terça-feira, 19 de junho de 2007

Contra o vírus do papiloma humano
Recomendada vacinação de adolescentes

A Comissão de Vacinação e Imunização do Reino Unido deverá recomendar o arranque, no próximo ano lectivo, de um programa de vacinação contra o vírus do papiloma humano nas adolescentes entre os 12 e os 16 anos. Frequentemente transmitido por via sexual, é o agente causador do cancro cervical.


A recomendação da comissão britânica deverá ser feita amanhã, no âmbito da sua reunião anual, mas caberá depois ao Departamento de Saúde definir em concreto os termos de funcionamento do programa. Ao contrário das raparigas, para quem a imunização é recomendada, os rapazes não deverão ser sujeitos ao procedimento de vacinação, em virtude do seu elevado custo. Os pais terão direito de optar pela não vacinação dos filhos, embora um membro da comissão, Syed Ahmed, tenha já expressado a convicção de que “a maioria dos progenitores é a favor da vacina”, tendo por base inquéritos realizados às famílias.
Numa altura em que se encontra disponível na Europa a Gardasil, uma imunização produzida pela Sanofi Pasteur MSD (join-venture formada pela Merck & Co. e pela Sanofi-Avensis), aprovada em 2006, e está em fase final de estudo e aprovação na União Europeia a Cervarix, da GlaxoSmithKline, os especialistas acreditam que a sua aplicação às adolescentes poderá reduzir em três quartos o número de mortes devidas à incidência daquele carcinoma, embora alguns críticos da medida refiram o risco de a “vulgarização” da vacina poder impulsionar as adolescentes britânicas para o início da vida sexual activa.
Cerca de três mil mulheres são anualmente diagnosticadas com cancro cervical no Reino Unido, acabando por morrer da doença num terço dos casos. A comunidade científica acredita numa redução de 61 por cento da incidência daquela neoplasia se apenas 80 por cento das adolescentes receber a imunização. A grande maioria dos episódios de cancro cervical tem origem na transmissão por via sexual do vírus do papiloma humano.
Em Portugal a Gardasil está disponível nas farmácias desde Janeiro deste ano com um custo de 300 euros. A administração é particularmente recomendada a crianças do sexo feminino a partir dos nove anos (ou a jovens com menos de 26 anos, como tratamento da infecção). O vírus do papiloma humano é incurável e provoca grande parte dos cancros do colo do útero, que atingem anualmente cerca de meio milhar de mulheres em todo o mundo, sendo provável que pelo menos dois terços de toda a população mundial sejam hospedeiros.

Carla Teixeira
Fonte: First Word, Daily Mail, Times Online, Ciência no Mundo, Gardasil.com

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