terça-feira, 19 de junho de 2007

Bayer revê em alta estimativas para margens de lucros

A farmacêutica alemã Bayer destacou-se hoje na panorâmica positiva das bolsas europeias ao afirmar que os seus lucros estão a crescer a um ritmo superior ao que era esperado. A evolução é justificada com as poupanças relacionadas com a aquisição da Schering.

Ao mesmo tempo que reviu em alta as suas estimativas, com uma margem de lucro de 25 por cento para este ano e 28 por cento para 2009, a empresa salientou que a compra da Shering vai permitir-lhe reduzir os custos em mais de 100 milhões de euros do que aquilo que estava previsto. As acções da Bayer seguem assim com uma subida de 1,6 por cento para os 56,94 euros.

O laboratório alemão adquiriu a Schering por 17 mil milhões de euros, no ano passado, para acumular mais receitas através das pílulas contraceptivas Dyazide (Hidroclorotiazida + Triamtereno) e do fármaco Betaseron destinado ao tratamento da esclerose múltipla.

A decisão de cortar nos gastos em pesquisas pode prejudicar o crescimento futuro da Bayer ao deixá-la com poucos projectos para financiar, afirmam os analistas. “A aquisição da Schering é muito positiva, mas margens de lucro mais elevadas são fruto da investigação”, salientou Andreas Theisen, um analista da WestLB, em Dusseldorf.

A farmacêutica prevê que as poupanças inerentes à aquisição da Schering ascendam aos 800 milhões de euros, quando a previsão inicial para 2009 se ficava pelos 700 milhões de euros, referiu o director-executivo da empresa, Werner Wenning.

De acordo com as previsões, a Bayer deverá gastar, este ano e no próximo, 15 por cento das vendas em investigação e desenvolvimento, uma ligeira diminuição face aos 17 por cento dispendidos no ano passado.

A empresa deverá alterar a sua política em relação aos medicamentos prescritos e de venda livre. Num futuro próximo, a Bayer pretende concentrar-se no desenvolvimento de fármacos para o tratamento do cancro, problemas cardíacos, para a saúde da mulher, bem como no diagnóstico pela imagem.

Nos últimos meses, o laboratório alemão abandonou o desenvolvimento de 20 fármacos experimentais, incluindo o PTK/ZK para o tratamento do cancro, o Leukine direccionado para os doentes de Crohn e o Asoprisnil para tratar tumores no útero.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Diário Económico, Bloomberg.

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