quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Hospital da Força Aérea recebe Pneumobil contra a DPOC
O Hospital da Força Aérea, localizado no Paço do Lumiar, em Lisboa, vai receber, nos dias 6 e 7 de Setembro, o Pneumobil, uma unidade móvel, equipada com os recursos técnicos e humanos necessários para realização de espirometrias, exame que permite o rastreio à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). A iniciativa é promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pelo GOLD (Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) e tem como principal objectivo alertar e prevenir a população.
O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, foi a primeira unidade de saúde a receber o projecto, no passado dia 17 de Maio. Desde então, o Pneumobil já percorreu o pais, promovendo rastreios gratuitos à DPOC para pessoas com mais de 40 anos, fumadores e ex-fumadores, entre as 9h00 e as 18h00.
Cerca de 500 mil portugueses sofrem de DPOC, uma doença fatal que é já a sexta causa de morte em Portugal, estimando-se que em 2020 seja a terceira causa de morte em todo o mundo. Devido à gravidade da situação, o GOLD encontra-se já a desenvolver um estudo internacional para avaliar os factores de risco e a incidência da doença.
O estudo internacional, denominado Burden of Lung Disease, deverá representar também a realidade portuguesa, possibilitando assim um conhecimento mais aprofundado da realidade nacional, no que toca ao conhecimento da incidência da doença.
A DPOC é uma doença crónica e silenciosa, altamente incapacitante, cujos principais sintomas traduzem-se essencialmente por limitações na fluidez respiratória, dispneia ou falta de ar, tosse e aumento da produção de expectoração. Normalmente este tipo de sintomas manifestam-se apenas numa fase avançada da doença, contudo, se o diagnóstico for feito atempadamente, é possível travar o seu desenvolvimento.
Esta patologia afecta sobretudo indivíduos com mais de 40 anos de idade e surge geralmente associada a hábitos tabágicos, sendo estimado que cerca de 20 por cento dos fumadores vão sofrer de DPOC.
Inês de Matos
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Técnica pioneira previne cancro do esófago
O Hospital Universitário de Vall d’Hebron, principal complexo hospitalar da Catalunha e um dos maiores de toda a Espanha, é também pioneiro a nível europeu na utilização de uma inovadora técnica endoscópica destinada a prevenir o surgimento do cancro do esófago e a tratar outras doenças gastroenterológicas. A nova metodologia terapêutica foi baptizada com a designação de «Halo» e consiste numa ablação caracterizada por eliminação da “capa” do tecido esofásico afectado pelo tumor, de modo uniforme e controlado, permitindo a substituição e a regeneração da área tumorada por novas células saudáveis. A nova técnica não pressupõe qualquer incisão nem obriga ao internamento do paciente.
Os tumores benignos do esófago são muito raros e os cancros, espinocelulares ou escamosos, também não têm prevalência significativa em Portugal, acontecendo quase sempre em doentes com mais de 60 anos de idade. Mais frequente nos alcoólicos e nos fumadores, em indivíduos que sofrem de estenose (aperto) do esófago, causada pela ingestão de cáusticos, nos doentes de acalásia e com esófago de Barrett, é um tumor bastante comum no Irão, na China, na África do Sul e em Moçambique. Pensa-se que deficiências alimentares e eventuais contaminações dos alimentos por fungos possam estar na origem da variação geográfica. O cancro do esófago manifesta-se normalmente pela dificuldade em deglutir os alimentos (disfagia), barrados antes de chegar ao estômago, pela perda de peso, pela dor no peito e por uma regurgitação do que é ingerido.
Carla Teixeira
Fonte: AZ Prensa, GastroAlgarve
Fármaco experimental nebivolol demonstra reduzir a pressão sanguínea
Neste ensaio, os 909 pacientes com hipertensão receberam uma de seis doses do nebivolol (um bloqueador selectivo de beta-1 com propriedades vasodilatadoras), ou placebo, uma vez por dia durante 12 semanas. O nebivolol em doses de 1,25 a 20 miligramas uma vez por dia reduziu significantemente a pressão sanguínea, sem afectar de forma adversa os níveis de glucose no sangue. Os resultado do ensaio foram publicados na edição deste mês da “Journal of Clinical Hypertension”.
Actualmente, a FDA está a rever o nebivolol e a Forest espera uma decisão no dia 1 de Novembro. O analista da Jefferies & Co., David Windley, estima que o fármaco, caso seja aprovado nos Estados Unidos, possa atingir um pico anual de vendas de aproximadamente 200 milhões de dólares. O produto já é comercializado para a hipertensão em mais de 50 países fora da América do Norte. A Forest poderá apresentar posteriormente uma candidatura para o nebivolol ser utilizado em pacientes com doença cardíaca.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg
Shire e Noven retiram voluntariamente alguns lotes de adesivos Daytrana do mercado americano
Estima-se que os custos envolvidos nesta acção de retirar o produto do mercado sejam entre os 4 milhões e os 6 milhões de dólares, afectando cerca de 30 000 adesivos. Segundo o porta-voz da Shire, Souheil Salah, a companhia irá operar conjuntamente com médicos, farmacêuticos e pacientes para reaver essas embalagens.
Contudo, todos os adesivos Daytrana, incluindo os que fazem parte dos lotes a ser retirados, podem continuar a ser utilizados, a não ser que a película protectora não possa ser removida, ou no caso dos adesivos ficarem danificados ao tentar retirá-la.
Este adesivo, somente disponível nos Estados Unidos, administra o estimulante metilfenidato, que também está presente na Ritalina, através da pele, para reduzir os sintomas do distúrbio de deficiência de atenção com hiperactividade nas crianças. O Daytrana gerou vendas de 19,9 milhões de dólares no segundo trimestre.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, www.shire.com
Cancro da tiróide: Incidência aumentou 200% em dez anos
A doença registou, na última década, um aumento na incidência de 200 por cento, sendo responsável por 2 por cento de todos os casos de cancro a nível mundial. Manuel Sobrinho Simões, chefe do sector de patologia do Hospital da Universidade de Porto e um dos cerca de 1.500 especialistas presentes, acredita que esse aumento no número de casos está relacionado com a falta de consultas médicas preventivas que é um hábito apenas em países europeus. A detecção precoce dos nódulos através da palpação da tiróide ou a realização de um exame ultrassonográfico representam um papel fundamental na cura.
O responsável salienta ainda o caso das mulheres que, estando cinco vezes mais propensas a este tipo de cancro, poderiam evitar a doença através de exames hormonais requisitados pelo ginecologista. “Numa simples consulta o médico ginecologista além de pedir exames para detectar o cancro de mama e do colo de útero deve solicitar também exames de taxas hormonais. São procedimentos simples que podem auxiliar na descoberta precoce da doença”, defende Sobrinho Simões.
O congresso, que teve início segunda-feira (3 de Setembro) e se prolonga até amanhã (6 de Setembro), reúne cirurgiões, fisioterapeutas, endocrinologistas, oncologistas, dentistas e terapeutas da fala provenientes de vários países para debater a patologia, em especial as novas tecnologias para a retirada dos nódulos e o tratamento multidisciplinar da doença.
Marta Bilro
Fonte: Portal Fator Brasil.
REPORTAGEM
Um cancro em cada 20 homens examinados

À luz dos resultados de um estudo divulgado na última terça-feira na XXIX Reunião da Sociedade Internacional de Urologia, que decorreu em Paris, a combinação dos fármacos dutasterida e tansulosina demonstrou eficácia alargada no tratamento da hiperplasia benigna da próstata quando comparada com a monoterapia, motivando uma melhoria significativa do quadro sintomático dos doentes. No estudo CombAT estiveram envolvidos 4800 homens com sintomatologia grave a moderada de HBP, que foram medicados com Avodart (durasterida), um inibidor da 5-reductase (5ARi) desenvolvido e comercializado pela GlaxoSmithKline, e tansulosina, um bloqueador alfa-adrenergico. O objectivo primacial do estudo, com um programa calculado para dois anos, foi o de aferir a eficácia da dutasterida e da tansulosina em associação versus a monoterapia, e avaliar os benefícios em termos de sintomatologia”, mas o estudo ainda está em marcha, depois de aferidos estes primeiros dados, visando determinar, a quatro anos, a eficácia daquela terapêutica combinada na redução da progressão da HBP, da incidência de episódios de retenção urinária aguda e da diminuição da necessidade de cirurgia associada à HBP.
Ao terceiro mês do estudo pôde ser verificado pelos cientistas responsáveis pelo estudo um primeiro sinal da “superioridade do regime combinado” no que respeita à melhoria significativa dos sintomas do aparelho urinário, resultante da comparação com a dutasterida isoladamente. O mesmo viria a acontecer, ao nono mês, no que toca à comparação com a tansulosina, também isoladamente. Os dois benefícios apurados mantiveram-se constantes até final da primeira fase do estudo CombAT, que demonstrou ainda, segundo os investigadores, que “a dutasterida é o unico 5ARi que condiciona uma redução dos sintomas mais consistente, se comparada com a tansulosina (bloqueador alfa), durante os dois anos de tratamento. Segundo os especialistas, os efeitos secundários decorrentes do prosseguimento do estudo “foram os esperados tendo em conta o perfil farmacológico das terapêuticas usadas em monoterapia. A incidência global de recções adversas e de efeitos colaterais graves foi idêntica nos três grupos de tratamento.
Braquiterapia
A mortalidade associada ao cancro da próstata tem vindo a aumentar no contexto europeu desde a década de 1980, e em Portugal é a segunda doença oncológica mais frequente nos homens, afectando cerca de 30 por cento daquela população com mais de 50 anos. Na Europa é diagnosticado um cancro da próstata em cada 20 homens rastreados, com uma cadência de três minutos entre cada sentença, e a cada seis minutos há uma vítima mortal da doença. O Hospital do Desterro, em Lisboa, realizou em 2004 um estudo que levou à identificação de tumores malignos em 43 pacientes, de um total de 828 rastreados. Foi aquela a primeira unidade de saúde pública portuguesa a disponibilizar o tratamento por braquiterapia, que além de evitar um longo período de hospitalização permite aos doentes uma recuperação mais rápida, mais cómoda e com menor custo.
Desde 2003 o Hospital do Desterro realizou centenas de intervenções cirúrgicas de braquiterapia, que consiste na implantação na próstata, mediante o uso de agulhas, de pequenas sementes radioactivas, que libertam altas doses de radiação. Durante o processo o médico é guiado por ultra-sons, a fim de posicionar adequadamente a emissão de radiações, que causam menor dano às células circundantes e actuam durante semanas ou meses sem necessidade de serem removidas. Com recurso a este tratamento os efeitos secundários associados à remoção da próstata, como a impotência sexual ou a incontinência, são muito reduzidos. De entre as técnicas de braquiterapia existentes actualmente em Portugal, aquela que se tem generalizado mais, pela sua relativa simplicidade, baixa taxa de complicações e reduzido tempo de internamento, é o implante permanente das pequenas sementes de Iodo-125. O procedimento é seguro, dada a relativamente baixa actividade e energia das partículas emitidas.
Dia da Próstata
Do vasto rol de actividades desenvolvidas pela Associação Portuguesa de Urologia faz parte a celebração anual do Dia Europeu das Doenças da Próstata, sempre ao dia 15 de Setembro. O objectivo desta jornada prende-se essencialmente com uma aposta na sensibilização dos profissionais de saúde e das populações para dados importantes como a prevalência das doenças da próstata e a forma de as evitar. A associação realiza habitualmente uma conferência de imprensa na véspera, e este ano não é excepção, estando o encontro marcado para a sede da APU em Lisboa. No encontro serão transmitidos alguns números actualizados e as informações de maior relevância sobre as patologias da próstata, que serão depois acompanhadas por campanhas nos vários meios de Comunicação Social, além da distribuição de cartazes e folhetos informativos nos centros de saúde, nos hospitais e na rede nacional de farmácias.
Carla Teixeira
Fonte: Estudo CombAT, Associação Portuguesa de Urologia, Agência Lusa, «Diário de Notícias», Jasfarma
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Número de jovens bipolares aumentou 40 vezes na última década
Os investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, liderados por Mark Olfson, e o Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova Iorque compararam os números dos anos entre 1994-1995 e 2002-2003, com base em consultas que culminaram em diagnósticos de desordem bipolar, em jovens até aos 19 anos. A conclusão mostrou que em 1994-1995 o número de casos numa população de 100 mil pessoas era de 25, enquanto que em 2002-2003 a realidade mostrava um aumento da incidência da doença superior a 40 vezes, com 1003 casos, em cada 100 mil indivíduos.
Como justificação para o aumento exponencial do número de casos, os especialistas apontam a subdiagnosticação da doença, que só recentemente foi completamente reconhecida, registando-se apenas agora a rectificação do problema. Por outro lado, este súbito reconhecimento da doença pode ser também um problema, pois os diagnósticos que estão agora a ser feitos podem ser exagerados. No entanto, os investigadores reclamam que"sem testes independentes dos diagnósticos sistemáticos, não conseguimos escolher com confiança uma destas hipóteses".
Na maioria dos casos os pacientes são medicados com fármacos psicotrópicos, como estabilizadores de humor, antipsicóticos e antidepressivos. Mas os cientistas têm duvidas sobre os benefícios deste tipo de medicamentos e alertam que "é urgente" avaliar a eficácia e segurança destas drogas.
Inês de Matos
Fonte: Jornal de Noticias
Vacina contra a gastroenterite infantil demonstra eficácia de quase 100 por cento
A avaliação dos resultados esteve a cabo de um estudo europeu sobre a eficácia de rotavirus e testes de segurança (REST), que concluiu que a vacina oral pentavalente contra o rotavírus é eficaz em 98 por cento dos casos, prevenindo a evolução para estados mais graves da doença, nas duas estações após a vacinação.
Na análise foram avaliados mais de trinta mil lactentes europeus e verificou-se que a administração da vacina proporcionou a diminuição de 95 por cento das hospitalizações e consultas de urgência, diminuindo ainda em 87 por cento as consultas médicas.
Devido ao excelente desempenho da vacina e à sua eficácia e segurança, a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) anunciou, no início de Agosto, a sua intenção de emitir em breve recomendações sobre o uso da vacina. Fernanda Rodrigues, da secção de Infecciologia Pediátrica da SPP, admite que estas vacinas “são eficazes”, ainda que os tipos de rotavírus em circulação tenham uma variação local e temporal, adiantando ainda que “estão já programados estudos epidemiológicos a nível nacional que permitam avaliar a situação no país e monitorizar a eficácia da vacina".
"O rotavírus é o agente causal mais frequentemente implicado e as gastroenterites agudas provocadas por este vírus têm um importante impacto nos sistemas de saúde e nas famílias. Em 2006 foram aprovadas para utilização duas vacinas contra este vírus, eficazes e seguras para os tipos de rotavírus mais frequentemente encontrados", defende Fernanda Rodrigues.
Para a pediatra Filipa Prata, do Hospital de Santa Maria (Lisboa), a questão que se põe agora prende-se com a relação custo/beneficio da vacina, “para que as comissões técnicas possam avaliar a sua possível integração no Plano Nacional de Vacinação". Todavia, para a pediatra esta não é uma prioridade, pois existem “outras vacinas importantes como a vacina pneumocócica conjugada (mais conhecida pelo nome comercial Prevenar para evitar septicemia, meningite ou pneumonia bacteriemica) ou a indicada para o Papilomavírus Humano (que provoca o cancro do colo do útero)".
O que se torna imperativo é pois que os pais tenham consciência que “a gastroentrite pediátrica existe, que há uma vacina eficaz e que é a única medida através da qual se pode diminuir a morbilidade associada à doença", considera Filipa Prata.
A vacina contra o rotavírus deve ser administrada até às 26 semanas, registando-se a incidência da gastroenterite abaixo dos cinco anos, mas o seu pico regista-se entre os seis e os 24 meses. Em Portugal, estão disponíveis duas vacinas cujo custo varia entre os 160 (duas doses) e os 170 euros (três doses).
A infecção, cujos principais sintomas são diarreia aquosa, vómitos, febre e dor abdominal, provoca cerca de meio milhão de mortes todos os anos em crianças com menos de cinco anos.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
AVC: Bayer estuda benefícios de toma diária de aspirina
A investigação está a ser levada a cabo em cinco países - Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA) - e pretende analisar os efeitos da ingestão de uma dose diária de aspirina na redução da ocorrência de ataques cardíacos em fase inicial, fatais e não fatais, e de AVC em pacientes em risco moderado.
“Esperamos expandir significativamente o já consistente conjunto de provas que sustentam a utilização da aspirina na prevenção primária de episódios cardiovasculares – desta vez numa população de indivíduos com risco moderado”, afirmou Michael Gaziano, do “Brigham and Women's Hospital”, em Boston, nos EUA, e presidente do comité que fiscaliza o estudo.
O facto de este ser um dos maiores ensaios clínicos a avaliar os efeitos da aspirina na prevenção de episódios cardiovasculares faz com que “o recrutamento dos doentes apropriados em diversos países” seja um dos ingredientes essenciais de sucesso para a investigação, salienta a farmacêutica responsável.
Os dados da Organização Mundial de saúde são conta de números alarmantes no que toca às doenças do coração e aos AVC, identificando-os como as principais causas de morte a nível mundial, responsáveis por 17,5 milhões, ou 30 por cento, das mortes anuais. Para além disso, “os encargos financeiros associados são enormes”, afirma a Bayer, dado que só a União Europeia gastou, em 2006, 169 mil milhões de euros em despesas anuais associadas às doenças cardiovasculares.
Marta Bilro
Fonte: Pharma Times.
AstraZeneca vai ter Unidade de Farmacologia Clínica na China
O novo projecto dá ao laboratório a possibilidade de aumentar as capacidades de investigação clínica no local e acelerar o acesso a novos medicamentos que possam beneficiar os pacientes chineses. A unidade deverá centrar-se na realização de ensaios clínicos de Fase I, incluindo a análise das evoluções ao nível da farmacologia clínica e da segurança, passos essenciais para o lançamento de um novo medicamento no mercado chinês.
Segundo os termos do acordo, a AstraZeneca vai proporcionar formação de pessoal em auditoria de sistemas e serviços de consultadoria aos profissionais do 3rd Hospital da Universidade de Pequim. Para além disso, a empresa deverá também investir na actualização das instalações, alterações necessárias para a investigação clínica de fármacos destinados ao tratamento de infecções, da diabetes e doenças cardiovasculares.
Esta parceria vai permitir à AstraZeneca expandir a capacidade de investigação ao nível dos ensaios clínicos de primeira fase para as empresas locais de farmacologia clínica, proporcionando à China a oportunidade de desenvolver o sector da investigação e desenvolvimento através do contacto directo e da troca de experiências entre profissionais.
Marta Bilro
Fonte: Market Watch.
Atriance aprovado na Europa
Como tinha sido noticiado no farmacia.com.pt, no dia 27 de Junho, a EMEA já tinha emitido uma opinião positiva relativamente ao Atriance. A aprovação deste fármaco da GlaxoSmithKline baseou-se nos dados de dois ensaios fundamentais de Fase II. Num dos estudos, seis pessoas de um subgrupo de 28 pacientes adultos, com recaída ou persistência das doenças, apresentaram uma resposta completa com ou sem restauração dos níveis normais de células do sangue, enquanto que um recebeu um transplante de células estaminais.
Esta aprovação por parte da CE tem como resultado uma autorização de comercialização única com rotulagem unificada que é imediatamente válida em todos os 27 Estados-Membros, bem como licenças nacionais idênticas normalmente emitidas na Noruega, Islândia e Liechtenstein.
Segundo o Professor Dieter Hoelzer, da Universidade J.W.Goethe, na Alemanha, esta é uma aprovação importante e significativa para os pacientes afectados e para os seus médicos em toda a Europa. A nelarabina pode oferecer uma oportunidade valiosa para pacientes com poucas opções, para avançarem para um tratamento potencialmente curativo. Muitas terapias que são actualmente utilizadas são combinações de fármacos citotóxicos que têm uma elevada taxa de toxicidade. A nelarabina administrada sem ser conjugada com outros fármacos tem demonstrado ser activa e com um perfil previsível de efeitos secundários, e a forma como é administrada permite a alguns pacientes voltar a casa entre os ciclos de tratamento.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.gsk.com
Schering-Plough adquire licença de fármaco experimental de acadesina
A Schering-Plough adquiriu a licença mundial de desenvolvimento e comercialização relativa à acadesina, um agente regulador da adenosina (ARA), um novo princípio activo da propriedade da PeriCor Therapeutics. Contudo, os valores envolvidos na transacção não foram revelados.
Actualmente, a acadesina está a ser investigada em ensaios clínicos de Fase III como uma infusão intravenosa, para a prevenção de resultados cardiovasculares e cerebrovasculares adversos que possam ocorrer como complicações associadas a isquemia/reperfusão, em pacientes submetidos a uma cirurgia de derivação coronária (bypass coronário) de tipo cardiopulmonar. Esta grave complicação põe em risco a vida dos pacientes submetidos a este tipo de intervenção cirúrgica, não existindo ainda um tratamento.
Ainda que esta técnica tenha melhorado, tendo-se assim reduzido a morbilidade e mortalidade associadas, as complicações que advêm deste procedimento, como a isquemia por derrame, são ainda muito elevadas. Segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Cardíaca, nos 30 dias após a intervenção existe um risco de 13,4 por cento de apresentar complicações mais graves e inclusive risco de morte.
A acadesina tem sido estudada em ensaios controlados por placebo que incluíram mais de 4 000 pacientes. A Schering-Plough irá conduzir ainda outro ensaio de Fase III, randomizado e controlado por placebo, uma vez que é necessário para obter aprovação. Um agente como a acadesina, que demonstrou reduzir as complicações cirúrgicas como AVC, falha cardíaca e morte, que podem surgir na cirurgia coronária, irá representar uma grande contribuição para o bem-estar dos pacientes, assim como também ajudará a reduzir os custos em cuidados de saúde.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.pericortherapeutics.com
Xoma concede licença de tecnologia de anticorpos à Pfizer
Segundo os termos do acordo, a Xoma irá receber um pagamento adiantado por inteiro, de 30 milhões de dólares em dinheiro, e outros pagamentos relativos a regalias, e ainda quando forem atingidos objectivos decorrentes das vendas de todos os produtos envolvidos neste acordo, incluindo os produtos que estão actualmente nas fases finais de desenvolvimento clínico. A tecnologia de expressão da célula bacteriana é utilizada para descobrir e monitorar, assim como para desenvolver e fabricar, anticorpos recombinantes para uso comercial.
Isabel Marques
Fontes: PMFarma, www.xoma.com
Suboxone bloqueia efeito da heroína
Já se encontra disponível no mercado farmacêutico português, e pode ser administrado em adultos e crianças com mais de 15 anos de idade, no tratamento da dependência da heroína. O Suboxone, medicamento que tem como princípios activos a buprenorfina e a naloxona, recebeu do Infarmed a comparticipação no escalão C (37 por cento), e revela como maior benefício face às alternativas terapêuticas para aqueles doentes o facto de permitir uma maior autonomia no tratamento, que pode ser feito em casa, de forma a dar aos pacientes um elevado grau de reintegração social e laboral.
Como a metadona, também o Suboxone age como substituto de heroína, uma vez que combina a buprenorfina, um agonista opiáceo, com a naxolona, um antagonista opiáceo ministrado em caso de sobredosagem, mas apresenta como principal vantagem o facto de não obrigar o doente a deslocar-se a ao consultório médico ou centro de atendimento de toxicodependentes para fazer a sua administração. A buprenorfina era utilizada como terapia de substituição em regime de monoterapia, sob a designação de Subutex. Serve de alternativa à metadona, visto que permite uma desabituação mais fácil. Depois de ter sido positivamente avaliado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) e de agora ter recebido o escalão C de comparticipação do Infarmed, o Suboxone deverá ser posto à venda em Portugal em finais deste mês ou meados do próximo, segundo informações entretanto avançadas ao jornal «Correio da Manhã» por Ana Nogueira, que representa o laboratório que comercializa o produto.
No nosso país a heroína surge ainda como a principal droga de consumo nos chamados contextos problemáticos, e entre 2005 e a actualidade, segundo números do Instituto da Droga e da Toxicodependência, aquela era a substância aditiva referida como consumo principal por 54 a 87 por cento dos utentes dos centros de reabilitação portugueses. Em declarações ao jornal o director do Centro de Acompanhamento de Toxicodependentes das Taipas, Luís Patrício, explicou que “a vantagem deste novo medicamento reside na impossibilidade de utilização indevida por via endovenosa, ao contrário da buprenorfina por si só”, acrescentando que na Finlândia, o único país europeu onde o Suboxone já foi testado, os médicos “não observaram diferenças ao nível de privação entre o fármaco e o anterior Subutex”. Ana Nogueira contrapõe, frisando que “a naloxona não é absorvida por via sublingual, e por isso não faz efeito. No entanto, segundo frisa a especialista, se os comprimidos forem injectados “produzem uma sensação de privação ou de ressaca, dissuadindo o uso indevido”.
No «Relatório europeu de avaliação público», a que o farmacia.com.pt teve acesso, os peritos do Comité dos Medicamentos de Uso Humano da EMEA dão conta de uma série de conclusões resultantes de estudos realizados com o novo fármaco, e explicam o que é, para que serve, que finalidade tem, como se usa, como foi estudado e por que razão foi aprovado. Assim, escrevem os especialistas, Suboxone é um novo medicamento que diz respeito a Comprimidos sublinguais brancos e hexagonais, contêm duas substâncias activas – buprenorfina e naloxona – e estão disponíveis em duas versões diferentes, de acordo com as dosagens: 2mg de buprenorfina e 0,5mg de naloxona ou 8mg da primeira e 2mg da segunda. Deverá ser utilizado por toxicodependentes que tenham concordado em submeter-se a tratamento com substitutos dos opiáceos que normalmente usam, de que se destacam a heroína e a morfina.
Indissociável da obrigatoriedade de apresentação de uma receita médica especial, a administração do Suboxone só está prevista em adultos e crianças de idade superior a 15 anos, e deverá ter lugar sempre sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de opiáceos, refere a EMEA. Os efeitos de medicamento foram testados em modelos experimentais, antes de serem usados em seres humanos, demonstrando que tem efeitos mais eficazes do que um placebo. Como riscos secundários eventuais, há a destacar insónias, obstipação, náuseas, suores, dores de cabeça e síndrome de abstinência. O Suboxone não deve também ser utilizado em pessoas que possam ser hipersensíveis à buprenorfina, à naloxona ou a qualquer outro dos outros componentes, nem em portadores de formas graves de insuficiência pulmonar ou hepática, intoxicação aguda pelo álcool ou delirium tremens provocado pela abstinência.
Carla Teixeira
Fonte: e-mail do Farmácia Press, «Correio da Manhã», «Relatório europeu de avaliação público» da EMEA
Economia e saúde em debate na Gulbenkian
De acordo com a organização, esta é uma oportunidade para confirmar o caminho percorrido pela Economia da saúde em Portugal durante os 20 anos que decorreram desde que foi fundada a APES. Pretende-se também dar a conhecer o trabalho de investigadores portugueses e estrangeiros no campo da análise económica dos sistemas de saúde e discutir assuntos que interessam a todos os profissionais do sector da saúde, académicos e sociedade em geral.
A conferência está aberta a todos os temas no âmbito da disciplina de Economia da Saúde, onde se incluem os estudos teóricos, aplicados ou casos que possam interessar a profissionais e académicos dentro ou fora do sector da saúde. A APES quer fomentar a partilha de ideias, experiências e resultados de investigação não apenas entre a comunidade de economistas da saúde mas também entre todos os que são responsáveis pelo desenvolvimento, articulação e implementação das políticas em saúde.
Entre os conferencistas estão Robert Evans, professor catedrático no Departamento de Economia da University of British Columbia e um dos mais reputados economistas da saúde a nível mundial; Michael Drummond, professor catedrático de Economia da Saúde e ex-director do Centre for Health Economics da Universidade de York; e Patricia Danzon, professora catedrática na Wharton School of Management, na Universidade da Pensilvânia, internacionalmente reconhecida nos domínios da prestação de cuidados de saúde, indústria farmacêutica, seguros e negligência médica.
O programa da conferência, bem como todos os detalhes sobre a participação no evento e o boletim de inscrição podem ser obtidos em www.es2007.org.
Marta Bilro
Fonte: Jasfarma, Associação Portuguesa de Economia da Saúde.
Taxotere benéfico no tratamento do cancro do pulmão de não pequenas células
Os dados da meta-análise, que envolveu a observação de dados individuais de pacientes, incluindo 2.867 doentes de sete ensaios clínicos, foram apresentados durante a 12º Conferência Mundial de Cancro do Pulmão, em Seul, na Coreia do Sul.
O Taxotere, um citotóxico que interfere com a tubulina, é o quarto medicamento mais bem sucedido do grupo francês. O medicamento encontra-se actualmente disponível no mercado europeu e norte-americano para o tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico.
Marta Bilro
Fonte: CNN Money, Pharma Times, Reuters, Infarmed.
UE aprova Arixtra no tratamento da síndrome coronária aguda
O medicamento era já utilizado na prevenção e tratamento de outro tipo de coágulos. A nova aprovação inclui a aplicação do fármaco no tratamento de dores no peito e em determinadas situações de ataque cardíaco.
A decisão da entidade reguladora europeia surge menos de três meses depois de ter sido emitido um parecer positivo por parte do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da EMEA para a utilização do Arixtra no tratamento da SCA.
De acordo com a farmcêutica britânica, durante os ensaios clínicos, o Arixtra demonstrou eficácia semelhante à do Lovenox (Enoxaparina sódica) produzido pela Sanofi-Aventis, quando administrado a pessoas com dores no peito instáveis e determinado tipo de ataques cardíacos, tendo sido associado a uma diminuição do risco de hemorragia e morte. Noutros casos, o fármaco apresentou uma eficácia superior ao tratamento habitual (heparina não fraccionada ou placebo) sem aumentar o risco de hemorragia.
As vendas do Arixtra renderam à GlaxoSmithkline perto de 86 milhões de euros em 2006. O Lovenox garantiu à Sanofi-Aventis vendas no valor de 2,4 mil milhões de euros.
O Arixtra está também a ser avaliado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos para o tratamento da SCA, porém ainda não foi proferida uma decisão final.
Marta Bilro
Fonte: Market Watch, Farmacia.com.pt.
Suboxone disponível no mercado português
Está disponível em Portugal a partir desta quarta-feira (5 de Setembro) um novo fármaco destinado a combater a dependência de heroína. O Suboxone, que obteve comparticipação no escalão C por parte da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tem como princípios activos a buprenorfina que, tal como a metadona, faz de substituto, e a naloxona, que pretende impedir o consumo incorrecto por via intravenosa.
O novo tratamento para heroinómanos é especialmente benéfico por permitir ao doente uma maior autonomia, uma vez que pode ser tomado em casa, contribuindo para a reintegração social e laboral do indivíduo, contrariamente à metadona, que obrigava a uma deslocação diária ao Centro de Atendimento de Toxicodependentes.
Aprovado em Maio pela União Europeia, o Suboxone aguardava apenas comparticipação financeira do Infarmed que decide agora incluí-lo no escalão C, o que, de acordo com o Artigo 150.º da alteração ao Decreto-Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, confere ao medicamento uma comparticipação do Estado de 37 por cento do preço de venda ao público.
O fármaco destina-se aos adultos e adolescentes portugueses, com mais de 15 anos de idade, que tenham concordado ser submetidos a tratamento da toxicodependência como substituição dos opiáceos que normalmente utilizam. Para além disso, é necessário que estejam também a receber apoio médico, social e psicológico.
A buprenorfina, um agonista/antagonista parcial opiáceo inibe a actuação da heroína, fazendo com que o doente deixe de ter necessidade de a consumir, já que esta não produz o efeito de euforia pretendido porque foi bloqueada pelo medicamento. Desta forma são evitados os sintomas de ressaca e a necessidade de consumo de heroína. Por sua vez, a naloxona, um antagonista dos receptores μ (mu)-opiáceos, administrada por via intravenosa a indivíduos com dependência de opiáceos induz efeitos antagonistas dos opiáceos marcados e abstinência dos opiáceos, impedindo desta forma o consumo incorrecto por via intravenosa.
O medicamento representa uma alternativa no tratamento dos cerca de um milhão de dependentes de opiáceos existentes nos países europeus, dos quais 70 por cento não recebem terapia. Os dados do Instituto da Droga e da Toxicodependência indicam que, em Portugal, entre os utentes que em 2005 recorreram às diferentes estruturas de tratamento da toxicodependência, a heroína continua a ser a substância mais referida como droga principal, entre 54 e 87 por cento.
Marta Bilro
Fonte: E-mail do farmácia-press, Farmacia.com.pt, Diário da República - Lei n.º 53-A/2006 de 29 de Dezembro.
Tratamento da dor oncológica: Médicos evitam opióides
De acordo com a presidente da Fundação Internacional da Dor, María Isabel Eraso, “50 por cento dos pacientes com cancro em estado inicial não recebe o tratamento para a dor através de um médico da especialidade”. Esta situação pode pôr em risco a eficácia do tratamento, afirma a responsável, lamentando o facto dos “não especialistas preferirem prescrever medicamentos mais suaves”.
Citado pelo “Correo Farmacéutico”, Alfredo Carrato, presidente da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM), considera que os opióides são “os fármacos mais eficazes na luta contra a dor”. Esta é uma opinião que vai ao encontro da de José María Muñoz, chefe da unidade de dor do Hospital de la Paz, em Madrid, para quem estes fármacos são “fundamentais” no alívio da dor. Ainda assim, não são devidamente administrados, especialmente nos cuidados primários.
As razões apontadas pelos especialistas são de diversas ordens. Se nalguns casos a culpa é atribuída ao desconhecimento dos profissionais de cuidados de saúde, há situações em que reinam as crenças erradas relacionadas com a possível toxicidade dos referidos medicamentos, a sua capacidade para causar dependência ou a utilização para fins ilegais. Porém, a burocracia que envolve a utilização destas substâncias é consensualmente o principal motivo mencionado pelo conjunto de especialistas inquiridos pela publicação espanhola.
Conforme explica Eraso, o processo de prescrição de opiáceos ou morfina no país vizinho envolve várias etapas, sendo necessárias receitas especiais, obtidas através de um colégio de médicos e mediante a apresentação do cartão do doente. Durante a consulta, é preciso indicar rigorosamente o paciente ao qual se administram, a quantidade, o motivo, a data e devolver essas informações ao colégio de médicos. Embora estes motivos possam parecer insuficientes para evitar a prescrição destas substâncias, a verdade é que se tornam incómodos para os profissionais não especializados que não estão habituados a lidar com este tipo de receituário.
Por outro lado, a desconfiança de alguns pacientes face a estas substâncias é também um dos motivos que leva à escassa utilização das mesmas. Os doentes, alimentados por “mitos e presunções erróneas”, acreditam que o uso destas substâncias os tornará dependentes para toda a vida, acrescenta Antonio Matas, responsável pelo departamento de publicações do Cadime. O limite e a determinação da dose correcta são definidos através do equilíbrio entre a eficácia e a segurança, “se conseguirmos esse equilíbrio, as doses elevadas não têm que ser motivo de preocupação”, defende José María Muñoz.
O caso português
Em Portugal, o técnico de saúde tem-se “tornado involuntariamente num dos primeiros obstáculos ou barreiras ao tratamento da dor oncológica”, principalmente devido à falta de formação, refere um documento do primeiro P.A.I.N. (Pain Associates International Network) workshop realizado em território nacional, em 2004, sob o tema “Barreiras ao adequado tratamento da Dor Oncológica em Portugal”. No entanto, este não é o maior problema, que reside no facto do tratamento da dor “não constituir prioridade e standard de cuidados”, uma vez que “a legislação inadequada tem contribuído para a falta de acessibilidade”, encarregando-se de “manter o ciclo”, sublinha o mesmo documento.
O relatório aponta cinco grupos de barreiras que se colocam tanto por parte do doente como do profissional de saúde: mitos (dor, doença, tratamento, fármacos), falta de acessibilidade (aos prestadores e à medicação), falta de formação profissional (pré e pós-graduada) e falta de informação (doente e comunidade), défice de comunicação (entre as estruturas, entre os profissionais, com os doentes) e constrangimentos estruturais (escassez de recursos humanos, económicos e outros).
A esta situação acresce o facto de, na maioria dos países comunitários os medicamentos para a doença crónica, onde se inclui a doença e a dor oncológica serem comparticipados a 100 por cento pelo Estado (incluem-se os analgésicos opióides), “enquanto que em Portugal, e à luz da legislação vigente, o doente de ambulatório tem que suportar um encargo financeiro de pelo menos 45 por cento, da sua medicação antiálgica”.
Marta Bilro
Fonte: Correo Farmacêutico, P.A.I.N. 1 PORTUGAL: Dor oncológica, Fundação Günenthal.
Notícias farmacêuticas de bolso
A companhia farmacêutica alemã Bayer acaba de anunciar o lançamento de um website destinado a difundir notícias relativas à própria empresa e ao sector dos medicamentos em terminais móveis como telefones celulares, blackberries, PDA, palmtops e smartphones. A nova ferramenta está disponível em alemão e inglês, nos endereços online www.mobil.bayer.de e www.mobile.bayer.com.
É a mais recente tecnologia colocada ao serviço dos que têm de estar sempre a par das inovações num mercado tão competitivo como o do medicamento. Nesta nova versão do site serão disponibilizados novos lançamentos da marca alemã e divulgados os press releases e demais informação geral que possa ser útil, quer sobre a movimentação em bolsa das acções da companhia, quer no que respeita a outros dados sobre o grupo farmacêutico com sede na cidade de Leverkusen. A página online está centrada especificamente nos meios de Comunicação Social e nos analistas do sector, mas poderá ser alargado a qualquer curioso que queira saber mais sobre a Bayer.
Carla Teixeira
Fonte: Baynews
Problemas mentais afectam 2,3 milhões de portugueses
Francisco George, director-geral da Saúde considera que, de facto “os problemas de saúde mental assumem proporções epidémicas”, relembrando as estimativas da Direcção-Geral da Saúde, que apontam para “que cerca de 20 por cento dos frequentadores dos centros de saúde tenham um problema de foro mental”. Contudo, na opinião do médico, é preciso diferenciar esses casos “das situações de foro psiquiátrico mais graves”.
Numa visão à escala global, cerca de 30 por cento da população mundial sofre de uma doença mental, refere um relatório, que contou com a contribuição de 39 especialistas internacionais e que deverá ser publicado pela revista ‘The Lancet’.
António Leuschner, director do Hospital Magalhães Lemos, no Porto, corrobora a opinião de George e revela que em 2008 talvez seja possível obter um retrato fiel da realidade, pois está já a ser realizado um inquérito exaustivo em Portugal sobre saúde mental. Quanto aos números avançados pelo estudo internacional, Leuschner não se mostra preocupado, pois considera que são apenas “projecções de estudos feitos numa escala menor que depois são aplicados a Portugal”.
O artigo que a 'The Lancet' vai publicar chama também a atenção para a falta de tratamento destas doenças, que nos países em desenvolvimento se aproxima dos 90 por cento, o que não espanta António Leuschner, pois só com um maior “acesso e um número de serviços de saúde mental” mais alargado, será possível inverter a tendência registada.
Inês de Matos
Fonte: Correio da Manhã
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Kits do programa de troca de seringas vão ter dois novos utensílios
Até agora os kits eram compostos por duas seringas, dois toalhetes, desinfectantes com álcool, um preservativo, uma ampola de água bidestilada, um filtro e um folheto informativo. No entanto, as recomendações da Organização Mundial de Saúde apontavam há já alguns anos, para a necessidade de introduzir novos utensílios nos kits, tal como revelou um estudo piloto realizado em 2004 em Lisboa, Porto e Algarve, que considerou "indispensável" o seu fornecimento.
O programa de troca de seringas encontra-se em funcionamento desde 1993 e no final do ano passado faziam parte deste programa 1.341 farmácias e 35 entidades governamentais e não governamentais que levam para o terreno os kits aos utilizadores de droga. Desde a sua criação até Dezembro do ano passado, foram já recolhidas mais de 38 milhões de seringas.
Em 2002, a Associação Nacional de Farmácias apresentou uma estimativa acerca das vantagens do programa, segundo a qual a troca de seringas evita sete mil novos casos de sida por cada 10 mil utilizadores de drogas injectáveis, o que permitiu ao Estado poupar entre 400 a 1.700 milhões de euros, desde o lançamento do programa.
Inês de Matos
Fonte: Lusa e Sol
Jovens diabéticos à conquista do monte Toubkal
Segundo Paulo Madureira, jovem diabético e presidente da AJDP, “o principal objectivo desta iniciativa é alertar contra o sedentarismo (uma das principais causas da diabetes do tipo 2), promovendo também a prática de exercício físico como forma de ter uma vida mais saudável e evitar eventuais complicações na saúde que muitas vezes surgem devido a uma má gestão da saúde”.
A montanha Toubkal tem mais de quatro mil metros de altura e encontra-se situada em território marroquino. A iniciativa reúne um total de 35 pessoas, 25 jovens portadores de diabetes do tipo 1 e tipo 2 e ainda dez profissionais de saúde.
O projecto da AJDP será oficialmente apresentado no próximo dia 10, pelas 16 horas, no Hotel Altis, em Lisboa, onde estará também presente João Garcia, padrinho da iniciativa.
A diabetes afecta 194 milhões pessoas em todo o mundo e em Portugal estima-se que o número de doentes se situe na ordem das 650 mil pessoas.
Inês de Matos
Fonte: Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
Farmacêuticas indianas apostam no mercado dermatológico dos EUA
Porém, estas não são as únicas movimentações no ramo. De acordo com o “The Economic Times”, o laboratório Dr Reddy terá feito uma proposta não vinculativa com vista à aquisição da Bradley Pharmaceuticals, empresa com uma forte presença no segmento dermatológico, possibilidade que, aliás, já tinha sido avançada pelo Farmacia.com.pt num artigo publicado no dia 28 de Agosto de 2007.
“O mercado dermatológico é um segmento em crescimento nos EUA” afirma o director executivo e director de operações da Ranbaxy, Atul Sobti citado pelo jornal indiano. Para além disso, os fármacos dermatológicos têm um amplo espectro terapêutico, “a competição é escassa, existem poucos dermatologistas e estes medicamentos fornecem uma boa margem”, acrescenta o responsável.
Esta é uma mais-valia da qual o director de operações financeiras da Dr Reddy, Saumen Chakrabarty, pretende retirar contrapartidas, até porque “quanto menor é o número de investidores no sector, menor é a competição”, afirma.
O mercado de produtos dermatológicos nos EUA está estimado em 7,3 mil milhões de euros, apresentando um crescimento anual de 10 por cento, um número que ganha ainda mais expressividade quando comparado com os 5 a 6 por cento de expansão anual do restante sector farmacêutico norte-americano. Muitos dos produtos cosméticos e para os cuidados da pele são de venda livre, uma ramificação do mercado também em ascensão.
O desenvolvimento de uma presença sólida neste segmento vai permitir que estas empresas ampliem o portfolio de produtos disponíveis no mercado norte-americano. No caso da Sun Pharma, uma possível aquisição da Taro permitir-lhe-á começar a investir no sector dermatológico norte-americano. Este não é o caso da Ranbaxy, que conta já com uma representação significativa no ramo dos produtos para a acne nos EUA, onde o Sotret Isotretinoin ocupa 36 por cento do share de mercado no segmento das Isotretinoínas.
Marta Bilro
Fonte: The Ecomonic Times, Infarmed, Farmacia.com.pt.
Portugueses utilizam pouco o preservativo
É preciso incentivar a utilização do preservativo, um método contraceptivo que, em Portugal, não tem ganho novos adeptos, defendem os especialistas. Apresar da implementação das aulas de educação sexual e dos avanços ao nível do planeamento familiar, a percentagem de utilizadores deste método de contracepção manteve-se, na última década, praticamente inalterada, rondando os escassos 14 por cento.
A taxa de utilização sofreu mesmo uma ligeira quebra nos últimos anos. De acordo com os dados do 4.º Inquérito Nacional de Saúde (INS) recentemente divulgados, a percentagem de utilizadores situa-se nos 13,4 por cento, quando no último inquérito à Fecundidade e Família, realizado em 1997, era de 14 por cento.
Ao contrário dos espanhóis, que elegem este método como favorito, em Portugal “não houve grandes avanços ao longo da última década”, admite Duarte Vilar, da Associação para o Planeamento da Família.
Em 2005 venderam-se em Portugal 16,1 milhões de preservativos, mais 2,48 por cento do que em 2004, um número ainda assim muito distante “dos 129,5 milhões de preservativos vendidos em Espanha para o mesmo período”, refere o jornal Público citando o último relatório de actividades da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida. O que se traduz num "consumo anual médio per capita de 3,1 em Espanha e 1,6 em Portugal".
Embora os dois estudos mencionados não sejam estritamente comparáveis, uma vez que o Inquérito de Saúde não exclui os casos de mulheres sem actividade sexual, grávidas ou inférteis, é explicito o facto da pílula continuar a ser o método contraceptivo de eleição em território nacional. A percentagem de utilizadoras deste método contraceptivo manteve-se quase inalterada, com 67 por cento em 1997, face aos 65,9 do último INS.
O preço parece ser uma das principais justificações para a exclusão do preservativo por parte de muitos portugueses admite Henrique Barros, responsável pela Coordenação Nacional para a InfecçãoVIH/Sida. Porém, o problema pode estar prestes a ser resolvido com a chegada, em 2008, dos preservativos de marcas brancas, cujo preço não deverá ultrapassar os 25 cêntimos, tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, no dia 1 de Agosto de 2007.
Para além dos riscos de uma gravidez indesejada é preciso ter em conta as DST salienta obstetra Miguel Oliveira e Silva. Um dos exemplos é a elevada taxa de cancro do colo do útero existente em Portugal, que acaba por ser um dos piores reflexos deste comportamento dos portugueses. Em declarações àquela publicação, o especialista defende que "em vez de colocarmos toda a ênfase na vacina contra esta doença, deveríamos investir em campanhas do uso do preservativo".
Marta Bilro
Fonte: Público, Farmacia.com.pt.
Novo composto da Eli Lilly benéfico no tratamento da esquizofrenia
Contrariamente a outros medicamentos para o tratamento da esquizofrenia que actualmente se encontram no mercado, a nova substância não tem como alvo a dopamina. O LY2140023, designação atribuída ao fármaco, afecta o glutamato, um neurotransmissor excitatório responsável pela memória e aprendizagem.
Um ensaio clínico de fase II demonstrou que o medicamento é tão eficaz como o Zyprexa na redução de sintomas como as alucinações ou o afastamento social. Para além disso, o fármaco não deu origem a movimentos involuntários, rigidez muscular ou aumento de peso, efeitos adversos inerentes a tratamento habitual da doença.
De acordo com a empresa, este será o primeiro candidato a fármaco para o tratamento da esquizofrenia que interfere com os glutamatos. O Zyprexa, com vendas 3,2 mil milhões de euros em 2006, verá a patente expirar em 2011.
De acordo com Steven Paul, vice-presidente do departamento de ciência e tecnologia da Eli Lilly, são ainda necessários “estudos adicionais para confirmar e aprofundar esta descoberta”. No entanto, acrescenta, “os dados sugerem que [o medicamento] pode representar uma nova alternativa” para o tratamento desta patologia.
A descoberta poderá ajudar a farmacêutica norte-americana a fazer frente ao Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, que num estudo recente, demonstrou mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa.
O novo composto da Eli Lilly vai ainda competir com o bifeprunox, um medicamento da Wyeth em fase experimental, que também não provoca aumento de peso. A aprovação do medicamento foi recentemente rejeitada pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que o considerou ineficaz requisitando mais informações sobre a actuação do medicamento no metabolismo humano.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Bloomberg, Infarmed, Farmacia.com.pt.
Fomentar a comunicação médico/paciente diminui risco de doenças cardiovasculares
O estudo prospectivo, no qual foram analisados 1.100 pacientes de nove países europeus, demonstra que uma avaliação, implementada pelo médico e focada no paciente, acerca da evolução do risco de doença coronária, bem como a aplicação de um programa de comunicação, diminuíram significativamente o risco de doença cardiovascular em 11,7 por cento dos pacientes, comparativamente aos cuidados habituais.
O ensaio clínico distribuiu aleatoriamente os médicos em dois grupos. Utilizando um calculador de risco, os clínicos inseridos no grupo de comunicação forneceram aos pacientes informações sobre a avaliação do risco, esclareceram-nos acerca dos resultados e informaram-nos sobre estratégias de controlo dos riscos durante um período de seis meses. Por sua vez, os médicos no grupo de controlo não informaram os pacientes acerca dos riscos que correm, nem lhes forneceram uma avaliação do risco, sendo que os pacientes receberam os cuidados habituais. Durante o estudo, todos os doentes foram medicados de acordo com a avaliação clínica da sua situação feita pelo médico.
“Estes resultados sugerem que quando os médicos informam os pacientes acerca dos riscos cardiovasculares como parte da administração do tratamento para a doença, o risco de problemas cardiovasculares pode ser significativamente reduzido”, afirma o director médico da Pfizer, Jan Buch. No entanto, adverte o especialista, “a redução de 11,7 por cento não normaliza o risco do paciente, pelo que, são necessárias medidas adicionais para melhorar a terapia”.
Marta Bilro
Fonte: Market Watch.
Actavis formaliza actividade em Portugal

Fundada em 1956 e consolidada entretanto como uma das cinco maiores empresas de desenvolvimento, produção e comercialização de fármacos sem marca mais importantes do mundo, a Actavis conta actualmente mais de 11 mil colaboradores, espalhados por unidades de laboração que se distribuem por quatro dezenas de países. Na sua página na internet a companhia farmacêutica garante disponibilizar “um dos maiores portfolios de medicamentos genéricos” e “uma grande variedade de produtos em desenvolvimento e processo de registo, de forma a oferecer aos seus clientes uma grande variedade de fármacos de qualidade”. No âmbito do seu estruturado plano de expansão, a aActavis já protagonizou mais de 20 aquisições desde 1999, perpetuando uma contínua tendência de forte crescimento. Em 2006 teve um volume de vendas de aproximadamente 1.4 mil milhões de euros, estimando para este ano atingir os 1.6 mil milhões.
É no âmbito desse programa de expansão que a Actavis chega finalmente a Portugal. A empresa tem como onjectivo criar valor no mercado farmacêutico nacional, quer para os seus colaboradores, mediante a oferta de projectos ambiciosos e novos desafios, e para os seus clientes e para os utentes dos seus produtos, disponibilizando medicamentos genéricos de qualidade. A aquisição dos negócios da Alpharma, cujos produtos passam agora a assumir o logotipo da Actavis, inscreve-se nessa estratégia de alargamento da marca, que passa a totalizar 38 medicamentos (30 dos quais genéricos em várias áreas terapêuticas e 21 apresentações de produtos OTC e dermocosméticos) no mercado luso da Farmácia.
Carla Teixeira
Fonte: Actavis, MediaHealth Portugal, Médicos de Portugal
Merck quer alargar aplicação do Erbitux
A Merck KGaA submeteu um pedido de aprovação à Agência Europeia do Medicamento para alargar as indicações de utilização do Erbitux (cetuximab). A farmacêutica alemã pretende que o medicamento seja aplicado enquanto terapia de primeira linha no tratamento do cancro colo-rectal metastático, revela a empresa num comunicado divulgado esta segunda-feira.
O medicamento, utilizado em Portugal desde 2004, é indicado no tratamento de doentes com cancro colo-rectal metastático em associação com irinotecano. “Caso seja aprovada, a utilização do Erbitux enquanto tratamento de primeira linha vai proporcionar uma maior esperança de cura para esses pacientes”, afirma o vice-presidente executivo do departamento de oncologia da Merck Serono, Wolfgang Wein.
A candidatura vai ser avaliada pelo Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) e, se receber parecer positivo, o fármaco pode começar a ser utilizado como terapia de primeira linha ainda no segundo semestre do ano, refere o mesmo documento.
As pretensões do laboratório são sustentadas pelo estudo Crystal que demonstrou que, quando associado à quimioterapia comum com irinotecano em primeira linha, o Erbitux aumenta significativamente a taxa de sobrevivência, resposta e reacção.
A Merck comprou à ImClone Systems os direitos do fármaco na Europa e noutros mercados chave.
Marta Bilro
Fonte: Merck, Reuters.
REPORTAGEM
Medicamentos na internet e ao domicílio
Começou a falar-se no assunto em Março, quando o Governo anunciou a sua intenção de, a breve trecho, proceder à liberalização do sector da farmácia, designadamente no que toca à propriedade e ao esquema de funcionamento daqueles estabelecimentos. No seguimento das primeiras medidas, que despojaram os farmacêuticos da exclusividade da venda de genéricos e medicamentos sem receita, o Executivo de José Sócrates está agora a preparar a venda de medicamentos na internet e ao domicílio. Há anos que a Associação Nacional de Farmácias tem em marcha o Farma 24...
De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar junto de diversas fontes do sector farmacêutico e da própria Associação Nacional de Farmácias, o serviço Farma 24 consiste exactamente na entrega de medicamentos ao domicílio e funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. O doente pode accionar o serviço por telefone, directamente para a farmácia da sua zona de residência ou para o número nacional 808262728 (chamada local), e duas a três horas depois de feito o pedido recebe comodamente, em sua casa, os fármacos e produtos dermofarmacêuticos de que necessita, mediante pagamento de uma taxa. O Farma 24 está disponível desde 2004, inicialmente numa área geográfica muito limitada, mas que depois se foi expandido, devendo ascender actualmente a um número muito próximo das mil farmácias. No Norte, por exemplo, há já muitas farmácias aderentes ao projecto na zona do Grande Porto, que além da metrópole inclui concelhos como Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Póvoa do Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.
Nas palavras dos responsáveis da ANF, o Farma 24 foi “concebido para dar apoio aos utentes e ajudá-los a ultrapassar eventuais dificuldades com a deslocação à farmácia”. O serviço assenta num bem desenvolvido esquema informático e reforça o contacto dos utentes com os farmacêuticos, sendo a coordenação das entregas processada através de um serviço próprio, especificamente criado para o efeito. O pagamento é realizado no momento da entrega da encomenda, podendo o utente optar por liquidação em dinheiro, cheque ou multibanco, uma vez que o operador estará sempre munido de um terminal de pagamento por aquela via. O Governo parece agora ter-se inspirado nesta medida da Associação Nacional de Farmácias para anunciar que, dentro de pouco tempo, todos os portugueses poderão optar por fazer as suas compras de farmácia ao domicílio ou, em alternativa, na cada vez mais presente internet.
À luz da nova lei da liberalização das farmácias, que deverá entrar em vigor no dia 30 de Outubro, por essa altura já deverá ser possível encomendar determinados produtos pela internet, desde que não se trate de medicamentos sujeitos a receita médica, alargando o âmbito da comercialização dos produtos que actualmente já são vendidos em farmácias, parafarmácias e supermercados. “É preciso garantir que os doentes terão a informação necessária para poderem comprar medicamentos sem apoio de um farmacêutico”, disse em Março, em declarações ao «Diário de Notícias», António Faria Vaz, administrador da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), salientando que “comprar medicamentos através da internet não é muito diferente de comprá-los no supermercado”. De acordo com aquele técnico, “se 40 por cento da população compra medicamentos no supermercado, por que não online?”.
Medidas polémicas
Com a entrada em vigor destas novas regras, Portugal deverá aproximar-se de países como o Reino Unido, a Alemanha, a Holanda e a Irlanda, onde já é possível comprar produtos farmacêuticos na internet, contrastando com Espanha e Bélgica, cada vez mais isoladas da “vertente farmacêutica europeia”. Também de acordo com a nova lei, deverá passar a ser possível nas farmácias a administração de vacinas e a prestação de outros serviços de saúde (que o diploma ainda não especifica), que se encontravam previstos já no chamado «Compromisso para a Saúde», que a tutela e a Associação Nacional de Farmácias assinaram há alguns meses, e que no seu ponto 13 refere que “as farmácias podem evoluir para unidades prestadoras de serviços farmacêuticos, para além da dispensa de medicamentos e, nessa medida, deve ser actualizado e ampliado o objecto da sua actividade”.
No mesmo ponto, um dos mais polémicos daquele acordo, lê-se ainda que, “para além da dispensa de medicamentos, passam a constituir objecto da actividade da farmácia os produtos e serviços seguintes: serviços farmacêuticos, designadamente domiciliários, em especial para apoio àterceira idade; produtos naturais; produtos veterinários; produtos de saúde e conforto; vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação da Direcção-Geral de Saúde, administração de medicamentos e primeiros socorros; meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica; campanhas de informação e programas de cuidados farmacêuticos”.
São vários entre os 28 pontos do «Compromisso para a Saúde» os que suscitaram viva polémica desde o momento em que foram enunciados, e que entroncou logo na alegada impossibilidade de os farmacêuticos realizarem exames complementares de diagnóstico e prestarem primeiros socorros. O ponto 13 é, no âmbito daquele protocolo, o que mais desagradou aos médicos, que solicitaram a intervenção do Provedor de Justiça, dando conta do que definiram como uma “colisão de competências profissionais”. Nascimento Rodrigues foi instado a apreciar o documento e a enviar a sua posição aos órgãos de soberania, com o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos a avisar que “meios complementares de diagnóstico podem ser muita coisa, desde uma análise laboratorial a uma radiografia”, frisando por esse motivo a necessidade de “que seja bem claro o que é possível realizar nas farmácias, por questões técnicas, e porque cada uma dessas práticas exige profissionais especializados, desde médicos a técnicos de diagnóstico e terapêutica, que não foram sequer ouvidos”, justificou José Pedro Moreira da Silva, asseverando que, nos moldes em que foi concebido, o «Compromisso para a Saúde» “é ilegal”.
Carla Teixeira
Fonte: «Diário Económico», Associação Nacional de Farmácias, «Compromisso para a Saúde», discurso do ministro da Saúde na apresentação da nova proposta de lei
domingo, 2 de setembro de 2007
PlayStation contra a obesidade infantil
O estudo, intitulado “Impacto dos vídeo-jogos com a tecnologia Matching Motion na actividade física de adolescentes obesos”, consiste na utilização do “Eye-Toy”, um dispositivo da Playstation com tecnologia “Matching Motion”, que possibilita uma maior movimentação. Na investigação participaram 15 adolescentes que frequentavam a consulta de Obesidade Adolescente, do Serviço de Pediatria do Hospital de Santa Maria e que como tal, necessitavam aumentar a sua actividade física.
“O número de participantes era reduzido porque só os adolescentes que fossem recomendados pelo Hospital Santa Maria é que podiam participar no estudo. Assim, podíamos ter a certeza que esta era a população mais necessitada”, explica António Palmeira, coordenador do Centro de Exercício e Saúde, e responsável pelo estudo.
Os adolescentes, cujas idades oscilavam entre os 13 e os 14 anos, mostravam resistência à prática de exercício. “A forma como estes jovens gostavam mais de passar o seu tempo era em frente ao computador, a jogar, ou a ver televisão”, adianta o investigador. A ideia era pôr os jovens a mexer por vontade própria e o “Eye-Toy” parecia a solução mais adequada.
Cada participante tinha à sua disposição uma playstation a tempo integral, para que pudessem jogar sempre que quisessem. O resultado não deixou dúvidas, a diminuição do sedentarismo foi-se registando ao longo das semanas, culminando numa perca calórica de 30 por cento, comparativamente ao que era registado antes dos participantes começarem a ter acesso ao jogo.
“O objectivo inicial era que estes jovens começassem a praticar mais actividade física, e esse foi cumprido”, declara António Palmeira, ainda que com o passar do tempo os jovens tenham começado a manifestar um menor interesse pelo equipamento. No entanto, o estudo foi manifestamente positivo, uma vez que “a perda de peso nesta idade é difícil de verificar porque é nesta altura da adolescência que se dão as maiores transformações no corpo”, conclui o especialista.
A equipa pretende dar continuação ao estudo, de forma a analisar qual a perda de massa gorda destes jovens e a conhecer até que ponto estes jogos aumentam o interesse dos adolescentes pela prática de exercício físico. Os efeitos deste jogos na personalidade dos jovens é outra problemática que interessa à equipa e que mais tarde deverá ser também abordada.
Inês de Matos
Fonte: Portugal Dário
Poucas horas de sono podem comprometer o desenvolvimento infantil
A investigação canadiana centrou-se em crianças até aos três anos e meio de idade, enquanto que a pesquisa inglesa abordou jovens entre os 12 e os 16 anos, mas os resultados que ambas registaram apontam que a falta de sono pode realmente representar um atraso no desenvolvimento das crianças, podendo também originar problemas de tiróide ou depressão, aumentando ainda o risco de obesidade.
No caso das crianças até aos três anos e meio, cujo sono nocturno é inferior a 10 horas, existe uma séria probabilidade de virem a sofrer de problemas cognitivos e de comportamento quando entram para a escola, mesmo que normalizem os seus padrões de sono, pelo menos é esta a convicção do responsável pelo estudo, Jacques Montplaisir, do Centro de Doença do Sono, do Canadá.
O estudo desenvolvido no Canadá observou 1492 crianças, desde os cinco meses até aos seis anos, que foram divididas em quatro grupos: as crianças que dormem "persistentemente pouco", menos de 10 horas, as que "dormem pouco mas progressivamente mais", as "constantes nas 10 horas" e as "constantes nas 11 horas", de acordo com a informação obtida através de questionários realizados às mães.
As crianças foram submetidas a testes de vocabulário, de capacidades visuais, espaciais e motoras, sendo que os dois primeiros grupos apresentaram resultados mais negativos. Os investigadores perceberam também que a falta de sono pode conduzir à hiperactividade e impulsividade das crianças.
A investigação realizada no Reino Unido baseou-se em mil entrevistas realizadas a adolescentes, entre os 12 e os 16 anos, dois quais 33% disseram dormir apenas entre quatro a sete horas por noite e 40% admitiu sentir-se cansado durante o dia, ainda que não atribuam muita importância à duração e qualidade do sono.
"Estamos a ver surgir o sono junk, que não tem a duração e a qualidade que deveria para alimentar o cérebro com o descanso que precisa", alertam os investigadores ingleses do Sleep Council, realçando ainda a importância de reeducar para o sono de qualidade, cujo mínimo recomendado é de oito horas, sob pena de um mau sono conduzir ao aumento da obesidade, dos problemas de tiróide e das depressões.
Inês de Matos
Fonte: Jornal de Noticias
Anti-hipertensor reduz em 14% mortes de diabéticos
De acordo com o estudo ADVANCE (Action in Diabetes and Vascular Disease), desenvolvido pelo Instituto George para a Saúde Internacional (Sidney), a utilização sistemática de um medicamento para a hipertensão arterial, constituído pelas substâncias activas perindopril/indapamida, diminui o risco de morte e evita problemas renais e cardíacos a diabéticos tipo 2.
A investigação, apresentada como a maior de sempre envolvendo diabéticos de tipo 2, analisou mais de 11 mil indivíduos em 20 países, incluindo doentes hipertensos e com pressão arterial normal, estando a totalidade já medicada para a sua situação clínica. Nestas condições, a administração de perindopril e indapamida, e independentemente do valor da pressão arterial, demonstrou a redução em 14 por cento da mortalidade global e em 18 por cento da mortalidade devido a problemas cardiovasculares, como enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral.
Para além disso, foi observada uma redução em 12 por cento do risco de problemas coronários e em 21 por cento a possibilidade de desenvolvimento de doenças renais. “Este tratamento reduz para quase um quinto a probabilidade de morrer de complicações da diabetes, sem efeitos secundários”, salientou Stephen MacMahon, um dos coordenadores do estudo. John Chalmers, outro dos investigadores, acredita que “se os benefícios demonstrados forem aplicados a apenas metade da população mundial de diabéticos, pode evitar-se mais de um milhão de mortes a cinco anos”.
Existem, em todo o mundo, perto de 246 milhões de diabéticos, a maioria dos quais poderá morrer ou ficar incapacitada devido a complicações da doença, sendo a causa de morte mais comum a doença cardiovascular (50 a 80%). A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença, representando entre 90 a 95 por cento dos casos.
Calcula-se que, em Portugal, a diabetes afecte entre 900 mil e um milhão de pessoas, incluindo os casos não diagnosticados. Os dados do último Inquérito Nacional de Saúde apontam para uma incidência da doença em Portugal de 6,5 por cento, entre 2005 e 2006, sendo que em 1998/9 a diabetes afectava apenas 4,7 por cento da população. A subida do número de casos está estreitamente relacionada com o crescimento da obesidade e do sedentarismo, uma vez que 90 por cento dos doentes que desenvolvem a doença apresentam um peso 120 por cento superior ao considerado normal.
Num pessoa não diabética, a pressão arterial deve situar-se abaixo dos valores 140/90. Já no caso dos doentes diabéticos os valores não devem ultrapassar os 130/80.
Marta Bilro
Fonte: Lusa, Diário Digital, Portugal Diário.
Vacina contra a gripe à venda em Outubro

A população de maior risco, constituída essencialmente por idosos e doentes crónicos, está na linha da frente das preocupações da Direcção-Geral de Saúde, que numa nota emitida há dias apontou como objectivo o aumento da taxa de cobertura da vacina nos grupos de risco, tendência que já se vinha verificando em anos anteriores. Na época gripal 2006/2007 notou-se “um aumento significativo da taxa de vacinação no grupo” da população nacional com mais 65 anos, atingindo mais de 50 por cento daquela faixa de cidadãos, segundo um documento divulgado pelo Observatório da Saúde do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.
No entanto, e à luz do mesmo documento, quando é tida em conta a população geral, houve um decréscimo da taxa de vacinação de 19,1 pontos percentuais em 2006, que se fixou nos 14,3 por cento. A fim de evitar constrangimentos no que diz respeito ao funcionamento dos serviços, o secretário de Estado da Saúde fez divulgar um despacho em que procede ao alargamento do prazo de validade do receituário médico, de modo a permitir a prescrição antecipada da imunização. “As receitas médicas em que seja feita a prescrição exclusiva de vacinas contra a gripe para a época gripal 2007/2008, emitidas a partir do dia 1 de Setembro, são válidas até 31 de Dezembro do corrente ano”, refere o despacho do governante.
A vacina contra a gripe deverá ser administrada preferencialmente durante os meses de Outubro ou Novembro, mas pode ser aplicada ao longo de todo o período de Outono e Inverno. Até agora, a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) deu autorização para a comercialização de sete tipos diferentes de vacinas contra a gripe sazonal em Portugal. Anualmente a doença atinge cerca de um milhão de cidadãos portugueses.
Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa
sábado, 1 de setembro de 2007
103 portugueses morreram à espera de rim em 2006
Apesar de existirem em Portugal oito centros com valências para transplante de rim, a espera continua a ser uma das mais elevadas entre os vários órgãos, sendo calculada num mínimo de três anos. O número de transplantes renais tem vindo a crescer, ainda assim mantém-se abaixo dos dados de 1996.
Em declarações ao jornal, Eduardo Barroso, presidente da Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantação (ASST), explica que “nem todos são vítimas de insuficiência renal, podendo falecer na sequência de doença ou de outras causas”.
Portugal tem 20,1 dadores por milhão de habitantes, mas luta para se aproximar dos níveis espanhóis (33,8 dadores). No ano passado, os transplantes de rim ascenderam a quase 40 por milhão de habitantes, a maior parte dos quais (35,8) a partir de um dador cadáver. No entanto, a melhor hipótese para reduzir a lista de espera está nos dadores vivos.
Publicada há dois meses, a lei que permite a dádiva de órgãos em vida a casais e amigos é uma das ferramentas essenciais para aumentar o número de órgãos disponíveis. Segundo afirmou o presidente da ASST, a lei já está pronta, estando apenas dependente da regulamentação. A directiva está agora a ser analisada pelos administradores hospitalares, sendo de esperar que seja publicada a partir de Setembro.
Maria João Aguiar, coordenadora nacional de colheitas da ASST, lembra que o número de dadores no país está estacionário desde há dez anos. Houve apenas uma alteração no que diz respeito ao número de transplantes realizados, com excepção do transplante de rim com dador cadáver. Há 10 anos, apenas se faziam 0,3 transplantes renais por milhão de habitantes, com dador vivo, quando hoje estamos próximos de 4.
No ano passado, realizaram-se 94.500 transplantes a nível mundial. A média de doações de órgãos na União Europeia ascendeu aos 17,8 por milhão de habitantes. A Espanha lidera a colheita, com 33,8 dadores por milhão, e no transplante de vários órgãos. Entre os países com piores indicadores europeus estão a Roménia e outras nações de leste.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, Lusa, Diário Digital.
Vinho tinto reduz risco de desenvolver cancro da próstata
Ao alimentarem ratos com resveratrol, um composto presente no vinho tinto, os investigadores observaram que estes se tornavam 87 por cento menos propensos a desenvolver o tipo mais letal de cancro da próstata.
A equipa de cientistas descobriu também que entre a percentagem de ratos que consumiram resveratrol - mas também sofreram de cancro – os tumores desenvolvidos eram menos sérios e apresentavam 48 por cento mais hipótese de não crescer ou desacelerar esse crescimento, relativamente aos animais que não o consumiram.
“O consumo de resveratrol, por meio do vinho tinto, tem poderosas propriedades de quimioprofilaxia, além de seus aparentes benefícios para o coração”, salienta o orientador do estudo, Coral Lamartinière, do Departamento de Farmacologia e Toxicologia da UAB.
Uma investigação anterior, levada a cabo pela mesma universidade, revelou que os machos não são os únicos a serem beneficiados. As cobaias fêmeas que consumiram resveratrol demonstraram um risco muito inferior de desenvolver cancro da mama.
O único problema reside na quantidade de resveratrol consumida pelos ratinhos machos para a realização do estudo da próstata que, em humanos, seria o equivalente ao consumo de uma garrafa de vinho por dia.
Marta Bilro
Fonte: Lusa, Diário Digital, Associação Regional de Saúde do Centro.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Takeda avança o desenvolvimento do fármaco experimental para a hipertensão
Espera-se que o TAK-536 apresente uma acção anti-hipertensora mais forte, e que seja também mais efectivo a combater a resistência à insulina e a proteger os rins, em comparação com outros bloqueadores do receptor de angiotensina existentes no mercado.
A Takeda avança assim a possibilidade de uma substituição para o tratamento da hipertensão mais vendido, o Blopress, que apresentou vendas de 55,4 mil milhões de ienes (480 milhões de dólares) nos três meses até ao dia 30 de Junho, 5 por cento mais do que no ano anterior.
Masaomi Miyamoto, gestor geral da divisão de desenvolvimento farmacêutico da Takeda, disse que a companhia está satisfeita com o progresso do TAK-536 para a Fase 2 dos ensaios clínicos, uma vez que este composto deve suceder o Blopress (candesartan cilexetil), que é um ABR e um dos produtos internacionais estratégicos da companhia, e é também um dos produtos líderes anti-hipertensivos no Japão. A Takeda está a tentar acelerar acentuadamente o desenvolvimento do TAK-536 para ser lançado o mais rapidamente possível, para posteriormente aumentar o franchise nesta área terapêutica.
Isabel Marques
FDA adia decisão acerca do fármaco experimental para a fibrilhação auricular
A FDA pediu esta informação como preparação para o encontro de consultores externos (Cardiovascular and Renal Drugs Advisory Committee), programado para os dias 11 e 12 de Dezembro, para rever terapias para a conversão aguda de arritmias cardíacas. Mais especificamente, a FDA requereu dados sobre a segurança e a eficácia do ensaio ACT 2 do fármaco, uma forma intravenosa do hidrocloreto de vernakalant, que estava a decorrer quando foi apresentada a candidatura no final de Dezembro passado. Esta foi a segunda tentativa das companhias, pois a FDA rejeitou a candidatura anterior invocando inconsistências e omissões nos dados.
O analista da UBS Investment Research, Jeff Elliott, sublinhou que este adiamento até tem um lado positivo, uma vez que as companhias terão, assim, a possibilidade de realçar os dados muito fortes acerca do fármaco, e poderão ganhar tempo para adquirir a aprovação para uma indicação adicional pós-cirurgia.
A Cardiome concedeu à Astellas uma licença exclusiva em 2003 para desenvolver e comercializar o fármaco na América do Norte. O fármaco pertence à classe dos bloqueadores dos canais de cálcio e é direccionado ao batimento cardíaco rápido nas câmaras superiores do coração, ou aurículas, sem perturbar as câmaras inferiores. Este é um de dois tratamentos em etapas avançadas de desenvolvimento na Cardiome.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg
Sessões informativas «Memórias à quarta»
No âmbito do calendário de eventos destinados a assinalar o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, que se cumpre no próximo dia 21, a Associação Alzheimer Portugal vai promover, nas quatro quartas-feiras do mês, sessões informativas sobre a doença neurodegenerativa progressiva que afecta cerca de 60 mil portugueses.
Numa nota de imprensa enviada ao farmacia.com.pt, a associação dá conta de que os encontros do ciclo «Memórias à quarta», todos marcados para as 17h30, terão lugar nas «Lojas do Avô» de Almada, Funchal, Lisboa e Porto e terão entrada livre, destinando-se essencialmente a cuidadores formais e informais, profissionais de saúde e familiares dos doentes, bem como a todas as pessoas que, por qualquer motivo, tenham interesse em acompanhar o tema. A presidente da Associação Alzheimer Portugal, Maria do Rosário Zincke dos Reis, explica que “em cada quarta-feira do mês a associação vai abordar um tema diferente, com o objectivo de informar sobre a doença e apresentar às pessoas com Alzheimer e aos seus cuidadores soluções de apoio e diferentes perspectivas de cuidados que muitos podem não conhecer”.
A primeira sessão informativa, que será essencialmente subordinada à apresentação do leque de serviços, recursos e objectivos da associação, está agendada para o próximo dia 5 na Loja do Avô de Almada (tel. 212744427). Segue-se, na quarta-feira seguinte, na Loja do Avô do Funchal (Tel. 291203170) no dia 12, a sessão «Diagnosticar para não rotular», em que será feita uma chamada de atenção para a importância do diagnóstico precoce, fornecendo dados sobre como e a quem devem dirigir-se os interessados quando surgirem os primeiros sinais de alarme, acentuando que “nem tudo o que atinge os mais idosos é Alzheimer”.
A terceira sessão, intitulada «A abordagem centrada na pessoa com demência», está prevista para o dia 19 na Loja do Avô de Lisboa (Tel. 213579040), e terá como objectivo fundamental a apresentação de uma estratégia de acompanhamento do doente que se centra na necessidade de “olhar para o indivíduo com demência de forma diferente”. Por fim, o calendário encerra no dia 26, na Loja do Avô do Porto (Tel. 225093022), com o encontro «A segurança da pessoa com demência», em que os técnicos da associação darão a conhecer os dispositivos e fornecerão dicas com vista a garantir uma maior segurança em casa e na rua.
Carla Teixeira
Fonte: press-release da Hill & Knowlton, http://www.ajudas.com/, http://www.latiendadelabuelo.com/
Eli Lilly e Takeda terminam co-desenvolvimento do mesilato de ruboxistaurina
As companhias explicaram que esta decisão foi tomada após a revelação dos dados da Fase II dos ensaios clínicos do fármaco, para o tratamento da neuropatia diabética periférica e do edema macular diabético, que falharam ao não cumprir os critérios pré-determinados para prosseguir o desenvolvimento para a Fase III dos estudos. A Takeda e a Eli Lilly tinham assinado o acordo de co-desenvolvimento em 2003.
Isabel Marques
Fontes: First Word, www.takeda.com
Publicado novo regime jurídico das farmácias
Foi publicado esta sexta-feira (31 de Agosto), em Diário da República, o Decreto-Lei n.º 307/2007, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina. Com o novo diploma a propriedade das farmácias deixa de estar limitada exclusivamente a farmacêuticos, sendo que esta passa a estar também reservada a pessoas singulares e a sociedades comerciais, numa concentração máxima de quatro estabelecimentos.
O texto, que entra em vigor dentro de 60 dias, reforça o regime de incompatibilidades em relação à propriedade, exploração e gestão de farmácias, quer directa quer indirectamente. De forma a garantir a igualdade fiscal com as demais farmácias, as instituições particulares de solidariedade social que detêm farmácias deverão constituir-se em sociedades comerciais.
No que toca à direcção técnica da farmácia, é exigida a permanência e exclusividade de um farmacêutico sujeito a regras deontológicas próprias e exigentes, para garantir e promover a qualidade e melhoria contínua dos serviços prestados aos utentes. Por sua vez, o papel do director técnico ganha relevo, atendendo à dissociação entre propriedade da farmácia e titularidade por farmacêutico.
No âmbito da valorização das regras deontológicas, o controlo dos deveres deste funcionário pode ser efectuado pela Ordem dos Farmacêuticos. Ao vincular juridicamente o director técnico ao cumprimento das disposições gerais do diploma pretende-se reflectir o interesse público que caracteriza a actividade. Exemplo disso é a promoção do uso racional do medicamento e os deveres de colaboração e de farmacovigilância que lhe são atribuídos.
De acordo com a nova legislação, cada farmácia fica agora obrigada a dispor de dois farmacêuticos, de forma a garantir que as ausências do director técnico sejam colmatadas pela presença de um farmacêutico que o substitua. O novo regime jurídico continua a prever a atribuição de novas farmácias através de concurso público. A regulação do licenciamento será objecto de diploma próprio.
A dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica poderá ser efectuada pelos locais de venda através da internet e ao domicílio. Uma novidade que pretende beneficiar os utentes impossibilitados de se deslocarem, sendo que o serviço poderá motivar a cobrança de um valor adicional. As farmácias ficam também autorizadas a adquirirem medicamentos através de concurso, situação proibida pela legislação revogada.
Segundo o novo regime jurídico, os consumidores vão também poder reclamar dos atendimentos nas farmácias no site da Internet da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Para além de terem à disposição livros de reclamações nas farmácias, será também disponibilizada uma área própria no site do Infarmed.
Conforme noticiou o Farmacia.com.pt, o diploma foi aprovado pelo Governo em Julho de 2007, um ano depois de ter chegado a acordo com Associação Nacional de Farmácias, sobre o denominado “Compromisso com a Saúde”.
Marta Bilro
Fonte: Ministério da Saúde, Portugal Diário, Farmacia.com.pt.