quinta-feira, 12 de julho de 2007

Filtros Solares

Nesta época de calor, é essencial aplicar os protectores solares com frequência,especialmente depois de mergulhos e exercícios físicos.Todos sabemos a importância dos FPS, mas será que sabemos qual usar?


Os filtros solares são substâncias destinadas a proteger a pele do sol .Elas conseguem proteger a pele,a curto prazo, de queimaduras e alergias solares e, a longo prazo,do envelhelhecimento e do cancro da pele.
A loção de bronzeamento é um termo incorrecto para o filtro solar, já que sua função é completamente diferente. A loção de bronzeamento é usada para atrair raios UV para atingir um melhor bronzeado.
Os filtros químicos agem através da absorção dos raios ultravioletas,impedindo assim que a pele seja atingida.
Já os filtros físicos ou de barreira formam uma película sobre a pele e reflectem a luz como um espelho.Não são muito aceites cosmeticamente mas apresentam menor sensibilização,sendo muito indicados para elevar a protecção solar e para as crianças menores.

O que será o Factor de Protecção Solar(FPS) ?

Os Factores de Protecção Solar estão presentes em todos os filtros e indicam o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao sol, sem se queimar. A pele, quando exposta ao sol sem protecção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.
Eles auxiliam na escolha do produto de acordo com o tipo de pele. Para peles mais claras, o tempo de exposição solar necessária para queimá-las é menor do que para as peles mais resistentes.


As peles mais claras necessitam de filtros com FPS mais altos (FPS 30)mas as peles mais morenas podem utilizar um FPS mais baixo. É aconselhável um FPS 15 no mínimo.
Os filtros com FPS maiores que 30,devido ao aumento da concentração de filtros solares,apresentam um maior risco de desenvolvimento de sensibilização cutânea,ou seja,alergias de pele. A sua utilização deve ser indicada pelo médico assistente,conforme a necessidade do uso.
O FPS 15 a 30 deve ser utilizado regularmente,dependendo do tipo de pele,da presença de doenças de pele,da prática desporto,da altitude da região e das condições ambientais.Superfícies como areia, neve e água podem reflectir muito a luz solar.


O seu uso correcto implica, uma aplicação uniforme e abundante(30 minutos antes da exposição). A dosagem pode ser calculada usando a fórmula para a área de superfície do corpo e subsequentemente subtraindo a área coberta por roupa que dá protecção efectiva contra a radiação UV.
A dose usada pela FDA nos testes de filtro solar é de 2 mg/cm² e com base de uma amostragem, calculada numa monografia de FDA, se assumirmos um adulto mediano com altura de 1,63 m e peso de 68 kg com 82 cm de cintura, ele necessitaria de exactamente 29 g para cobrir sua área corporal não coberta.
É necessário a sua reaplicação frequente de duas a duas horas, após exercício físicos, mergulhos e transpiração excessiva. É de igual importância utilizar os protectores labiais e óculos escuros.


É fundamental o seu uso nas crianças, pois a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.
Escolhe com o médico o filtro mais adequado, evite os horários de exposição e utilize os chapéus, camisetas e guarda-sóis no sentido de protegê-los e educá-los para se exporem sempre com segurança ao sol.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares deixa-nos confusos na maioria das vezes,é importante sabermos o significado dos termos e assim escolher o mais adequado:


-Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
- Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
-Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA,que tem alto poder de causar alergias.
-Livre de òleo ou "oil free":substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
-Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.


Cuidados adicionais

Para além da protecção obtida com a aplicação dos filtros solares,
é igualmente importante evitar a exposição ao sol entre as 10.00 e as 15.00 horas ,sendo o período de maior incidência de radiação ultravioleta.
É importante saber que perto de 50% da radiação solar pode atingir partes do corpo submersas na água,os dias nublados também emitem radiações com riscos de queimadura solar.Superfícies de vidro bloqueiam apenas a radiação UVB e parte da UVA.
Os idosos que utilizem filtros solares recebem radiações solar adequada no que diz respeito ao risco de Osteoporose.
Os guarda-sóis devem ser de tecido de algodão o mais compacto e forrado possível e não os que são confeccionados com nylon fino.
Os tecidos sintéticos oferecem maior protecção.A presença de tintas aumenta a protecção.


Sandra Cunha

Fontes: dermatologia.net,wikipédia
Saúde e família.Grande Enciclopédia Médica,volume7

Wyeth processa Mylan para impedir comercialização de genérico do Effexor XR

A farmacêutica Wyeth apresentou uma queixa na justiça norte-americana contra a Mylan por uma alegada infracção de patente. O objectivo é impedir a Mylan de comercializar um semelhante genérico do antidepressivo Effexor XR (Venlafaxina).

O medicamento é o mais bem sucedido da Wyeth, com vendas anuais que ascendem aos 2,69 mil milhões de euros, e o antidepressivo mais vendido a nível mundial, referem dados da IMS Health.

De acordo com o processo interposto pela Wyeth, a Mylan tê-la-á notificado de que iria submeter, junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), uma aprovação para comercializar uma versão de um genérico do Effexor XR. A Mylan alega que a as patentes do medicamento são inválidas e que, por isso, não estarão a ser violadas pela sua tentativa de vender um semelhante genérico.

A Wyeth considera que há uma infracção da patente do produto e pede que o tribunal tome medidas para bloquear as tentativas da Mylan para vender versões copiadas, até que a patente expire, o que deverá acontecer em 2017.

Em 2006, a Wyeth chegou a um consenso com o laboratório israelita Teva Pharmaceutical num litígio referente a uma violação da patente do Effexor. Segundo o acordo, a Teva já iniciou as vendas dos genéricos de uma versão do Effexor, que compreende uma pequena porção do total das vendas do medicamento, porém, a fórmula de lançamento alargado só poderá ser comercializada a partir de Julho de 2010, embora a Teva possa colocá-lo mais cedo no mercado obedecendo a determinadas condições.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Erbitux não atinge objectivos no tratamento do cancro do pulmão

O Erbitux (cetuximab) é ineficaz no tratamento do cancro do pulmão, não tendo demonstrado benefícios na redução dos tumores, revelaram as conclusões de um ensaio clínico de Fase III. Por outro lado, algumas das finalidades secundárias do medicamento foram atingidas.

O fármaco, desenvolvido pela ImClone Systems e pela Bristol-Myers Squibb, não atingiu o objectivo principal quando administrado com conjunto com taxane e carboplatina, uma vez que não conseguiu atrasar o crescimento de tumores em doentes com carcinoma pulmonar de não pequenas células (CPNPC).

Porém, o comunicado divulgado pelas empresas refere que a substância cumpriu as metas secundárias propostas, entre as quais se incluem a taxa de resposta e a sobrevivência livre de progressão, cujos resultados foram “estatisticamente significativos”.

O estudo, realizado nos Estados Unidos da América e no Canadá, contou com a participação de 600 doentes e é apenas um entre vários ensaios clínicos que testam a eficácia do Erbitux no tratamento do cancro do pulmão. Os dados relativos à investigação mais abrangente que está actualmente a ser realizada, e que analisa a administração do Erbitux em associação com cisplatina e vinorelbina, não se encontram ainda disponíveis.

Em Abril, um ensaio clínico de fase III demonstrou que o medicamento também não conseguiu melhorar a sobrevivência geral dos doentes com cancro do pâncreas. Quando combinado com uma quimioterapia baseada em gemcitabina, a substância não prolongou a vida do doente para lá do que já era atingido pela quimioterapia isolada. O Erbitux, utilizado em Portugal, desde Junho de 2004, é indicado no tratamento de doentes com cancro colorectal metastático em associação com irinotecano. Em associação com radioterapia está indicado para o tratamento de doentes com carcinoma pavimentocelular da cabeça e pescoço, localmente avançado.

Marta Bilro

Fonte: StreetInsider.com, Market Watch, CNN Money, Infarmed.

Merck investe 726 milhões de euros em parceria com a Ariad

A Merck e a Ariad Pharmaceuticals estabeleceram um acordo de colaboração para desenvolverem e comercializarem em conjunto o AP23573, o novo medicamento da Ariad para o tratamento do cancro. A parceria deverá custar à farmacêutica alemã mais de 726 milhões de euros.

Num comunicado conjunto, as empresas referem que os ensaios clínicos de última fase para analisar a eficácia deste medicamento no tratamento de sarcomas metastáticos deverão iniciar-se até ao final de Setembro. Os sarcomas, tumores malignos de células derivadas da mesoderme, desenvolvem-se nos tecidos conectivos de suporte extra-esqueléticos, como é o caso dos músculos, tendões, tecidos sinoviais peri-articulares, gordura, endotélio dos vasos sanguíneos e canais linfáticos, e o mesotélio dos órgãos viscerais.

O AP23573 é um inibidor de pequenas moléculas da proteína mTOR, elemento chave na activação das células cancerígenas. Os termos do acordo prevêem que a norte-americana Ariad receba, de imediato, cerca de 54,5 milhões de euros e outros 328 milhões em pagamentos relativos ao cumprimento de objectivos de desenvolvimento. Caso o tratamento cumpra as metas de venda estabelecidas, a Ariad poderá ainda receber mis 145,2 milhões de euros adicionais, entre outros pagamentos, segundo refere o documento.

O bloqueio da proteína mTOR origina um efeito semelhante à sensação de fome nas células cancerígenas interferindo com o crescimento, divisão e metabolismo das mesmas. O inibidor recebeu as designações de produto de acção rápida e medicamento órfão atribuídas pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), e de medicamento órfão pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para o tratamento do sarcoma dos tecidos moles e do sarcoma dos ossos.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Bloomberg, Forbes.

Governo pretende distinguir as boas práticas hospitalares
Premiar desempenho na área do medicamento


O Estado anunciou a intenção de criar um prémio para assinalar o desempenho mais eficaz na área do medicamento hospitalar em Portugal. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, o Governo aceitou a sugestão avançada pelo Grupo de Trabalho para o Programa do Medicamento Hospitalar, e a breve trecho porá em marcha a medida, que visa enaltecer as boas práticas no seio das unidades de saúde nacionais.

O governante, que falava aos jornalistas nos Hospitais Universitários de Coimbra, onde presidiu a uma apresentação do Programa do Medicamento Hospitalar em que participaram representantes de todos os hospitais do país, explicou que será atribuído anualmente à unidade hospitalar que demonstre merecê-lo, “um prémio de excelência”, que deverá abranger o universo dos hospitais públicos do país. O regulamento que orientará a escolha da entidade galardoada deverá, de acordo com Francisco Ramos, “traduzir uma filosofia de reconhecimento do mérito e das boas práticas” na gestão do medicamento.
O grupo de trabalho coordenado por Rui Crujeira defendeu a instituição de uma linha de financiamento integrada no orçamento do Serviço Nacional de Saúde, a fim de prestar formação aos recursos humanos e de promover a investigação no âmbito do Programa do Medicamento Hospitalar, acrescentando que a dotação orçamental poderia ainda viabilizar a realização de projectos de remodelação de instalações e de aquisição de equipamentos, tendo sempre em vista uma melhor gestão do medicamento nos hospitais públicos portugueses, materializando uma cultura que o secretário de Estado definiu como “uma cultura de meritocracia” e de “denúncia daqueles que têm práticas mais fracas”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Ministério da Saúde

Luminex e Exiqon assinam acordo de distribuição para produtos de MicroRNA

A Exiqon vai liderar a distribuição dos produtos FlexmiR enquanto as companhias continuam a desenvolver novas tecnologias de MicroRNA.

A Luminex Corporation, fornecedor líder de soluções multiplex, e a Exiqon A/S, líder no fornecimento de produtos de alta qualidade de análise da expressão de genes, anunciaram a realização de um acordo de distribuição para a linha de produtos FlexmiR, desenvolvida em conjunto pelas duas companhias em 2006. Segundo os termos do acordo, a Exiqon obteve os direitos não exclusivos para distribuir os actuais e os novos produtos FlexmiR e vender sistemas Luminex aos laboratórios por todo o mundo. Para além da assinatura deste novo acordo, as companhias lançaram mais dois produtos FlexmiR: o FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA e o FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA.

Em Dezembro de 2006, a Luminex e a Exiqon lançaram o FlexmiR, uma nova linha de produtos de microRNA que combinam a tecnologia xMAP flexível da Luminex e a tecnologia de Ácido Nucleico Bloqueado (LNA - Locked Nucleic Acid, em inglês) da Exiqon. A linha FlexmiR distribui mais dados em menos tempo do que outros testes e oferece a melhor especificidade na classe e um fluxo de trabalho altamente simplificado. O FlexmiR pode fornecer aos cientistas e investigadores mais de 6.300 dados em quatro horas.

O recentemente lançado FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA aumenta a linha de produtos FlexmiR disponíveis aos cientistas que trabalham com modelos animais de ratos ou ratazanas como pesquisa preliminar antes de passar para amostras humanas armazenadas. O novo FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA oferece aos investigadores a possibilidade de avaliar a integridade dos seus testes sem ideias pré-concebidas acerca da integridade das amostras. Ambos os produtos irão ajudar cientistas e investigadores a poupar tempo e recursos.

Segundo o presidente da Luminex, Patrick J. Balthrop, a linha de produtos FlexmiR que a Luminex co-produziu com a Exiqon tem demonstrado ser uma ferramenta abrangente, precisa e simples para a análise de microRNA, acrescentando que estão ansiosos por trabalhar ainda mais com a Exiqon para fornecer novas ferramentas aos cientistas e investigadores envolvidos em pesquisa de microRNA. Este acordo e os novos produtos, nos quais a empresa está a colaborar com a Exiqon, irão permitir à Luminex continuar a expandir a investigação nesta área vital e emergente de pesquisa.

O presidente da Exiqon, Lars Kongsbak, sublinhou que o FlexmiR é uma inovação importante na investigação de microRNA, caracterizado por ter uma especificidade e eficácia incomparáveis. Kongsbak acrescentou ainda que a empresa está encantada com o lançamento destas duas novas ofertas e por expandir a parceria com a Luminex. A capacidade de não só proporcionar produtos FlexmiR aos clientes, como também fornecer sistemas Luminex, irá permitir abranger uma base mais vasta de cientistas e investigadores.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.luminexcorp.com

Análise ao sangue permite diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

Um conjunto de proteínas presentes no sangue de algumas pessoas que as predispõe para desenvolverem a doença de Alzheimer poderá ser a chave para um exame sanguíneo que detecta precocemente sinais da doença. Cientistas britânicos acreditam que o teste poderá estar disponível dentro de cinco anos.

Antecipar o diagnóstico e melhorar os tratamentos são dois dos principais objectivos traçados pelos investigadores, que julgam estar perto de desenvolver um teste de análise ao sangue capaz de identificar sinais desta doença degenerativa. De acordo com os cientistas, os pacientes cujo resultado seja positivo relativamente à presença de determinadas proteínas, poderão corrigir a sua dieta e fazer mais exercício físico para diminuir as probabilidades de desenvolverem a doença.

A equipa de especialistas do King’s College, em Londres, responsável pela elaboração do estudo, afirma que os pacientes portadores da doença numa fase precoce demonstraram níveis elevados de duas proteínas no sangue. A investigação que deu origem a estas conclusões comparou os níveis de proteínas no sangue de mais de 500 portadores da doença com os de pessoas idosas saudáveis. A maior frustração das pessoas está relacionada com o facto de que “quando são diagnosticadas com Alzheimer, já é demasiado tarde para fazer alguma coisa acerca disso”, frisou Madhav Thambisetty, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.

O principal desafio que se coloca à investigação reside em “descobrir o que pode causar a doença de Alzheimer e perceber se é possível identificá-la antes de se instalar e, dessa forma, proporcionar aos pacientes uma oportunidade de tratamento eficaz”, destaca Thambisetty. A grande meta, de acordo com o responsável, “é criar um teste sanguíneo simples que possa eventualmente ser administrado num centro de saúde”. Apesar das expectativas serem animadoras, os responsáveis sublinham que são ainda necessários ensaios clínicos rigorosos.

A doença de Alzheimer afecta uma em cada 10 pessoas com idade acima dos 65 anos. Os testes de diagnóstico actualmente disponíveis incluem exames ao cérebro, realizados em hospitais, ou punções lombares que se tornam dolorosas e comportam efeitos secundários. As fases iniciais da doença são muito difíceis de diagnosticar e apesar de “existirem centenas de medicamentos em desenvolvimento”, os custos “são muito elevados e quase proibitivos mesmo para as maiores empresas farmacêuticas”, afirmou Thambisetty. Este factor torna ainda mais aliciante a nova descoberta. “Um exame ao sangue não invasivo para diagnosticar a doença de Alzheimer teria uma importância enorme”, afirma Clive Ballard, director do departamento de investigação da “Alzheimer's Society”. Até porque, “o diagnóstico precoce permite que as pessoas com demência se preparem a si e às suas carreiras para o futuro”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, News Post India, Telegraph.com.uk.

Farmacêuticos nem sempre decifram correctamente a receita
“Letra de médico” pode ser fatal


Um estudo recente de um grupo de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, aferiu que a chamada “letra de médico” (um tipo de escrita tradicionalmente pouco inteligível para o comum dos cidadãos que os profissionais usam na prescrição de medicamentos), aliada aos erros de transcrição e interpretação da intenção do clínico pelos farmacêuticos, são responsáveis por 61 por cento dos erros de medicação cometidos na rede de hospitais norte-americanos.

À luz do mesmo estudo, publicado no jornal «Health Services Research», os centros hospitalares que já estão dotados do sistema informático que permite a prescrição electrónica de medicamentos conseguiram uma diminuição de 66 por cento na prevalência daquele problema. Os autores da investigação acreditam que 25 por cento dos doentes hospitalares norte-americanos já foram, pelo menos uma vez, alvo de erros de medicação, que podem, em determinadas circunstâncias, produzir efeitos perniciosos bastante graves para os utentes dos serviços de saúde, já que são comuns os enganos em termos de substância, mas também a nível das quantidades administradas.
Em Portugal a prescrição electrónica está já numa fase relativamente avançada de implementação, sendo a indicação dos fármacos a ingerir feita com o recurso a um computador em grande parte das unidades hospitalares desde o início deste ano, quando aquele método de prescrição foi alargado a todo o Serviço Nacional de Saúde, composto por 89 hospitais e cerca de 360 centros de saúde e extensões locais dos mesmos.

Carla Teixeira
Fonte: Health Services Research
Projecto inovador de informação
Revista «FarmaSaúde» nas bancas em Janeiro

A Creativíssima, empresa especialista em marketing e comunicação nas áreas da Farmácia e da Saúde, vai editar, em Janeiro de 2008, o primeiro número da nova revista «FarmaSaúde», que pretende ser um guia informativo semestral sobre os serviços disponibilizados no sector a nível nacional.

Na sua primeira edição, a nova publicação será editada em nove distritos – Beja, Braga, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo, mas a breve trecho, segundo a empresa editora, deverá estar também disponível nos restantes distritos do território continental e nas regiões autónomas. A revista assume como objectivo principal tornar-se “o veículo de comunicação, divulgação e informação entre farmácias e diversos agentes de saúde e os cidadãos”, tarefa que será sempre complementada pelo site http://www.farmasaude.pt/.
Chamando a si a virtude de ser o único meio no País a oferecer uma compilação de todas as farmácias de Portugal Continental e das Ilhas “de uma forma simples e fácil de consultar, onde também pode pesquisar-se as farmácias de serviço, os diferentes serviços de saúde e urgências e os contactos de aconselhamento e apoio aos utentes”, o projecto deverá ainda disponibilizar notícias e vários artigos de opinião relacionados com as temáticas que cobre.

Carla Teixeira
Fonte: Criativíssima

Cancro da mama: Mutação nos genes BRCA não aumenta risco de mortalidade

A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 que, de acordo com o conhecimento generalizado dos cientistas, predispõe a mulher ao aparecimento de cancro da mama, diminuindo-lhe a oportunidade de vida, está a ser contestada por uma recente descoberta. Um novo estudo demonstrou que a taxa de mortalidade devido ao cancro da mama entre as mulheres israelitas Ashkenazi, que eram portadoras de uma variação nesses genes, não é diferente das que não possuem essa mutação.

A investigação, divulgada no “New England Journal of Medicine” vem desafiar o conhecimento geral ao afirmar que a presença ou de uma variação nos genes BRCA1 ou BRCA2 não influencia a taxa de sobrevivência 10 anos mais tarde. Todas as mulheres são portadoras destes genes à nascença, no entanto, uma alteração hereditária na sua composição é responsável por 5 a 10 por cento dos cancros da mama. Esta condição faz também com que o risco de desenvolver a doença durante a vida seja 3 a 7 vezes mais elevada nas mulheres portadoras de uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Por norma, isto verifica-se numa em cada 450 mulheres.

Porém, no caso das mulheres Ashkenazi, as estatísticas são mais elevadas, com cerca de uma em cada 40 mulheres a serem portadoras de uma mutação genética hereditária nesses genes e a desenvolverem cancro. Este facto faz com que a probabilidades de terem uma mutação esteja 10 vezes acima do normal. A elevada concentração de mulheres Ashkenazi em Israel levou Gad Rennert, do Centro Nacional de Controlo de Cancro, em Haifa, a realizar um estudo em 22 hospitais locais.

Depois de recolhido o ADN de 71 por cento do total de 2.514 mulheres envolvidas no estudo, e os registos médicos de 86 por cento das participantes, os investigadores observaram que 10 por cento das amostras eram portadoras de uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2. Ao analisarem a taxa de risco de mortalidade, os cientistas não detectaram uma diferença significativa entre as portadoras de variações genéticas naqueles genes e as não portadoras. “As taxas de morte especificamente relacionadas com o cancro da mama nas mulheres israelitas são semelhantes entre as portadoras de uma mutação nos genes BRCA e as não portadoras”, concluem os especialistas.

Segundo Rennert, “A maioria [das portadoras de BRCA] que desenvolvem cancro da mama vão sobreviver à doença. Essa é uma mensagem importante para as mulheres e para os médicos”. Actualmente, calcula-se que uma em cada 10 mulheres irá desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Na Europa, quase 20 por cento de todas as mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da mama.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Medical News Today, Roche.

Em doentes com cancro da mama operável e HER2
Herceptin ajuda a aumentar sobrevivência


O uso combinado do Herceptin (trastuzumab) com a quimioterapia reduz em 34 por cento a mortalidade entre as mulheres com cancro da mama, contribuindo também para um aumento de 38 por cento da sobrevivência com cura. São dados positivos que resultam de uma revisão de cinco ensaios clínicos, e que foram apresentados em Lugano, na Suíça, no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica.

Segundo a investigadora Issa Dahabreh, da Universidade de Atenas, a revisão dos cinco ensaios clínicos permitiu aferir que a combinação do recurso à quimioterapia com a utilização do Herceptin vem melhorar a sobrevivência entre as mulheres com cancro da mama operável que tenham tido resultado positivo nos testes à presença do HER2, o proto-gene responsável pela produção de uma proteína que tem papel regulador nas células saudáveis, mas que permite, perante um erro aleatório, levar ao surgimento de um cancro.
Issa Dahabreh considera que “estes resultados confirmam que a administração do trastuzumab em associação com a quimioterapia deveria ser a opção de primeira linha no tratamento das mulheres com aquele tipo de carcinoma, designadamente nas que sofrem de doenças cardiovasculares”. Uma convicção que se alicerça nos resultados do acompanhamento de mais de 13 mil mulheres, apesar de em vários outros estudos realizados com aquele fármaco algumas pacientes terem sofrido sérios efeitos colaterais.

Carla Teixeira
Fonte: El pais, Herceptin.com, Roche
Terapias hormonais prejudicam mulheres mais velhas
Risco acrescido de problemas cardíacos

As mulheres mais velhas, que há muito entraram na menopausa, deverão evitar o recurso a terapias hormonais com vista a prevenir doenças do coração. De acordo com um estudo publicado no «British Medical Journal», esses tratamentos só são adequados para alívio dos primeiros sintomas da menopausa, em mulheres mais novas.

Um estudo internacional que incidiu no acompanhamento de mulheres mais velhas confirmou dados recentes que apontavam para um risco acrescido naquela faixa da população do recurso a terapias de substituição hormonal. Os especialistas referem que o início de tratamentos hormonais em mulheres que estejam já na casa dos 60 anos “não é aconselhável”. JoAnn Manson, médica responsável pelo departamento de Medicina Preventiva da Escola Médica de Harvard, em Boston, que fez parte do estudo, explicou que, nessa população, aquele tipo de tratamentos pode mesmo ser prejudicial à saúde.
A especialista falava à margem de uma conferência sobre terapias hormonais, que durante muito tempo colheram, junto da comunidade médica, a convicção de que poderiam ajudar a proteger as mulheres das doenças crónicas, especialmente as de índole cardíaca. No entanto, um estudo divulgado em 2002 veio lançar o alarme entre os cientistas, ao relacionar as doenças do coração com aquelas terapias, que nessa altura foram abandonadas por milhões de mulheres em todo o mundo. Este novo estudo atesta que esses riscos são mais pronunciados nas mulheres que dão início aos tratamentos mais tardiamente, baseando-se nos dados da análise de mais de cinco mil pacientes na Grã-Bretanha, na Austrália e na Nova Zelândia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters

Centros chineses de colheita de sangue vão ter vídeo vigilância

Depois de sucessivos escândalos, a China decretou a instalação de sistemas de vídeo vigilância em todos os centros de colheita de sangue do país, de forma a combater o mercado paralelo que a venda ilícita de sangue alimenta.

A ordem surge na sequência da prisão de seis pessoas, acusadas de aliciar, de forma ilegal, imigrantes a doar sangue, na província de Guangdong, no sul da China, e da ordem de encerramento de três clínicas, por falsificação dos registos de dadores.

O sistema de vídeo vigilância deverá estar pronto a funcionar em Outubro e é mais uma tentativa do governo chinês de reabilitar o mercado de sangue, que viu a sua credibilidade destruída na década de 90, com o escândalo da contaminação de milhares de pessoas com VIH/Sida, devido a transfusões com sangue não controlado e obtido de forma ilegal.

Mas os escândalos não reportam apenas à década de 90, pois em Junho deste ano, a autoridade chinesa de regulação alimentar e farmacológica, denunciou que em pelo menos 18 hospitais do Norte da China estava a ser utilizado plasma falso.

O governo chinês garante que vai estar alerta e que terá mão pesada para punir este tipo de corrupção, para que sirvam de exemplo, numa tentativa de limpar o nome da marca “made in China”.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

EFSA alerta para o potencial cancerígeno do corante E128

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) tem-se mostrado preocupada com a utilização do corante E128, também conhecido como Encarnado 2G, em produtos alimentares, nomeadamente em salsichas e hambúrgueres, uma vez que testes de laboratório realizados em ratos, têm mostrado que existe potencial risco de cancro no consumo destes produtos.

O corante em causa tem sido autorizado na Europa para incorporação em salsichas e hamburgueres que tenham 4% a 6% de conteúdo em cereais ou vegetais, no entanto, os resultados dos testes levaram já o conselho de especialistas em aditivos que apoia tecnicamente a EFSA, a recomendar que o corante E128 não seja considerado seguro para consumo humano.

O corante E128 converte-se numa substância de consistência oleosa chamada anilina, durante o processo de digestão e assimilação. Durante os testes de laboratório, foi injectada anilina aos ratos, que acabaram por desenvolver tumores.

Os especialistas consideram que estes resultados não podem ser ignorados, pois mostram claramente o potencial carcinogénico da anilina.

A EFSA encontra-se neste momento a proceder à revisão e confirmação de provas sobre os riscos dos corantes alimentares e ontem foi a vez de o Parlamento Europeu aprovar, na generalidade, uma regulamentação que harmoniza e simplifica o recurso a aditivos pela indústria agro-alimentar, prevendo-se a reavaliação de cerca de 300 destas substâncias.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Termómetros e aparelhos de medição arterial com mercúrio

Proibição europeia não deve afectar Portugal

Portugal está preparado para acatar a proibição da utilização de mercúrio em aparelhos de medição arterial e termómetros, decretada terça-feira pelo Parlamento Europeu (ver artigo Parlamento Europeu proíbe uso de mercúrio em termómetros), pois há muito que os serviços do Estado deixaram de usar estes equipamentos, optando por substitutos sem mercúrio, bem como os estabelecimentos farmacêuticos, que deixaram de comercializar estes aparelhos desde o inicio de 2006.

A proibição europeia deve-se ao facto de o mercúrio ser um metal muito tóxico, que pode representar sérios riscos para a saúde pública e para o meio ambiente, e deverá representar uma diminuição anual de 33 toneladas nas emissões de mercúrio, de acordo com a estimativa da Comissão Europeia.

O Estado português começou a substituir, de forma gradual, os aparelhos de medição arterial e termómetros, seguindo uma "orientação nacional de há muitos anos", motivada por uma directiva comunitária, em vigor no direito interno português desde 1999, disse à Lusa o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Mário Durval, pelo que a proibição agora decretada não deverá afectar significativamente o país.

No entanto, os novos aparelhos sem mercúrio têm sido alvo de criticas e desconfiança, sendo frequentemente posta em causa a sua fiabilidade e rigor, já que grande parte dos aparelhos à venda no mercado nacional não possui qualquer certificação, o que dificulta a sua calibração.

Se para Mário Durval, os aparelhos que surgiram para substituir o mercúrio são "fidedignos", para o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Luís Martins, são duvidosos, nomeadamente os digitais, que apresentam falhas ao nível da calibração.

Para este especialista, "os aparelhos de pulso não prestam para nada" porque "não têm nenhuma fiabilidade". Os aparelhos de melhor qualidade são os de medição da pressão arterial no braço, porque medem a pressão na artéria branquial, sobre a qual recai a ciência em torno destas medições, explicou. Apesar da desconfiança, o presidente da SPH acredita que no futuro a tecnologia vai resolver a falta de rigor dos novos aparelhos.

Para além da classe médica, as criticas têm surgido também por parte da população mais idosa, que receia os novos termómetros e aparelhos de medição da pressão arterial, de acordo com uma ronda feita por farmácias fora do distrito de Lisboa.

"É muito difícil que os idosos aceitem os novos termómetros digitais", contou à Lusa a farmacêutica Ana Maria Rico da Farmácia Central, em Coimbra, contrariamente às gerações mais novas, que preferem os termómetros e aparelhos de medição digitais, por permitirem uma medição mais rápida.

Também a farmacêutica Mariana Paisana da Farmácia Silveira, em Beja, confirma que "há muita resistência nas pessoas mais idosas", no entanto há cerca de dois anos que esta farmácia não tem à venda aparelhos com mercúrio.

As farmácias começaram a evitar a comercialização de aparelhos com mercúrio na sequência do pedido do Infarmed - Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento - emitido em Maio de 2002, que pedia para que fosse evitado o uso e aquisição de termómetros de mercúrio. De acordo com o porta-voz deste organismo, actualmente já não há farmácias que tenham para venda aparelhos com mercúrio.~

Inês de Matos

Fonte: Lusa, RTP

Reavaliação do NICE recomenda Alimta para tratamento do mesotelioma

O Alimta, da Eli Lilly & Co., deverá ser financiado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido para uma forma de cancro do pulmão associado à exposição ao amianto.

Na sua avaliação final, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido recomendou que o Alimta (pemetrexed), da Eli Lilly, deve estar disponível no Serviço Nacional de Saúde para determinados pacientes com mesotelioma. A decisão foi tomada após a farmacêutica ter contestado a resolução original de Junho de 2006, de não recomendar o produto para esta situação devido a ser dispendioso.

O director de implementação do NICE, Gillian Leng, explicou que a avaliação inicial das provas sugeria que estas eram insuficientes para demonstrar que o fármaco era melhor do que outros menos dispendiosos. Contudo, Leng acrescentou que, durante o processo de reavaliação, ficou claro um número de factores significativos, o que, tomado em consideração, permitiu que o comité de avaliação independente recomendasse o Alimta como opção de tratamento para a maioria dos pacientes com mesotelioma.

Nas indicações revistas, o NICE recomenda que o Alimta fique disponível para pacientes com mesotelioma pleural maligno que conseguem executar as tarefas diárias, mas cujo cancro está avançado e para os quais a cirurgia não é considerada apropriada. O NICE não recomenda o Alimta para pacientes que estão demasiado doentes para tolerar quimioterapia adicional ao tratamento. As recomendações finais são esperadas para Setembro.

O director-geral da Lilly UK, Andrew Hotchkiss, acrescentou que a avaliação revista mostra que o NICE reconheceu os benefícios que o Alimta pode oferecer em termos de sobrevivência e qualidade de vida. A decisão significa que a maioria das pessoas com mesotelioma poderão agora obter pemetrexed através do Serviço Nacional de Saúde. Um tratamento com o fármaco custa em média 8.000 libras por paciente, quando combinado com o agente de quimioterapia cisplatina. A farmacêutica prevê que o Serviço Nacional de Saúde gaste entre 3,4 milhões e 5,7 milhões de libras por ano com o Alimta.

Mais informações relativas ao Alimta e suas aplicações podem ser consultadas no farmacia.com.pt, no artigo “ALIMTA® útil no tratamento do cancro do pulmão”, publicado no dia 03 de Junho.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, BBC News

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Abuso de medicamentos no Inverno prejudica visão

Conjuntivite alérgica predisposta à catarata e glaucoma, alerta oftalmologista

O abuso de medicamentos no Inverno prejudica a visão. Quem o diz é o oftalmologista do instituto brasileiro Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, que aponta os antibióticos e corticosteróides como os principais "vilões".

“O uso abusivo de antibióticos e corticosteróides pode causar graves problemas à saúde dos olhos porque mascara doenças. Uma conjuntivite alérgica ou viral, pode ficar predisposta à catarata e glaucoma, além de tornar o organismo resistente a outros medicamentos”, alertou Queiroz Neto.

Segundo o oftalmologista brasileiro, no Inverno a descida de humidade do ar duplica a incidência da síndrome do olho seco. “A menor produção da lágrima diminui a defesa dos olhos que ficam mais susceptíveis a contaminações das suas porções externas – córnea e conjuntiva”, explicou, considerando que “equacionado a isso, a cefaleia, febre, tosse, dor de garganta e doenças respiratórias típicas desta época do ano levam ao uso abusivo de antibióticos e corticosteróides, porque a maioria das pessoas não sabe distinguir reacções alérgicas da gripe de uma constipação que não chega a ser uma infecção.”

Principais vilões: antibióticos e corticosteróides

“O erro mais comum cometido por três em cada 10 pacientes é usar colírio antibiótico para tratar conjuntivite viral ou alérgica”, destacou Queiroz Neto, sustentando que “o tratamento de conjuntivite viral que, geralmente, dura 15 dias, chega a necessitar de três a quatro meses de acompanhamento médico, com a agravante de o antibiótico não fazer efeito e tornar a pessoa resistente ao fármaco.”

De acordo com o especialista, nos casos mais graves “o tratamento é feito com lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais”, ressalvando que “não é só o uso tópico de antibióticos que cria barreiras para a acção dos princípios activos de antibióticos.”

De referir que, as alergias oculares também podem aparecer na forma mais branda de conjuntivite sazonal que, em geral, pode ser tratada com compressas geladas, desde que recomendadas por um oftalmologista.

O oftalmologista brasileiro reforçou ainda que a toma prolongada de grandes quantidades de antibiótico, - que, no caso dos olhos, é usado para combater a conjuntivite bacteriana - “pode complicar o tratamento de uma infecção ocular”, concretizando que, por norma, “as conjuntivites virais desaparecem em cinco dias como uma resposta natural do organismo que ganhou imunidade.”

Outra grave consequência do abuso de antibióticos e corticosteróides é alterar a defesa do organismo, apontou Queiroz Neto. Recorde-se que, o FARMACIA.COM.PT publicou, esta semana, uma reportagem sobre a resistência aos antibióticos.

Raquel Pacheco

Fonte: Revista Fator/BBC

GSK disponibiliza Atriance a preço simbólico

As críticas que recaíram sobre a indústria farmacêutica devido aos preços elevados dos medicamentos parecem começar a surtir efeito. A GlaxoSmithKline prepara-se para lançar no mercado da União Europeia (UE), ainda este ano, um fármaco para o tratamento do cancro que não deverá gerar quaisquer lucros, não só pela reduzida camada de doentes aos quais se dirige, mas também pelo preço reduzido que será cobrado.

O Atriance (nelarabina solução para infusão) vai ser disponibilizado aos cerca de 500 pacientes da UE que não responderam à quimioterapia, para tratar a Leucemia Linfoblástica Aguda de células T (LLA-T) e o Linfoma Linfoblástico das células T (LBL-T). Estas formas raras e difíceis de tratar da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e do Linfoma Linfoblástico (LBL) afectam com frequência a população infantil.

A farmacêutica britânica espera assim recompor a sua imagem face a algumas críticas de que os laboratórios estariam a colocar os lucros à frente dos cuidados com os pacientes. Em declarações ao Financial Times, Andrew Witty, presidente da divisão europeia da GSK, afirmou que o factor económico não deverá ser colocado, até porque, esta medida nunca foi encarada como uma oportunidade comercial. “Isto insere-se no nosso compromisso para assegurar o equilíbrio correcto entre a empresa e a sociedade”, salientou o responsável

O Atriance, lançado nos Estados Unidos da América como Arranon, foi recentemente aprovado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA), depois de um ensaio clínico ter comprovado a sua eficácia. O fármaco recebeu o estatuto de medicamento órfão na Europa, em Junho de 2005. O tratamento com esta substância, que deve ser aplicada durante um ciclo de 21 um dias, custa cerca de 3.633 euros, um preço muito inferior ao cobrado regularmente pelos medicamentos órfãos.

Segundo adiantou Witty, o laboratório não pretende expandir a utilização do medicamento noutros tratamentos com o objectivo de fazer crescer as vendas. O responsável disse ainda que a GSK, empenhou-se, acima de tudo, em desenvolver fármacos de utilização limitada para satisfazer necessidades médicas que ainda não estão preenchidas, e conseguiu fazê-lo por possuir um portfolio alargado de substâncias em desenvolvimento.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Financial Times.

Descoberta nova função genética em embriões

Investigação com mosca-da-fruta abre portas à compreensão do sistema nervoso humano

Cientistas espanhóis descobriram uma nova função genética entre as leis que regulam o desenvolvimento embrionário nos seres vivos. O grupo de investigadores acredita que a descoberta pode fornecer chaves para compreender melhor o sistema nervoso dos humanos.


A investigação - publicada no último número da revista «PLoS One» -combinou o trabalho de biólogos, físicos e matemáticos com o objectivo de moldar no computador uma asa da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster), para simular o funcionamento dos sistemas biológicos e entender o funcionamento de mecanismos internos.

Em declarações à Agência EFE, o biólogo Marco Milán, do Instituto de Pesquisa Biomédica, em Barcelona, explicou que “as asas da mosca são formadas a partir de um conjunto de células agrupadas em diferentes segmentos ou compartimentos que nunca se misturam, permitindo a construção simétrica das partes dorsal e ventral a partir de um limite ou de uma fronteira.”

O líder do grupo – em parceria com Javier Buceta, do Centro Especial de Pesquisa em Química Teórica – acrescentou que o processo de subdivisão em compartimentos “também acontece na formação do sistema nervoso central nos vertebrados, e os genes e formas de sinalização envolvidos se conservam tanto na Drosophila como nos vertebrados.”

Segundo Milán, não só os genes envolvidos na formação da ponta da asa da mosca são exactamente os mesmos que criam as bordas entre pontos adjacentes no sistema nervoso central dos vertebrados, mas também, é igual "a forma como eles falam".

Até à data, não havia um estudo sistemático que levasse em conta todos os elementos descritos. Neste sentido, os investigadores acreditam que o trabalho pode fornecer "chaves" para a compreensão de defeitos e "doenças humanas" nas quais o sistema central não foi formado perfeitamente. "Talvez algum dos genes com os quais trabalhamos seja o causador desses problemas", disse Milán.

"Uma vez modelada no computador uma asa de mosca, comprovamos que havia uma propriedade necessária para que o sistema fosse estável e que permitiu comprovar sua robustez", concluiu.


Raquel Pacheco

Fonte: EFE/«PLoS One»

Ventana considera oferta da Roche inadequada

A Ventana Medical Systems recusou a oferta pública de aquisição lançada pela farmacêutica Suíça Roche. A proposta, que tinha sido considerada hostil pela empresa norte americana, atingia os 2,2 mil milhões de euros.

O quadro de accionistas considerou que os 54,5 euros por acção, oferecidos da Roche, eram “inadequados em vários aspectos” e que subestimam o valor da empresa e as suas perspectivas no mercado dos testes de diagnóstico de cancro.

Ainda assim, de acordo com Pascale Boyer, analista da Bordier & Cie, “o negócio deverá ir em frente porque, provavelmente, a Roche deverá aumentar o preço”. O especialista considera que o laboratório suíço não está disposto a arriscar que a Ventana possa ser adquirida por outra empresa, principalmente porque é esta que produz um dos seus testes para avaliar a resposta dos pacientes ao fármaco Herceptin, utilizado no tratamento do cancro da mama.

O valor que a Roche pfereceu por cada acção da empresa norte-americana especializada em histopatologia, representa um prémio de 45 por cento face ao seu valor de fecho na sessão do dia 25 de Junho, altura em que a proposta foi anunciada. Na sequência desta recusa, as acções da Ventada registaram hoje uma quebra de cerca de 40 cêntimos, ou menos de 1 por cento, para os 57,87 euros no Nasdaq. Por sua vez, a Roche desvalorizou cerca de 78 cêntimos por acção, ou menos de 1 por cento, para os 130,9 euros na bolsa de Zurique.

O mercado de testes diagnósticos através de tecidos humanos cresce, actualmente, cerca de 10 por cento a cada ano e a Roche é já uma das maiores empresas de diagnóstico a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, Reuters.

Portugal recusou integrá-la no plano nacional de vacinação
Vacina contra o HPV financiada em França


A vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), agente causador do cancro do útero, vai ser financiada pelas autoridades francesas para as mulheres entre os 14 e os 23 anos. Mais de dois meses depois de o Alto Conselho para a Saúde Pública francês ter recomendado a imunização contra aquela doença, o governo anuncia a medida. Em Abril o governo português recusou incluir aquela vacina no Plano Nacional de Vacinação.

Na tentativa de travar a incidência daquele carcinoma e de prevenir as lesões cervicais cancerosas e os condilomas genitais, o conselho tinha preconizado a vacinação universal das meninas de 14 anos, contra os quatro tipos de vírus, e a possibilidade de inoculação das adolescentes e jovens entre os 15 e os 23 anos, antes de iniciarem a sua vida sexual ou no ano seguinte. Actualmente, o cancro do colo do útero é responsável pela morte de uma mulher a cada dois minutos à escala mundial – em Portugal são anualmente diagnosticados 900 casos e mais de 300 acabam por revelar-se mortais, à cadência de uma mulher por dia – e pela destruição da vida sexual, familiar e social das sobreviventes.
O ginecologista Joseph Monsonégo, do Instituto Alfred Fournier, com sede em Paris, considerou que a decisão de financiar aquela vacina “reflecte o elevado interesse público na prevenção, não só do cancro do colo do útero, mas também de outras doenças genitais”, congratulando-se com a medida. Até ao momento só nove países europeus – Áustria, Alemanha, Itália, França, Noruega, Luxemburgo, Bélgica, Suíça e Reino Unido – recomendaram a vacinação universal de jovens pré-adolescentes.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Eli Lilly distinguida por criar parceria contra a tuberculose

A farmacêutica Eli Lilly foi condecorada em consequência da criação e implementação de uma parceria global com vista ao tratamento da tuberculose multi-resistente e tuberculose resistente a fármacos. Os Global Business Coalition's Awards homenageiam o contributo dos negócios na luta global contra o HIV/Sida, a tuberculose e a malária.

O laboratório norte-americano disponibilizou, em 2003, um investimento inicial no valor de 50,8 milhões de euros para dar inicio à “MDB-TB Partnership” e financiar uma estratégia para aumentar o fornecimento de medicamentos eficazes para o tratamento da doença. Em Março, a empresa investiu mais 36,3 milhões de euros nesta parceria, que hoje se transformou numa aliança internacional na qual figuram 14 instituições públicas e privadas, organizações humanitárias, instituições académicas e associações profissionais de saúde.

Sidney Taurel, presidente e director executivo da empresa, salientou que a Lilly se sente “honrada por figurar entre as organizações reconhecidas pelo Global Business Coalition” e por partilhar esta distinção “com a aliança internacional de organizações que se juntaram à luta para parar a propagação da doença”. Através dos esforços colectivos, “estamos empenhados em providenciar os recursos globais necessários para melhorar a prevenção e tratamento de pacientes que sofrem desta doença mortal”, acrescentou o responsável.

Recorde-se que, em Junho, a Eli Lilly anunciou a criação de uma parceria, de fundos públicos e privados, que deverá conduzir a uma fase preliminar de pesquisa de novos fármacos urgentes no tratamento da tuberculose, onde se incluem as novas estirpes resistentes. O projecto, que envolve um investimento de cerca de 11 milhões de euros num prazo de cinco anos prevê a criação de uma estrutura de pesquisa não lucrativa sedeada em Seattle, que irá utilizar recursos de algumas das mais importantes organizações e investigadores nacionais de doenças infecciosas e tuberculose.

A tuberculose é uma das maiores pandemias mundiais, uma doença de proporções globais que mata uma pessoa a cada 20 segundos. Mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo são portadores de uma das estirpes de tuberculose e milhões morrem todos os anos. A Organização Mundial de Saúde estima que, em média, um paciente com tuberculose resistente a fármacos infecte mais de 20 pessoas durante a sua vida.

Marta Bilro

Fonte: Express Pharma

Genentech associa-se à Tercica para desenvolver novos fármacos

A empresa de biotecnologia Tercica assinou um acordo com a norte-americana Genentech com o objectivo de combinar medicamentos já existentes no mercado, de forma a dar origem a novos produtos mais eficazes no tratamento de distúrbios hormonais.

O Intelex, um recombinante do factor 1 de crescimento do tipo da insulina, produzido pela Tercica, e o Nutropin, da Genentech, um recombinante da hormona de crescimento humana, deverão ser associados para desenvolver tratamentos para as perturbações de crescimento e perturbações metabólicas. A Trecica fica responsável por financiar e conduzir o desenvolvimento dos dois produtos que deverão resultar numa única injecção diária.

A segunda maior empresa de biotecnologia a nível mundial deverá entregar à Tercica cerca de 38,4 milhões de euros em pagamentos de equidade, direitos de opção e custos de reembolso de desenvolvimento e investigação. A Genentech vai ainda despender de 2,9 milhões de euros para se apoderar de 708.591 acções do stock comum da Tercica.

A empresa de biotecnologia australiana está dependente das instruções da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA), para poder iniciar, em 2008, os ensaios clínicos de fase II, tal como está planeado. Este primeiro estudo deverá avaliar a combinação dos produtos para o tratamento de pacientes com níveis reduzidos da proteína IGF-1 e baixa estatura não associada a um crescimento hormonal deficitário. Será também realizada uma segunda associação de fármacos para os doentes adultos com uma deficiência na hormona de crescimento.

De acordo com John Scarlett, director-executivo da Tercica, o acordo baseou-se em estudos pré-clínicos que sugeriram que a acção do Increlex e do Nutropin é mais eficaz quando os fármacos são associados do que quando são administrados em separado.

Marta Bilro

Fonte: Business Times, The Street, Reuters.

Antibióticos não previnem infecções do tracto urinário em crianças

A administração de antibióticos a crianças que sofrem de infecções recorrentes do tracto urinário não previne o seu aparecimento e pode aumentar o risco de resistência dos doentes a esses medicamentos. Um estudo publicado do “Journal of the American Medical Association” diz mesmo que a toma de antibióticos profiláticos nestas condições aumenta 7,5 vezes o risco de resistência.

Os especialistas são da opinião que os médicos devem esclarecer os pais acerca dos benefícios, mas também das desvantagens, inerentes à utilização de antibióticos para prevenir a infecção urinária recorrente nas crianças, antes de lhes prescreverem o tratamento. Alguns pediatras mostraram-se satisfeitos com a descoberta porque, dizem, poderá acabar por melhorar a prática actual. “É uma óptima notícia para nós porque muitas crianças tomam antibióticos durante demasiado tempo, podendo tornar-se resistentes, o que tem sido um problema crescente”, afirmou Fabienne Wheeler, pediatra no Centro Hospitalar Northern Westchester, em Mount Kisco, Nova Iorque.

Cerca de 3 a 7 por cento das raparigas abaixo dos 6 anos de idade, e 1 a 2 por cento dos rapazes nessa faixa etária, têm a primeira infecção do tracto urinário (ITU) por volta dos 6 anos, o que representa mais de 180 mil crianças todos os anos. A Academia Americana de Pediatria recomenda que, como parte do tratamento e diagnóstico, seja realizado um estudo imagiológico para avaliar a presença e intensidade de refluxo vesico-ureteral, já que 30 a 40 por cento das crianças com ITU apresentam uma alteração nesse refluxo. Caso se confirme a existência desta condição, por norma, é recomendado o tratamento diário com antibióticos numa tentativa de prevenir futuras ITU.

Esta nova investigação sugere que não existem provas suficientes de que a presença de refluxo vesico-ureteral represente um factor de risco das infecções urinárias recorrentes. Para levar a cabo esta pesquisa, os cientistas observaram 611 crianças, menores de seis anos de idade, que já tinham tido a primeira ITU, e 83 crianças que sofriam de infecções urinárias recorrentes. Os resultados deram a conhecer vários factores associados a um aumento de desenvolver infecções urinárias recorrentes, entre os quais o facto de ser caucasiano, que quase duplica a probabilidade; ter entre 3 e 4 anos de idade, o que triplica o risco; ter entre os 4 e os 5 anos, o que duplica 2,5 vezes o risco; ou ter um nível de refluxo vesico-ureteral entre o 4 e o 5, situação que aumenta quatro vezes a probabilidade.

Por sua vez, a ingestão de uma dose preventiva de antibióticos não foi associada a uma diminuição do risco de infecções urinárias recorrentes. Nesse sentido, Patrick H. Conway, o principal responsável pelo estudo, recomenda que os riscos e benefícios dos antibióticos sejam discutidos com as famílias para que estas “decidam se devem ser administrados antibióticos diariamente ou apenas vigiados os sintomas”. Para além disso, o especialista espera que este estudo possa ser tido em conta pela Academia Americana de Pediatria para que esta reveja as suas recomendações.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Ivanhoe, Associated Content, Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral.

Acabaram as cicatrizes na extracção da ‘pedra’ do rim

Nem sempre uma cirurgia é sinónimo de cicatrizes e dor, pelo menos foi isto que os cirurgiões que participaram no XII Simpósio Europeu de Urolitíase demonstraram na passada sexta-feira, com a realização de uma cirurgia de extracção de cálculos renais que recorre a tecnologia de ponta para ser minimamente invasiva.

Em directo do British Hospital, em Lisboa, o urologista português António Soares e o alemão Peter Alken, realizaram em apenas duas horas, uma cirurgia de extracção de ‘pedra’ do rim através da introdução de uma sonda com um laser na ponta, que permite vaporizar o cálculo renal até este se transformar em pequenas areias, que serão expelidas pelo corpo de forma natural. A sonda foi introduzida pela uretra, subindo até um dos rins, evitando quaisquer marcas.

Com transmissão para Cascais, onde os especialistas reunidos no simpósio puderam presenciar o procedimento da técnica, a cirurgia removeu uma ‘pedra’ do rim com cerca de três centímetros, de uma paciente de 49 anos que estava anestesiada. “Até aos cinco milímetros a ‘pedra’ sai com normalidade, mas basta ter mais um milímetro para ser necessária a cirurgia”, refere António Soares.

Na opinião de Paulo Guimarães, médico especialista na área, a principal vantagem desta nova técnica é o facto de não ser “invasiva”, uma vez que as cavidades do próprio corpo humano são usadas para partir e extrair as pedras, permitindo ao paciente uma total recuperação no espaço de 24 horas.

No passado dia 3 de Junho, no artigo Portugal na vanguarda da Urologia, o farmácia.com.pt havia já noticiado acerca dos avanços alcançados na área da Urologia, mostrando a confiança do especialista do British Hospital, Paulo Guimarães, que já então realçava a importância dos progressos tecnológicos que têm dotado a área de forma muito positiva, de tal forma que os doentes portugueses já não sentem a necessidade de procurar novos tratamentos no estrangeiros, uma vez que “por cá temos do melhor que se faz neste momento”.

“Há vinte anos tínhamos que fazer uma cirurgia aberta. Hoje temos a vaporização e os lasers, que permitem as cirurgias de um dia. Em menos de 24 horas o doente pode ir para casa”. Agora, durante o XII Simpósio Europeu de Urolitíase, os especialistas puderam presenciar a execução da técnica e apreciar os resultados.

Paulo Guimarães considera mesmo que as novas técnicas de cirurgia urológica permitem comparar esta área da medicina à industria automóvel, uma vez que já existiam há 20 anos, “mas a evolução da tecnologia permite que hoje sejam muito melhores. O mesmo se passa com os avanços na cirurgia, particularmente o laser”.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

Beriplex P/N demonstra uma reversão da anticoagulação rápida, previsível e segura

Os dados apresentados no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase mostram que o Beriplex P/N é 98 por cento eficaz em situações de emergência de hemorragia.

O Beriplex P/N é um concentrado do complexo de protrombina (PCC), que contém um número importante de factores coagulantes e de factores antitrombóticos. O Beriplex P/N pode ser utilizado para deter com urgência a hemorragia em pacientes a tomar anticoagulantes orais, corrigir urgentemente a coagulação antes de uma cirurgia e normalizar a coagulação em pacientes com doença hepática, nos quais os respectivos factores de coagulação essenciais normalmente produzidos pelo fígado estão em falta ou são insuficientes. O Beriplex P/N pode ser armazenado à temperatura ambiente e não precisa de ser aquecido antes da administração. Reconstitui-se rapidamente e tem uma velocidade de infusão de 8 ml/min. O Beriplex P/N foi utilizado em alguns países durante mais de uma década e a sua segurança e eficácia foram avaliadas em três ensaios clínicos prospectivos.

O Beriplex P/N é altamente eficaz e seguro na reversão de emergência de anticoagulação, de acordo com os dados apresentados no XXI Congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase. Os dados demonstraram que o Beriplex P/N aumenta rapidamente e com segurança os níveis do plasma com os factores essenciais de coagulação II, VII, IX e X e inibidores anticoagulantes de proteína C e proteína S, antes de intervenções de emergência ou para tratar a hemorragia aguda.

A reversão da anticoagulação (ACR - sigla inglesa) utiliza-se para corrigir os efeitos dos anticoagulantes orais (como a varfarina) tomados pelos pacientes para prevenir e tratar a doença tromboembólica. Pode ser necessário na preparação de cirurgia electiva ou de emergência, ou durante um episódio de hemorragia aguda. As opções terapêuticas disponíveis actualmente para a ACR são vitamina K, para situações de não emergência, e plasma humano ou PCC, que são adequados para correcções urgentes dos efeitos da anticoagulação.

Segundo a principal investigadora do estudo, a Dra. Ingrid Pabinger-Fasching, da Divisão de Hematologia, do Hospital Universitário de Viena, o número de pacientes que recebe uma terapia de anticoagulação de longo prazo está a aumentar, assim como a necessidade de reverter rapidamente os efeitos destes medicamentos, em determinadas circunstâncias. Apesar de existirem múltiplas opções para a reversão anticoagulante quando o tempo não é um problema, os dados mostram que o Beriplex P/N oferece uma reversão rápida, completa, previsível e seguro do efeito de anticoagulação quando é necessária uma acção urgente.

As descobertas basearam-se num estudo multinacional que foi desenvolvido em 25 centros de oito países. Para este estudo prospectivo, aberto e não controlado, recrutaram-se 43 pacientes com idades compreendidas entre os 22 e os 85 anos (34 pacientes com idades superiores a 65 anos, 79%) que necessitavam de ACR de emergência devido a intervenções urgentes, tais como cirurgia vascular ou abdominal (26 pacientes, 60%) ou hemorragia aguda (17 pacientes, 40%). Quase todos os pacientes apresentavam múltiplos factores de risco para desenvolver um episódio tromboembólico. No que diz respeito às doses e infusões do Beriplex P/N, a velocidade média de administração foi de 188 UI/min (intervalo 50-1000), e o tempo médio de infusão foi de 12 minutos (intervalo 3-50). A maioria dos pacientes recebeu simultaneamente vitamina K por via intravenosa.

A conclusão inicial a ser encontrada foi a de um Rácio Internacional Normalizado (INR) menor ou igual a 1,3, 30 minutos após da infusão. O factor de recuperação foi de >1 para todos os factores de coagulação administrados com Beriplex P/N (Factor II, VII, IX e X e inibidores de trombina de proteína C e proteína S). 98 por cento dos pacientes (42) foram avaliados como tendo tido uma resposta “muito boa” ou “satisfatória” à terapia. A rápida reversão da anticoagulação forneceu um controlo acelerado e efectivo da hemorragia. Para além disso, todas as administrações foram bem toleradas e sem transmissão de vírus (VHA, VHB, VHC, VIH ou Parvo B19).

Num estudo à parte de farmacocinética de fase I apresentado no Congresso, o Dr. Helmut Ostermann e os seus colegas, do Hospital Universitário de Munique, descobriram que o Beriplex administrado a 15 voluntários saudáveis induziu um rápido aumento das concentrações no plasma de factores de coagulação II, VII, IX e X, como também de proteínas anticoagulantes C e S. Os níveis máximos foram atingidos em cinco minutos após a infusão. O Dr. Ostermann afirmou que estas descobertas, juntamente com o facto de o Beriplex ter um tempo de preparação e de administração mais rápidos que outros PCC, indicam que este é uma excelente opção para os pacientes que necessitam de um tempo de resposta rápido.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Parlamento Europeu proíbe uso de mercúrio em termómetros

O parlamento europeu decidiu proibir a utilização do mercúrio, um metal muito tóxico, em termómetros, medidores da pressão arterial e outros aparelhos de medição, uma vez que o mercúrio acarreta graves riscos para a saúde pública e para o meio ambiente.

A legislação agora aprovada pelo Parlamento Europeu havia já sido aprovada pelos 27 estados membros da União Europeia (UE) e insere-se na estratégia lançada em Janeiro de 2005 para suprimir de forma progressiva o uso do mercúrio na UE até 2011.

O mercúrio e os seus componentes são altamente tóxicos para os seres humanos, podendo ser mortais em doses elevadas ou afectar o sistema nervoso. Para além de um problema de saúde pública, está também em causa a protecção do meio ambiente, uma vez que este metal contamina a água, a terra e o ar.

De acordo com um estudo europeu, "doses elevadas de mercúrio podem ser fatais para o Homem, mas mesmo doses relativamente baixas podem ter repercussões adversas graves no desenvolvimento neurológico, estando também ligadas a efeitos prejudiciais nos sistemas cardiovascular, imunitário e reprodutivo”.

Segundo a Comissão Europeia, a proibição permitirá reduzir as emissões de mercúrio em cerca de 33 toneladas por ano, sendo que entre 25 e 30 toneladas corresponderão ao fim da utilização de termómetros

Apesar da proibição, os instrumentos de medição especiais, usados por médicos, que ainda não tenham um substituto sem mercúrio continuarão a ser permitidos, no entanto, a grande maioria dispõe já de alternativas seguras, sem a utilização de mercúrio. A excepção abrange ainda as antiguidades, aparelhos com mais de 50 anos, cuja compra e venda continua a ser permitida.

O executivo comunitário garante que a medida não vai provocar um grande impacto económico, pois existem já no mercado diversos instrumentos substitutos com o mesmo preço para a maioria dos equipamentos e a produção de mercúrio no espaço comunitário é "limitada".

A proibição surge na sequência de uma anterior directiva comunitária, transposta para o direito português em 1999, que previa a substituição progressiva dos termómetros de mercúrio utilizados nas unidades de prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), até Junho de 2000. A Comissão Europeia chegou mesmo a apelar aos dentistas, que substituíssem as amálgamas dentárias, vulgarmente conhecidas por "chumbo", por outros produtos sem mercúrio.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

terça-feira, 10 de julho de 2007

Pfizer ganha batalha judicial no caso da patente do Lipitor

A justiça irlandesa deu razão à Pfizer num caso que envolvia a quebra da patente do Lipitor (atorvastatina), ao considerar que esta seria infringida pela Ranbaxy caso a farmacêutica indiana lançasse no mercado um semelhante genérico.

O fármaco, indicado na redução do colesterol, é comercializado em Portugal como Zarator. Apesar de estar sujeita a recurso, para já, a sentença obriga a Ranbaxy a aguardar até Novembro de 2011, altura em que expira a patente irlandesa do Lipitor.

“A decisão proferida hoje é mais uma afirmação da resistência da propriedade intelectual por detrás do Lipitor”, sublinhou um porta-voz da farmacêutica norte-americana. Por sua vez, Allen Waxman, conselheiro geral da Pfizer, considera que a deliberação “é importante para a Pfizer e para outros inovadores médicos que investem em investigações de alto risco com o objectivo de desenvolver fármacos que salvam vidas, assim como para os pacientes que beneficiam desses medicamentos”.

A Ranbaxy está envolvida num braço de ferro judicial em mais de 17 países devido à infracção da patente do Lipitor. Em Junho, um tribunal norueguês deu razão à Ranbaxy, invalidando a patente da Pfizer naquele país num processo que visava a produção de atorvastatina amorfa.

O Lipitor, o fármaco para o colesterol mais vendido no mundo, garantiu aos cofres da Pfizer receitas no valor de 9,4 mil milhões de euros em 2006, mais 6 por cento do que no ano anterior. Em 2004 e 2005, a Ranbaxy gastou cerca 26,9 milhões de euros em processos judiciais com o objectivo de destronar a patente do Lipitor. O lançamento da atorvastatina, o semelhante genérico do Lipitor, é um trunfo vital para farmacêutica que poderá originar vendas no valor de 1,5 mil milhões de euros nos próximos cinco anos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, RTT News.

FDA acusa Eli Lilly de publicidade enganosa

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) considera que a farmacêutica Eli Lilly está a utilizar alegações “enganadoras” e “incompletas” para promover uma versão do Prozac destinada ao tratamento da ansiedade provocada por separação, em cães e gatos.

De acordo com a FDA, as informações promocionais acerca do Reconcile, referiam que 73 por cento dos canídeos aos quais foi administrado o medicamento demonstraram melhorias significativas num prazo de oito semanas e que 42 por cento dos animais melhoraram em apenas uma semana, em comparação com os que ingeriram um placebo.

Porém, o laboratório norte-americano omitiu que ambos os grupos de animais receberam treinos de alteração comportamental. Na publicidade não foi referido facto de alguns animais do grupo tratado com placebo terem melhorado apenas devido aos treinos comportamentais, sugerindo “que o produto é mais eficaz do que aquilo que realmente foi demonstrado”, salienta o comunicado da entidade reguladora.

Um porta-voz da Eli Lilly afirmou que a empresa se prepara para analisar as instruções e tomar medidas para obter a total aprovação da FDA. O Reconcile contém hidroclorido de fluoxetina, a mesma substância presente na composição do antidepressivo Prozac. O fármaco foi aprovado em Abril para tratar o sentimento de ansiedade sofrido pelos cães quando ficam separados dos donos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, IndyStar.com, Indianapolis Business Journal.

Autorizado desde 2006 na Europa e nos Estados Unidos…
Fármaco anti-tabaco combate alcoolismo


Uma equipa de cientistas da Universidade de São Francisco, na Califórnia, aferiu que a Vareniclina, medicamento usado no tratamento da dependência tabágica, é útil na luta contra o alcoolismo. Autorizada nos mercados farmacêuticos europeu e norte-americano desde 2006, aquela substância é comercializada pela Pfizer, e demonstrou capacidade para reduzir o consumo de nicotina.

De acordo com o estudo divulgado na última edição da revista «Proceedings for the National Academy of Sciences», a Vareniclina actua sobre os receptores do cérebro que libertam a dopamina, mensageiro químico que proporciona a quem fuma a sensação de prazer e bem-estar. Notando o efeito do medicamento sobre o tabaco, e tendo em conta que os cigarros são frequentemente consumidos em conjunto com a ingestão de bebidas alcoólicas, os investigadores pretenderam saber se a acção com o álcool seria semelhante.
Testaram então o efeito da Vareniclina em ratos de laboratório depois de estes terem consumido grandes quantidades de etanol durante um período de cinco meses. Depois de começarem a ser tratados com doses regulares do fármaco, os animais demonstraram menos interesse no etanol, que tinham à sua disposição. Os resultados do estudo parecem indicar, por isso, que a Vareniclina ajuda a moderar a vontade dos ratos em consumir etanol, supondo-se que a reacção dos seres humanos relativamente ao álcool seja semelhante.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Reportagem

Indústria farmacêutica de olhos postos no Médio Oriente

Empresas internacionais reúnem-se no “Pharmaceutical Manufacturing and Biotechnology Middle East”

À medida que o crescimento da indústria farmacêutica se intensifica no Médio Oriente, um mercado onde a produção de medicamentos e substâncias biotecnológicas está avaliado em cerca de 20 mil milhões de euros, o fenómeno começa a despertar a atenção dos produtores internacionais, gerando alguma agitação em torno do primeiro evento do ramo naquela região.

A realização do “Pharmaceutical Manufacturing and Biotechnology Middle East” (PABME) no Dubai, entre 27 e 29 de Abril de 2008, promete impulsionar ainda mais o crescimento do sector naquele espaço do globo. De acordo com os organizadores, várias empresas internacionais já confirmaram a presença no encontro que, durante três dias, vai colocar o Dubai debaixo das atenções da indústria farmacêutica e biotecnológica mundial.

O PABME não se limita a uma exposição de âmbito global, mas é também um “destino internacional onde as culturas e as ideias se podem encontrar”. Esta pretende ser uma plataforma em rede onde os representantes da indústria internacional convergem e discutem novas alianças de negócios e joint ventures, ao mesmo tempo que decorrem conferências multi-disciplinares nas quais se debatem temas de cariz nacional e internacional, tais como os direitos de propriedade intelectual ou os contratos de produção e investigação.

Apesar do encontro ser um pólo de atracção para a indústria global, os produtores locais têm vindo a desempenhar um papel relevante, com especial destaque para os mercados estabelecidos no Levante, no norte de África e Irão, bem como nos países do Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo. Actualmente, estima-se que 450 produtores farmacêuticos operem no Médio Oriente, um mercado avaliado em 13,1 mil milhões de euros e que apresenta um crescimento superior aos 10 por cento anuais.

“Esta exposição é como uma injecção de confiança para os produtores farmacêuticos do Médio Oriente”, considera B R Shetty, director executivo da Neopharma, uma empresa sedeada em Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos), que nasceu de uma parceria entre o New Medical Centre Group, dos Emirados Árabes Unidos, a Ranbaxy, da Índia e a norte-americana Pfizer. O responsável considera que “é graças a este tipo de reuniões que empresas como a Neopharma conseguiram obter a sua própria plataforma para exibir, partilhar e debater o potencial de produção de classe mundial que existe na região”.

Embora o mercado regional de biotecnologia, avaliado em 7,2 mil milhões de euros, seja menor do que o de produção farmacêutica, o seu desenvolvimento tem-se movimentado a uma velocidade superior, atingindo os 15 a 18 por cento de crescimento anual. O sector tem atraído vários investidores públicos e privados, no centro dos quais se encontra a Dubiotech, a primeira empresa dedicada à investigação biotecnológica fruto de uma associação governamental entre o Dubai e os Emirados Árabes Unidos.

Muitas destas empresas esperam encontrar neste evento uma porta de entrada através da qual apareçam investidores que possam financiar alguns dos projectos chave de pesquisa biotecnológica, abrindo-lhes caminhos para a indústria mundial de ciências médicas. “O PABME é a oportunidade ideal para exibirmos os nossos produtos”, salienta Ahmed F. Monged, gestor de vendas da Companhia de Equipamentos Médicos e Farmacêuticos do Kuwait. Para este responsável, o encontro é também uma janela aberta para o mundo, que lhes proporciona uma plataforma para “aumentar a notoriedade não só no Médio Oriente mas também a nível global”. Para além disso, “é uma fonte preciosa de investigação para os profissionais da indústria de produção farmacêutica e biotecnlógica”, acrescentou.

Não só pelo leque de oportunidades que oferece, mas também por todo o conjunto de ideias, investidores e representantes que estarão presentes esta é “uma oportunidade a não perder”, destaca Simon Page, director do departamento de cuidados de saúde da IIR Middle East, empresa responsável pela organização. O PABME realiza-se no Centro Internacional de Exposições do Dubai e as inscrições para participantes e visitantes já se encontram abertas. Todas as informações acerca do e evento estão disponíveis no portal www.pabme.com.

Marta Bilro

Fonte: Al Bawaba, AME Info, pharmaceutical-technology.com, neopharma.ae, dubiotech.com, pabme.com.

Sequenom e SensiGen irão desenvolver testes para o VPH e outros sistemas de diagnóstico

A Sequenom, Inc. e a SensiGen LLC, uma companhia privada de biotecnologia a desenvolver diagnósticos moleculares avançados baseados em genes, anunciaram um acordo de colaboração para comercializar conjuntamente os testes avançados do registado AttoSense da SensiGen. A metodologia da SensiGen utiliza a tecnologia de quantificação da expressão dos genes – QGE (sigla inglesa) - da Sequenom e o sistema MassARRAY para a detecção de doenças graves, incluindo cancro cervical, doença renal crónica, doença de Crohn e lúpus. As duas companhias irão comercializar conjuntamente os testes e sistemas aos laboratórios de referência em todo o mundo. Segundo o acordo, a Sequenom irá fornecer exclusivamente a plataforma de tecnologia utilizada para comercializar os testes registados da SensiGen. Os termos monetários não foram revelados.

A tecnologia registada MassARRAY da Sequenom junta as técnicas mais avançadas de análise de ADN com espectrometria de massa para permitir níveis superiores de sensibilidade e especificidade na identificação de genes e produtos dos genes. Através da utilização desta tecnologia, o método de teste do AttoSense pode detectar o ADN de um amplo leque de espécimes biológicos, incluindo vírus, bactérias ou células, de qualquer amostra biológica, incluindo sangue, urina e tecido.

Segundo o presidente da Sequenom, Harry Stylli, através da interacção dos testes da SensiGen e a tecnologia MassARRAY, a Sequenom espera produzir diagnósticos de próxima geração que oferecem um avanço considerável na detecção precoce de uma variedade de doenças graves. Stylli acrescenta ainda que a empresa está entusiasmada com a oportunidade de trabalhar conjuntamente com a SensiGen para facultar os seus importantes testes em todo o mundo.

O presidente da SensiGen, Shawn M. Marcell, afirmou que, seguindo a avaliação extensiva das múltiplas plataformas tecnológicas avançadas, foi seleccionado o sistema MassARRAY, devido à sua elevada sensibilidade e especificidade e ao seu extensivo conjunto de características. A capacidade de processamento do MassARRAY, que provou ser de confiança e abrangente em institutos de pesquisa e centros médicos académicos em todo o mundo, torna-o especialmente apto para o mercado de laboratório clínico.

O teste do Vírus do Papiloma Humano (VPH) do AttoSense, para a detecção precoce do cancro cervical, é o primeiro teste diagnóstico a ser desenvolvido e comercializado dentro do acordo, e deve ser submetido à aprovação da FDA em 2009. Este novo teste deve ter, pelo menos, duas ordens de magnitude mais sensíveis do que os actuais testes comercializados, e ter o potencial de eliminar quase todos os resultados falso-negativos. Aproximadamente 9 000 casos de cancro cervical e cerca de 4 000 mortes resultantes desta doença são registadas anualmente no Estados Unidos .
Isabel Marques

Fontes: Business Wire, www.pharmacychoice.com
Analistas defendem mais investimento em investigação
Medicamentos: um negócio saudável


A mina de diamantes representada outrora pela indústria farmacêutica já não é o que era. No momento em que as patentes de muitos medicamentos blockbuster estão a caducar, há um florescente negócio de pirataria internacional – com força particular nos continentes africano e asiático – que impede o normal crescimento dos mercados.

A pressão dos governos para controlar, dentro no possível diminuindo, os custos de venda dos medicamentos também tem provocado alguma erosão nas contas da indústria farmacêutica, embora, de acordo com os a generalidade dos grandes analistas daqueles mercados, o negócio dos fármacos continue a ser “saudável” e ainda altamente rentável, sendo apenas de lamentar que os saltos qualitativos de grande monta sejam frequentemente obstaculizados porque o investimento que deveria ser preferencialmente canalizado para a investigação está afinal a ser desviado para o marketing.
Em Portugal as maiores empresas do sector farmacêutico – todas estrangeiras – representam um bolo de mil milhões de euros todos os anos, dos quais a Merck Sharp & Domne assume 6,4 por cento de quota: 154 milhões. Especialistas na análise económica citados pelo «Diário Económico» atestam que as empresas farmacêuticas a operar no nosso país não necessitam de Prozac para sentirem qualquer tipo de reanimação, que dependerá mais do aumento do investimento na área da investigação e desenvolvimento de novos fármacos e menos em acções de marketing.

Carla Teixeira
Fonte: Diário Económico

Barr vai produzir genérico do Dostinex

A Barr Pharmaceuticals obteve autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) para comercializar um genérico do Dostinex (Cabergolina).

O medicamento, utilizado no tratamento de perturbações hiperprolactinémicas, será produzido pela Barr Laboratories, uma subsidiária da empresa norte-americana de produção de genéricos, e deverá chegar ao mercado em Setembro. A farmacêutica adquiriu a substância através da israelita Teva Pharmaceuticals.

A entidade reguladora norte-americana permitiu a produção de Cabergolina em comprimidos de 0,5mg, para tratar a produção excessiva de prolactina pela glândula pituitária, um problema que pode afectar a ovulação e a produção de leite.

A Cabergolina é um alcalóide da cravagem do centeio sintético e um derivado da ergolina com uma potente e prolongada actividade agonista da dopamina e de redução da prolactina. O genérico é comercializado em Portugal pela Teva Pharma desde Novembro de 2006.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, FDA News, Infarmed.

Variante humana da BSE poderá ser detectada melhor

Investigadores testaram nova técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões

Investigadores escoceses desenvolveram uma técnica que poderá permitir detectar melhor a doença de Creutzfeldt-Jakob, a variante humana da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE).


De acordo com o trabalho dos cientistas da University of Edinburgh publicado no «Journal of Pathology», foi desenvolvida uma técnica que imita e acelera o processo de replicação dos priões (proteínas anormais que causam a doença) para que se tornem mais facilmente detectáveis nas amostras de tecido.

Actualmente, os médicos determinam a presença dos chamados priões,
eliminando as células do cérebro, cujo tecido adquire, então, a aparência de uma esponja. A nova técnica foi testada em animais, porém, os investigadores acreditam ser possível utilizá-la em trabalhos com a variante humana. Para isso, será necessária a realização de mais estudos para averiguar se a técnica pode ser aplicada também em outros tecidos.

À BBC, James Ironside, da equipa de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, referiu que, “actualmente, a realização do teste exige muito tempo para que possa ser possível chegar a um diagnóstico rápido num centro de recolha de sangue. No entanto, poderia ser utilizado num centro nacional, para confirmar os resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos.”

Na opinião dos investigadores escoceses, este método será útil para aumentar o número de priões desta variante da doença de Creutzfeldt-Jakob nas amostras de tecido cerebral humano infectado. “A amostra é incubada e exposta a repetidas aplicações de ultra-som, que fragmenta os priões”, clarificaram.

Recorde-se que, a doença das vacas loucas surgiu no início dos anos 90, no Reino Unido. Foram registadas 161 mortes, entre as quais, três pessoas foram contagiadas por transfusões de sangue.

Raquel Pacheco

Fonte: «Journal of Pathology»/BBC

Cancro do fígado: maior segregação de proteína aumenta incidência nos homens

Descoberta abre caminho a novos tratamentos

De acordo com um estudo apresentado na revista «Science», a maior incidência de cancro do fígado em homens deve-se aos efeitos inflamatórios provocados por uma maior segregação de uma proteína interleucina-6 (IL-6).

A investigação – feita em ratinhos – e conduzida por cientistas da Escola de Medicina da University of California, San Diego (EUA), - permitiu descobrir que as fêmeas produzem em menor quantidade a proteína em causa, que contribui para a inflamação hepática que causa o cancro.

De acordo a explicação de Michael Karin, professor de Farmacologia da University of Califórnia, “ao eliminar a proteína IL-6, conseguimos reduzir a incidência do cancro hepático nos machos em cerca de 90%", acrescentando que “quando ocorre uma produção de IL-6 nas fêmeas, esta é neutralizada pelo estrogénio (hormona do desenvolvimento sexual feminino).”

Os investigadores acreditam que a descoberta possa abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos contra o cancro hepático masculino, pela redução dos níveis de IL-6 através da administração de compostos similares ao estrogénio.

Cancro da bexiga: mesmo princípio?

Willscott Naugler, um dos principais autores do estudo, considerou ainda a possibilidade de outros órgãos não relacionados às diferenças género serem regidos pelo mesmo princípio - de maiores níveis de IL-6 que levam à inflamação - nomeadamente, no cancro da bexiga que tem também maior incidência nos machos que nas fêmeas: "As diferenças também poderiam ser resultado de maiores níveis de IL-6 que levam à inflamação na bexiga."

Raquel Pacheco

Fonte: Revista «Science»/ MNI

Vendas da Teva deverão atingir os 9,7 milhões de euros em 2010

Um relatório publicado pela Visiongain prevê que, face ao rápido crescimento do laboratório israelita Teva Pharmaceuticals, as vendas da empresa alcancem os 9,7 milhões de euros em 2010.

De acordo com os analistas, a Teva tem uma grande estratégia corporativa que deverá adequar-se aos próximos anos, conduzindo a um forte crescimento e a uma maior inovação. “A Teva é, portanto, uma das empresas mais emocionantes e dinâmicas da indústria farmacêutica mundial”, acrescenta o relatório.

Em 2006, as vendas líquidas da empresa geraram cerca de 6,1 milhões de euros a nível mundial quer no que respeita aos medicamentos genéricos ou às substâncias de marca, estabelecendo-se firmemente com umas das 20 empresas farmacêuticas líderes no mercado dos genéricos. Segundo o relatório, este desempenho é um reflexo do rápido crescimento levado a cabo pela empresa nos últimos anos, que se traduziu no triplicar do valor das vendas face a 2002, ano em que a Teva registou cerca de 1,84 milhões de euros em vendas.

Para Gordon Low, autor do relatório sobre a Teva, o “espectacular crescimento das vendas nos últimos trimestres” deverá fazer com que a empresa eleve ainda mais o seu perfil no sector farmacêutico mundial. O especialista acredita que “o crescimento deverá ser particularmente evidente nos genéricos de marca e produtos inovadores”. Low não se fica por aqui e adianta mesmo que deverão ter lugar “desenvolvimentos significativos nas novas entidades químicas e negócios internacionais, incluindo mais lançamentos de moléculas terapêuticas inovadores no final desta década e princípio da próxima”.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Cientistas conseguem prever acções do VIH

Estudo pode ser chave para criar vacina eficaz

Prever como o vírus se comporta no organismo de forma a colocar o sistema imunitário em alerta pode ser a chave para criar uma vacina eficaz no combate à sida. Cientistas conseguiram agora identificar como o VIH se move para enganar o sistema imunitário.

De acordo com um estudo divulgado na publicação científica «PLoS Pathogens», uma equipa de cientistas liderada por Zabrina Brumme investigadora do Partners AIDS Research Center, do Massachusetts General Hospital, da Harvard Medical School, nos EUA, conseguiu analisar, pela primeira vez, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) - que está na origem da sida - se move para enganar o sistema imunitário.

Segundo os investigadores norte-americanos, na base desta descoberta que consegue identificar as mutações do vírus, tornando-o infalível, está um novo algoritmo “inteligente” criado através de um megacomputador.

No artigo publicado no «PLoS Pathogens», os cientistas esclarecem que “o actual estudo utilizou métodos estatísticos de ponta para identificar locais específicos e padrões de antigénios de leucócitos humanos (HLA) de classe I – mutações de fuga restritas em vários genes do VIH.”

Os resultados foram resumidos “na forma de ‘mapas de fuga imune’, que destacam a contribuição diferencial do processo de aprendizagem imune para a diversidade genética do VIH” explicam os investigadores, acrescentando que foram “identificados locais específicos no genoma viral que estão sobre a pressão da selecção imune.”

No artigo, os cientistas sublinham que “os resultados do actual estudo contribuem para a nossa compreensão sobre como a pressão selectiva imune humana contribui para a variação nos vários genes do VIH e poderão ajudar a desenvolver vacinas para o VIH que tenham em consideração a diversidade viral.”

Prever como se move o VIH tem sido o principal entrave para que a comunidade científica desenvolva uma vacina eficaz capaz no combate à sida.


Monitorizar vírus à superfície

O que torna o VIH tão poderoso é a capacidade de sofrer mutações rapidamente, mesmo antes que o sistema imunitário consiga identificar a sua presença. Isto porque o sistema imunitário humano não consegue monitorizar a actividade do vírus dentro das células, sendo que, só o faz quando essa actividade acontece à superfície das mesmas.

Esta foi a meta dos cientistas norte-americanos: basearam-se no facto já conhecido, de que as proteínas denominadas de antigénios dos leucócitos humanos (HLA), podem acompanhar os movimentos ‘sorrateiros’ do VIH dentro das células e trazer pedaços do vírus para a superfície das mesmas, permitindo que o sistema imunitário se active.

No entanto, apesar deste representar um possível sistema de monitorização dos movimentos do VIH dentro das células, os cientistas deparam-se com um problema - na espécie humana existem cerca de 500 variantes da HLA.

A diversidade das variantes de HLA não ajuda no caso do desenvolvimento de uma vacina que seja eficaz em todos os indivíduos, já que, certas variantes podem ter a capacidade de detectar o VIH enquanto outras não.

Para dar solução a esta questão, os cientistas norte-americanos desenvolveram, assim, um algoritmo inteligente, o qual foi instalado num supercomputador que se baseou em 250 computadores ligados em rede.

De acordo com o «PLoS Pathogens», os cientistas analisaram a amostra sanguínea de 700 indivíduos infectados pelo VIH, há pelo menos cinco anos, mas que nunca tinham sido submetidos a medicamentos antiretrovirais.

Porque o vírus nunca tinha entrado em contacto com os medicamentos antiretrovirais, os cientistas sabem que todas as mutações identificadas no VIH através das HLA, presentes no sangue dos indivíduos, ocorreram porque o vírus estaria a tentar invadir o sistema imunitário e não para criar resistência à medicação.

Raquel Pacheco

Fonte: PLoS Pathogens /TVC

Actemra demonstra eficácia em ensaio clínico de Fase III

O Actemra (tocilizumab), um medicamento desenvolvido pela Roche e destinado ao tratamento da artrite reumatóide, demonstrou eficácia no alívio dos sintomas da doença num ensaio clínico de Fase III.

O estudo, elaborado durante 24 semanas com a participação de 498 pacientes, demonstrou que “a maior parte dos doentes tratados com Actemra em associação com metotrexate, alcançaram melhorias significativas nos sinais e sintomas da doença”, afirmou a farmacêutica suíça.

Este é o terceiro de entre cinco estudos de última fase realizados a nível internacional para avaliar a eficácia e segurança do Actemra. A investigação centrou-se agora em pacientes com artrite reumatóide moderada a grave, nos quais as articulações estão significativamente mais afectadas pela doença.

Ainda este ano a Roche planeia divulgar os resultados de um outro estudo, enquanto as conclusões da última investigação serão tornadas públicas numa data posterior. O medicamento deverá ser submetido à aprovação da entidade reguladora europeia e norte-americana no final de 2007.

Existe, actualmente, um vasto leque de tratamentos disponíveis para a artrite reumatóide, mas muitos deles não desempenham uma função eficaz no alívio da dor e arrastam consigo vários efeitos secundários, sendo um deles a osteoporose e a hipertensão. O Actemra é uma alternativa aos tratamentos existentes uma vez que funciona de maneira diferente. Enquanto anticorpo monoclonal humanizado é o primeiro a inibir a actuação da interleucina-6, uma proteína que causa inflamação, assim como outros sintomas, tais como febre, dor e rigidez.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes.

Acções de formação creditadas pela OF
Farmacêuticos aprendem na Beira Interior

Na sequência de um protocolo assinado em Março entre a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e a Farbeira, os farmacêuticos da Zona Centro do País já podem receber formação na UBI. As acções são creditadas pela Ordem e arrancam já na sexta-feira, contando também para efeitos de revalidação da carteira profissional.

Por ocasião da assinatura do protocolo, a professora Ana Filipa Macedo explicou que ele visa “desenvolver um conjunto de programas de formação contínua pós-graduada nas áreas das Ciências da Saúde e das Ciências da Vida, de um modo geral”. Segundo aquela docente, responsável por cadeiras como Farmacologia, Epidemiologia e Introdução às Ciências Farmacêuticas nos cursos de Medicina e Farmácia da UBI, “a universidade promove diversas pós-graduações e formações de dois ou três dias naquelas áreas”, que agora se abrem aos farmacêuticos, uma profissão em que “o dever de actualização técnica e científica está hoje consagrado estatutariamente pela Ordem”.
Os associados da Farbeira – que integra a Cofarbel e a Farcentro – são convidados a frequentar estas acções de formação, que Manuel Silvestre, responsável daquela cooperativa, diz servirem não só “para reciclagem de conhecimentos”, mas também para que os farmacêuticos possam actualizar-se relativamente aos mais recentes avanços na sua área de actuação”. A ideia do protocolo celebrado com a UBI teve origem na “consciencialização da importância da formação contínua para o correcto desempenho e excelência do exercício profissional dos farmacêuticos”, recordou o representante da Farbeira, adiantando que existe já um acordo semelhante com a Universidade de Coimbra.
A primeira acção de formação está marcada para a próxima sexta-feira, entre as 14 e as 18 horas, e estará a cargo da docente Petronila Rocha Pereira, que abordará temáticas relacionadas com a «Patologia do glóbulo branco e do glóbulo vermelho, coagulação e fibrinólise». Destina-se basicamente a licenciados em Farmácia com alguma experiência em análises clínicas, e visa transmitir conhecimentos sobre as áreas da fisiopatologia hematológica e das alterações susceptíveis na doença, com vista a “sensibilizar os profissionais de saúde para interpretar e abordar, ainda que de modo simples, os resultados obtidos, a situação patológica possível, e ajudar o doente em situação de monitorização terapêutica, diagnóstico e/ou prognóstico, ou em simples situação de interpretação de análises de rotina”.
De acordo com o que apurou o farmacia.com.pt, o programa de formação segue depois no dia 14 de Setembro, com uma sessão a cargo da mesma docente, sobre «Marcadores Tumorais: da investigação à prática clínica», e no dia 12 de Outubro, quando a farmacêutica hospitalar Olímpia Fonseca tomará em mãos a temática dos «Cuidados Paliativos».

Carla Teixeira
Fonte: Universidade da Beira Interior, jornais «Ubi et Orbi» e «Diário XXI»