quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Médicos portugueses estudam voluntariamente taxas de incidência de doenças

A rede “Médicos Sentinela”, constituída por 150 médicos de clínica geral em funções nos centros de saúde nacionais, encontra-se a estudar, voluntariamente, as taxas de incidência de problemas como o enfarte do miocárdio, os acidentes vasculares cerebrais e a interrupção voluntária da gravidez.

Em actividade desde o final da década de 80, a rede pretende dar resposta a três objectivos principais: estimar taxas de incidência de algumas doenças, fazer uma vigilância epidemiológica das doenças que afectam a comunidade, de forma a identificar precocemente eventuais "surtos", e constituir uma base de dados que possibilite, em qualquer momento, a análise epidemiológica aprofundada de doenças com interesse para a saúde pública.

O modo de funcionamento da rede é simples, são os médicos dos centros de saúde que comunicam voluntariamente situações de doença que interessem estudar. “Quando aparecem novos casos de doenças que estão em estudo, os médicos notificam-nos”, explica Isabel Falcão, responsável pela rede.

De acordo com a responsável, este ano os médicos estão a estudar a prescrição de antibacterianos, os acidentes vasculares cerebrais (AVC), as consultas médicas ao domicílio, as consultas relacionadas com a doença pulmonar obstrutiva crónica, bem como o aborto a pedido da mulher até às 10 semanas de gravidez.

“Este ano, por exemplo, estamos a estudar a prescrição de antibacterianos, que já tinha sido analisada há quatro ou cinco anos, para comparar os padrões de prescrição”, adiantou a responsável.

Para além destas situações, a gripe é uma patologia estudada anualmente. “No ano passado, a nossa análise permitiu às autoridades competentes determinarem o alargamento de horário dos centros de saúde durante o período de surto gripal”, exemplificou Isabel Falcão, alertando para a importância de “determinar o início do surto”.

A maior parte das doenças são estudadas durante pelo menos dois ou três anos consecutivos, mas há casos de patologias ou problemas em que o estudo é feito com um intervalo de tempo de vários anos para permitir comparações.

“Aliado ao facto de não existirem em muitos casos outras fontes de informação, a grande vantagem dos estudos é que reflectem a informação transmitida pelo próprio médico”, declarou.

Contando com a colaboração de 150 médicos de todo o pais, ilhas inclusive, a rede começou em 1989 apenas no distrito de Setúbal e foi-se alargando, estando agora representados todos os distritos do país. Contudo, para a responsável a quantidade de médicos disponível não é totalmente representativa da população portuguesa, ainda que as suas comparações entre a população estudada e a portuguesa sejam “razoavelmente significativas”.

A importância dos estudos da rede de médicos sentinela vai ser debatida esta quinta-feira, em Lisboa, num fórum promovido pelo Hospital do Futuro, que visa promover discussões sobre políticas e questões ligadas à área da saúde.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias, Lusa, Destak, ONSA

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Identificado gene ligado à cegueira

Cientistas canadianos esperançados em novos métodos de diagnóstico para doenças oftalmológicas

O gene responsável por alguns tipos de cegueira (o AE3/SIc4a3) - que regula o PH da retina - tem um papel importante no desenvolvimento de doenças oftalmológicas. A descoberta foi feita por investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá.

De acordo com o estudo conduzido por dois cientistas canadianos - e divulgado no site da universidade – as experiências feitas em ratos permitiram a Joe Casey e Yves Sauvé chegarem à conclusão de que “o AE3 mantém então o balanço ácido, removendo o desperdício de CO2 gerado pelo foto-receptor.”

Os investigadores acreditam que “a sua interrupção pode levar ao desenvolvimento de vários tipos de cegueira”, nomeadamente, as distrofias hereditárias da retina (DHR) - que resultam de alterações genéticas hereditárias e se traduzem em retinose pigmentar, distrofia de cones, doença de Stargardt e doença de Best, entre outras – mas que, a identificação deste gene poderá abrir caminho à criação de novos métodos de diagnóstico.

Ressalvando que, não existe uma ligação directa entre o Sic4a3 e as DHR, Joe Casey e Yves Sauvé garantem que “há uma semelhança entre os sintomas apresentados pelos ratos com deficiência do gene e pelos indivíduos com DHR.”

Raquel Pacheco
Fonte: www.expressnews.ualberta.ca/mediasummaries

Novo TAC distingue vasos sanguíneos de ossos

Equipamento da Siemens reduz tempo de exposição do doente às radiações

Um novo sistema de Tomografia Axial Computorizada (TAC), - que marca a diferença porque distingue os vasos sanguíneos dos ossos – foi disponibilizado pela Siemens Medical Solutions.

«Somatom Definition» dá nome ao novo equipamento que diferencia automaticamente os vários tipos de tecido num único monitor. Segundo informou a empresa em comunicado, “o sistema está dotado de duas ampolas de raios X, que operam em simultâneo com diferentes energias.”

Uma outra inovação destacada pela Siemens prende-se com o facto deste novo sistema de TAC reduzir o tempo de exposição do doente às radiações, já que, possibilita a realização dos exames em metade do tempo.

Na nota informativa, a empresa explica que “graças ao software syngo Dual Energy, este tomógrafo consegue distinguir os vasos sanguíneos dos ossos, exibindo-os em simultâneo ou isoladamente, permitindo aos médicos fazer um diagnóstico mais rápido e rigoroso”, concretizando que, o método “permite “remover” o osso, de um modo automático, premindo um simples botão e visualizar zonas que de outro modo estariam “escondidas” pelo osso.”

Raquel Pacheco
Fonte: www.medical.siemens.com

FPC quer alterar menus da restauração

Doenças cardio-vasculares matam 17 milhões por ano em Portugal

Retirar a manteiga das mesas dos restaurantes, substituindo-a por azeite para os clientes molharem o pão. O conselho foi feito pelo presidente da delegação centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), Polybio Serra e Silva, em vésperas do Dia Mundial do Coração que se assinala dia 30.

“É preciso passar esta mensagem aos restaurantes”, afirmou, peremptoriamente, o responsável, sublinhado que as doenças cardio-vasculares constituem a primeira causa de morte a nível mundial, mas também em Portugal, causando 17 milhões de óbitos por ano.

Para além da abolição da manteiga, sugerindo em seu lugar “pires com azeite para as pessoas poderem embeber pedaços de pão” (como entrada das refeições), o cardiologista recomendou ainda como “elementos obrigatórios” de uma dieta saudável: “Vinho tinto, pão com mistura de cereais integrais, sopa, vegetais e fruta muito colorida (sempre de acordo com as cores da bandeira nacional: encarnado, amarelo e verde).”

Neste sentido, Polybio Serra e Silva revelou que a direcção da Delegação Centro da FPC integra um elemento ligado à restauração e que a fundação estabeleceu um protocolo com os Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra, “que visa a oferta de uma alimentação variada e mais saudável aos estudantes, professores e funcionários que frequentam as cantinas da instituição.”

O representante da FPC está consciente de que a luta de promoção por uma alimentação equilibrada - que passará, inevitavelmente, por influenciar a alteração dos menus da restauração – será uma “batalha difícil.”
Polybio Serra e Silva reforçou que as refeições inspiradas na dieta mediterrânica são as mais “amigas do coração.”

Raquel Pacheco
Fonte: Lusa/Sapo/Sol

Eli Lilly paga 18 milhões de dólares à Emisphere por quebra de contrato

A Eli Lilly irá pagar 18 milhões de dólares à Emisphere Technologies, de modo a chegar a um acordo relativamente ao litígio pendente que envolve as duas companhias. O processo está relacionado com uma quebra do contrato judicial, por parte da Eli Lilly, relativamente à hormona oral da paratiróide recombinante (PTH) da Emisphere. Os restantes termos do acordo não foram revelados.

Em Janeiro de 2006, um tribunal federal determinou que a Eli Lilly tinha quebrado o acordo de desenvolvimento, efectuado entre as duas companhias, ao falhar na entrega de 3 milhões de dólares referentes a pagamentos quando fossem atingidos objectivos, como requerido aquando da conclusão dos estudos de Fase I do produto oral PTH 1-34. O tribunal também decidiu que a Emisphere poderia terminar o acordo de licenciamento com a Eli Lilly relativo à tecnologia de administração de fármacos.

A duas companhias trabalharam em conjunto, entre 1997 e 2003, utilizando a tecnologia da Emisphere para tentar desenvolver a forma em comprimido do fármaco injectável Forteo para a osteoporose. A Emisphere terminou a parceria em 2004.

Inicialmente, a Eli Lilly processou a Emisphere por quebra de contrato, após esta ter acusado a primeira
da mesma situação, tendo ainda ameaçado entregar a sua tecnologia à concorrente Novartis. O tribunal federal decidiu a favor da Emisphere, após ter sido descoberto que a Eli Lilly estava a utilizar secretamente a tecnologia da Emisphere em investigação que ia para além da extensão da cooperação entre as companhias.

A Eli Lilly apresentou ainda uma candidatura para uma patente internacional baseada na tecnologia da Emisphere. O tribunal ordenou que a patente fosse devolvida à Emisphere.

A Emisphere continua a tentar lucrar com a tecnologia que permite converter fármacos injectáveis no formato de comprimidos. Agora a trabalhar com a Novartis Pharma, tem dois compostos para a osteoporose na fase final dos testes.

Isabel Marques


Fontes: First Word, BusinessWeek, MarketWatch, The Indianapolis Star

Laser detecta medicamentos falsos em embalagens fechadas

Uma equipa de cientistas britânicos desenvolveu um laser capaz de detectar a presença de medicamentos contrafeitos através de embalagens fechadas, permitindo verificar a autenticidade dos fármacos sem ser necessário violar a abertura. A nova técnica, divulgada pelo jornal “Analytical Chemistry”, poderá desempenhar um papel importante no sector da fiscalização farmacêutica, principalmente em África, onde se calcula que entre 50 a 90 por cento dos medicamentos contra a malária sejam falsos.

Esta tecnologia inovadora permite identificar a assinatura de luz característica dos ingredientes farmacêuticos activos através do vidro, plástico e cartão, sendo que, a única barreira que fica por ultrapassar é o metal. Este é um passo importante no combate à falsificação de remédios que Pavel Matousek, do laboratório Rutherford Appleton, em Oxfordshire, e líder da investigação, classifica como “um problema mundial”.

Uma tecnologia anterior, denominada espectroscopia Raman, tinha também capacidade para detectar medicamentos contrafeitos e explosivos através da utilização de um laser, porém, este método funciona melhor quando os comprimidos ou líquidos estão fora das embalagens. Este processo prejudicava a venda posterior dos produtos submetidos ao teste caso não se detectasse qualquer problema de falsificação.

O grupo de cientistas, orientados por Pavel Matousek, que contou também com a participação de especialistas da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres, conseguiu ir mais longe e desenvolver um sistema de maior precisão, que distingue a composição química dos medicamentos através de um frasco de vidro, do plástico, do invólucro da cápsula e das caixas.

Marta Bilro

Fonte: Times Online.

Ranbaxy solidifica presença no sector oncológico

Farmacêutica indiana assinou acordo com a Sirtex Medical

A Ranbaxy, farmacêutica líder no mercado indiano, está empenhada em consolidar a sua presença no sector dos medicamentos anticancerígenos. A empresa assinou um acordo de licenciamento exclusivo com a produtora australiana de medicamentos Sirtex Medical através do qual terá acesso a uma terapia inovadora para tratar o cancro hepático.

A operação vai permitir à Ranbaxy comercializar o SIR-Spheres, um medicamento destinado ao tratamento do cancro do fígado, na Índia, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal. O fármaco, aprovado pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), é aplicado em pacientes com tumores inoperáveis.

O SIR-Spheres (Selective Internal Radiation Therapy) utiliza uma tecnologia de esferas radioactivas microscópicas para distribuir a radiação directamente no local onde se encontram os tumores hepáticos. Esta terapia alvo disponibiliza tecido saudável ao mesmo tempo que distribui 40 vezes mais radiação ao fígado do que a que é possível fornecer através da terapia convencional.

Anteriormente, a Ranbaxy tinha já estabelecido uma parceria com a Zenotech para comercializar os produtos oncológicos desta empresa nos Estados Unidos da América e Canadá.

“Estamos satisfeitos por sermos parceiros da Sitex. Iremos trabalhar com o objectivo de criar uma relação produtiva”, afirmou Sanjeev Dani, vice-presidente e director regional da Ranbaxy para a Ásia e países da Comunidade dos Estados Independentes.

Marta Bilro

Fonte: business-standard.com, University of Maryland Marlene and Stewart Greenebaum Cancer Center.

Sanofi-Aventis processa Barr e Teva para impedir genérico do Uroxatral

A Barr Pharmaceuticals e a Teva USA estão a ser processadas pela farmacêutica francesa Sanofi-Aventis. Em causa estão os planos das empresas norte-americanas para produzir uma versão genérica do Uroxatral (Alfuzosina), um medicamento utilizado no tratamento das manifestações funcionais da hipertrofia benigna da próstata.

De acordo com um comunicado divulgado pela Barr, a empresa terá recebido, em Junho, autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para avançar com uma versão genérica do medicamento, altura em que notificou a detentora da patente. Por sua vez, no dia 21 de Setembro, a Sanofi-Aventis entrou com um processo judicial contra a Barr com a intenção de impedir a comercialização do produto.

No mesmo dia a Sanofi-Aventis apresentou também uma queixa contra a Teva USA, subsidiária norte-americana do laboratório israelita Teva Pharmaceutical Industries, que se prepara igualmente para colocar no mercado norte-americano um genérico do Uroxatral, comercializado na Europa como Benestan.

A hipertrofia benigna da próstata é uma patologia que surge, por norma, a partir dos 50 anos de idade. É uma doença benigna que tem como consequências a diminuição do jacto urinário, urinar frequentemente e em pequenas quantidades de dia e de noite, urgência miccional ou mesmo grande dificuldade em começar a micção, podendo mesmo chegar à retenção urinária, conduzindo à algaliação. Trata-se da doença mais frequente da próstata, benigna, que pode requerer tratamento médico ou cirúrgico.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Forbes, Bloomberg, Portal da Saúde.

Herceptin associado à quimioterapia reduz necessidade de mastectomia

Associar a toma de Herceptin (trastuzumab) à quimioterapia antes da cirurgia pode reduzir o número de mastectomias realizadas em mulheres com cancro da mama. De acordo com um novo estudo, apresentado durante a Conferência Europeia do Cancro, em Barcelona, esta terapia combinada tem uma capacidade três vezes superior para eliminar os tumores do que a aplicação da quimioterapia por si só.

As conclusões foram obtidas através da realização de um ensaio clínico que contou com a participação de mulheres com cancro da mama que tenham tido resultado positivo nos testes à presença do HER2, uma forma rara da doença mas com uma agressividade muito elevada.

O Herceptin é actualmente comercializado nos Estados Unidos da América e na Europa e está indicado no tratamento de doentes com cancro da mama metastático cujos tumores apresentem sobre-expressão do HER2. Esta fórmula da doença é particularmente perigosa, uma vez que os tumores se alastram rapidamente, muitas vezes obrigando à realização de uma mastectomia total.

Os resultados do estudo são bastante satisfatórios, refere a Roche, dado que o tratamento com Herceptin nestas condições pode resultar em mais cirurgias de conservação dos seios e melhorar a sobrevivência. As conclusões do ensaio clínico revelaram que o medicamento em associação com a quimioterapia provoca a remissão total do tumor na mama em 55 por cento doa pacientes com cancro da mama metastático, comparativamente aos 19 por cento registados entre as pacientes que receberam apenas quimioterapia.

Esta associação resultou também na eliminação total dos tumores de ambos os seios bem com dos nódulos em 48 por cento dos pacientes, comparativamente a apenas 13 por cento entre os doentes que receberam apenas quimioterapia. O tratamento foi bem tolerado e apresentou segurança cardíaca aceitável durante o ensaio clínico de última fase, afirmou a Roche em comunicado.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Vídeo relaciona antidepressivos a episódios de suicídio e violência

À medida que aumentam as preocupações e se agravam as suspeitas de que os medicamentos antidepressivos impulsionam os comportamentos suicidas, surge um vídeo no You Tube que tenta passar uma mensagem clara: estes fármacos podem levar ao suicídio e, em alguns casos, a episódios de violência.

Este conjunto de imagens filmadas, cuja autoria não é clara, surge no portal apenas uma semana após a divulgação de um estudo publicado no “The American Journal of Psychiatry” e que indicava que os avisos colocados nas embalagens dos antidepressivos, por decisão da Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA), conduziram a uma diminuição na utilização destas substâncias e a um aumento dos casos de suicídio.

O vídeo faz um apanhado de vários momentos televisivos algo controversos, excertos de uma reunião da FDA acerca dos medicamentos, entrevistas a familiares e críticos, incluindo o testemunho de Joseph Glenmullen e David Healy da Universidade de Gales. As imagens começam por mostrar uma chamada telefónica para o 911 (112) durante a qual uma adolescente da Nova Jérsia ameaça suicidar-se. Tal como noticia o portal Pharmalot.com, as imagens perturbam os mais susceptíveis e têm potencial para deixar furiosos aqueles que acreditam que os antidepressivos são benéficos para os doentes.

“Estas são histórias de famílias reais”, disse Lisa Van Syckel, uma activista cuja família é ouvida no vídeo, citada pelo portal. “Os meios de comunicação social divulgam apenas um fragmento – 30 segundos nos quais um pai faz uma declaração, e depois há um comentário da indústria farmacêutica ou de alguém que realizou ensaios clínicos. O vídeo force uma visão profunda do que aquelas famílias sofreram”, afirmou.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot.com.

Parque das Nações acolhe II Congresso Nacional de Marketing Farmacêutico

Inovação em Marketing é o mote para o II Congresso Nacional de Marketing Farmacêutico, que se realiza no dia 19 de Outubro na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, no Parque das Nações.

Entre os participantes figuram consultores internacionais de renome, como é o caso de Marcel Corstjens, do INSEAD em Paris e de Luiz Moutinho, da Universidade de Glasgow. O evento é organizado pela Associação Portuguesa de Marketing Farmacêutico (Markinfar) e conta com o apoio da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA).

Centrado no poder da mensagem e capacidade de inovação, o congresso conta com a presença de vários Farmacêutico, consultores, docentes universitários, organizações e associações nacionais, bem como fornecedores e parceiros da indústria farmacêutica.

Marta Bilro

Fonte: Saúde na Internet, Associação Portuguesa de Empresas de Estudo de Mercado e de Opinião.

Infarmed ordenou suspensão da utilização
Recolha voluntária do Clebutec-Clebopride

A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) emitiu hoje um comunicado “muito urgente” em que dá conta da decisão tomada voluntariamente pela Almirall Produtos Farmacêuticos Lda. de proceder à recolha dos lotes Z1 e T1A do medicamento Clebutec-Clebopride (comprimidos de 0,5mg), com prazos de validade até Junho de 2011 e Agosto de 2008, respectivamente.
Na circular difundida pelo Infarmed, assinada por Hélder Mota Filipe, vice-presidente do conselho directivo daquela agência, com conhecimento do departamento de Inspecção, esclarece-se que na origem da decisão agora tomada pela empresa farmacêutica está a detecção de alterações nos parâmetros Dureza e Fiabilidade do produto. Na sequência dessa decisão, o Infarmed determina a imediata suspensão da utilização dos referidos lotes daquele fármaco.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Bastonária perempetória no ataque ao novo regime jurídico
“Liberalização também prejudica o Estado”


O novo regime jurídico das farmácias e a liberalização da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica em parafarmácias e nas grandes superfícies comerciais vão, de acordo com a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, contribuir para um resultado penalizador, quer dos utentes, quer do próprio Estado, pelo simples facto de que “haverá uma menor capacidade para os farmacêuticos colaborarem na contenção de custos com os medicamentos, e uma menor capacidade reguladora por parte da tutela”.

Numa longa entrevista ao «Diário de Coimbra» que teve como mote a celebração do Dia Nacional do Farmacêutico, Irene Silveira tece duras críticas à decisão governamental de reformular, naqueles moldes, o esquema de funcionamento do sector, e atesta que não será de esperar, com a implementação destas regras, qualquer melhoria. Peremptória na afirmação de que o novo regime “prejudica Estado e utentes”, a responsável máxima pela Ordem dos Farmacêuticos, eleita há escassos três meses, em pleno turbilhão de mudança no sector, aponta os grandes desafios que se colocam aos 10887 profissionais daquele mister em Portugal, que define como “um elo essencial no sistema de saúde” no nosso país.
Considerando que o Dia Nacional do Farmacêutico, que o calendário consagra aos seus padroeiros, São Cosme e São Damião, deverá constituir um momento de comemoração, mas também de reflexão sobre o presente e o futuro da profissão, Irene Silveira explica que “actualmente ela atravessa um momento particularmente sensível, fruto de algumas alterações que foram preconizadas e introduzidas pelo Governo”. Refere concretamente o novo regime jurídico, que “ao proporcionar o acesso à propriedade de farmácias a não farmacêuticos poderá reduzir a sua intervenção à mera actividade de carácter comercial, colocando em causa princípios como a promoção do uso racional dos medicamentos e a autonomia e independência técnica dos farmacêuticos face aos proprietários. A possível concentração da propriedade e a “verticalização do sector” também geram preocupação na bastonária, bem como o conjunto de novos serviços que poderão vir a ser prestados na rede nacional de estabelecimentos dispensadores de fármacos.
Outros desafios para a classe passam por questões como a instituição de uma carreira farmacêutica no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado. Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, a Ordem já diligenciou no sentido de apresentar algumas propostas ao Ministério da Saúde, que estarão agora a ser analisadas pela tutela e que, segundo Irene Silveira, contemplam “a necessidade de criação, alteração ou manutenção de algumas carreiras especiais”, sendo a conclusão dessa análise aguardada para os próximos dias. “A OF empreendeu bastantes esforços para que a tutela considere e reconheça a importância de uma carreira reservada aos farmacêuticos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”, declarou a bastonária ao «Diário de Coimbra».
Também a regulamentação dos medicamentos veterinários, nomeadamente no que diz respeito à substituição do Infarmed pela Direcção Geral de Veterinária como autoridade nacional reguladora, levanta, segundo a Ordem dos Farmacêuticos, “sérios problemas de saúde pública”, sendo de lamentar a “marginalização da OF e do Infarmed no debate sobre aquele projecto de Decreto-Lei”. No sector as Análises Clínicas, Irene Silveira diz esperar que sejam seguidas as recomendações da Entidade Reguladora da Saúde, que apontam para a reformulação do sistema de convenções entre os operadores privados e o SNS. “Diversas preocupações que temos em mente, e sobre as quais concentraremos os nossos esforços nos próximos tempos, colaborando com o Ministério da Saúde para encontrar uma solução de consenso que vá de encontro às necessidades dos doentes”, resume a bastonária, salientando a disponibilidade do organismo a que preside para um diálogo aberto e construtivo com a tutela.

Carla Teixeira
Fonte: Diário de Coimbra, Ordem dos Farmacêuticos, farmacia.com.pt
Anuário Estatístico de I&D da indústria farmacêutica
Visão geral sobre o sector do medicamento


O norte-americano Centre for Medicines Research International Ltd. acaba de publicar o Anuário Estatístico de Investigação e Desenvolvimento da Indústria Farmacêutica 2007, obra que é já uma referência e uma ferramenta para o planeamento dos negócios mais importantes para os responsáveis pelas decisões em matéria de investimento em I&D e em numerosas áreas da estratégia corporativa nos laboratórios farmacêuticos de todo o mundo. Editado por aquela unidade subsidiária da Thompson Scientific, o livro, também designado como “Factbook”, visa oferecer a mais completa e actualizada visão geral das tendências emergentes no sector.

Partindo de uma análise que incidiu sobre as 20 principais companhias farmacêuticas da actualidade a nível mundial, as que mais investem na pesquisa e no desenvolvimento de novos medicamentos, o Factbook concluiu que as receitas resultantes dos fármacos que foram lançados nos últimos cinco anos representou apenas 16 por cento do volume total das receitas obtidas pelas companhias em 2006, o que significa, segundo o estudo, que, apesar do aumento contínuo e considerável da aposta dos laboratórios naquele sector – tendo em conta que a iminente caducidade de algumas patentes tende a desencadear o esforço maior no sentido da apresentação de novos compostos químicos –, não se nota um sinal claro de um qualquer aumento do número de novos medicamentos no mercado farmacêutico mundial.
O documento constata ainda a existência de a contínua expansão do desenvolvimento clínico em países que não os tradicionalmente líderes nesta matéria (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos), sendo que em 2005 quase metade dos pacientes recrutados para participação em ensaios clínicos não eram naturais de nenhuma daquelas oito regiões principais. Peter Joshua, vice-presidente do centro internacional que produziu o anuário, atesta que ele “fornece considerações muito válidas sobre a atividade de I&D na indústria farmacêutica”, e “pode ajudar as empresas a tomar decisões que permitam diminuir o tempo de desenvolvimento de novos produtos com a sua marca, melhorar a sua eficácia e estabelecer objectivos de desempenho mais precisos, avaliando a performance interna face aos concorrentes”.
A edição deste ano do Anuário Estatístico de I&D da indústria farmacêutica encontra-se disponível na versão impressa e em formato electrónico, fornecido num CD que contém o documento em pdf e powerpoint, com gráficos e comentários dos especialistas que os produziram. Mais informações sobre o Factbook, bem como os pedidos de encomendas, podem ser obtidas em http://www.cmr.org/.

Carla Teixeira
Fonte: Thomson Scientific, PR Newswire
Medicamento oncológico desenvolvido pela GlaxoSmithKline
Tykerb pode impedir metástases no cérebro


Um estudo apresentado na Conferência Europeia sobre Cancro demonstra que a terapia de combinação do Tykerb (lapatinib), desenvolvido pela britânica GlaxoSmithKline, com o Xeloda (capecitabine), comercializado pela suíça Roche, poderá ter um efeito benéfico no combate ao alastramento do cancro da mama, designadamente no que diz respeito à formação de metástases cerebrais. De acordo com informações avançadas pela GSK no âmbito daquele encontro científico, o sucesso da terapia combinada suplanta o da utilização isolada do Xeloda. Segundo os resultados daquele estudo, o investigador John Crown sugeriu igualmente que o Tykerb poderá apresentar vantagens em relação ao Herceptin, também da farmacêutica Roche, no tratamento da neoplasia mamária, se informações adicionais vierem a provar que aquele fármaco é realmente capaz de reduzir o risco de o tumor se disseminar pelo organismo, de modo a atingir o cérebro, onde o medicamento da empresa suíça não tem penetração.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword
Reestruturação anunciada em Thousand Oaks, na Califórnia
Amgen despede 675 funcionários


A companhia farmacêutica norte-americana Amgen está a preparar a eliminação de 675 postos de trabalho na sua sede em Thousand Oaks, na Califórnia. A notícia tinha já sido avançada pela empresa, que actualmente tem 8300 funcionários naquelas instalações, e faz parte de um plano de redução de custos que abrange os escritórios da firma em todo o território norte-americano e em Porto Rico. Depois de, no passado mês de Agosto, a Amgen ter anunciado a intenção de dispensar cerca de 14 por cento da sua força de trabalho, num esforço de reestruturação que terá como efeito uma poupança superior a 1,3 biliões de dólares, adiantando que um total de 700 trabalhadores tinha já aceitado a rescisão amigável, a porta-voz da empresa, Sarah Rockwell explicou que a reforma em curso na Amgen já estava prevista há algum tempo.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, CNN Money, MarketWatch

Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresenta Carta Europeia do Coração


Aproveitando os preparativos para o Dia Mundial do Coração, que se assinala no Domingo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia apresentou, esta terça-feira, a Carta Europeia do Coração, que pretende mobilizar a população e os governos europeus para a prevenção das doenças cardiovasculares, responsáveis pela morte de quase dois milhões de pessoas por ano, na União Europeia.

A Carta Europeia para a Saúde do Coração foi apresentada oficialmente, a 12 de Junho de 2007, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na presença do Comissário Europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, que se comprometeu a mediar a relação com os diversos estados membro, de forma a que a carta seja aprovada em todos os países da união ainda este ano, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

O principal objectivo do documento, elaborado pela European Heart Network e pela Sociedade Europeia de Cardiologia, passa pela sensibilização da população, em geral, e dos Governos, em particular, para a necessidade de prevenir e combater a doença cardiovascular, "a primeira causa de morte entre os homens e mulheres europeus", e também "uma das principais causas de incapacidade e pior qualidade de vida", pode ler-se no preâmbulo do texto.

Segundo o documento, estima-se que a doença cardiovascular custe à economia europeia 169 mil milhões de euros por ano, o que representa um custo total anual de 372 euros per capita, para além dos custos que a perda de produtividade, devido à mortalidade e morbilidade da doença cardiovascular, representam para a União Europeia, estimados em mais de 35 mil milhões de euros.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que uma ligeira redução, de forma simultânea e à escala mundial, da pressão arterial, da obesidade, do colesterol e do consumo de tabaco, levaria à diminuição de mais de metade das fatalidades, que actualmente se situam nos 4,35 milhões de pessoas por ano, nos 52 Estados membros da Região Europeia da OMS e mais de 1,9 milhões na União Europeia.

Como refere Hugo Madeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a carta apresenta um conjunto de sugestões para que "os políticos da Europa se empenhem activamente" no combate aos factores que podem ser mudados, como "o consumo de tabaco, de sal em demasia, o excesso de peso e a obesidade, a diabetes, o stress e o excesso de colesterol".

O responsável aponta mesmo algumas sugestões que os governos europeus podem pôr em prática para combater a doença cardiovascular, que passariam pela “construção de ginásios em toda e qualquer escola, campanhas e legislação contra o tabaco e a alimentação irracional ou a atribuição de benefícios fiscais às empresas que reservassem espaços nos seus edifícios para que os funcionários fizessem exercício”.

Na maioria dos casos, a doença cardiovascular não avisa, dai que a prevenção seja o melhor dos remédios. Não fumar, fazer exercício físico e uma alimentação saudável, evitar excesso de peso, manter a pressão arterial abaixo dos 140/90 e o colesterol controlado, são alguns dos cuidados recomendados na carta.

Inês de Matos

Fonte: Lusa, Público, Alto Comissariado da Saúde

Museu da Farmácia apresenta nova terapêutica para a esclerose múltipla

O Museu da Farmácia vai receber no próximo sábado, dia 29, mais de 100 especialistas em neurologia, num encontro que visa apresentar uma nova terapêutica para a Esclerose Múltipla (EM), uma doença que afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.

O natalizumab é actualmente a única terapêutica biológica indicada na modificação da doença, em pessoas com Esclerose Múltipla muito activa, permitindo uma redução significativa da incapacidade causada pela EM.

Esta terapêutica biológica entrou no mercado americano no ano passado, bem como em alguns países da União Europeia (UE) e em Portugal está disponível desde Junho. É indicada para doentes que apresentem uma resposta inadequada a outras terapêuticas com agentes modificadores da doença, ou que têm uma forma de EM muito activa, com surtos frequentes e múltiplas lesões na ressonância magnética craneo-medular.

Apesar dos resultados positivos, esta terapêutica foi já alvo de polémica, pois em Fevereiro de 2005, a Biogen Idec e a Elan suspenderam voluntariamente o natalizumab do mercado e todos os testes clínicos em realização, tendo como base três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença rara e potencialmente fatal do sistema nervoso central.

Em Outubro do mesmo ano, uma segunda avaliação permitiu perceber que não existiam casos de LPM confirmados, para além dos três anteriormente reportados, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a aceitar, em Novembro, uma nova licença de Aplicação Biológica suplementar ao natalizumab.

Estima-se que no mundo inteiro sejam já mais de 18 mil os doentes que se encontram em tratamento com o natalizumab e em Portugal existem já 15 indivíduos a seguir esta terapia.

Em todo o mundo, existe mais de um milhão de pessoas afectadas pela EM e cerca de 5.000 indivíduos em Portugal, maioritariamente do sexo feminino, sendo que o primeiro surto ocorre geralmente entre os 20 e os 40 anos de idade.

A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central, cujos principais sintomas clínicos traduzem-se geralmente em problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades em andar e paralisia

Inês de Matos

Fonte: D&E, www.esclerosemultipla.wordpress.com
Irlandesa Crospon Medical Devices prepara comercialização
Adesivo inteligente distribui medicação


A Crospon Medical Devices, empresa irlandesa que se dedica ao desenvolvimento de dispositivos e equipamentos médicos, anunciou há poucos dias a intenção de iniciar a comercialização de um adesivo inteligente, que tem a capacidade de administrar, por injecção subcutânea, um ou mais medicamentos no organismo de um paciente, de um modo controlado e sem provocar dor.

De acordo com a empresa irlandesa, o novo produto permite um controlo mais eficaz do tempo para administração de cada dose da medicação indicada para o doente, além de armazenar um histórico de informações relativas às dosagens e aos protocolos firmados em matéria de segurança, para prevenir o eventual surgimento de reacções adversas à medicação utilizada ou a possíveis interacções entre fármacos diferentes. O mecanismo de actuação do novo adesivo, que utiliza micro-agulhas para furar a pele e aceder de um modo mais rápido e directo à corrente sanguínea do doente, foi desenvolvido pela firma norte-americana Hewlett-Packard, fabricante de equipamento informático líder naquele mercado, e poderá, como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, vir a constituir-se como a grande solução para aqueles que necessitam de tomar injecções, mas sofrem de fobia em relação a agulhas.
A Hewlett-Packard, que se celebrizou em todo o mundo pela sigla HP, desenvolveu, em exclusivo para a Crospon, este adesivo, baseado na tecnologia do jacto de tinta utilizada nas suas impressoras, em que o princípio é em tudo similar ao dos pensos de nicotina, que permitem a absorção daquela substância pela pele. Por cada polegada quadrada o penso contém 900 mil microagulhas, vários microprocessadores e uma unidade térmica. Os medicamentos contidos no penso são aquecidos e injectados pelas microagulhas, e os processadores podem monitorizar a injecção, estabelecer a dosagem e a frequência de administração durante longos períodos ou em resposta aos sinais vitais do doente, como a pressão arterial.
O vice-presidente do departamento de licenciamentos de propriedade intelectual da HP, Joe Beyers, explicou que “é possível administrar várias combinações de medicamentos em alturas distintas”. A Crospon Medical Devices é uma entidade privada baseada na localidade de Galway, na Irlanda, e foi fundada apenas em 2006, com o intuito de criar e desenvolver equipamentos minimamente invasivos para monitorizar, diagnosticar e tratar doenças, designadamente nas áreas da endocrinologia e da gastroenterologia

Carla Teixeira
Fonte: Crospon, iGov, farmacia.com.pt

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Suplementos vitamínicos podem danificar células sadias

Estudo dinamarquês
sugere que uso
continuado potencia
risco de morte precoce

Os suplementos antioxidantes, compostos pelas vitaminas A, E e beta-carotene podem encurtar o tempo de vida. A conclusão é de um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Copenhaga e publicado no «Journal of the American Medical Association».

De acordo com a investigação – que analisou também estudos anteriores - o uso continuado de suplementos vitamínicos poderá potenciar o risco de uma morte precoce. Segundo explicaram os cientistas de Copenhaga “certas vitaminas consomem as moléculas radicais livres – uma defesa natural produzida pelo corpo - podendo danificar as células sadias.”

Estes investigadores acreditam que, afinal, estas alterações podem potenciar o risco de cancro ou doenças cardiovasculares: “Comprovámos que – se tomados com frequência - os três suplementos (vitamina A e E e beta-carotene) tinham entre 7% e 16% de probabilidades de encurtar a vida,” salientaram no artigo.

Houve, entretanto, especialistas renitentes sobre a ideia de que um antioxidante pudesse espoletar doenças cardiovasculares. Neste sentido, avaliaram o conteúdo dos suplementos, tendo constatado que, apenas as vitaminas C e de selénio não constituem qualquer problema para o consumidor, ressalvando ainda que, “as enzimas protegem 99% dos danos causados pela oxidação.”

Reticentes estão, também, os nutricionistas que, ao alegar um certo “nevoeiro” envolta dos verdadeiros benefícios destes suplementos, apontaram, por isso, como solução preferencial uma dieta equilibrada: “O corpo produz os seus próprios antioxidantes, um processo favorecido pelo exercício físico e por uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.”

Estimando-se que, cerca de 20% da população europeia (adultos) e mais de 6% de portugueses, têm por hábito consumir estes complementos, o certo é que, a divulgação deste estudo poderá provocar grande turbulência num mercado onde estes produtos figuram há décadas.

Contactada pelo farmacia.com.pt, fonte de um laboratório farmacêutico nacional desdramatizou o estudo, manifestando-se apologista dos antioxidantes: “São um grupo de vitaminas, minerais, enzimas e outras substâncias que combatem os efeitos prejudiciais dos radicais livres de oxigénio, produzidos devido ao consumo de tabaco, álcool ou drogas, maus hábitos alimentares, stress, sedentarismo, exposição a produtos tóxicos ambientais e outros factores”, esclareceu, contrapondo que, “estas moléculas altamente instáveis são responsáveis pelo fenómeno conhecido como stress oxidativo, danificando as células e os genes, e favorecendo sim, deste modo, o envelhecimento precoce e o aparecimento de determinadas doenças.”


Raquel Pacheco
Fonte: Medscape/«Journal of the American Medical Association»/contacto telefónico

Museu da Farmácia apresenta nova terapêutica para a esclerose múltipla

O Museu da Farmácia vai receber no próximo sábado, dia 29, mais de 100 especialistas em neurologia, num encontro que visa apresentar uma nova terapêutica para a Esclerose Múltipla (EM), uma doença que afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo.

O natalizumab é actualmente a única terapêutica biológica indicada na modificação da doença, em pessoas com Esclerose Múltipla muito activa, permitindo uma redução significativa da incapacidade causada pela EM.

Esta terapêutica biológica entrou no mercado americano no ano passado, bem como em alguns países da União Europeia (UE) e em Portugal está disponível desde Junho. É indicada para doentes que apresentem uma resposta inadequada a outras terapêuticas com agentes modificadores da doença, ou que têm uma forma de EM muito activa, com surtos frequentes e múltiplas lesões na ressonância magnética craneo-medular.

Apesar dos resultados positivos, esta terapêutica foi já alvo de polémica, pois em Fevereiro de 2005, a Biogen Idec e a Elan suspenderam voluntariamente o natalizumab do mercado e todos os testes clínicos em realização, tendo como base três casos de leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença rara e potencialmente fatal do sistema nervoso central.

Em Outubro do mesmo ano, uma segunda avaliação permitiu perceber que não existiam casos de LPM confirmados, para além dos três anteriormente reportados, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a aceitar, em Novembro, uma nova licença de Aplicação Biológica suplementar ao natalizumab.

Estima-se que no mundo inteiro sejam já mais de 18 mil os doentes que se encontram em tratamento com o natalizumab e em Portugal existem já 15 indivíduos a seguir esta terapia.

Em todo o mundo, existe mais de um milhão de pessoas afectadas pela EM e cerca de 5.000 indivíduos em Portugal, maioritariamente do sexo feminino, sendo que o primeiro surto ocorre geralmente entre os 20 e os 40 anos de idade.

A esclerose múltipla é uma doença crónica do sistema nervoso central, cujos principais sintomas clínicos traduzem-se geralmente em problemas de visão, perda de equilíbrio, dormência, dificuldades em andar e paralisia

Inês de Matos

Fonte: D&E, www.esclerosemultipla.wordpress.com

Fractura óssea: suplemento de cálcio reduz risco em idosos

Estudo australiano revela que tratamento realizado em voluntários foi benéfico em 24%

É mais um estudo que reforça a teoria de que um suplemento de cálcio puro reduz o risco de fractura óssea em idosos. Desta vez, a investigação é australiana e foi, recentemente, publicada na revista «The Lancet».

O número de fracturas da anca, favorecidas pela fragilidade óssea ou por osteoporose relacionada com o envelhecimento, pode triplicar no mundo, entre 1990 e 2050, passando de 1,7 milhão a 6,3 milhões. Uma realidade alarmante que tem vindo a ser objecto de estudo pela comunidade científica e cujos resultados o farmacia.com.pt tem vindo a divulgar.

Benjamin Tang, da University of Western Sydney, na Austrália, e um dos principais autores do estudo, anunciou àquela revista científica ter comprovado que “o suplemento de cálcio puro ou combinado com a vitamina D reduz em 12% o risco de fractura provocada pela osteoporose após os 50 anos.”

Segundo informou o investigador, o resultado teve por base a análise de 29 pesquisas que envolveram cerca de 64 mil idosos, revelando que “nos estudos onde os voluntários cumpriram correctamente o tratamento (taxas de pelo menos 80%), o risco de fractura foi reduzido em cerca de 24%.”

Tang explicou à «The Lancet» que os 29 ensaios analisados referiam-se, unicamente, ao suplemento de cálcio, excluindo o impacto da alimentação. Sublinhando que “para uma terapêutica de duração média de três a cinco anos, a redução do risco de fractura é acompanhada de uma redução da perda óssea na anca e da coluna vertebral”, o cientista australiano ressalvou que “a adição de vitamina D ao cálcio não afecta significativamente a eficácia do resultado.”

Raquel Pacheco
Fonte: «The Lancet»

Ensaios clínicos: Empresa desenvolve solução para acelerar recrutamento de voluntários

A BlueLithium, uma empresa de publicidade canadiana, lançou um novo sistema de on-line que permite às empresas farmacêuticas ultrapassar algumas barreiras no que toca ao recrutamento de pacientes para a realização de ensaios clínicos.

O processo de angariação de participantes para os ensaios clínicos ocupa, actualmente, um terço do tempo dispendido com os estudos, e cerca de metade do tempo relativo a atrasos nos ensaios clínicos fica a dever-se a questões relacionadas com o recrutamento. Na realidade, conseguir encontrar pacientes dispostos a participar nas investigações não é nada fácil, uma vez que estes estão muitas vezes alheios aos procedimentos.

Estas demoras custam às farmacêuticas perdas nas vendas de mais de 350 milhões de euros no caso de produtos especializados, e de 6,7 milhões de euros quando se trata das marcas de maior sucesso no mercado. Por outro lado, provocam um aumento significativo no preço dos ensaios clínicos ainda em desenvolvimento.

Face a esta realidade, um número crescente de empresas procura desenvolver soluções para estes problemas que bloqueiam a inscrição de voluntários nos estudos clínicos. De acordo com o portal In-PharmaTechnologist.com, a nova ferramenta on-line da BlueLithium foi desenvolvida em colaboração com o grupo Morefocus, uma outra empresa californiana especializada na publicação on-line de informação sobre saúde.

“Historicamente, encontrar indivíduos para participar em ensaios clínicos tem sido um processo longo e dispendioso”, afirmou Jay Webster, director geral da BlueLithium Performance Network, acrescentando que o objectivo da parceria é alterar este paradigma.

A ferramenta proporciona apoio em todas as fases de recrutamento do ensaio clínico. Segundo a BlueLithium, o suporte on-line tem capacidade para chegar a 119 milhões de utilizadores, ou 68 por cento de todos os cibernautas norte-americanos e conduzi-los através do conteúdo editorial que aborda as especificidades inerentes a cada doença e ao tratamento, informações que serão fornecidas pela Morefocus.

As empresas responsáveis acreditam que esta solução vai permitir às farmacêuticas atingir os objectivos traçados relativamente à obtenção de candidatos para os ensaios clínicos “em apenas alguns dias”, em vez dos habituais “meses ou anos”.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com, marketwire.com.

EMEA recomenda nova indicação para terapia combinada para a hepatite C

A Agência Europeia dos Medicamentos (EMEA) emitiu uma opinião positiva recomendando a aprovação da terapia de combinação com PegIntron (Peginterferão alfa-2b) e Rebetol (ribavirina), da Schering-Plough Corporation, para pacientes adultos com hepatite C crónica, que não responderam aos tratamentos anteriores.

A companhia indicou que a terapia de combinação, caso seja aprovada, será a única terapia para a hepatite C disponível na União Europeia indicada para casos em que o tratamento anterior falhou.

Esta opinião positiva baseou-se nos dados do ensaio EPIC3, ainda a decorrer, que envolve 1 336 pacientes com fibrose ou cirrose moderada a grave, nos quais os tratamentos anteriores de combinação alfa-interferão/ribavirina falharam, e foram tratados novamente com a terapia de combinação da Schering-Plough.

Neste estudo, 57 por cento dos pacientes (282 em 499) que apresentaram uma carga viral não detectável na semana 12, seguiram para atingir uma resposta virológica sustentada (RVS) na semana 48 da terapia. No geral, aproximadamente 37 por cento dos pacientes apresentava uma carga viral não detectável na semana 12, e 23 por cento atingiram uma RVS.

A terapia de combinação com PegIntron e Rebetol já está aprovada, na Europa, para pacientes com hepatite C crónica que não receberam tratamento anteriormente.

Estima-se que a hepatite C crónica afecta mais de 10 milhões de pessoas nos maiores mercados mundiais, incluindo cinco milhões na Europa. É a principal causa de doença hepática crónica e uma das razões mais comuns para transplante do fígado na Europa.

A recomendação do Comité dos Medicamentos para Uso Humano (CHMP), da EMEA, é a base para a aprovação, por parte da Comissão Europeia, para os pacientes dos 27 Estados-Membros, mais a Islândia e a Noruega.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg,
www.sch-plough.com

Estudo: Actonel reduz para metade o risco de reincidência de fractura osteoporótica

Novos dados demonstram que o Actonel 5mg (comprimidos de risedronato de sódio) reduz para metade o risco de fracturas clínicas, durante três anos, nas mulheres pós-menopáusicas com osteoporose, que sofreram previamente uma fractura de anca, em comparação com placebo.

Para este estudo foram seleccionados pacientes do ensaio Actonel HIP, com idades compreendidas entre os 70 e os 79 anos, que apresentavam uma baixa densidade mineral óssea e que já tinham sofrido, pelo menos, uma fractura de anca. A incidência de fracturas clínicas associadas à osteoporose, durante três anos, nos pacientes que receberam risedronato 5mg foi de 13 por cento (12 casos em 106 pacientes), em comparação com os 28,4 por cento (27 de 111 pacientes) que receberam placebo, o que representa uma redução de 50 por cento do risco de fractura com o Actonel.

O Actonel, da Sanofi-Aventis e da Procter & Gamble Pharmaceuticals, pertence a um grupo de fármacos não hormonais denominados bifosfonatos, utilizados no tratamento de doenças ósseas.

A existência de uma fractura prévia é um factor de alto risco para a existência de futuras fracturas. Quando uma mulher pós-menopáusica sofre uma fractura de anca, o risco de sofrer outra fractura no mesmo sítio, ou em qualquer outro, é duplicado. Apesar disso, muitos estudos indicam que os idosos com fractura de anca raramente recebem tratamento contra a osteoporose. Apenas 13 por cento dos pacientes com fractura de anca receberam tratamento no ano a seguir à fractura.

Segundo o principal investigador do estudo e fundador da Oregon Osteoporosis Centre de Portland, Dr. Michael McClung, os médicos querem ter a segurança de que a terapia é eficaz, na altura de tratar os diferentes graus de intensidade da doença. Neste estudo, o risedronato reduziu eficazmente o risco de fractura, em pacientes com osteoporose grave.

Os dados do estudo, resultantes de uma análise retrospectiva do ensaio Actonel HIP2, foram apresentados na 29ª Reunião Anual da American Society for Bone and Mineral Research (ASBMR). O estudo foi patrocinado pela “The Alliance for Better Bone Health”.

A osteoporose afecta, aproximadamente, 75 milhões de pessoas na Europa, Estados Unidos e Japão. Somente na Europa, a cada 30 segundos, produz-se uma fractura associada à osteoporose.

Em 2000, na Europa, os custos directos estimados das fracturas associadas à osteoporose foram de 31,7 milhões de euros e prevê-se que aumentem até aos 76,7 milhões de euros em 2050, segundo as alterações previstas relativas ao perfil da idade da população europeia.

Isabel Marques

Fontes: PMFarma, www.corondel.com, http://db.doyma.es, Infarmed

Futuro da indústria farmacêutica indiana depende da capacidade de inovação

Descoberta de fármacos e biosimilares são trunfos essenciais

O sucesso futuro da indústria farmacêutica indiana está dependente da sua capacidade para ultrapassar o excesso de confiança depositado nas produtoras de baixo custo e, ao mesmo tempo, estimular a inovação. Esta foi uma ideia apresentada por Satish Reddy, director de produção e operações da Dr Reddys, durante o discurso inaugural da Interphex. O responsável vê na descoberta de fármacos e nos biosimilares oportunidades particularmente relevantes.

“A inovação só começou a acontecer na Índia ao longo dos últimos anos mas é ela que vai comandar o verdadeiro valor do mercado do país”, afirmou o representante da farmacêutica indiana, durante o discurso de inauguração da Interphex, uma das mais importantes feiras de produtos farmacêuticos, que decorreu entre os dias 12 e 14 de Setembro, em Bombaim, na Índia, citado pelo portal Drugresearcher.com.

Actualmente, a Índia detém o domínio mundial sobre a produção de ingredientes farmacêuticos activos (APIs), uma vez que cerca de um em cada dois APIs têm origem naquele país asiático, e o mercado continua a crescer. Apesar dos bons resultados, esta indústria não deve assumir uma postura arrogante, defende Reddy. Isto porque, o responsável acredita que o domínio indiano neste sector só pode manter a sustentabilidade caso as empresas comecem a concentrar-se na inovação, e se transformem a si próprias de forma a oferecerem um serviço de descoberta de fármacos mais valioso do que os sistemas tradicionais.

A maioria dos produtores indianos de APIs concentra-se apenas em oferecer custos reduzidos, no entanto, segundo Reddy, os encargos dessas empresas crescem 30 por cento ao ano. A situação tende a tornar-se insustentável, visto que os custos logísticos são, por si só, já bastante elevados, e à medida que os salários aumentam e a rupia valoriza, o preço da competitividade no país vai sofrer um acréscimo rigoroso.

De acordo com Reddy, os biosimilares representam uma “enorme” oportunidade para a Índia aumentar o capital do país, mantendo a sua tradição enquanto foco central no sector dos genéricos. Até porque, o mercado global de medicamentos biotecnológicos apresenta uma tendência de crescimento que deverá subir dos actuais 43 mil milhões de euros, para os 70,8 mil milhões de euros em 2010.

“A Dr Reddy desenvolveu recentemente o primeiro anticorpo monoclonal biosimilar do mundo”, salientou. Este é outro dos sectores que Reddy acredita ser essencial para as empresas produtoras de APIs.

“As empresas precisam de começar já a pensar numa forma de encontrar o equilíbrio entre fazer investimentos elevados na inovação e ajudar a traçar o crescimento futuro, ao mesmo tempo que geram um crescimento das receitas a curto prazo, de forma a repartir os elevados riscos do mercado de desenvolvimento de fármacos”, afirmou Reddy.

As empresas indianas têm vindo a aumentar lentamente as suas colaborações com empresas multinacionais. As parcerias e acordos de cooperação em desenvolvimento e descobertas, bem como a prestação de serviços nesta área têm-nas colocado cada vez mais dentro deste sector de negócios.

Porém, existem ainda algumas barreiras que precisam de ser ultrapassadas. Há falta de especialistas no ramo da descoberta de fármacos, sendo que não há actualmente nenhuma empresa indiana com capacidade para suportar o processo completo que vai desde o desenvolvimento de um fármaco até à sua comercialização. Para além disso, há falta de institutos de investigação e financiamentos governamentais, escasseiam os talentos com especialização em áreas específicas, e são raros os líderes científicos, especialmente os que estão envolvidos em actividades de ponta, referiu Reddy. A este enunciado de obstáculos acresce ainda o facto do sistema de reforço de patentes estar ainda no início.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, interphex.com.

AstraZeneca aposta em terapias para sistema respiratório

Farmacêutica investe 219 milhões de euros em tecnologia da Verus Pharmaceuticals

A AstraZeneca está a apostar num aumento do seu portfolio na área dos medicamentos para o tratamento da asma. A farmacêutica anglo-sueca pagou 219,2 milhões de euros para adquirir sistema de veiculação de fármacos pediátricos da Verus Pharmaceuticals.

Segundo os termos do acordo, a Versus deverá receber um pagamento adiantado no valor de 21,2 milhões de euros e mais 198 milhões de euros relativos ao reembolso de despesas de desenvolvimento e potenciais ganhos.

A Versus, empresa especializada no ramo pediátrico, pretende voltar a concentrar-se no desenvolvimento de terapias para necessidades não preenchidas associadas a doenças atópicas, referiu o director de operações da empresa, Robert Keith.

A AstraZeneca tem já uma importante presença no sector das doenças respiratórias através do Symbicort (Budesonida + Formoterol), um medicamento indicado no tratamento da asma e da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. Fora do mercado norte-americano, onde só foi lançado em Junho deste ano, fármaco rende anualmente mais de 850 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Genengnews.com, Infarmed.

Shampoo & Bálsamo Sport Line da Fila Cosmetics retirado do mercado

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a retirada do mercado nacional do Shampoo & Bálsamo Sport Line da marca Fila Cosmetics. Em causa está a presença, na composição deste produto, de uma substância proibida.

Num comunicado emitido esta terça-feira, o Infarmed refere que foi detectada no Shampoo & Bálsamo Sport Line da marca Fila Cosmetics a presença de N-nitrosodietanolamina, um composto proibido em produtos de cosmética e higiene corporal. Nesse sentido, a autoridade reguladora do sector informa as entidades envolvidas no circuito de distribuição e comercialização do referido produto que a comercialização do mesmo fica imediatamente suspensa.

O Infarmed adverte também os consumidores que tenham adquirido ou que estejam a utilizar o produto para se absterem de o fazer e para comunicarem à autoridade fiscalizadora caso a presença do mesmo seja detectada no mercado.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

GSK, Novartis, Sanofi, Bayer e AstraZeneca entre as 50 melhores marcas europeias

Eurobrand avaliou mais de 3.000 empresas

As farmacêuticas GlaxoSmithKline, Novartis, Sanofi-Aventis, Bayer e AstraZeneca estão entre as 50 melhores marcas europeias, revela um relatório do Instituto Europeu de Marcas (Eurobrand). A GlaxoSmithKline é a mais bem posicionada, ocupando o 20º lugar do ranking na tabela de classificação geral.

De acordo com o documento publicado no portal do Eurobrand citado pelo portal Finanzas.com, logo depois do laboratório britânico surge a Novartis, na 27ª posição, a Sanofi-Aventis, na 29ª, a Bayer, na 42ª, e a AstraZeneca, que ocupa o 46º posto da lista.

O relatório analisou mais de três mil marcas de empresas europeias bem como insígnias individuais de 24 países, que foram avaliadas de acordo com a evolução do negócio, a situação competitiva, a posição de mercado, a percepção e o comportamento dos grupos, os objectivos das empresas, os investimentos e o potencial para o futuro.

Para além destes parâmetros, para determinar o valor total da marca foram também tidos em conta os lucros gerados pelas empresas e a correlação entre a criação de marcas importantes e a riqueza do país, relacionando o valor estimado das dez primeiras marcas de cada país com o seu produto interno bruto (PIB).

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Finanzas.com.

Roche processa Dr Reddy para bloquear genérico do Boniva

A farmacêutica suíça Roche apresentou uma queixa na justiça norte-americana contra a Dr Reddy. O objectivo é fazer com que o laboratório indiano seja impedido de comercializar uma versão genérica do Boniva (Ibandronato de sódio), um medicamento destinado ao tratamento da osteoporose.

O processo deu entrada num tribunal da Nova Jérsia depois da Dr Reddy ter dado a conhecer à Roche as suas intenções de lançar, no mercado norte-americano, um genérico da dosagem de 150mg do Boniva, revelou Martina Rupp, porta-voz da empresa.

A Roche alega que o Boniva, comercializado na Europa como Bonviva, está protegido por patentes que expiram apenas entre 2012 e 2023.

Esta é a segunda vez no espaço de um mês que a Roche se vê confrontada com a possibilidade de comercialização de um genérico deste medicamento. Tal como foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, no inicio de Setembro a Roche processou a farmacêutica israelita Teva que pretendia igualmente colocar no mercado norte-americano um genérico do Boniva.

As vendas do medicamento renderam, em 2006, perto de 296 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Market Watch, Farmacia.com.pt.

UE aprova novo medicamento da Pfizer contra o HIV

Selzentry representa classe de fármacos inovadores contra a Sida

A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Selzentry (maraviroc), um medicamento da farmacêutica Pfizer destinado ao tratamento de pacientes com HIV. O fármaco é o primeiro de uma nova classe de medicamentos de administração oral anti-HIV a ser colocado no mercado.

O Selzentry, comercializado nos Estados Unidos da América desde Agosto, bloqueia o CCRC, co-receptor que funciona como porta de entrada principal para o vírus nas células imunitárias humanas. O medicamento actua impedindo o vírus do HIV de entrar nas células sãs do sistema imunitário, em vez de atacar o próprio vírus.

A decisão era aguardada desde Julho, altura em que um painel de especialistas europeus recomendou a aprovação do medicamento. A utilização de Selzentry é indicada em pacientes que começam a não reagir a outras terapias e nos doentes em que o teste diagnóstico confirme que a estirpe do vírus está relacionada com o receptor CCR5.

As previsões dos analistas indicam que as vendas anuais do medicamento possam atingir os 355 milhões de euros em 2011.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, CNN Money, Forbes, Farmacia.com.pt.

Eli Lilly processa Sun Pharmaceutical para impedir genérico do Strattera

A farmacêutica norte-americana Eli Lilly processou a empresa Indiana Sun Pharmaceutical Industries Ltd. para evitar a comercialização de uma versão genérica do Strattera (hidroclorído de atomoxetina), um medicamento utilizado no tratamento do défice de atenção/hiperactividade.

A Sun Pharmaceutical aguarda autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar uma versão genérica do medicamento. Por sua vez, a queixa apresentada pela Eli Lilly num tribunal de Detroit apela à FDA para que a aprovação do genérico seja suspensa até 2017, altura em que expira a patente do Strattera.

“A Lilly será irreparavelmente prejudicada” caso a aprovação do genérico não seja bloqueada, refere a queixa apresentada. A Sun Pharmaceutical justificou a sua atitude perante a FDA com o argumento de que a patente é inválida e que, por isso, não estão a infringi-la.

O medicamento é comercializado em Portugal desde Outubro de 2005 e indicado para o tratamento da Perturbação de Hiperactividade e Deficiência de Atenção em crianças com 6 anos de idade ou mais e em adolescentes como parte de um programa terapêutico integrado.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Indianapolis Business Journal, Infarmed, Farmacia.com.pt.

farmacia.com.pt divulga programa de celebrações
Dia Nacional do Farmacêutico no Porto


A edição deste ano do Dia Nacional do Farmacêutico celebra-se nesta quarta-feira, e tal como o farmacia.com.pt tinha já anunciado, a cidade do Porto volta a acolher o evento, três anos depois da última vez em que tal aconteceu. No dia dedicado a São Cosme e a São Damião, padroeiros do mister, serão vários e de diferentes quadrantes do sector da Saúde os oradores no evento, que terá como anfitrião o presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos, Franklim Marques.

O início da cerimónia oficial de celebração está agendado para as 15 horas, nas Caves Porto Calém, que ainda antes da sessão de abertura do Dia Nacional do Farmacêutico serão visitadas pelos participantes e convidados na cerimónia. Franklim Marques será, na qualidade de anfitrião, o primeiro orador da tarde, numa curta intervenção a que se seguirá o discurso de Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que dissertará sobre «O lugar do farmacêutico no processo de cuidar do outro». Por volta das 16h40 deverá usar da palavra o primeiro bastonário da Ordem, Francisco Carvalho Guerra, que fará, de acordo com o programa, algumas «Reflexões sobre as Ciências Farmacêuticas». Seguir-se-á depois a cerimónia comemorativa, com a entrega de medalhas e diplomas aos membros da OF que agora completam 50 anos de licenciatura.
A sessão de oratória será retomada logo depois, cerca das 17h15, com uma alocução do professor catedrático da Universidade do Porto e ex-ministro da Economia Daniel Bessa, que antecede um momento tradicional de todas as celebrações do Dia Nacional do Farmacêutico: a cerimónia de entrega dos Prémios Sociedade Farmacêutica Lusitana. Falará depois o catedrático da Universidade de Madrid António Sillero, para o relato de «Algumas vivências pessoais sobre a investigação científica», intercalando-se depois nova sessão de entrega de prémios, desta vez os galardões atribuídos pela Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos. Álvaro Santos Almeida, líder do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Saúde, rubricará a última intervenção antes do Juramento Farmacêutico, aprazado para as 19h15, após o que discursará, no âmbito da sessão de encerramento do evento, a bastonária da OF, Irene Silveira. Pelas 20h30 realizar-se-á o jantar comemorativo da efeméride.
Como o farmacia.com.pt tinha já avançado, desde a sua primeira edição o Dia Nacional do Farmacêutico tem como objectivo primacial a promoção do encontro entre as várias gerações daqueles profissionais de saúde, que operam também em diferentes áreas de actividade, enaltecendo, junto de toda a sociedade, os importantes méritos e contributos da profissão farmacêutica para a dinamização de um melhor cenário da saúde pública. A Ordem já disponibilizou, na sua página electrónica (www.ordemfarmaceuticos.pt/), os formulários para inscrição nas celebrações do Dia Nacional do Farmacêutico.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos

Conferência “Saúde e Migrações na UE” começa quinta-feira


A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebe já nos próximos dias 27 e 28, a conferência europeia “Saúde e Migrações na UE”, subordinada ao tema “Melhor Saúde para Todos Numa Sociedade Inclusiva”, um evento organizado no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

A conferência, que marca a principal iniciativa da Presidência Portuguesa, face à saúde, conta com a coordenação científica de Ana Fernandes, da Escola Nacional de Saúde Pública e com o apoio do Grupo de Projecto da Saúde para a Presidência. O principal objectivo deste evento passa por realçar a importância da saúde e do acesso aos cuidados de saúde para os cidadãos da UE e para todos os recém-chegados.

De acordo com o portal da Presidência Portuguesa da UE, o fenómeno das migrações internacionais continua em expansão um pouco por todo o mundo, tendo-se registado também o aumento a intensidade e o ritmo dos movimentos populacionais, que geralmente têm a Europa como principal centro de convergência de fluxos, originários de várias partes do Mundo.

Consciente da necessidade que a Europa tem de receber imigrantes, devido ao envelhecimento da população europeia e de ser preciso preencher as necessidades de mão-de-obra, a Presidência Portuguesa pretende alertar para o momento crítico que a união atravessa, dai que a saúde e as migrações tenham sido eleitos como tema central da Presidência Portuguesa da UE.

Inês de Matos

Fontes: Portal da Saúde, Portal da Presidência Portuguesa da UE

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Oncologistas acusam directiva europeia de limitar diagnóstico do cancro

Os médicos oncologistas europeus contestaram hoje, durante a European Cancer Conference, a directiva comunitária 2004/40/EC, que pretende limitar o uso de Ressonância Magnética (RM) nos países-membros, de forma a proteger os operadores da exposição aos campos electromagnéticos.

A directiva em causa foi proposta pelo Comissário Europeu do Emprego e pretende minimizar a exposição dos profissionais de saúde a campos electromagnéticos, devendo entrar em vigor, em todos os países membros, em Abril de 2008. Contudo, para os oncologistas esta imposição de limites ao uso da RM vai prejudicar o diagnóstico e tratamento do cancro.

Segundo Dag Rune Olsen, que trabalha em radioterapia experimental em Oslo, Noruega, e é presidente da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO), "actualmente na Europa realizam-se oito milhões de explorações de pacientes por RM". Mas esta realidade deverá ser alterada com a entrada em vigor da directiva, que “impõe limites tais na exposição laboral à radiação que serão ultrapassados por qualquer pessoa que trabalhe ou se encontre perto de um equipamento de RM", salienta, assegurando que "a directiva pode afectar inclusive o pessoal de manutenção e reparação do equipamento".

A polémica acerca dos malefícios da RM já é antiga, mas foi depois de uma sondagem de opinião realizada à escala europeia, onde se concluiu que a grande maioria dos cidadãos da União europeia (UE) tinha a percepção de estar inadequadamente protegida pelas autoridade contra o potencial risco para a saúde criado pelos campos electromagnéticos (CEM), que o Comissário Europeu do Emprego decidiu avançar com a proposta.

Face aos resultados do eurobarómetro, Rune Olsen declarou que “se o público estivesse informado sobre a dita contribuição, estou seguro de que estaria tão desejoso como eu de que continuasse a permitir-se o uso de RM”, aproveitando ainda para salientar que o uso de RM representa para o diagnostico médico, um valor acrescido.

“O desenvolvimento de políticas deveria basear-se na ciência sólida e, que eu saiba, não existe evidência científica dos efeitos negativos para a saúde a longo prazo devido à exposição aos campos electromagnéticos estáticos ou variáveis que se produzem durante um exame de RM", disse o especialista.

Os oncologistas têm contestado as decisões políticas da Comissão Europeia, argumentando que as mesmas vão prejudicar o tratamento do cancro na Europa e salientam que é altura de os políticos escutarem os especialistas.

A Health and Safety Executive (HSE) publicou, no passado mês de Junho, um estudo britânico sobre a exposição do operador aos campos electromagnéticos gerados por RM, que vem atestar os argumentos dos especialistas. O estudo revelou que qualquer pessoa que se encontre no raio de um metro de um tomógrafo de Ressonância Magnética em uso, ultrapassaria os limites de exposição impostos pela directiva.

De qualquer forma a Comissão Europeia já admitiu reconsiderar o assunto, adiantando estar a ponderar sobre possiveis emendas à directiva, ou através da prorrogação do prazo de aplicação da directiva, ou tomando em consideração o estudo da HSE, assim como um outro que encomendou e que será publicado no próximo mês de Outubro.

Olsen realça que "na sua actual forma, a directiva coloca problemas concretos ao pessoal de saúde que atende crianças, velhos ou pacientes anestesiados e que necessitam de ajuda durante o exame", acrescentando ainda que também porá fim à utilização de procedimentos de RM com fins cirúrgicos, de intervenção e de investigação.

John Smith, presidente da Federation of European Cancer Societies (FECS - federação das sociedades europeias contra o cancro), apela aos médicos de oncologia que lutem por um papel activo, de forma a conseguir políticas que assegurem que as futuras legislações não tenham um impacto negativo semelhante.

Smith acredita que a directiva vai levar ao aumento dos custos do tratamento do cancro e da colaboração internacional na investigação com células-mãe - um campo legislado de forma muito diferente pelos diversos países europeus.

“É imperativo encontrar formas para melhorar a eficácia do custo no tratamento do cancro em geral e em especial o uso das drogas. A melhoria da eficácia do custo de medicamentos é uma prioridade fundamental para o sector, os políticos e o público em geral", considerou.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Alzheimer: Tornar a demência uma prioridade política

Câmara Municipal de Lisboa assina Declaração de Paris

A Câmara Municipal de Lisboa está empenhada em colocar a demência na agenda dos decisores portugueses. Isso mesmo foi demonstrado esta sexta-feira, altura em que as vereadoras Ana Sara, Helena Roseta e Gabriela Seara assinaram a Declaração de Paris, “um documento fundamental que representa os interesses de todas as associações europeias na área de Alzheimer”, e chama a atenção para aquele que é “um problema maior de saúde pública”, afirmou Maria do Rosário Zincke dos Reis, presidente da Associação Alzheimer Portugal (APFADA).

A assinatura do documento, que teve lugar no Fórum Lisboa, foi uma das iniciativas inseridas na comemoração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer. A Declaração de Paris, aprovada na Assembleia-Geral da Alzheimer Europe de 2006, em Paris, consagra as ideias chave e as linhas de acção do movimento europeu sobre as demências. É um apelo a todas as organizações e associações para que se “desenvolvam programas europeus, internacionais e nacionais que respondam adequadamente aos desafios colocados pelo número crescente de pessoas com demência”, salientou Maria do Rosário Zincke dos Reis.

Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt, a presidente da APFADA, dá a conhecer os objectivos deste comprometimento, que descreve como “um sim convicto a tornar a demência numa prioridade de agenda dos decisores tendo em conta todas as implicações à volta da patologia quer para a pessoa com doença de Alzheimer quer para os seus familiares, normalmente os cuidadores”.

A Declaração de Paris, sinónimo de preocupação e alerta para esta causa, conta já com a assinatura de várias personalidades políticas europeias, entre as quais, Philippe Bas, ministro francês da Segurança Social, e dos deputados europeus Alessandro Battilocchio e Roselyne Bachelot. A lista completa de assinaturas deverá ser submetida pela APFADA ao Comissário Europeu da Saúde até ao final do ano.

Marta Bilro

Fonte: APFADA, Portal da Saúde.

Rastreios oftalmológicos para alunos das escolas básicas do seixal

A Comissão Social da Junta de Freguesia de Amora (CSF de Amora) iniciou, esta segunda-feira, um ciclo de rastreios oftalmológicos aos alunos de várias escolas básicas do concelho do Seixal, uma iniciativa que vai decorrer até dia 8 de Outubro.

O projecto nasce da colaboração do Instituto Óptico e da Óptica Maia, e tem como principais destinatários os cerca de 1200 alunos dos primeiros e segundos anos, do 1º Ciclo e tem como objectivo despistar possíveis problemas oftalmológicos, que no futuro possam influenciar, negativamente, o processo de aprendizagem e o desenvolvimento destas crianças.

A CSF de Amora é dinamizada pela junta de freguesia, em parceria com entidades públicas e privadas com intervenção social na freguesia, de forma a desenvolver projectos que permitam identificar e analisar os problemas sociais existentes na freguesia.

O rastreio enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Social, da Rede Social do Seixal, encarregue de matérias ligadas à socialização e educação infanto-juvenil.

A Escola Básica da Quinta do Conde foi a primeira a receber esta iniciativa, que se estendeu das 9 horas até às 17:50 horas de segunda-feira. Na terça-feira, os rastreios deslocam-se até à Escola Básica do Fogueteiro e à Escola Básica da Quinta das Sementes.

Inês de Matos

Fontes: Global Noticias, Junta de Freguesia de Amora

Jerónimo Martins investe no negócio das farmácias

Grupo quer abrir 50 estabelecimentos de venda de medicamentos na Polónia

O grupo Jerónimo Martins tem planos para abrir 50 farmácias na Polónia ao longo dos próximos dois anos. A iniciativa, noticiada pelo Jornal de Negócios, nasce de uma parceria com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e foi anunciada na cerimónia de inauguração da 1000ª loja da cadeia de supermercados Biedronka neste país europeu.

A joit venture detém actualmente quatro farmácias junto a lojas da Biedronka e o objectivo de expansão tem sido travado apenas por questões burocráticas e de licenciamento. Para além de medicamentos de venda livre, as farmácias da Jerónimo Martins estabelecidas na Polónia comercializam também fármacos sujeitos a prescrição médica.

De acordo com o Diário de Notícias, as primeiras 10 novas farmácias do grupo deverão surgir até ao final do ano corrente e poderão, ou não, ser contíguas às suas lojas de retalho Biedronka.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Diário de Notícias.

Bristol-Myers Squibb adquire Adnexus por 305 milhões de euros

A farmacêutica Bristol-Myers Squibb chegou a acordo para adquirir a Adnexus Therapeutics por 305 milhões de euros, uma empresa privada de biotecnologia. O negócio vai permitir ao laboratório norte-americano aceder a um composto experimental destinado ao tratamento do cancro.

A Adnexus pode ainda receber pagamentos adicionais que ascendem aos 53 milhões de euros, dependendo do cumprimento de determinados objectivos.

A nova subsidiária da Bristol-Myers está actualmente a desenvolver uma classe de medicamentos biológicos inovadores, os Adnectins, derivados da fibronectina, uma proteína do corpo humano. Entre os novos compostos figura o Angiocept (CT-322), um medicamento em ensaios clínicos de Fase 1.

“Trazer a Adnexus para a família da Bristol-Myers Squibb é um passo importante para acelerar a transformação estratégica do nosso negócio farmacêutico num negócio biofarmacêutico”, afirmou Jim Cornelius, director executivo da empresa.

O Angiocept é um fármaco que impede os tumores de formar vasos sanguíneos necessários para nutrir as suas metástases, num processo denominado anti-angiogenese.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Reuters.

Tailândia pode emitir licenças compulsórias para fármacos anticancerígenos

Patente do Imanitib, Letrozol, Docetaxel e Erlotinib em risco

A Tailândia pode vir a quebrar a protecção de patente de quatro medicamentos anticancerígenos com o objectivo de aceder a versões genéricas dos mesmos, revelou esta segunda-feira um representante do Ministério da Saúde. O objectivo é facilitar o acesso dos pacientes com menos recursos a fármacos indispensáveis no tratamento do cancro.

O Gabinete de Segurança da Saúde Nacional tailandês deverá propor ao Ministro da Saúde que emita uma licença compulsória para os medicamentos, caso o Governo não consiga chegar a um acordo de redução de preço com as respectivas farmacêuticas. Em causa estão fármacos produzidos pela Novartis, Sanofi-Aventis e Roche que actualmente custam a cada doente tailandês 100 mil bahts por mês (cerca de 2.237 euros), afirmou Sanguan Nitayarumphong, director do departamento que desenvolve um programa de tratamento gratuito para os pobres.

Duas das substâncias alvo são produzidas pela Novartis: o Glivec (Imanitib), destinado ao tratamento da leucemia mielóide crónica e o Femara (Letrozol), para o tratamento do cancro da mama. Em risco de serem copiados estão também o Taxotere (Docetaxel), o quarto medicamento mais bem sucedido da Sanofi-Aventis, utilizado no tratamento de diversos tipos de cancro, incluindo o cancro da mama, pulmão, próstata e cancro gástrico; e o Tarceva (Erlotinib), da Genentech, para doentes com cancro do pulmão de células não pequenas e cancro pancreático.

“Escolhemos estes medicamentos porque os pacientes têm grandes dificuldades em obtê-los, são muito caros”, explicou o mesmo responsável, sublinhando que as versões genéricas poderiam proporcionar a estes doentes um maior acesso aos medicamentos a preços muito mais reduzidos.

“Poderemos ter que impor licenças compulsórias a estes medicamentos caso as negociações com os detentores das patentes falhem”, afirmou Sanguan, justificando a medida com o facto do cancro ser a principal doença causadora de mortes no país.

O Governo tailandês aprovou anteriormente licenças compulsórias para o Plavix (Clopidogrel), indicado na prevenção de acidentes aterotrombóticos, e para dois medicamentos chave anti-HIV, o Kaletra (Lopinavir + Ritonavir) e o Efavirenz.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Business.inquirer.net, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Cervarix aprovado pela Comissão Europeia

Vacina deverá chegar ao mercado dentro das próximas semanas

A Comissão Europeia aprovou a comercialização do Cervarix, vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), produzida pela GlaxoSmithKline. A decisão surge cerca de dois meses depois do Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) ter recomendado a aprovação da vacina contra o cancro do colo do útero.

O Cervarix, cujos principais alvos são as estirpes 16 e 18 do HPV, responsáveis por cerca de 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero, vai competir com o Gardasil, da Merck, que já se encontra disponível na Europa e nos Estados Unidos da América, e que oferece protecção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.

De acordo com uma porta-voz da farmacêutica britânica, a vacina deverá chegar brevemente aos mais importantes mercados europeus. “Pretendemos lançar [a vacina] na Europa dentro das próximas semanas”, afirmou a responsável sem, no entanto, revelar qual seria o valor cobrado pelo Cervarix.

Por outro lado, a vacina da GSK não deverá chegar ao mercado norte-americano antes de 2008, uma vez que só foi submetida à avaliação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos em Março deste ano. O Cervarix obteve, em Maio, a sua primeira licença de comercialização na Austrália, onde a sua utilização foi recomendada em mulheres com idades compreendidas entre os 10 e os 45 anos.

Os analistas acreditam que as duas vacinas deverão gerar lucros avultados às farmacêuticas que as produzem, com a Merck em vantagem uma vez que o Gardasil chegou primeiro ao mercado. Porém, a GSK não está disposta a ficar para trás e acredita que poderá alcançar alguma primazia devido a um novo aditivo utilizado no Cervarix, o que poderá significar que esta vacina é mais potente ou apresenta maior duração. Para além disso, o grupo britânico anunciou, em Janeiro, ter dado início a um estudo comparativo entre o Gardasil e o Cervarix para avaliar qual das duas vacinas produz melhor resposta imunitária às estirpes 16 e 18 do HPV.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Hemscott, AFP, Farmacia.com.pt.

Avastin elimina lesões metastáticas em doentes com cancro colo-rectal

Novos dados clínicos apresentados esta segunda-feira pela farmacêutica Roche indicam que o Avastin (bevacizumab) melhora as hipóteses de remoção de lesões metastáticas em pacientes com cancro colo-rectal. Em 80 por cento dos casos a remoção das lesões ocorreu na totalidade.

De acordo com o laboratório suíço, o ensaio clínico First BEAT, realizado a nível internacional, demonstrou que um elevado número de pacientes que foram tratados com Avastin, em conjunto com a quimioterapia regular aplicada nos casos de cancro colo-rectal, apresentaram uma remoção completa das lesões metastáticas.

“A remoção total das lesões metastáticas foi alcançada em quase 80 por cento destes pacientes, quando todos eles tinham sido considerados inoperáveis antes do inicio da aplicação do tratamento”, afirmou a Roche. Os resultados que se verificaram com a utilização do Avastin “são superiores aos observados em ensaios clínicos anteriores que envolveram associações entre outros medicamentos biológicos e a quimioterapia”, acrescentaram os responsáveis.

O estudo envolveu 1.965 participantes portadores de cancro colo-rectal em fase avançada com doença metastática anteriormente inoperável. O Avastin é o primeiro de uma classe de fármacos cuja actuação se baseia em privar os tumores do sangue e nutrientes. As vendas globais do medicamento renderam mais de 1,77 mil milhões de euros em 2006.

O fármaco é já utilizado na Europa como terapia do cancro da mama metastizado e, o ano passado, recebeu aprovação nos Estados Unidos da América para tratar pacientes com cancro do pulmão. Para além disso, desde 2004 que é utilizado pelos norte-americanos no tratamento do cancro colo-rectal, o terceiro tipo de cancro mais comum, com cerca de um milhão de novos casos anuais em todo o mundo.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Farmacia.com.pt.

Vacina contra vírus do Papiloma Humano protege contra 10 estirpes adicionais

O Gardasil, vacina contra o cancro do colo do útero actualmente disponível no mercado português, oferece protecção cruzada para outras estirpes do vírus do Papiloma Humano (HPV), para além dos tipos 6, 11, 16 e 18. A vacina, desenvolvida para proteger contra os quatro tipos mais cancerígenos do vírus, revelou que também pode prevenir lesões causadas por outras dez estirpes, o que significa que a protecção abrange 90 por cento dos actuais casos de cancro do colo do útero.

A investigação que deu origem a estes resultados baseou-se na realização de ensaios clínicos de grande dimensão após um período de acompanhamento de três anos. Um grupo de perto de 50 jovens portugueses, recrutados em Coimbra e no Porto pelo Instituto Português de Oncologia, participou no estudo.

Algumas investigações anteriores tinham já revelado a produção de anticorpos contra outras estirpes para além das que eram o alvo directo da vacina. A demonstração clínica, que envolveu cerca de 10 mil pessoas, veio agora comprovar essas suspeitas. A investigação, levada a cabo por Darron Brown, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos da América, e apresentada durante o “Annual Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy”, revelou que a vacina preveniu cerca de 38 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas. Os novos dez tipos de vírus em causa (31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59) são actualmente responsáveis por cerca de 16 por cento dos casos de cancro do colo do útero em toda a Europa.

Porém, a duração da protecção da vacina levanta ainda algumas dúvidas. No caso dos tipos de vírus directamente visados pela vacina (responsáveis por 75 por cento dos casos de cancro), a protecção foi fixada nos cinco anos. No caso das outras estirpes a protecção fica-se pelos três anos. Relativamente ao caso mais recente da protecção cruzada da vacina, "a duração da vacina coloca-se com mais acuidade porque os níveis de anticorpos produzidos são significativamente mais baixos", explica Daniel Pereira da Silva, ginecologista do IPO de Coimbra e um dos médicos que participaram no estudo.

Nas estirpes 6, 11, 16 e 18, a vacina “é de uma eficácia extremamente elevada”, explica o especialista. Os últimos estudos, que dão conta dos efeitos da protecção cruzada, mostram ainda que, dentro do conjunto dos restantes dez tipos de vírus, ela é também particularmente eficaz contra as estirpes 31 e 45, chegando a prevenir até 45 por cento das lesões uterinas pré-cancerosas.

Apesar de estarem satisfeitos com os resultados, os responsáveis pela vacina reconhecem que o verdadeiro valor da vacinação reside na prevenção relativamente às quatro estirpes visadas, uma vez que a protecção cruzada é menor que a directa.

Actualmente estima-se que, a nível mundial, cerca de 630 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HPV. A transmissão do vírus é feita basicamente através do contacto sexual e a maioria das infecções por HPV desaparece sem tratamento.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, SEGS, Farmacia.com.pt.