terça-feira, 19 de junho de 2007

Grupo de trabalho promove site para avaliar produtos
Protectores solares debaixo de olho

Um grupo de trabalho empenhado em alertar a população para o impacto do ambiente na saúde pública resolveu criar um site na internet que avalia a eficácia e segurança de cerca de 800 protectores solares. Nem sempre os produtos mais populares são os que mais protegem a pele, lembram os especialistas.

A ideia, levada a cabo pelo “Environmental Working Group” (EWG), pretende ensinar os consumidores a utilizar os produtos adequados. Os responsáveis disponibilizaram, por isso, informação detalhada sobre os diversos protectores, agrupando-os de acordo com o tipo de raios prejudiciais contra os quais é suposto que cada produto proteja.

A supervisão do site esteve a cargo da vice-presidente do departamento de investigação do EWG, Jane Houlihan, que explicou que há duas coisas que as pessoas precisam num protector solar mais do que quaisquer outras. Uma delas é que este possua uma protecção resistente ao espectro solar, tanto dos raios UVB como UVA. A outra é a estabilidade do creme quando exposto à luz solar.

Esta responsável alertou ainda para o facto de os números visíveis nas embalagens, que indicam o factor de protecção solar, apenas se referirem aos raios UVB, o mais responsável pelas queimaduras solares. Apesar de serem menos aptos a causar queimaduras, os raios ultravioleta A podem aumentar o risco de cancro de pele e apenas um em cada cinco protectores solares fornece verdadeira protecção contra os UVA, sublinhou Houlihan.

Não existe um valor que possa quantificar a protecção aos UVA, que depende da conjugação de diversos factores. Embora existam substâncias que protegem contra os UVA, a luz do sol pode contorná-los e fazer com que se tornem ineficazes caso não sejam devidamente produzidos.

Para além disso, existe a hipótese de alguns componentes do protector solar sofrerem alterações, penetrando na pele e desencadeando alergias. Houlihan elege como os seus preferidos o zinco e o titanium, dois ingredientes que não sofrem alterações provocadas pela luz do sol, como acontece com outros componentes, e que oferecem uma protecção mais duradoura. Outra das vantagens reside no facto de reflectirem a luz solar em vez de a absorverem.

Na hora de comprar um protector solar, a especialista aconselha os consumidores a terem atenção não só ao factor de protecção mas também à presença de zinco e titânio. Se é certo que um elevado factor de protecção solar é muito eficaz contra os raios UVB, também é verdade que o zinco e o titânio são indispensáveis contra os UVA.

Existem vários ingredientes que são menos desejáveis, no entanto, dependendo da forma como são misturados e de outros ingredientes que possam ser-lhes adicionados, poderão não ser imediatamente postos de parte. Entre eles estão a avobenzona, a oxibenzona, o padimato O, um derivado do ácido para-aminobenzoico.

A investigação levada a cabo pelos responsáveis do EWG concluiu que os protectores solares mais populares não estão, necessariamente, entre os melhores. Um dos exemplos é o Coppertone, que apresenta uma boa avaliação nalgumas das categorias analisadas, mas no qual a estabilidade deixa algo a desejar.

Por melhor que seja o protector solar utilizado, Houlihan adverte que as precauções habituais relativas ao sol não devem ser descuidadas. Evitar a exposição solar nas horas mais perigosas, usar roupas adequadas e chapéu e aplicar várias vezes o protector são algumas das medidas mais importantes.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, o cancro da pele é o tipo de cancro mais frequente nos indivíduos de raça branca. A exposição excessiva ao sol é considerada a causa mais frequente de cancro da pele, responsável por cerca de 90 por cento dos casos.

Marta Bilro

Fonte: CBS News, Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, ewg.org

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