terça-feira, 12 de junho de 2007

Descoberto mecanismo de defesa das bactérias

Investigadores do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), um componente do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, descobriram um mecanismo de sobrevivência num tipo comum de bactéria, que pode causar doenças. O mecanismo permite que a bactéria se proteja desviando-se dos ataques dos péptidos antimicrobianos, que são moléculas de defesa enviadas pelo organismo para matar a bactéria.

As bactérias estão divididas em dois tipos, gram-positivas e gram-negativas, sendo a principal diferença a composição da parede celular externa da bactéria, mas também se diferenciam no que se refere ao género de infecções que causam e ainda ao tipo de antibióticos capazes de as destruir. Sabe-se pouco acerca do modo como a bactéria gram-positiva – aquela que pode levar a intoxicações alimentares, distúrbios da pele e choque tóxico – evita ser morta pelos péptidos antimicrobianos. Estes são produzidos por quase todos os grupos de organismos, tais como anfíbios, insectos, diversos invertebrados e mamíferos, incluindo os humanos.

As bactérias gram-positivas são as maiores ameaças à saúde humana, especialmente devido aos problemas crescentes da resistência aos medicamentos. Estas descobertas podem ajudar a delinear um caminho para esquematizar novos fármacos que reforcem as opções de tratamento antimicrobiano.

Nas bactérias gram-negativas – aquelas que provocam peste
e salmonelose – um sistema de regulação de sensores e genes chamado PhoP/PhoQ protege a bactéria invasora, e cientistas acreditam que, se desenvolverem um conhecimento mais aprofundado deste sistema, poderão desenvolver novos medicamentos mais eficazes na protecção das pessoas contra as infecções.

O grupo de investigadores espera possibilidades semelhantes para as bactérias gram-positivas com a descoberta do sensor de péptidos antimicrobianos. Os investigadores estão cientes que para a bactéria gram-negativa, o PhoP/PhoQ tem sido o principal alvo para as descobertas de fármacos antimicrobianos, mas pouco trabalho similar tem sido feito com a bactéria gram-positiva. O grupo está entusiasmado com o que conseguiu demonstrar – uma maneira eficiente e única que a bactéria gram-positiva tem de controlar a resistência – e continua a investigar o sistema do sensor de péptidos antimicrobianos para o desenvolvimento de medicamentos.

Isabel Marques

Fonte: Pharmalive.com e ManualMerck.net

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