sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Prexige retirado do mercado no Canadá
O governo canadiano anunciou nesta quinta-feira a decisão de retirar do mercado o anti-inflamatório Prexige (lumiracoxib), produzido pela suíça Novartis. A medida, acompanhada da anulação da autorização de comercialização do fármaco, foi justificada pelo ministro da Saúde local com a ocorrência de problemas hepáticos graves nos pacientes a quem era administrado, e surge depois de a Austrália ter retirado o medicamento e de a FDA ter recusado a sua aprovação nos Estados Unidos. Nas farmácias portuguesas o Prexige continua disponível...
Tal como o farmacia.com.pt tem vindo a noticiar, as notificações de efeitos adversos graves a nível hepático decorrentes da utilização do lumiracoxib suscitaram preocupação em todo o mundo. Em Agosto a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde em Portugal (Infarmed) dava conta da introdução de novas restrições ao uso daquele medicamento, mas decidia manter, como agora, a sua disponibilidade no mercado luso, esclarecendo que grande parte das situações de efeitos nefastos relatadas estaria ligada à utilização de doses diárias superiores às autorizadas na União Europeia, estando em marcha na Agência Europeia do Medicamento a reavaliação da segurança do Prexige.
O Infarmed, que quando eclodiu a onda de preocupação em torno do lumiracoxib rapidamente encetou contactos com as suas congéneres europeias no sentido de definir normas comuns para o receituário do Prexige, recorda agora que "o perfil de segurança hepática" daquele medicamento "tem vindo a ser acompanhado por este organismo em conjunto com a Comissão de Medicamentos de Uso Humano e com o Grupo de Trabalho de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento". Nessa medida, profissionais de saúde e doentes que possam ter necessidade de maiores informações deverão contactar o Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde do Infarmed, através da Linha Verde do Medicamento, pelo telefone 800222444, ou por e-mail, para centro.informacao@infarmed.pt. Em alternativa, poderão canalizar as suas dúvidas para o Departamento de Farmacovigilância da Autoridade Nacional do Medicamento, pelo telefone 217987140, ou por correio electrónico, digitando o endereço electrónico farmacovigilancia@infarmed.pt.
Carla Teixeira
Fonte: Portugal Diário, Agência Lusa, Infarmed, farmacia.com.pt
Excesso de glóbulos brancos na menopausa inflaciona risco de cancro
De forma a procederem à elaboração do estudo, os investigadores da Fundação HealthPartners Research observaram 143.748 mulheres registradas numa iniciativa de promoção da saúde das mulheres (WHI), todas na faixa etária dos 50 aos 79 anos e que de inicio não revelavam quaisquer problemas cancerígenos.
Depois de efectuada a contagem dos glóbulos brancos em cada uma das mulheres, os investigadores verificaram que aquelas que apresentavam uma maior concentração destas células tinham maiores probabilidades de sofrerem de cancro, relativamente às mulheres que apresentaram contagens mais baixas. No que respeita ao cancro da mama o risco era 15 por cento mais elevado, 19 por cento no caso do cancro colorectal, 42 por cento quanto ao cancro endometrial e 63 por cento no caso do cancro do pulmão.
A taxa de mortalidade destes quatro tipos de cancro é também mais elevada entre as mulheres com mais glóbulos brancos, tal como acontece com a taxa global de mortalidade por cancro.
De acordo com Karen L. Margolis, uma das responsáveis pelo estudo, “uma contagem de glóbulos brancos superior ao normal, acima de 7 por exemplo, é sempre alarmante e deve ser um caso constantemente vigiado, principalmente se tiver um carácter persistente e desconhecido”.
Todavia, apesar dos resultados do estudo demonstrarem a existência de uma relação entre um elevado grau de glóbulos brancos e o desenvolvimento de cancro, não significa que todas as pessoas que apresentarem resultados altos venham a sofrer de cancro. Este continua a ser um risco muito reduzido, comparativamente com o consumo de tabaco, por exemplo.
De qualquer forma, os investigadores advertem que o aumento de glóbulos brancos na circulação sanguínea indica quase sempre o desenvolvimento de infecções e inflamações.
Inês de Matos
Fonte: Reuters
Cardiologistas espanhóis testam transplante de células estaminais por cateter
A investigação, que conta com a participação de 50 pacientes, prima pela inovação de proceder à implementação das células estaminais no coração dos pacientes com recurso à colocação de um cateter e não através de cirurgia aberta.
Posteriormente utilizada em animais, esta técnica foi já autorizado pela Agência Espanhola do Medicamento e encontra-se a ser aplicada em pacientes que sofreram um enfarte do miocárdio e apresentam uma disfunção ventricular.
O primeiro passo é a extracção de células do tecido muscular da perna do paciente, a partir das quais se obtêm as células estaminais, que são depois cultivadas em laboratório até se conseguir um número suficiente para realizar o transplante.
Na fase de cultivo das células, os investigadores utilizam soro do próprio paciente, contrariamente ao que acontece noutras experiências, nas quais se usa soro de origem animal.
Para o cardiologista da Clínica Universitária de Navarra Juan José Gavira, este procedimento evita possíveis infecções, alergias ou reacções imunológicas, uma vez que evita a introdução de proteínas estranhas ao organismo.
Após um mês de cultivo, as células obtidas são injectadas nas zonas afectadas do coração do paciente, através de um cateter especial de injecção.
Em 14 dos 50 participantes dos testes, as intervenções têm decorrido "de forma satisfatória", adiantam os cardiologistas espanhóis.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Cardiologista Fernando de Pádua vence Prémio Nacional de Saúde 2007
O médico, “pioneiro na utilização inteligente da divulgação de mensagens para a saúde”, é o actual presidente do Instituto Nacional de Cardiologia, do qual foi fundador, tendo sido também fundador de uma Fundação homónima, em 2002.
“ Há 40 anos que o médico Fernando de Pádua se dedica à promoção da saúde e prevenção da doença, numa atitude pedagógica e altruísta, tendo sido fundador de instituições, autor de 300 trabalhos publicados nos media, intervindo regularmente na televisão”, justifica Irene da Silveira, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
“A escolha foi difícil, dado que os quatro candidatos eram de elevado nível”, admitiu a porta-voz, mas a eleição foi decidida pela “distinção de Fernando de Pádua, no que diz respeito à sua visão estratégica em termos de prevenção, tendo recorrido intensivamente aos orgãos de comunicação social”.
Fernando de Pádua foi também o responsável pela criação da Fundação Portuguesa de cardiologia, em 1979, tendo ainda fundado o Núcleo de Estudos de Cardiologia Preventiva da Faculdade de Medicina de Lisboa e o Centro de Estudos de Cardiologia Preventiva do Instituto Nacional de Saúde.
A atribuição do prémio ocorre anualmente, sempre no dia 4 de Outubro, data em que se comemora a criação da Direcção Geral de Saúde (DGS), em 1899. Criado em 2006 pelo Ministro da Saúde Correia de Campos, o prémio visa distinguir “uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestigio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, de acordo com o despacho publicado em Diário da República.
Este ano, o júri foi constituído pelo director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical Jorge Torgal e pelos bastonários das Ordens dos Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos, e teve como presidente o médico Walter Osswald.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Lançamento trágico do talidomida foi há 50 anos

Depois dos anos negros que se seguiram ao desastre do lançamento da talidomida – há precisamente 50 anos pela Grünenthal e que causou malformações congénitas em mais de 10 mil crianças -, a farmacêutica alemã conseguiu relançar-se no mercado e tem um volume de vendas da ordem dos 700 milhões de euros, noticiou o jornal «Diário Económico».
Do seu dramático passado, a substância renasceu para um futuro promissor. Actualmente este fármaco é comercializado pelos laboratórios Celgene com o nome comercial Thalomid. Mas os seus desastrosos efeitos teratogénicos obrigam a que a sua administração esteja sujeita a um apertado sistema de controlo pela FDA e pela Celgene, através de um «Sistema para a Educação sobre a Talidomida e Segurança da sua Prescrição» (STEPS na silga em inglês).
Raquel Pacheco
Fonte: «Diário Económico»/www.ff.up.pt/Netfarma
Portugal vai vigiar mosquitos com impacto na saúde

Portugal terá, em 2008, um programa de vigilância dos mosquitos em todo o território nacional. O objectivo é procurar os vírus que têm impacto na saúde humana.
Com a colaboração da Direcção-Geral de Saúde (DGS) o programa, funcionará, pelo menos, durante um ano. A competência das colheitas será das administrações regionais de saúde e a responsabilidade das análises caberá ao Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
Em declarações à Agência Lusa, Sofia Núncio, investigadora do INSA adiantou que o instituto dará formação a profissionais das administrações regionais de saúde “para ensinar a fazer as colheitas dos mosquitos, e serão fornecidas armadilhas, equipamentos próprios para capturar mosquitos."
A possibilidade de doenças como a Malária e o Dengue reaparecerem na Europa espoletou nos investigadores e autoridades europeias um olhar mais atento face às patologias transmitidas por mosquitos.
Raquel Pacheco
Fontes: Lusa/OM(Norte)
APF: Portugal apresenta falhas no rastreio ao cancro do colo do útero
“Só não faz quem não quer”, salienta Maria João Trindade, responsável da APF, “trata-se de um exame gratuito contemplado pelo Plano Nacional de Saúde. É um direito de todo o cidadão português, todos nós podemos e devemos exigir”, acrescentou. Para além disso, a realização do rastreio exige apenas um simples exame ginecológico.
As falhas registadas derivam do “mau funcionamento dos serviços”, nomeadamente porque há falta de recursos humanos na área dos cuidados primários de saúde, considera Maria João Trindade. Ainda assim, na zona Centro há bons resultados, visto que, segundo referiu, é muito raro surgir no IPO (Instituto Português de Oncologia) de Coimbra um carcinoma invasivo.
Aconselhado a todas as mulheres entre os 25 e os 64 anos, o rastreio do cancro do colo do útero pode ser feito no centro de saúde, porém é um exame (citologia) que “sai muito caro ao Serviço Nacional de Saúde”. Apesar disso, o tipo de análise de rastreio ao cancro do colo do útero em Portugal é mais barato do que outra técnica mais avançada já em utilização noutros países - o teste do víruso do Papiloma Humano (HPV).
A principal diferença é que a citologia usada em Portugal tem uma “taxa de sensibilidade mais baixa” do que o teste do HPV, como precisou Daniela Pinto, investigadora do IPO do Porto, a participar no Eurogin - congresso europeu sobre cancro do colo do útero, a decorrer em Monte Carlo, citada pela agência Lusa.
Apesar de admitir que o país não tem capacidade financeira para tal, Maria João Trindade considera que o “ideal” seria incluir a vacina contra o HPV no Programa Nacional de Vacinação. “Uma taxa de 37 por cento de comparticipação da vacina (que no total das três tomas custa 480 euros) já seria razoável”, disse.
Por outro lado, refere Maria João Trindade, há o risco de que uma imunização universal leve as pessoas a descuidarem o rastreio, que deve ser realizado anualmente nos primeiros dois anos e, caso não sejam detectados problemas, pode passar a ser feito com intervalos de três anos.
Actualmente existem duas vacinas contra o cancro do colo do útero, o Gardasil da Merck, e o Cervarix, produzido pela GlaxoSmithKlin, sendo que, de momento, apenas a primeira está disponível no mercado Português. O elevado preço da vacina torna-a inacessível a muitas mulheres portuguesas, pelo que a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde está já estudar uma possível comparticipação do medicamento.
Portugal é um dos países da União Europeia onde as taxas de incidência do cancro do dolo do útero são mais elevadas, com perto de 17 casos por cada cem mil habitantes. Anualmente são diagnosticados cerca de 960 novos casos.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Público, Farmacia.com.pt.
Nigéria faz ultimato à Pfizer
Na Nigéria o panorama é cada vez mais hostil para a Pfizer. Vários grupos de defensores dos direitos humanos manifestaram-se esta quarta-feira junto aos escritórios da farmacêutica norte-americana na cidade de Kano e ameaçaram organizar uma campanha nacional e internacional de boicote aos produtos e serviços da farmacêutica em todo o mundo. O objectivo é garantir que a multinacional indemnize as famílias das vítimas que alegadamente foram prejudicadas ou faleceram devido à ingestão de Trovan Floxacin (trovafloxacina).
O antibiótico foi utilizado para combater uma epidemia de meningite bacteriana, sarampo e cólera que assolava a Nigéria em 1996, provocando a morte a 12 mil pessoas. No entanto, após a administração do fármaco 11 crianças morreram e 189 sofreram várias deformações, incluindo surdez, cegueira, paralisia e danos cerebrais.
O governo nigeriano alega que o laboratório terá camuflado as suas verdadeiras intenções quando se propôs a ajudar as vítimas de uma epidemia de meningite bacteriana, engendrando “um esquema” para “deformar e esconder as suas principais intenções” e testar os efeitos do medicamento.
A Pfizer rejeitou as acusações desde o início afirmando que o ensaio clínico com Trovan Floxacin levado a cabo no país teve “o aval do Governo nigeriano com todo o conhecimento de causa”. De acordo com a farmacêutica todos os requisitos éticos foram tidos em conta na aplicação do tratamento e “em conformidade com o compromisso da empresa para com a segurança dos doentes”.
Recentemente, o comissário de justiça de Kano ameaçou deter o ex-director executivo da Pfizer, Bill Steere, em conjunto com outros nove funcionários da empresa caso os mesmos não compareçam em tribunal no próximo mês para responder às acusações que lhes são imputadas.
“Acreditamos que só com as indemnizações às vítimas é que haverá paz e justiça…Estamos a fazer um ultimato à Pfizer que termina a 1 de Fevereiro de 2008; caso a Pfizer se recuse a pagar as indemnizações às vítimas do ensaio clínico com Trovan vamos desencadear uma campanha massiva a nível nacional e internacional para que haja um boicote aos produtos serviços da Pfizer”, cita o portal AllAfrica.com.
“Iremos de casa em casa, loja em loja, mercado em mercado. Iremos insistir e apelar ao nosso povo para que deixem de comprar os produtos da Pfizer. A Pfizer é um demónio e uma empresa que perpetrou o mal na Nigéria, e não acreditamos que o nosso povo no Norte da Nigéria, e mesmo o de outras partes de África deva ser usado como cobaia para ensaios clínicos de fármacos prejudiciais que não foram utilizadas em nenhum outro local do mundo”.
Marta Bilro
Fonte: AllAfrica.com, Pharmalot, Farmacia.com.pt.
Amgen suspende construção de nova unidade de produção na Irlanda
A decisão que levou ao adiamento do projecto por tempo indeterminado baseou-se no “ambiente de evolução dos negócios globais da Amgen” e não tem qualquer relação particular com a Irlanda, informou o grupo numa nota emitida esta quarta-feira. A Amgen disse ainda que irá encerrar todas as operações da empresa naquele país, mas que vai manter em sua posse o local onde deveria nascer a nova unidade de produção.
Anunciado no inicio de 2006, o novo laboratório era principalmente destinado à produção de medicamentos para o tratamento da anemia, como é o caso do Aranesp (Darbepoetina alfa), para fornecimento do mercado europeu e deveria estar concluído em 2012.
A Amgen, que viu os negócios afectados devido a um maior controlo nas restrições de regulação dos medicamentos, adoptou uma estratégia de redução de custos que inclui um corte de 14 por cento no número de trabalhadores da empresa, medida anunciada em Agosto.
Marta Bilro
Fonte: LA Times, Reuters.
Recordati adquire Orphan Europe: Uma aposta nas doenças raras
“Acreditamos que o mercado dos medicamentos que tratam doenças raras vai crescer significativamente em resultado da identificação de um número crescente de doenças raras e ao aumento da consciencialização que conduz ao diagnóstico e tratamento de mais doentes”, afirmou Giovanni Recordati, director executivo da empresa com o mesmo nome.
As doenças órfãs são descritas pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos como aquelas que afectam menos de 200 mil pessoas nos Estados Unidos da América ou as que não apresentam uma “expectativa razoável” de que os custos de desenvolvimento possam vir a ser repostos pelas vendas dos medicamentos. Já na Europa o conceito diverge. A definição oficial europeia indica que uma doença rara é aquela que afecta menos de cinco em casa 10 mil pessoas, e que é fatal ou severamente debilitante.
De acordo com dados da Orphan Europe, actualmente, existem entre 6.000 e 8.000 doenças que encaixam nestas definições e, apesar dos incentivos financeiros ao desenvolvimento de medicamentos órfãos, as terapias comercializadas respondem apenas a 200 a 300 destas doenças.
Giovanni Recordati acredita que a sua empresa pode tirar partido desta situação e deve focar-se em áreas especializadas. A Orphan Europe, agora adquirida pela Recordati, tem subsidiárias em10 países e representações em sete nações. A empresa comercializa, de momento, 10 medicamentos e possui um conhecimento profundo das autoridades e dos procedimentos necessários ao desenvolvimento, aprovação para comercialização e distribuição de medicamentos órfãos.
Marta Bilro
Fonte: DrugResearcher.com, LeRevenu.com.
Merck quer expandir aplicação do Gardasil aos homens
A Merck tem planos para alargar a utilização do Gardasil. A hipótese já tinha sido colocada por alguns investigadores e vem agora a confirmar-se com a própria farmacêutica a divulgar as suas intenções de expandir a utilização do Gardasil aos homens. Por outro lado, a Sanofi Pasteur MSD, responsável pela comercialização da vacina na Europa, já submeteu um pedido à Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para incluir nas indicações da vacina a prevenção contra o cancro vaginal e vulvar.
O Gardasil, vacina contra o papilomavírus humano (HPV), previne o cancro do colo do útero e outras doenças provocadas pelo HPV, nomeadamente os seus quatro tipos de vírus mais cancerígenos: 06, 11, 16 e 18, e foi pioneira no mercado durante largos meses. Os analistas acreditam, por isso, que o produto possa gerar mais de 990 milhões de euros durante o primeiro ano no mercado norte-americano. Porém, essas previsões podem vir a sofrer alterações, visto que a Merck veio a público afirmar que já deu inicio a estudos para provar que a vacina pode também prevenir infecções nos homens.
“Os homens são os principais transmissores do vírus do papiloma humano”, afirmou Elmar Joura, professor da Escola Médica da Universidade de Viena. “Existem evidências clínicas que justificam a administração do Gardasil em rapazes enquanto medida de saúde primária”, acrescentou.
Por sua vez, a Sanofi Pasteur MSD, que comercializa a vacina na Europa em conjunto com a Merck, submeteu um pedido de actualização da licença do Gardasil junto das autoridades europeias, para incluir a prevenção contra o cancro vaginal e vulvar, provocados pelas estirpes 16 e 18 do vírus do papiloma humano. “A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) aceitou a candidatura e já começou a análise”, refere um comunicado emitido pela Sanofi Pasteur.
Este poderá ser mais um trunfo a favor do Gardasil que em Setembro viu chegar ao mercado europeu o seu primeiro rival. O Cervarix, cujos principais alvos são as estirpes 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, está disponível nalguns países europeus há cerca de uma semana. Porém, a vacina da GlaxoSmithKline não deverá entrar no mercado norte-americano antes de2008.
Benefícios para os rapazes
Um estudo divulgado em Agosto, elaborado por especialistas do Centro Médico Anderson da Universidade do Texas, sugeria que o Gardasil poderia também vir a ser administrado em rapazes adolescentes para ajudar a evitar os casos de cancro relacionados com o sexo oral.
O número crescente de casos em estudo demonstra que o vírus do papiloma humano, responsável pelo cancro do colo do útero, está também relacionado com cerca de metade dos casos de cancro da garganta ou orofaríngeos, referiam os investigadores.
A análise, publicada no jornal “Cancer”, aconselhava os cientistas a apressarem os estudos da vacina contra o HPV em adolescentes do sexo masculino, para que a utilização da vacina pudesse expandir-se.
“Encorajaríamos a industria e os cientistas a estudarem a eficácia em rapazes e homens para que o programa de vacinação possa ser alargado”, afirmou Erich Sturgis, professor de cirurgia de cabeça e pescoço no Centro Médico Anderson e o principal autor do artigo. “Sabemos que os homens estão a ficar expostos e que uma maior proporção de cancros orofaríngeos são causados pelo HPV”, acrescentou.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Bloomberg, Farmacia.com.pt.
“Banhóleum creme gordo” e produtos da “Karen 2” reintroduzidos no mercado
Numa nota de carácter urgente, emitida esta quarta-feira, o Infarmed justifica a recolocação no mercado do produto “Banhóleum creme gordo” com base num relatório da sociedade “Sofex Farmacêutica, Lda.”, empresa responsável pelo produto. De acordo com o Infarmed o documento assegura que as embalagens se encontram em conformidade com a legislação em vigor aplicável, designadamente, que os lotes a introduzir, não possuem na sua composição o conservante “Methyldibromo glutaronitrile”.
Por sua vez, a decisão que restitui ao mercado os produtos “Keren 2 Ampolas Antiqueda Bifásicas Mulher”, “Keren 2 Ampolas Antiqueda Bifásicas Homem”, “Keren 2 Ampolas Manutenção Mulher” e “Keren 2 Ampolas Manutenção Homem” da marca “Keren 2”, tem por base algumas garantias semelhantes dadas pela “Nicepharma – Especialidades Farmacêuticas, Lda.”. A empresa responsável pela colocação no mercado dos referidos produtos assegura que as embalagens a introduzir no mercado se encontram em conformidade com a legislação em vigor aplicável, ou seja, que os lotes não possuem na sua composição ou rotulagem o conservante “Methyldibromo glutaronitrile”.
Ambos os produtos foram recolhidos em Agosto depois de ter sido detectada uma inscrição do rótulo que indicava a presença de “Methyldibromo glutaronitrile” na sua composição, ingrediente cuja utilização em produtos cosméticos e de higiene corporal está restrita apenas àqueles que se destinam a ser enxaguados, o que não é o caso destes.
Marta Bilro
Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.
Solução para a dor crónica pode estar na malagueta
O estudo foi esta semana divulgado pela revista Nature e contou com o financiamento dos National Institutes of Health (NIH - conjunto de institutos nacionais de saúde dos EUA).
Os investigadores acreditam que este tratamento pode ser usado em procedimentos cirúrgicos e até em crianças de berço, podendo ainda influenciar novos tratamentos para ajudar os milhões de pacientes que sofrem de dor crónica.
Os investigadores combinaram a 'capsaicin', a mesma substância que torna as malaguetas picantes, com uma droga chamada QX-314, derivada da lidocaína, um dos anestésicos locais mais utilizados.
Esta combinação explora uma característica única dos neurónios sensíveis à dor, de forma a bloquear a sua actividade sem danificar as funções das outras células, contrariamente ao que sucede com os analgésicos usados actualmente nas cirurgias, que obstruem a actividade de todos os tipos de neurónios causando torpor, paralisia e outras perturbações do sistema nervoso.
A lidocaína bloqueia os impulsos eléctricos em todas as células nervosas, aliviando assim a dor, sendo que, sozinho, o seu derivado QX-314 não consegue atravessar as membranas das células nervosas para bloquear a respectiva actividade eléctrica.
Contudo, ao combinar este anestésico com a 'capsaicin', os investigadores verificaram que droga abre poros na membrana das células nervosas, denominados canais TRPV1, que se encontram apenas nestas membranas, o que permite que o QX-314 passe, bloqueando assim selectivamente a actividade destas células.
A descoberta surge depois de diversos testes de laboratório, através dos quais os investigadores tinham já percebido que esta combinação aplicada em neurónios isolados de ratos levavam a que os animais conseguissem tolerar melhor o calor do que o habitual.
Posteriormente, procedeu-se à injecção da combinação junto ao nervo ciático dos animais e os ratos tratados não mostraram sinais de dor. Cinco de seis animais continuaram a movimentar-se e comportar-se normalmente, demonstrando assim que a droga pode parar a dor, sem bloquear os neurónios que controlam o movimento.
De acordo com os resultados dos testes, a droga demora cerca de meia hora para bloquear totalmente a dor em ratos e promove o alívio da dor durante várias horas.
Inês de Matos
Fonte: Sol
Unidade móvel inicia campanha de vacinação anti-gripe no concelho de Mértola
Em funcionamento desde 2002, esta unidade móvel já atendeu mais de 5.400 pessoas e mais uma vez, deverá percorrer todas as freguesias do concelho, até dia 08 de Novembro.
De acordo com o município de Mértola, as inscrições podem ser efectuadas nas localidades de residência dos utentes no próprio dia da vacinação, junto da Unidade Móvel Médico-Social. Os diabéticos e doentes crónicos, além do cartão de utente, devem fazer-se acompanhar de um comprovativo da doença, emitido pelo centro de Saúde.
A vacina é gratuita, uma vez que é a autarquia que suporta a totalidade da despesa, mas os beneficiários da campanha têm que residir no município e estar inscritos no centro de Saúde local, que também colabora na iniciativa.
A Unidade Móvel Médico-Social de Mértola é uma carrinha com mobiliário e equipamento médico e conta com uma equipa constituída por um enfermeiro, um assistente social, um psicólogo e um animador social, que trabalham em articulação com técnicos da autarquia e do centro de Saúde.
O serviço destina-se principalmente à população mais idosa e às famílias mais desfavorecidas do concelho.
Para além das campanhas de vacinação contra o vírus da gripe, esta unidade móvel ofereceu já rastreios à diabetes e ao colesterol, bem como acções de sensibilização sobre higiene oral, cancros da pele e da mama, auto-medicação, acidentes domésticos e tabagismo.
O mais recente reconhecimento público que esta unidade móvel recebeu foi o Prémio Nacional de Boas Práticas na Administração Local, na categoria B (sustentabilidade local), atribuido pela Direcção-Geral das Autarquias Locais.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Libbs abre fábrica de medicamentos

A abertura da nova unidade de produção de fármacos coincide com a inauguração do Centro de Desenvolvimento Integrado Libbs, que diz respeito a um consórcio de laboratórios que têm como objectivo desenvolver novas formulações de medicamentos. O projecto inclui ainda uma unidade de química fina vocacionada para a produção de hormonas que a companhia farmacêutica actualmente exporta para diversos países em todo o mundo. Criada em 1958, a Libbs compete num sector caracterizado por um enorme grau de exigência e inovação, com o objectivo de "oferecer medicamentos cada vez mais eficazes, seguros e acessíveis" às populações que deles necessitam. Tecnologia e investigação são as apostas mais vincadas da empresa, que encontrou na automação a resposta para a busca de maior qualidade no processo de produção, escrupulosamente controlada em todas as fases, desde as matérias-primas ao acondicionamento final dos fármacos, sempre de acordo com as normas internacionais. Actualmente a Libbs Farmacêutica é auto-suficiente e desenvolve nos seus laboratórios matérias-primas como amiodarona, tibolona, mazindol, bromoprida, gestodeno, paroxetina, cilostazol e desogestrel.
Carla Teixeira
Fonte: InvestNews, Libbs.com.br
Dívida dos hospitais público atinge pico na actual legislatura
Estado deve 768,3 milhões ao sector farmacêutico
Dois anos e meio depois de o actual governo ter tomado posse, a dívida dos hospitais públicos portugueses à indústria farmacêutica situa-se hoje no valor mais alto da actual legislatura. As entidades públicas empresariais demoram, em média, 379 dias a efectuar os pagamentos aos laboratórios fornecedores de medicamentos e meios de diagnóstico. O montante em dívida ascende já aos 768,3 milhões de euros...
As contas avançadas nesta quarta-feira pelo semanário «Expresso» são da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e concernem um universo de 50 companhias farmacêuticas a que o Serviço Nacional de Saúde adquiriu fármacos e equipamentos a cujo pagamento ainda não procedeu. A Apifarma atesta que transitou do ano passado para este uma dívida de 632,9 milhões de euros, após três meses de contracção, e garante que, desde o passado mês de Janeiro, aquele montante não pára de aumentar.
A variação homóloga do montante em dívida sofreu um aumento de 12,5 por cento, e parte considerável (515,7 dos 768,3 milhões) está a pagamento há mais de três meses, enquanto em Agosto de 2006 a dívida com mais de 90 dias era inferior em 26,4 pontos percentuais à actual. Segundo o «Expresso», também o prazo médio para saldar o pagamento tem vindo a alargar, cifrando-se nos 309 dias em Janeiro para actualmente chegar aos 379. Confrontado com estes números, o Ministério da Saúde adiantou que está a ser preparado "um plano de redução das dívidas do Estado aos fornecedores", que recorrerá ainda às verbas do Orçamento de Estado para este ano. A Apifarma equaciona levar o caso aos tribunais, se a tutela não regularizar a situação de modo pronto.
Carla Teixeira
Fonte: «Expresso»
Psiquiatra americana lança livro que relaciona doença bipolar com criação artística
O prefácio da edição portuguesa do livro pertence a José Manuel Jara, psiquiatra do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, para quem "as pessoas com uma vida mais agitada e temperamental, com relações afectivas muito intensas, são mais predispostas para a arte".
"A arte pode funcionar como uma reparação do equilíbrio perdido em consequência da variação de humor", característica da doença bipolar. Para José Manuel Jara, também presidente da Associação de Educação e Apoio na Esquizofrenia, são os estados mais depressivos que levam os doentes bipolares a uma maior predisposição para a criação artística.
Tradicionalmente designada por maníaco-depressiva, a doença bipolar é uma patologia psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor na mesma pessoa, com crises repetidas de depressão e de euforia, com repercussão nas sensações, emoções, ideias e no comportamento.
Na opinião do psiquiatra esta é “uma doença misteriosa”, que contem "uma parte criativa muito importante, que representa uma coincidência entre a genialidade e a loucura". No entanto, a ideia de que a criatividade se esgota com o tratamento da doença é, segundo Jara, um mito que é preciso explicar, pois considera que "o tratamento dos doentes bipolares deve ser acompanhado de forma a não eliminar a sua criatividade".
Ao longo da história, diversos são os casos de artistas que eram "génios marcados pela loucura”, como Lord Byron, poeta britânico associado ao Romantismo, e Schumann, "um talento musical e também literário", aponta o psiquiatra. No panorama nacional os exemplos são também inúmeros, como Antero de Quental, Florbela Espanca ou Mário de Sá Carneiro, três escritores cuja obra reflecte uma brusca oscilação de humor, culminando com o suicídio.
José Manuel Jara considera a obra "útil, com muitos dados científicos e também de grande valor literário". "No fundo, é um livro que representa um interface entre a medicina e as ciências humanas e que consegue um bom equilíbrio entre o aspecto científico e artístico".
Kay Redfield Jameson é também autora do livro "Uma Mente Inquieta", no qual aborda a sua própria experiência enquanto doente bipolar. Autora de vários livros, é professora de psiquiatria na Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, Estados Unidos, sendo considerada uma das maiores especialistas norte-americanas em desordem bipolar.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Cientistas britânicos desenvolvem vacina contra o cancro
O vírus de Epstein Barr normalmente não causa problemas de saúde, mas este tipo comum de vírus do herpes está associado a variados tipos de cancro, incluindo linfomas e carcinoma da nasofaringe. Agora, os investigadores da Universidade de Birmingham e do Hospital Royal Marsden, em Londres, esperam que a vacina que estão a desenvolver, que estimula o sistema imunitário a atacar as células cancerígenas infectadas com o VEB, leve a um avanço na luta contra estas doenças.
Os testes iniciais, realizados em pacientes com tumores VEB positivos, são promissores e sugerem que a vacina produz realmente a resposta imune necessária. A nova vacina ataca duas proteínas (EBNA1 e LMP2) que estão expressas nas células cancerígenas infectadas com o vírus. Se o organismo for capaz de produzir uma resposta imune às proteínas existentes nas células cancerígenas, isto proporciona um mecanismo natural para atacar a doença. O próximo passo é avaliar quão efectivo este processo pode ser no ataque aos tumores.
Um dos investigadores do Institute for Cancer Studies da Universidade de Birmingham, Neil Steven, afirmou que os cientistas estão cada vez mais a procurar formas de utilizar as vacinas do cancro para estimular o sistema imunitário do organismo contra tumores. O Dr. Steven acrescentou que o VEB é um alvo óbvio, porque está presente em vários tumores.
Os pacientes receberam a vacina, em injecções na pele, três vezes em intervalos de três semanas. Os resultados iniciais, apresentados na conferência do “National Cancer Research Institute”, em Birmingham, numa amostra de três pacientes, demonstraram que a injecção da vacina estimulou uma resposta imune limitada.
Os investigadores estão actualmente a recrutar pacientes com tumores VEB positivos que já receberam quimioterapia, e não têm qualquer outra opção de tratamento.
O Dr. Steven afirmou ainda que é provável que a vacina seja utilizada conjuntamente com quimioterapia, possivelmente para prever o reaparecimento ou a disseminação da doença ligada ao vírus. Uma vacina com sucesso poderá ter uma aplicação a nível mundial, aumentando os benefícios da quimioterapia e da radioterapia.
O investigador sublinhou que as vacinas para o cancro têm um enorme potencial para futuro uso clínico. Um estudo semelhante com a mesma vacina está a ser conduzido em Hong Kong.
Isabel Marques
Fontes: www.pharmatimes.com, www.medindia.net
Estado do Kentucky processa Purdue Pharma
Os 120 condados do Kentucky, em conjunto com várias cidades e o próprio estado, vão processar a Purdue Pharma por publicidade enganosa ao OxyContin (Oxicodona), um analgésico que pertence ao grupo dos alcalóides opiáceos naturais e que tem sido protagonista de vários episódios controversos.
“Este é um acontecimento importante não só para os residentes do Condado de Pike, mas para todos os habitantes do Kentucky cujas vidas foram devastadas devido aos efeitos deste narcótico poderoso e altamente aditivo”, refere uma declaração proferida por Wayne Rutherford, director do Condado de Pike e juiz. “Esta empresa tem que ser responsabilizada pelos seus erros. Este processo não tem que ver com dinheiro, mas sim com as pessoas que foram afectadas e contactaram com a devastação que este medicamento provocou no Kentucky”, acrescenta o mesmo documento.
Um porta-voz do condado avançou que os queixosos exigem uma indemnização de valor não especificado referente aos custos de prescrição gastos pelos consumidores e pelo estado do Kentucky e governos locais, bem como pelos danos causados.
Recorde-se que, em Maio de 2007, a Purdue foi considerada culpada pela FDA pelo crime de publicitação de falsas propriedades do OxyContin com a intenção de defraudar e enganar. A empresa terá ministrado formação errada aos seus vendedores para que estes promovessem o analgésico opióide como menos propenso a abuso, vício, tolerância e dependência física que os outros analgésicos opióides. Na sequência desse processo, em Julho do ano corrente o ex-presidente da empresa, o advogado principal e outro antigo quadro executivo da empresa foram condenados ao pagamento de 448,5 milhões de euros.
Marta Bilro
Fonte: Pharmalot.com, Farmacia.com.pt, Infarmed.
Roche reduz preço do Tarceva em 30% no Reino Unido
Franz Humer, presidente da farmacêutica suíça afirmou, na terça-feira, que centenas de pacientes terão agora acesso ao Tarceva com desconto enquanto não é divulgada uma análise que está a ser elaborada pelo “National Institute for Health and Clinical Excellence”, a entidade responsável pelo aconselhamento sobre fármacos do governo britânico.
Desta forma, o custo do Tarceva, utilizado no tratamento de doentes com cancro do pulmão de células não pequenas e do cancro pancreático, passa dos habituais 9.784 euros (6.800£) por paciente para um ciclo de tratamento de 125 dias, para os 7.192 euros (5.000£), um preço semelhante ao do Taxotere (Docetaxel), o fármaco rival produzido pela Sanofi-Aventis e aprovado pelo “Institute for Health and Clininal Excelence” (NICE).
No Reino Unido as empresas farmacêuticas têm liberdade para fixar o preço dos medicamentos, porém o NICE pode opor-se à comparticipação por parte do Sistema Nacional de Saúde se considerar que o mesmo é demasiado caro.
Em Portugal, o custo do tratamento com este medicamento ronda os 2500 a 3000 euros mensais. Apesar do valor ser inferior ao cobrado no Reino Unido, há suspeitas de que a prescrição do fármaco tenha sido recentemente recusada pela comissão de farmácia e terapêutica de um hospital luso a um doente com cancro. Tal como noticiou o Farmacia.com.pt, a queixa chegou à Ordem dos Médicos em Setembro.
Marta Bilro
Fonte: Forbes, Financial Times.
Ranbaxy vai comercializar Claritromicina genérica nos EUA
O medicamento é utilizado no tratamento de infecções do tracto respiratório superior e inferior, infecções da pele e tecidos moles e infecções estomatológicas.
A Ranbaxy é a primeira farmacêutica a garantir autorização para comercializar Claritromicina genérica nos Estados Unidos da América quer na forma de suspensão oral ou em comprimidos, afirma a empresa em comunicado.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, Infarmed.
Serentis completa aquisição da Surface Therapeutics
A Serentis comprou a totalidade das acções da Surface, porém os detalhes financeiros do negócio não foram divulgados. Para Tim Sharpington, director executivo da biofarmacêutica, a aquisição vai ao encontro dos objectivos da empresa de estabelecer uma linha de investigação robusta.
“Os compostos identificados pela Surface têm como alvo novos mecanismos para o tratamento da dermatite atópica. Vamos investir no desenvolvimento destas novas terapias para esta condição debilitante, que requer opções de tratamento mais eficazes”, afirmou o responsável.
“A associação das duas empresas permite-nos aceder à massa crítica necessária para o progresso rápido dos nossos produtos até à fase de testes clínicos", referiu David Laskow-Pooley, director executivo da Surface. Para além disso, possibilita que a Serentis se estabeleça “enquanto empresa dermatolgica adicionando os recursos da Surface ao seu forte portfólio”, concluiu.
Marta Bilro
Fonte: Marketing Farmacêutico, Web Services Journal.
Farmacêuticas e Governo britânico vão fazer investigação com células estaminais humanas
O lançamento do “Stem Cells for Safer Medicines” (SC4SM ) ganha especial importância face à relutância que tem sido demonstrada pelas grandes farmacêuticas perante um possível envolvimento em investigações com células estaminais de embriões humanos, noticia o Financial Times. As empresas temem, especialmente, a reacção do mercado norte-americano, no qual a utilização de embriões humanos é controversa, pelo que nos EUA, o campo de investigação no ramo foi deixado a cargo das universidades e das empresas de biotecnologia.
De acordo com Philip Wright, director científico da Associação da Indústria Farmacêutica Britânica e também director executivo do SC4SM, espera-se que mais empresas se juntem ao programa de investigação. Esta é a primeira parceria internacional da indústria com o sector público centrada nas células estaminais de embriões humanos.
O projecto “demorou algum tempo a preparar devido às sensibilidades”, referiu Wright. ”Temos um sistema ético que diz que devemos apenas usar linhas de células estaminais embrionárias existentes [no banco de células estaminais do Reino Unido] e no próximo ano vamos ter um quadro de aconselhamento ético independente para prestar aconselhamento futuro”, acrescentou.
A primeira fase de um programa que deverá prolongar-se por cinco anos vai custar 1,4 milhões de euros, de um total de 14,3 milhões de euros disponibilizados para o projecto, e vai centrar-se na produção de células hepáticas. “O fígado é um órgão chave ao nível da toxicidade. É o caixote do lixo do organismo, que neutraliza e destrói as toxinas e dos fármacos”, justificou Ian Cotgreave, director do departamento de toxicidade molecular da AstraZeneca.
A toxicidade hepática inesperada é a principal causa de falha dos medicamentos durante os ensaios clínicos. Exemplo disso é o Exanta (ximelagatrano), um anticoagulante da AstraZeneca, que durante um ensaio clínico que avaliava o uso do medicamento em tratamentos de maior duração, provocou uma lesão hepática grave num doente.
O SC4Sm pretende financiar cinco projectos ao longo do próximo ano, com o objectivo de converter células estaminais embrionárias humanas em hepatócitos. Desta forma será possível testar o efeito de novos medicamentos no fígado humano com mais fiabilidade. O segundo alvo desta parceria são as células do coração.
Marta Bilro
Fonte: Financial Times, Pharmalot, Farmacia.com.pt.
Cipla supera GlaxoSmithKline no mercado farmacêutico indiano
No que diz respeito apenas ao mês de Julho de 2007, a Ranbaxy recuperou a primeira posição, com uma porção de mercado de 4,96 por cento, seguida da Cipla, com 4,89 por cento, e da GlaxoSmithKline com 4,6 por cento. A Cipla superou a Ranbaxy pela primeira vez em Maio.
A quarta e quinta posição foram ocupadas pela Nicholas Piramal e pela Zydus Cadila, com 3,97 por cento e 3,64 por cento das vendas de mercado, respectivamente.
No cálculo do total anual com base nos 12 meses que terminaram em Julho de 2007, a Cipla mantém a liderança do mercado com 5,07 por cento, seguida pela Ranbaxy com 4,95 por cento, e pela GlaxoSmithKline com 4,93 por cento.
Marta Bilro
Fonte: The Times of India.
Cancros têm tratamento dificultado
Os especialistas no tratamento de doentes com cancro, reunidos há poucos dias em Barcelona, no âmbito de um workshop integrado no European Congress Conference of Oncology, foram unânimes nas críticas ao funcionamento do National Institute for Health and Clinical Excelence (NICE), com sede no Reino Unido, que não consideram um exemplo de boas práticas. Em causa está a não-comparticipação dos medicamentos necessários aos tratamentos oncológicos.
A dificuldade no acesso a novas terapias de combate ao cancro foi o tema preponderante da reunião científica. Estados Unidos, Espanha, Reino Unido e Eslovénia lideraram um coro de críticas que abraçou todos os países participantes no encontro de Barcelona, unânimes na constatação de que existe uma “subvalorização das indicações terapêuticas" e de que "a não comparticipação dos medicamentos mais dispendiosos é outra das razões que levam à desvalorização do instituto", que já foi apelidado como "maldoso", segundo afirmou o chefe do Serviço de Oncologia do Hospital do Mar, naquela cidade espanhola, Joaquim Bellmunt.
Os especialistas lamentaram ainda que, ao longo de nove anos de actividade, o NICE (que serve de modelo para a implementação de nova legislação em Portugal) tenha aprovado apenas 35 de um rol de mais de duas mil propostas de medicamentos apresentadas. De acordo com aqueles peritos, actualmente as terapias oncológicas inovadoras estão a ser condicionadas em toda a Europa no que diz respeito à sua prescrição e comparticipação, mesmo depois da aprovação da Agência Europeia do Medicamento. Há exemplos de negação de medicamentos inovadores a doentes oncológicos em Portugal. O mais polémico, , como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, ocorreu no passado mês de Setembro, e esteve relacionado com a entrada na Ordem dos Médicos de uma queixa, apresentada por um médico, que dava conta da recusa, por parte da Comissão de Farmácia e Terapêutica do hospital onde exerce funções, em aceitar a prescrição que o clínico tinha feito de um medicamento inovador a um dos seus doentes oncológicos.
Em causa estava a prescrição do antineoplásico Tarceva (erlotinib), indicado no tratamento do cancro de pulmão. Reagindo à queixa apresentada na OM, o bastonário, Pedro Nunes, veio a público criticar as "medidas restritivas" impostas no acesso àqueles fármacos. Num estudo que realizou recentemente, o NICE aferiu que o elevado custo do erlotinib não tem correspondência com os reduzidos ganhos terapêuticos resultantes da sua utilização no tratamento de tipos mais comuns de cancro do pulmão, razão pela qual não terá autorizado a comparticipação pelo NHS da administração daquela substância activa nos doentes oncológicos.
Carla Teixeira
Fonte: Saúde na Internet, Saúde SA, farmacia.com.pt
Oncologistas alertam para dificuldades em aceder a terapias inovadoras
De entre os países representados (Espanha, Inglaterra, Eslovénia, Estados Unidos da América, entre outros), todos concordaram que o NICE é um mau exemplo. Conforme explicou Joaquim Bellmunt, Chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Del Mar em Barcelona, “a subvalorização das indicações terapêuticas e a não comparticipação no caso dos medicamentos mais dispendiosos, são algumas das razões que levam à desvalorização deste Instituto”.
Segundo avança o portal Saúde na Internet, o NICE, que serve de “modelo” a Portugal, durante os seus nove anos de actuação e com duas mil propostas de medicamentos apresentadas, apenas aprovou 35.
A restrição do acesso dos pacientes com cancro a terapêuticas inovadoras parece estar a crescer um pouco por toda a Europa, contrariando mesmo a aprovação emitida pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA).
Recorde-se o caso que recentemente veio a público em Portugal quanto, no mês passado, deu entrada na Ordem dos médicos (OM) uma queixa apresentada por um clínico que dava conta da recusa da comissão de farmácia e terapêutica do seu hospital em prescrever um medicamento inovador a um doente com cancro.
Marta Bilro
Fonte: Saúde na Internet, Farmacia.com.pt.
Avaliar a saúde dentária dos portugueses

Está em marcha desde a passada segunda-feira a oitava edição do Mês da Saúde Oral. Trata-se de uma iniciativa que desde 2000 vem sendo dinamizada pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), em parceria com a Colgate, marca que produz e comercializa pastas dentífricas e outros produtos para uma correcta higiene dentária.
Tido como "uma iniciativa de responsabilidade social, que tem como principal objectivo conhecer o real estado de saúde oral de todos os portugueses e contribuir para a melhoria" daquele indicador, o Mês da Saúde Oral permite a realização de check-up gratuitos, bastando para isso que os interessados se inscrevam, através do número de telefone 808205206 ou na página electrónica www.colgate.pt. Nesta acção sanitária, a SPEMD e a Colgate firmaram parcerias com mais de mil consultórios dentários, que assim promovem a realização de rastreios gratuitos.
De acordo com os dinamizadores deste projecto, "desde a primeira edição, em 2000, esta iniciativa permitiu realizar cerca de 60 mil rastreios gratuitos à população" - uma média de 10 mil por ano - e viabilizou também a identificação dos principais problemas de Saúde Oral dos portugueses, ao mesmo tempo que espoletou um aumento da sua sensibilidade para os problemas dos dentes e para a enorme necessidade de uma higiene oral exemplar. Ao longo destes sete anos o número de profissionais de saúde oral aderentes sofreu um crescimento de 173 por cento, representando actualmente um quarto do total de dentistas que exercem funções no nosso país.
Os problemas relacionados com a saúde oral desempenham hoje, e nomeadamente nas sociedades desenvolvidas, um papel de grande relevância no que toca à quantidade de medicamentos prescritos e adquiridos nas farmácias, quer apenas com o objectivo de atenuar as dores enquanto se aguarda pela consulta ao dentista (visto que a grande maioria das pessoas, em Portugal e no mundo, ainda guarda a ida ao consultório para os momentos de maior aflição, escamoteando a necessidade de um controlo regular da sua saúde dentária), quer depois do tratamento ou da extracção de dentes, dois procedimentos que normalmente tornam necessário por alguns dias o recurso aos fármacos.
Carla Teixeira
Fonte: Colgate, SPEMD
FDA reage a publicidade ao Cymbalta
A Food and Drug Administration, entidade reguladora do sector do medicamento nos Estados Unidos, emitiu uma advertência escrita à companhia farmacêutica Eli Lilly & Company, em que condena o mau serviço que a publicidade ao antidepressivo Cymbalta (duloxetina), em curso naquele país, está a prestar aos doentes.
Como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, em finais do mês de Agosto a Eli Lilly apresentou à FDA um pedido de aprovação do Cymbalta - fármaco actualmente aprovado nos Estados Unidos para o tratamento de adultos com doença depressiva grave, perturbação de ansiedade generalizada e neuropatia periférica diabética dolorosa - para o tratamento da fibromialgia, apontando os resultados de um estudo que atestava o contributo do antidepressivo para a atenuação das dores naqueles pacientes, estando também em curso estudos com vista a aferir da sua capacidade para ajudar doentes com dores nas costas e artrite.
No entanto, semanas depois da apresentação desse pedido, a FDA veio a público, numa carta dirigida à Eli Lilly e entretanto publicada no site da agência reguladora, lançar uma advertência à companhia farmacêutica, considerando que os dossiers promocionais enviados aos médicos norte-americanos veiculavam "informações incorrectas e que podem induzir em erro aqueles profissionais", nomeadamente no que respeita aos possíveis efeitos do medicamento em doentes com dor neuropática associada à doença diabética. Nesse sentido, a Food and Drug Administration solicitou ao laboratório farmacêutico com sede nos Estados Unidos que interrompa imediatamente a distribuição daqueles dossiers ou qualquer outro folheto promocional que use o mesmo tipo de linguagem.
De acordo com a nota difundida pela FDA, a que o farmacia.com.pt teve acesso, o mailling enviado pela firma farmacêutica aos médicos dos Estados Unidos "é falso e contém afirmações que podem induzir os profissionais em erro, na medida em que exagera o alegado grau de eficácia do Cymbalta e omite alguns dos seus mais sérios efeitos secundários", nomeadamente ao nível da sua interacção hepática, que pode ser muito importante, frisando que não há ainda evidências significativas de que o antidepressivo interage de forma substancial no sentido de atenuar as dores que fustigam aqueles doentes.
Dados desactualizados
Na resposta à carta enviada pela FDA, os responsáveis da Eli Lilly explicaram que o material promocional em causa foi produzido em 2005 e já não está a ser utilizado. De acordo com o porta-voz da companhia farmacêutica, Charlie McAtee, a empresa reitera o seu "compromisso com a segurança dos pacientes", atestando a aposta daquele laboratório na produção de informação adequada e correcta sobre os medicamentos que desenvolve.
Carla Teixeira
Fonte: Firstword, FDA, Bloomberg, Scientific American, farmacia.com.pt
Especialistas traçam estratégia contra doença do sono
A decorrer em Luanda, este encontro pretende debater as causas e consequências da doença que afecta 36 países africanos, entre os quais Angola, o país anfitrião.
Segundo o ministro da Saúde angolano, Ruben Sicato, a doença constitui-se com um flagelo no continente africano e Angola tem sete das 18 províncias afectadas pela doença, fazendo parte dos quatro países mais afectados em todo o mundo, juntamente com a RDCongo, Sudão e o Uganda.
As autoridades sanitárias angolanas estimam que cerca de quatro milhões de pessoas vivam em zonas do país onde podem contrair esta doença, uma vez que existem vectores de transmissão da doença nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Bié, Moxico, Cuando Cubango, Benguela e Cabinda, para além das sete províncias onde a doença é endémica.
Na opinião do dirigente angolano, a melhor estratégia de combate passa pelo melhoramento do sistema nacional de saúde, realçando ainda que “todos os sectores da vida nacional deverão participar na criação de condições propícias para o fortalecimento do sistema nacional de saúde, aumentando a eficácia para a resolução dos problemas de saúde, tal como é a doença do sono”.
A tripanossomíase apresenta sintomas muito idênticos aos da malária e da gripe, como a febre e pode ser mortal se não for tratada de forma conveniente e atempadamente.
Os cursos de água, as florestas densas são os principais locais de transmissão da doença, que é causada pela picada da mosca tsé-tsé.
Inês de Matos
Fonte: Sol
terça-feira, 2 de outubro de 2007
10 de Outubro - Dia Mundial da Doença Mental
De forma a assinalar o Dia Mundial da Doença Mental, que se comemora no próximo dia 10, a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental vai organizar, no Porto, um Encontro para jornalistas, subordinado ao tema “O Impacto da Cultura na Saúde Mental”.
Este encontro insere-se no tema global que a Organização Mundial de Saúde elegeu, este ano, para assinalar o dia e que se prende coma a “Saúde Mental num mundo em mudança: o impacto da cultura e da diversidade”.
O evento vai decorrer no auditório Ilídio Pinho, da Universidade Católica Portuguesa e tem início marcado para as 09h30.
Entre os convidados encontram-se personalidades como o professor Adriano Vaz Serra, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, ou Inger Nilsson, presidente da EUFAMI - Federação Europeia das Associações de Famílias de Pessoas com Doença Mental.
Do programa do evento destaca-se a Conferência “Estigma e Saúde Mental”, a decorrer pelas12 horas e o lançamento oficial da Campanha Anti-Estigma/Pró-Saúde Mental, um projecto da associação ENCONTRAR-SE, que tem como lema “Uma Música para a Saúde Mental”, que contará com a presença de Zé Pedro, guitarrista do grupo Xutos e Pontapés.
O Dia Mundial da Doença Mental pretende chamar a atenção para a problemática das patologias mentais, alertando para o impacto social que este tipo de enfermidades acarreta, pois os doentes mentais são rejeitados e isolados socialmente, têm uma fraca qualidade de vida e registam uma elevada taxa de mortalidade.
A doença mental entende-se por uma anormalidade na mente e pode ser observada em dois estados, a neurose e a psicose. A neurose é uma psicopatologia leve, em que a pessoa tem noção do seu problema. Por outro lado, a psicose indica uma intensa fuga da realidade.
Em ambos os estados psicopatológicos existem diversas doenças mentais que são avaliadas conforme a intensidade que apresentam, sendo que as neuroses podem ser tratadas com recurso apenas a ajuda psicológica, ou psiquiátrica, enquanto que as psicoses já requerem um tratamento com recurso a medicação.
De acordo com dados da OMS, em 2002, existiam no mundo inteiro 154 milhões de pessoas a sofrer de depressão e 25 milhões com epilepsia. No entanto, o conceito de doença mental é muito mais amplo e abrange, por exemplo, doenças como o alcoolismo, a toxicodependência, ou a esquizofrenia.
Todos os anos suicidam-se 877 mil pessoas com problemas mentais, dai que no ano passado, a OMS tenha eleito o tema “Tomada de Consciência - Redução de Riscos: Doença Mental e Suicídio”, para assinalar o Dia Mundial da Doença Mental.
Inês de Matos
Fontes: Jasfarma, Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde, Médicos de Portugal
Microbiologia: cientista português galardoado
Avanços no estudo de uma bactéria responsável pela maioria das infecções sexuais e por casos de cegueira que atingem milhões de pessoas valeram ao investigador João Paulo Gomes um prémio europeu de referência na área da microbiologia. Um galardão a equacionar aos méritos da comunidade científica portuguesa.
No próximo dia 8 - durante o III Congresso Europeu de Microbiologia, que decorre em Göttingen (Alemanha) - o jovem investigador do Centro de Bacteriologia do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA) recebe o «PhD Award 2007». Uma distinção feita pela rede transeuropeia ERA-NET PathoGenoMics (financiada pela União Europeia) e que é atribuída às três melhores teses europeias de doutoramento de 2006 na área da sequenciação dos genomas de microorganismos patogénicos para o Homem,
No estudo (feito em colaboração com o laboratório norte-americano Childrens Hospital Oakland Research Institute, na Califórnia), João Paulo Gomes expõe as diferenças do genoma dos 18 serotipos da bactéria intracelular Chlamydia trachomatis, que afecta, actualmente, cerca de 80 a 90 milhões de pessoas no mundo.
Focalizado no campo das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) - ao contrário do que convencionalmente se faz - não usou bactérias isoladas de doentes há muitas décadas, João Paulo Gomes utilizou bactérias isoladas de doentes infectados há muito pouco tempo.
Segundo explicou o investigador à Agência Lusa, a tese de doutoramento consistiu “num estudo detalhado da biologia desta bactéria, nomeadamente, nas diferenças a nível do código genético de todas as suas 18 variantes” revelando ter descoberto que “a bactéria é mais diferente de variante para variante do que se esperava.”
O cientista português destacou que o objectivo foi de “contribuir para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico eficazes que façam o despiste das doenças em todo o mundo e, por outro lado, o desenvolvimento de uma vacina adequada ao combate a estas infecções.”
Após cerca de cinco anos de investigação, João Paulo Gomes confessou que receber o prémio “faz muito bem ao ego” e “é bastante gratificante”.
As DST são um problema de saúde pública. Afectam na maioria as mulheres europeias e que, em cerca de 70 por cento dos casos, é assintomática, causando complicações como a doença inflamatória pélvica, a gravidez ectópica e a infertilidade tubária, entre outras.
Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa
GSK procura aprovação para fármaco para a obesidade na Europa
O fármaco, comercializado nos Estados Unidos como Alli, é uma versão de baixa dosagem do Xenical (orlistat), este sujeito a receita médica, e opera ao reduzir a quantidade de gordura corporal que o corpo absorve da comida. O tratamento consiste em cápsulas de 60mg, três vezes ao dia juntamente com as refeições. Mas tem de ser tomado conjuntamente com uma dieta baixa em calorias e em gorduras, e vem com um programa de suporte completo.
O Alli foi lançado em Junho, tendo obtido vendas recorde de 76 milhões de libras (156 milhões de dólares) no segundo trimestre. A GSK sublinhou o lançamento bem sucedido do Alli como prova dos benefícios de manter o negócio na área da saúde dos consumidores, que alguns analistas recomendaram vender.
O presidente da GSK Consumer Healthcare, John Clarke, afirmou que a companhia sempre disse que este não é um comprimido mágico, se as pessoas estão à procura de uma solução rápida, esta não o é. Mas é um motivador poderoso, ajudando as pessoas a perder até 50 por cento mais peso do que somente com uma dieta.
A GSK adquiriu os direitos norte-americanos para uma versão de venda livre, conhecida como “over-the-counter” (OTC), do Xenical em 2004, e comprou os direitos para fora dos Estados Unidos no início deste ano.
As previsões dos analistas para as vendas anuais do Alli variam entre os 250 milhões e os 500 milhões de libras. Isto significa que pode atingir vendas mais elevadas que o Xenical, que rendeu 693 milhões de francos suíços (576 milhões de dólares), no ano passado.
A GSK não espera uma resposta por parte da EMEA antes do final do próximo ano, por isso o lançamento na Europa não deverá ocorrer antes de 2009.
Nos Estados Unidos, o Alli é comercializado com um guia para uma alimentação saudável, um diário, um contador de calorias e gorduras, e acesso gratuito a um plano de acção individualizado online.
A obesidade tornou-se uma das principais doenças derivadas do estilo de vida no mundo desenvolvido. Esta aumenta o risco de desenvolver diabetes de tipo 2, doenças cardiovasculares, certos tipos de cancro, e doença da vesícula biliar, e resulta numa diminuição da qualidade de vida e no aumento do risco de morte prematura.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Guardian Unlimited
Mylan completa aquisição da divisão de genéricos da Merck
Na sequência desta operação, a empresa vai passar a denominar-se Mylan Inc. O montante da venda vai ser contabilizado pela Merck no último trimestre do ano corrente e deverá ser utilizado para liquidar dívidas da farmacêutica, refere a empresa num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt
Em resultado desta transacção a Mylan reserva o direito de utilizar o nome da Merck apenas quando associado à unidade de genéricos recentemente adquirida e por um período que pode ir até dois anos após a conclusão do negócio.
De acordo com a empresa, as vendas da Merck Generics, em 2006, ascenderam aos 1.819 milhões de euros.
Marta Bilro
Fonte: Merck, Reuters.
iGuard: Portal fornece informação personalizada sobre riscos de medicamentos

O portal cruza as mais recentes informações médicas com os dados clínicos pessoais dos doentes de forma a gerar uma classificação. O sistema utiliza uma série de níveis de alerta que indicam aos pacientes se devem procurar mais informação ou consultar o medico. Um cinco vermelho pode, por exemplo, ser o equivalente a um atentado terrorista contra o próprio organismo, relata o portal Pharmalot.com.
“O modelo veio da indústria automóvel. A maioria dos consumidores não recebe uma chamada do farmacêutico ou do médico [a indicar informações de segurança]. Cabe-lhe a eles determinar o quanto querem procurar informação…Portanto, se repararmos, a segurança dos medicamentos nos Estados Unidos da América é uma grande questão, principalmente porque os doentes e os médicos sentem que os riscos não foram devidamente comunicados aos consumidores ou num período de tempo adequado”, afirma o criador do portal, Hugo Stephenson, cuja maior apoiante é a própria Quintiles.
Um dos exemplos avançados pelo responsável está relacionado com a informação recentemente divulgada sobre os biofosfonatos, mas que tinha sido publicada no “New England Journal of Medicine” há cerca de cinco meses. De acordo com Stephenson, isto pode levar os pacientes a questionar porque é que tal não lhes foi comunicado. Na televisão “só são apresentados os benefícios”, sublinha, acrescentando que “o desafio é que a indústria não pode falar sobre risco. Apresentar um anúncio de duas páginas numa revista em letras miudinhas não constitui uma divulgação total”.
No caso do novo portal, a informação sobre o risco dos medicamentos está a cargo de um grupo de profissionais isentos com conhecimentos em medicina, bioestatisticas, farmacovigilância e medicina baseada em provas, que funciona como uma equipa de críticos especializados, apesar de pelo menos dois fazerem também consultadoria sobre segurança de medicamentos para dois clientes anónimos. A base de dados resultante poderá ser acedida por investigadores do governo, da indústria ou académicos que pretendam elaborar estudos.
Marta Bilro
Fonte: Pharmalot.com, Clinical Trials Today, iGuard.org.
Fármaco experimental para a psoríase apresenta resultados positivos
O fármaco experimental ABT-874 para a psoríase, da Abbott Laboratories, continuou a ser efectivo após os pacientes terem parado com o tratamento. Os dados de um estudo intermédio demonstraram que os pacientes com psoríase moderada a grave, que tinham respondido inicialmente ao tratamento com a terapia, mantiveram um nível elevado de resposta 12 semanas após terem descontinuado o tratamento.
Os resultados da Fase II do estudo aleatório e controlado por placebo, que envolveu 180 pacientes, demonstraram que 90 por cento dos pacientes que receberam o ABT-874 durante 12 semanas conseguiram uma melhoria dos sintomas da psoríase na ordem dos 75 por cento no final do tratamento. Os novos dados demonstraram que mais de dois terços destes pacientes mantiveram, pelo menos, uma melhoria dos sintomas de 50 por cento até 24 semanas. Os resultados foram apresentados no "World Congress of Dermatology”, em Buenos Aires, Argentina.
A Abbott planeia iniciar, no final deste ano, a última fase de testes do ABT-874, tratamento injectável, que atinge duas proteínas ligadas à inflamação na psoríase, a Interleucina-12 e Interleucina-23, e para outros distúrbios, nos quais o sistema imunitário ataca o próprio organismo.
O fármaco poderá ser comercializado em 2010, e gerar 3 mil milhões de dólares no pico das vendas anuais, segundo um analista da “RBC Capital Markets”, Phil Nalbone.
O ABT-874 está a demonstrar alguns dos melhores resultados de sempre em estudos de terapias para a psoríase, acrescentou Nalbone. Se tudo continuar como planeado, o ABT-874 poderá ser a maior oportunidade comercial para a Abbott em 2010.
A psoríase afecta 125 milhões de pessoas em todo o mundo. Só em Portugal existem 250 mil pessoas que sofrem desta doença. É provocada quando o sistema imunitário não funciona correctamente, pode surgir em qualquer idade e afecta 1 a 3 por cento da população.
A psoríase é uma doença crónica e recorrente da pele, não contagiosa. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. A escamação resulta de um crescimento e de uma produção anormalmente elevada das células cutâneas.
Isabel Marques
Fontes: First Word, Bloomberg, Forbes, http://www.psoportugal.com, Manual Merck
“Nariz artificial” pode detectar cancro em 30 segundos

De acordo com um estudo publicado no jornal «Yedioth Ahronoth» e avançado pela Agência EFE, cientistas israelitas desenvolveram uma espécie de "nariz artificial" que pode ajudar a detectar tumores em 30 segundos, evitando no futuro as biopsias, radiografias e outros exames para localizar cancros.
A investigação foi levada a cabo por uma equipa de 17 investigadores do Politécnico da cidade de Haifa (Technion) e culminou com a criação de um novo dispositivo, testado com sucesso em pessoas durante a fase experimental de laboratório, e que, segundo cita a agência noticiosa, poderá começar a ser usado "dentro de dois anos."
“É parecido com um telemóvel e permite descobrir, em 30 segundos, por meio da respiração e do cheiro, tumores malignos e onde estão localizados no organismo através de um sensor do tamanho da cabeça de um alfinete”, afirmaram os investigadores ao jornal, explicando que o processo é simples: “O paciente respira através de uma espécie de canudo ligado ao dispositivo que contém um sensor e, em meio minuto, poderá saber o resultado do exame numa tela.”
Husan Jaiek, médico que liderou o estudo, realçou que os métodos actuais só conseguem detectar a doença quando o cancro já está em vias de desenvolvimento ou desenvolvido, asseverando que "isto pode ser mudado". O cientista acredita que ao ser possível detectar o tumor a partir das primeiras células modificadas, “a percentagem de pessoas que podem sobreviver poderá aumentar até 90%."
O projecto, testado em pessoas com cancro e outras saudáveis, está já a ser patenteado e conta com a ajuda de 1,7 milhão de euros do Fundo de Pesquisas da União Europeia, informa a EFE.
Raquel Pacheco
Fonte: Agência EFE
Elefantíase: descodificação de código genético aproxima cura

Foi descodificado o código genético de um dos parasitas que provoca a elefantíase, doença que, segundo a Organização Mundial de Saúde, já incapacitou e desfigurou mais de 40 milhões de pessoas no mundo. A descoberta foi feita por cientistas norte-americanos e poderá abrir caminho ao desenvolvimento de novos medicamentos.
Segundo o artigo publicado na revista «Science», a equipa de biólogos liderada por Elodie Ghedin do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), nos Estados Unidos, conseguiu sequenciar a maioria do genoma do «Malayi Brugia», (verme em forma de fio) que infecta milhões de pessoas, principalmente, nos países tropicais e em vias de desenvolvimento, com a elefantíase ou filária, mas também a oncocerose, que pode levar à cegueira.
“Ter uma completa impressão digital genética dá-nos uma melhor compreensão de que genes são importantes para os diferentes processos da doença, de forma que possamos atingi-los mais especificamente”, sublinhou Elodie Ghedin.
Anthony S. Fauci, director da NIAID, esclareceu que “as doenças causadas pelos vermes filários são tratáveis, mas os tratamentos correntes foram descobertos há décadas", reforçando a “necessidade urgente de novas descobertas devido às limitações dos actuais fármacos, que incluem toxicidade elevada, além de desenvolvimento de resistência.”
O «Malayi Brugia» tem um ciclo de vida complexo que envolve outros dois anfitriões cujos genomas são já conhecidos - que podem viver dentro do corpo humano durante anos. A longevidade do alojamento do parasita e uma enorme capacidade de reprodução (estima-se que cada fêmea tenha capacidade para gerar mil larvas por dia), tem inquietado e intrigado os investigadores.
A elefantíase (ou filária) é causada pelos parasitas nematóides Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori (que são propagados por mosquitos). Trata-se de uma infecção na qual os parasitas bloqueiam o sistema linfáctico, provocando inchaço dos tecidos, deformação dos membros e espessamento da pele. As doenças provocadas por este género de parasitas foram das primeiras reconhecidas pela Ciência como sendo provocadas por picadas de mosquito. Descoberta que remonta a 1866.
Raquel Pacheco
Fontes: Lusa/«Science»
Cervarix e Gardasil com preços semelhantes
A GlaxoSmithKline começou esta terça-feira a comercializar o Cervarix no Reino Unido. Cada dose da vacina contra o cancro do colo do útero vai custar perto de 115 euros, um preço semelhante ao cobrado pelo Gardasil, vacina rival produzida pela Merck.
O medicamento não está incluído no plano de vacinação do Sistema Nacional de Saúde britânico, pelo que o custo para os utentes ascende aos 346 euros, uma vez que são necessárias três doses para garantir a eficácia da vacina.
O Cervarix, vacina contra o vírus do Papiloma Humano (HPV), foi aprovado pela Comissão Europeia na semana passada, porém, até ao momento era apenas comercializada na Suécia e Alemanha. Na Austrália, o fármaco recebeu aprovação em Maio de 2007.
De acordo com as previsões dos analistas, as duas vacinas, que protegem contra estirpes causadoras do vírus do Papiloma Humano, deverão gerar lucros avultados às farmacêuticas que as produzem. O Gardasil apresenta alguma em vantagem, uma vez que chegou primeiro aos mercados líder, incluindo o dos Estados Unidos da América, onde o Cervarix não deverá chegar antes de 2008.
Tendo em conta a observação do mercado australiano, o único onde as duas vacinas competem significativamente, os analistas da Morgan Stanley consideram que o Gardasil deverá ganhar a posição de destaque. Isto porque, o Comité de Aconselhamento dos Benefícios Farmacêuticos da Austrália rejeitou a atribuição de um reembolso pelo Cervarix depois de questionar a relação entre o custo e a eficácia da vacina face ao Gardasil.
O Gardasil oferece protecção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, enquanto o Cervarix protege apenas contra as estirpes 16 e 18 do vírus, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero.
Marta Bilro
Fonte: Reuters, The Press Association, Farmacia.com.pt.
Chocolate negro ajuda a reduzir sintomas de fadiga crónica

Os investigadores revelaram que os resultados são surpreendentes, mas que o chocolate negro pode ter um efeito na serotonia no cérebro. Contudo, os peritos afirmam que os pacientes devem consumir chocolate com moderação.
O principal investigador do estudo, o professor Steve Atkin, perito em endocrinologia, declarou que a ideia de realizar este estudo surgiu após um paciente ter relatado melhoras, depois de ter mudado do habitual chocolate de leite para chocolate negro com um conteúdo consistente de cacau. Sendo assim, Atkin decidiu verificar se outros pacientes também iriam beneficiar da ingestão deste tipo de chocolate, e desenvolveu um ensaio com 10 pacientes que, durante dois meses, receberam uma dose diária de 45 gramas de chocolate negro ou chocolate branco tingido para parecer chocolate negro.
Os pacientes que ingeriram chocolate negro relataram sentir significativamente menos fadiga, e afirmaram ainda sentir mais cansaço quando pararam de comer o chocolate. O professor Atkin afirmou estar muito surpreendido com a força dos resultados, sublinhando que, apesar de ser um estudo pequeno, dois pacientes voltaram ao trabalho depois de estarem sem trabalhar durante seis meses.
O investigador explicou que o chocolate negro é rico em polifenóis, que têm sido associados a benefícios para a saúde, como a redução da pressão sanguínea. Elevados níveis de polifenóis parecem melhorar os níveis de serotonina no cérebro, que tem sido relacionado com a síndrome de fadiga crónica.
Atkin acrescentou ainda que, apesar de ser necessária mais investigação para confirmar estas descobertas, os pacientes não correm nenhum risco ao comer pequenas quantidades de chocolate negro, e nenhum pacientes ganhou peso durante este estudo. O professor Atkin afirmou que se o paciente retira benefícios, então é uma situação que não faz mal, nem apresenta riscos.
A Síndrome da Fadiga Crónica (SFC), também conhecida como Encefalomielite Miálgica (EM), é uma doença com uma ampla variedade de sintomas, mas é particularmente caracterizada por uma profunda fadiga muscular após esforço físico. Os sintomas incluem ainda dor de cabeça, memória fraca, dificuldade de concentração, perturbação do sono e irritação.
Isabel Marques
Fontes: Diário Digital, BBC News
Inquérito: Executivos e investidores optimistas face ao sector biotecnológico
A “Global Life Science Ventures” (GLSV) questionou 200 executivos da área da biotecnologia e membros da comunidade de investidores, 79 por cento dos quais eram Europeus. A análise revelou que entre o grupo dos investidores, 68 por cento encara o futuro do sector biotecnológico europeu como suficiente ou muito positivo, relativamente aos 75 por cento de inquiridos que deram a mesma resposta em 2006. Este optimismo cauteloso é justificado com os resultados de alguns ensaios clínicos e aprovações de fármacos recentes, que são vistos por 34 por cento dos participantes europeus como tendo incutido um impacto negativo no sentimento de mercado, enquanto apenas 20 por cento falam num efeito positivo.
Apesar de algumas falhas importantes em fases finais, a postura das grandes farmacêuticas face às empresas de biotecnologia registou melhorias nos últimos anos na opinião de 80 por cento dos europeus questionados. Por sua vez, 69 por cento consideram que as farmacêuticas utilizaram as inovações biotecnológicas de forma mais eficiente nas suas linhas de investigação.
As conclusões do inquérito mostram também que tem havido uma mudança positiva na percepção do ambiente de financiamentos para empresas europeias biotecnológicas em fase inicial. Se é certo que este parâmetro é ainda descrito por 62 por cento dos europeus inquiridos como difícil ou muito difícil, o número desceu desde os 74 por cento registados no ano passado, enquanto 23 por cento o consideram bom ou excelente, comparativamente aos 13 por cento do ano passado.
O ambiente de financiamentos norte-americano é considerado bom ou excelente por 45 por cento dos europeus inquiridos, sendo que apenas 18 por cento o consideram difícil ou muito difícil, apesar disso, os norte-americanos questionados têm mais apetência para considerar difícil a angariação de fundos. De acordo com a mesma auscultação, a Europa e os Estados Unidos (EUA) têm condições de mercado semelhantes no que diz respeito à primeira fase da oferta pública de uma empresa.
Para a maioria dos inquiridos, os factores de maior relevância para o sucesso de uma oferta pública inicial prendem-se com os produtos em última fase e uma forte equipa de gestão. O número de produtos em investigação aparece em terceiro ligar, seguido pela amplitude do mercado terapêutico. O questionário revelou ainda que a comunidade de investidores tem mais apetência dos que os executivos do ramo da biotecnologia para considerar a Europa mais atractiva dos que os EUA.
Peter Reinisch, parceiro da GLSV, considera que os resultados espelham a maturação do sector biotecnológico europeu, “que continua a ser visto de forma positiva por uma grande maioria de inquiridos, apesar de algumas dificuldades nos ensaios clínicos e na aprovação de fármacos”. Se todos os ingredientes fundamentais estiverem reunidos “o sector vai continuar a crescer e preencher as expectativas que lhe são inerentes enquanto fonte de novos medicamentos inovadores para a linha de investigação da indústria farmacêutica”, concluiu.
Marta Bilro
Fonte: Pharma Times, Pharmalot.
Governo comparticipa vacina contra HPV em 40 %
Por sua vez, o Infarmed está já a negociar com o laboratório responsável pela produção da vacina uma possível redução do preço do medicamento, avança a Antena 1. Cada dose da vacina contra o vírus do Papiloma Humano custa actualmente 160,45 euros, porém, para ser eficaz, tem que ser aplicado em três tomas, o que significa um gasto superior a 480 euros.
Desta forma, o Governo pretende integrar a vacina no Plano Nacional de Vacinação, à semelhança do que acontece com as vacinas contra a hepatite «B» e a meningite.
O estudo do Infarmed que permitirá enquadrar a medida deverá ser entregue ao Governo até Junho de 2008, no entanto, a comparticipação está já contemplada nas contas do Serviço Nacional de Saúde para o Orçamento de Estado (OE) do próximo ano.
Marta Bilro
Fonte: Fábrica de Conteúdos, Diário Digital.