
Uma investigação realizada pela Liverpool School of Tropical Medicine, na Inglaterra, descobriu que as mulheres que fumam muito têm mais hipóteses de ter bebés do sexo feminino. A probabilidade aumenta se o pai também for fumador activo.
A pesquisa envolveu quase nove mil bebés nascidos entre 1998 e 2003, e concluiu que os pais fumadores apresentam uma probabilidade 50% menor de ter um bebé menino, do que, o grupo formado pelos pais não fumadores.
Os cientistas admitem desconhecer a causa para esse efeito, contudo, apontam como hipótese, o facto de as células do espermatozóide que carregam o cromossoma «y» (associado ao nascimento de meninos) serem mais sensíveis às mudanças prejudiciais associadas ao fumo.
“Estes resultados são importantes quando se avalia os danos para a saúde pública provocados pelo fumo na gravidez. Mas precisamos fazer mais pesquisas para descobrir exactamente o que causa esse efeito”, afirmou Ali Delpisheh, coordenador da pesquisa.
Embriões masculinos mais frágeis
Para Delpisheh, a relação entre o número de nascimentos de meninos e o de meninas “é um indicador importante da saúde de uma população, porque os embriões masculinos são mais frágeis do que os femininos”, concretizando: “Se nascem menos meninos, é um sinal de que a saúde em determinado local não está satisfatória.”
"O que nós descobrimos quando considerámos outros factores de risco, nomeadamente, a idade da mãe, o número de filhos e a situação sócio-económica, é que o fumo durante a gravidez está associado a mais nascimentos de meninas", explicou Delpisheh, reforçando que, "esta associação aumenta entre os que fumam muito e se o pai também fuma." Segundo acrescentou o investigador, os números também variam de acordo com a intensidade do hábito.
Esta é mais uma descoberta a equacionar às já conhecidas consequências de mães fumadoras durante a gestação, como peso diminuído e doenças respiratórias nos bebés.
Raquel Pacheco
Raquel Pacheco
Fonte: BBC/BMJ
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