terça-feira, 12 de junho de 2007

Especialistas defendem brincadeiras ao ar livre

As crianças precisam de brincar ao ar livre, em contacto com a natureza e em locais onde possam correr riscos, afirma a Royal Society for the Prevention of Accidents (RoSPA). De acordo com a entidade britânica para a prevenção de acidentes, esta é a melhor forma de aprender lições valiosas, em especial para que os mais novos saibam o que é o perigo e como poderão lidar com ele.

Alguns estudos recentes indicam que os pais têm tendência a impedir os filhos de brincar no exterior, principalmente por receito que estes se magoem. De acordo com os especialistas é necessário que os pais aceitem que é possível que as crianças se magoem, até porque, os arranhões, os galos e as nódoas negras não são lesões graves e fazer parte do crescimento. Esta temática vai ser discutida em pormenor numa conferência internacional organizada pela RoSPA que se realiza quinta-feira (14 de Junho).

Peter Cornall, um dos responsáveis da entidade, aconselha os pais a fazerem uma pergunta a si mesmos: “é preferível que uma criança fracture o pulso ao cair de uma árvore, ou que sofra uma lesão por utilizar o computador ou a consola de jogos”?

Quando as crianças passam tempo fora de casa, sujam-se na lama, molham-se, mexem nas plantas, “aprendem lições importantes sobre o que magoa, o que escorrega, onde podemos tropeçar ou cair”, salientou o mesmo responsável.

Uma das formas de ultrapassar as barreiras sobre as brincadeiras fora de casa poderá passar pela “criação de áreas selvagens de lazer”, sugere Cornall, acrescentando que, se estas áreas fossem criadas em ambientes vigiados os pais ficariam menos preocupados.

É a correr, a pular e a trepar às árvores que as crianças se desenvolvem quer no que toca à sua personalidade ou no que diz respeito ao conhecimento do mundo. Para além disso, os imprevistos inerentes a qualquer brincadeira ou correria são contributos valiosos para o desenvolvimento do raciocínio e os reflexos, aumentam a autoconfiança e contribuem para a sociabilização.

Ao ser capaz de interagir com o mundo à sua volta, as crianças “aprendem a ampliar os limites e desenvolvem a sua própria capacidade de discernir”, conclui.

Marta Bilro

Fonte: BBC, O Globo Online

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