segunda-feira, 4 de junho de 2007

Exjade, novo medicamento oral para eliminar excesso de ferro

O Exjade, da Novartis, apresenta-se como uma revolução no que se refere ao tratamento da sobrecarga crónica de ferro no organismo, devido a constantes transfusões de sangue. Este é o primeiro e único medicamento de administração oral diária, capaz de eliminar o excesso de ferro do organismo, sendo conveniente tanto para adultos como para crianças, uma vez que é um comprimido que se dissolve em água ou sumo. O Exjade actua na medida em que se liga ao ferro e remove-o da corrente sanguínea.

O tratamento, que existia até agora, consistia em injecções subcutâneas de Desferal, também da Novartis, administrado por meio de um aparelho ligado ao corpo do paciente, durante cerca de 8 a 12 horas, de cinco a sete vezes por semana. Segundo especialistas, esta é uma das maiores dificuldades para que o paciente adira ao tratamento, especialmente se se tratar de crianças, visto ser um tratamento demorado e contínuo.

A maioria das pessoas afectadas por excesso de ferro no organismo são crianças que só chegarão à fase adulta se devidamente tratadas. A terapia existente provocava um desgaste físico e emocional, tanto para os pacientes como para as pessoas que asseguram o tratamento, geralmente as mães, que tinham de injectar a seringa diariamente na criança doente.

Esta nova forma de terapia é um avanço considerável, uma vez que irá permitir uma diminuição nos custos do tratamento, assim como aumentará o acesso ao mesmo e fará com que as pessoas o aceitem mais facilmente. Este medicamento deve ser tomado em jejum, no mínimo meia hora antes da refeição, devendo ser diluído em água ou sumo, não devendo ser mastigado ou engolido inteiro. Contudo, o Exjade não deve ser administrado em pessoas com doenças de fígado ou rins, nem com problemas auditivos ou visuais.

A acumulação de ferro no organismo

As pessoas que podem sofrer de acumulação de ferro no organismo são aquelas que têm anemias crónicas e que necessitam de transfusões de sangue constantes, uma vez que os seus organismos não produzem quantidades suficientes de hemoglobina, o componente que transporta o oxigénio para as células. O ferro liga-se à hemoglobina e assim nas transfusões os pacientes recebem também ferro. Com o acumular das transfusões o organismo recebe ferro em excesso e, quando esse nível fica demasiado elevado, torna-se tóxico, pondo em risco a vida do paciente. O excesso de ferro, se não for tratado, pode levar a lesões no fígado, coração e glândulas endócrinas, podendo mesmo ser fatal.

Isabel Marques

Fontes: Novartis.com.br, www.exjade.com e www.drugs.com

1 comentário:

ptcp disse...

Bom artigo. A pesquisa que fez resultou num artigo melhor que aquele em que se baseou.