terça-feira, 19 de junho de 2007

Pais fumadores têm maior probabilidade de ter meninas

Cromossoma masculino será mais sensível às mudanças nefastas causadas pelo fumo

Uma investigação realizada pela Liverpool School of Tropical Medicine, na Inglaterra, descobriu que as mulheres que fumam muito têm mais hipóteses de ter bebés do sexo feminino. A probabilidade aumenta se o pai também for fumador activo.

A pesquisa envolveu quase nove mil bebés nascidos entre 1998 e 2003, e concluiu que os pais fumadores apresentam uma probabilidade 50% menor de ter um bebé menino, do que, o grupo formado pelos pais não fumadores.

Os cientistas admitem desconhecer a causa para esse efeito, contudo, apontam como hipótese, o facto de as células do espermatozóide que carregam o cromossoma «y» (associado ao nascimento de meninos) serem mais sensíveis às mudanças prejudiciais associadas ao fumo.

“Estes resultados são importantes quando se avalia os danos para a saúde pública provocados pelo fumo na gravidez. Mas precisamos fazer mais pesquisas para descobrir exactamente o que causa esse efeito”, afirmou Ali Delpisheh, coordenador da pesquisa.

Embriões masculinos mais frágeis
Para Delpisheh, a relação entre o número de nascimentos de meninos e o de meninas “é um indicador importante da saúde de uma população, porque os embriões masculinos são mais frágeis do que os femininos”, concretizando: “Se nascem menos meninos, é um sinal de que a saúde em determinado local não está satisfatória.”

"O que nós descobrimos quando considerámos outros factores de risco, nomeadamente, a idade da mãe, o número de filhos e a situação sócio-económica, é que o fumo durante a gravidez está associado a mais nascimentos de meninas", explicou Delpisheh, reforçando que, "esta associação aumenta entre os que fumam muito e se o pai também fuma." Segundo acrescentou o investigador, os números também variam de acordo com a intensidade do hábito.

Esta é mais uma descoberta a equacionar às já conhecidas consequências de mães fumadoras durante a gestação, como peso diminuído e doenças respiratórias nos bebés.


Raquel Pacheco

Fonte: BBC/BMJ

Sem comentários: