segunda-feira, 4 de junho de 2007

Estudo avalia responsabilidade social das farmácias

Aconselhamento farmacêutico evita ida ao médico

Um estudo encomendado pela Ordem dos Farmacêuticos com o objectivo de avaliar a responsabilidade social das farmácias revelou que estas são vistas como uma espaço de aconselhamento por 80 por cento dos inquiridos. Os clientes auscultados confessaram ter-se aconselhado com um farmacêutico pelo menos uma vez durante os últimos seis meses, metade dos quais asseguram que o gesto lhes poupou, pelo menos, uma ida ao médico.

O trabalho elaborado por três investigadores do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) resultou numa avaliação da dimensão social e da identidade das farmácias portuguesas e contribuiu para determinar o grau de reconhecimento da responsabilidade social pelos farmacêuticos. A investigação que esteve a cargo de Francisco Nunes, Luís Martins e Alzira Duarte envolveu 1.400 farmacêuticos e 1.200 clientes.

Uma das conclusões dos responsáveis refere que atendendo ao perfil dos clientes das farmácias é possível deduzir que “este aconselhamento retirou das consultas médicas um considerável número de utentes”. Ainda assim, não há qualquer garantia que a mudança de atitude por parte dos utentes tenha alguma interferência directa na melhoria da saúde das populações. A relação de confiança e o sentimento de personalização são muito valorizados pelos clientes em simultâneo com a capacidade de antecipação das suas necessidades. A farmácia obtém ainda nota máxima ao nível da satisfação global com o serviço e a lealdade.

O recurso à farmácia é muito frequente, uma vez que 45% dos participantes confessou ter ido 11 ou mais vezes nos últimos seis meses à mesma farmácia. Apenas 10 por cento dos inquiridos afirmou não ter consultado um médico no último semestre. O mesmo estudo diz ainda que as farmácias estão orientadas com vista à promoção da saúde e não da simples dispensa de medicamentos. Apesar de detectarem no sector "sinais claros de um sistema empresarial competitivo", os farmacêuticos definiram os seus locais de trabalho como "espaços profissionais ao serviço da comunidade" e atribuíram nota elevada ao desempenho das farmácias.

Os investimentos levados a cabo pelas farmácias portuguesas, ao longo de 2006, em estruturas e programas de impacto social, atingem os quatro milhões de euros, cerca de 1.500 euros por farmácia. A disponibilidade dos produtos é também um factor mencionado quando se fala em satisfação de clientes, onde também são salientados os horários.

Marta Bilro

Fonte: Diário dos Açores

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