quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Chá verde eficaz no tratamento de inflamações da pele

As propriedades do chá verde podem revelar-se uma solução promissora para o tratamento de inflamações da pele, como é o caso da caspa, das lesões provocadas pelo Lupus ou da psoríase, demonstra um estudo realizado por investigadores norte-americanos.

Nas doenças de pele, como a psoríase, que se reconhece pelas suas formações escamosas prateadas e pelas placas de diversos tamanhos, dá-se uma produção anormalmente elevada de células cutâneas. As células imunitárias do organismo são também activadas, permitindo que a inflamação se instale.

Os cientistas do “Medical College of Georgia” dividiram um conjunto de ratos em dois grupos - um deles recebeu banhos frequentes de água quente, o outro foi lavado com uma mistura de extracto de chá verde e água. Este último grupo desenvolveu lesões na pele muito mais tardiamente do que os roedores que foram lavados apenas com água quente. Para além disso, os ratos que tomaram banho com a mistura de chá verde e água registaram lesões menores e menos inflamadas.

Os cientistas observaram que o chá verde atrasa a produção de células da pele através da regulação da actividade da enzima caspase-14, envolvida no ciclo de vida das células da pele. Conforme explicou Stephen Hsu, orientador do estudo publicado no “Experimental Dermatology”, estas conclusões são muito relevantes para os doentes portadores de psoríase ou caspa, cujos tratamentos comportam sérios efeitos secundários. De acordo com este especialista, o chá verde pode ser uma alternativa, no entanto, são precisas mais investigações para superar algumas barreiras relacionadas com o tratamento e para avaliar todos os possíveis efeitos.

Os elementos químicos presentes na composição do chá verde são muito activos o que faz com que oxidem muito rapidamente quando associados a outros ingredientes. É também preciso ter em conta que estes elementos se dissolvem em água, impedindo-os de penetrar a barreira da pele. Para fazer face a estas contrariedades os investigadores estão a trabalhar numa fórmula equilibrada, capaz de ser dissolvida na gordura, e que possa penetrar na pele.

Marta Bilro

Fonte: Xinhua, CBC News.

Aquisição da Pliva provoca quebra de 45% nos lucros da Barr

Os lucros da Barr Pharmaceuticals sofreram uma diminuição de 45 por cento no segundo trimestre do ano, relativamente a igual período de 2006. A descida terá sido provocada pelos 1,8 mil milhões de euros dispendidos na aquisição da Pliva.

Os resultados líquidos relativos ao segundo trimestre de 2007 desceram para os 32,8 milhões de euros, ou 29 cêntimos por acção, dos 59,5 milhões de euros, ou 55 cêntimos por acção, registados no período homólogo do ano anterior.

A Barr adquiriu a croata Pliva em Outubro de 2006 para conseguir aceder aos mercados europeus, a matérias-primas a preços mais reduzidos e à prática de cópias de medicamentos produzidos através da biotecnologia. A operação valeu-lhe o terceiro lugar entre as maiores fabricantes de genéricos a nível mundial.

Por sua vez, entre Abril e Junho do ano corrente, as receitas da farmacêutica norte-americana cresceram 81 por cento, para os 461 milhões de euros, comparativamente aos mesmos meses de 2006, antes da empresa concluir a aquisição da Pliva. As vendas da Barr aumentaram para mais do dobro comparativamente ao segundo trimestre do ano anterior, atingindo os 353 milhões de euros. As expectativas da empresa, no que toca às receitas relativas ao cômputo do ano, mantêm-se entre os 1,77 e os 1,81 mil milhões de euros. O mesmo acontece com os ganhos por acção relativos ao 12 meses do ano, que a Barr estima que se mantenham entre os 2,17 e os 2,39 euros.

Na semana passada, a Barr anunciou que o director de operações, Paul Bisaro, se prepara para abandonar a empresa e assumir o cargo de director executivo na rival Watson Pharmaceuticals Inc.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters.

Canadá aprova utilização de Sativex no alívio da dor em doentes com cancro

A GW Pharmaceuticals PLC e a Bayer AG receberam aprovação da autoridade reguladora canadiana para comercializar o Sativex, um medicamento à base de cannabis destinado ao controlo da dor em pacientes com cancro em estado avançado. A autorização, que deve obedecer a determinadas condições, “reflecte a natureza promissora das evidências clínicas que serão confirmadas através de mais estudos”, sublinham as empresas responsáveis.

O medicamento, derivado da cannabis, está já disponível no Canadá para tratar a dor neuropática em pacientes com esclerose múltipla e encontra-se actualmente em ensaios clínicos de última fase, nos Estados Unidos da América, para aliviar a dor em doentes com cancro, referiu a empresa britânica GW Pharmaceuticals.

“Isto comprova aquilo em que muitos médicos acreditam, que o Sativex funciona e tem uma ampla aplicação”, salientou Ibraheem Mahmood, um analista da Investec Securities citado pela Bloomberg que estima que, em cinco anos, o pico de vendas do medicamento atinja os 17,2 milhões de euros. O Sativex é o único produto farmacêutico derivado de componentes da cannabis.

Dados de estudos recentes demonstraram que o Sativex alcançou melhorias estatisticamente significativas no alívio da dor, em comparação com um placebo, referiu o laboratório. O medicamento é administrado através de um spray borrifado debaixo da língua ou no interior da bochecha, permitindo uma dosagem mais flexível relativamente a um comprimido de administração oral.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, First Word, Hemscott.

Avaliação clínica pode justificar utilização de Remodulin

Infarmed mantém recolha do fármaco

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) divulgou uma nota de carácter “muito urgente” através da qual informa que apesar do Remodulin (treprostinilo) ter sido retirado do mercado, poderá haver situações em que a relação benefício risco se mantenha, dependendo do julgamento clínico em cada caso.

Todos os lotes e dosagens do medicamento foram retirados do mercado devido à ausência de realização de testes de esterilidade na União Europeia (UE). O Remodulin é fabricado nos Estados Unidos da América, país sem Acordo de Reconhecimento Mútuo com a UE, e os ensaios de esterilidade não foram repetidos em território comunitário. Esta é uma inconformidade que, segundo refere o Infarmed, resultou na recolha do produto do mercado, situação que se mantém.

A circular informativa agora emitida refere que, depois de considerar as alternativas terapêuticas, e para que seja autorizada a utilização do fármaco recolhido, o médico deve emitir uma declaração que atesta que os benefícios superam os riscos. Nesse caso, serão disponibilizadas as unidades necessárias do produto à unidade hospitalar. Se esta situação se verificar, os Laboratórios Azevedo – Indústria Farmacêutica, S.A, titulares da AIM do medicamento, deverão dar conhecimento ao Infarmed.

O Remodulin é utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar primária para melhorar a tolerância ao exercício físico e os sintomas da doença, em doentes classificados como pertencendo à Classe III da New York Heart Association.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Merck e KineMed parceiras contra a arteriosclerose

A farmacêutica Merck firmou um acordo com a KineMed que lhe permite utilizar uma tecnologia desenvolvida por esta empresa e aceder a compostos passíveis de tratar a arteriosclerose. O negócio envolve mais de 500 milhões de euros.

A KineMed poderá receber perto de 4 milhões de euros da Merck, relativos a pagamentos iniciais de investigação, e mais de 50 milhões por cumprimento de objectivos por cada um dos 10 compostos em investigação desenvolvidos através da tecnologia de transporte reverso de colesterol, desenvolvida pela KineMed. “Este é um acordo fulcral para o futuro da KineMed”, afirmou o presidente e director executivo, David Fineman, que revelou estar “muito satisfeito por ir trabalhar com a Merck na identificação e desenvolvimento de compostos que possam tem impacto no tratamento da arteriosclerose através desta tecnologia”.

Segundo afirmam as duas empresas envolvidas na parceria, a tecnologia de transporte reverso de colesterol é o único caminho metabólico através do qual o excesso de colesterol pode ser removido dos tecidos, razão pela qual “tem recebido atenção considerável por parte dos investigadores e da comunidade de pesquisa clínica como um alvo terapêutico”.

A arteriosclerose surge com o avançar da idade, e sob determinados factores de risco porque as artérias tendem a alterar as características das suas paredes que se tornam mais espessas, duras, e com menor elasticidade. Estas alterações são geralmente acompanhadas pela deposição, no seu interior, de placas mais ou menos extensas formadas por gorduras (como o colesterol), ou aglomerações de plaquetas, cálcio e outros constituintes do sangue.

Entre os principais factores de risco estão a hipertensão, elevados níveis de colesterol e de outras gorduras no sangue, tabaco, diabetes e obesidade. De acordo com o portal da Administração Regional de Saúde do Centro, para além da medicação necessária no caso de hipertensão, está indicada ainda medicação para prevenção da formação de coágulos, como é o caso dos antiagregantes, sendo o mais popular a aspirina. Há, no entanto, outros medicamentos para o mesmo efeito, dos quais se destaca o clopidrogrel (Plavix, comercializado em Portugal pela Sanofi Pharma e pela Bristol-Myers Squibb ou o Iscover, comercializado pela Bristol-Myers Squibb).

Marta Bilro

Fonte: PharmaTimes, MSN Money.

Cientistas desenvolvem comprimido contra a obesidade infantil

Com o objectivo de combater a obesidade infantil, uma equipa do laboratório "Clore", da Universidade britânica de Buckingham está a desenvolver o primeiro comprimido de dieta para bebés, de forma a fortalecer os recém-nascidos para que, anos mais tarde, possam comer tudo aquilo que quiserem sem engordar.

"Se agirmos antecipadamente, talvez sejamos capazes de programar o metabolismo dos bebés, tornando-os mais resistentes ao excesso de peso" defende Michael Cawthorne, director do laboratório que, preocupado com o crescente fenómeno resolveu estudar uma forma de inverter esta situação.

A hormona "leptin" é a responsável pela programação de uma glândula, localizada no cérebro, que suprime a fome e estimula a queima de calorias. Esta programação acontece em tenra idade, dai que os investigadores acreditem que este comprimido pode activar a hormona tornando-a capaz de estimular a tendência, a longo-prazo, do corpo para usar as calorias em vez de transformá-las em gordura.

No entanto, a segurança do tratamento com a hormona leptin não está ainda garantida, bem como não foi ainda estipulada a quantidade e a hora de cada dose ou a avaliação a longo prazo dos seus efeitos.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Jogo chinês "Mahjong" pode causar epilepsia

Um estudo desenvolvido pelo Hospital Queen Mary, em Hong Kong e publicado no "Hong Kong Medical Journal" apresenta uma relação de causa-efeito entre o popular jogo de peças chinês "Mahjong" e a epilepsia, sugerindo que a doença pode manifestar-se tanto por se jogar como por se assistir a uma partida.

Os investigadores observaram 23 casos de pacientes, cuja média de idades rondava os 54 anos e onde apenas dois indivíduos eram do sexo feminino que, durante um jogo "Mahjong", sofreram crises de epilepsia.

A conclusão final do estudo revelou que a epilepsia deste jogo de mesa é uma síndrome isolada, um problema que se deve unicamente ao jogo. Os investigadores acreditam que estas crises epilépticas se poderão dever ao som das peças ou aos seus padrões, excluindo hipóteses como o stress ou o reduzido tempo de sono.

De forma a evitar os ataques, os especialistas aconselham a que se evite a prática deste jogo, pois acreditam que este é um tipo de epilepsia desenvolvido pela cognição.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

terça-feira, 7 de agosto de 2007

LLA: novo tratamento aumenta taxa de sobrevivência

Cancro afecta por dia 438 crianças e é segunda causa de mortalidade infantil

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é um tipo de cancro agressivo frequente em crianças e adolescentes. Cientistas holandeses descobriram, agora, um novo tratamento que aumenta a taxa de sobrevivência de crianças com um ano de idade.

Segundo revela um estudo da União Internacional contra o Cancro, a doença oncológica afecta 438 crianças, por dia, em todo o mundo, tendo-se tornado na segunda causa de mortalidade infantil.

Em Portugal, a leucemia - tipo de cancro que afecta o sistema responsável pela formação das células sanguíneas, incluindo o sistema linfático e a medula óssea - é diagnosticada em cerca de 29 mil adultos e 2.000 crianças, sendo a Leucemia Linfoblástica (ou Linfóide) Aguda o tipo oncológico mais predominante em menores.

Biologicamente distinta, em bebés até doze meses de idade, a LLA tem um tratamento altamente complexo, no entanto, investigadores holandeses anunciaram ter descoberto um novo tratamento que, segundo asseveram, aumenta a taxa de sobrevivência de crianças com um ano.

Rob Pieters, do Hospital Infantil Erasmus MC-Sofia, (Roterdão) coordenou a equipa de cientistas que efectuou um estudo que envolveu 482 bebés (com menos de um ano) nascidos em 22 países.

Citados pela EFE - num artigo da edição da revista «The Lancet» -, os especialistas revelaram que, numa primeira fase, aplicaram um tratamento padrão à base de prednisolona (corticosteróides) durante sete dias. Posteriormente, os bebés foram submetidos a um tratamento híbrido que incorporava alguns medicamentos habitualmente usados para combater a LLA.

Admitindo que serão precisos mais estudos com crianças, os cientistas consideram, contudo, que “o tratamento acabará por se tornar num padrão”, concretizando que, passados três anos, “constatámos que 58% das crianças que receberam o novo tratamento não apresentavam nenhum sintoma da doença e que, no ano seguinte, essa taxa era de 47%.”

De acordo com os dados divulgados no site http://www.infocancro.com/, a LLA é responsável por cerca de 3800 novos casos de leucemia, todos os anos. Embora, nos últimos 40 anos, a taxa de cura de crianças com LLA tenha sofrido uma redução de 10% para 80%, em bebés com menos de 12 meses, a taxa de sobrevivência é menos entusiasta no período após o tratamento (quando a doença desaparece) variando de 17% a 45%.

A equacionar à esperança depositada nesta cura, há ainda – como foi noticiado pelo farmacia.com.pt – um novo medicamento a ser estudado no Brasil que visa tratar especificamente esta doença.

Raquel Pacheco
Fonte: EFE/«The Lancet»/infocancro.com

Flurizan promete revolucionar tratamento da doença de Alzheimer

Não existe, no mercado, qualquer fármaco capaz de bloquear a doença de Alzheimer, porém, a empresa biotecnológica Myriad Genetics está a trabalhar numa substância que tem potencial para abrandar a doença. O Flurizan (tarenflurbil), nome atribuído ao fármaco, pode representar uma lufada de ar fresco para as mais de 26 milhões de pessoas que, em todo o mundo, são afectadas pela patologia.

Actualmente, há alguns fármacos indicados para o tratamento sintomático da doença de Alzheimer, é o caso do Aricept (Donepezilo), da Pfizer, do Exelon (Rivastigmina), da Novartis ou do Namenda (Memantina, comercializado em Portugal pela H. Lundbeck A/S como Ebixa). Porém, estes medicamentos apenas atrasam a deterioração da memória causada pelo avanço da doença. A substância experimental, desenvolvida pela Myriad, representa uma inovação, uma vez que tem como alvo a própria doença e não apenas a perda de memória associada a esta.

A empresa norte-americana de biotecnologia está actualmente a realizar um ensaio clínico de última fase com a substância, que conta com a participação de 1.600 pacientes. O estudo que envolve o Flurizan é considerado pelos analistas do sector como um dos mais importantes de sempre na área dos medicamentos. A investigação está a avaliar a capacidade do fármaco para atrasar o progresso da doença de Alzheimer. Os resultados devem ser anunciados durante os primeiros seis meses de 2008.

A doença de Alzheimer conduz a uma deterioração mental progressiva, afectando regiões do cérebro, que alteram, mais frequentemente, o comportamento físico, mental e a linguagem conduzindo à demência. A necessidade de terapias que combatam esta patologia torna-se mais urgente à medida que os anos avançam, já que, um estudo da Universidade Johns Hopkins indica que, em 2050, o número de portadores da doença deverá ascender aos 100 milhões.

A Schering-Plough, a AstraZeneca, a Elan, a Wyeth e a Accera estão a desenvolver investigações experimentais com fármacos para a doença de Alzheimer, mas o Flurizan é colocado pelos especialistas na linha da frente no que diz respeito às terapias mais avançadas. William Ho, analista do Banco da América, prevê que a aprovação do Flurizan possa fazer subir as acções da Myriad para os 50,1 cêntimos de euro por acção, dos 30,1 cêntimos que regista actualmente.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Portal da Saúde, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer.

Viracept deve voltar ao mercado até Outubro

A Roche tem planos para voltar a comercializar o Viracept (nelfinavir) em Setembro ou Outubro, dependendo da aprovação das autoridades europeias. A empresa diz ainda que está a trabalhar de perto com os responsáveis europeus para resolver o problema que deu origem à suspensão da autorização de comercialização do medicamento.

A interrupção da autorização de comercialização do anti-retroviral foi anunciada, esta terça-feira (7 de Agosto), pela Comissão Europeia, uma medida que se seguiu à recolha do medicamento do mercado europeu, em Junho de 2007, por indicação da Agência Europeia do Medicamento (EMEA).

A Roche, farmacêutica responsável pelo produto, referiu que a retirada do Viracept do mercado se ficou a dever à contaminação de alguns lotes com mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular. Conforme explicou um comissário europeu, a suspensão só pode ser anulada por decisão da comissão e depois de serem avaliados novos dados submetidos pela EMEA.

A farmacêutica suíça afirma que está a cooperar com as autoridades para melhorar o processo de produção do medicamento.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money.

Richard A. Gonzalez abandona Abbott

Richard A. Gonzalez, presidente e director de operações e membro do quadro de directores da farmacêutica Abbott vai retirar-se das suas funções em Setembro, depois de 30 anos de carreira na empresa.

Gonzalez, de 53 anos de idade, planeia cessar as suas actividades a partir do dia 30 de Setembro, porém a posição não deverá ser reocupada. Como tem vindo a acontecer em várias empresas norte-americanas, os cargos de presidente e director de operações são assumidos pelo presidente e director executivo.

“O Rick é um líder perfeito e tem tido uma carreira notável na Abbott, na qual se inclui o seu trabalho para ajudar a conceber e pôr em prática a estratégia de sucesso no âmbito dos produtos médicos da Abbott”, afirmou Miles White, presidente e director executivo da empresa.

Segundo Melissa Brotz, porta-voz da Abbott, Gonzalez tinha planeado a sua retirada há cerca de um ano ou um ano e meio, porém, foi-lhe solicitado que permanecesse em funções para ajudar a lidar com a aquisição da Guidant à Boston Scientific, operação que ocorreu em Abril de 2006.

Marta Bilro

Fonte: Waukegan News Sun, CNN Money.

Variação homóloga positiva de 230 por cento
Bayer triplicou lucro líquido no primeiro semestre

O desempenho da companhia farmacêutica Bayer no primeiro semestre deste ano teve como consequência um lucro líquido que ascendeu aos 3,4 milhões de euros, traduzindo um crescimento superior a 230 por cento face a igual período do ano passado. Segundo a empresa química alemã, na base da melhoria dos resultados estarão os rendimentos provenientes da venda da divisão de diagnósticos, do departamento de materiais de construção Wolff Walsrode e da unidade de produtos químicos H.C. Starck, alienada em Novembro de 2006 para financiar a compra da Schering, por 17 mil milhões de euros.

Na sequência daquela operação, a Bayer transformou-se no maior fabricante alemão de medicamentos de prescrição obrigatória. No primeiro semestre deste ano a divisão de farmácia da multinacional – Bayer HealthCare – facturou um volume total de 7,3 milhões de euros, subindo 64 por cento face ao mesmo período do ano transacto. Na origem da subida no volume de negócios daquela subsidiária estiveram os resultados das vendas do Betaseron (novo tratamento para a esclerose múltipla) e da Yasmin (anticoncepcional oral). Para o conjunto do ano em curso, a Bayer previu já um aumento da sua facturação na ordem de mais de 10 por cento relativamente aos 28,9 mil milhões de euros de 2006.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Efe, Diário Económico

REPORTAGEM

Distúrbios mentais constituem um problema de saúde pública
Prescrição de psicofármacos em crescendo


Ansiedade, depressão e perturbações do sono são os diagnósticos mais frequentes nos casos de prescrição de psicofármacos na medicina geral e familiar. Um estudo realizado pelo Observatório de Saúde do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge na Rede Médicos-Sentinela em Março deste ano concluiu que o medicamento mais receitado pelos clínicos é o alprazolam, e nos casos depressivos a fluoxetina. São problemas com incidência crescente em todo o mundo.

A esmagadora maioria dos distúrbios mentais exige a instituição de terapêuticas à base de psicofármacos, mas, e apesar da crescente importância do uso daqueles medicamentos, continua a ser muito pouca a informação disponível sobre eles em Portugal. O estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar», do Observatório de Saúde de INSA, teve como objectivo aferir o padrão de utilização daquele tipo de produtos, analisando aquela problemática no âmbito da Rede Médicos-Sentinela, um grupo de médicos de família que participa voluntariamente em programas anuais de notificação contínua de doenças e situações relacionadas com a saúde, bem como em projectos de investigação clínica e epidemiológica. A recolha dos dados que estiveram na base deste estudo – a que o farmacia.com.pt teve acesso – foi realizada durante o primeiro trimestre de 2004.
Assinado por Isabel Marinho Falcão (chefe do Serviço de Medicina Geral e Familiar do Observatório), Ana Monsanto (assistente graduada de Clínica Geral no Centro de Saúde de Ourique), Baltazar Nunes (estatista do ONSA/INSA), Josefina Marau (chefe do Serviço de Medicina Geral e Familiar do Centro de Saúde de Sintra), e José Marinho Falcão (chefe do Serviço de Saúde Pública e assessor do ONSA do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge), refere que “o aumento da incidência de doenças mentais, afectando qualquer indivíduo em qualquer parte do mundo, é um problema de saúde pública com dimensão crescente e uma enorme carga social e económica, que preocupa governos, autoridades e técnicos de saúde”, sendo hoje “facilmente aceite que o envelhecimento das populações aumenta, por si só, o risco de ocorrência de doenças mentais, como Alzheimer, Parkinson e outras”.
O estudo tipifica ainda a depressão grave como uma das causas mais importantes de incapacidade em todo o mundo, e atesta que “uma em cada quatro pessoas será afectada por um distúrbio mental ao longo da vida, e que raras são as famílias poupadas a um encontro com transtornos mentais”. São problemas que, em regra, demandam terapêuticas centradas na administração de psicofármacos, substâncias psicoactivas que quando tomadas podem alterar o estado de consciência, o humor e os processos cognitivos dos indivíduos. Nos últimos 10 anos houve um aumento significativo do consumo de psicofármacos na Europa, e no final da última década Portugal encontrava-se em terceiro lugar daquele «ranking» europeu, precedido apenas pela Irlanda e pela Bélgica.
No que respeita especificamente aos antidepressivos, um relatório do IMS Health de 2002 colocava aquela classe de medicamentos como a terceira mais prescrita a nível mundial, com um aumento de 18 por cento só no decurso do ano 2000, e que representava uma quota de 4,2 por cento do mercado farmacêutico a nível global. Alguns estudos norte-americanos sugerem que, “apesar da elevada prevalência da depressão em todo o mundo, os médicos de família falham no diagnóstico de 30 a 50 por cento dos doentes com epidódios depressivos major”. Em Portugal os dados sobre este assunto são escassos, de acordo com os especialistas, mas é apontada uma incidência anual de síndroma depressivo de 6,2/103 nos indivíduos com mais de 15 anos.

Números

O estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar» aferiu que na área dos psicofármacos antipsicóticos, o zyprexa (olanzepina) foi em 2002 o quarto que mais contribuiu para os encargos do Serviço Nacional de Saúde. Em 2005 as benzodiazepinas (que integram o subgrupo dos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos) apresentavam um dos maiores níveis de utilização a nível europeu, que entre 2000 e 2004 aumentou 3,9 por cento no mercado total de medicamentos em Portugal. A taxa de utilização daqueles fármacos em Portugal foi considerada preocupante pelo International Narcoting Board no seu relatório de 2004.
Àquela conclusão não terá sido alheio o aumento de 26 pontos percentuais no uso de psicofármacos daquele grupo terapêutico entre 1995 e 2001, segundo informa o estudo «Evolução do consumo de benzodiazepinas em Portugal de 1995 a 2001», apresentado pelo Observatório do Medicamento e dos Produtos de Saúde no ano seguinte. Entre 2000 e 2004 verificou-se uma subida de 3,9 por cento na utilização daquele tipo de psicofármacos em Portugal, e desde 2002 parece ter-se desenhado uma tendência de estabilização do nível de utilização de benzodiazepinas.
No período analisado neste estudo (Janeiro a Março de 2004), os diagnósticos de ansiedade, depressão e perturbações do sono motivaram a maior parte do volume de prescrições de psicofármacos, com 2556, 1675 e 1348 respectivamente, por 105 utentes. O medicamente prescrito a um maior número de utentes foi o alprazolam (1095/105 utentes), e entre os antidepressivos foi a fluoxetina (332/105 utentes). A mesma pesquisa refere que mais de 95 por cento dos utentes a quem foi feito um diagnóstico exclusivo de perturbações do sono ou de ansiedade, ou um diagnóstico paralelo de ansiedade e perturbações de sono foram tratados com psicofármacos do grupo dos psicolépticos.

Carla Teixeira
Fonte: Estudo «Prescrição de psicofármacos em medicina geral e familiar»

UE suspende autorização de comercialização do Viracept

A Comissão Europeia suspendeu a autorização de comercialização do Viracept (nelfinavir), um anti-retroviral utilizado no tratamento de doentes infectados com o vírus da Sida, produzido pela farmacêutica Roche.

De acordo com os responsáveis europeus, a decisão surge na sequência da recolha do medicamento do mercado da União Europeia em Junho de 2007, depois de ter sido detectada, em alguns lotes da substância, a presença de mesilato de etilo, uma substância que provoca alterações tóxicas no ADN celular.

A decisão é baseada em conclusões científicas da Agência Europeia do Medicamento (EMEA), depois de terem sido consultados vários países membros. “A suspensão só pode ser anulada por decisão da Comissão, depois de avaliação de novos dados fornecidos pela EMEA”, afirmou um responsável europeu.

O Viracept pertence a uma classe de medicamentos anti-HIV denominados inibidores da protease. O medicamento está indicado no tratamento combinado anti-retrovírico de adultos, adolescentes e crianças com idade igual ou superior a 3 anos, infectados com o vírus da imunodeficiência humana (VIH-1). O fármaco tem autorização de comercialização na Europa desde 1998.

Fonte: Forbes, Reuters, Infarmed.

Encysive contesta decisão da FDA pelo atraso na aprovação do Thelin

A Encysive Pharmaceuticals apresentou um pedido formal junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), no qual contesta a terceira “carta de aprovação” recebida em Junho que atrasa a autorização de comercialização do Thelin (sitaxentano sódico).

De acordo com um comunicado divulgado pela empresa, o pedido entregue à entidade reguladora exige uma resolução em disputa formal, no qual a farmacêutica pode recorrer das decisões da FDA junto dos supervisores deste organismo. O mesmo documento serviu para anunciar que a empresa tem intenções de eliminar 150 postos de trabalho nos Estados Unidos da América.

A Encysive recebeu, em Junho, a terceira “carta de aprovação” na qual a FDA exigia informações adicionais sobre o fármaco para que a sua aprovação pudesse ser considerada. A missiva indicava que o medicamento não demonstrou eficácia suficiente nos ensaios clínicos para garantir aprovação. Caso o recurso interposto pela empresa seja recusado, a farmacêutica terá que realizar ensaios clínicos adicionais que podem prolongar-se por dois anos. “Continuamos a acreditar que o estudo cumpre totalmente as exigências e correcções exigidas pelas directivas da FDA”, afirmou o director executivo da empresa, George Cole.

Em Julho, e na sequência da recepção da carta relativa ao Thelin, enviada pela FDA, a Encysive contratou Morgan Stanley, um banco de investimento e provedor de serviços financeiros, para explorar uma possível venda da companhia farmacêutica. Na mesma altura a empresa anunciou uma redução de 70 por cento nos postos de trabalho como parte de um novo plano de reestruturação.

O Thelin é utilizado para tratar doentes adultos com hipertensão arterial pulmonar da classe III, é indicado no tratamento da hipertensão pulmonar primária (sem outras causas) e da hipertensão pulmonar associada a doença do tecido conjuntivo. O medicamento recebeu Autorização de Introdução no Mercado europeu em Agosto de 2006 e foi designado “medicamento órfão” pela Agência Europeia do Medicamento no tratamento da hipertensão pulmonar primária.

Marta Bilro

Fonte: First Word, Bloomberg, Forbes, Infarmed, EMEA.

Cafeína ajuda a conservar a memória

Uma investigação realizada por cientistas franceses demonstrou que o consumo regular de cafeína pode diminuir as perdas de memória nas mulheres. De acordo com o estudo, publicado no “American Academy of Neurology”, beber três chávenas de café por dia – especialmente se quem as bebe tem mais de 65 anos de idade – atrasa o surgimento do declínio mental relacionado com a idade.

Os benefícios da cafeína têm vindo a ser frequentemente comprovados em várias áreas da saúde. Tal como noticiou o Farmacia.com.pt, um estudo recente revelou que em, conjunto com o exercício físico, a cafeína pode ajudar a aumentar a protecção contra o cancro da pele. Uma outra investigação indicava que quanto maior é o consumo de café, menor é o risco do desenvolvimento de gota. Agora, tal como explicou Karen Ritchie, do Instituto Nacional Francês para a Saúde e Investigação Médica em Montpellier, por ser um psicoestimulante, a cafeína “parece reduzir o declínio cognitivo nas mulheres”.

Os cientistas analisaram 7.000 homens e mulheres ao longo de quatro anos, avaliando as suas capacidades cognitivas e os hábitos de consumo de café. No final observaram que as mulheres que consumiam três chávenas de café por dia tinham menos probabilidades de sofrer de declínio mental quando comparadas com aquelas que bebiam, diariamente, apenas uma chávena ou menos. Para além disso, os consumidores de café registaram 30 por cento menos de probabilidade de sofrer de declínio mental aos 65 anos de idade e 70 por cento menos hipóteses de declínio mental aos 80 anos de idade.

No entanto, os investigadores desaconselham que se comecem a consumir cafés e galões desmesuradamente. “Precisamos de perceber melhor como é que a cafeína afecta o cérebro antes de começarmos a promover o consumo desta substância como uma solução para a redução do declínio cognitivo”, frisou Ritchie. Apesar das precauções indicadas, esta investigadora considera que “os resultados são interessantes – a utilização da cafeína é um hábito frequente e tem menos efeitos secundários do que outros tratamentos para o declínio cognitivo, para além disso requer uma quantidade relativamente reduzida em prol de um efeito benéfico”.

Ainda assim, são precisos mais estudos, até porque os cientistas não conhecem a razão pela qual a cafeína demonstra efeitos positivos nas mulheres. Ritchie refere que pode dever-se ao facto de estas serem mais sensíveis aos efeitos da substância. “Os seus organismos podem reagir de forma diferente a este estimulante, ou metabolizá-lo de maneira diferente”, concluiu a investigadora.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Scientific American.

IV Congresso da Sociedade Europeia de Doenças Emergentes e Infecciosas, em Lisboa

O IV Congresso da Sociedade Europeia de Doenças Emergentes e Infecciosas (ESEI) irá decorrer entre os dias 30 de Setembro e 3 de Outubro , no Hotel Tivoli Tejo, em Lisboa, contando com a participação de importantes investigadores das mais relevantes organizações mundiais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC-USA), CDC Europeu (ECDC), os Institutos Nacionais de Saúde e de Investigação Veterinária de vários países, bem como investigadores e docentes de várias Universidades.

Neste Congresso os principais temas em debate versam sobre as infecções respiratórias emergentes (como a gripe aviária) e outras doenças emergentes, doenças e infecções transmitidas por vectores, agentes infecciosos susceptíveis de serem utilizados em ataques bioterroristas, doenças de transmissão alimentar e a resistência a antibióticos. O programa completo do Congresso está disponível no site da ESEI em www.esei2007.com/programme_1.html.

Para mais informações ou inscrições contactar a Eurocongressos, Rua Castilho, 44, 5º Andar, em Lisboa, ou através do telefone 213 244 883, pelo fax 213 432 993, pelo e-mail meet@eurocongressos.pt ou no site da ESEI em www.esei2007.com.

Isabel Marques

Fontes: Jasfarma, www.esei2007.com

Investigadores descobrem ponto no cérebro que desencadeia a febre

Investigadores norte-americanos descobriram um pequeno ponto no cérebro que desencadeia a febre em ratos. Compreender como este mecanismo funciona poderá levar ao desenvolvimento de medicamentos específicos para controlar a febre e outras doenças em humanos.

Quando as pessoas ficam doentes, os glóbulos brancos enviam sinais químicos, as citoquinas, para organizar a defesa do organismo. Estes mensageiros emitem uma mensagem aos vasos sanguíneos no cérebro para produzirem uma segunda hormona, a prostaglandina E2. Isto espoleta as respostas do cérebro durante uma infecção ou inflamação, explica o Dr. Clifford Saper, investigador da Harvard Medical School, em Boston, cujo estudo está publicado na revista “Nature Neuroscience”.

O Dr. Saper e os colegas queriam descobrir quais das células nervosas no cérebro geravam a febre. Para isso, utilizaram ratos de laboratório e eliminaram sistematicamente genes para os receptores específicos de EP3, uma parte do cérebro que é sensível à hormona prostaglandina E2. Muitas células no cérebro criam receptores EP3, o que o Dr. Saper pensa poder desencadear outros sintomas, tais como fadiga, perda de apetite, e fadiga associada a infecção. Os investigadores sabem que a prostaglandina E2 actua no hipotálamo, uma área do cérebro que controla as funções básicas tais como comer, beber, sexo e a temperatura corporal.

Em entrevista telefónica à Reuters, o Dr. Saper disse que descobriram que se se retirar o receptor EP3 deste ponto, que é aproximadamente do tamanho de uma cabeça de alfinete, deixa de se ter uma resposta febril. Os investigadores esperam que seja mesmo isto que se passa no cérebro humano.

Os actuais analgésicos, como a aspirina, actuam em todos os receptores de prostaglandina no corpo, mas também têm muitos outros efeitos, continua o Dr. Saper. Sabendo como encontrar e eliminar os receptores ligados à febre poderá ajudar ao desenvolvimento de fármacos altamente específicos que actuam num receptor específico. Poderá ainda levar ao desenvolvimento de fármacos que previnem a perda de apetite ou a fadiga associados a infecções. Por fim, poderá ser possível manipular esses circuitos com medicamentos, só sendo preciso saber quais dos circuitos estiveram envolvidos em cada uma destas coisas, acrescentou ainda o Dr. Saper.

Isabel Marques

Fontes: Saúde Sapo, Reuters

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Hemopurifier pode travar epidemias

Aethlon Medical desenvolveu aparelho inovador que remove vírus e toxinas do sangue antes de atacarem células e órgãos

A Aethlon Medical, uma empresa de biotecnologia da Califórnia, desenvolveu um dispositivo – patenteado como Hemopurifier – que poderá evitar a propagação de epidemias. O laboratório, anunciou, recentemente, a comercialização do aparelho na Índia, em 2008, com vista à aceitação do produto naquele mercado.

Trata-se de um aparelho inovador de filtração do sangue, cujo objectivo é o tratamento de doenças infecciosas. O Hemopurifier usa um método similar à diálise para remover os vírus e as toxinas antes de a infecção atacar as células e os órgãos. A novidade é que a terapêutica pode começar sem identificação prévia do “intruso” infeccioso.

Vários artigos científicos deram “boa nota” ao Hemopurifier, como instrumento de "limpeza" do sangue. Também a FDA - com base nos estudos pré-clínicos em sangue de humanos que provaram a eficácia do Hemopurifier em capturar o VIH (vírus da sida) e da hepatite C, o vírus da SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Severa, assim como, outras doenças infecciosas crónicas resistentes a vacinas - reconheceu o aparelho como um potencial dispositivo médico capaz de travar doenças.

De acordo com a Aethlon Medical, “o objectivo do tratamento é reduzir a carga viral do sangue, de modo a que o natural sistema imunitário da pessoa possa recuperar para, depois, travar uma batalha eficaz contra a infecção.”

No entanto, a empresa ressalva ainda que “a natureza do Hemopurifier permite, também, que seja usado juntamente com outras terapias, nomeadamente, fármacos e vacinas (se existirem).”

“O aparelho de filtração do sangue é apresentado em dois tamanhos e usa-se com bombas portáteis ou com máquinas de diálise. A versão mais pequena tem a dimensão de uma caneta grande e pode ser ligado a uma artéria no braço por pessoal de emergência médica, usando apenas agulhas, tubos e adesivo”, explicou o director da Aethlon, James A. Joyce. Terminada a filtragem do sangue (processo que dura algumas horas), os médicos podem começar a identificar o vírus a partir das amostras de sangue.

“A estratégia para iniciar a comercialização na Índia corresponde aos objectivos internacionais de Aethlon e ao esforço da companhia em avançar o Hemopurifier como um tratamento global das ameaças pandémicas e até, do bioterrorismo emergente”, esclareceu Joyce, anunciando que, naquele país, a tecnologia focalizar-se-á em oferecer tratamento à febre hemorrágica do Dengue, VIH e hepatite-C.

Em iniciativas anteriores na Índia, a Aethlon já conseguiu comprovar a eficácia e segurança do instrumento recorrendo a 24 estudos feitos com doentes.

Raquel Pacheco

Fonte: Aethlon Medical

Melior Discovery inicia acordo para aplicar plataforma theraTRACE para fins farmacêuticos

A Melior Discovery, Inc. assinou um acordo com a Johnson & Johnson Pharmaceutical Research & Development, L.L.C. (J&JPRD) para aplicar a plataforma de descoberta de indicações theraTRACE para identificar possíveis novas indicações para múltiplos fármacos experimentas da J&JPRD. Os valores envolvidos no acordo não foram revelados.

A plataforma theraTRACE é um conjunto multiplexed amplo de modelos in vivo integrados, desenhado para identificar sistemática e rapidamente aplicações anteriormente desconhecidas para compostos farmacêuticos. A plataforma pode ser aplicada à descoberta, à fase de desenvolvimento e a agentes comercializados, tendo já identificado novas indicações para um determinado número de fármacos em fase de desenvolvimento.

A plataforma theraTRACE está delineada para testar sistematicamente a eficácia potencial dos compostos, de maneira rápida e eficiente, em relação a um amplo número de modelos de doenças. Para isso, são utilizados os mesmos modelos in vivo de elevada qualidade, desenvolvidos por investigadores das farmacêuticas líderes, que são usados para determinar se um fármaco experimental demonstra uma eficácia suficiente para merecer o avanço para o desenvolvimento clínico. A abordagem multiplexed registada da Melior integra múltiplos modelos in vivo e reduz o tempo, quantidade de compostos para testes e o número de objectos necessários para os testes, enquanto também reduz o número de resultados falsos positivos. Como resultado, a plataforma fornece grandes melhoras na eficiência e efectividade e uma redução no custo geral no esforço da descoberta de novas indicações.

Segundo o presidente da Melior, Andrew Reaume, este acordo representa uma oportunidade significativa para a companhia acrescentar valor a um leque de compostos pré-clinicos e em fase de desenvolvimento, através da aplicação da sua plataforma única de testes in vivo. A plataforma de descoberta de indicações theraTRACE já está a comprovar o seu valor nas colaborações da Melior com a Merck e com a Pfizer, assim como na projecção dos próprios esforços da companhia no desenvolvimento de fármacos. A Melior está encantada por poder trabalhar com a J&JPRD, e anseia por uma colaboração produtiva.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

FDA dá luz verde ao Selzentry

O Selzentry (maraviroc), produzido pelo laboratório Pfizer, recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA). Este é o primeiro de uma nova classe de medicamentos anti-HIV que deverá estar disponível no mercado dos Estados Unidos da América em meados de Setembro.

O fármaco, que recebeu recentemente aprovação na União Europeia, bloqueia o CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas. A FDA autorizou a utilização do medicamento em doentes que não apresentaram reacção a outras terapias ou em casos nos quais o diagnóstico confirma que a estirpe do vírus está relacionada com o receptor CCR5.

À medida que a competição aumenta e que protecção das patentes de alguns dos seus fármacos mais importantes vai expirando, a farmacêutica norte-americana procura nos novos medicamentos uma janela de oportunidades que lhe permitirá impulsionar os lucros.

Tal como foi referido pelo Farmacia.com.pt, num artigo publicado em Junho, que aborda a insustentabilidade da indústria farmacêutica, em 2012, a Pfizer terá que enfrentar o fim da exclusividade sobre a patente do Viagra (Sildenafil) e do Lipitor (atorvastatina, comercializado em Portugal como Zarator), o medicamento mais vendido no mundo, o que se traduzirá na perda de 41 por cento das suas receitas.

Os analistas do sector prevêem que as vendas anuais do Selzentry atinjam os 360 milhões de euros em 2011.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters.

Recolha de todos os lotes e dosagens de Remodulin

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) anunciou a recolha de todos os lotes e dosagens do medicamento Remodulin (treprostinilo), frasco, solução para perfusão. A circular informativa, classificada como “muito urgente”, explica que a decisão foi tomada devido à ausência de realização de testes de esterilidade na União Europeia aquando da libertação do lote.

A medida, que surge por decisão do Conselho Directivo do INFARMED, teve origem num alerta de qualidade proveniente da Agência Inglesa do Medicamento. Conforme explica a nota difundida pelo Infarmed, apesar dos testes terem sido realizados nos Estados Unidos da América pelo fabricante Baxter, há uma directiva europeia que obriga à realização das mesmas provas de esterilidade dentro do espaço comunitário.

O Remodulin, cujo titular da AIM são os Laboratórios Azevedo – Industria Farmacêutica, S.A, é utilizado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar primária para melhorar a tolerância ao exercício físico e os sintomas da doença, em doentes classificados como pertencendo à Classe III da New York Heart Association.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Depois de um alerta da agência húngara do medicamento
Infarmed manda recolher Haemate P 500


O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde anunciou, num comunicado classificado como “muito urgente”, e que é assinado por Hélder Filipe, um dos vice-presidentes daquele órgão do Infarmed, que mandou recolher todas as embalagens dos lotes com os números 56166411C, 63566411A, 64766411A, 65466411B, 66666411A, 67566411B do medicamento Haemate P 500, frasco, pó e solvente para solução injectavel, Factor VIII da coagulação humana + Factor de Von Willebrand Humano, com registo de AIM n.º 3321981, cujo titular é a firma CSL Behring. Em causa está a “possibilidade de falta de esterilidade do dispositivo de administração, conforme recepção dum alerta de qualidade proveniente da agência húngara do medicamento”.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Infarmed ordena recolha do Remodulin

O Conselho Directivo do Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) ordenou a recolha de todas as embalagens de todos os lotes com todas as dosagens do medicamento Remodulin, treprostinil, frasco, solução para perfusão, com registo de AIM n.º FR/H/278/01, FR/H/278/02, FR/H/278/03, FR/H/278/04, cujo titular de AIM é a firma Laboratórios Azevedo – Indústria Farmacêutica, S.A. A ordem de recolha deve-se ao facto de não terem sido realizados testes de esterilidade na União Europeia na altura da libertação de lote, de acordo com a recepção de um alerta de qualidade proveniente da Agência Inglesa do Medicamento.

De mencionar ainda que, apesar dos referidos testes terem sido realizados nos Estados Unidos pelo fabricante Baxter, os testes de esterilidade têm que ser realizados no espaço da UE.

O Remodulin é utilizado para tratar casos de hipertensão arterial pulmonar primária moderada.

Isabel Marques

Fontes: INFARMED

Laboratórios acusados de revalidar prazo de medicamentos

Doentes em fase terminal poderão estar a tomar fármacos expirados, denunciaram enfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros denunciou a toma de fármacos revalidados por doentes em fase terminal. Segundo noticiou o «Correio da Manhã», a organização sindical acusa os laboratórios farmacêuticos de alterar os prazos de validade de medicamentos, acrescentando um ano às datas originais. Esta prática configura uma ilegalidade, porém, tutela, Infarmed e Apifarma alegam desconhecer o caso…

Correia Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros fez chegar ao «Correio da Manhã» a denúncia da revalidação de medicamentos: “Esta situação é uma aberração e uma ilegalidade que precisa ser denunciada, pois já vem a acontecer desde há algum tempo”, frisou, revelando que “há pelo menos um hospital, o S. Sebastião (em Santa Maria da na Feira) que um mês antes de expirar o prazo de validade dos medicamentos envia-os para os laboratórios, sendo remetidos novamente ao hospital mas já com um selo colado por cima da data da validade impressa, apresentando um prazo de expiração renovado, por mais um ano.”

De acordo com o dirigente sindical, “quando os medicamentos não são enviados para o laboratório, por falta de tempo ou outra razão qualquer, então o laboratório envia para a farmácia do hospital os selos com as datas renovadas, que depois são coladas nos lotes dos medicamentos”.

Asseverando que esta situação é do conhecimento da direcção do hospital e também do Ministério da Saúde”, Correia Azevedo delatou que a prática é feita “em medicamentos da classe dos opiáceos – o citrato de fentanil – que são administrados a doentes que se encontram em fase terminal para alívio da dor.”

Entretanto, confrontado com a acusação do sindicalista, o Ministério da Saúde disse não comentar “uma situação de que não tem conhecimento”. Também a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) – que representa os laboratórios portugueses- recusou a possibilidade de algum dos seus associados praticar algo que classificou ser “completamente ilegal e alvo de sanção que pode incluir pesadas coimas ou até a suspensão da actividade no mercado.”

Ao «CM», os responsáveis de saúde do Hospital São Sebastião, - considerado unidade-modelo pela tutela devido aos seus resultados - rejeitaram qualquer ilegalidade, argumentando que só aceitariam receber medicamentos com o prazo aumentado “se fosse autorizado pelo Infarmed.”

Por seu turno, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) afirmou “não ter conhecimento da situação e que qualquer situação denunciada é verificada.” Segundo informa ainda o Infarmed, a alteração do prazo da validade é uma sanção prevista no Código Penal punível com pena de prisão de um a oito anos.
De referir que, os fármacos administrados fora do prazo não produzem os efeitos terapêuticos indicados, porém, também não causarão efeitos nefastos no doente.
Raquel Pacheco

Fonte: «Correio da Manhã»

Infarmed retira Haemate P

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu uma nota de carácter urgente que informa sobre a retirada do medicamento Haemate P 500, 500UI/20ml + 1100UI/20ml frasco, pó e solvente para solução injectável, Factor VIII da coagulação humana Factor de Von Willebrand Humano, pó e solvente para solução injectável. A medida deve-se à possível falta de esterilidade no dispositivo de administração da substância.

A circular informativa, a que o Farmacia.com.pt teve acesso, indica que vão ser recolhidas todas as embalagens dos lotes n.º 56166411C, 63566411A, 64766411A, 65466411B, 66666411A, 67566411B do referido fármaco, justificando esta decisão com a possibilidade de existir falta de esterilidade do dispositivo de administração, conforme recepção dum alerta de qualidade proveniente da Agencia Húngara do Medicamento.

O fármaco, comercializado em Portugal pela CSL Behring, é indicado na profilaxia e tratamento de hemorragias em caso de hemofilia A (deficiência congénita de Factor VIII), deficiência adquirida de Factor VIII, tratamento de doentes com anticorpos contra o Factor VIII e na profilaxia e tratamento de hemorragias na doença de von Willebrand.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

Desenvolvimento de fármaco para a pneumonia origina parceria entre Bayer e Nektar

A Bayer HealthCare, divisão de cuidados de saúde do grupo alemão Bayer, e a Nektar Therapeutics estabeleceram um acordo para desenvolver e comercializar o NKTR-061, destinado ao tratamento de pneumonias causadas por bactérias gram negativas. A terapia vai utilizar uma tecnologia da Nektar capaz de distribuir uma fórmula específica de amicacina, um antibiótico que pode ser inalado.

A Bayer deverá entregar um pagamento adiantado superior a 36 milhões de euros e posteriormente, vai proceder ao pagamento de 90,6 milhões de euros referentes ao cumprimento de objectivos. Caso o produto seja aprovado, as duas empresas vão promover o fármaco em conjunto no mercado norte-americano e partilhar os lucros daí provenientes. No exterior, a Nektar vai receber uma parcela dos royalties das vendas do produto que não será superior a 30 por cento.

Conforme ficou definido pelos termos do acordo, a Bayer fica responsável pelo desenvolvimento clínico, a estratégia de regulamentação, produção e comercialização do produto, com a Nektar a participar em todos os aspectos de tomada de decisão.

Marta Bilro

Fonte: FDA News, Reuters, Forbes, Manual Merck.

Amamentação age como vacina

Leite materno nas primeiras horas após parto pode salvar um milhão de bebés no mundo

"A amamentação é a primeira vacina da criança." Quem o diz é um pediatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) reforçando que, nos primeiros dias de vida, o leite materno tem o poder de reduzir o risco de morte dos recém-nascidos.

É inquestionável que o leite materno é o melhor alimento para a criança, novidade a realçar é o papel preponderante que este assume em salvar vidas. De acordo com os dados da Aliança Mundial para Acção em Aleitamento Materno (WABA, na sigla em inglês) – divulgados pelo portal SEGS.com.br – “por ano, morrem quatro milhões de bebés com menos de um mês de vida, em todo o mundo”, sublinhando que “com a amamentação, na primeira hora depois do parto, seria possível salvar um milhão de recém-nascidos.”

Neste sentido, Ary Lopes Cardoso, médico da FMUSP, considera a amamentação como “a primeira vacina da criança”, justificando que o leite materno “é rico em diversas substâncias – anticorpos e prebióticos (bactérias benéficas ao organismo) – que fortalecem o sistema imunológico do bebé, prevenindo doenças alérgicas, dislipidemias e doenças neoplásicas e garantindo, também, uma microflora intestinal saudável.”

O pediatra explicou que o leite materno produzido nos primeiros setes dias chama-se "colostro" (secreção extremamente rica em imunoglobulinas), reforçando, por isso, que a amamentação neste período, “é a primeira forma de imunização para o bebé e deve ser estimulada."

Segundo a presidente do departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Roseli Sarni, “o aleitamento pode ainda reduzir o risco de hemorragia pós-parto e de icterícia do bebé”, sustentando que, “a partir do 14° dia, o leite atinge seu estágio "maduro", contendo nutrientes adequados para a alimentação exclusiva do bebé até os seis meses de vida como gorduras, carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e ferro.”

Recorde-se que, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam o leite materno como o melhor alimento para o bebé e recomendam a amamentação como fonte alimentar exclusiva nos seis primeiros meses de vida. Mesmo equacionando outros alimentos, o leite materno continua a ser indicado até dois anos ou mais.

De referir que, os carboidratos correspondem a 35% a 44% do leite materno e a principal função é o fornecimento de energia aos bebés. O prebiótico (um tipo de carboidrato) é o terceiro maior componente do leite materno.

No âmbito da Semana Mundial da Amamentação, - que termina amanhã - o farmacia.com.pt anunciou, no arranque deste período, uma campanha informativa promovida pela Ordem dos Enfermeiros que alertou as mães para os benefícios do leite materno.

Portugal: mais de metade das mães abandona amamentação aos dois meses

Ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, mais de metade das mães portuguesas abandona a amamentação antes de o bebé ter dois meses. Esta realidade preocupante é ditada pelos últimos números do projecto inédito Geração XXI - «Nascer e Viver no Novo Milénio» - que está a seguir 10 mil bebés (nascidos nas maternidades do Porto) até à idade adulta. As estatísticas revelam ainda que, apenas uma em cada cinco mães cumpre as orientações da OMS no que diz respeito à amamentação dos filhos.

Raquel Pacheco
Fonte: SEGS/projecto Geração XXI/OMS

Farmacêuticas indianas protagonizam 1/4 dos litígios de patentes nos EUA

As empresas farmacêuticas indianas disputam mais de um quarto de todos os casos que envolvem irregularidades de patentes registados nos Estados Unidos da América (EUA). Segundo noticia o portal indiano Pharmabiz.com, o valor total de mercado dos produtos acerca dos quais existem conflitos com empresas daquele país é superior a 719 milhões de euros (40 mil milhões de rupias).

Os dados avançados pelo portal indicam que existem mais de 100 casos relacionados com patentes de produtos farmacêuticos a decorrer actualmente nos EUA. O valor de mercado correspondente à totalidade dos produtos envolvidos aproxima-se dos 1,53 mil milhões de euros (85 mil milhões de rupias). Desses 100 processos, 30 dizem respeito a empresas indianas, nos quais a violação de patentes se refere a fármacos como o Aciphex (rabeprazole, comercializado em Portugal pela Janssen-Cilag como Pariet), o Allegra (fexofenadina, comercializado em Portugal pela Marion Merrell como Telfast), o Biaxin XL (claritromicina, comercializado em Portugal pela Higiene Pharma como Cadol, pela Farmoz como Ciclinil ou pela Abbott como Klacid), o Eloxatin (Oxaliplatina, comercializado em Portugal pela Sanofi-Aventis), e o Nexium (Esomeprazol, comercializado em Portugal pela AstraZeneca).

Na lista de farmacêuticas envolvidas em casos de infracção de patentes nos EUA figuram a Dr Reddy's, a Ranbaxy, a Lupin, a Sun Pharma, a Dabur Pharma, a Glenmark, a Orchid Chemicals e a Pharmaceuticals and Wockhardt. A Dr Reddy's ocupa o topo da tabela, com 10 processos pendentes, seguida da Ranbaxy, com oito, da Sun Pharma, com seis, e da Lupin, com quatro. Os mais recentes litígios referentes a uma infracção de patente envolvem as acusações da Novartis contra a Dr Reddy's devido ao Loprel (amlodipina+benazepril) e o processo da Sepracor e da Universidade do Massachussetts contra a Glenmark que envolve a patente do Clarinex (desloratadina).

O mercado do Zyprexa (olanzapina), pelo qual se batem a Eli Lilly e a Dr Reddy’s, está avaliado em mais de 72 milhões de euros (4 mil milhões de rupias), enquanto o do Eloxatin, disputado entre a Sanofi Aventis e a Dabur Pharma atinge os 36 milhões de euros (2 mil milhões de rupias). O Effexor (venlafaxina), actor principal da luta judicial entre a Lupin e a Wyeth, tem um valor de mercado que ronda os 45 milhões de euros (2,5 mil milhões de rupias).

Confrontado acerca da situação, um porta-voz da Ranbaxy afirmou que “ter acesso ao mercado faz parte e é uma parcela das empresas de genéricos”. De acordo com este responsável, “as versões genéricas são sempre uma estratégia da empresa para entrar no mercado”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmabiz.com.

Pfizer inicia ensaio clínico de fase I com agonista do receptor da motilina

A farmacêutica norte-americana Pfizer deu início a um ensaio clínico de Fase I com o PF-04548043, um agonista do receptor da motilina, sucessor do KOS-2187, que está a ser desenvolvido para o tratamento da doença do refluxo gastro-esofágico ( DRGE ) e de potenciais distúrbios gastrointestinais.

O anúncio foi feito pela Kosan Biosciences Inc. que, em 2006, estabeleceu um acordo de licenciamento com a Pfizer, a nível global, que incluía o programa de agonistas da motilina da Kosan, numa transacção que envolveu perto de 181 milhões de euros. “A Kosan tem quatro programas clínicos de investigação, que realçam o valor crescente da nossa linha de desenvolvimento”, afirmou Robert G. Johnson, presidente e director executivo da empresa.

“Estimamos o compromisso da Pfizer com o desenvolvimento e potencial comercialização deste composto promissor e estamos ansiosos pelos rápidos avanços dos ensaios clínicos”, acrescentou o responsável.

A motilina é uma hormona segregada pelo intestino delgado que estimula a motilidade gastrointestinal. Durante o ensaio clínico de Fase I será analisada a segurança, tolerabilidade e farmacocinética do PF-04548043 em pessoas saudáveis.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Live, CNN Money, RTT News.

Justiça indiana recusa apelo da Novartis relativo à patente do Gleevec

Um tribunal indiano rejeitou o pedido da farmacêutica suíça Novartis que pretendia adquirir protecção de patente para o Gleevec (iminitab) naquele país. O medicamento, utilizado no tratamento da leucemia mielóide crónica, é o segundo mais bem sucedido do laboratório e está actualmente patenteado em 40 países.

A Novartis desafiou a legislação indiana devido à rejeição de protecção de patente de uma substância presente na composição do fármaco em questão. A candidatura tinha sido rejeitada no ano passado pelo Governo indiano por considerar que o medicamento era pouco inovador. A Novartis avançou que não deverá recorrer da decisão. “Discordamos da sentença, no entanto, não deveremos recorrer para o supremo tribunal de justiça”, afirmou uma porta-voz da empresa.

A Novartis argumentou que a consolidação das leis relativas à protecção de patentes iria fortalecer o sector de investigação indiano salientando que o sistema de patentes indiano reprime a inovação. O tribunal de Chenai delegou na Organização Mundial do Comércio a responsabilidade de avaliar se a Índia estava a cumprir as leis internacionais de comércio.

Os Médicos sem Fronteiras e algumas organizações não governamentais aplaudem a decisão do tribunal por considerarem que uma vitória da farmacêutica iria eliminar uma fonte importante de medicamentos financeiramente viáveis. “Este é um grande alívio para milhões de doentes e médicos nos países em vias de desenvolvimento que dependem de medicamentos financeiramente viáveis provenientes da Índia”, afirmou Tido von Schoen-Angerer, director do departamento de Acesso aos Medicamentos Essenciais dos Médicos sem Fronteiras.

As vendas do Gleevec, comercializado na Europa como Glivec, atingiram os 1,86 mil milhões de euros em 2006, tornando-se no segundo fármaco mais bem sucedido da Novartis, apenas precedido pelo Diovan (valsartan). A legislação indiana permite aos responsáveis pela regulação das patentes do sector farmacêutico que exclua medicamentos que se baseiam numa “melhoria acrescentada”. De acordo com o portal noticioso Aljazeera, várias empresas farmacêuticas indianas já produzem versões genéricas do Gleevec a um décimo do preço praticado pela Novartis.

Marta Bilro

Fonte: Reuters Africa, Bloomberg, Aljazeera.net.

Exposição solar diminui risco de desenvolver cancro da mama

As mulheres que evitam a exposição solar aumentam o risco de desenvolver cancro da mama, revela um novo estudo publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”. Os banhos de sol, que muitos especialistas têm lutado para eliminar sucessivamente por contribuírem para o aumento da probabilidade de cancro da pele, são, na realidade, benéficos na prevenção do cancro da mama.

De acordo com os cientistas responsáveis pela investigação, esta probabilidade de desenvolver cancro da mama devido à ausência de sol está relacionada com os níveis de vitamina D presentes na corrente sanguínea, principalmente depois da menopausa. Quanto maior for a quantidade de vitamina D a circular, menor é o risco de desenvolver a doença. Conforme explicam os especialistas da Creighton University, em Omaha (Nebraska), a maior parte da vitamina D é sintetizada pela exposição da pele à luz solar.

Para levar a cabo este estudo, a vitamina D foi fornecida através de suplementos vitamínicos a 1179 mulheres com mais de 55 anos, sem antecedentes de doenças oncológicas. As participantes foram divididas aleatoriamente em vários grupos, sendo que cada um recebeu três tratamentos distintos durante um período de quatro anos. A umas foi administrado apenas cálcio, outras receberam cálcio e vitamina D e outras um placebo.

Ao analisar os resultados, os investigadores observaram que havia algum efeito protector provocado pelo cálcio, mas que era potenciado pela presença da vitamina D, que reduzia o risco em mais de metade, quando comparado com o grupo de controlo (placebo). Os cientistas puderam confirmar a sua maior suspeita de que o cancro da mama é menos comum nas mulheres que vivem mais perto do Equador, onde a luz solar é mais frequente, logo a exposição ao sol é maior.

"O facto de verificarmos uma redução dos riscos de todos os tipos de cancro, sempre que há concentrações elevadas de vitamina D, é consistente com a informação epidemiológica, cada vez mais vasta, que evidencia que tanto o risco de cancro como a mortalidade oncológica são inversamente proporcionais à exposição ao sol e respectiva produção de vitamina D", frisaram os investigadores.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Independent.ie.

Afinal bebé demora a aprender “Olá”, “papá” e “mamã”

Estudo indica que primeiras palavras são "mais difíceis" do que os vocábulos mais complicados

Um estudo feito na Universidade de Iowa, Estados Unidos, concluiu que, mais do que as palavras difíceis, os bebés demoram mais tempo a aprender os vocábulos “olá”, “papá” e “mamã”.

Até hoje, os especialistas ainda não tinham conseguido dar resposta à explosão de vocabulário que ocorre por volta dos 18 meses de idade mas, agora, uma investigação - publicada na revista norte-americana «Science» - parece explicar o fenónemo.

De acordo com o estudo noticiado pela Agência Lusa, “cerca de 4.000 palavras podem ser aprendidas em menos de um quarto do tempo que leva uma criança a aprender as primeiras 1.500”, ou seja, “olá”, “papá” e “mamã” podem ser as primeiras palavras dos bebés, porém, os investigadores acreditam que estes vocábulos levam mais tempo a aprender do que os mais difíceis.

Bob McMurray, autor da pesquisa e psicólogo, defendeu que “as crianças têm que aprender mais do que uma palavra de cada vez e devem aprender um número cada vez maior de palavras mais complicadas, ou mesmo difíceis, e não palavras fáceis”, explicando que o uso de simulações e análises matemáticas permitiu descobrir que “se estas duas condições se verificarem, temos sempre uma explosão de vocabulário.”

O estudo sugere que, as crianças aprendam cerca de 60 mil palavras, desde o nascimento até à idade adulta, isto é, uma média de 8 a 10 palavras por dia. “Mamã”, “papá”, “olá” ou “adeus”, são vocábulos usados por mais de metade dos bebés com cerca de um ano de idade e quatro meses depois, perto de 70 por cento das crianças já usa termos como “bola” ou “bebé” e mais de 50 por cento dos bebés pronuncia palavras como “garrafa”, “passáro”, “balão”, “olho” e “livro”, associadas a objectos.

Segundo a investigação, o vocabulário evolui rapidamente e passa a incluir verbos e adjectivos, como “aberto”, “molhado” ou “sujo” aos dois anos.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência Lusa
Governo alargou âmbito do complemento solidário para idosos
Apoio na compra de fármacos, óculos e próteses dentárias

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social anunciou há dias o alargamento do âmbito do Complemento Solidário para Idosos, prestação social que agora passa a incluir ajudas nas despesas relacionadas com a compra de medicamentos, óculos e próteses dentárias, em percentagens que vão dos 50 aos 75 por cento calculados sobre os preços dos produtos não comparticipados.

De acordo com uma portaria publicada nesta semana em «Diário da República», os cerca de 35 mil idosos que actualmente beneficiam daquele complemento solidário vão agora poder usufruir de ajudas estatais que chegam aos 50 por cento no caso dos medicamentos e aos 75 por cento (até um valor máximo de 100 euros por cada período de dois anos) na aquisição de óculos, enquanto a compra ou reparação de próteses dentárias a comparticipação da tutela têm como tecto o montante máximo de 250 euros por cada período de três anos. O reembolso das despesas realizadas pelos idosos deverá ser feito pelo Estado depois de um processo de averiguação da sua veracidade, por consulta de cópias da receita e das facturas discriminadas relativas à compra de óculos e lentes.
O pagamento caberá ao Instituto da Segurança Social, e deverá ser feito em conjunto com a entrega da prestação social devida ao idoso no mês seguinte ao da recepção da ordem de pagamento respectiva. Segundo o farmacia.com.pt apurou, o Complemento Solidário para Idosos foi criado pelo Decreto-Lei nº 232/2005, que entrou em vigor em Fevereiro do ano seguinte, e “destina-se a pessoas com mais de 65 anos de idade que se encontrem numa situação de excepcional carência económica”. Contudo, o acesso foi faseado, devendo ser gradualmente implantado ao longo de quatro anos: em 2006 tiveram direito ao subsídio os idosos com 80 ou mais anos, este ano a prestação foi alargada às pessoas com mais de 75, e no ano seguinte que vem deverá ser estendido a todos os maiores de 70 anos. Em 2009, na fase final do alargamento, o Complemento Solidário para Idosos deverá chegar a todos os portugueses maiores de 65 anos que façam prova da sua situação de extrema pobreza.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, «Jornal de Negócios», Portal do Governo
Só a profilaxia pode evitar uma doença sem tratamento
Vacinas contra a gastroenterite pediátrica


A Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia congratularam-se publicamente com a notícia do desenvolvimento de duas novas vacinas contra a gastroenterite pediátrica por rotavírus, que anualmente é responsável pela morte de meio milhão de crianças com menos de cinco anos de idade, sendo diagnosticada sobretudo em bebés dos três aos 24 meses. Altamente contagioso e muito resistente, o rotavírus não dispõe ainda de qualquer tratamento eficaz, sendo a vacinação a única profilaxia possível.

Muito mais agressiva do que uma vulgar inflamação gástrica, a gastroenterite pediátrica por rotavírus representa actualmente a causa mais frequente de diarreias e desidratação grave secundária em idade infantil. Só na União Europeia estima-se uma prevalência de mais de três milhões de crianças infectadas antes dos cinco anos (num universo de 23,6 milhões de meninos naquela faixa etária) por ano, das quais 700 mil são submetidas a consultas médicas em virtude do problema, e mais de 87 mil acabam mesmo por ter de ser hospitalizadas. A doença não distingue os países industrializados dos que estão em vias de desenvolvimento, afectando de igual forma os menores que vivem naqueles dois meios, o que sugere que as condições ambientais – higiene, salubridade, saneamento e acesso a água potável – não influem significativamente no quadro clínico.
A gravidade da gastroenterite infantil varia entre os casos perfeitamente assintomáticos e os casos graves, acompanhados de enormes perdas de líquidos por desidratação, que podem ser fatais. Os sintomas são normalmente bastante intensos, incluindo diarreia aquosa, vómitos, febres altas e dor abdominal, num quadro muito similar ao de qualquer gastroenterite comum, não sendo raros os casos com mais de 20 episódios de vómitos e diarreias em apenas 24 horas, num quadro clínico que se prolonga por três a nove dias. Não existe um tratamento específico para esta patologia, que se propaga com grande facilidade, através do contacto directo com o agente infeccioso ou uma pessoa infectada (transmissão fecal/oral), por intermédio de secreções respiratórias ou do contacto com objectos contaminados, como água e comida ou, no caso das crianças, brinquedos. A vacinação é, segundo os especialistas, a única medida de controlo com um significativo impacto na incidência da gastroenterite pediátrica por rotavírus.
Terá sido exactamente essa a principal motivação do regozijo demonstrado pelos peritos da Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas e da Sociedade Europeia de Gastroenterologia diante do anúncio do desenvolvimento de duas novas vacinas contra aquela enfermidade. Trata-se de duas imunizações por via oral compatíveis com as do restante calendário de vacinação, e que apenas são contra-indicadas em pacientes com alergia a algum dos seus componentes. De acordo com um estudo divulgado há dias no «The New England Journal of Medicine», e citado pela revista espanhola «XL Semanal» desta semana, as novas vacinas demonstraram uma eficácia de 85 por cento nos testes feitos a mais de 63 mil crianças, contribuindo também para uma redução de 96 por cento no número de internamentos.

Carla Teixeira
Fonte: «XL Semanal» de 5 a 11 de Agosto

domingo, 5 de agosto de 2007

Mahjong responsável por crises epilépticas

Jogar Mahjong, um tradicional jogo de mesa chinês, pode provocar o desenvolvimento de epilepsia, revela uma investigação realizada por especialistas do Hospital Queen Mary, em Hong Kong.

O estudo, publicado no “Hong Kong Medical Journal”, dá conta das conclusões da pesquisa que envolveu 23 casos de pacientes que sofreram crises de epilepsia desencadeadas pelo Mahjong. De acordo com os autores da investigação este pode ser um tipo de epilepsia induzido pela cognição, e a única forma de a evitar é abster-se de jogar Mahjong.

Entre os 23 pacientes de Taiwan e Hong Kong que englobaram esta análise, apenas dois casos correspondiam a participantes do sexo feminino, sendo que a média de idades dos doentes rondava os 54 anos. A maioria dos participantes experienciou a primeira crise enquanto jogava Mahjong sem que possuísse qualquer historial da doença ou de perturbações do foro neurológico. As perturbações do sono e o stress provocado pelo jogo foram excluídas como possíveis causas para as referidas crises.

Os resultados da investigação levaram os especialistas a definir a epilepsia do Mahjong como uma síndrome isolada, isto é, que não está associada a outros factores, devendo-se unicamente ao jogo. As crises epilépticas podem ser desencadeadas por uma grande variedade de factores, porém, jogar ou apenas assistir a uma partida de Mahjong é a causa mais evidente. Os homens são, de acordo com a pesquisa, mais afectados que as mulheres.

Este jogo para quatro participantes envolve o rápido movimento das 144 peças que o compõem, em sessões que se revelam verdadeiras maratonas. O jogo desenvolve-se em partidas sucessivas, de modo que, em cada uma, somente um jogador pode ganhar. O Mahjong é cognitivamente muito exigente, envolvendo um elevado esforço mental de memória, concentração, rapidez de cálculo e sequenciação. As conclusões do estudo indicam que as crises podem ser induzidas pelos diferentes padrões que figuram nas peças do jogo ou apenas pelo som das peças quando tocam umas nas outras.

Marta Bilro

Fonte: eFluxMedia.com, BBC News, Daily News, Liga Portuguesa Contra a Epilepsia.

Monsanto exige 72 milhões de euros à Novartis

A Monsanto, empresa produtora do Posilac, uma hormona sintética de bovino, apresentou uma queixa contra a Sandoz, unidade austríaca da Novartis, na Câmara de Comércio Internacional, exigindo o pagamento de mais de 72 milhões de euros por danos causados pela Sandoz no fornecimento do referido produto.

A Sandoz, contratada pela empresa norte-americana de biotecnologia para produzir o Posilac, apresentava falhas relativas ao controlo de qualidade e ao fornecimento do produto, sendo incapaz de cumprir os padrões estabelecidos pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

A Monsanto alega que ao interromper o fornecimento do produto em resultado de melhoramentos nas suas instalações, a Sandoz não satisfez os requisitos de qualidade exigidos, devendo, por isso, sujeitar-se ao pagamento de uma compensação monetária relativa às perdas financeiras da Monsanto.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Forbes, Reuters.

Teva recebe aprovação da FDA para produzir Pantoprazol genérico

O laboratório israelita Teva Pharmaceutical Industries recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar uma versão genérica do Protonix (Pantoprazol), um medicamento da Wyeth, utilizado no tratamento da azia.

A Teva obteve ainda 180 dias de exclusividade no mercado. A Wyeth e a sua parceira Nycomed moveram uma acção judicial para impedir o potencial lançamento do fármaco. A Teva e a Sun Pharmaceuticals acordaram suster o lançamento do genérico até ao dia 7 de Setembro.

O medicamento, comercializado em Portugal como Apton, é indicado no tratamento da doença de refluxo de grau ligeiro e dos sintomas associados (azia, regurgitação ácida, dor à deglutição), no tratamento de manutenção e prevenção das recidivas da esofagite de refluxo e na prevenção de úlceras gastroduodenais induzidas por medicamentos anti-inflamatórios não esteróides não selectivos.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Globes Online.

sábado, 4 de agosto de 2007

Médicos poderão prescrever medicamentos “personalizados”

Douglas Lauffernburger, cientista do MIT, desenvolveu método que permite prever como células reagem perante um fármaco

E se os médicos pudessem escolher medicamentos específicos de acordo com cada doente? Num futuro muito próximo, esta poderá ser uma realidade. Investigadores norte-americanos deram um passo neste sentido.

Segundo foi noticiado na última edição da revista «Nature», um grupo de cientistas desenvolveu um método que permite prever como as células reagem às substâncias medicamentosas. Esta foi a mais recente descoberta de um grupo de investigadores do Massachussettes Institute of Technology (MIT), nos EUA. De acordo com a publicação científica, esta informação poderá, no futuro, ajudar os médicos a escolher terapêuticas personalizadas, ou seja, de acordo com cada indivíduo.

Douglas Lauffernburger, principal autor do estudo, esclarece na «Nature» que a previsão do comportamento das células é feita perante determinados estímulos ambientais, sendo a informação processada com base na similaridade da sinalização do caminho das células. “Os caminhos de sinalização ajudam a traduzir estímulos ambientais externos às células (como hormonas, químicos ou outras moléculas), os quais vão influenciar a forma como estas se comportam”, clarificou o cientista.

No site do MIT, Douglas Lauffernburger esclarece que “as células assumem funções comportamentais (proliferar, diferenciar ou morrer) em resposta ao estímulo no seu ambiente”, acrescentando que os caminhos de sinalização “são os circuitos biomoleculares que processam a informação do ambiente e regulam os mecanismos que executam as funções comportamentais.”

O investigador atribuiu às proteínas quinase “um papel fundamental” no processo, sustentando que “os caminhos funcionam através dos sinais por elas enviados, de forma a estimular o funcionamento da maquinaria celular com um objectivo específico” e, deste modo, Lauffernburger acredita que - apesar das diferentes respostas que as células dão face ao estímulo a que se sujeitam -, “elas seguem os mesmos caminhos para produzir determinados comportamentos.”

Desenvolver fármacos seguros e eficazes

«De que forma as células interpretam os sinais para produzirem diferentes comportamentos (proliferarção, diferenciação ou morte)?», foi a hipótese levantada pela equipa do MIT que permitiu provar o sucesso do modelo apresentado. Os cientistas acreditam que as células adicionam informação ao longo de caminhos múltiplos de uma forma comum, mesmo considerando que o resultado dos cálculos seja diferente porque, as actividades do caminho são diferentes.”

Para alcançar este resultado – e segundo descodifica a TVC-Notícias no seu site - os investigadores do MIT “desenvolveram um modelo para as células epiteliais do cólon e mediram os níveis de actividade de cinco caminhos de sinalização após estas células serem expostas a vários estímulos.” Depois de monitorizados os vários comportamentos das células, os cientistas testaram o modelo construído para avaliar o que aconteceria a outros tipos de células epiteliais quando expostas ao mesmo estímulo.

Para desenvolver medicamentos seguros e eficazes, Lauffenburger sugere que os laboratórios farmacêuticos usem este tipo do modelo para testar os efeitos das substâncias no contexto específico de cada doente em particular.

Raquel Pacheco

Fonte: «Nature»/notícia do MIT/TVC-Notícias

Metade das mulheres portuguesas não usa métodos anticoncepcionais

O resultado do Inquérito Nacional de Saúde referente a 2005/06 revelou que quase metade das mulheres portuguesas em idade fértil e residentes em território continental, tem relações sexuais sem protecção anticoncepcional.

O inquérito, a cargo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e do Instituto Nacional de Estatística, mostrou que no continente a faixa etária onde a utilização do preservativo menos se verifica é a dos 15 aos 19 anos, enquanto que na Madeira a situação é ainda mais preocupante, pois 85 por cento das jovens afirmou que pratica relações sexuais sem recurso a métodos anticoncepcionais.

A pílula é o método anticoncepcional mais popular, com 65,9 por cento das preferências, seguindo-se o preservativo utilizado por 13,4 por cento das mulheres dos 15 aos 55 anos e o dispositivo intra-uterino que se fica pelos 8,8 pontos percentuais.

A preferência pela pílula é visível em todas as faixas etárias, sendo que as jovens dos 20 aos 24 anos são quem mais recorre a este método, que é utilizado por 87,3 por cento das mulheres nesta faixa etária, sendo também muito utilizada pelas mulheres dos 50 aos 55 anos (24,8).

Para além de tentar conhecer os métodos anticoncepcionais mais utilizados pelas portuguesas, este inquérito serviu também para registar a forma como a população considera o seu estado de Saúde e qualidade de vida, verificando-se que metade dos portugueses fazem uma auto-apreciação muito positiva.

De facto, mais de metade dos portugueses consideram que o seu estado de saúde é 'muito bom ou bom' e apenas 14,1 por cento o classificaram como 'mau ou muito mau'. No que respeita à qualidade de vida, 48,4 por cento dos inquiridos atribuíram a classificação máxima a esta questão, mas mais de 44 por cento refere ser 'nem má, nem boa'.

Inês de Matos

Fonte: Sol
Sistema de carreiras na Administração Pública
Ordem quer reunir com ministro da Saúde

A nova direcção da Ordem dos Farmacêuticos, eleita no dia 21 de Junho, solicitou uma audiência ao ministro da Saúde, com o objectivo de debater a reestruturação da carreira farmacêutica, no âmbito da reforma mais ampla que está em curso na Administração Pública.

Esta reunião surge na sequência de uma ronda de encontros que a OF manteve com o presidente da Assembleia da República e com os partidos políticos que manifestaram interesse no diálogo com os respresentantes da classe farmacêutica. O anteprojecto de lei para a reformulação do sistema de carreiras na Função Pública, aprovado na generalidade pelos deputados, prevê a extinção de 1473 carreiras na Administração Pública, integrando os trabalhadores do sector público em apenas três percursos profissionais, competindo aos ministérios a definição de quais as que deverão manter estatuto especiai nas áreas e serviços sob as suas alçadas.
Para regulamentar a reforma foi pedida a todos os ministérios, até ao dia 24 deste mês, uma resposta sobre a necessidade da manutenção de algumas carreiras especiais. A Ordem dos Farmacêuticos está a acompanhar atentamente este processo, e deu conta da intenção de formalizar, a breve trecho, uma proposta para a carreira farmacêutica. Nessa medida, a equipa directiva da OF, liderada pela bastonária Irene Silveira, apresentou ao gabinete de Correia de Campos um pedido de audiência, durante a qual deverá ser entregue ao ministro um documento elaborado por um grupo de trabalho composto por representantes de diversas áreas da Ordem.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Peregrine Pharmaceuticals inicia Fase II do Cotara para o cancro cerebral, na Índia

A Peregrine Pharmaceuticals, Inc. anunciou que foi administrado Cotara ao primeiro paciente de um novo ensaio clínico, a decorrer na Índia, delineado para avaliar a segurança e eficácia desta nova terapia para a necrose tumoral, que está a ser desenvolvida para o tratamento do glioblastoma multiforme (GBM), uma forma mortal de cancro cerebral.

Este estudo de segurança e eficácia, multicentrado e de rótulo aberto de Fase II está delineado para inscrever até 40 pacientes com glioblastoma que experimentaram uma primeira recaída. O objectivo principal do estudo é confirmar a dose máxima tolerada de Cotara nestes pacientes. Os objectivos secundários incluem a estimativa da sobrevivência geral dos pacientes, sobrevivência livre de progressão e a proporção de pacientes vivos ao fim de seis meses. Os pacientes do estudo estão a receber uma infusão única de Cotara por “convection-enhanced delivery” (CED), uma técnica desenvolvida pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla inglesa), que administra o agente no tumor, com grande precisão, atingindo uma concentração até 10.000 vezes maior na exposição local da terapia do que numa administração intravenosa convencional, enquanto minimiza a exposição indesejada aos tecidos saudáveis. Espera-se que este método de administração aumente posteriormente o potencial do Cotara para matar tumores.

O Cotara é um novo tratamento experimental para o cancro cerebral que liga uma substância radioactiva destinada à utilização médica, um isótopo radioactivo, a um anticorpo monoclonal direccionado. Este anticorpo monoclonal está destinado a ligar-se a um tipo de ADN que fica exposto unicamente nas células mortas ou a morrer. Os tumores sólidos, incluindo os tumores cerebrais, têm um número significativo de células mortas e a morrer no seu centro e o mecanismo de direccionamento do Cotara permite-lhe apontar a estas células cancerígenas a morrer, administrando a sua carga radioactiva directamente no centro da massa do tumor. O Cotara destrói assim o tumor de dentro para fora, com uma exposição mínima de radiação para os tecidos saudáveis.

Neste estudo, 25 por cento dos 28 pacientes recorrentes sobreviveram por mais de um ano após o tratamento, e 10 por cento dos pacientes sobreviveram por mais de três anos. Estes dados são considerados como sendo um desenvolvimento promissor nesta doença grave e mortal, que mata metade das suas vítimas em 14 semanas após o dianóstico. A Peregrine acredita que os dados positivos combinados, deste novo estudo na Índia e dos ensaios para o glioblastoma que estão a decorrer nos Estados Unidos, irão fornecer uma base para avançar para os ensaios de Fase III.

Segundo o presidente da Peregrine, Steven W. King, a companhia está satisfeita pelo facto do tratamento de pacientes ter começado nesta importante Fase II do ensaio clínico, que foi delineada para confirmar os indícios encorajadores de actividade anti-tumor observados nos estudos iniciais do Cotara para o cancro cerebral. O presidente da Peregrine acrescentou ainda que, dado o elevado nível de interesse nos locais de participação clínica, a companhia está optimista que a inscrição e a dosagem de pacientes irão decorrer em passo acelerado.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Arimidex recomendado como alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno

Os últimos dados publicados no “British Journal of Cancer” confirmam que o Arimidex (anastrozol) é um tratamento custo-eficaz para o cancro da mama inicial e revelam que o custo por Ano de Vida Ajustado pela Qualidade (AVAQ) com este inibidor da aromatase é menor que o indício utilizado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE). Estas últimas descobertas, baseadas nas directrizes metodológicas mais recentes do NICE, corroboram ainda mais as recomendações iniciais do NICE e aumentam a crescente evidência de que o Arimidex oferece uma alternativa custo-eficaz ao tamoxifeno, no tratamento adjuvante nas mulheres na pós-menopausa com cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente.

Um estudo recente estima que o custo anual do tratamento hormonal no Reino Unido seja de 64,6 milhões de libras. Contudo, somente o custo do fármaco não reflecte a carga financeira total que o cancro da mama representa para o sistema de saúde de um país. A recorrência da doença também tem um impacto negativo, aumentando significativamente o custo total do tratamento, mais concretamente no que diz respeito ao diagnóstico, consultas clínicas, cuidados de pacientes internados e em ambulatório, necessidade de cirurgia/quimioterapia/radioterapia adicionais, gestão dos efeitos adversos e seguimento.

O professor Robert Mansel, do serviço de Cirurgia do Hospital de Cardiff (Reino Unido), comentou que a recorrência é o factor mais significativo no aumento do custo total do tratamento do cancro da mama. Portanto, a redução da recorrência é o aspecto que teria maior influência no custo do cancro da mama. Este modelo demonstra que ao prescrever-se um tratamento mais eficaz, que reduz o risco de recorrência nas mulheres na pós-menopausa, em comparação com o tamoxifeno, pode-se reduzir potencialmente a carga económica global que o cancro da mama tem no sistema de saúde.

O tamoxifeno tem sido considerado como sendo uma opção terapêutica eficaz e barata para o cancro da mama em fase inicial e hormono-dependente em mulheres na pós-menopausa. Todavia, os resultados do estudo ATAC demonstraram que o Arimidex é superior ao tamoxifeno, no que se refere à redução do risco de recorrência e na melhoria da tolerabilidade, e têm levado a uma aproximação deste fármaco como tratamento padrão privilegiado.

Estes novos dados proporcionam um apoio económico adicional para a recomendação por parte da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, sigla em inglês) que manifesta que o tratamento adjuvante para mulheres na pós-menopausa com cancro da mama hormono-dependente deverá incluir um inibidor de aromatase, de modo a reduzir o risco de recorrência do cancro. Para além disso, as directrizes da ASCO reconhecem que os inibidores de aromatase não deverão ser utilizados de forma intercalada, favorecendo assim a utilização deste agente, que mais dados relevantes oferece individualmente a cada situação clínica.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma