quarta-feira, 19 de setembro de 2007

FDA aprova utilização de Flumist em crianças entre os 2 e os 5 anos

A Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) aprovou a utilização do Flumist, uma vacina nasal contra a gripe, em crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 5 anos. O medicamento é produzido pela MedImmune, empresa recentemente adquirida pela britânica AstraZeneca.

A vacina era já utilizada nos Estados Unidos da América, porém tinha apenas indicação de aplicação em crianças a partir dos cinco anos de idade e adultos até aos 49 anos.

Esta aprovação “oferece aos pais e aos profissionais de saúde uma opção sem recurso a agulhas destinada aos bebés mais sensíveis, que podem mostrar-se relutantes face a uma tradicional vacina contra a gripe”, afirmou Jesse Goodman, director do Centro para Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA.

O medicamento não deve ser administrado em crianças menores de 2 anos, uma vez que os ensaios clínicos realizados pela MedImmune demonstraram que nessa faixa etária existe um risco acrescido de hospitalizações e dificuldades respiratórias, justificou a FDA. A vacina também não deve ser administrada em doentes asmáticos ou crianças com idade inferior a 5 anos que apresente dificuldades respiratórias recorrentes.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, baltimoresun.com.

FDA: Timothy Coté é o novo director do Departamento Produtos Órfãos

A Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) nomeou Timothy Coté para o cargo de director do Departamento Produtos Órfãos. O novo membro da equipa da entidade reguladora fica responsável pela promoção e desenvolvimento de produtos promissores no diagnóstico ou tratamento de doenças raras.

Numa nota de imprensa a que o Farmacia.com.pt teve acesso, Janet Woodcock, comissária da FDA afirmou que a administração está “muito satisfeita” pelo regresso de Timothy Coté, salientando que a sua enorme experiência no confronto com novas situações de saúde é uma mais-valia para todos.

Coté tem desempenhado a função de director do Centro de Controlo de Doenças para a Nação Africana do Ruanda, tendo dirigido programas contra o HVI/Sida, a malária e a gripe aviaria. Durante a sua estadia naquele país foi também responsável pela liderança científica e administrativa no cuidado com os pacientes e em iniciativas de investigação.

O novo director do Departamento de Produtos Órfãos da FDA vai suceder a Debra Lewis, a actual directora ainda em funções.

O programa de medicamentos órfãos atribui às farmacêuticas direitos exclusivos de comercialização de um fármaco que se destine ao tratamento de doenças que afectem menos de 200 mil pessoas nos Estados Unidos da América.

Marta Bilro

Fonte: FDA.

Por suspeita de incumprimento das normas europeias
Suspensa venda de máscaras hospitalares


O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu nesta quarta-feira um comunicado em que dá conta da suspensão da comercialização das máscaras de papel simples do fabricante Nelson Medical Co. Lda., por discrepâncias face aos requisitos impostos na Directiva Europeia 93/42/CEE, de 14 de Junho, relativa a dispositivos médicos.

De acordo com a circular para divulgação geral difundida pelo Infarmed, assinada pela vice-presidente do conselho directivo daquela entidade reguladora, Luísa Carvalho, com conhecimento do departamento de Dispositivos Médicos, as máscaras de papel simples daquele fabricante destinam-se à utilização hospitalar e são colocadas em Portugal pelo distribuidor Ezequiel Panão Jorge, tendo como mandatário para a Comunidade Europeia a empresa espanhola Yaotong SL. Apesar de ostentarem a marcação CE na rotulagem, o que indiciaria a sua conformidade com as normas vigentes na Europa em matéria de qualidade e segurança, o cumprimento dos requisitos impostos pela directiva europeia gerou dúvidas, pelo que o distribuidor tomou a decisão de suspender a comercialização daquele produto, enquanto não for cabalmente esclarecida a situação.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

FDA: Painel de especialistas avalia Avastin no tratamento do cancro da mama

O Comité de Aconselhamento sobre Medicamentos Oncológicos da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos vai avaliar a actuação do Avastin (bevacizumab) no tratamento do cancro da mama. De acordo com a Genentech os responsáveis vão analisar a aplicação do fármaco enquanto tratamento de primeira linha em associação com quimioterapia em pacientes que ainda não estão a ser tratados. A decisão deverá surgir em Fevereiro de 2008.

O Avastin é já utilizado na Europa como terapia do cancro da mama metastizado e, no ano passado, recebeu aprovação nos Estados Unidos da América para tratar pacientes com cancro do pulmão. Para além disso, desde 2004 que é utilizado pelos norte-americanos no tratamento do cancro colo-rectal. No entanto, nenhuma destas indicações foi sujeita à avaliação do comité especializado da FDA.

A Genentech, segunda maior empresa de biotecnologia a nível mundial, submeteu o medicamento a uma candidatura suplementar de licença biológica em Maio de 2006, baseando-se em resultados de um ensaio clínico denominado E2100. O ensaio clínico de fase III, que envolveu 722 participantes com cancro metastático ou localmente recorrente que não tinham sido anteriormente submetidos à quimioterapia, revelou que o Avastin reduz o risco de progressão da doença ou morte em 52 por cento, nos pacientes que utilizaram o tratamento em conjunto com a quimioterapia, comparativamente aos doentes que apenas receberam quimioterapia.

Em Setembro de 2006, a FDA pediu informações adicionais sobre o medicamento, incluindo um estudo independente com controlos aos pacientes que participaram no ensaio clínico de última fase. Os resultados desse novo trabalho deram conta de benefícios semelhantes aos demonstrados pelo estudo E2100.

Caso a FDA dê luz verde ao Avastin no tratamento do cancro da mama, poderá registar-se um aumento significativo nas vendas do fármaco que, no segundo trimestre do ano, atingiram os 407 milhões de euros, um aumento de 33 por cento face a igual período do ano anterior e fazendo com o que medicamento se torne no segundo mais rentável da empresa.

Marta Bilro

Fonte: Biopharma-Reporter.com, Reuters.

Investigadores portugueses querem acelerar diagnóstico de espondilite anquilosante

FCTUC traça perfil molecular da doença

Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a realizar um estudo com o objectivo de conhecer o perfil molecular da espondilite anquilosante, um reumatismo inflamatório crónico que afecta preferencialmente a coluna vertebral e as suas articulações na bacia podendo conduzir à perda de mobilidade total.

Embora as causas da doença sejam desconhecidas, sabe-se que a genética desempenha um papel importante, uma vez que a maior parte dos pacientes são portadores do gene HLA-B*27, o que leva a que a análise à presença deste gene faça parte dos exames médicos requeridos para o diagnóstico da doença. Ainda assim, a acção deste gene no desenvolvimento continua a ser pouco clara. O estudo, orientado por Manuela Alvarez, professora do Laboratório de Genética Molecular do Departamento de Antropologia da FCTUC, pretende detectar, no interior do HLA-B*27, marcadores capazes de fornecer um diagnóstico precoce do grau de severidade e cronicidade da doença.

O que se pretende, salienta a responsável, é “traçar um perfil genético que permita prever se o doente vai estar sujeito a um grau mais ou menos severo da doença”, algo que permitiria optar por terapêuticas mais eficazes na prevenção de situações mais graves.

Isto porque, nem sempre os primeiros sintomas são logo associados à doença, registando-se um atraso no diagnóstico, que está estimado entre os 10 a 15 anos. De acordo com Manuela Alvarez, o atraso no diagnóstico fica a dever-se à falta de “sensibilização necessária para esta doença, por parte da classe médica”, o que faz com que os doentes não sejam devidamente encaminhados para tratamentos realmente eficazes. O principal objectivo deste grupo de investigadores da FCTUC consiste, por isso, em encurtar esta demora no diagnóstico de uma doença que afecta perto de 50 mil portugueses.

A espondilite anquilosante é uma doença reumática de causa desconhecida, que se revela em idades jovens (geralmente entre os 15 e os 40 anos) e atinge predominantemente a coluna vertebral. Em fases mais tardias da doença, ou em casos mais graves, há uma fusão das vértebras e a coluna fica a funcionar como se fosse só um osso levando a uma diminuição da mobilidade. É também frequente a inflamação das inserções de ligamentos, cápsulas articulares e tendões, nomeadamente ao nível da face plantar do calcanhar e dos contornos da bacia. Ao afectar o esqueleto e outros órgãos vitais do corpo humano, pode conduzir à perda de movimentos que, nalguns casos, pode ser total.

O trabalho de investigação conta com a participação de Jaime Antunes, médico da Associação Nacional da Espondilite Anquilosante, e com a colaboração de um grupo de doentes voluntários que fazem também parte desta associação. O material biológico fornecido pelos doentes vai permitir investigar o gene responsável pela doença, para que o diagnóstico precoce possa tornar-se uma realidade. As conclusões do trabalho devem estar prontas até ao final do ano.

Tratamentos disponíveis

Apesar de não existir cura para esta doença, associar o tratamento farmacológico ao exercício físico é fundamental para que os pacientes aprendam a viver com a sua condição. Os anti-inflamatórios não esteroides são frequentemente utilizados no tratamento da espondilite anquilosante, porém a sulfassalazina e o metotrexato podem também ser aplicados. Por sua vez, o etanercept, o infliximab e o adalimumab, fármacos imunomodeladores mais específicos para o TNF-alfa, estão aprovados no tratamento de doentes com espondilite anquilosante activa e refractária às terapêuticas convencionais.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Coimbra, Médico Assistente, Administração Regional de Saúde do Algarve, Médicos de Portugal, Associação Nacional de Espondilite Anauqilosante.

Europa gastou 3.2 mil milhões de euros em investigação oncológica

Durante o ano de 2004, os financiamentos europeus destinados à realização de pesquisas e investigações relacionadas com as doenças oncológicas atingiram os 3.2mil milhões de euros. O valor foi apurado através de um estudo do “European Cancer Research Managers Forum”(ECRM) e inclui tanto os custos com medicação e tratamento de doentes, como as bolsas atribuídas a investigadores.

Para chegar a estes dados foram analisados os contributos dos 27 Estados-membros da União Europeia e também da Turquia, Israel, Islândia e Noruega. Os responsáveis concluíram que 115 instituições públicas contribuem para a investigação e 14 organizações humanitárias recolhem donativos.

Os números apurados dizem respeito a custos directos, relativos à medicação e ao tratamento de pacientes oncológicos, e indirectos, dos quais fazem parte os vários subsídios e bolsas para estudantes e investigadores, os salários dos cientistas, as infra-estruturas e a criação de novos laboratórios em diversos locais. Feitas as contas, são gastos 3,42 euros por cada habitante europeu na investigação de doenças cancerígenas.

De acordo com Richard Sullivan, presidente do ECRM, o maior crescimento na investigação do cancro deu-se no Reino Unido, com um aumento de 202 por cento face a 2003. O país gasta actualmente 783 milhões de euros, duas vezes mais do que a Alemanha, que surge logo em segundo lugar na tabela, com324 milhões de euros. Este valor representa um gasto de 14 euros per capita, um número que, apesar de ser inferior ao que é gasto nos Estados Unidos da América (EUA) – 17,61 euros per capita – indicia uma boa probabilidade do Reino Unido já ter superado os EUA, uma vez que os dados dizem respeito a 2004, salienta o responsável.

Apesar de estar longe de ocupar um dos lugares de topo no que toca ao financiamento para pesquisas na área oncológica, em Portugal há várias instituições que apoiam a investigação. Um dos exemplos é a Fundação Champalimaud, que foi criada em 2005 com um fundo de 500 milhões de euros dirigidos a investigações, em Portugal e no estrangeiro, das doenças neurológicas e do cancro.

No entanto, há ainda muitos países membros que não se esforçam convenientemente para financiar a investigação do cancro, considera Sullivan. Enquanto 60 por cento dos países aumentaram o seu financiamento em termos reais, outros 30 por cento não o fizeram. “É evidente que alguns Governos ainda não financiam a investigação do cancro convenientemente. Para estes países são necessárias acções políticas específicas que assegurem um núcleo de pesquisa de alta qualidade dentro das suas instituições”, alertou.

Marta Bilro

Fonte: Correio da Manhã, DrugResearcher.com.

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Conferência médica anual de Chicago, nos Estados Unidos
Pfizer apresentou Selzentry contra a sida


A companhia farmacêutica norte-americana Pfizer apresentou nesta terça-feira, durante a reunião médica anual de Chicago, que o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, um novo fármaco contra a sida. O Selzentry foi aprovado pela Food and Drug Administration em Agosto, tem como princípio activo o maraviroc, e é o primeiro de uma nova classe de medicamentos de administração oral a lançar na próxima década.

Jacob Lalezari, responsável pela Clínica Quest, que conduz os estudos da Universidade da Califórnia, explicou, no âmbito do encontro de médicos e cientistas, que o Selzentry é capaz de, nas primeiras 48 semanas da sua utilização, tornar indetectáveis os níveis do HIV no sangue dos doentes. A mesma fonte acrescentou também que “a segurança e a durabilidade da resposta neste estudo foram tranquilizadoras”, e que o medicamento “é uma nova e importante arma para os médicos que tratam pacientes com o HIV”. A Pfizer alertou para o facto de o maraviroc não curar a sida nem evitar o seu contágio, frisando que os efeitos secundários que apresenta são similares aos de outros medicamentos já existentes no mercado farmacêutico a nível mundial, incluindo náuseas e enjoos, fadiga, diarreia e dores de cabeça.
Ontem mesmo, num curto artigo publicado com o título «Vacina contra a sida em fase de testes», o farmacia.com.pt deu conta de que estava previsto para breve o surgimento do maraviroc da Pfizer, agora consumado, bem como do raltegravir, produzido pela Merck Sharp & Dohme, que há dois meses recebeu da FDA, entidade reguladora do sector no mercado farmacêutico norte-americano, revisão prioritária (expressão que significa que será agilizado o processo para aprovação daquele fármaco, que visa inibir a acção da integrase, uma enzima importante na replicação do HIV dentro das células invadidas). O Selzentry, por seu turno, impede a penetração do vírus nas células T.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, «O Tempo», «Isto é», farmacia.com.pt

Sanofi desenvolve vacina de baixa dosagem para a gripe das aves

A Sanofi-Aventis SA anunciou que uma vacina experimental contra a gripe pandémica, contendo uma pequena dose de antigénio, atingiu uma elevada resposta imune em 70 por cento dos voluntários de um estudo clínico. Esta nova vacina contra o vírus H5N1, desenvolvida pela Sanofi Pasteur, pode trazer transformações, no que se refere à protecção de milhares de milhões de pessoas, e ao armazenamento perante a possibilidade de ocorrer uma pandemia.

A Sanofi utilizou uma vacina contendo apenas 1,9 microgramas de antigénio, uma fracção da dose normal, tendo produzido uma resposta imune de nível elevado em mais de 70 por cento dos voluntários que participaram neste teste. Uma injecção contendo 3,75 microgramas de antigénio gerou uma resposta em mais de 80 por cento dos sujeitos. Estes dados são particularmente relevantes, uma vez que as vacinas convencionais para a gripe sazonal contêm cerca de 45 microgramas de antigénio.

A companhia utilizou um novo adjuvante para aumentar a resposta imune da vacina contra o vírus H5N1, o que reduziu significativamente a quantidade de antigénio necessário para cada dose, mas de forma a continuar a produzir uma boa resposta nos pacientes.

Os dados, resultantes da conclusão da Fase Ib, baseiam-se na análise dos ensaios clínicos conduzidos na Bélgica, que envolveram 266 adultos saudáveis, com idades entre os 18 e os 40 anos. Estão planeados ensaios clínicos para o início do próximo ano, nos Estados Unidos, juntamente com um ensaio alargado na Europa.

No que se refere a uma possível data para a vacina estar disponível no mercado, a Sanofi mostra-se relutante em apresentar um período de tempo limite. O porta-voz da companhia destacou que o objectivo é desenvolver a vacina o mais rapidamente possível, mas a Sanofi irá aproveitar o tempo, enquanto não existe uma situação de pandemia, para desenvolver a vacina ao máximo. Contudo, os planos podem ser acelerados de acordo com requerimentos governamentais.

Segundo a Sanofi, quando esta vacina estiver completamente desenvolvida, a companhia deverá ter o potencial para fornecer milhares de milhões de doses numa situação de pandemia.

Os dados preliminares também demonstraram uma boa reactividade cruzada com uma estirpe mais recente do H5N1 em circulação. Está a ser feita uma avaliação mais desenvolvida à capacidade desta vacina fornecer protecção cruzada contra variantes das estirpes do H5N1.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, www.in-pharmatechnologist.com, www.sanofipasteur.com

terça-feira, 18 de setembro de 2007

MediaHealth e grupo Chandler Chicco estabelecem cooperação

A agência portuguesa de consultoria e comunicação MediaHealth, especializada nas áreas de Saúde e Biotecnologia, anunciou que vai estabelecer uma cooperação com o grupo Chandler Chicco Companies, visando a participação da agência nos projectos europeus desta multinacional.

A cooperação passa pela partilha de conhecimentos e experiências, através de contactos regulares com os escritórios do grupo internacional situados em Londres. De acordo com Jorge Azevedo, director-geral da MediaHealth, “são múltiplas as sinergias que podem resultar desta cooperação, traduzindo-se em vantagens de conhecimento, experiência e contactos, quer para nós, quer para os nossos parceiros”.

A Chandler Chicco Agency é abrangida pela Global Health Network e é responsável pelo desenvolvimento de projectos criativos para clientes como a Abbot, Novartis, Roche, Sanofi-Aventis, Pfizer, GlaxoSmithKline.

Em Março deste ano, a MediaHealth Portugal foi eleita pela Pr Week como Agência do Ano e pelo The Holmes Report como Agência Especializada do Ano.

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

Quota de mercado dos genéricos deve atingir os 20% até ao final de 2008

O Ministério da Saúde e o Infarmed acreditam que até ao fim do próximo ano, os medicamentos genéricos vão atingir uma quota de mercado na ordem dos 20 por cento, objectivo que foi hoje apresentado durante o lançamento da campanha de promoção destes fármacos.

A realidade portuguesa mostra que as vendas destes medicamentos continuam ainda muito aquém dos números registados em países como o Reino Unido, Alemanha ou Estados Unidos, que têm quotas acima dos 40 por cento, enquanto que os número nacionais indicam uma percentagem de apenas 17,8 por cento.

Apesar de mais baratos que os outros medicamentos, os genéricos continuam a ser vendidos em Portugal a preços muito superiores aos praticados na Europa. Para Vasco Maria, presidente do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento - “os preços ainda estão acima do que consideramos desejável”, continuando a ser imprescindível criar condições de maior concorrência neste mercado, de forma a baixar os preços destes fármacos.

A nível nacional, os genéricos têm uma quota mais elevada em termos de valor, do que em termos de volume (quantidade de embalagens), o que significa que são mais caros, comparativamente aos restantes países europeus. Segundo o ministro da Saúde, Correia de Campos, é necessário existirem “mais genéricos, mais baratos”, reconhecendo que este ainda é um problema e que é necessário modificar esta realidade.

O ministro reconheceu ainda que num ano, o estado já poupou cerca de 81 milhões de euros. No entanto, é necessário alargar as valências dos genéricos, pois existe uma excessiva concentração de fármacos em alguns princípios activos, tal como referiu também o presidente do Infarmed, para quem é urgente “criar condições para o aparecimento de genéricos em novas áreas terapêuticas”.

A campanha de promoção dos genéricos arranca dia 24 deste mês nas rádios, televisões, imprensa e através de cartazes, terminando a 21 de Outubro e conta com um investimento de 450 mil euros, para passar a mensagem de que os genéricos são seguros, eficazes e têm qualidade.

Inês de Matos

Fonte: Sol e Lusa
Presidente da entidade reguladora refuta críticas
Infarmed autorizou 46 fármacos inovadores


O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde, Vasco Maria, respondeu nesta terça-feira às recentes acusações de que o Infarmed estaria a bloquear o acesso aos medicamentos inovadores, asseverando que, desde o início do ano, ascende já a 46 o número de autorizações de utilização especial concedidas pela entidade reguladora àquele tipo de produtos.

Em comunicado, e na sequência da queixa formalizada à Ordem dos Médicos por um clínico que disse ter visto recusada pela comissão de farmacologia do hospital em que trabalha a prescrição de um medicamento inovador a um paciente portador de cancro, o Infarmed explicou que o tempo médio de aprovação daquele tipo de fármacos é de sete dias, acrescentando que “até este momento estão em avaliação prévia sete pedidos de autorização de novos medicamentos solicitados por empresas farmacêuticas”. Segundo a mesma nota, dois daqueles medicamentos já terão sido aprovados, da mesma forma que as 46 autorizações de utilização especial concedidas no decurso deste ano, sempre ao abrigo de um dispositivo especial criado por decreto-lei com o objectivo de permitir a autorização de um medicamento classificado como imprescindível ao diagnóstico ou ao tratamento de um doente.
Como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a queixa formalizada no decurso da semana passada à Ordem dos Médicos dava conta da recusa, pelos elementos de uma comissão de farmacologia hospitalar, da prescrição de um antineoplásico indicado para o tratamento de doentes com cancro do pulmão, cujo tratamento ascende a quantias na ordem dos 1500 a três mil euros por mês. Em relação a este caso, o Ministério da Saúde não se pronunciou, dizendo apenas que só deverá avançar com a averiguação quando o caso lhe for transmitido oficialmente, o que até ao momento não aconteceu. “Até à data é um não-caso”, sublinhou o ministro António Correia de Campos.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Estudo: Prezista superior ao Kaletra no tratamento do VIH

Um estudo comparativo, realizado pela Johnson & Johnson (J&J), revelou que o Prezista (darunavir), fármaco inibidor da protease da própria companhia, é superior ao Kaletra (lopinavir/ritonavir), fármaco da mesma família da Abbott Laboratories, no tratamento do VIH, tendo atingido níveis indetectáveis do vírus e com menos efeitos secundários.

O Prezista, fármaco de toma única diária, reduziu a quantidade de vírus para níveis indetectáveis em 84 por cento dos pacientes, que não tinham recebido tratamento anteriormente, em comparação com os 78 por cento dos pacientes a tomar Kaletra.

Os resultados deste estudo (ARTEMIS), o primeiro a testar o Prezista em pacientes que não tinham sido tratados anteriormente com qualquer fármaco para o VIH, foram apresentados na edição deste ano da “Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, em Chicago.

O Prezista, o primeiro fármaco para o VIH da J&J, foi aprovado no ano passado para ser utilizado após outros fármacos terem falhado. Este estudo apoia os esforços que a J&J tem feito para conseguir a aprovação nos Estados Unidos para comercializar o fármaco para novos pacientes.

O VIH consegue evitar os tratamentos de alguns fármacos, porque tem a capacidade de se modificar rapidamente à volta das barreiras químicas colocadas no seu caminho. O Prezista foi delineado para funcionar contra as estirpes mutadas e resistentes aos fármacos. Os fármacos da classe denominada de inibidores da protease, utilizados desde a década de 90, são quase sempre tomados em combinação com outros medicamentos.

Cerca de 10 por cento dos novos pacientes com VIH estão infectados com um vírus resistente, pelo menos, a uma classe de fármacos para a SIDA, e cinco em mil novos pacientes têm formas resistentes a três ou mais tipos, de acordo com o “Centers for Disease Control and Prevention”, em Atlanta, nos Estados Unidos.

Estima-se que haja aproximadamente 39,5 milhões de pessoas com SIDA, tendo 2,9 milhões morrido devido a esta doença, no ano passado, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Em Portugal, encontram-se notificados 31 677 casos de infecção VIH / SIDA nos diferentes estádios de infecção, sendo o total acumulado de 13 935 casos de SIDA, em 30 de Junho de 2007, segundo dados revelados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, www.insarj.pt

Janssen dispensa 688 trabalhadores

O grupo farmacêutico Janssen-Cilag, unidade belga da norte-americana Johnson & Johnson, vai dispensar 688 trabalhadores. A medida, anunciada esta terça-feira, deverá permitir à empresa disponibilizar uma verba maior para apostar em investigação e desenvolvimento à medida que vê expirar patentes exclusivas de alguns dos seus medicamentos mais bem sucedidos.

De acordo com um porta-voz da farmacêutica, “os cortes nos postos de emprego dizem respeito a 521 trabalhadores a tempo inteiro e 167 empregados com contrato provisório” nas unidades de produção localizadas em Beerse e Geel. O principal motivo que leva aos despedimentos está relacionado com o aumento dos custos a nível internacional, revelou o mesmo responsável. A Janssen, que concentra a sua actividade na investigação farmacêutica e no desenvolvimento, emprega, na Bélgica, cerca de 3.700 trabalhadores.

A medida surge menos de dois meses depois da J&J ter anunciado uma redução de 4 por cento da sua força de trabalho global, ou cerca de 4.820 postos de empreso. Stefaan Gijssels, porta-voz da Janssen, afirmou que a decisão unidade belga em cortar nos serviços de apoio foi desencadeada pela necessidade da empresa se concentrar na investigação, uma mudança para alcançar vendas em maior volume. “Precisamos de dinheiro para investir em investigação. Os custos na investigação estão a aumentar rapidamente”, justificou.

A Janssen terá forçosamente que enfrentar quebras nas receitas uma vez que o Risperdal (Risperidona), o medicamento mais vendido da empresa, perde a protecção da patente em Junho de 2008. O mesmo acontece com o Topamax (Topiramato), utilizado no tratamento da epilepsia, cuja protecção da patente expira em Março de 2009.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Farmacia.com.pt.

Osteoporose: Reclast reduz riscos de fractura da anca e aumenta sobrevivência

O Reclast (ácido zoledrónico), um medicamento da Novartis destinado ao tratamento da osteoporose, é benéfico na diminuição da probabilidade de ocorrência de fracturas subsequentes em doentes com osteoporose que já tenham sofrido uma fractura na anca. Um estudo recente demonstrou que a toma do medicamento, que consiste na administração de uma injecção anual, diminui em 35 por cento as hipóteses de sofrer fracturas ulteriores e em 28 por cento o número de mortes.

A investigação realizada pela Novartis pretendia avaliar os efeitos do Reclast (comercializado em Portugal como Aclasta) em fracturas adicionais depois do doente já ter sofrido uma fractura na anca. O estudo revelou que o fármaco aumenta o fortalecimento dos ossos e reduz o número de fracturas em zonas do corpo afectadas pela osteoporose, como a coluna, os punhos e os braços. Este é o único medicamento aprovado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos para tratar a osteoporose e o enfraquecimento ósseo em mulheres que já tenham entrado na menopausa.

A pesquisa, divulgada pelo “New England Journal of Medicine”, envolveu mais de 2.100 pessoas que em algum momento da vida fracturaram a anca. Os participantes foram aleatoriamente administrados com uma dose anual de ácido zoledrónico, enquanto outros receberam um placebo, tendo sido posteriormente observados por um período de dois anos.

Os cientistas verificaram que, enquanto 139 pacientes do grupo que tomou o placebo sofreram fracturas posteriores, no grupo do Reclast as fracturas sucederam em apenas 92 doentes. Para além disso, registou-se uma diminuição de 28 por cento no número de mortes [101 mortes] no grupo que recebeu a injecção, comparativamente ao grupo que ingeriu o placebo [141 mortes].

A fractura da anca é a terceira mais frequente associada à osteoporose e a mais incapacitante, sendo responsável por complicações importantes, quer a nível da autonomia quer no que respeita à mortalidade pós operatória.

De acordo com o portal Médico Assistente, o aumento da esperança média de vida faz com que as mulheres passem cerca de um terço das suas vidas no período pós menopausa, tornando o problema da fractura da anca numa questão de saúde pública, com custos importantes a nível pessoal, familiar e social e também do ponto de vista económico para os sistemas de saúde.

“Este estudo sublinha a importância de fazer uma avaliação e gestão mais agressiva dos doentes com fracturas osteoporóticas, incluindo a fractura da anca. Sabemos que tais pacientes correm um risco elevado de fracturas posteriores e é importante que diminuamos esse risco para reduzir o número de seres humanos que sofrem bem como os custos económicos para esta doença a nível mundial ”, defendeu Ethel Siris, professora de medicina clínica não Centro Médico da Universidade de Columbia.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Medicoassistente.com, Farmacia.com.pt.

Farmácias vão vender kits de recolha de células estaminais

Iniciativa é fruto de uma parceria entre a ANF e a Crioestaminal

As farmácias portuguesas vão, em breve, vender kits para recolha de células estaminais que permitem colher sangue do cordão umbilical para que posteriormente seja crio-preservado. A criação deste novo canal de distribuição nasce de uma parceria entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e a Crioestaminal.

De acordo com a agência Lusa, antes de se iniciar a venda em farmácias, terão lugar sessões de esclarecimento junto dos farmacêuticos, algo que deverá ocorrer ainda em Setembro. Cada kit custará ao consumidor 115 euros.

Depois de recolhidas, as células têm lugar reservado no laboratório da Crioestaminal para serem conservadas, sendo que o armazenamento das mesmas custa 1.085 euros.

O objectivo é utilizar as células ao longo da vida dos recém-nascidos, permitindo curar várias doenças, caso seja necessário e os avanços científicos o permitam.

A utilização de células estaminais retiradas do cordão umbilical revelou-se uma alternativa preciosa aos transplantes de medula óssea em doentes com desordens malignas do sangue, especialmente em crianças e adolescentes. A crio-preservação de células estaminais próprias permite beneficiar da sua disponibilidade imediata no caso de serem necessárias. Além disso, os riscos de rejeição deixam de existir.

Instalada no parque biotecnológico de Cantanhede, Coimbra, a Crioestaminal conta actualmente com 16.000 criopreservações.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Crioestaminal, medicoassistente.com.

Wockhardt e Lupin interessadas na aquisição da Par Pharmaceutical

Num mercado em crescente ascensão, as farmacêuticas indianas procuram, através de novas aquisições, expandir o seu espectro de negócios. Depois dos rumores que davam conta do interessa da Dr Reddy e da Ranbaxy na aquisição da Par Pharmaceutical, surgem agora indícios na imprensa indiana de que a Wockhardt e a Lupin pretendem apoderar-se da gigante norte-americana dos genéricos.

“Quatro empresas locais, incluindo a Dr Reddy, estiveram seriamente interessadas na empresa, uma vez que esta tem um forte potencial no ramo dos genéricos”, disse uma fonte em declarações ao “Times of India”, justificando a afirmação com o facto da prosperidade e dimensão do mercado farmacêutico norte-americano serem os principais focos de atracção. Contactado pelo jornal, um responsável da Dr Reddy assegurou que a empresa não entra nesta disputa.

A Par Pharmaceuticals, avaliada em mais de 500 milhões de euros (700 milhões de dólares norte-americanos), desenvolve unidades de produção e comercializa medicamentos genéricos e propriedades farmacêuticas inovadoras destinadas a mercados especializados. Uma boa parte das receitas da empresa é proveniente de acordos de licenciamento, salientam os analistas, algo que será bastante benéfico para a Wockhardt e para Lupin, uma vez que lhes dará acesso ao ramo da distribuição nos Estados Unidos da América.

Um responsável da Wockhardt, contactado pela publicação, referiu que a empresa não responde a especulações ou rumores. Por sua vez, a Lupin mostrou-se indisponível para comentar o assunto.

As parcerias da Par são um trunfo fundamental na sua estratégia de crescimento, mantendo acordos com 23 empresas farmacêuticas, empresas especializadas em distribuição de fármacos e outros produtos e prestadores de serviços, incluindo a GlaxoSmithKline, a AstraZeneca, a Barr/Pliva, a Bradley, a Bristol-Myers Squibb, a Genpharm, a Solvay Pharma, a Orchid e a Dr Reddy.

Os analistas consideram que a indústria global de genéricos está no centro de uma recessão e, face à valorização da rupia, as aquisições no estrangeiro tornaram-se mais atractivas. No entanto, para que tal seja possível, as grandes farmacêuticas deveriam preocupar-se com a investigação e desenvolvimento, com as tecnologias e as empresas especializadas, em vez de se concentrarem apenas nos genéricos, mercado que se está a tornar demasiado generalizado.

A Par possui, actualmente, uma das mais promissoras linhas de desenvolvimento de produtos, com 45 substâncias a aguardarem aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos, e mais de 30 produtos em desenvolvimento.

Marta Bilro

Fonte: Times of India, Farmacia.com.pt.

Estado e cidade de Nova Iorque processam Merck

Acusação quer indemnização pelo dinheiro gasto em prescrições de Vioxx

O Estado e a cidade de Nova Iorque estão a processar a farmacêutica Merck alegando que o laboratório não divulgou de forma clara os riscos inerentes à toma do Vioxx (Rofecoxib). Os queixosos procuram obter uma indemnização pela “dezenas de milhares de dólares dos contribuintes gastos nas prescrições de Vioxx“, referiu a procuradoria-geral do Estado de Nova Iorque. O Mayor da cidade, Michael Bloomberg, subscreve as alegações.

A acusação defende que muitas prescrições do Vioxx teriam sido evitadas se os médicos estivessem devidamente informados. “A conduta irresponsável e dúbia da Merck colocou em perigo a saúde dos nova-iorquinos e desperdiçou o nosso dinheiro dos impostos”, afirmou o procurador-geral do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo. Mesmo quando “as provas se acumulavam, demonstrando o quão perigoso era o medicamento, a Merck colocou os lucros acima de tudo o resto, pondo em risco milhares de pessoas”, acrescentou o responsável.

Os documentos do processo referem que a farmacêutica “realizou uma campanha planeada e tenaz baseada em afirmações falsas e fraudulentas de forma a minimizar a importância e seriedade” da potencial relação entre o Vioxx e o surgimento de problemas cardiovasculares. Tal comportamento fez com que a Medicaid e um outro seguro de saúde estatal gastassem mais de 100 milhões de dólares (72 milhões de euros) em prescrições do medicamento.

A Merck afirma não ter conhecimento de qualquer queixa apresentada pelo Estado e pela cidade de Nova Iorque. No entanto, apesar de ainda não ter recebido nenhuma notificação acerca do processo, a farmacêutica informou em comunicado que pretende defender-se “da mesma forma como se tem defendido de outras queixas relacionadas com a Medicaid e apresentadas há mais de dez anos por outros Estados”.

Até ao momento, a Merck ganhou 10 dos 15 processos judiciais que foram a julgamento e que envolvem o anti-inflamatório. O facto da empresa ter ganho a maioria dos processos pode indiciar que “não existem provas convincentes que demonstrem que a Merck é responsável ou que o Vioxx foi o principal culpado pela morte destas pessoas”, considera David Heupel, analista da Thrivent Financial.

Marta Bilro

Fonte: First Word, The New York Times, Market Watch, Farmacia.com.pt.

In [Re]action responsável pela campanha de promoção de genéricos

Acção publicitária começa segunda-feira na TV, rádio, imprensa e cartazes

A segunda fase da campanha de promoção de medicamentos genéricos, realizada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), e que terá inicio na segunda-feira, vai estar a cargo da agência criativa In [Re]action. "Pode Confiar!" é o ponto de partida para o projecto e a ideia principal que se pretende transmitir.

Segundo avança o portal Meios & Publicidade, na corrida à realização do projecto estiveram agências como a Laranja Mecânica ou W/ Portugal, sendo que a escolha recaiu sobre a In [Re]action, que recentemente adquiriu a Beaver Project, empresa responsável pela primeira onda de publicidade relacionada com os genéricos, comunicada nas farmácias, centros de saúde e hospitais.

Ainda de acordo com a publicação, a campanha publicitária prevê a distribuição, a nível nacional, de mais de dois mil cartazes publicitários, 234 inserções em televisão, que se prolongam por quatro semanas, 1.326 inserções nas principais rádios nacionais e regionais, e 37 inserções publicitárias na imprensa generalista e especializada.

Marta Bilro

Fonte: Meios & Publicidade.

Haldol com novos efeitos secundários

Medicamento pode provocar problemas cardíacos e morte

A farmacêutica Johnson & Johnson adicionou novas advertências à lista de efeitos secundários do Haldol (Haloperidol), um antipsicótico utilizado no tratamento da esquizofrenia. De acordo com um comunicado da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), os avisos inseridos na bula do medicamento chamam a atenção para o potencial risco de morte e a ocorrência de problemas cardíacos graves detectados em alguns doentes.

A nota informativa da FDA enviada ao Farmacia.com.pt dá conta da ocorrência de alguns casos de morte súbita em pacientes que tomavam Haldol, especialmente quando este foi administrado por via intravenosa, ou em doses superiores às que são recomendadas. A administração do medicamento em injecções intramusculares não tem aprovação da autoridade reguladora, apesar disso, “existem provas consideráveis que a administração de haloperidol por via intravenosa é uma prática comum”, refere a FDA.

Estas condições de utilização têm dado origem a alguns relatos de surgimento de casos de síndrome do QT longo, uma doença rara que dá origem à ocorrência de episódios de síncope, que frequentemente resultam em paragem cardíaca e morte súbita, geralmente em situações de tensão física ou emocional.

Marta Bilro

Fonte: FDA, Reuters, Infarmed.

Combinação de terapias pode tratar a tuberculose em quatro meses

O antibiótico Avelox (moxifloxacina), em combinação com outras três terapias, poderá tratar efectivamente a tuberculose, e diminuir o risco provocado pelas estirpes mais resistentes da doença, num período de cerca de quatro meses em vez dos habituais seis meses, segundo antecipou a Bayer AG.

Há aproximadamente 30 anos que não são apresentadas candidaturas à FDA para a aprovação de novos medicamento para o tratamento e controlo da tuberculose. Contudo, para a Bayer esta situação pode vir a mudar no espaço de alguns anos, caso se comprovem efectivamente os estudos financiados pela Gates Foundation e pelo governo dos Estados Unidos, no que se refere à utilização do Avelox, em combinação com outros três produtos, em especial para as estirpes multi-resistentes da tuberculose.

Os resultados dos estudos, que serão apresentados na “Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, em Chicago, têm implicações na luta contra a tuberculose nos países mais desfavorecidos, onde os custos anuais atingem os 2,5 mil milhões de dólares cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, sendo ainda cruciais para a aprovação do fármaco até 2011. A Bayer concordou tornar o fármaco disponível nos países mais pobres a preços mais acessíveis.

Segundo um dos vice-presidentes da Bayer Healthcare, Martin Springsklee, o Avelox liga-se ao ADN da bactéria e faz com que os genes parem de libertar o seu material genético, um passo crucial para a reprodução. A estrutura química do fármaco consegue ligar-se tanto a moléculas de água, como a moléculas de gordura, permitindo-lhe penetrar a tuberculose eficientemente. O fármaco atinge níveis dentro das células que são duas a quarto vezes mais elevados do que os antigos compostos, e por causa destas características actua muito rapidamente.

Cerca de um terço dos pacientes desiste do tratamento ao fim de dois meses, uma vez que uma terapia com a duração de seis meses pode ser muito difícil para alguns pacientes. Este tratamento de combinação poderá ajudar mais pessoas a completar o tratamento, visto que é um regime mais curto.

O Avelox, actualmente aprovado para o tratamento da pneumonia, tem custos de cerca de 200 dólares para um tratamento de duas semanas, tendo gerado vendas de 551 milhões de dólares (396 milhões de euros) no ano passado. A patente do fármaco nos Estados Unidos termina em Dezembro de 2011.

A tuberculose multi-resistente afecta cerca de 400 000 pessoas em todo o mundo. Segundo dados divulgados em 2006, a prevalência da tuberculose em Portugal é de 34 casos por 100 mil habitantes, o que corresponde ao triplo da média da Europa Ocidental.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, RTP Online

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Novos medicamentos aguardados para os próximos meses
Vacina contra a sida em fase de testes


Um estudo desenvolvido por investigadores de oito países que estão a testar uma nova vacina para combater o vírus causador da síndroma da imunodeficiência adquirida (sida) revelou resultados bastante positivos, com as análises feitas em laboratório a comprovar a eficácia da imunização em 76 por cento dos voluntários que a receberam, e que foram capazes de reagir positivamente contra fragmentos do HIV.

Esta nova fase do estudo, que incide no acompanhamento de cerca de três mil pessoas, surge no seguimento de um primeiro momento de avaliação, em 2004, que consistiu na administração daquela medicação a 360 voluntários que não eram portadores do agente causador da doença que, segundo números da Organização Mundial de Saúde, deverá atingir actualmente cerca de 40 milhões de pessoas à escala mundial, designadamente nos países desenvolvidos, onde a sida avança com maior rapidez.
Para os próximos meses são esperados dois novos medicamentos para combater o HIV: o maraviroc, produzido pela norte-americana Pfizer e já aprovado nos Estados Unidos, é um fármaco que impede a penetração do vírus nas células. Por outro lado o raltegravir, da companhia farmacêutica Merck Sharp & Dohme, que há dois meses recebeu da Food and Drug Administration (FDA), entidade reguladora do sector no mercado farmacêutico norte-americano, a revisão prioritária (o que significa que será agilizado o processo para a sua aprovação), inibe a acção da integrase, uma enzima importante na replicação do HIV dentro das células invadidas”.

Carla Teixeira
Fonte: «O Tempo», «Isto é»

Hospitais britânicos restringem código de vestuário para evitar infecções

Como forma de evitar a propagação de infecções hospitalares, os hospitais britânicos vão proibir o uso de gravatas, mangas compridas e bijutaria, de acordo com as novas regras recentemente divulgadas. Apesar de conferirem aos médicos uma aparência mais profissional, este tipo de adereços e peças de vestuário podem representar um sério risco para os pacientes, funcionando como autênticos albergues de germes.

De facto, o Departamento de Saúde britânico indica o exemplo das gravatas, que “raramente são lavadas, mas são usadas diariamente” e que como tal, representam uma fonte de propagação de infecções, devido aos micróbios patológicos que acumulam, para além de “não representarem qualquer benefício para o tratamento dos doentes”.

As tradicionais batas brancas serão igualmente proibidas, o que segundo o ministro da Saúde inglês, Alan Johnson, se fica a dever às mangas compridas que podem propiciar o contágio. Sujeitas a igual proibição estão também as unhas falsas, a bijutaria e os relógios.

A principal fonte de preocupação dos médicos está na bactéria 'Staphylococcus aureus', resistente a quase todos os antibióticos e responsável por mais de 40 por cento das infecções do sangue, registadas a nível hospitalar, no Reino Unido.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Milhares de médicos e cientistas reunidos em Chicago
Resistência aos antibióticos em congresso

Arrancou nesta segunda-feira na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, um encontro de médicos e investigadores dedicado à discussão da problemática da resistência aos antibióticos, desenvolvida normalmente após períodos longos de utilização daquele tipo de medicamentos. Na conferência mundial, dinamizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, estarão presentes cerca de 12 mil clínicos, cientistas e profissionais de saúde, oriundos de países como Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido.

O primeiro dia de trabalhos teve como ponto de partida um debate sobre o aumento da resistência dos germes aos antibióticos, com particular incidência na questão dos efeitos que as alterações climáticas em curso à escala planetária poderão ter sobre o problema. Essa perspectiva constituirá mesmo o “ponto-chave” da conferência, de acordo com Jim Sliwa, porta-voz da organização do evento, que se prolonga até quinta-feira. “Sabemos que as mudanças climáticas deverão mudar o padrão das doenças infecciosas. Existem tantas variáveis que não sabemos o que poderá acontecer”, explicou o responsável, em declarações à France Presse.
Como exemplos desses efeitos, a mesma fonte destacou o crescimento das áreas de clima tropical, que poderá “modificar as temporadas de gripe”, ou o facto de o mosquito causador da malária poder ser capaz de sobreviver mais tempo e em alturas maiores, graças ao aumento da temperatura média global, ampliando o volume de contaminação daquela doença. Da mesma forma, acrescentou, a resistência aos antibióticos permitiu o desenvolvimento de micróbios como o agente transmissor da tuberculose, que todos os anos mata cerca de dois milhões de pessoas. Na sessão as companhias farmacêuticas presentes apresentarão os resultados das suas últimas investigações naquele domínio.

Carla Teixeira
Fonte: AFP

Investigadores de topo lutam contra doenças negligenciadas

Um grupo de cientistas especializados no sector do desenvolvimento de medicamentos fundou uma instituição internacional sem fins lucrativos que pretende agregar os maiores talentos no ramo da investigação farmacêutica. A intenção dos responsáveis é acelerar o processo de desenvolvimento para fazer face a doenças que actualmente provocam um grande número de mortes a nível mundial, como é caso da tuberculose, da malária e da Sida.

O projecto, denominado Instituto Internacional de Descoberta de Fármacos (iDDi), pretende preencher uma lacuna no desenvolvimento de medicamentos, que deixou sem cura muitas populações de países em vias de desenvolvimento expostas a doenças epidémicas sem novos tratamentos.

Para Alan Kozikowski, fundador e director científico do iDDi, a ideia inovadora vai permitir eliminar algumas barreiras que, no passado, têm atrasado o tradicional processo de descoberta de medicamentos.

É “incrivelmente frustrante que anualmente, milhões de seres humanos continuem a morrer com doenças que podem e devem ser curáveis”, salienta o responsável, confiante de que a colaboração entre “as melhores mentes científicas mundiais” aliada às mais recentes tecnologias de ponta pode ser a chave para “eliminar estas doenças da face da terra”.

A grande ambição dos responsáveis passa por desenvolver novos fármacos para os milhões de pessoas que actualmente sofrem de malária, tuberculose ou toxoplasmose, uma infecção causada por um parasita que provoca lesões ao nível dos olhos e cérebro. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que estas doenças causam pelo menos três milhões de mortes por ano.

Os investigadores do iDDi têm também como alvo as doenças negligenciadas e doenças órfãs, sendo que o instituto já estabeleceu contacto com outras fundações que trabalham de acordo com objectivos semelhantes. As doenças órgfãs são, tal como o nome indica, muito mais raras e, por isso, negligenciadas pela indústria farmacêutica.

O iDDi tem já uma lista de prioridades de investigação, da qual fazem parte a Sídrome de Rett, a Esclerose Lateral Amiotrofica, a Distrofia Muscular de Duchenne, a doença de Huntington e a demência associada ao HIV. No entanto, o instituto não exclui a hipótese de vir a desenvolver fármacos contra a diabetes, o cancro da mama, o cancro pancreático e o melanoma.

Marta Bilro

Fonte: Drugresearcher.com, biotech-finances.com, i-ddi.org, Raríssimas.

Infarmed: Campanha de promoção de genéricos apresentada terça-feira

Providência cautelar interposta pela Apifarma aguarda decisão judicial

Vai ser apresentada esta terça-feira uma campanha de promoção de medicamentos genéricos sob a égide do Ministério da Saúde. A iniciativa, a cargo da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), deverá avançar independentemente da providência cautelar interposta pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) que aguarda decisão judicial.

O processo, que terá dado entrada no Tribunal Fiscal e Administrativo de Lisboa durante o mês de Julho, pretendia o cancelamento da campanha, que envolve 500 mil euros, e divulga os genéricos existentes no mercado bem como as suas vantagens. A Apifarma considera que a acção viola a lei da concorrência, visto que promove um segmento restrito de mercado. Por outro lado, segundo refere a Associação, ao Infarmed cabe apenas a promoção de campanhas de esclarecimento para o uso racional dos medicamentos.

Para além disso, é posto em causa o princípio da ajuda do Estado, que é definido por um apoio de 200 mil euros em três anos e que obrigatoriamente terá de ser comunicado à Comissão Europeia, alega a Apifarma.

Depois do comunicado emitido em Julho, em que a associação industrial do sector questionava a legitimidade do Infarmed, «enquanto entidade reguladora e independente», para lançar um concurso internacional de 500 mil euros para favorecer o mercado de genéricos, o organismo argumentou que a eventual suspensão da campanha iria prejudicar “questões de interesse público”.

Uma fonte judicial, citada pela agência Lusa, adiantou que o processo ainda não tem decisão final, sendo que o contrato de publicidade foi adjudicado no dia 3 de Agosto. O processo está concluído e aguarda decisão desde 10 de Setembro.

O Ministro da Saúde, Correia de Campos, preside na terça-feira à apresentação da segunda fase da campanha de promoção dos genéricos, agendada pelo Infarmed. A acção promocional vai assim ter início antes da divulgação da decisão judicial, uma medida justificada pelo Infarmed com o facto de ter respondido à providência cautelar e de ter explicado os motivos que levam à continuação da iniciativa.

Marta Bilro

Fonte: Portugal Diário, Lusa, Farmacia.com.pt.

Famílias australianas processam Novartis e autoridade reguladora

Prexige poderá ter causado lesões hepáticas graves em vários doentes

Várias famílias australianas cujos parentes apresentaram lesões hepáticas graves após a toma de Prexige (Lumiracoxib) estão a processar a Novartis e a entidade reguladora governamental do país. Os queixosos alegam ter sido “tratados como cobaias”.

Peter Archer, cuja mulher faleceu em Fevereiro, quer ver esclarecido o facto da Administração de Bens Terapêuticos (TGA), entidade que regula os medicamentos e dispositivos médicos na Austrália, ter aprovado a utilização do Prexige no tratamento da osteoartrose, numa dose duas vezes superior àquela que é permitida noutros países, como é o caso do Canadá e do Reino Unido.

Elaine Archer faleceu vítima de uma falha hepática depois de lhe ter sido prescrita uma toma diária de 200 miligramas de Prexige durante quatro meses, enquanto aguardava uma consulta com o reumatologista.

As autoridades australianas retiraram o medicamento do mercado no mês passado, depois de terem sido registadas duas mortes e dois transplantes de fígado que se suspeita terem sido provocados pela utilização do fármaco.

Simon Harrison, sócio da empresa de advogados “Nicol Robinson Halletts”, explicou que os queixosos pretendem esclarecer porque é que a TGA autorizou a utilização da substância em dosagens de 200 e 400 miligramas em vez de apenas 100 miligramas, uma vez que os estudos internacionais deram conta de efeitos secundários, entre os quais eram mencionadas as lesões hepáticas. “Um dos nossos clientes referiu que [os doentes] foram tratados como cobaias. Estou totalmente de acordo”, acrescentou.

Um porta-voz da TGA afirmou que não existia qualquer investigação que indicasse que uma dose de 100 miligramas seria mais segura do que uma dose mais elevada. Por sua vez, uma porta-voz da Novartis negou que a empresa tivesse deliberadamente colocado os pacientes em risco.

Na sequência destes acontecimentos, a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu, no final do mês de Agosto, uma circular informativa na qual foram impostas novas restrições à prescrição do medicamento em Portugal.

Marta Bilro

Fonte: The Age, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Sanofi-Aventis fixa parceria de investigação na China

Laboratório procura novas estratégias terapêuticas

A farmacêutica Sanofi-Aventis estabeleceu um acordo de colaboração com a Academia Chinesa de Ciências Médicas que lhe permitirá utilizar células estaminais e anticorpos monoclonais para desenvolver novos tratamentos antitumorais.

Em conjunto, os cientistas do laboratório francês e do Instituto da Academia de Hematologia e Hospital de Doenças do Sangue vão tentar isolar células estaminais da leucemia mielóide crónica e desenvolver anticorpos contra a mesma. O objectivo é avançar rumo à descoberta de novas terapias, revelou a Sanofi-Aventis em comunicado.

O instituto é um dos maiores do género na China e dedica-se, desde há várias décadas, ao tratamento de pacientes com doenças no sangue.

A Sanofi-Aventis não é a primeira a apostar na investigação em território chinês. Recorde-se que, tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, na edição de 5 de Setembro, a AstraZeneca tem na manga uma parceria com o 3rd Hospital da Universidade de Pequim, o passo principal para a criação da sua primeira Unidade de Farmacologia Clínica na China.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Hemscott, Farmacia.com.pt.

Casca de banana pode atenuar depressão e proteger a retina

O extracto da casca de banana pode aliviar os sintomas de depressão e proteger a retina, revela um estudo da Taichung Chung Shan Medical University, em Taiwan. Após dois anos de pesquisa, equipa de investigadores observou que a casca de banana é rica em serotonina, um neurotransmissor essencial na regulação do humor.

Apesar de não se saber qual a relação entre a depressão e a redução dos níveis de serotonina no cérebro, este facto é apontado como a causador da depressão.

Por outro lado, a investigação demonstrou também que o extracto da casca de banana pode proteger a retina dos danos causados pela luz, uma vez que permite a regeneração das células da retina.

Durante dois dias, seis horas por dia, os cientistas expuseram a uma luz forte dois grupos de células da retina, sendo que um foi embebido numa solução de extracto de casca de banana e o outro foi utilizado como grupo de controlo. No final, as células de retina do grupo de controlo morreram enquanto o grupo de células sujeitas ao extracto de pele de banana se regenerou sem sofrerem qualquer lesão.

A equipa de cientistas acredita, por isso, que o consumo de casca de banana através do líquido que resulta da fervura da mesma ou do sumo que resultante da mistura num liquidificador pode ajudar a minimizar a depressão. De acordo com o diário “Apple Daily”, os investigadores têm planos para iniciar brevemente os testes em humanos.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times.

HIV pode reproduzir-se nas células testiculares

Cientistas dão mais um passo para perceber persistência do vírus

As células do sistema imunitário do testículo humano permitem que o vírus do HIV se reproduza no seu interior, algo que acontece independentemente do individuo ter sido sujeito a terapias anti-retrovirais. Esta conclusão, resultante de uma investigação publicada no “The American Journal of Pathology”, pode ser a explicação para a persistência do HIV no sémen, o principal canal de contaminação do vírus, mesmo depois de este ter sido eliminado do sangue.

Os cientistas da Université de Rennes, em França, cultivaram tecidos do testículo humano em laboratório. Através dessas culturas, que mantiveram a mesma estrutura de tecido existente no corpo e que continuaram a produzir testosterona, demonstraram capacidade para sustentar populações de HIV.

A equipa orientada pela investigadora Nathalie Dejucq-Rainsford observou também que os vírus criados nesses tecidos revelaram-se activos e capazes de transmitir a infecção a outras culturas de células.

Os resultados da investigação permitem aos investigadores acreditar na possibilidade de, a partir daqui, serem desenvolvidos novos medicamentos anti-retrovirais, capazes de afectar o HIV presente nos testículos.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet.

Rastreios gratuitos para os visitantes do Saúde Portugal Expo&Conferências

O Parque das Missas, em Belém, vai receber, a partir da próxima quinta-feira e até domingo, o mega evento Saúde Portugal Expo&Conferências, cujo principal objectivo passa por promover a saúde dos portugueses, prevenindo a doença. Como tal, todos os visitantes terão oportunidade de realizar diversos rastreios aos factores de risco, existindo também consultas de aconselhamento nutricional.

Os rastreios serão gratuitos e decorrerão entre as 10h00 e as 20h00, ao longo dos quatro dias do evento. Já confirmados estão os rastreios ao colesterol, doenças cardiovasculares, diabetes, visão, glicemia, testes de alcoolémia, perímetro abdominal e índice de massa corporal.

O evento, organizado pelo Jornal do Centro de Saúde, conta com o patrocínio institucional do Alto Comissariado da Saúde e com a presença de mais de 100 instituições e empresas públicas e privadas do sector da saúde, distribuídas pelos três salões exposicionais que compõem o evento.

São esperados cerca de 50 mil visitantes, entre profissionais do sector e o público em geral, que para além dos rastreios, poderão ainda participar em workshops sobre diversos temas e assistir às cinco conferências agendadas.

Inês de Matos

Fonte: Jornal do Centro de Saúde

domingo, 16 de setembro de 2007

Merck e Escola Médica de Harvard fundam parceria em investigação

O Departamento de Desenvolvimento Tecnológico da Escola Médica de Harvard (HMS) e a farmacêutica Merck estabeleceram um acordo de cooperação em investigação. A parceria prevê que as duas instituições desenvolvam em conjunto programas de pesquisa em duas áreas principais: oncologia e sistema nervoso central.

A iniciativa de carácter único representa um modelo inovador no que diz respeito às associações entre a indústria farmacêutica e o mundo académico. Esta colaboração prevê a construção de seis laboratórios na Escola Médica de Harvard (HMS), permitindo um avanço significativo em vários projectos de investigação; o trabalho conjunto entre cientistas da HMS e da Merck de forma a unificar objectivos e assegurar o progresso e avanço no nível máximo; e o fomento da proximidade entre a Merck e a HMS (ambas em Boston), maximizando a eficiência das comunicações e a troca de ideias.

O acordo e a decisão de sediar os laboratórios de investigação em Boston “reflectem o compromisso da Merck em trabalhar de perto e estrategicamente com os líderes do pensamento académico ao nível da ciência mais influente, de forma a avançar na descoberta de medicamentos”, justificou Lex Van der Ploeg, vice-presidente do departamento de pesquisa dos laboratórios de investigação da Merck, em Boston.

Isaac T. Kohlberg, director do departamento de desenvolvimento tecnológico da Universidade de Harvard, refere que este é “um novo capítulo” na relação entre a HMS e a Merck que vai fornecer aos seus investigadores os meios essenciais para avançarem com o seu trabalho e traduzirem as descobertas em algo que possam vir a ser novas modalidades terapêuticas que colmatem necessidades médicas ainda por preencher.

Marta Bilro

Fonte: PharmaLive.

Lipitor é o medicamento sujeito a receitam médica mais vendido nos EUA

Os consumidores norte-americanos gastaram mais dinheiro na compra do Lipitor (Atorvastatina) do que em qualquer outro fármaco sujeito a prescrição em 2004. De acordo com estimativas governamentais, as despesas dos cidadãos com este medicamento redutor do colesterol (comercializado em Portugal como Zarator) atingiram, naquele ano, os 6,5 mil milhões de euros (9 mil milhões de dólares).

O estudo, realizado pela “Agency for Healthcare Research and Quality”, revela que os medicamentos para o colesterol são os que mais geram dinheiro às farmacêuticas que os produzem. Em segundo lugar na tabela surge o Zocor (Sinvastatina) da Merck, com 3,4 mil milhões de euros (4,7 mil milhões de dólares) em vendas.

Os medicamentos antiácidos ocupam também uma boa parte dos gastos com fármacos prescritos nos Estados Unidos da América. O Nexium (Esomeprazol), da AstraZeneca, representa 3 mil milhões de euros (4,2 mil milhões de dólares) do mercado de vendas, enquanto o Prevacid (Lansoprazol, comercializado em Portugal como Gastroliber), arrecada mais de 1,7 mil milhões de euros (2,4 mil milhões de dólares).

Marta Bilro

Fonte: Scientific American, Infarmed.

Organização da AGIR nos dias 28 e 29 deste mês
Cidade de Bragança acolhe III Congresso

Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade

No seguimento das anteriores edições, realizadas em Cabeceiras de Basto, no Minho, e em Tavira, no Algarve, a AGIR – Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural promove, nos dias 28 e 29 deste mês, em Bragança, o III Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade, iniciativa que dará um enfoque particular a questões como diagnósticos e terapêuticas, medicinas alternativas e tradicionais, saúde mental, deficiências e dependências, nutrição e dietética, entre outros temas.

De acordo com o farmacia.com.pt conseguiu apurar, a realização do evento volta a ter o apoio da Associação Reaprender a Viver e deverá decorrer nas instalações do Centro Cultural Municipal de Bragança, tendo como objectivos a dinamização de um “debate interdisciplinar e internacional das questões e das práticas relativas à saúde e à doença, a humanização e a desumanização, a reflexividade dos técnicos de saúde, a relação da doença com o paciente, os hábitos socioculturais, a intervenção comunitária e a prática das medicinas alternativas e tradicionais, as políticas de saúde pública, a prevenção e a educação na saúde, a individualização e a despersonalização nos cuidados de saúde e o papel dos meios de Comunicação Social e das novas tecnologias de informação neste domínio”.
No extenso programa do primeiro dia de trabalhos estão contemplados diversos temas de grande interesse para todos os profissionais de saúde, como o envelhecimento e as políticas de cuidar, a violência, as drogas e o alcoolismo, sob a perspectiva das práticas e dos hábitos sócio-culturais, a educação e a promoção para a saúde, a sexualidade, a educação sexual e as doenças venéreas. No segundo dia serão abordados assuntos como «Assistência pública, humanismo e solidariedade», «Saúde mental, deficiências e
Dependências», Diagnósticos e terapêuticas – responsabilização e reparação», «Saúde e ambiente», estando prevista para as 18 horas a sessão de encerramento do encontro, em que participarão numerosos especialistas portugueses e estrangeiros.
Mais informações relativas a este congresso poderão ser obtidas no site da Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural, no endereço electrónico www.agir.pt/.

Carla Teixeira
Fonte: Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural
Fármaco para a osteoporose útil contra tumores agressivos
Evista aprovado para o cancro da mama


A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, aprovou na passada semana a comercialização do Evista (raloxifeno), fármaco da Eli Lilly usado na prevenção e no tratamento da osteoporose em mulheres na fase de pós-menopausa, para reduzir o risco de cancro da mama agressivo naquela população, mas alertou para a necessidade de haver muito cuidado na prescrição, já que o produto tem efeitos secundários assinaláveis.

Steven Galson, médico que dirige o Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, explicou que este é o segundo tratamento aprovado por aquela autoridade para diminuir os riscos de desenvolvimento de neoplasias agressivas da mama, classificadas daquela forma por se propagarem a outros tecidos orgânicos, criando metástases que poderão desencadear novos cancros. Segundo aquele responsável a decisão anunciada pela entidade reguladora norte-americana vem dar “uma nova opção importante a todas as mulheres que enfrentam elevado risco de desenvolver cancro da mama”, embora os graves efeitos colaterais do Evista – alguns fatais, como acidentes vasculares cerebrais e formação de coágulos nas pernas e nos pulmões – obrigam a uma rigorosa análise casuística da relação risco/benefício da toma do medicamento antes da prescrição. Os resultados obtidos em três ensaios clínicos que acompanharam 15234 mulheres na fase de pós-menopausa demonstraram que as pacientes tratadas com o Evista conseguiram uma redução de 44 a 71 por cento do risco de surgimento de uma neoplasia mamária de tom agressivo, quando comparadas com as mulheres tratadas com um placebo.
O cancro da mama corresponde actualmente à segunda causa de mortalidade entre as mulheres norte-americanas, representando 26 por cento de todos os casos de doença na população feminina dos Estados Unidos. De acordo com o «Prontuário Terapêutico», “o raloxifeno é um dos medicamentos com afinidade para receptores de estrogénios, exercendo efeitos ao nível do osso, promovendo o aumento da densidade mineral, e no metabolismo do colesterol”, estando indicado para a “prevenção de fracturas vertebrais nas mulheres pós-menopausa com risco elevado de osteoporose”. Tem como reacções adversas principais o tromboembolismo venoso, as tromboflebites, os afrontamentos e o surgimento de cãibras nos membros inferiores, e interage com a colestiramina e outras resinas de troca iónica, que reduzem a sua absorção. Também antagoniza o efeito dos anticoagulantes.

Carla Teixeira
Fonte: AFP, Prontuário Terapêutico

sábado, 15 de setembro de 2007

Cephalon alerta sobre efeitos adversos do Fentora

A Cephalon Inc. emitiu duas cartas aos profissionais de saúde a alertar para a ocorrência de eventos adversos graves, incluindo quatro mortes, em pacientes sujeitos a tratamentos contra a dor com o Fentora. A companhia informou que os efeitos adversos ocorreram devido a uma dosagem desajustada e/ou a uma substituição imprópria do produto, ou a uma selecção de pacientes inadequada (por exemplo, pacientes que não toleram opióides).

Estas cartas têm o intuito fundamental de informar os prescritores e outros profissionais de saúde acerca das importantes informações de segurança do Fentora (comprimidos de fentanil). A Cephalon fornece assim pontos-chave relativamente à selecção apropriada de pacientes, e às dosagens e administração adequadas do fármaco, de modo a reduzir o risco de depressão respiratória.

O Fentora, que atingiu vendas de 68 milhões de dólares no segundo trimestre, está indicado somente para a gestão da dor penetrante em pacientes com cancro que já recebem e que toleram uma terapia de opióides para a dor persistente resultante do cancro.

A Cephalon sublinhou que o Fentora, que foi aprovado no ano passado, não deve ser administrado a pacientes com dor aguda, dor pós-operatória, dor de cabeça/enxaquecas, ou lesões desportivas. Além disso, foi ainda especificado que o produto não é uma versão genérica do Actiq, da mesma companhia, e que não deve ser substituído por este ou por outros tratamentos para a dor que contenham fentanil. A farmacêutica revelou ainda que planeia actualizar a informação da prescrição presente na rotulagem.

Isabel Marques

Fontes: First Word, FDA, Bloomberg
Grupo farmacêutico jordão actua em Portugal desde 1994
Hikma investe em Sintra com apoio do Governo


A companhia farmacêutica Hikma, que tem sede na Jordânia e detém uma consolidada posição de liderança no sector dos medicamentos genéricos para hospitais na região do Médio Oriente e do Norte de África, está representada em Portugal desde 1994 e desde Junho tem a funcionar na Terrugem, no concelho de Sintra, uma nova unidade.

Segundo o exposto na autorização de celebração de contrato entre a Hikma Portugal e a Agência Portuguesa para o Investimento, publicada em «Diário da República» no último mês de Agosto, a instalação da nova unidade de produção, que materializa um negócio de 33,9 milhões de euros e prevê a criação de 151 postos de trabalho, reveste-se de um “especial interesse para economia nacional”, sendo definida por José Xavier, director financeiro da companhia para o segmento de fármacos injectáveis, como “a unidade de pressão e de excelência para investir” no seio dos negócios do grupo jordão relativos ao fornecimento daquelas substâncias para hospitais.
Em declarações ao jornal «Alvor de Sintra» o responsável acrescentou que o sector dos medicamentos genéricos atravessa actualmente “um dos seus momentos mais férteis” e são “muitas as empresas a findar a validade dos seus direitos sobre patentes”. A Hikma Portugal, que representa cerca de metade do montante global da facturação do grupo, gerou em 2006 um volume de negócios muito próximo dos 35 milhões de euros. Por cá é também ultimada a fase de Investigação e Desenvolvimento (I&D) dos produtos para comercialização em escala industrial. Noventa por cento dessa produção destina-se aos mercados globais, mas em Portugal, entre as entidades clientes que absorvem os 10 por cento remanescentes encontra-se o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra). Actualmente a Hikma está presente em quatro dezenas de países, onde representa 176 produtos farmacêuticos, disponibilizando mais de 397 fórmulas e dosagens.

Carla Teixeira
Fonte: Hikma, Hikma Portugal, «Alvor de Sintra»

Johnson & Johnson e Isis desenvolvem fármacos para doenças metabólicas

A Johnson & Johnson e a Isis Pharmaceuticals iniciaram um acordo de colaboração para a descoberta, desenvolvimento e comercialização de fármacos para o tratamento de doenças metabólicas, incluindo a diabetes de tipo 2 e obesidade. O acordo inclui a cedência dos direitos mundiais de desenvolvimento e comercialização, a favor da Johnson & Johnson, de dois compostos para a diabetes, o ISIS 325568 e o ISIS 377131.

Segundo os termos do acordo, a Johnson & Johnson irá efectuar um pagamento inicial de 45 milhões de dólares à Isis, assim como irá fornecer financiamento a nível da investigação e desenvolvimento. A Isis será ainda elegível para pagamentos de mais de 230 milhões de dólares, quando forem atingidos objectivos relativamente ao ISIS 325568 e ao ISIS 377131, com a possibilidade de regalias se os fármacos forem aprovados. A Isis poderá ainda receber pagamentos adicionais por objectivos e regalias relativamente a qualquer outro fármaco que seja desenvolvido no seguimento desta colaboração.

O ISIS 325568 inibe a produção do receptor de glucagon, e o ISIS 377131 inibe a produção do receptor de glucocorticóide. Estes fármacos apresentam perfis terapêuticos alargados e entusiasmantes, incluindo a diminuição de lípidos no sangue e gordura corporal, para além dos efeitos na redução da glicose, segundo o vice-presidente executivo da Isis, Jeffrey Jonas.

Este acordo poderá ajudar a Johnson & Johnson, uma das maiores fabricantes de instrumentos de administração de insulina para a diabetes, a entrar no mercado anual de fármacos para controlar a doença, avaliado em 15 mil milhões de dólares.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg, Forbes

Aspirina pode reduzir risco de cancro da bexiga

Investigadores sugerem que a ingestão de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), em especial a aspirina, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver cancro da bexiga, segundo um estudo da Escola de Medicina de Dartmouth, em New Hampshire, Estados Unidos.

O estudo, dirigido pela Dra. Margaret R. Karagas e publicado no mês passado na “BioMed Central Urology”, demonstra que a aspirina pode reduzir o risco de cancro da bexiga, especialmente tumores invasivos de alto grau nos quais a proteína supressora do tumor, a p53, está alterada. Segundo os investigadores, a utilização habitual de aspirina está relacionada com uma redução estatisticamente significativa do cancro da bexiga.

A investigação foi realizada através da observação de 376 casos de cancro da bexiga e de 463 pessoas saudáveis, com idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos. A equipa de investigação avaliou a utilização, ao longo da vida, de analgésicos e de AINEs e a incidência de cancro da bexiga. No geral, 42 por cento dos pacientes com cancro e 45 por cento das pessoas do grupo de controlo referiram a utilização regular de analgésicos.

Para a Bayer HealthCare, a companhia farmacêutica que comercializa o fármaco, este estudo constitui uma prova de que o papel da aspirina como medicamento poderá prevenir diversas doenças, ainda que isto não signifique que se possa extrapolar os resultados do consumo diário deste fármaco.

Isabel Marques

Fontes: AZPrensa, www.dmedicina.com, www.asco.org

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Indústria farmacêutica indiana pode alterar mercado dos genéricos

Aposta em profissionais qualificados é o primeiro passo a tomar

A indústria farmacêutica indiana enfrenta um crescimento próspero, havendo mesmo um estudo que a coloca entre os dez mercados farmacêuticos mais importantes do mundo, até 2015. O mercado farmacêutico daquele país asiático tem vindo a sofrer uma maturação significativa que lhe permitirá também alterar a dinâmica da indústria global de genéricos nos próximos dez anos, no entanto, é necessário formar profissionais qualificados refere o director executivo da Ranbaxy, Malvinder Mohan Singh.

Para se manter na corrida pela liderança global e face ao avanço da globalização e consolidação dos mercados, a Índia terá que aumentar o número de cientistas profissionais competentes e bem treinados, afirmou o director executivo daquele que é o segundo maior laboratório farmacêutico indiano. Malvinder Mohan Singh discursava por ocasião da abertura da Conferência Farmacêutica Nacional indiana, organizada pela Câmara da Indústria e do Comércio que teve inicio esta sexta-feira.

De acordo com o responsável, a estreita colaboração entre a indústria e o mundo académico, tanto a nível nacional como internacional será necessária para manter as tecnologias de ponta e ir ao encontro dos requisitos de crescimento necessários durante a próxima década.

Para Sanjay Bhatia, presidente da Câmara da Indústria e do Comércio, a Índia está a emergir enquanto um destino atractivo, procurado pelas grandes farmacêuticas para estabelecer contractos de serviços de investigação e produção. Para além disso, o país começa a destacar-se como um centro eficaz e rentável para a realização de ensaios clínicos, investigação e desenvolvimento.

O principal desafio, refere Bhatia, coloca-se ao nível das infra-estruturas. “Precisamos de mais simplificação dos procedimentos, das regulações e várias políticas e também incentivos às parcerias entre entidades públicas e privadas”, salientou.

O aumento de falta de mão-de-obra qualificada no país é outro dos problemas que pede uma solução. “Precisamos de pessoas qualificadas para aplicarem conhecimento científico aos processos de produção e pessoas qualificadas para comercializar os produtos, tanto a nível nacional como internacional”, acrescentou Bhatia.

Marta Bilro

Fonte: NewKerala.com, Farmacia.com.pt.

Portugueses são os que realizam mais exames médicos

Inquérito da UE avalia saúde preventiva entre os 25

Os portugueses são o povo europeu que mais realiza exames de rastreio médico (check-up), batendo recordes no que diz respeito às radiografias e exames ao coração. No entanto, a saúde dentária não está entre as prioridades lusas, revela um inquérito da Comissão Europeia sobre saúde preventiva divulgado esta sexta-feira.

Os dados do “Eurobarómetro” indicam que 58 por cento dos portugueses realizaram uma radiografia, ecografia ou outro exame deste tipo nos últimos 12 meses, quando o valor da média comunitária não ultrapassa os 38 por cento. Os valores são notoriamente mais elevados relativamente à média europeia também no que toca aos exames cardíacos, 46 por cento dos inquiridos portugueses contra 27 por cento da média europeia.

O colesterol é outro dos problemas que preocupa os portugueses, quer por iniciativa própria ou recomendação médica, 56 por cento dos questionados realizaram este teste no último ano, face a 38 por cento da média da União Europeia (UE). Por sua vez, 71 por cento mediram a tensão arterial, quando a média comunitária se fica pelos 59 por cento.

A situação inverte-se no que respeita aos exames dentários, dado que menos de metade (45 por cento) dos inquiridos frequentou uma consulta da especialidade no ano passado, traduzindo-se no segundo valor mais baixo da EU - a par da Grécia e apenas acima da Roménia (36 por cento) – e muito aquém da média europeia, que atinge os 62 por cento.

As falhas na prestação de cuidados de saúde dentária por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são admitidas pelo ministro da saúde, Correia de Campos, que prometeu esta terça-feira, perante o Parlamento, o anúncio de novas medidas durante o debate do Orçamento de Estado para 2008.

A solução proposta pela Ordem dos Médicos Dentistas vai no sentido se ser criado um sistema de convenção, entre o Governo e os privados. «A proposta que mais interessa às pessoas é a de estabelecer um sistema de convenção com dentistas e clínicas dentárias para os doentes do SNS, nomeadamente para alguns sectores mais específicos da população», adiantou à Lusa Orlando Monteiro da Silva, presidente da Ordem.

O mesmo acontece com os exames de rastreio à visão, que atraem apenas 38 por cento dos portugueses, e com a audição, com 20 por cento, números que, no entanto, acompanham a média europeia, com 38 e 16 por cento respectivamente.

Numa visão global, apenas 13 por cento dos europeus se submetem a exames à próstata e 8 por cento ao rastreio do cancro colo-rectal. No caso particular português os valores não se desviam da média, com 18 por cento a terem realizado exames à próstata e 8 por cento ao cancro colo-rectal.

O Eurobarómetro foi realizado entre Outubro e Novembro de 2006, tendo em Portugal sido inquiridas 1.006 pessoas (com mais de 15 anos) pela TNS Euroteste.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa.

Sabões Perfumados da marca Todo Aromas retirados do mercado

Produtos não se encontram registados na autoridade competente

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a retirada do mercado nacional de todos os Sabões Perfumados em forma de frutas da marca Todo Aromas. Os produtos, fabricado pela empresa belga Savonneries Bruxelloises, não se encontram notificados no Centro de Informação AntiVenenos (CIAV), nem no Infarmed, autoridade à qual compete a fiscalização dos produtos cosméticos e de higiene corporal.

Ao abrigo do disposto no Artigo 33.º e nos termos do artigo 17º do Decreto-Lei n.º 142/2005, de 24 de Agosto, o Infarmed informa todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição que a comercialização dos produtos é imediatamente suspensa.

A nota informativa emitida pelo Infarmed adverte os consumidores que tenham adquirido qualquer sabão perfumado da marca referida para que este não seja utilizado e comuniquem à autoridade fiscalizadora caso a presença do mesmo seja detectada no mercado.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Fármaco inovador recusado a doente com cancro

Tratamento com Tarceva custa 3.000 euros por mês

Deu entrada na Ordem dos médicos (OM) uma queixa apresentada por um clínico e que dá conta da recusa da comissão de farmácia e terapêutica do seu hospital em prescrever um medicamento inovador a um doente com cancro. Em causa está a administração do Tarceva (Erlotinib), um fármaco indicado no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas.

Em declarações ao jornal Público, o presidente do colégio de oncologia da Ordem, Jorge Espírito Santo, afirma que esta é a primeira queixa do género a chegar à OM, mas que a restrição à aquisição de alguns fármacos inovadores “começa a generalizar-se”, motivo que faz prever o surgimento de outras denúncias. A instituição hospitalar envolvida não foi divulgada.

Segundo afirmou Jorge Espírito Santo, a queixa refere-se à prescrição de um antineoplásico a um doente com cancro, cujo pedido foi rejeitado pela comissão de farmácia, apesar da utilização do mesmo já ter sido autorizada em outro paciente nas mesmas circunstâncias. O custo do tratamento com este medicamento ronda os 2500 a 3000 euros mensais.

"Não achamos aceitável que uma prescrição feita por um especialista seja rejeitada e que a comissão de farmácia tenha poder administrativo para isso", defende Jorge Espírito Santo, frisando que a queixa "será dirimida nos órgãos próprios da OM". O próximo passo é a emissão de um parecer por parte do colégio da especialidade, que será posteriormente apreciado pelos órgãos executivos da OM, podendo dar origem a sanções aos médicos da comissão e ao director clínico.

O Tarceva (Erlotinib), comercializado pela farmacêutica suíça Roche, está indicado no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas, localmente avançado ou metastizado, após falência de pelo menos um regime de quimioterapia. Em associação com gemcitabina, a substância está indicada no tratamento de doentes com cancro pancreático metastático.

Conforme explicou o especialista, este é um medicamento utilizado por doentes em fase avançada da doença, está provado que prolonga a sobrevivência e, no caso dos doentes com sintomas controlados, melhora a qualidade de vida. "Num doente que não pode ser curado, temos que usar terapêuticas o menos tóxicas possíveis", justifica Jorge Espírito Santo.

Consciente de que “é necessário haver limites nos gastos com medicamentos”, o responsável considera que as situações devem ser analisadas caso a caso, uma vez que não existem normas orientadoras terapêuticas a nível nacional. O problema da falta de acesso a medicamentos com custos elevados não é recente. No verão passado, as administrações do Santa Maria, do S. João e dos Hospitais da Universidade de Coimbra admitiram estarem a travar a entrada de medicamentos mais recentes para poderem cumprir o tecto máximo de aumento da despesa estipulado pelo Ministério da Saúde (quatro por cento).

Marta Bilro

Fonte: Público, Infarmed.

Labesfal e Abbott Diabetes Care apoiam iniciativa
Tondela acolhe primeira Feira da Saúde


Arranca na próxima terça-feira, dia 18, no Pavilhão Desportivo e no Auditório Municipal de Tondela, no distrito de Viseu, a TondeSaúde – I Feira de Saúde, que se prolonga por dois dias. Trata-se de um evento de entrada livre que pretende dar especial atenção a alguns dos aspectos de maior relevância em termos da saúde pública, com um programa intenso de alocuções de especialistas, a que se somam uma marcha pela saúde e a realização de rastreios à diabetes, ao colesterol, à tensão arterial, ao índice de massa corporal, à visão, à audição e à sida, entre outras acções.

Com organização conjunta do Instituto Piaget, da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Viseu (que completa 10 anos de actividade), da Câmara Municipal de Tondela e do Regimento de Infantaria nº 14, que está localizado naquela cidade, a I Feira de Saúde tem como parceiros institucionais o Hospital Cândido Figueiredo (Tondela), o centro de saúde local, a Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) e a Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde Jean Piaget, contando ainda com apoios de várias empresas e dos laboratórios farmacêuticos Labesfal e Abbott Diabetes Care. O farmacia.com.pt sabe que a abertura oficial da TondeSaúde está marcada para as 18 horas da próxima terça-feira, dia 18, seguindo-se uma visita ao recinto da feira pelas entidades oficiais presentes na cerimónia.
Os trabalhos arrancam pelas 21 horas, já nas instalações do Auditório Municipal de Tondela, com a conferência sobre «A importância do AVC como primeira causa de morte e invalidez em Portugal», que terá como orador o presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Castro Lopes. Esse será, de resto, o único evento da agenda de trabalhos do primeiro dia da feira, que prossegue na quarta-feira, pelas 14 horas, com a conferência «A (d)eficiência no acompanhamento dos doentes neuromusculares da expressão dos doentes e famílias à construção de respostas», em que intervirão Maria Assunção Beta e Ana Luísa Correia, da Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares.
Para as 16h15 está marcado o início de uma terceira conferência, intitulada «Epilepsia: generalidades», a cargo de Liliana Anastácio e Catarina Cunha, em representação da Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia. Pelas 18 horas tomarão a palavra, no âmbito da conferência «Como podem os avanços na área da Genética contribuir para melhorar a qualidade de vida da comunidade?», a presidente da Associação Portuguesa de Diagnóstico Pré-Natal e directora do serviço de Genética do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Eufémia Ribeiro, a chefe do Laboratório de Citogenética do serviço de Genética do CHTMAD, Rosário Pinto Leite, e uma médica geneticista do mesmo serviço, Márcia Martins.
Entretanto, os participantes na Marcha pela Saúde, que às 8h30 da manhã terão partido para um percurso de cerca de 27 quilómetros, entre o Rossio de Viseu e o recinto onde decorre a feira, serão recebidos no Pavilhão Desportivo de Tondela pelas 19 horas. Em seguida terão lugar diversas actividades de animação daquele espaço. O encerramento da iniciativa está previsto para as 23 horas.

Carla Teixeira
Fonte: Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Viseu

GSK aumenta envio de vacinas contra a gripe para os EUA

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline vai fornecer aos Estados Unidos da América entre 30 a 35 milhões de doses de Fluarix e FluLaval, vacinas sazonais contra a gripe. O carregamento de vacinas, que vai abastecer o mercado norte-americano, é 20 por cento superior ao realizado há um ano pela empresa.

De acordo com a GlaxoSmithKline, o envio já começou e deverá estar terminado no final do próximo mês. Os EUA emitiram um pedido às farmacêuticas para que produzissem mais vacinas contra a gripe para proteger a população contra os surtos da doença que matam 36 mil norte-americanos a cada ano, e para os ajudar a combater uma possível pandemia.

Em Agosto, a Novartis enviou para os EUA 40 milhões de doses de Fluvirin, e a Sanofi-Aventis, maior fornecedora daquele mercado, terminou em Julho as obras de melhoramento numa das suas fábricas, o que lhe permitirá produzir 50 milhões de doses de Fluzone.

Segundo David Pernock, vice-presidente da GlaxoSmithKline nos EUA, desde que entrou no mercado norte-americano, em 2004, o fornecimento crescente de vacinas contra a gripe tem sido uma prioridade da empresa. O laboratório está actualmente e construir uma unidade de produção em Marietta, na Pennsylvania, com o objectivo de produzir vacinas para a gripe sazonal a partir de células de animais.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bussines Week, Bloomberg.