levar à má formação nervosa fetal, meningite e pneumonia.

Raquel Pacheco


Fonte: BMC Microbiology/ASAE

2 comentários:

ptcp disse...

"teria “ensinado” a eles sobreviver". Um bom artigo mas mais algum rigor na escrita.

RP disse...

Obrigada pela observação.
Peço desculpa, mas não passou de uma "gralha", talvez derivado ao avançar da hora...