segunda-feira, 23 de julho de 2007

Alzheimer: cientistas aproximam-se da cura

Cientistas ingleses desenvolveram um inibidor que pode impedir o crescimento da enzima ABAD, produzida em excesso pelos doentes de Alzheimer. Os testes seguintes procuram transformar esta descoberta num medicamento para a cura desta patologia.

«O estudo possibilita mais uma importante peça na compreensão do puzzle que é Alzheimer e abre portas para o desenvolvimento de tratamentos para a doença, uma área que tem sido pouco explorada», explica uma das cientistas envolvidas no estudo, a Dra. Susanne Sorensen.

Esta descoberta pode vir a melhorar a capacidade de memória e aprendizagem nos casos mais avançados da doença.

A doença de alzheimer atinge cerca de 70 mil portugueses e caracteriza-se pela falta de memória devido ao envelhecimento de células cerebrais. A perda de autonomia é também uma consequência da doença.

Os investigadores da Universiadade de St. Andrews vão continuar os estudos para chegar ao desenvolvimento de um fármaco capaz de curar a doença.

sara pelicano

fontes: BBC, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer

Novo medicamento para leucemia mielóide

Tratamento dispensa quimioterapia e transplante

A descoberta de um medicamento para a leucemia mielóide está a ser considerada um marco histórico nas investigações sobre o cancro. O anúncio foi feito durante o Congresso Internacional de Hematologia, realizado em Atlanta, nos Estados Unidos.

De acordo com os investigadores, com o novo fármaco – similar ao AZT ou Zidovudina (uma substância usada no tratamento de infeccções por VIH) - será possível combater a doença sem recorrer à quimioterapia ou transplantes. “O medicamento é, por enquanto, específico, mas começará a ser adaptado para outros tipos de cancro”, frisaram.

Moshe Talpaz, oncologista responsável pela investigação do fármaco, garantiu que o novo tratamento “reduz em muito a necessidade dos transplantes, que passariam a ser necessários apenas para os casos de cancro em estágio crónico”, ressalvando, porém, que “apenas daqui a cinco anos, os doentes serão tratados através de uma vacina” como, actualmente, acontece com os portadores de diabetes ou de hipertensão. Por isso, as filas para os transplantes ainda deverão continuar.

Nelson Hamerschlak, hematologistas brasileiro que participou no congresso, considerou que o preço e a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) “são os principais entraves”.

Leucemia: o que é?

A leucemia é uma forma de cancro que afecta o sistema responsável pela formação das células sanguíneas, incluindo o sistema linfático e a medula óssea.

Esta afecção é classificada em aguda ou crónica, sendo que, normalmente, a leucemia aguda tende a atingir as crianças, enquanto a crónica é mais comum nos adultos.

A doença apresenta diversos subtipos, identificados de acordo com a aparência microscópica das células doentes, o comportamento da doença e o resultado de testes específicos.

A leucemia mielóide - um dos três tipos de cancro na medula óssea - é diferente da leucemia linfóide, doença que é mais comum entre as crianças.

Raquel Pacheco
Fonte: Última Hora News/Manual Merk

Tabaco pode antecipar menopausa

Uma pesquisa realizada na Universidade de Oslo, na Noruega, constatou que as mulheres fumadoras têm mais probabilidade de entrar na menopausa antes dos 45 anos. Facto que as coloca ainda num risco maior de virem a sofrer de osteoporose e doenças cardíacas.

O estudo envolveu 2.123 mulheres, de 59 e 60 anos, e concluiu que 59 por cento das que fumavam terão entrado mais cedo nesta fase do que seria suposto. Para as que fumavam intensamente, o risco terá duplicado.

Segundo os investigadores, as mulheres que deixam de fumar (dez anos antes da menopausa) já não apresentarão tantos riscos de iniciar esta fase, antes dos 45 anos de idade.

De acordo com os dados divulgados em Oslo, dez por cento das mulheres analisadas entraram na menopausa antes dos 45. Destas, cerca de 25 por cento eram fumadoras, 28,7 por cento ex-fumadoras e 35,2 por cento estavam expostas passivamente a fumo de tabaco.

Recorde-se que, uma outra pesquisa realizada pela Universidade de Versailles, na França, - divulgada recentemente pelo Famacia.com.pt – já sugeria que o fumo seria responsável pela chegada precoce da menopausa, que se caracteriza pelo fim do ciclo menstrual.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Reuters

Abbott Labs anuncia aumento de lucros no segundo trimestre

A Abbott Labs informa que obteve 717,5 milhões de euros de lucro no segundo trimestre deste ano.

Segundo informa o «Dinheiro Digital», na companhia verificou-se um crescimento na ordem dos 61,4% face a igual período do ano anterior. As receitas trimestrais da empresa ascenderam a 4.623 milhões de euros, o que corresponde a um incremento de 16%.

De acordo com a Abbott Labs, estes resultados devem-se à recuperação nas vendas em vários dos seus principais fármacos.

Raquel Pacheco
Fonte: Dinheiro Digital

Ovários de fetos afectados por exposição a químicos

Estudo feito com carneiros em pastos fertilizados

A exposição de um feto de carneiro a fracas doses de substâncias químicas, frequentemente presentes no ambiente, pode perturbar o desenvolvimento dos ovários. A conclusão saiu de uma investigação conduzida por cientistas escoceses.

“Constatámos que os ovários dos fetos, cuja mãe se alimentou de pastagens tratadas, continham menos óvulos e apresentavam alterações proteicas. Essas diferenças podem vir a ter consequências mais tarde, podendo desembocar em doenças oncológicas”, indicaram os investigadores.

A investigação da equipa liderada por Paul Fowler, da University of Aberdeen, Escócia, consistiu em expor fetos de carneiro em desenvolvimento, fazendo com que a progenitora pastasse em campos fertilizados, comparando os resultados com um grupo de animais não exposto ao fertilizante.

Posteriormente, os investigadores examinaram os ovários de fetos no 110º dia de gestação, o equivalente à 27.ª semana para a gravidez humana.

No quadro do estudo, Richard Sharpe, identificou um nível de testosterona menos elevado e um número de células reduzido nos testículos dos fetos machos expostos às pastagens tratadas.

Os dados foram anunciados durante a 23.ª conferência anual da European Society for Human Reproduction & Embryology (ESHRE) que, recentemente, se realizou em Lion, França. Os investigadores esperam agora obter mais fundos para estudar as eventuais implicações destes resultados no homem.

Raquel Pacheco
Fontes: Agência Lusa/MNI

Homens adiam exame de próstata por “medo e machismo”

Os homens adiam a realização do exame de próstata por medo de descobrir que têm a doença, e por adoptar uma atitude machista em relação à consulta, revela um estudo efectuado na Grã-Bretanha.

De acordo com a pesquisa - publicada no British Journal of Health Psychology – 20 homens com cancro na próstata que participaram no estudo da Universidade de Birmingham, admitiram ter adiado uma visita ao médico por medo de descobrir os resultados, ou simplesmente por achar que o exame "não é coisa de macho."

Segundo os cientistas, uma das razões mais comuns apontadas foi a pressão de fazer jus ao estereótipo segundo o qual homens "de verdade" ignoram os problemas de saúde. Paralelamente, os homens inquiridos também se mostraram preocupados com a possibilidade de se submeterem ao toque rectal, (exame que detecta o tumor).

Susan Hale, coordenadora do estudo, sublinhou que "o estudo sugere que, muito ao contrário de ignorar os sintomas ou serem descuidados em relação à saúde, os homens são extremamente ansiosos em relação ao câncer de próstata", concretizando que "o temor quanto aos efeitos da doença e ao tratamento influenciaram muito a sua decisão de procurar ajuda."

O cancro da próstata é o tipo mais comum entre homens de meia-idade, causando a morte de um terço dos pacientes. Entre os sintomas - uma glândula próxima à bexiga e à uretra - estão dor no momento de urinar ou ejacular, sangue no sémen ou na urina, e dor na parte inferior das costas, quadris e coxas.

Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews/ British Journal of Health Psychology

Enzima pode ajudar ao tratamento do stress pós-traumático

O stress pós-traumático pode ser tratado através da inibição de uma enzima no cérebro, defendem investigadores norte-americanos. As conclusões saem de uma pesquisa publicada na revista «Nature Neuroscience» e poderão conduzir a novos tratamentos.

Uma equipa de investigadores do departamento de Ciências Neurológicas e Cognitivas do Massachusettes Institute of Technology (MIT) demonstraram que ao inibirem uma enzima específica em ratinhos de laboratório conseguiram fazer com que eles deixassem de demonstrar medo, revelam

Actualmente não existem terapêuticas para tratar este distúrbio, embora os antidepressivos e os soníferos possam ajudar a controlar sintomas como a raiva, a ansiedade e a depressão.

Os investigadores analisaram os efeitos da enzima Cdk5 nos cérebros de ratinhos geneticamente modificados sujeitos a choques ligeiros nos pés, sendo que aqueles que registaram um aumento da actividade dos níveis da Cdk5 apresentaram uma maior dificuldade em se libertar deste tipo de memórias, continuando a ficar petrificados de medo.

Já naqueles em que a actividade da enzima foi bloqueada, a má memória dos choques desapareceu quando os animais se aperceberam que não deviam continuar a ter medo do ambiente onde os choques tinham acontecido.

“Estes dados apontam para a possibilidade de desenvolver um tratamento para tratar distúrbios emocionais e aumenta as esperanças para as pessoas que sofrem de fobias e stress pós-traumático”, sublinharam os cientistas à BBC News.

Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews/«Nature Neuroscience»/MIT

Lucros da Merck crescem 12% no segundo trimestre


Os lucros do laboratório norte-americano Merck cresceram 12 por cento no segundo trimestre de 2007, impulsionados pelo aumento da procura de alguns tratamentos inovadores, como é o caso da vacina para o cancro do colo uterino e fármacos para a diabetes. Esta subida levou a farmacêutica a rever em alta as estimativas de resultados para este ano.

De acordo com um comunicado divulgado pela Merck, os resultados líquidos da empresa atingiram os 1,21 mil milhões de euros, ou 56 cêntimos por acção, comparativamente aos 1,08 mil milhões de euros registados em igual período do ano anterior. As vendas totais da empresa alcançaram os 4,4 mil milhões de euros, um acréscimo de 6 por cento face ao período homólogo de 2006.

"Uma larga escala dos nossos novos produtos e dos já estabelecidos registou novamente um forte crescimento durante o segundo trimestre", afirmou o presidente e CEO da empresa, Richard T. Clark, acrescentando que o desempenho global da empresa a colocou numa “boa posição” que lhe permitirá atingir os objectivos traçados, “responder aos desafios que se encontram pela frente, e continuar a investir na descoberta de novos medicamentos”.

A farmacêutica reviu as previsões dos resultados para 2007 em mais de 7 por cento, para um intervalo entre os 2,03 e os 2,14 euros por acção. As previsões dos accionistas indicavam que os lucros da Merck se deveriam situar nos 2,08 euros por acção.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Último Segundo, Diário Económico.

BSE: "versão humana vai morrer"

A versão humana da doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ) é uma patologia “com tendência a desaparecer”, quem o diz é o neurologista Cortez Pimentel.

O médico e ex-coordenador do Programa de Vigilância de Doenças Humanas por Priões acredita que a nova variante da DCJ “é uma doença que vai morrer”, sustentando que se poderá dever, em grande parte, às medidas que foram aplicadas para o controlo da BSE, que - segundo considerou - “revelaram-se eficazes.”

Cortez Pimentel sublinhou, também, a importância dos “médicos estarem de sobreaviso” para a eventualidade de surgirem novos casos: “Caso surja qualquer pessoa com menos de 50 ou 40 anos com quadro neurológico progressivo para o qual não temos um diagnóstico, devemos pensar nessa possibilidade”, afirmou.

Recorde-se que, o Hospital de S. João (Porto) enviou, na sexta-feira, à Direcção-Geral da Saúde (DGS) um relatório a confirmar que a nova variante da DCJ foi a causa de morte de um rapaz de Famalicão em Abril, bem como de um segundo caso provável da doença detectado numa rapariga de 14 anos que é da mesma zona, embora ainda não haja conformação, uma vez que o diagnóstico definitivo só é conseguido mediante autópsia e a menina está viva.

Raquel Pacheco
Fonte: FarmaNews/Lusa
Espanha autorizou uso combinado de erlotinib e gemcitabina
Melhorada sobrevida do cancro do pâncreas


As autoridades sanitárias de Espanha aprovaram a utilização do primeiro fármaco que na última década demonstrou capacidade para melhorar a sobrevivência dos doentes de cancro do pâncreas. A combinação da terapia biológica erlotinib com a quimioterapia gemcitabina consegue aumentar em 25 por cento a taxa média de sobrevida daqueles pacientes quando comparada com a quimioterapia isolada, sem um aumento significativo da toxicidade.

O governo espanhol aprovou o uso da combinação das duas substâncias para o tratamento do cancro do pâncreas metastásico, depois de conferir que nos últimos 10 anos, desde que a comercialização da gemcitabina teve início, não se produziu qualquer novidade farmacológica com efeito relevante no combate àquele tipo de tumor, normalmente assintomático até fase avançada do tumor, em que o doente já desenvolveu várias metástases. A nova terapia, que actua de uma forma específica e diferente dos tratamentos convencionais, será administrada por via oral e vendida no país vizinho pelos Laboratórios Roche, com a designação comercial de Tarceva e em doses de 100 mg.
A entrada do erlotinib no mercado farmacêutico espanhol acontece meses depois de aquele medicamento ter sido aprovado na União Europeia, em Dezembro. Nos Estados Unidos o erlotinib já tinha recebido a autorização da FDA em Novembro de 2004. Actualmente o uso da combinação de erlotinib e gemcitabina está autorizada em 15 países do continente americano e da Austrália. Nos Estados Unidos e na UE a terapia combinada é ainda usada no tratamento de estádios avançados do cancro do pulmão não microcítico com metástases. O cancro do pâncreas é o sexto mais frequente na Europa, causando uma média de 82 mil mortes anuais.

Carla Teixeira
Fonte: PM Farma

Merck apoia campanha de vacinação contra HPV em tribo indígena

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Estado ainda não disponibilizou fármaco para o VIH2
Doentes com sida sem direito a medicamento

Os doentes infectados com a segunda variante do vírus da imunodeficiência adquirida (VIH2) aguardam desesperadamente a autorização do Estado para ser disponibilizado nos hospitais um novo medicamento que poderá aumentar o seu tempo e qualidade de vida. O Darunavir é um fármaco novo, que ainda não foi testado em pessoas. Contudo, os testes invitro garantem sucesso no tratamento da sida. Os especialistas consideram que o Estado está a ser negligente e a penalizar os doentes.

De acordo com a edição de hoje do «24 Horas», que publica uma reportagem exclusiva sobre este assunto, os pacientes infectados com o VIH2 precisam do medicamento que poderá prolongar-lhes a vida, mas o Estado ainda não deu ordem para a sua utilização. Um médico ouvido pelo jornal avisa que a decisão é “urgente”, enquanto um activista da Associação Abraço cataloga o Estado como “negligente”. Vários especialistas atestaram que o Darunavir “tem a capacidade de fortalecer o organismo com anticorpos, tornando-o mais resistente às infecções” que, no caso dos doentes com sida, são potencialmente fatais. Uma simples constipação poderá, em muito pouco tempo, transformar-se em algo mais grave e levar à morte do paciente.
Francisco Ribeiro, da Abraço, considera “inaceitável” que o Darunavir ainda não tenha sido distribuído, frisando que a actuação do Estado nesta matéria tem sido irresponsável e negligente. Uma vez que o medicamento se destina unicamente ao uso hospitalar, não podendo ser adquirido nas farmácias, os especialistas alertam para a necessidade de as autoridades sanitárias agirem rapidamente, mas a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), a quem compete dar luz verde ao uso do fármaco, informou que o Darunavir está “em avaliação para utilização em meio hospitalar”, e que só depois de este processo estar concluído poderá ter lugar a autorização para a sua administração em seres humanos nos hospitais portugueses.

Carla Teixeira
Fonte: «24 Horas»
Cêgripe reintroduzido no circuito de distribuição

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) autorizou a reintrodução no normal circuito de distribuição farmacêutica dos lotes n.º 06KQ136 e n.º 06KQ138, ambos com prazo de validade até Novembro de 2009, do fármaco Cêgripe. A decisão, anunciada numa nota com carácter “urgente” do Departamento de Inspecção do Infarmed. O documento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, atesta que foi enviada, no passado dia 29 de Junho, o relatório de reprocessamento das embalagens recolhidas daqueles lotes, que atendeu à recomendação do instituto, no sentido da substituição do folheto informativo e do acondicionamento secundário do produto.
A alteração, devidamente certificada por declaração da direcção técnica do fabricante (a Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica SA), de que as embalagens a reintroduzir no mercado se encontram em conformidade com a legislação em vigor. Mais se informa, na nota agora divulgada, que ao n.º de lote das embalagens reprocessadas foi adicionada a letra A, por razões de rastreabilidade em relação ao lote inicial. Desta forma, segundo o Infarmed, “os lotes das embalagens a reintroduzir no mercado estão identificados, no acondicionamento secundário, como Lote n.º 06KQ136A, val: 11/2009 e Lote n.º 06KQ138A, val: 11/2009.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária do fármaco Tiorfan Lactente

A Companhia Portuguesa Higiene Pharma – Produtos Farmacêuticos SA está a recolher todas as embalagens do medicamento Tiorfan Lactente (granulado para suspensão oral de 10mg) constantes do lote n.º Z002, válido até Março do próximo ano. De acordo com uma nota difundida pelo Conselho Directivo do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, e classificada como “muito urgente”, o laboratório terá detectado a marcação incorrecta da validade (estaria escrito 03/2006, em vez de 03/2008) no acondicionamento primário do medicamento. Na sequência do problema, o Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização de todas as embalagens do referido lote. Mais se informa na nota, a que o farmacia.com.pt teve acesso, que aquele defeito de qualidade “não apresenta risco para a saúde dos utilizadores”, visto que se relaciona somente com um erro de marcação do prazo de validade, que não interfere de nenhuma forma com o fármaco.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária de Piperacilina e Tazobactam

O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde divulgou, num comunicado dirigido às organizações nacionais, associações regionais de saúde, hospitais, centros de saúde e grossistas, que a empresa Farma/APS – Produtos Farmacêuticos SA está a proceder à recolha voluntária do lote nº. A005, com validade de Maio de 2009, do medicamento Piperacilina e Tazobactam APS 400 + 500 mg (pó para solução injectável). A circular, classificada pelo Departamento de Inspecção do Infarmed como “muito urgente”, explica que na origem desta decisão terá estado a detecção de um pedaço de vidro de grandes dimensões no interior de um frasco. Em face disto, a autoridade do sector ordena a suspensão imediata da comercialização das embalagens daquele lote.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Doença afecta 500 mil portugueses e é a sexta causa de morte
Rastreios para detecção da DPOC em Coimbra


O Pneumobil, programa de âmbito nacional dinamizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para o rastreio e detecção precoce da DPOC, encontra-se hoje e amanhã em Coimbra, onde pretende lançar o alerta para a gravidade daquela patologia, que afecta actualmente 500 mil portugueses e representa a sexta causa de morte no nosso país.

Diagnosticar a doença pulmonar obstrutiva crónica é, de acordo com a organização do programa, o grande objectivo. O Pneumobil estará, entre as 9 e as 18 horas de hoje, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e amanhã, no mesmo horário, no Hospital dos Covões. Os cidadãos interessados em saber mais sobre esta doença poderão deslocar-se àquelas instalações, onde serão feitos rastreios gratuitos da DPOC à população com mais de 40 anos, fumadora ou ex-fumadora. A percorrer o país durante seis meses, o Pneumobil tem realizado inúmeros rastreios, que visam aferir a existência de possíveis casos de obstrução pulmonar, assim como informar a população sobre a doença, crónica e silenciosa, que ainda é desconhecida pela maioria dos portugueses.
António Segorbe Luís, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, disse que a intenção do programa é “chegar às pessoas, consciencializando-as para a DPOC. Dificuldades de respiração, tosse e aumento da expectoração são sintomas frequentes da doença, mas passam quase sempre despercebidos, sendo em regra associados a sinais normais do envelhecimento. O Pneumobil irá não só alertar as pessoas para a DPOC, mas principalmente, através do rastreio, detectar a doença no seu estádio inicial, permitindo o encaminhamento atempado para os cuidados de saúde adequados”, já que o diagnóstico precoce é actualmente a única forma de evitar a progressão da doença, que em 2020 poderá ser a terceira causa de morte a nível mundial. Bem antes disso, defende o responsável, “é fundamental tomar medidas para travar esta doença”.
Dados da SPP estimam que a DPOC atinja hoje cerca de meio milhão de cidadãos portugueses, constituindo a sexta causa de morte em território nacional. A actual tendência de envelhecimento da população mundial e o tabagismo fazem parte da lista de factores de risco. A DPOC mata mais do que o cancro do pulmão ou a sida, mas esse aspecto permanece desconhecido da maior parte dos portugueses, que quase nunca ouvem falar daquela patologia pulmonar caracterizada pela obstrução do débito aéreo (passagem de ar dificultada), dificuldade respiratória (dispneia), tosse e aumento da expectoração. Numa fase avançada os doentes são incapazes de desenvolver actividades normais como por exemplo pentear o cabelo, conduzir, lavar os dentes ou subir escadas.

Carla Teixeira
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia, As Beiras Online, ABC da Saúde
Entidades de referência no Brasil desenvolvem projecto
Novo medicamento contra leucemia em estudo


O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e o Centro Infantil Boldrini, entidades de referência no Brasil, estão já em fase avançada do processo de desenvolvimento de uma molécula capaz de ajudar na produção de medicamentos específicos para o tratamento da leucemia linfóide aguda, um tipo de cancro comum em crianças.

A trabalhar em Campinas, a cerca de 100 quilómetros da cidade de São Paulo, os investigadores dos dois núcleos envolvidos neste projecto começaram por tentar reconstruir o contacto entre as células saudáveis e as células que foram afectadas pela leucemia, visando partir dessa análise para a identificação das proteínas que desempenham um papel no desenvolvimento daquela doença, para dessa forma abrir caminho à criação de uma molécula com capacidade para interferir na acção das proteínas responsáveis pelo tumor.
Nilson Zanchin, do LNLS – o único organismo no hemisfério sul que dispõem da luz síncrotron, tecnologia baseada num raio X de alta intensidade que permite mapear as proteínas – explicou que “sem esse sistema, e sem a reconstrução da estrutura da proteína, não seria possível avançar para a terceira fase do ensaio, que consiste na busca de moléculas inibidoras”, referiu que a equipa já conseguiu identificar um conjunto de proteínas, mas conta que “seleccionámos um número pequeno, para determinar a estrutura e a acção detalhada das células”.
O investigador salienta que o objectivo essencial do trabalho que está em marcha não é o medicamento final, mas conseguir “uma base de conhecimento que permita o desenvolvimento de novos fármacos”, que “dependerá sempre do conhecimento da estrutura das moléculas cuja acção se pretende bloquear. A pesquisa encontra-se hoje na segunda fase, que consiste na experimentação e análise das proteínas produzidas no laboratório. Embora o objectivo seja encontrar as moléculas-alvo e proceder ao desenho dos seus inibidores, os cientistas brasileiros reconhecem que o desenvolvimento de um medicamento exige mais tempo e investigações mais aprofundadas, inclusivamente com o envolvimento de doentes.
Por esse motivo contam poder, no próximo ano, altura em que acreditam estar já na posse dos resultados deste estudo, oferecê-los aos laboratórios interessados, que poderão desenvolver o medicamento final. “A nossa pesquisa pretende dizer que temos uma proteína que desempenha uma determinada função na leucemia, e que desenvolvemos uma molécula capaz de actuar a atividade dessa proteína”, frisa Zanchin, explicando que depois caberá às empresas farmacêuticas aproveitar os dados disponíveis para colocarem no mercado uma nova solução farmacológica para o tratamento mais eficaz dos doentes com leucemia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência do Estado, Último Segundo
Divulgados estudos sobre o anti-retroviral Maraviroc
Pfizer apresentou nova terapia para a sida


A última novidade farmacológica na área do tratamento dos doentes com sida tem assinatura da Pfizer. O gigante da indústria farmacêutica apresentou ontem, na IV Conferência de Patogénese, Tratamento e Prevenção do HIV, que está a decorrer em Sydney, na Austrália, os mais recentes estudos sobre o Maraviroc, o seu novo anti-retroviral de administração oral destinado aos pacientes em situação de falha terapêutica.

De acordo com os dados apresentados naquele encontro científico, o medicamento demonstrou capacidade para prevenir a entrada do HIV nas células, interceptando a ligação do agente causador da sida com o CCR5, gene co-receptor das células CD4. O Maraviroc constitui uma nova esperança no tratamento daqueles doentes, apesar de ter como «handicap» o facto de não ter qualquer acção sobre a ligação das células ao CXCR4, outro co-receptor. O novo medicamento aguarda aprovação nos Estados Unidos, visto que na Europa a sua utilização já foi permitida.

Carla Teixeira
Fonte: Agência de Notícias da Sida

Aulas de xadrez ajudam na recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla

O jogo de xadrez pode ser uma importante ferramenta para a recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla, ao mesmo tempo que se afirma também como uma terapia ocupacional vantajosa. Esta é pelo menos a convicção da Delegação Distrital do Porto/Litoral Norte da Múltipla - e da Associação de Xadrez do Porto (AXP), que em parceria lançaram, a nível nacional, um projecto pioneiro que pretende disponibilizar aulas de xadrez a todos os seus associados, bem como aos seus familiares e amigos.

O exercício mental que o jogo de xadrez requer pode contribuir para a recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla, uma vez que cerca de 50% das pessoas com esta doença evidenciam alterações no funcionamento cognitivo. As dificuldades ao nível da atenção, concentração, memória, lentidão no processamento de informação, capacidade de resolução de problemas, entre outros, são alguns dos problemas cognitivos provocados pela esclerose múltipla, para além das limitações ao nível da mobilidade física, que também são características da doença.

O xadrez, pela sua simplicidade na prática, custo e universalidade, poderá ser uma ferramenta eficaz e acessível a todos, ajudando a pessoa a ter um funcionamento mais independente na sua vida. Mas para além da recuperação cognitiva, o xadrez funciona também como uma terapia ocupacional muito positivo, dai que a AXP e a SPEM equacionem a criação de um clube, o que permitirá um desenvolvimento da actividade social dos doentes, contribuindo para que se sintam mais integrados.

A prática desta actividade será para já iniciada na sede da Delegação Distrital do Porto/Litoral Norte da SPEM, em São Mamede de Infesta. Para mais informações estão disponíveis contactos telefónicos (964 203 336 ) e via fax (229 548 216), ou ainda por endereço de e-mail (porto@spem.org).

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

domingo, 22 de julho de 2007

REPORTAGEM

Quando o Governo prepara a liberalização do sector...
Estado detém a propriedade de uma farmácia



O regime jurídico das farmácias de oficina actualmente em vigor em Portugal prevê uma reserva de propriedade daquele tipo de estabelecimentos para os farmacêuticos. Porém, mesmo antes de a lei ser alterada, como pretende o Governo após a recente aprovação, em Conselho de Ministros, da reformulação das actuais regras, instalou-se a polémica. É que, além das críticas dos agentes do sector à medida, um relatório da Direcção-Geral do Tesouro atesta que do sector empresarial do Estado faz parte uma farmácia...

A aparente incongruência dos factos – um Estado responsável por fazer cumprir uma lei que limita a propriedade das farmácias a uma classe profissional detém, ele mesmo, um estabelecimento desse género – chamou a atenção de alguns agentes do sector, que se apressaram a denunciar o caso em páginas da internet que remetiam para o relatório da Direcção-Geral do Tesouro, acusando o Governo de, com a decisão de legislar em 180 dias a liberalização do sector, pretender apenas legitimar o seu próprio erro, legalizando a situação da Farmácia Central de Carcavelos. Porque a reserva da propriedade das farmácias para os farmacêuticos está na ordem do dia, o farmacia.com.pt foi saber dos pormenores por detrás desta situação.
Se é verdade que no nosso país ainda é proibido a qualquer pessoa que não exerça as funções de farmacêutico deter a propriedade de um estabelecimento de dispensa de medicamentos, a situação daquela farmácia configura uma excepção que se encontra devidamente tipificada e prevista na lei em vigor. Quem circular pela Rua 5 de Outubro, uma das artérias de maior movimento daquela vila do concelho de Cascais, encontrará, por detrás de dois fluorescentes toldos cor de laranja, a Farmácia Central. Num primeiro momento parece-nos uma farmácia como todas as outras, e na verdade foi assim até há alguns anos, altura em que a então proprietária do estabelecimento morreu sem deixar herdeiros. Essa é, pelo menos, a explicação avançada pela Direcção-Geral do Tesouro para a situação.
A mesma fonte diz que “o Estado português é proprietário de 95 por cento da farmácia”, mas pretende aliená-la tão brevemente quanto possível, ao abrigo da chamada “carteira acessória”, onde são reunidas as empresas que deverão, a breve trecho, deixar de fazer parte do rol firmas mantidas pelo sector público. É que, de acordo com a mesma fonte, “o processo de habilitação e transferência da propriedade foi muito demorado, e só neste ano estão reunidas as condições necessárias para que o Estado possa assumir o seu efectivo controlo”, devendo aliená-la em seguida. No entanto, concretiza a DGT, a lei actual obriga a que cada estabelecimento de dispensa de medicamentos seja detido por um farmacêutico em pelo menos cinco por cento, o que também acontece no caso vertente, sendo a direcção técnica da Sociedade Pereira Pinto Lda – Farmácia Central de Carcavelos assegurada pela farmacêutica Maria Cidália Gonçalves.
Uma funcionária da farmácia referiu que aquela responsável está férias, razão pela qual deverá estar incontactável até Setembro. Contudo, a secundar a garantia de legalidade deixada pela Direcção-Geral do Tesouro, fonte da Ordem dos Farmacêuticos disse ao farmacia.com.pt que a situação daquele estabelecimento é perfeitamente legal, já que a premissa dos cinco por cento está a ser cumprida. Também os assessores de imprensa da OF e do Infarmed consideraram, em declarações ao jornal «Tal & Qual», que não se trata de uma ilegalidade, visto que à frente da empresa está uma farmacêutica.

Carla Teixeira
Fonte: Presidência do Conselho de Ministros, Direcção-Geral do Tesouro do Ministério das Finanças e da Administração Pública, Ordem dos Farmacêuticos, Infarmed, jornal «Tal & Qual», mail do director do farmacia.com.pt
Fármaco apresenta aumento da sobrevida em doentes sem tratamento anterior
Avastin recebe recomendação na Europa


O Grupo Roche anunciou em Basel, na Suíça, que recebeu recomendação positiva da Comissão Europeia de Produtos Medicinais para Uso Humano relativamente ao uso do Avastin como medicamento de primeira linha no tratamento da forma mais comum de cancro do pulmão, em combinação com a quimioterapia feita à base de platina.

Na sequência de dois estudos aprofundados da utilização daquele medicamento, e pelo facto de ambos terem apurado a sua elevada eficácia no tratamento do cancro do pulmão em associação com uma ampla série de quimioterapias, a comissão deu a sua avaliação positiva ao único medicamento de primeira linha que, ao longo de mais de uma década, mostrou ter capacidade para prolongar a vida dos pacientes, cuja expectativa de sobrevida ao diagnóstico era, originariamente, de apenas oito a dez meses. Resultados que não foram positivos apenas no caso das neoplasias do pulmão, já que o fármaco revelou proporcionar, de forma consistente, uma melhoria geral na sobrevida livre de progressão para pacientes com cancro do pulmão, colo-rectal, do rim e da mama.
Christian Manegold, professor de Medicina da Universidade de Heidelberg, que faz parte do Centro Médico Universitário de Mannheim, na Alemanha, conduziu um dos estudos cujos resultados terão estado na base da decisão da comissão. Para ele “o Avastin é tão inovador que irá mudar o padrão actual de tratamento do cancro”. Em nome do Grupo Roche, o executivo-chefe da divisão farmacêutica, William Burns, considerou que “a opinião da comissão é uma estimulante notícia para os doentes europeus que lutam contra uma doença especialmente agressiva e debilitante”, e acrescentou que a empresa pretende, com o seu “programa de desenvolvimento do Avastin – o maior programa de testes de sempre na Oncologia – iremos continuar a desenvolver as melhores abordagens de tratamento possíveis, com vista a fazer subir a taxa de sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Aprovado nos Estados Unidos em Fevereiro de 2004 e na Europa em Janeiro do ano seguinte, o Avastin é utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro colo-retal metastático. Em Abril deste ano o medicamento foi aprovado no continente europeu também para o tratamento de primeira linha das mulheres com cancro da mama metastásico, enquanto o Japão adoptava o fármaco para tratar o cancro colo-rectal avançado ou recorrente. O cancro do pulmão, um dos tumores mais prevalentes nas sociedades desenvolvidas – onde constitui uma importante causa de morte –, é actualmente responsável por cerca de três mil mortes diárias em todo o mundo.

Carla Teixeira
Fonte: PR Newswire

Métodos de diagnóstico da doença de Alzheimer estão ultrapassados

Num artigo publicado na revista ‘The Lancet Neurology’, os neurologistas Bruno Dubois e Philip Scheltens defendem que os métodos e critérios usados para detectar a doença de Alzheimer estão obsoletos e deviam ser renovados, sugerindo o cruzamento de novos métodos de avaliação para que a doença possa ser detectada três e quatro anos mais cedo, ainda antes de chegar a fases mais avançadas.

Os autores do artigo propõem uma combinação de testes de memória com dados de imagens do cérebro e marcadores biológicos, aproveitando a evolução das “explicações sobre as bases biológicas do Alzheimer”, que têm permitido uma “compreensão sem precedentes da evolução da doença”.

De facto, o desenvolvimento da medicina permitiu uma grande evolução ao nível da detecção e desenvolvimento de novos fármacos, tornando assim obsoletos os critérios de diagnóstico da doença, determinados em 1984. Contudo os neurologistas concordam que os sintomas clínicos devem manter-se como a base do diagnóstico, uma vez que estes são o primeiro sinal de alarme.

As falhas de memória, acompanhadas de mudanças graduais que ocorrem durante mais de seis meses, são geralmente o sintoma mais evidente, no entanto falhas em testes específicos de memória e uma menor fluidez verbal, podem indicar também o diagnostico da doença de Alzheimer.

Para além dos sintomas clínicos, os neurologistas defendem também que para traçar um diagnóstico positivo, é necessário avaliar os marcadores biológicos da doença, que podem encontrar-se no líquido encefaloraquidiano. A ressonância magnética mostra a atrofia numa zona cerebral, mas não contribui para a compreensão do desenvolvimento da doença, o que só os níveis anómalos de proteínas associadas à demência no fluido cérebro-espinal ou as mudanças moleculares em certos exames com imagens neurológicas ou até certas mutações genéticas, possibilitam.

“Nos próximos anos, talvez meses, vamos ter medicamentos que podem abrandar o processo da doença”, acredita Bruno Dubois, dai que seja fundamental identificar o mais cedo possível os sintomas da doença, para “curar o mais depressa possível os doentes”. Apesar das convicções de Dubois e Scheltens, ambos reconhecem que o uso destes novos critérios requer ainda confirmação e levanta problemas técnicos.

A doença de Alzheimer é uma forma de demência causada pela morte de células cerebrais, característica das doenças neurológicas. A ingestão de frutas e os legumes frescos, poderá ser uma forma de retardar a evolução da doença, tal como sugere um estudo da Universidade de Harvard, segundo o qual estes alimentos, ricos em antioxidantes, retardam a neurodegenerescência.

Em Portugal existem 70 mil doentes de Alzheimer e em todo o mundo registam-se mais de 24 milhões de pessoas vitimas desta doença, número que em 2020 pode ascender aos 42 milhões, conforme a previsão de alguns estudos. A doença é altamente incapacitante e dispendiosa, com custos de tratamento que podem chegar aos 2000 euros mensais, nas fases mais avançadas.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

Sanofi-Aventis tem novo complexo de produção nos EUA

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis terminou a construção de um novo complexo no nordeste da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. As instalações recentemente concluídas estão avaliadas em 108 milhões de euros e deverão permitir ao laboratório duplicar a produção de vacinas contra a gripe sazonal e pandémica.

A unidade de produção, altamente computorizada, aguarda apenas a aprovação final do governo norte-americano mas não deverá começar a produzir vacinas antes do final do próximo ano.

“Sabemos que as pandemias existem, que iremos atravessar alguma e que precisamos estar preparados”, afirmou o secretário para a Saúde e Serviços Humanos, Mike Leavitt, que considera o complexo de produção importante para a saúde do país e do mundo.

Marta Bilro

Fonte: Philly.com

Centros de Saúde vão realizar IVG

Alguns centros de saúde vão poder realizar interrupções voluntárias da gravidez (IVG) induzidas por fármacos, medida que deverá ser posta em prática a partir de “Outubro ou Novembro”, segundo revelou ao jornal Expresso o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco. Por sua vez, o director-geral de Saúde, Francisco George, prefere não avançar com qualquer prazo.

Francisco George não põe de parte a possibilidade de haver uma evolução nesse sentido, algo que deverá ocorrer “num futuro próximo, por etapas e em função da capacidade instalada em cada centro de saúde”, referiu, acrescentando que para tal não será necessária uma alteração do quadro legal. De acordo com Jorge Branco não faz sentido que os médicos de família não possam realizar abortos, até porque “muitos centros de saúde já fazem consulta prévia e também ecografias, desde que haja acordos com ecografistas. Por enquanto só não têm os fármacos”, que permitem proceder à interrupção da gravidez, afirma.

Para além disso, tal como salienta o especialista e também director do serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria, “a vocação de um hospital central não é realizar IVG”, mas “resolver patologias e complicações”. Conforme salientou Rui Nogueira, da direcção da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, “o gesto técnico que consiste na interrupção medicamentosa não tem nada de extraordinário”.

Actualmente, a mifepristona, administrada entre as cinco e as sete semanas de gestação, e o metotrexato, administrado em mulheres grávidas entre as cinco e as nove semanas, em combinação com a prostaglandina, só podem ser utilizados em meio hospitalar.

Desde que entrou em vigor a lei que despenaliza a realização da IVG, no dia 15 de Julho, a Clínica dos Arcos recebeu grávidas encaminhadas por três hospitais da região de Lisboa, e outros dez estão a negociar protocolos com o estabelecimento, afirmou a directora, Yolanda Hernandez, em declarações ao semanário Expresso. Para o primeiro dia de interrupções foram agendados 30 abortos. Segundo afirmou Amílcar Pereira, administrador da Clínica Oiã, em Aveiro, outro dos estabelecimentos privados autorizados a realizar a IVG, não foram recebidas mulheres encaminhadas por hospitais públicos e a clínica não foi contactada por nenhum para proceder a acordos. No que toca às grávidas que se dirigiram directamente à clínica contabilizam-se sete IVG’s marcadas para o primeiro dia.

Marta Bilro

Fonte: Expresso

Abbott e Abbott Fund na luta contra o VIH/SIDA pediátrico em África

A Abbott e a Abbott Fund anunciaram vários esforços para expandir o acesso ao tratamento e aos cuidados para crianças africanas que sofrem de VIH/SIDA, incluindo um investimento adicional de 12 milhões de dólares em subsídios e doações de produtos durante este ano. Estes programas irão servir para preencher algumas das lacunas existentes nos tratamentos pediátricos do VIH, aumentando o número de médicos pediatras e trabalhadores de serviços de saúde com treino e experiência; estabelecendo ligações entre a prevenção, testes e serviços de tratamento para as mulheres grávidas e para as crianças que vivem nas instalações de cuidados de saúde, e trabalhando para superar alguns dos problemas culturais e do estigma associado ao VIH.

A necessidade dos programas para lutar contra o VIH/SIDA pediátrico nunca foi tão grande, uma vez que em cada minuto há mais uma criança infectada com VIH. Segundo a OMS, 2,3 milhões de crianças com menos de 15 anos vivem com VIH/SIDA em todo o mundo. Sem cuidados nem tratamento, estima-se que três em cada dez crianças com VIH irão morrer antes de completar o primeiro aniversário, 50 por cento aos dois anos e 60 por cento antes de completar três anos.

Devido à ampliação das parcerias duradouras com associações como o Baylor College of Medicine e outras organizações de relevo, a Abbott Fund está a proporcionar novos subsídios para a Catholic Medical Mission Board (CMMB), a Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation (EGPAF) e Family Health International (FHI), com o objectivo de explorar novas aproximações para a detecção e possibilitar às mulheres e crianças o acesso aos testes de VIH e aos serviços de tratamento no Malawi, Quénia e Tanzânia. Com estes novos subsídios, a Abbott e a Abbott Fund investiram mais de 70 milhões de dólares, nos últimos sete anos, nestes programas. Em 2007, estas iniciativas deverão ajudar cerca de 40.000 mulheres grávidas a receber testes de VIH e mais de 5.000 crianças a receber tratamento para o VIH.

A transmissão do VIH de mãe para filho continua a ser um problema significativo nos países em desenvolvimento: mais de 90 por cento das crianças com VIH contraem a doença durante a gravidez da mãe, durante o nascimento ou durante a amamentação. Os testes constituem o primeiro passo para a prevenção, e a Abbott tem doado testes rápidos de VIH nos programas de prevenção de transmissão entre mãe e filho (PMTCT, sigla em inglês) em 69 países, incluindo os africanos. Até agora, a Abbott proporcionou mais de 5 milhões de testes de VIH gratuitos através do programa.

Isabel Marques


Fontes: Pharmalive, PRNewswire

sábado, 21 de julho de 2007

Nova terapia com vírus vivo para destruir células cancerígenas inicia fase II

O Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos do Centro de Terapia e Pesquisa do Cancro (CTRC, sigla em inglês), em colaboração com a Oncolytics Biotech Inc., uma companhia biotecnológica, inscreveu os primeiros dois pacientes na fase II do estudo clínico para pacientes com vários tipos de sarcomas que metastizaram para os pulmões. A nova terapia anti-cancro consiste não num fármaco de quimioterapia, mas sim num vírus vivo, que é tóxico para as células cancerígenas, mas não é perigoso para as células normais. Esta nova terapia, utilizando um vírus vivo, é a primeira do género disponível no CTRC.

Segundo a principal investigadora do Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos (IDD, sigla em inglês) do CTRC, Monica Mita, o nome Reolysin deriva do reovírus humano, um vírus ligeiro que ocorre naturalmente no ambiente. Esta nova terapia tem demonstrado sucesso, porque o reovírus se reproduz nas células cancerígenas e destrói-as no corpo do paciente. As células cancerígenas têm diversas anormalidades moleculares e genéticas. Nas células normais, saudáveis, o reovírus é incapaz de se reproduzir, devido a uma enzima chamada PKR. Esta enzima é suprimida nas células cancerígenas e, por isso, o reovírus pode reproduzir-se na célula cancerígena e matá-la, acrescentou ainda a Dra. Mita.

O Reolysin tipifica a verdadeira abordagem de terapia direccionada que procura utilizar as diferenças fundamentais entre as células cancerígenas e as normais como base para abordagens efectivas anti-cancro, estando os investigadores muito entusiasmados com este estudo, adiantou o director do IDD do CTRC, Francis Giles.

O Reolysin demonstrou sucesso contra tumores durante as fases iniciais dos testes científicos. Este estudo (REO 014) é de fase II, de rótulo aberto, e de agente único, com o objectivo principal de medir as respostas do tumor, a duração dessas respostas e de descrever qualquer evidência de actividade anti-tumor. O Reolysin será administrado por via intravenosa aos pacientes durante cinco dias consecutivos. Os pacientes podem receber ciclos adicionais de terapia de cinco dias cada quatro semanas num máximo de oito ciclos. Serão inscritos até 52 pacientes no estudo. Os pacientes elegíveis são aqueles que têm um sarcoma dos tecidos moles ou dos ossos que se espalhou para o pulmão, e que são considerados pelos médicos como não respondendo às terapias habituais ou como não sendo curáveis por estas. Isto inclui pacientes com osteossarcoma, tumores da família do sarcoma de Ewing, histiocitoma fibroso maligno, sarcoma sinovial, fibrossarcoma e leiomiossarcoma.

O presidente da Oncolytics Biotech Inc, Dr. Brad Thompson, disse que sendo a Oncolytics uma companhia de oncologia em evolução, o posicionamento dos estudos muito inovadores e sofisticados é de uma importância crucial, e que a companhia está encantada por ter o Instituto de Desenvolvimento de Medicamentos do CTRC como colaborador. Espera-se que este estudo produza informação que irá guiar o programa final de desenvolvimento clínico do Reolysin.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Genérico Modafinil recebe aprovação provisória da FDA

A Caraco Pharmaceutical Laboratories, Ltd., anunciou que a FDA concedeu uma aprovação provisória para o registo de um genérico (ANDA, sigla em inglês) da companhia, os comprimidos de Modafinil 100mg e 200mg.

O Modafinil está indicado para melhorar o estado de vigília em pacientes com sonolência excessiva associado com narcolepsia. Este novo produto é bioequivalente ao Provigil, da Cephalon, Inc. Os comprimidos de Provigil atingiram vendas de aproximadamente 753 milhões de dólares nos Estados Unidos, num período de 12 meses, até 31 de Março de 2007.

O presidente da Caraco, Daniel H. Movens, disse que a companhia está muito satisfeita por ter recebido esta aprovação provisória. O Modafinil foi apresentado com uma certificação no parágrafo IV de que a Caraco não infringe e/ou que a patente da Cephalon é inválida. A Caraco não foi processada pela Cephalon. A companhia espera ansiosamente pela comercialização deste produto posteriormente à expiração da patente e do período de exclusividade da Cephalon.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Meda adquire MedPoint para entrar no mercado dos EUA

A farmacêutica sueca Meda AB chegou a acordo para a compra da MedPoint, operação que lhe abrirá portas para o mercado norte-americano e lhe dará acesso aos tratamentos respiratórios e de alergias da empresa. O negócio desencadeou o maior impulso dos últimos oito meses nas acções da Meda.

O laboratório europeu deverá desembolsar 376 milhões de euros e emitir 17,5 milhões de acções da Meda para os investidores que detêm a MedPoint. De acordo com previsões da Bloomberg, o investimento permitirá à MedPoint uma valorização que ronda os 573,6 milhões de euros.

“A aquisição irá aumentar as vendas anuais entre os 25 e os 30 por cento”, estimou Johan Unnerus, analista no Swedbank Markets, acrescentando que a operação propicia também “aquisições adicionais tanto no mercado norte-americano como europeu”.

As acções da Meda aumentaram 1,25 euros, ou 11 por cento, para os 12,53 euros na bolsa de Estocolmo.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg.

Fiocruz e Genzyme colaboram para combater doenças negligenciadas

O laboratório brasileiro Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e a Genzyme, empresa líder no mercado mundial de biotecnologia, deverão anunciar, no dia 23 de Julho, uma parceria no âmbito do desenvolvimento de novos tratamentos contra as denominadas doenças negligenciadas, como é o caso da malária, leishmaninoses e Doença de Chagas.

Numa primeira fase a cooperação deverá concentrar-se na investigação de novos tratamentos contra a Doença de Chagas, responsável por cerca de 50 mil mortes por ano a nível mundial. Uma das pesquisas iniciais tem como alvo um tratamento que neutraliza uma proteína responsável por causar problemas cardíacos nos doentes que sofrem desta patologia.

"As doenças negligenciadas são um enorme problema para os países em desenvolvimento em todo o mundo", salienta o presidente da Fiocruz, Paulo Buss. Conforme explicou o responsável, no Brasil, os esforços para aumentar a actividade científica nesse campo estão a ser acelerados com o apoio do Ministério da Saúde. “Estamos entusiasmados com a parceria com a Genzyme, um dos líderes mundiais em biotecnologia, e optimistas com os avanços que esta colaboração trará no combate às doenças infecciosas", acrescentou Buss.

Henri Termeer, presidente da Genzyme, mostrou-se igualmente satisfeito com a colaboração e confiante no potencial das empresas para trabalharem em doenças negligenciadas. "A nossa indústria tem potencial para maximizar a capacidade criativa dos laboratórios de investigação, convertendo a pesquisa básica para novos candidatos de medicamentos em ensaios clínicos. Estamos optimistas com esta parceria com a Fiocruz, que acreditamos será produtiva, de longo prazo e poderá servir de modelo para futuras colaborações com outras instituições", frisou Termeer.

Marta Bilro

Fonte: Revista Fator

Ruanda utiliza flexibilidade de patentes para importar medicamento anti-HIV

O Ruanda pretende importar, do Canadá, um medicamento genérico contra o HIV/Sida. Este será o primeiro país a fazer uso de uma excepção prevista pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que permite a importação de medicamentos patenteados sem autorização do detentor da patente.

O país africano comunicou à OMC a sua intenção de importar, nos próximos dois anos, 260 mil embalagens dos antiretroviral TriAvir, comercializado pela farmacêutica canadiana Apotex. A Nigéria pretende utilizar uma concessão estabelecida pela OMC em Agosto de 2003, que nunca antes foi utilizada, e que autoriza as nações pobres e com dificuldades ao nível da saúde pública a importarem genéricos caso não tenham condições de os produzir.

De acordo com a deliberação da OMC, os países podem requerer uma “licença compulsória” para produzir versões patenteadas de fármacos considerados importantes para a saúde pública desde que os medicamentos sejam distribuídos para uso doméstico.

Os 150 membros da OMC deverão decidir, até Dezembro, se a concessão passará a integrar de forma permanente o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Industrial relacionados com o Comércio (ADPIC). Alguns decisores europeus adiaram, esta semana, a aprovação do mecanismo por considerarem que é demasiado restritivo e dispendioso para os países pobres que têm que lidar com os problemas de falta de acesso aos medicamentos para combater doenças como o HIV/Sida ou a malária que matam milhões de pessoas todos os anos.

Pascale Boulet, assessora jurídica dos Médicos Sem Fronteira e da sua Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais considera que este “é um sistema que funciona na base do país a país e caso a caso. Pode, de facto, responder às necessidades do Ruanda para este medicamento específico, mas não é uma solução para o problema como um todo”.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Itellectual Property Watch.

Anvisa lança "Operação Placebo"

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade brasileira que regula a comercialização de medicamentos, acabou de lançar uma operação policial contra a venda ilegal de medicamentos através da internet.

Em cooperação com a Polícia Federal, a agência reguladora diz ter detectado a venda ilegal de fármacos e produtos na internet que não se encontram registados na Anvisa, com produção ou distribuição irregular, em seis estados e dez municípios do país. De acordo com uma nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, terão sido identificados cerca de 60 locais ilícitos de armazenamento ou venda nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A "Operação Placebo", como lhe chamaram os responsáveis, é fruto de nove meses de investigação, durante os quais os produtos foram vigiados a partir da identificação de “empresas” que apresentavam maior frequência de actividades na rede mundial de computadores. Para se infiltrarem no meio, os responsáveis pela investigação entraram em contacto com os fornecedores que disponibilizavam medicamentos placebo, sem registo ou nota fiscal, e procederam à compra de anfetaminas, anabolizantes, complementos alimentares, medicamentos abortivos e estimulantes sexuais fabricados em laboratórios clandestinos.

Perto de 40 farmacêuticos e advogados destacados pela entidade reguladora deverão cooperar tecnicamente na análise prévia dos medicamentos e na verificação da legalidade dos produtos detectados. As autoridades suspeitam que, para além da adulteração ou falsificação de medicamentos, possa também haver contrabando.

Marta Bilro

Fonte: iGov, Anvisa.

REPORTAGEM

Peritos defendem adequação dos cuidados às necessidades
Novas soluções para os doentes renais


O desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise (como a diálise peritonial) – que reúnam condições de segurança e de custo/efectividade – e a individualização da imunossupressão em transplantados renais são duas das mais recentes propostas de especialistas do sector para a melhoria da qualidade dos cuidados àqueles doentes. Procura-se agir numa área de grande diversidade e complexidade, defendendo os interesses dos portadores de doenças crónicas debilitantes.

A portuguesa Entidade Reguladora da Saúde deu há dias um primeiro passo na defesa dos interesses dos insuficientes renais, ao tornar públicos os resultados de um estudo que encomendou ao Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Faculdade de Economia da Universidade Católica Portuguesa, e que atestam a existência de vários problemas na assistência aos doentes renais em Portugal. Um primeiro aspecto negativo do actual panorama nacional naquela área tem a ver, de acordo com o estudo – a que o farmacia.com.pt teve acesso –, com o facto de “o preço fixado para reembolso das clínicas de hemodiálise pelos serviços que prestaram ao Serviço Nacional de Saúde não tem acompanhado a evolução dos custos empresariais”.
Também a possibilidade de financiamento dos tratamentos de hemodiálise por preço compreensivo, bem como a circunstância de ser o Estado a assumir o pagamento das despesas com o transporte dos doentes para os tratamentos, sem que estes possam influir nas escolhas feitas, foram questões analisadas no estudo da Católica para a ERS, que lamentou igualmente “não existir, no actual cenário de organização dos cuidados aos insuficientes renais, incentivos para o desenvolvimento de formas de tratamento alternativas à hemodiálise”, como a diálise peritonial, que poderiam abrir caminho a importantes benefícios para os pacientes, além de “fomentar ou reforçar a concorrência no mercado, por via do alargamento dos serviços substitutos”.
Com base na análise dos dados compilados e tratados pelos autores do estudo, o conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, com sede no Porto, emitiu há poucos dias um parecer em que faz algumas recomendações, que entretanto foram remetidas ao Governo, através do envio ao ministro da Saúde. Baseando-se mais na componente logística do acompanhamento dos doentes do que na parte terapêutica, a ERS recomenda, no caso de vir a ser adoptado o sistema de financiamento por preço compreensivo, a inclusão de um ponto de salvaguarde a remuneração do serviço de transporte dos doentes, cuja competência passaria a ser da entidade prestadora de serviços de hemodiálise.
Enquanto não for colocado em prática aquele princípio, a entidade preconiza a revisão da actual afectação dos utentes por centros de saúde, de modo a “aferir a racionalidade das práticas correntes de referenciação, na óptica da defesa dos interesses” dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, e salienta que “deverá ser promovido o desenvolvimento de tratamentos alternativos à hemodiálise, como a diálise peritonial”. Álvaro Almeida, presidente do conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde, esclareceu, numa circular entretanto enviada aos órgãos de Comunicação Social, que as recomendações da ERS já foram remetidas ao Ministério da Saúde, aguardando agora que, tão brevemente quanto possível, as medidas escalonadas possam ser postas em prática.

Transplantados
No caso dos doentes insuficientes renais em estado mais avançado, que tiveram já a necessidade de se submeter a um transplante, os problemas não são menos, nem as soluções mais fáceis, apesar de terem sido importantes e consideráveis os avanços sentidos nos últimos anos, designadamente no que toca à terapia imunossupressora utilizada no transplante de órgãos. O brasileiro Roberto Ceratti Manfro, professor auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e funcionário do Serviço de Nefrologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, naquele país, refere que o “arsenal de medicamentos e agentes biológicos” recentemente surgidos “veio proporcionar a possibilidade de terapias imunossupressoras mais adaptadas às características de determinados grupos de doentes, ou mesmo às necessidades individuais de cada um deles”.
Ao protocolo clássico com prednisona e azatioprina acrescentou-se, no início dos anos 80, a ciclosporina, e posteriormente diversas outras substâncias entretanto incorporadas na prática clínica: o tacrolimus, os micofenolatos (mofetil e sódico) e as rapamicinas (sirolimus e everolimus). Também os agentes biológicos, entre os quais a globulina anti-timocitária, foram aprimorados, com recurso à tecnologia de produção de anticorpos monoclonais anti-CD3 (OKT3), alemtuzumab e anti-receptores da interleucina-2 (basiliximab e daclizumab). Adicionalmente, com o Belatacept inaugurou-se a era do uso clínico das proteínas de fusão, através do bloqueio dos sinais co-estimulatórios.
Seguindo as premissas básicas da individualização da imunossupressão – os doentes não são todos iguais no que toca aos riscos de desenvolver rejeição ou de perder enxertos; apresentam também diferenças quanto à susceptibilidade à ocorrência de efeitos colaterais dos fármacos imunossupressores; as terapias imunosupressoras podem influenciar negativamente co-morbidades significativas, que quando presentes podem alterar o desfecho dos casos clínicos – vislumbra-se, de acordo com o especialista brasileiro, duas conclusões principais: a de que a terapia com imunossupressão pode ser mais potente no início e ir diminuindo ao longo do tempo (estratégia mais comum e adequada sobretudo aos pacientes com maior risco de rejeição), e a alternativa inversa, isto é, iniciar o tratamento de uma forma menos intensa e aumentar a sua potência quando necessário ou em casos de rejeição aguda.

Carla Teixeira
Fonte: Entidade Reguladora da Saúde, Med Online
Suspensão de concurso internacional sobre genéricos
Infarmed e Apifarma trocam acusações


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) está preocupada com os possíveis efeitos, em termos de interesse público, da decisão da associação industrial do sector (Apifarma) que visa suspender a realização de um concurso internacional sobre medicamentos genéricos.

O presidente do Infarmed, Vasco Maria, considera que a instituição respondeu à citação judicial no prazo definido, com o argumento de que “questões de interesse público ficarão prejudicadas se a providência avançar”. A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica interpôs uma providência contra o concurso internacional de 500 mil euros para promover o mercado dos genéricos, defendendo que ao Infarmed cabe apenas proporcionar esclarecimentos para o uso racional dos medicamentos. Numa nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, a Apifarma questiona a legitimidade do Infarmed para, na qualidade de “entidade reguladora e independente”, lançar um concurso internacional de 500 mil euros a fim de favorecer o mercado de genéricos, alegando a ocorrência de uma agressão à lei da concorrência.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Apifarma, Agência Lusa, «O Primeiro de Janeiro»
Na apresentação de iniciativas para dinamização do mercado...
Infarmed reconhece preços altos dos genéricos


O presidente do Infarmed reconheceu a existência de alguns medicamentos genéricos comercializados a um preço demasiado alto, atribuindo o problema à existência de um preço de referência, ao número excessivo de fármacos com o mesmo princípio activo e ao também elevado número de substâncias activas sem genérico. Vasco Maria falava no arranque de uma campanha de informação que levará à distribuição de milhares de folhetos e cartazes pelas farmácias portuguesas. Na mesma sessão foi ainda anunciada a nomeação de um provedor do medicamento genérico, que terá a missão de dinamizar aquele mercado.

Em conferência de imprensa, o presidente da autoridade nacional revelou que a quota de mercado dos medicamentos genéricos atingiu, no mês de Junho, os 17,6 por cento em valor e os 11,3 por cento em número de embalagens. No entanto, a meta imposta pelo Infarmed é os 20 por cento no final do próximo ano. Para isso pôs em marcha uma campanha de promoção dos genéricos, o Plano Integrado dos Medicamentos Genéricos 2007, tendo Vasco Maria explanado que acções contempladas naquela iniciativa visam aumentar a informação sobre aqueles fármacos junto dos diferentes intervenientes no processo de prescrição, dispensa e utilização de medicamentos (médicos, farmacêuticos e utentes).
Depois do arranque, na última quarta-feira, da distribuição de milhares de folhetos pelas farmácias, centros de saúde e hospitais, onde deverão ser também colocados cartazes alusivos à campanha, que numa segunda fase, prevista para Setembro, abrangerá os principais órgãos de Comunicação Social, o presidente do Infarmed divulgou também a existência de um programa informático de consulta que visa facilitar a acessibilidade dos interessados à informação relativa aos medicamentos genéricos através do telemóvel ou pocket PC, que segundo apurou o farmacia.com.pt está já disponível para download no site do Infarmed.
O Infarmed, que funciona sob alçada do Ministério da Saúde, é a autoridade reguladora do sector do medicamento em Portugal, tendo como competências principais avaliar, autorizar, regular e controlar os fármacos de uso humano e os produtos de saúde. A sua principal missão é, segundo explicou fonte daquele organismo, “garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos e dos produtos de saúde disponíveis no País, prevenindo os riscos decorrentes da sua utilização e assegurando elevados padrões de saúde pública, bem como a defesa dos interesses do consumidor”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Ordem dos Farmacêuticos

Aclasta recebe recomendação para aprovação europeia

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva para recomendar a autorização de comercialização do produto Aclasta, da Novartis. O Aclasta é um tratamento de dose única anual para mulheres com osteoporose pós-menopáusica, que mostrou proporcionar benefícios significativos de protecção óssea e que pode melhorar o cumprimento do tratamento a longo prazo .

O Aclasta mostrou que reduz as fracturas da coluna em 70 por cento e as fracturas da anca em 40 por cento, em comparação com placebo, dados revelados num estudo publicado no “New England Journal of Medicine”. Uma em cada duas mulheres com mais de 50 anos tem predisposição para ter fracturas relacionadas com a osteoporose na sua vida, levando a um número elevado de mortes, incapacidade e custos com a saúde.

O Aclasta (ácido zoledrónico 5 mg) passou um marco importante, após ter recebido a recomendação para aprovação europeia como o primeiro tratamento de bifosfonato de toma anual para a osteoporose pós-menopáusica. O Aclasta funciona ao ligar-se ao osso, parando o quebrar excessivo e reequilibrando o processo natural de remodelação do osso.

A opinião positiva emitida pelo CHMP, que revê os fármacos para a Comissão Europeia, é um importante passo em frente para as mulheres com osteoporose. Uma infusão de 15 minutos numa dose única anual permite aos pacientes receber a medicação de um ano numa única aplicação. A recomendação do CHMP baseou-se na revisão extensiva dos dados de estudos clínicos da osteoporose. O dossier inclui dados de 7.700 mulheres de um ensaio, que demonstrou uma redução de 70 por cento de fracturas da coluna nas mulheres que utilizaram Aclasta, em comparação com as do placebo, enquanto o risco de fracturas da anca, que estão associadas com uma mortalidade significativa em pessoas idosas, foi reduzido em 41 por cento, em comparação com placebo. O Aclasta foi considerado como sendo seguro e bem tolerado nos ensaios clínicos.

Segundo o director de desenvolvimento da Novartis Pharma AG, James Shannon, as actuais terapias orais para a osteoporose têm de ser tomadas diariamente, semanalmente ou mensalmente e as pacientes frequentemente consideram estes regimes de tratamento difíceis de seguir. Como resultado, mais de 50 por cento das pacientes não cumprem a terapia após um ano. O Aclasta elimina as preocupações com o cumprimento durante um ano inteiro e fornece uma eficácia excelente na protecção das mulheres contra o risco de fracturas que podem colocar a vida em perigo.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

Esta é a primeira vez que um tratamento foi mostrado num único estudo para fornecer protecção contra todos os tipos de fracturas devido a osteoporose em todos os principais sítios – coluna, anca e outras fracturas sem ser da coluna.

O Aclasta foi submetido para aprovação da FDA, em 2006, para o tratamento de osteoporose pós-menopáusica, com o nome de Reclast. O Aclasta já tem aprovação em mais de 50 países, incluindo na União Europeia, Estados Unidos e Canadá para pacientes com Doença de Paget, uma deficiência crónica que causa crescimento anormal dos ossos.

Isabel Marques

Fontes: Novartis, Pharmalive, Bloomberg

Comité Europeu emite opinião positiva acerca do Galvus

O Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP, sigla em inglês) emitiu uma opinião positiva em relação aos comprimidos Galvus 50 mg e 100 mg, da Novartis, recomendando a concessão de autorização para comercialização do produto. O Galvus, um novo medicamento oral de toma única diária para a diabetes tipo 2, proporciona uma redução significante de açúcar no sangue com uma boa tolerabilidade num leque de pacientes com este tipo de diabetes. O fármaco foi recomendado para ser utilizado em combinação com os medicamentos orais mais comuns para a diabetes – metformina, tiazolidinediona (TZD) ou sulfonilureia (SU) – a indicação mais abrangente proposta para qualquer membro da nova classe de fármacos inibidores de DPP-4.

O fármaco está planeado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2 como terapia oral dupla em combinação com a metformina, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de monoterapia com metformina; juntamente com sulfonilureia, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia apesar da dose máxima tolerada de sulfonilureia e para quem a metformina é desaconselhada devido a contra-indicações ou intolerância; e ainda combinado com tiazolidinediona, em pacientes com controlo insuficiente de glicémia e para quem a tiazolidinediona é apropriada.

A substância activa do Galvus é a vildagliptina, um inibidor de dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), código ATC: A10BH02. A inibição de DPP-4 reduz a segmentação e desactivação da forma activa (intacta) das hormonas incretinas, incluindo GLP-1 (glucagon-like peptide 1, em inglês) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide, em inglês), produzindo uma elevação de concentrações de incretinas que levam ao aumento de secreção de insulina dependente da glicose e a redução de libertação de glucagom ou glicagina, consequentemente contribuindo para a manutenção da homeostase da glicose.

Os benefícios da terapia de combinação do Galvus com metformina, com sulfonilureia ou com tiazolidinediona são clinicamente relevantes, uma vez que o Galvus induz reduções significantes de HbA1c e FPG (fasting plasma glucose, em inglês) em comparação com placebo. Os efeitos secundários mais comuns do Galvus em combinação com a metformina ou sulfonilureia são tremores, dores de cabeça, tonturas, fadiga e nasofaringite. Em combinação com tiazolidinediona, as reacções adversas podem ser aumento de peso, edema periférico, dores de cabeça e atenia.

O CHMP, com base na qualidade, segurança e eficácia dos dados submetidos, considerou que há um equilíbrio favorável na relação benefício/risco para o Galvus e, por isso, recomenda a concessão de autorização para comercialização. O Comité emitiu a opinião positiva baseado nos dados de mais de 5.700 pacientes em 13 estudos clínicos. Mais de 21.000 pacientes participaram no programa de ensaio clínico, incluindo aproximadamente 10.000 tratados com Galvus. A dose recomendada é de 100 mg uma vez por dia, quando utilizado em combinação com metformina ou TZD, e 50 mg uma vez por dia, em combinação com SU.

A Comissão Europeia segue, geralmente, as recomendações do CHMP e espera-se que emita uma decisão acerca do Galvus dentro de três meses. A decisão será aplicada a todos os 27 estados-membro da EU, mais a Islândia e a Noruega.

O Galvus, que pode valer cerca de mil milhões de dólares por ano, é um dos medicamentos com que a Novartis está a contar para compensar as perdas de patentes, tais como a do antifúngico Lamisil.

Um plano de farmacovigilância será implantado para o Galvus, assim como para todos os produtos medicinais, como parte da autorização de comercialização.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, Novartis, Bloomberg

112 recebeu quase 25 mil chamadas falsas em 2006

No ano passado, foram feitas 24.281 falsas chamadas de emergência para o 112, efectuadas por pura brincadeira e apesar da triagem, 8984 motivaram mesmo a deslocação recursos de auxilio até ao suposto local do sinistro. Apesar de algumas condenações, a grande maioria das chamadas não são identificadas e o infractor sai impune.

Pedro Coelho dos Santos, director de comunicação do INEM, diz que não há contabilidade das condenações em tribunal por este tipo de actuação, mas assegura que são poucas, tendo surgido essencialmente nos últimos dois anos. "Prestam serviço administrativo no INEM ou na PSP. Tenta-se mostrar como funciona o sistema do 112, para perceberem o transtorno causado e o prejuízo para quem precisa mesmo de assistência".

Todos os dias são feitas 66 chamadas falsas para o INEM e em média são activadas 25 ambulâncias. Coelho dos Santos sublinha que "tem havido uma diminuição ligeira no número de chamadas falsas, mas ninguém pode dizer que 24 mil é pouco".

Todas as chamadas feitas para o 112 que envolvam feridos ou doentes são transferidas pela PSP para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM. Nestes centros, apesar da triagem feita pela Polícia, acabam ainda assim por ser recebidos alguns alertas falsos.

Os atrasos resultantes das chamadas falsas podem resultar em perigosas para a vida de quem realmente necessita de assistência rápida. Fátima Rato é médica do CODU de Lisboa, parte integrante do INEM, explica que “muitas vezes, vamos a determinada habitação e as pessoas ficam espantadas porque não pediram uma ambulância. Normalmente, os autores da brincadeira dão uma morada falsa, mas mesmo quando é a sua própria casa não reconhecem a infracção".

Desde 2000, o número de saídas desnecessárias de ambulâncias diminuiu, não chegando, em média, a metade da quantidade de chamadas falsas efectuadas para o 112.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Construção do novo hospital privado de Braga começa segunda-feira

Na próxima segunda-feira será lançada a primeira pedra da construção do novo hospital privado de Braga, um investimento de 30 milhões de euros a cargo das empresas Britalar, de Braga e grupo Hospital da Trofa. A localização do hospital será em Nogueira, uma área de "fácil acesso, disponibilidade de transportes públicos e facilidade de estacionamento", terá 90 camas e criará 200 empregos fixos, e outros tantos em regime de "tempo parcial", adianta Gerardo Saraiva, administrador da Britalar.

A parceria desenvolvida conta ainda com o com apoio financeiro do Banco Espírito Santo (BES), sendo que a compra do terreno, a construção do edifício e o respectivo financiamento estão a cargo da Britalar, enquanto que ao grupo hospitalar da Trofa compete a concepção, gestão e desenvolvimento do projecto, que deverá entrar em funcionamento em 2009.

O projecto, cujo prazo de construção é de 18 meses, prevê a construção de um edifício de seis pisos, com quartos privativos, suites, enfermarias de duas e três camas e um bloco operatório com seis salas, preparado para cirurgias de grande complexidade, cirurgia de urgência e também cirurgia de ambulatório.

Os utentes do hospital poderão ainda contar com seis quartos privativos de cuidados intensivos, e outros seis para a fase de dilatação e parto, consulta externa com 40 gabinetes, serviço de urgência com áreas funcionais autónomas de adultos, crianças, traumatizadas e emergência, imagiologia com TAC e ressonância, fisioterapia com piscina, restaurante, capela, lojas e outros.

O objectivo traçado pelo Hospital da Trofa passa pela construção de um hospital que vá ao encontro de "um novo conceito de medicina centrada no doente”, um projecto de saúde privada inovador, “que se pretende afirmar como uma verdadeira e completa alternativa ao sistema público”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Exame auditivo neonatal é indispensável na prevenção da surdez profunda

A melhor forma de combater a surdez profunda passa pela realização de um teste auditivo neonatal universal, tal como hoje se faz com o teste do pezinho, que permita detectar precocemente bebés com problemas auditivos graves, pois só assim será possível conseguir uma reabilitação rápida e efectiva. A sugestão parte de um estudo sobre a reabilitação da criança surda, apresentado hoje na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

De acordo com o antigo responsável pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), Rui Nunes, "o processo não é dispendioso e permitiria ao Estado poupar os tratamentos mais onerosos e menos eficazes inerentes à detecção tardia da surdez profunda infantil e garantir uma melhor inserção social destas crianças".

O estudo, desenvolvido pela FMUP, através do seu Serviço de Bioética (dirigido por Rui Nunes) e com o apoio do Serviço Nacional de Reabilitação, concluiu que as crianças surdas que frequentam a escola normal estão em desvantagem relativamente às que estudam em escolas especiais. Para Rui Nunes, "esta conclusão aponta para a necessidade de efectuar uma revisão a nível da política do Ministério da Saúde quanto aos exames neonatais e para a urgência de apostar no ensino especial, que se revela muito mais eficaz para o desenvolvimento das crianças surdas, que nos últimos anos tem estado em declínio".

Em análise estiveram dois grupos de crianças surdas com idades compreendidas entre os seis e os 12 anos, sendo que um dos grupos estava integrado no ensino normal e o outro no ensino especial bilingue, onde é ensinada a língua gestual a par da língua portuguesa escrita. Os resultados apresentados pelas crianças integradas no ensino normal são mais fracos ao nível da comunicação, integração social e capacidade associativa e cognitiva, quando comparadas com as crianças surdas integradas no ensino bilingue.

Por outro lado, o estudo revelou também que a falta de uma língua impede estas crianças de compreenderem o que as rodeia, de comunicarem eficazmente e de socializar, o que compromete o seu desenvolvimento e as pode deixar frustradas e ansiosas. Em contrapartida as crianças que são inseridas em escolas bilingues e que dominam a língua gestual vivem mais calmas e mais seguras, estão mais aptas a explorar o meio e a estabelecer relações com os outros e, por isso, desenvolvem-se mais eficientemente.

Para além dos excelentes resultados apresentados pelas crianças em ensino bilingue, o estudo mostrou também que a aprendizagem da língua gestual deve ocorrer o mais prematuramente possível, pois as crianças que iniciaram a aprendizagem da língua gestual com três anos de idade ou menos, obtiveram os melhores resultados.

Rui Nunes propõe que se criem escolas próprias, que integrem surdos e ouvintes, mas que possuam ensino bilingue, que garantem resultados muito melhores para o desenvolvimento de crianças com surdez, contrariamente ao que acontece no sistema educativo português, que integra as crianças surdas nas escolas convencionais, apesar destas não responderem às necessidades comunicativas dos alunos surdos.

"São pessoas com pouca capacidade de reivindicação, pelo que nos cabe a nós intervir junto das autoridades governamentais, chamando a atenção para estas questões”, conclui Rui Nunes que pretende apresentar as conclusões deste estudo aos ministérios da Saúde e da Educação.

A surdez profunda atinge um em cada mil nascimentos e resulta essencialmente de factores genéticos ou da prematuridade do bebé. Em Portugal existem 35 mil surdos profundos e 135 mil pessoas afectadas por deficiências auditivas.

Inês de Matos

Fonte: Lusa
Contra malária, sida e tuberculose
Deputados exortam Governo a aderir à UNITAID


A Assembleia da República recomendou ao Governo, de forma unânime, que inicie o processo de adesão à UNITAID, organismo que mobiliza esforços para diminuir o custo dos medicamentos para países pobres, declarou ontem o deputado do PSD José Luís Arnaut.

A Facilidade Internacional para a Compra de Medicamentos (UNITAID, na sigla em inglês) foi lançada em Setembro de 2006, à margem da Assembleia-Geral da ONU, por França, Brasil, Reino Unido, Noruega e Chile, com vista a reduzir os preços dos medicamentos para o combate à malária, à tuberculose e à sida nos países pobres e com maiores dificuldades na aquisição daqueles fármacos. Desde a sua criação mais de 34 países iniciaram o processo de adesão ao organismo, que estipula que “pelo menos 85 por cento dos fundos disponíveis sejam atribuídos a países de baixo rendimento”, e que colabora com organizações como a Organização Mundial de Saúde, o Fundo Global ou a Fundação Clinton.
Arnaut disse que “a Assembleia da República solidarizou-se unanimemente com os objectivos desta causa e deu um claro sinal da sua atenção e do seu empenho na ajuda da resolução dos problemas de saúde pública. Cabe ao Governo ponderar a adesão à UNITAID, através do modelo que considerar mais adequado à realidade jurídica e económica do País”. O orçamento da UNITAID para 2007 ultrapassa os 300 milhões de dólares, estimando-se que em 2009 exceda os 500 milhões, graças a uma crescente adesão à iniciativa.
Estima-se que actualmente 40 milhões de pessoas no mundo estejam infectadas com o HIV (2,3 milhões com menos de 15 anos) e que dos seis milhões de doentes que necessitam de medicamentos urgentes apenas um milhão consiga aceder aos tratamentos adequados. Segundo a UNITAID, a malária provoca um a três milhões de mortes por ano (um óbito infantil a cada 30 segundos em África). A tuberculose mata dois milhões de pessoas por ano, “quando podia ser prevenida e tratada em seis meses”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Governo nigeriano suspende processo contra a Pfizer

Acusação pretende acrescentar novas provas

O governo nigeriano decidiu protelar o processo contra a farmacêutica norte-americana Pfizer acerca de um ensaio com Trovan Floxacin levado a cabo, em 1996, naquele país e que alegadamente terá causado a morte a 11 crianças. O julgamento, que será realizado em Abuja, capital da Nigéria, deveria estar prestes começar, porém foi adiado para que se adicionassem novos dados ao processo.

A acusação pede uma indemnização no valor de 5,06 mil milhões de euros (7 mil milhões de dólares norte-americanos) ao laboratório, alegando que a Pfizer utilizou como pretexto uma campanha de solidariedade que se destinava a combater uma epidemia de meningite e sarampo para realizar testes que envolviam o novo medicamento do grupo. O governo da Nigéria diz agora ter tido acesso a novas provas pretendendo construir um caso ainda mais sólido contra a farmacêutica.

De acordo com Babatunde Irukera, um dos advogados do governo nigeriano, a acusação terá tido acesso a provas que indicam que a Pfizer cometeu uma fraude ao administrar o fármaco. O novo processo judicial deverá incluir esses materiais que permitirão esclarecer alguns dos argumentos iniciais apresentados pelo governo.

A Pfizer mantém a sua versão original sobre o assunto, negando todas as acusações e garantindo que obteve aprovação do governo local e das entidades internacionais para realizar o ensaio clínico utilizando o referido medicamento que, segundo afirma, ajudou a salvar vidas. Os responsáveis da empresa garantem que todos os requisitos éticos foram tidos em conta na aplicação do tratamento e “em conformidade com o compromisso da companhia para com a segurança dos doentes”.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, CNN Money.

Novartis quer liderar mercado de vacinas

O laboratório suíço Novartis tem planos para investir mais de 1,4 mil milhões de euros durante os próximos cinco anos, de forma a incrementar o seu sector de vacinas, tornando-se numa das três farmacêuticas de topo, nesse âmbito, a nível mundial.

Durante uma reunião no centro de investigação de Siena, em Itália, o director executivo do departamento de vacinas e diagnósticos da empresa, Jörg Reinhardt, anunciou ter intenções de colocar aquela unidade na liderança mundial ao nível de vacinas para a meningite. Reinhardt vai mais longe, e diz mesmo ter ambições de tornar a Novartis numa das duas produtoras de topo no ramo das vacinas da gripe e vacinas do viajante, até 2012, noticia o Financial Times.

A venda de vacinas rendeu à Novartis perto de 600 milhões de euros, em 2006, valor que deverá ascender aos 723 milhões de euros no final deste ano, segundo as previsões avançadas pelo responsável. O ranking actual relativo aos líderes de mercado no campo das vacinas coloca a Novartis atrás da Sanofi-Aventis, da GlaxoSmithkline, da Merck e da Wyeth.

Marta Bilro

Fonte: Financial Times, MSNBC, Hemscott.

Limitar a actividade da insulina pode ser chave a para a longevidade

Restringir a exposição do cérebro à insulina, mantendo um peso saudável, pode ser o segredo para uma vida mais longa, afirmam cientistas norte-americanos. Um estudo realizado com ratos revelou que reduzir os sinais de insulina no interior das células cerebrais aumenta a esperança média de vida.

A insulina é uma hormona hipoglicemiante segregada pelo pâncreas que ajuda o organismo a regular a utilização de açúcar necessário ao funcionamento das células. De acordo com o estudo publicado pela revista “Science”, um estilo de vida saudável e o baixo peso reduzem os níveis de insulina, podendo, por isso, prolongar a esperança média de vida. A comprovar-se esta descoberta, a insulina será apenas um entre muitos factores, como é o caso dos genes, a influenciar a longevidade.

Investigações anteriores realizadas em minhocas e moscas da fruta indicaram que a redução da actividade da hormona insulina pode aumentar a esperança média de vida. Este novo estudo analisou a actuação da proteína IRS2, responsável pela transmissão dos sinais da insulina ao cérebro. Os especialistas observaram que os roedores que possuíam metade da quantidade normal desta proteína no organismo aumentaram a longevidade em 18 por cento.

Os animais geneticamente modificados conseguiram prolongar a esperança de vida porque o surgimento de doenças letais, como o cancro e os problemas cardiovasculares, estavam a ser adiados devido à redução do sinal de insulina no cérebro e apesar dos níveis de insulina a circular serem elevados, explicaram os cientistas.

Segundo Morris White, director do laboratório de Boston no qual decorreu a pesquisa, a descoberta poderá ajudar a explicar porque é que as dietas equilibradas e o exercício são tão benéficos para o organismo. Os investigadores acreditam que, no futuro, possam ser desenvolvidos medicamentos redutores da actividade da proteína IRS2 que surtam o mesmo efeito, apesar de terem de actuar especificamente ao nível do cérebro.

Marta Bilro

Fonte: Channel4, BBC News, Portal da Saúde.

Galapagos recebe pagamento no âmbito da parceria com a Boehringer Ingelheim


A empresa belga de biotecnologia Galapagos anunciou que a sua divisão BioFocus DPI terá recebido um pagamento da farmacêutica Boehringer Ingelheim relativo a uma colaboração de investigação no âmbito de uma descoberta auto-imunológica.

A Galapagos obteve uma comissão adiantada e deverá continuar a receber fundos relativos à investigação e desenvolvimento, incluindo o montante que será pago logo que sejam preenchidos determinados critérios relativos à descoberta do medicamento. De acordo coma empresa, o valor total do contrato poderá exceder os 2 milhões de euros.

O acordo de colaboração, com um prazo de duração de três anos, teve início em Janeiro de 2006 e envolve a expansão do SilenceSelect sh-RNA da BioFocus DPI, baseado num conjunto de genes que envolve o desenvolvimento de um exame celular delicado no campo das doenças auto-imunes e a sua aplicação duma descoberta alvo para a investigação auto-imune da farmacêutica alemã.

“Estamos muito satisfeitos pelo progresso da cooperação com a Boehringer Ingelheim ter evoluído da forma como estava planead e por continuar bem encaminhado”, afirmou Onno van de Stolpe, directo executivo da Galapagos.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, Euronext.

Celsentri recebe parecer positivo do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) recomendou a aprovação do Celsentri (maraviroc) na União Europeia, um bloqueador do co-receptor CCR5 indicado no tratamento de doentes infectados com HIV-1.

O parecer positivo deverá ser avaliado pela Comissão Europeia, que poderá divulgar a decisão final dentro dos próximos meses, avançou a Pfizer, farmacêutica responsável pela produção do medicamento.

Ao contrário da maioria dos tratamentos actualmente disponíveis, o Celsentri não ataca directamente o HIV, mas bloqueia o vírus impedindo-o de entrar nas células. Caso seja aprovado, o fármaco deverá ser maioritariamente utilizado por pacientes que deixaram de reagir aos tratamentos convencionais anti-HIV.

A substância foi aprovada em Abril pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA).

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, PR Newswire.

Wyeth cresce 13% no segundo trimestre de 2007

Os resultados líquidos da farmacêutica Wyeth aumentaram 13 por cento no segundo trimestre do ano. Este crescimento fica a dever-se, principalmente, às vendas do Enbrel (Etanercept), indicado no tratamento da artrite reumatóide, e do Prevnar, uma vacina pneumocócica conjugada, um factor que leva o laboratório norte-americano a aumentar as previsões para 2007.

De acordo com os dados revelados pela empresa, os resultados líquidos da Wyeth atingiram os 870 milhões de euros, ou 63 cêntimos por acção, dos 768,7 milhões, ou 57 cêntimos por acção, registados no mesmo período do ano anterior. Excluindo a contabilização de algumas iniciativas de produtividade, os resultados líquidos teriam chegado aos 899 milhões de euros, ou 65 cêntimos por acção.

Por sua vez, a inclusão do Prevnar e do Enbrel nos programas de imunização europeus, e o sucesso de vendas do Enbrel fora dos Estados Unidos da América (EUA), fizeram subir as receitas do laboratório norte-americano em 9,5 por cento, para os 4 mil milhões de euros. Os ganhos ajudaram a Wyeth a aumentar os lucros à medida que começa a empenhar-se nas campanhas de promoção do Lybrel e do Torisel e enquanto espera aprovação de três novos produtos.

“Tivemos um excelente primeiro semestre e estamos ansiosos por registar um óptimo ano”, salientou o director executivo da empresa Robert Essner. As receitas relativas aos medicamentos prescritos subiram 11 por cento, para os 3,45 mil milhões de euros. As vendas do Enbrel aumentaram 37 por cento, enquanto as do Prevnar não ultrapassaram os 22 por cento.

A empresa prevê um lucro anual na ordem dos 2,52 mil milhões de euros, ou 2,58 euros por acção, um pouco acima da previsão anterior que apontava para os 2,47 mil milhões de euros, ou 2,53 euros por acção.

Segundo afirmou o presidente da Wyeth, Bernard Poussot, a empresa espera lançar sete novos contraceptivos hormonais nos próximos 18 meses. Os primeiros deverão ser o Lybrel, uma pílula anticontraceptiva que permite que as mulheres deixem de ter o período menstrual, e o Torisel, para um tipo de cancro renal. No final do ano, a Wyeth deverá obter aprovação da entidade reguladora dos EUA para o Pristiq, para o Viviant, um medicamento que previne a perda de densidade óssea na menopausa, e do bifeprunox para o tratamento da esquizofrenia.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, Forbes.