terça-feira, 12 de junho de 2007

Nova geração: «Plantação Farmacêutica»

Tabaco pode salvar vidas

Uma nova geração de produtos geneticamente modificados pode alcançar fármacos e vacinas mais baratos para os países em desenvolvimento. Neste âmbito, um laboratório em Londres está a desenvolver pesquisas com o tabaco. Os investigadores acreditam que a planta pode salvar vidas.

A técnica é apelidada de «pharmaceutical pharming» (plantação farmacêutica), e está a emergir como o mais novo campo de batalha na guerra sobre alteração genética.

Nesta investigação, – e de acordo com os cientistas londrinos – cada planta sofreu uma alteração para carregar um gene que é normalmente encontrado num tipo de alga. Segundo explicaram os investigadores, “dentro das células, o DNA estrangeiro força o tabaco a liberar uma proteína que não tem utilidade para ele mas, que funciona como potencial droga contra o HIV.”

A verdade é que, o Reino Unido já rejeitou as plantas geneticamente modificadas mas, com a indústria farmacêutica, as linhas de combate ainda não estão claramente definidas.
Na França, segundo a BBC, uma plantação de milho transgénico foi alvo de sabotagem. O milho estaria a produzir uma proteína que poderia ser usada para tratar fibrose cística.

Para os cientistas apologistas da «pharmaceutical pharming», não há dúvidas e os benefícios são claros. “As maneiras convencionais de se fazer medicamentos modernos são caras”, argumentam os investigadores, considerando que as companhias farmacêuticas, geralmente, têm na mira doenças que afectam pessoas que podem pagar.”

O processo também é simples: as plantas podem ser cultivadas, colhidas e delas extraída a alegada substância curativa.
Os defensores da técnica dizem que “de 100 hectares de plantação de batata poderia ser extraída quantidade suficiente de vacina contra a hepatite B para proteger a população do Sudeste asiático por um ano.”

No entanto, há também preocupações. Teme-se a possibilidade de as plantas se misturarem com suas parentes selvagens e perturbarem a cadeia de genes naturais.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/Biotech

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