quinta-feira, 21 de junho de 2007

Gases medicinais abrangidos pelo regime transitório

A Direcção de Medicamentos e Saúde do Departamento de Medicamentos de Uso Humano do Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) publicou, no início desta semana, a listagem dos gases medicinais registados ao abrigo do número 11 do artigo 203º do Estatuto do Medicamento, aprovado pelo Decreto-Lei 176/2006, que podem ser comercializados sem autorização de introdução no mercado.

Numa nota dirigida às instituições de saúde, às empresas que comercializam gases medicinais e ao público em geral, a autoridade nacional para o sector da farmácia e do medicamento esclareceu que o novo Estatuto consagra, no seu artigo 149º, os gases que preencham a noção de medicamento como gases medicinais, sujeitos à autorização de entrada no mercado, como acontece com os restantes fármacos. No entanto, no número 11 do artigo 203º o diploma cria a possibilidade da vigência de um período transitório, com a duração de 18 meses, para que os gases medicinais que já eram comercializados à data da alteração das regras legais possam adaptar-se às novas disposições. As empresas que pretendiam beneficiar daquele regime foram chamadas a proceder ao registo dos produtos que comercializavam, fazendo prova dessa comercialização, pelo que o Infarmed veio agora tornar pública a lista das empresas e dos produtos que se encontram abrangidos pelo regime transitório, que deverá vigorar até Março de 2008.


Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Parafarmácias alvo de fraude


Burla assentava na encomenda de produtos naturais

O jornal “Público” denunciou um esquema montado por dois burlões para enganar parafarmácias, assente na encomenda de “produtos naturais”. Parafarmácias no Sátão, Tondela e Marinhais, um centro dietético em Castanheira do Ribatejo e uma ervanária em Torres Novas foram algumas das vítimas da fraude.

De acordo com o jornal, os homens, na casa dos 30 anos, há mais de um ano que se fazem valer de uma trapaça em que, primeiramente, um deles pede que lhe vendam os mesmos produtos naturais que teria, aparentemente, consumido antes, em face de se apresentar com dois frascos vazios. Dada a resposta negativa, insiste em saber como poderá obtê-los.


Quem atende, verifica a rotulagem, onde encontra o nome da empresa distribuidora e um número de telemóvel. É contactada a firma, combinada a entrega dos produtos, que acontece normalmente no dia seguinte, é feito o negócio e o comprador nunca aparece, o número de telemóvel que deu não funciona e a empresa distribuidora tem uma morada falsa.


Os proprietários do estabelecimento de Marinhais apresentaram queixa na GNR, sendo que, conforme noticia o jornal, a PSP, a PJ e a GNR não conseguiram, em tempo útil, contabilizar se tinham mais queixas similares.

Contactada pelo FARMACIA.COM.PT, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) - entidade com competência para fiscalizar os produtos naturais qualificados como suplementos alimentares (como era o caso) - também assegurou não ter conhecimento, até à data, de nenhum caso semelhante.


Raquel Pacheco

Fonte: Público/ASAE

Estrogéneo reduz riscos cardíacos em mulheres na pós-menopausa

O estrogéneo pode reduzir o risco de doenças cardíacas entre a população feminina que se encontra na pós-menopausa, no entanto poderá aumentar o risco de coágulos sanguíneos e ataque cardíaco, revelou um estudo da Universidade de Stanford, na Califórnia.

As mulheres na casa dos 50 anos que foram submetidas a uma cirurgia de remoção do útero e utilizaram uma terapia com estrogéneo para aliviar os sintomas da menopausa apresentam níveis reduzidos de calcificação nas artérias coronárias, um dos principais factores responsáveis pelos ataques cardíacos. De acordo com os especialistas, os resultados do estudo não pretendem instigar a ingestão de suplementos de estrogéneo como prevenção para as doenças cardíacas, mas antes transmitir confiança às mulheres que os utilizam para aliviar os sintomas da menopausa.

As conclusões da investigação publicadas no “New England Journal of Medicine” revelam-se bastante importantes “não para a prevenção ou tratamento [das doenças cardíacas] e sim para atenuar os receios das pessoas que estão a realizar um tratamento de substituição hormonal e correm risco de desenvolver essas doenças”, afirmou Suzanne Steinbaum, responsável pelo departamento de doenças cardiovasculares no Hospital Lenox Hill, em Nova Iorque.

“O efeito do estrogéneo, em qualquer dos factores de risco capazes de provocar um ataque cardíaco, não prevê de forma adequada o risco de realmente ter um ataque”, afirmou Marcia Stefanick, professora de medicina no “Stanford Prevention Research Centre”. Segundo explicou esta especialista, o que este estudo oferece às mulheres em idade de menopausa são algumas garantias de que não é inseguro, em termos de risco de ataque cardíaco, tomar estrogéneo, pelo menos durante alguns anos.

Os cientistas levaram a cabo uma investigação na qual participaram 1.064 mulheres entre os 50 e os 59 anos de idade, que tinham sido submetidas a uma histerectomia, escolhidas aleatoriamente para receber o tratamento com estrogéneo e um placebo. A análise demonstrou que as mulheres às quais foi administrado o estrogéneo tinham 30 a 40 por cento menos probabilidades de desenvolver calcificação nas artérias coronárias do que as que ingeriram o placebo. Da mesma forma, nas mulheres que tiveram uma adesão à medicação de pelo menos 80 por cento, registou-se uma diminuição do risco de cálcio coronário de 60 por cento.

“Ficou provado que as mulheres que tomaram [estrogéneo] comportam uma menor incidência de doença cardíaca”, afirmou Steinbaum, acrescentando que “talvez a determinada altura do processo possamos vir a afirmar que é benéfico para a prevenção [das doenças do coração], mas actualmente não se pode dizer isso. Não tomem hormonas como forma de prevenção”, advertiu.

Marta Bilro

Fonte: Time, IOL, Forbes, Último Segundo, Sociedade Portuguesa de Menopausa.

Laboratório britânico acusado de sonegar informação

Família enlutada processou GlaxoSmithKline

A viúva e o filho de um cidadão texano que sofreu um ataque cardíaco fatal quando estava a ser medicado para a diabetes acusaram a empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, fabricante do Avandia, de ter contribuído para o trágico desfecho, por alegadamente ter sonegado informação relativa aos potenciais riscos cardíacos da utilização daquele fármaco em doentes com diabetes.

A queixa apresentada em tribunal pela família enlutada tem por base a alegação de que a empresa britânica não terá informado os doentes dos potenciais riscos para a sua saúde cardiovascular da utilização da rosigliatazona, princípio activo de marcas como o Avandia e o Advandamet, e surge cerca de um mês depois de um relatório médico amplamente divulgado nos meios de informação norte-americanos ter dado como certa a ingerência do Avandia no aumento dos riscos de ataque cardíaco.

O paciente, Larry Alan Stanford, de 60 anos de idade, seguia um tratamento que tinha como base o Advandamet, que combina o Avandia com outros medicamentos de uso corrente no tratamento da diabetes. Morreu no mesmo dia em que o «The New England Journal of Medicine» publicou um artigo em que se afirmava a hipótese de o Avandia aumentar o risco de ataque cardíaco em doentes com diabetes.

No processo a acusação refere que a companhia farmacêutica “sabia ou deveria ter sabido que a administração da rosiglitazona aumenta significativamente o risco de os seus utilizadores sofrerem ataques cardíacos ou outras consequências graves a nível cardiovascular, que poderiam levar à morte”.

Aquando da publicação do artigo que lançou a polémica, a GlaxoSmithKline teceu duras críticas aos métodos usados pelos cardiologistas de uma clínica de Cleveland, que analisaram os dados, e frisou que o Avandia é seguro quando utilizado segundo as recomendações constantes no folheto incluso na embalagem e de acordo com as ordens do médico. No dia em que a imprensa norte-americana anunciou a instauração do processo por parte da família de Larry Alan Stanford, a Glaxo não se mostrou disponível para tecer mais comentários acerca da notícia.

Carla Teixeira
Fonte: Reuters, Forbes, Morningstar, The Scotsman

DMI: Espreitar pela sombra do mundo

A degeneração macular relacionada com a idade (DMI) é uma das principais causas de incapacidade nos idosos e a maior responsável pela perda de visão nos adultos. Relaciona-se com frequência ao envelhecimento e resulta de um crescimento anormal dos vasos sanguíneos sob a retina, especificamente sob o tecido coróide. À medida que progride, deixa apenas a visão periférica que mostra uma realidade desfocada.

A doença atinge a mácula do olho e ao longo do tempo conduz a uma perda progressiva da acuidade visual. Segundo explicou Ian Murray, investigador da Faculdade de Ciências da Vida, da Universidade de Manchester, “a mácula é uma pequena área da retina responsável pela observação ao detalhe e coloração no campo central da nossa visão”.

Embora não sejam conhecidas as causas desta doença, sabe-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo são afectadas. Em Portugal, estima-se que cerca de 45 mil pessoas entre os 50 e os 59 anos tenham DMI. Este número sobe para perto de 100 mil afectados entre os 60 e os 69 anos e para quase 300 mil acima dos 70 anos. Há alguns factores que os cientistas acreditam estar relacionados com o aparecimento desta patologia, para além da carga hereditária e da idade, destacam-se a má dieta, a obesidade e o consumo de tabaco.

“Trata-se da principal causa de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 50 anos, no ocidente”, alertou Renato Braz do Instituto de Olhos e Microcirurgia de Brasília. «O doente deixará de poder efectuar tarefas do dia-a-dia, como escrever, ler, marcar os números de telefone, contar moedas, ver televisão, conduzir, fazer a sua assinatura ou distinguir os comprimidos que deve tomar», adverte o oftalmologista Paulo Rosa do Instutito Oftalmológico Gama Pinto.

A DMI é desencadeada por lesões que surgem entre a retina (camada do olho altamente sensível aos raios luminosos) e a coróide (camada rica em vasos sanguíneos e células pigmentares que funcionando como a câmara escura de uma máquina fotográfica). Como consequência, surgem drusas (pequenos depósitos lipídicos redondos e de cor branco-amarelada), que provocam a morte das células fotorreceptoras, responsáveis pela captação dos estímulos luminosos e pela comunicação com o cérebro para se dar o processo da visão.

Entre os sintomas característicos desta patologia estão a visão embaraçada, a distorção da imagem ou uma mancha preta na visão central. Enquanto não há cura, o melhor caminho é a detecção precoce. "A visita anual ao oftalmologista é a única forma de se verificar, em estágio inicial, possíveis alterações que venham a comprometer a visão e, consequentemente, a qualidade de vida. Pacientes que possuam histórico familiar de DMI devem redobrar a atenção”, sublinhou Renato Braz. É também importante evitar os cigarros, manter-se dentro do peso considerado saudável, controlar a tensão arterial e utilizar óculos escuros com filtro ultra violeta.

Marta Bilro

Fonte: SEGS, Saúde Sapo, Associação Portuguesa de Dietistas, Saúde na Internet.

Projecto Farmácia Popular do Brasil completou três anos
Medicamentos vendidos com desconto


Onze mil pacientes atendidos e cerca de 815 milhões de produtos farmacêuticos vendidos, entre comprimidos, antibióticos e ampolas, constituem o balanço dos três anos de funcionamento do projecto Farmácia Popular do Brasil, que este mês inicia a dispensa de contraceptivos femininos a baixo preço.

A Farmácia Popular do Brasil é um projecto do programa do governo brasileiro que tem como objectivo a melhoria do acesso aos medicamentos essenciais por parte da população mais carenciada. A Fundação Oswaldo Cruz, órgão do Ministério da Saúde responsável pela execução do programa, adquire fármacos aos laboratórios públicos ou privados, quando necessário, para depois os disponibilizar, a preços de custo, na rede de farmácias que integra o projecto, beneficiando pessoas que não têm capacidade para realizar o tratamento de que necessitam em virtude do custo elevado dos medicamentos.
Além das 324 farmácias aderentes ao projecto, que graças à expansão feita à rede privada em 2006 oferecem à população medicamentos para o combate à diabetes e à hipertensão com descontos que em alguns casos atingem os 90 por cento, há ainda 3.416 drogarias privadas credenciadas com a marca «Aqui tem Farmácia Popular», estabelecimentos que neste mês iniciam a comercialização de métodos contraceptivos femininos com desconto, à semelhança do que as farmácias fazem já desde 2004.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Fiocruz, Ministério da Saúde do Brasil, Partido dos Trabalhadores

Interrupção Voluntária de Gravidez

Foi publicado hoje, em Diário da República, a regulamentação da lei da interrupção voluntária da gravidez, que irá entrar em vigor dia 15 de Julho.

O documento publicado segue a sugestão de Cavaco Silva para que a mulher seja informada sobre as possíveis consequências da Interrupção Voluntária da Gravidez, quer para a saúde física e psíquica.

Entre a informação que deve ser prestada à mulher está ainda o tempo de gravidez, os métodos de interrupção e todos os esclarecimentos que se julguem necessários quanto a métodos contraceptivos.

De acordo com a portaria que será apresentada hoje em conferência de imprensa, prevê-se que a consulta prévia seja obrigatória e marcada no período máximo de cinco dias.
Também é obrigatória a marcação de uma consulta de saúde reprodutiva ou planeamento familiar no prazo máximo de 15 dias após a interrupção voluntária da gravidez.
Na portaria lê-se ainda que as mulheres devem ser informadas na consulta prévia obrigatória, de preferência por escrito, sobre as condições de apoio que o Estado pode prestar na protecção de maternidade e paternidade.

A informação sobre as possibilidades de adopção estava incluída no projecto de portaria, elaborado pelo Ministério da Saúde.
De destacar que, a comprovação de que a gravidez é de 10 semanas deve ser feita por um médico diferente daquele que, vai efectuar a interrupção e deverá ser certificada num impresso próprio.

A portaria determina ainda que todas as interrupções de gravidez legais, terão de ser inscritas num registo anónimo e confidencial que reunirá dados da utente, da intervenção e da contracepção após o aborto, que deverá ser dada logo após a interrupção.

A Interrupção Voluntária da Gravidez será precedida do preenchimento de pelo menos três documentos: o Registo de Interrupção da Gravidez, o consentimento livre e esclarecido para a interrupção da gravidez e um certificado de comprovação do tempo de gestação.


Liliana Duarte



Fontes: CFF/ARP/SMM.
Lusa/Fim
CFF
Lusa/fim

Investigação farmacológica não tem tido sucesso

Novo tratamento para a Doença de Chagas

Uma equipa de investigadores argentinos anunciou este mês um novo tratamento para a Doença de Chagas, responsável por cerca de 50 mil mortes por ano em todo o mundo. A nova terapêutica, semelhante à diálise, tira de circulação os anticorpos nocivos que podem aderir ao coração, filtra o sangue no exterior do corpo e volta depois a inseri-lo no organismo.

A investigação de medicamentos para aquela enfermidade doença não tem obtido sucesso, e o fármaco mais utilizado, o benzonidazol, exige um tratamento prolongado – um a dois meses – e revela grande potencial de efeitos secundários, não sendo eficaz na fase crónica da doença. De acordo com o cientista Mariano Levin, que coordenou a pesquisa realizada por especialistas do Instituto de Engenharia Genética e Biologia Molecular do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina, esta descoberta “poderá constituir uma alternativa ao transplante cardíaco”, dando ao paciente “alguma esperança de sobreviver sem esse transplante”.

Tida como “a sida dos pobres” pela sua elevada disseminação nas zonas rurais da América Latina, onde se estima que atinja actualmente 20 milhões de pessoas, a Doença de Chagas actua lentamente, deteriorando as funções do coração, causando arritmia cardíaca, que pode levar à morte súbita. Não obstante a alta intensidade da investigação desenvolvida em todo o mundo com vista à sua erradicação, a doença não dispõe ainda de um tratamento eficaz, e nem sequer se conseguiu ainda criar uma vacina que permita optimizar a sua prevenção. A luz surgiu ao fundo do túnel quando o tratamento desenvolvido pelos cientistas argentinos demonstrou eficácia nos testes laboratoriais, mas as autoridades sanitárias do país ainda não deram o seu aval à nova terapêutica.

O grupo de investigadores liderado por Mariano Levin concebeu um teste com vista a proceder ao diagnóstico da patologia, que tem como objectivo detectar anticorpos gerados contra o parasita.

Os cientistas argentinos acreditam ter criado uma terapia capaz de resolver o problema, através da filtragem do sangue do doente, como acontece na hemodiálise.

A Doença de Chagas causa grande desconforto entre os doentes que se encontram na fase inicial de desenvolvimento da doença, que em regra têm dificuldade em aceitar que não exista um medicamento capaz de travar a progressão daquela patologia antes de ela atingir órgãos vitais.

A concepção de fármacos eficazes tem sido o grande desafio dos investigadores à escala mundial. O benzonidazol e o Nifurtimox são utilizados nos países em que a doença, transmitida pela picada de um insecto ou quando os excrementos chegam à boca, aos olhos ou a eventuais ferimentos do ser humano, é endémica, embora se saiba que o agente causador da Doença de Chagas pode permanecer em fase latente durante várias décadas, sendo diagnosticada apenas quando o paciente desenvolve os primeiros sintomas de índole cardíaca, que podem ser fatais. Em Abril a Organização Mundial de Saúde, com o apoio da farmacêutica alemã Bayer, reforçou o seu programa de luta contra a Doença de Chagas. Aquele laboratório doou 2,5 milhões de embalagens de Nifurtimox, suficientes para tratar 30 mil pessoas durante cinco anos.

Carla Teixeira
Fonte: UOL Notícias, Agência Efe, Revista Panamericana de Infectologia, Agência Fiocruz, ibahia.com, Terra.com.br

Medicamentos: Administradores reivindicam estrutura que analise custo-benefício

Observatório conclui: Fármacos sem avaliação económica
“Quem gasta 850 milhões de euros em medicamentos, tem que ter uma estrutura para fazer a análise-benefício dos medicamentos”, defenderam, em uníssono, os presidentes dos conselhos de administração dos hospitais de S. João (HSJ), Santo António (HSA) e Instituto Português de Oncologia (IPO).

Os administradores destas três unidades de saúde do Norte – que reuniram no Observatório organizado pelo Diário Económico e a Novartis, no Porto -, acusaram o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de não fazer a avaliação económica do custo real dos medicamentos, lamentando, assim, não poderem saber se as opções que fazem, têm ou não, capacidade para induzir poupança noutra vertente dos gastos hospitalares.

Os administradores admitiram que não conseguem saber se - mesmo que um determinado medicamento seja mais caro que um seu concorrente - pode induzir poupança reduzindo horas extraordinárias dos médicos, evitando cirurgias ou sessões de tratamento em hospital de dia, por exemplo, tornando-se, assim, comparativamente mais barato.

Reconhecendo que esta análise não existe, os responsáveis alegaram não terem condições para a fazer. Confissão esta, que faz com que o Estado continue a desperdiçar uma possibilidade de poupar num sector que tem estado sob forte escrutínio dos ministérios da Saúde e das Finanças.

Embora não o façam, a preocupação de olhar para os custos e ganhos, que vão além do simples preço do medicamento, parece estar bem presente nos administradores.

Para o presidente do Hospital de São João, a inexistência da análise é mais preocupante, porque a desconfiança para com a indústria está bem patente nos administradores hospitalares: “Os profissionais da indústria farmacêutica têm uma enorme pressão para vender, e os conselhos de administração têm uma enorme pressão para conter custos, o que é legítimo, são as regras em que vivemos”, considerou.

Solução: Partilhar o risco

Uma das soluções apontadas para este problema foi uma partilha do risco entre a Indústria Farmacêutica e as unidades hospitalares na introdução de medicamentos inovadores.

Na opinião de Laranja Pontes, do IPO, “a ponderação entre o custo e o benefício de um determinado medicamento é “aleatória, argumentando que, “o sistema não está preparado para fazer essas contas, porque olha apenas para o preço.”

Descartando, também, a ideia de que o Infarmed faz as contas [entre o preço e o benefício dos medicamentos], Sollari Alegro, do Santo António afirmou-se convicto de que “não há nenhuma estrutura que faça qualquer cálculo, o Infarmed avalia o que vem na literatura clínica” e “o IGIF só olha para o preço”, afirmou, concretizando que, deste modo, “fica para os clínicos e administradores hospitalares a análise do que é a boa e eficiente prática clínica.”

Raquel Pacheco

Fonte: Observatório/DE/Novartis/FarmaNews

FDA concede revisão prioritária para o ixabepilone da Bristol-Myers Squibb

A farmacêutica Bristol-Myers Squibb anunciou que a agência americana reguladora dos medicamentos, a FDA, concedeu revisão prioritária para o fármaco experimental contra o cancro da mama, a ixabepilona. A revisão prioritária pode reduzir o tempo de aprovação para seis meses, podendo a farmacêutica receber a decisão em Outubro.

A Bristol pretende pretende registar a ixabepilona como uma monoterapia contra o cancro da mama metastizado ou localizado, em estado avançado, para ser utilizado quando outras quimioterapias falham, incluindo o Xeloda (capecitabina), da Roche. Para além disso, também está a ser requerida autorização para tratar a mesma doença, em combinação com o Xeloda, após a falha de outras quimioterapias.

O ixabepilone, análogo da epotilona B, é um dos vários fármacos experimentais da família dos medicamentos para o cancro conhecidos por epotilonas, que bloqueiam o crescimento dos tumores ao ligarem-se à proteína necessária para a divisão das células. Os resultados mostram que a ixabepilona pode ajudar as pacientes com tumores incuráveis a aumentar a sobrevivência, depois de anteriores terapias terem deixado de funcionar.

O estudo da Bristol envolveu 752 mulheres com cancro da mama metastizado, que deixaram de responder a outras terapias. A ixabepilona actua de maneira diferente em relação a todos os outros medicamentos para o cancro, e os resultados do estudo dão confiança à Bristol de que terão em breve outro agente para ajudar a melhorar a sobrevivência no caso do cancro da mama.
De acordo com os resultados apresentados este mês, no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, a combinação do ixabepilone com a capecitabina prolongou a sobrevivência livre de progressão numa média de 5,8 meses, em comparação com os 4,2 meses nas pacientes em tratamento exclusivamente com capacitabina. A sobrevivência livre de progressão mede o tempo que uma paciente vive sem se verificar crescimento do tumor.

A ixabepilona também está a ser estudado para o tratamento dos cancros do pulmão, rim, ovários, pâncreas, próstata e sistema linfático.

A Bristol planeia ainda a aprovação para mais duas terapias oncológicas, o fármaco vinflunina para o cancro da bexiga e o ipilimumab para o melanoma, no final do próximo ano.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg

Infarmed alerta para recolha voluntária do Calcitriol APS





O Departamento de Inspecção do INFARMED alertou, esta semana, para a recolha voluntária do medicamento Calcitriol APS 0,001 mg/ml, solução injectável.

No comunicado emitido com o carácter de “muito urgente”, Luísa Carvalho, membro do conselho executivo da Autoridade Nacional do Medicamento informa que “a firma Farma-APS, Produtos Farmacêuticos, S.A., em virtude de ter detectado que a concentração de um dos conservantes (ascorbato de sódio) está abaixo do limite inferior de especificação, está a proceder à recolha voluntária do z19, val: 09/2008 do medicamento Calcitriol.” Neste sentido, o INFARMED confirma que ordenou a suspensão imediata da comercialização deste lote.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed

Madrid: Jornadas Internacionais do Medicamento

Nos próximo mês de Fevereiro (2008, dias 20 a 22) vão ter lugar as XII Jornadas Profissionais e V Internacionais do Medicamento para o Autocuidado da Saúde e Parafarmácia. O evento acontece em Madrid, no Palácio de Congresso e Exposições.

O objectivo da XII jornada é juntar farmacêuticos e a indústria farmacêutica para existir maior diálogo entre os sectores e assim oferecer melhor tratamento aos cidadãos, fornecendo-lhas tudo o que necessitam na cura de doenças.

Promover a venda de medicamentos sem receita médica e produtos de parafarmácia como elementos úteis no autocuidado da saúde, é outro dos assuntos a abordar neste encontro.


As jornadas são organizadas pela Fundação COFMANEFP, integrada no Colégio de Farmacêuticos de Madrid e Associação para o Autocuidado da Saúde (anefp) de dois em dois anos.

Data: 20, 21 y 22 de Fevereiro de 2008
Lugar: Palacio de Congressos e Exposições de Madrid
Tema: «Autocuidado y Farmacia: La salud como objetivo»
Organização: Fundação COFMANEFP

Sara Pelicano

Fontes: Acceso.com

CE aprova medicamento oral para o mieloma

Lenalidomida é o medicamento da farmacêutica Celgene para tratamento de um cancro do sangue, o mieloma múltiplo. A Comissão Europeia (CE) autorizou a sua comercialização, quando a toma for feita em conjunto com dexametasona e depois de um outro tratamento previamente realizado.

A aceitação deste medicamento oral «é um passo importante no desenvolvimento de fármacos orais para tratamento de doenças oncológicas», explica o presidente da Celgene, Aart Brouwer. Este é também um grande passo na passagem de categoria do mieloma, de doença incurável para doença crónica, afirma o médico do Hospital de Salamana, Jesús San Miguel.

O mieloma múltiplo é um cancro hematológico. Afecta sobretudo pessoas com mais de 60 anos. Todos os anos são registados 15 mil novos casos, na Europa, e em Portugal morrem anualmente cerca de 300 pessoas.

Sara Pelicano

Fontes: Pm Farma, Médicos de Portugal,

Portugueses registam forte adesão aos seguros de saúde

Um em cada cinco portugueses têm seguro de saúde, existindo um total de 1.677 mil beneficiários nacionais deste tipo de serviço. O valor corresponde a 20,2% do universo composto pelos residentes no Continente, com mais de 15 anos, de acordo com o estudo Basef Seguros da Marktest.

Desde o ano 2000, o número de contratos celebrados aumentou 47,4%, sendo que os principais beneficiários deste tipo de serviço são indivíduos do sexo masculino, provenientes da classe média e alta, inseridos na faixa etária dos 25 aos 34 anos.

As mulheres têm registado uma menor procura por seguros de saúde do que os homens, com 17,8 por cento de subscrições, contra os 22,7 por cento registados pelos homens.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Negócios

quarta-feira, 20 de junho de 2007

FDA e AME vão colaborar juntas

O objectivo da Administração Norte-Amedicana de Fármacos e Alimentos (FDA), a Comissão Europeia (CE) e a Agência de Medicinas Europeia (AME) é promover e proteger a saúde pública reduzindo os custos, distribuindo responsabilidades e facilitar o acesso mais rápido dos fármacos às pessoas.

Estas entidades chegaram também a acordo no desenvolvimento de vacinas, produtos oncológicos e expansão de medicamentos para combate a doenças menos comuns.

As portas para um diálogo científico mais desenvolvido também estão abertas e por fim foi terminado o documento, recentemente adoptado pela União Europeia, sobre a legislação pediátrica. «Princípios para Interacções» tem como objectivo o cruzamento de informações sobre assuntos éticos e terapêutica pediátrica.

O FDA, a CE e a AME chegaram a este acordo depois da reunião que decorreu, entre os dois primeiros, nos passados dias 14 e 15 de Junho, na qual analisaram as actividades do ano passado sob o Plano de Implementação existente para o acordo de confidencialidade.

Sara Pelicano

Fontes: Pm Farma, FDA

Bush veta lei sobre investigação com células estaminais

O presidente norte-americano, George W. Bush, vetou hoje um projecto de lei sobre a investigação com células estaminais, isto depois de a 07 de Junho, o Congresso ter aprovado a iniciativa legal, por 247 votos a favor e 176 contra.

Segundo o porta-voz presidencial, o veto de Bush não constitui uma tentativa de "amordaçar a ciência", sendo antes uma forma de "respeitar a consciência de muitos" sobre o tema. "O presidente não crê que seja apropriado pôr fim à vida humana por razões de investigação. É uma linha que não franqueará", garantiu.

A senadora democrata Hillary Clinton, reagiu de imediato ao veto do presidente, declarando que este é "um exemplo mais de como o presidente põe a ideologia à frente da ciência e a política às necessidades das famílias”. Hillary Clinton, considera mesmo que esta é mais "uma prova de quão longe da realidade estão tanto Bush como o seu partido".

No momento em que o projecto de lei foi aprovado pelo congresso, a sua presidente, Nancy Pelosi, fez questão de salientar que a investigação com células estaminais é uma "oportunidade de salvar vidas, procurar curas e oferecer esperança àqueles que sofrem".

Esta é já a segunda vez que o presidente dos EUA faz uso do seu direito de veto, para bloquear iniciativas legais sobre investigação com células estaminais, depois de no ano passado ter também vetado uma proposta legal semelhante.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Representantes da indústria farmacêutica tunisina visitaram Portugal

No âmbito do projecto Pharma Portugal, um conjunto de delegados de seis empresas do sector farmacêutico da Tunísia realizaram uma visita de quatro dias a Portugal. A comitiva da Direcção da Associação Nacional das Industrias Farmacêuticas da Tunísia reuniu-se com a Apifarma (Associação da Indústria Farmacêutica) e participou num seminário onde foi apresentada a actual situação dos medicamentos naquele país.

Durante uma visita ao Infarmed (Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento), entidade que integra o projecto Pharma Portugal, a equipa aproveitou para trocar experiências com o pessoal técnico nas respectivas áreas de competência. A cooperação técnica e industrial foi um dos principais objectivos da visita, no entanto, o sector comercial e a análise da possibilidade de colaboração em países terceiros não foram postos de parte.

Os responsáveis mostraram-se receptivos e optimistas no que toca às relações bilaterais futuras, tanto ao nível dos laboratórios, como do fornecimento de embalagens e equipamentos de precisão para as unidades produtivas tunisinas. Algumas das empresas portuguesas visitadas pela delegação tunisina já se mostraram disponíveis para se deslocarem ao país com o objectivo de concretizar protocolos específicos de cooperação com as empresas locais.

O projecto Pharma Portugal nasceu de uma parceria público-privada entre a Apifarma, o ICEP (Instituto das Empresas para os Mercados Externos) e o Infarmed, desenvolve-se em vários países ao longo de três anos, e conta com a participação de 12 laboratórios farmacêuticos portugueses.

O objectivo do Governo é duplicar, em três anos, o volume actual de exportação de medicamentos de Portugal, que ronda hoje os 300 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: ICEP

Tratamentos de reconstrução capilar aumentaram 34% em dois anos

Em 2006, cerca de 225,800 pessoas em todo o mundo, recorreram a tratamentos contra a queda de cabelo e reconstrução capilar. Os números foram hoje divulgados, pela Sociedade Internacional de Reconstrução Capilar Cirúrgica (ISHRS), que desenvolveu um novo estudo, segundo o qual, este tipo de tratamento cresceu 34% desde 2004.

O número de cirurgias e tratamentos capilares cresceu, porque cresceu também o número de pacientes com problemas desta natureza. Em 2004, existiam cerca de 361,077 pacientes com problemas capilares, mas em 2006 o número quase duplicou, passando para 645,281 pacientes.

O forte crescimentos dos tratamentos capilares, está directamente relacionado com os avanços da medicina. Paul C. Cotterill, presidente da ISHRS, destaca os “novos transplantes de cabelo e as terapias médicas já comprovadas, que produzem resultados naturais, praticamente indetectáveis”.

Tradicionalmente, os homens são quem mais procura os tratamentos de restauração capilar, contudo, desde 2004, o número de mulheres, essencialmente jovens, que têm procurado ajuda nesta área tem aumentado, de 11.4 por cento em 2004, para 13.8 em 2006.

Cada vez mais são os jovens quem procura terapias capilares, sendo que 57.9 por cento dos pacientes se situam na faixa etária dos 30 aos 49 anos.

De acordo com Cotteril, esta situação é perfeitamente compreensível, visto que a queda de cabelo provoca um aspecto mais envelhecido e as pessoas têm tendência a querer parecer mais jovens.

No entanto, o médico realça que este é um aspecto positivo, pois uma “detecção e intervenção precoces podem ser decisivas para o tratamento e prevenção de problemas futuros de queda de cabelo”.

Inês de Matos

Fonte: PR Newswire

Governo britânico “adere” à vacina contra cancro do colo do útero

O Departamento de Saúde do governo britânico recomendou que a vacina contra o cancro do colo do útero seja administrada em todas as raparigas de 12 e 13 anos de idade. O programa de vacinação de rotina deverá começar já em 2008.

Actualmente existem duas vacinas disponíveis que protegem contra vírus do papiloma humano (HPV), responsável pelo aparecimento de 99 por cento dos casos de cancro do colo do útero. O Gradasil, produzido pela Sanofi Pasteur MSD, uma joit venture entre a Sanofi-Pasteur SA e a Merck & Co. Inc., recebeu a licença europeia de comercialização no dia 20 de Setembro de 2006. Por sua vez, o Cervarix, desenvolvido pela GlaxoSmithKline, deverá ser lançado na Europa até ao final do ano corrente.

Uma porta-voz do Departamento de Saúde do Reino Únido afirmou que não seria sugerida nenhuma marca específica e que entretanto iria realizar o processo de forma suave para posteriormente determinar a melhor marca a usar.

“A vacinação de rotina nas raparigas deverá começar já no Outono de 2008”, anunciou um comunicado do departamento. O mesmo documento dizia ainda que os detalhes do programa de vacinação serão finalizados durante os próximos meses de acordo com o aconselhamento do “Joint Committee on Vaccination and Immunisation” e com as conclusões do Serviço Nacional de Saúde.

Portugal, que tem a mais alta incidência da Europa deste cancro, viu recentemente ser inviabilizada pelo PS, uma proposta apresentada pelo Partido Ecologista "Os Verdes" para a que fosse recomendado ao Governo a inclusão da vacina contra o colo do útero no Programa Nacional de Vacinação. Enquanto o Instituto de Saúde Pública da Noruega (Folkehelseinstiuttet, FHI), o Conselho Superior de Saúde do Luxemburgo (Conseil Supérieur d'Hygiène, CSH) e o Departamento de Saúde britânico incluem a vacina nos respectivos planos de vacinação, Portugal continua preso ao argumento apresentado pelo PS, segundo o qual "falta ainda muita informação científica".

Marta Bilro

Fonte: Guardian Unlimited, BBC News, CNN Money.

Estudo: Foie gras responsável pela amiloidose

Um estudo revelou que o foie gras pode ser responsável pela amiloidose secundária, uma doença em que a amilóide, uma proteína rara que normalmente não está presente no corpo, se acumula em vários tecidos. Tal como o nome indica, a amiloidose secundária ocorre sempre associada a outra doença, como é o caso da tuberculose, das infecções do osso, da artrite reumatóide, da febre mediterrânica familiar ou da ileíte granulomatosa.

O estudo realizado nos Estados Unidos da América por uma equipa de patologistas da Universidade do Tennessee baseia-se numa experiência preliminar aplicada em ratos e sugere que a amiloidose poderá ser transmissível através dos alimentos, da mesma forma que acontece com a doença de Creutzfeldt-Jakob.

O fígado dos gansos, especialmente dos que são engordados, é rico em amilóide, uma proteína que normalmente aparece nas células saudáveis como uma unidade singular mas que se unem para formar longas cadeias presentes em vários tipos de células doentes. Os responsáveis pelo estudo acreditam que quando são ingeridas, as fibras do foie gras podem acelerar a formação no corpo de proteínas prejudiciais, apesar de até ao momento só ter sido testado em ratos. Os cientistas advertem, por isso, que esta conclusão pode não se aplicar aos seres humanos.

O relatório refere que 62 por cento dos ratos que foram alimentados com fibras amilóides encontradas no foie gras, oito semanas depois, tinham desenvolvido acumulações no baço, rins e fígado, o que não se verificou em nenhum animal do grupo de controlo. De acordo com os cientistas, é possível que, no organismo humano, quando são ingeridas grandes quantidades de proteína amilóide, algumas das fibras entrem na corrente sanguínea, se desloquem para os tecidos e formem amilóide, contribuindo para o aparecimento da doença.

Ainda assim, Alan Solomon, o principal autor do estudo, considera que é preciso que haja uma predisposição do organismo para contrair a doença. Nesse sentido, "as pessoas que têm antecedentes familiares da doença de Alzheimer, diabetes, poliartrite reumatóide ou outras patologias relacionadas com a acumulação de amilóides deveriam evitar comer foie gras e outros alimentos contaminados", destacou o responsável..

Marta Bilro

Fonte: IOL News, Los Angeles Times, Reuters, Último Segundo, Manual Merck.

Abertura prevista para Outubro deste ano
Farmácia de venda ao público no Hospital de Santa Maria



O Hospital de Santa Maria – Entidade Pública Empresarial, em Lisboa, vai passar a dispor de uma farmácia de venda ao público no seu perímetro. Prevista para o mês de Outubro deste ano, a abertura daquele espaço de dispensa de medicamentos surge na sequência da entrada em vigor, no ano passado, de legislação com vista a melhorar a acessibilidade dos cidadãos aos produtos farmacológicos.

Um objectivo que, segundo a directora do Serviço de Gestão Técnico-Farmacêutica do Santa Maria, Piedade Ferreira, se materializa designadamente pela obrigação de funcionamento ininterrupto do estabelecimento de dispensa de medicamentos, que se prevê venha a ser a maior farmácia em território nacional, com capacidade para aviar cerca de mil receituários por dia. De acordo com aquela responsável, o novo espaço será “uma farmácia moderna”, localizada perto da Urgência Central, num ponto privilegiado do perímetro da unidade hospitalar, e com acesso directo a partir das várias urgências hospitalares. A nova farmácia funcionará numa estrutura envidraçada, para permitir uma maior visibilidade exterior, e será constituída por um espaço de atendimento ao público, uma sala para o farmacêutico de urgência e um pequeno compartimento destinado ao manuseamento de fármacos manipulados.

Carla Teixeira
Fonte: Hospital de Santa Maria
Imagens: Hospital de Santa Maria

EUA: Prescrições do Avandia caem 10%

As prescrições do Avandia (maleato de rosiglitazona) sofreram uma quebra de 10 por cento, revelaram representantes da GlaxoSmithKline, empresa produtora do medicamento. O fármaco do laboratório britânico destinado ao tratamento da diabetes, tem sido alvo de alguma polémica depois de um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” indicar que a substância aumentava em 43 por cento o risco de ataque cardíaco.

Antes da publicação do estudo, em Maio, o medicamento era prescrito, semanalmente, por cerca de 240 mil médicos norte-americanos. Actualmente não são ultrapassadas as 220 mil prescrições por semana, referiu a porta-voz da GSK Alice Hunt. A farmacêutica estima que o número de pacientes tratados com Avandia nos Estados Unidos da América tenha caído de um milhão para os 900 mil.

De acordo com declarações do presidente da GSK publicadas no USA Today, o número de pacientes a quem foi receitado Avandia pela primeira vez sofreu uma diminuição de 40 por cento, de 80 mil para as 55 mil prescrições semanais, desde que foi tornado público o estudo elaborado pelo cardiologista Steven Nissen. O problema, segundo afirmou Viehbacher, é que os médicos não querem lidar com a ansiedade dos doentes por causa de um medicamento que tem estado nas páginas dos jornais, então alteram a prescrição para o Actos (pioglitazona), do laboratório Takeda.

Ainda assim o responsável acredita “que a ciência está a trabalhar em prol da segurança do Avandia”. Um painel de conselheiros da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA) deverá reunir-se no dia 30 de Julho para avaliar a segurança do Avandia e do Actos a nível cardiovascular.

Marta Bilro

Fonte: First World, USA Today, Bloomberg.

Nova técnica de radioterapia acelera recuperação pós-operatória

Uma nova terapia contra o cancro da mama permite que as pacientes evitem longas semanas de radiação, inerentes ao tratamento pós-operatório, para passarem a fazê-lo durante apenas um dia.

A técnica inovadora começou recentemente a ser utilizada pelo Hospital “Princess Margaret”, em Toronto, no Canadá, e promete acelerar o processo de recuperação das mulheres, permitindo que regressem mais rapidamente ao ritmo de vida normal. “Os potenciais benefícios são enormes”, afirmou David McCready, responsável pelo Programa de Cancro da Mama no hospital canadiano.

De acordo com este procedimento, a radiação é distribuída durante a cirurgia. Após a remoção do tumor, os cirurgiões utilizam um aparelho portátil de radiação reduzida e inserem uma sonda ligada a uma máquina portátil de radioterapia no espaço deixado em aberto pelo tumor, de forma a libertar uma dose concentrada de radiação. É emitida metade da dose de radiação utilizada na terapia convencional, durante um período de 30 minutos, mas que se concentra num raio de dois centímetros.

A dose única de radiação introduzida através da radioterapia intra-operatória (IORT) é “biologicamente equivalente” aos tratamentos convencionais de radiação utilizados no tratamento do cancro da mama que, regra geral, requerem um mínimo de 16 sessões durante três semanas e são administradas em toda a mama. Segundo explicou McCready, ao tratar uma área específica com este tipo de precisão está-se a proteger a pele, o coração e os pulmões de receberem radiações desnecessárias. Para além disso minimizam-se os efeitos secundários e poupa-se muito tempo à paciente.

O método de radiação tradicional acarreta efeitos secundários indesejáveis, como é o caso das queimaduras e dos inchaços que surgem no local em que é aplicada. Todos estes efeitos são minimizados com a radioterapia intra-operatória, uma técnica que foi introduzida pela primeira vez na Grã-Bretanha, onde, actualmente, mais de 800 mulheres participam num ensaio clínico aleatório a nível internacional.

Marta Bilro

Fonte: CTV.ca, United Press International, The Globe Mail, Associação Regional de Saúde do Centro.

Campanha nacional de rastreios gratuitos aos pés

A partir de amanhã, a Associação Portuguesa de Podologia, juntamente com o Lamisil 1, dará início a uma campanha nacional de rastreios gratuitos aos pés, em algumas farmácias espalhadas pelo país.

Durante um mês esta campanha vai sensibilizar os portugueses para a atenção e cuidados que devem ter com a saúde dos pés, uma parte do corpo muitas vezes esquecida, enquanto se fará a prevenção e despiste de algumas doenças podológicas, como é o caso do pé de atleta que atinge mais de 2 milhões de portugueses.

A primeira cidade a receber a iniciativa é Braga, onde a campanha estará nas farmácias Sousa Gomes e Adaúfe, entre as 11 e as 17 horas. Depois de Braga segue-se Guimarães, Felgueiras, Porto, Ermesinde, Vila Nova de Gaia, Leiria, Coimbra, Lisboa, Faro e Lagos, sempre com o mesmo horário.

“É preciso alertar os portugueses para as doenças dos pés porque o diagnóstico precoce pode evitar complicações tardias como a dificuldade em andar ou em calçar sapatos fechados”, considera Manuel Azevedo Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia.

Os participantes começam por responder a um questionário feito pelo farmacêutico, para analisar dados sociodemográficos, e depois é feita a avaliação médica e o rastreio pelo podologista, para diagnosticar se o pé está ou não doente.

Manuel Azevedo Portela diz que “com os dados recolhidos nos rastreios iremos analisar a saúde dos pés dos portugueses e descobrir o seu conhecimento sobre as doenças que os afectam. Os resultados serão divulgados no II Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Podologia, a 20 de Julho".

O podologista faz algumas recomendações de prevenção de doenças como manter sempre os pés bem secos, após o banho limpá-los bem, especialmente entre os dedos, mudar de sapatos com frequência, evitar andar descalço em locais públicos, optar por meias de fibras naturais, como seda ou algodão ou examinar regularmente os pés.

A campanha é apoiada pelo Lamisil 1, da Novartis Consumer Health, um tratamento para o pé-de-atleta.

Fonte: JASFarma

Governo apoia pessoas com deficiência durante 2007

O despacho publicado hoje, 20 de Junho, no Diário da República, aprova a prescrição e o financiamento supletivo das ajudas técnicas/tecnologias de apoio às pessoas com deficiência para o ano de 2007.

A verba global é de 12.376.339 euros, comparticipada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social. A verba de seis milhões de euros, destina-se a financiar as ajudas técnicas/tecnologias através das consultas externas das unidades hospitalares designadas pela Direcção-Geral da Saúde. Esta verba é disponibilizada pelo Ministério da Saúde.

Esta medida, tomada pelo Governo, representado pelos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde pretende facilitar a reabilitação médico-funcional e a participação a nível social e profissional das pessoas com deficiência.

Com a ajuda complementar, pretende-se melhorar a qualidade de vida destas pessoas.

Liliana Duarte

Fonte: Ministério da Saúde

Verão exige maior cuidado com os alimentos

Com a chegada do Verão, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vem alertar a população para ter mais cuidado com os alimentos, visto que esta é uma altura propícia a infecções alimentares.

As temperaturas elevadas são favoráveis ao desenvolvimento de bactérias e os alimentos estragam-se com mais facilidade, tornando a saúde dos consumidores mais vulnerável. Como o risco de infecção é maior nesta época, os cuidados a ter deverão ser redobrados. Alimentos como as natas, o fiambre, a maionese, os ovos, a carne ou o peixe que precisam de se manter no frio são dos que requerem mais atenção.

A técnica da Direcção de Avaliação e Comunicação de Riscos da ASAE, Alexandra Veiga, refere que este tipo de alimentos deve ser conservado a menos de 5 graus, uma vez que temperaturas superiores são favoráveis à “multiplicação de bactérias nos alimentos perecíveis”.
Durante o seminário «Avaliação dos Riscos na Cadeia Alimentar» que teve lugar hoje e foi organizado pela ASAE, foi aconselhado, para combater o desenvolvimento de bactérias, colocar a comida na mesa poucos minutos antes da refeição, de modo a que os alimentos permaneçam menos tempo a temperaturas consideradas de risco.
Para prevenir as infecções alimentares comuns nesta estação de ano, a ASAE vai realizar inspecções nos estabelecimentos que servem as praias.

Fonte: Diário Digital / Lusa

Workshop Médicos e Cidadãos

Irá realizar-se no dia 29 de Junho, o workshop “Médicos e Cidadãos”. O evento terá lugar na Ordem dos Médicos, em Lisboa, e pretende abordar assuntos ligados ao futuro da saúde em Portugal.

O evento inicia-se com um breakfast brunch e seguidamente serão apresentados os resultados do estudo “Percepções da População e Médicos sobre a Saúde em Portugal”.

Já pelas 16h30, decorre uma conferência de imprensa. Para consultar o programa completo consulte o sítio http://www.min-saude.pt/.

Liliana Duarte

Fonte: http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/medicos+cidadaos.htm

PEV defende salas de injecção assistida no Porto

PEV defende salas de injecção assistida no Porto

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) defendeu ontem a instalação de salas de injecção assistida no Porto, no entanto, referiu que a escolha destes locais devem ser efectuados por técnicos especializados.
“Pelo que conheço da realidade do Porto, não se pode descartar a criação de salas de injecção assistida na cidade para minimização de riscos”, disse o deputado do PEV Francisco Madeira Lopes, após visitar o Bairro do Aleixo, uma das zonas do Porto mais associadas ao tráfico e consumo de estupefacientes.
“As salas de injecção assistida são uma solução possível e altamente desejável”, frisou, acrescentando que a Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo (APSPBA) se manifestou receptiva à instalação naquele bairro de uma sala de consumo assistido »no âmbito de um projecto mais amplo”.
Em declarações à Lusa, Francisco Madeira Lopes vê “com alguma preocupação” o propósito da Câmara Municipal de encerrar a escola EB1 do Aleixo, defendendo não só a sua manutenção, “mas também o reforço do seu quadro de pessoal com assistentes sociais e psicólogos”.
“A escola reflecte os problemas sociais do meio e é preciso que tenha técnicos qualificados para lidar com eles”, terminou.
A Câmara do Porto adiou hoje para uma próxima reunião uma decisão sobre Carta Educativa do município, na qual se propõe o encerramento da escola primária do Aleixo no fim deste ano lectivo.
APSPBA já se tinha manifestado, em comunicado, contra o encerramento da escola, considerando que, com isso, se pretende satisfazer “os interesses imobiliários e não o bem-estar das criancinhas”.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Alterações do ciclo menstrual prejudicam qualidade da voz

A investigadora da Universidade de Aveiro, Filipa Lã, que debate no sábado, em Matosinhos, a temática sobre as diferentes fases do ciclo menstrual, fala que estas afectam de forma negativa a performance das cantoras líricas
Filipa Lã, soprano e bióloga de formação, afirmou à Lusa que estudos realizados neste campo demonstram existir uma relação entre as variações hormonais e a voz.
“Devido ao seu sistema endócrino, as mulheres são mais afectadas e as mudanças na voz são mais visíveis no caso daquelas que usam a voz profissionalmente”, declarou.
Filipa Lã apontou as “semelhanças” entre o tecido das paredes do útero e a mucosa das cordas vocais como uma das causas que pode alterar a voz das cantoras, principalmente no período pré-menstrual e menstrual.
Segundo referiu, como as mudanças no corpo da mulher são cíclicas, “nas fases pré-menstrual e menstrual há retenção de fluidos, que se verifica também ao nível nas cordas vocais”.
Esta retenção de fluidos, referiu a investigadora ainda, “provoca alterações na voz, como rouquidão e edemas, por exemplo”.
“Se as cantoras esforçam a voz nesses períodos, pode mesmo haver uma pequena hemorragia vocal”, alertou, dizendo também, que estes tipos de problemas são manifestados, apenas em algumas pessoas.
De acordo com um estudo que realizou, Filipa Lã constatou que 80% dos estudantes de canto sentem alterações vocais, mas umas muito mais do que outras.
Para conseguir ultrapassar este problema, a investigadora fala em algumas soluções: “não exigir muito da voz nessas alturas”, bem como “beber muita água, evitar gritar e tomar vitamina B12”.
Um método não muito natural, mas que também resulta, é estas mulheres tomarem a pílula contraceptiva de forma seguida, ou seja não cumprirem os sete dias de paragem, entre caixas.
“É importante ter conhecimento deste fenómeno e suas causas/efeitos, não só porque a voz é a impressão digital da emotividade, personalidade e sexualidade individuais, como também é o principal instrumento de comunicação”, considerou a investigadora.
Por isso, “pequenas alterações vocais podem vir a ter consequências nefastas na qualidade de vida de uma mulher, especialmente das que dependem profissionalmente da sua voz”, concluiu.
Filipa Lã está a desenvolver agora, em parceria com a Universidade do Porto, uma investigação para perceber em que medida a terapêutica hormonal de substituição afecta a voz das mulheres na menopausa, particularmente cantoras, locutoras, actrizes e professoras.
A bióloga e soprano vai falar, sábado, da interferência dos esteróides sexuais na voz e no canto, na conferência «music medicine», a decorrer às 16:30, na FNAC do Norteshopping.
Na sessão, organizada pelo jornal on-line Ciência Hoje (www.cienciahoje.pt), Filipa Lã vai também cantar poemas de António Botto, sendo acompanhada pelo pianista Francisco Monteiro.

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Novo centro de reabilitação para deficientes em Sintra

Em Mem Martins, concelho de Sinta vai abrir na segunda quinzena do próximo mês de Julho, um centro de promoção da autonomia e reabilitação para pessoas com deficiência motora ou sensorial, anunciou ontem, a cooperativa de solidariedade social Cercitop.
Elisabete Reis Silva, directora-técnica da cooperativa que ajuda todos os deficientes, afirma que o centro de promoção da autonomia e reabilitação é “a primeira estrutura do género no Concelho e, muito provavelmente, no País”.
Este novo centro vai ser indicado “para pessoas com deficiência motora ou sensorial e indivíduos com lesões neurológicas ou doenças degenerativas enquanto mantenham níveis de resposta intelectual”, declarou a responsável.
“Não estamos a falar de pessoas com doença mental mas de pessoas que - na sequência de um acidente por exemplo - ficaram paraplégicas ou tetraplégicas, embora permaneçam perfeitamente lúcidas”, esclareceu Elisabete Silva em declarações à agência Lusa.
“Pessoas com uma doença degenerativa no seu estádio inicial também estão abrangidas, uma vez que mantêm as faculdades suficientes para desfrutar daquilo que o centro pode oferecer”, falou directora-técnica da Cercitop.
Assim, o centro que abre as suas portas a 16 de Julho – “pretende ser uma via de integração para a população que não beneficie de programas de reabilitação, ocupação ou mesmo habilitação de modo a que, no futuro, retomem actividades em que anteriormente estavam envolvidos quer recreativa quer profissionalmente”, declarou a Cercitop numa nota de imprensa.
A nova estrutura vai estar equipada para receber cerca de 20 utentes actividades com ateliers (de tecnologias de informação e comunicação e de expressão plástica e corporal, entre outros) e cuidados de conforto e bem-estar (incluindo de saúde).
Vai estar também em funcionamento um programa de reabilitação nas áreas de Fisioterapia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional também está previsto, bem como o treino para a utilização de ajudas técnicas e tecnologias facilitadoras da acessibilidade (computador controlado por voz, controle do ambiente doméstico através do computador entre outras).

Juliana Pereira
Fonte: Diário Digital / Lusa

Óbidos recebe HIV Meeting Point

Debater a situação do HIV/Sida em Portugal é o principal objectivo de um encontro promovido pela Gilead Sciences, que terá lugar em Óbidos, no sábado, dia 23 de Junho.

O HIV Meeting Point promete reunir vários especialistas nacionais e internacionais que se vão debruçar sobre esta problemática e analisar as terapêuticas Anti-retrovirais e as suas alterações metabólicas, as suas resistências, as alterações renais e a qualidade de vida dos doentes.

Com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas, do Núcleo VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da Sida, durante o colóquio será também realizada uma apresentação dos casos clínicos que espelham as terapêuticas praticadas no nosso país.

De acordo com os dados de 2002 do Instituto Nacional de Estatística, Portugal tem a maior taxa de pessoas infectadas com HIV, entre os 15 países da União Europeia. Portugal, que tem cerca de 10 milhões de habitantes, é o único país da União Europeia no qual a taxa de infecção continua a subir.

Em 2002, a taxa de seropositivos recenseados no país atingiu as 104,2 infecções por um milhão de habitantes, contra as 88,3 por um milhão registadas em 1999. A taxa média de infecção pelo HIV nos países da União Europeia é de 25 infecções por milhão de habitantes.

Marta Bilro

Fonte: Fábrica de Conteúdos, Instituto Nacional de Estatística, Saúde na Internet, aidsportugal.com

Justiça norte-americana revalidou patente do Plavix

A justiça norte-americana reafirmou a validade da patente do anticoagulante Plavix (clopidogrel), um inibidor da agregação plaquetária produzido pela Bristol Myers-Squibb e pela Sanofi-Aventis, e interditou a versão genérica do fármaco lançada pela Apotex. A protecção da patente, até 2011, é desta forma reafirmada pelos tribunais colocando um ponto final em seis anos de litígio.

A notícia fez com que as acções da farmacêutica norte-americana Bristol Myers subissem 5,5 pontos percentuais na bolsa de Nova Iorque. Por sua vez, a francesa Sanofi-Aventis registou uma subida de 0,4 por cento. Os laboratórios detentores da patente podem agora respirar de alívio, já que o juiz considerou que a Apotex “não conseguiu apresentar uma prova clara e convincente de que a patente (…) fosse inválida”.

Ficou também esclarecido que eram falsas as acusações da Apotex em relação a afirmações proferidas pela Sanofi-Aventis às autoridades norte-americanas para garantir a protecção da patente. Os danos causados pela Apotex, que seguiu em frente com a produção de um genérico sem ter autorização para tal, serão calculados posteriormente, referiu o tribunal.

A sentença era crucial para os laboratórios detentores da patente, uma vez que as vendas do Plavix, o terceiro fármaco mais vendido a nível mundial, renderam, em 2006, cerca de 4,5 mil milhões de euros.

No ano passado, a Apotex, ignorando a protecção da patente, inundou o mercado com uma versão genérica de Plavix, fazendo com que as vendas do medicamento caíssem cerca de 20 por cento. Num espaço de duas semanas, o semelhante genérico do Plavix apoderou-se de 60 por cento do mercado.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Último Segundo, Business Week.

Estudo: Historial familiar não é eficaz na detecção do cancro da mama

Os métodos actualmente utilizados para prever o risco de aparecimento do cancro da mama, baseados na análise do historial familiar, podem induzir em erro e não ser fiáveis, avança um novo estudo. Muitas vezes as famílias são reduzidas e não é possível aceder a toda a arvore genealógica para poder reconstruí-la e calcular um historial, sublinham os especialistas.

Os modelos de risco podem ajudar a determinar a possibilidade da mulher ser portadora de uma mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 que a predispõem ao aparecimento da doença, explicaram os investigadores do “City of Hope Comprehensive Cancer Center”, na Califórnia. Caso o historial familiar indique que ela pode ser portadora do gene, é-lhe sugerido que proceda à realização de um exame para detectar as mutações. No entanto, o estudo publicado no “Journal of the American Medical Association” revelou que pode haver uma forma de melhorar o modelo de risco para que as previsões sejam mais precisas.

Nas famílias pequenas, o método em que é calculada a probabilidade do cancro ser herdado, não funciona, dizem os especialistas. “É necessário ter família para ter historial familiar sobre o cancro”, afirmou Jeffrey Weitzel, responsável pela investigação, salientando que “a maioria dos modelos utilizados para determinar quem deverá ser testado geneticamente foram baseados em famílias grandes, nas quais existiam vários casos de cancro”.

Enquanto apenas cinco em cada 10 dez por cento dos casos de cancro da mama são hereditários, as mulheres com mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 correm um risco muito maior de vir a desenvolver outro cancro da mama ou um cancro no ovário. Este estudo “demonstra a influência da estrutura familiar nos modelos de cálculo de probabilidade de ocorrer uma mutação e a necessidade dos médicos terem em conta a estrutura familiar quando decidem aplicar um teste BRCA a um caso único na família numa detecção precoce de cancro da mama”, referiram os especialistas.

Os cientistas defendem que o acesso aos testes deve ser mais amplo, para que cada vez mais pessoas usufruam das vantagens dos exames de detecção dos genes, uma factor que poderá ter uma grande influência nos resultados, frisou Weitzel. “A falha na detecção de que uma mulher possa ser portadora do gene BRCA e o facto de não ser submetida aos procedimentos de prevenção pode custar-lhe a vida”, acrescentou o mesmo responsável.

Na elaboração do estudo, a equipa de Weitzel conjugou informação de mais de 1.500 mulheres tratadas em clínicas de cancro dos Estados Unidos da América. Os investigadores concluíram que as mulheres abaixo dos 50 anos de idade, portadoras de cancro da mama e inseridas numa estrutura familiar limitada – menos de duas mulheres com 45 anos ou mais velhas – tinham três vezes mais probabilidade de serem portadoras do gene BRCA do que aquelas que pertenciam a uma estrutura familiar mais ampla. “O historial família não é uma boa ferramenta. Não devemos discriminar mulheres [por terem uma estrutura familiar mais reduzida]. E se a mulher for adoptada? Porque devemos negar-lhe o acesso aos exames?”, alertou Weitzel.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Med Page, Reuters.

Já comeu fruta hoje?

A Compal apresentou ontem, dia 19 de Junho, no Mercado da Ribeira, Porto, o Projecto Dia Nacional da Fruta que pretende sensibilizar os portugueses para os benefícios do consumo de fruta.

Esta iniciativa da Compal visa desenvolver várias iniciativas, entre as quais instituir o Dia Nacional da Fruta, com vista a apelar à prática de hábitos alimentares saudáveis.

As crianças, como não podia deixar de ser, são o ponto-chave deste projecto e o Ministério da Educação, pretende apelar à prática de hábitos alimentares saudáveis junto da população escolar.

No âmbito da mesma apresentação, Vanessa Candeias da Organização Mundial de Saúde abordou o tema dos Benefícios do Consumo de Fruta segundo as Recomendações da Organização Mundial de Saúde, de forma a ajudar a fortalecer a mensagem que levará à criação do Dia Nacional da Fruta.

Liliana Duarte

Fontes: http://www.jasfarma.pt/

FDA aprova fármaco da Pfizer contra a sida




Laboratório confirma lançamento do Maraviroc em Julho

A Food and Drugs Administration (FDA), - organização norte-americana de controlo e supervisão de produtos farmacêuticos e alimentares - aprovou HOJE, o Maraviroc, um novo tratamento contra o vírus da sida. O fármaco pertence ao grupo farmacêutico Pfizer que já anunciou o lançamento para o próximo mês.

“Um novo medicamento para o VIH - Maraviroc (o UK 427,857 - um antagonista dos CCR5 ) vai ser lançado em Julho, após os testes terem sido efectuados nos Estados Unidos pela Agência para os Medicamentos e Alimentação”, confirmou Richard Paulson, responsável pela sucursal sul-africana dos laboratórios Pfizer.

O tratamento, administrado por via oral, foi hoje, oficialmente aprovado pela FDA e será distribuído em vários países, entre eles, a África do Sul, um dos países do mundo mais atingidos pela pandemia, com 5,5 milhões de pessoas infectadas numa população de 47 milhões.

Segundo um comunicado do laboratório, o Maraviroc é apenas um dos muitos novos medicamentos que o grupo pretende produzir no futuro. “A intenção (da empresa) é de produzir quatro a seis novos medicamentos por ano, nos próximos dez anos”, refere a nota de imprensa, acrescentando que o grupo investe entre 824 milhões de euros e mil milhões para conseguir produzir um produto”, afirmou um porta-voz do laboratório.

A Pfizer produz diversos tratamentos contra o vírus da sida mas, foi frequentemente criticada pelas suas campanhas publicitárias. O grupo foi também, recentemente, acusado pela Fundação Cuidados de Saúde da Sida, de favorecer a propagação das doenças sexualmente transmissíveis devido ao seu marketing “irresponsável” do Viagra, medicamento contra a impotência.


VIH infecta células utilizando uma “porta de entrada” molecular

Uma técnica avançada de reprodução de imagens conhecida como tomografia electrónica permitiu aos investigadores do National Cancer Institute (NCI) visualizar uma “porta de entrada”, uma estrutura única formada entre o VIH e uma célula no momento da infecção.

De acordo com a descoberta publicada na edição da PLoS Pathogens, "visualizar os mecanismos moleculares através dos quais o VIH e vírus relacionados entram nas células hospedeiras pode potencialmente conduzir à identificação de novos medicamentos."

Segundo Elias Zerhouni, MD, Director do National Institutes of Health, "esta elegante investigação não só nos fornece perspectivas de como o VIH e vírus relacionados interagem com as proteínas da superfície das células e integram o seu ADN, como também fornecem pistas importantes sobre como delinear e melhorar a terapêutica anti-VIH."

Neste estudo, os cientistas mostraram que, na verdade, a interacção toma a forma de um firme aglomerado de 5 a 7 estruturas em forma de haste. Esta impressionante disposição foi apelidada de “porta de entrada” pelos investigadores.

Raquel Pacheco

Fonte: AidsPortugal.com/Pfizer/ PLoS Pathogens/NCI
Novas regras entram em vigor na segunda-feira
Comparticipação só nas farmácias


Os medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde vão, a partir da próxima segunda-feira, estar disponíveis fora das farmácias, mas quem optar pela sua compra naqueles espaços alternativos perderá o direito à comparticipação. A medida, que se adivinha polémica, é explicada pelo Governo com o argumento da complexidade do sistema de comparticipações, que obriga a cingi-las às farmácias.

De acordo com um diploma publicado ontem em «Diário da República», que surge cerca de 18 meses depois de a tutela ter autorizado a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias e dois meses depois de o Conselho de Ministros ter aprovado a dispensa, também naqueles espaços, dos medicamentos comparticipados, é para já impossível proceder ao alargamento da comparticipação aos hipermercados e parafarmácias, embora o Executivo de José Sócrates não descarte essa possibilidade num futuro mais ou menos próximo.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Semanário Sol, Correio da Manhã

REPORTAGEM

Transgénicos usados na produção de medicamentos
Biofármacos: vanguarda e contestação

Medicamentos de carne e osso ou com caule e folhas constituem uma extrapolação ainda muito fantasiosa do que a biotecnologia já permite em termos da produção de fármacos. Ou talvez não! O «pharming», neologismo que resulta do cruzamento de vocábulos como «farming» (cultivo de plantas e criação de animais) e «pharmacy» (farmácia), é já uma realidade em todo o mundo e a Europa concentra um terço das instituições que se dedicam a essa actividade.


A utilização de plantas e de animais transgénicos no fabrico de medicamentos é um facto inquestionável – e nada consensual – na actualidade, sendo a insulina o mais conhecido dos fármacos assim produzidos. Segundo especialistas da associação ambientalista Greenpeace, o uso de medicamentos, enzimas, reagentes e produtos fabricados a partir de microorganismos transgénicos em ambientes confinados (em laboratórios ou fábricas, sem contacto com o meio ambiente ou com pessoas), “não representa um perigo”, na medida em que “o consumidor recebe uma substância química purificada e analisada, que também não teve contacto com os seres vivos transgénicos”. Muito diferente, alertam os ambientalistas, é a ideia de usar plantas alimentícias no fabrico de medicamentos ao ar livre, situação em que os alimentos geneticamente modificados poderão “contaminar as plantações convencionais e chegar ao prato de milhares de pessoas”, que estarão a ser medicadas sem saber, para males de que nem sofrem.
Esta é a base principal da contestação que a Greenpeace e outras associações de protecção do ambiente e da saúde pública de todo o mundo fazem aos biofármacos que, no entanto, tem conquistado inúmeros adeptos à escala global, que atestam a elevada rentabilidade do «pharming». Se pensarmos que 20 cabras são suficientes para assegurar a produção da quantidade de medicamento que permitirá combater um tipo de cancro em toda a América do Sul, a actividade que muitos contestam vai ganhando contornos mais positivos. Um estudo divulgado em Abril pelo JRC – Joint Research Center (centro comum de investigação da Comissão Europeia) aferiu que o sector da biotecnologia tem hoje grande impacto sobre os principais sectores das economias europeias.
O «Bio4EU», o maior estudo alguma vez realizado a nível europeu sobre o impacto socio-económico da biotecnologia, produziu números que falam por si, e que dizem que as ciências da vida e a biotecnologia se tornaram centrais em grande parte das economias da União Europeia, estimando-se que a biotecnologia moderna produza praticamente dois por cento do PIB dos 27 estados-membros, sendo comparável às áreas industriais de maior importância no continente. O relatório europeu, a que o farmácia.com.pt teve acesso, demonstra que a indústria biotecnológica europeia dá hoje emprego directo a cerca de 97 mil pessoas, «atirando» para um número muito superior o volume de empregos indirectamente ligados ao sector. Por outro lado, o número de biofármacos existentes no mercado mais do que duplicou nas últimas décadas, com o número de empresas biofarmacêuticas a sofrer um impulso ainda mais evidente, de 37 unidades em 1996 para 143 em 2005.
O «pharming» pressupõe um enorme avanço do ponto de vista tecnológico, contra os esquemas de fabricação de vacinas extremamente primitivos que ainda se usam no sector: “A vacina para a gripe, por exemplo, era ainda há pouco tempo fabricada dentro de ovos de galinha, que tinham de ser rodados manualmente diversas vezes por dia. Quando alguns desses ovos eram infectados com salmonelas, tinha de se deitar fora toda a produção. Resultado? Nesse ano pura e simplesmente não havia imunização contra a gripe”, explicou Juan Enríquez Cabot, presidente da consultora em biotecnologia Biotechonomy, com sede em Boston (Estados Unidos), e também fundador do projecto de Ciências da Vida da Escola de Negócios de Harvard.

Carla Teixeira
Fonte: El Pais, Greenpeace, APBio
Foto: Cabras usadas na produção de biofármacos («El Pais»)

Macugen apresenta uma melhoria continuada em pacientes com retinopatia diabética

Investigadores anunciaram, no Congresso da Sociedade Europeia de Oftalmologia, em Viena, que as melhorias verificadas inicialmente na acuidade visual dos pacientes com retinopatia diabética, tratados com Macugen (pegaptanib sódico), da Pfizer, são mantidas até um ano depois do tratamento.

Os resultados dos ensaios clínicos, na semana 36, mostraram que o pegaptanib estava associado à melhoria da acuidade visual, à redução da espessura da retina e à regressão da neovascularização da retina. Novos dados, na semana 82, que corresponde a cerca de 46 semanas após a paragem das injecções, mostraram benefícios contínuos com o pegaptanib e a ausência de quaisquer razões para preocupações, em termos de segurança.

O Dr. Ergun, da Universidade de Medicina de Graz, Áustria, sublinhou que os dados são importantes, na medida em que a retinopatia diabética é a primeira causa de cegueira em adultos, nos países desenvolvidos, e os tipos de diabetes 1 e 2 estão em crescente risco de piorar com o tempo.

Especificamente, os resultados de ambas as fases do estudo, a randomizada e a de extensão, documentaram um ganho de acuidade visual de 10 ou mais letras em 34 por cento dos pacientes, do grupo a quem foi administrada a dose de 0.3 mg de pegaptanib, em comparação com os 10 por cento do grupo de simulação e um ganho de, pelo menos, 15 letras em 18 e 7 por cento dos pacientes de cada grupo, respectivamente. A espessura da retina diminuiu mais no grupo que recebeu o tratamento com 0.3 mg pegaptanib em cada altura. No geral, 13 pacientes no grupo do pegaptanib e três no de simulação tinham neovascularizaçao da retina quando avaliados inicialmente. Oito dos pacientes tratados com pegaptanib, ou 62 por cento, tiveram uma regressão da neovascularização, enquanto que nenhum dos três pacientes do grupo de simulação apresentou alterações. A regressão mantinha-se, na semana 52, em cinco dos oito pacientes tratados.

Dr. Ergun referiu ainda que a retinopatia diabética é tratada actualmente com cirurgia laser que é eficaz, mas geralmente apenas estabiliza a função visual sem apresentar melhorias. Outro agente terapêutico é a triancinolona intravítrea que é, contudo, apenas eficaz temporariamente e leva a formação de cataratas e aumento significativo da pressão ocular.

O pegaptanib é um oligonucleótido peguilado modificado, que se liga com elevada especificidade e afinidade ao Factor de Crescimento Endotelial Vascular extracelular (VEGF), inibindo a sua actividade. O VEGF é uma proteína segregada que induz a angiogénese, a permeabilidade vascular e a inflamação; pensa-se que todas elas contribuem para a progressão da forma neovascular (húmida) da Degenerescência Macular da Idade (DMI).

O tratamento com Macugen é feito apenas por injecção intravítreal e deve ser administrado por oftalmologistas com experiência em injecções intravítreas.
Isabel Marques

Combate ao VIH/Sida é prioridade na presidência portuguesa da UE

O combate à infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), será uma das prioridades da agenda da presidência portuguesa da União Europeia, para a área da saúde, garantiu hoje, o ministro da saúde, Correia de Campos.

Na sessão de encerramento da apresentação do programa ADIS, patrocinado pela Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida e pelo Alto Comissariado da Saúde, o ministro referiu que,"a presidência alemã da União Europeia atribuiu uma alta prioridade para a infecção do VIH Sida e nós temos que manter esta linha de preocupações".

De acordo com Correia de Campos, o problema do VIH estava "esquecido e voltou a fazer parte das preocupações políticas" da União, dai que este seja um tema preponderante para a presidência portuguesa, que tem inicio dentro de um mês.

No âmbito do combate e prevenção do VIH/Sida, a presidência portuguesa levará a cabo duas conferências sobre o tema, a conferência sobre saúde e emigrações, no final de Setembro e a conferência das Coordenações Nacionais da luta contra o VIH/Sida, dois momentos cruciais de debate sobre o problema.

O ministro fez também questão de referir a necessidade de pôr fim à discriminação que os doentes e familiares infectados continuam a sofrer actualmente, realçando a capacidade que o governo tem demonstrado para lidar com o problema do VIH/Sida.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Recolha voluntária do Paramolan

O Departamento de Inspecção do INFARMED informou, esta semana, a recolha voluntária do medicamento Paramolan - solução oral doseada a 24mg/ml de Paracetamol.

Segundo explicou a Autoridade Nacional do Medicamento, a firma Laboratórios Medinfar– Produtos Farmacêuticos, S.A, está a proceder à recolha do fármaco "em virtude de ter sido detectado a existência de um resultado fora de especificação para o ensaio de Controlo Microbiológico, no decorrer dos ensaios de estabilidade efectuados ao lote n.º 7045 (com val: Janeiro de 2010).

Neste sentido, Helder Mota Filipe, do conselho de directivo do INFARMED, confirmou que foi ordenada a suspensão imediata da comercialização deste lote.

De referir que, o Paramalon estava indicado no tratamento de situações dolorosas e febris de qualquer etiologia tais como constipações, cefaleias, rinites, otites, amigdalites, etc., em especial no doente em que o ácido acetilsallisílico está contra-indicado (úlcera péptica) ou quando o aumento do tempo de hemorragia causado por este é uma desvantagem.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed

Micróbios famintos geram bactéria perigosa

Má formação nervosa fetal, meningite e pneumonia

Segundo um estudo publicado, esta semana, na revista BMC Microbiology, cientistas da Dinamarca descobriram que, mesmo no mundo microscópico, a "fome" pode levar à"marginalidade".

A equipa de dinamarqueses constatou que as bactérias que foram privadas de oxigénio conseguiram proliferar com muito mais agressividade, do que aquelas onde havia quantidades normais de oxigénio.

Os investigadores Bjarke Christensen e Tine Licht explicaram que foram criados dois grupos separados dos organismos: um deles em condições normais de oxigénio (grupo de controlo) e outro com o gás escasso.

Infecção 100 vezes maior

Depois de contaminarem porquinhos-da-índia e verificarem tanto as fezes, como os órgãos internos das cobaias, comprovaram que “havia um grau de infecção cem vezes maior naqueles infectados com os micróbios famintos.”

À revista BMC Microbiology, os cientistas da Dinamarca admitiram não entender bem o porquê desse alto grau de infecciosidade dos microorganismos em privação. Uma das hipóteses avançadas pelos especialistas, seria de que a falta de oxigénio ter-lhes-ia “ensinado” a sobreviver a outros tipos de dificuldades como os ácidos estomacais da cobaia conseguindo sobreviver e causar doenças.

Listeria monocytogenes – uma bactéria Gram-positiva pertencente à família Listeriaceae que cresce na presença ou na ausência de oxigénio (anaeróbia facultativa) - pode aparecer em muitos alimentos e é considerada uma bactéria perigosa que pode levar à má formação nervosa fetal, meningite e pneumonia.

Raquel Pacheco


Fonte: BMC Microbiology/ASAE

Revlimid recebe autorização para ser comercializado na União Europeia para o tratamento do Mieloma Múltiplo

A farmacêutica Celgene International Sarl anunciou, esta terça-feira, 19 de Junho, que o Revlimid (lenalidomida) recebeu autorização para a comercialização na Europa, em combinação com dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que receberam, pelo menos, uma terapia anteriormente. Esta autorização representa a primeira aprovação para a Celgene na Europa, e o Revlimid representa o primeiro avanço na terapia oral para os pacientes com mieloma múltiplo na Europa, em mais de 40 anos.

O presidente da Celgene International, Aart Brouwer, afirmou que a aprovação do Revlimid na UE é um marco particularmente importante e positivo para a Celgene, assim como um passo substancial para alcançar a missão global da farmacêutica de disponibilizar as terapias orais inovadoras aos pacientes com necessidades médicas que não são atendidas em todo o mundo. A farmacêutica está a trabalhar meticulosamente com as autoridades reguladoras locais para determinar os próximos passos, no que se refere aos planos de preços, reembolsos e distribuição para todos os países da UE, de forma a que o Revlimid esteja disponível para todos os pacientes adequados, o mais rapidamente possível.

A Fundação Internacional do Mieloma também considerou a aprovação para a comercialização do Revlimid na Europa como sendo um importante avanço para os pacientes que sofrem desta doença.

O Revlimid obteve a designação de Medicamento Órfão na UE, Estados Unidos e Austrália para o tratamento do mieloma múltiplo. O Revlimid foi aprovado para a utilização como tratamento oral, em combinação com dexametasona, pela Comissão Europeia, seguindo a recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) e pela FDA, para os pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos uma terapia anteriormente.
O Revlimid foi aprovado nos Estados Unidos (em combinação com um esteróide), em Junho de 2006.

O mieloma múltiplo é o segundo tipo de cancro de sangue diagnosticado mais comum. De acordo com a Fundação Internacional do Mieloma, estima-se que haja 750 000 pessoas com mieloma múltiplo, em todo o mundo. Actualmente, há mais de 85 000 homens e mulheres na Europa em tratamento para o mieloma múltiplo, e prevê-se que 25 000 pessoas morram deste tipo de cancro de sangue em 2007.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive,
www.checkbiotech.org

Unicef adverte: Papas prejudicam saúde dos bebés

Alimentar os bebés com papas é desnecessário e artificial, podendo vir a causar problemas de saúde, alertou Gill Rapley, responsável pela iniciativa “Hospital Amigo dos Bebés” promovida pela Unicef. A conclusão resulta de um estudo da Organização Mundial de Saúde.

A especialista afirma que a melhor solução é a amamentação ou o leite em pó durante os primeiros seis meses de vida. Posteriormente as crianças devem ser desmamadas e alimentadas com sólidos de forma a controlar melhor a quantidade de comida que ingerem. Desta forma aprendem, desde cedo, a aderir à alimentação variada.

Esta é também uma chamada de atenção para recomendação da Organização Mundial de Saúde e da Unicef acerca da importância dos bebés serem alimentados exclusivamente com leite materno, nos primeiros seis meses de vida. Se isso não acontecer, as crianças correm o risco de desperdiçar nutrientes vitais presentes no leite materno, que os protegem contra as alergias e infecções comuns.

“Em 2002, a OMS apoiou uma investigação que revelou que o leite materno fornece a nutrição necessária ao bebé até aos seis meses de idade”, sustentou Repley.

Para além disto, alimentar os bebés com papas pode atrasar a sua aprendizagem do processo de mastigação, o que faz com que se tornem preguiçosos e aumenta a apetência para as constipações e para sofrerem de problemas gastrointestinais.

A ideia de elaborar um estudo que analisasse a alimentação dos bebés surgiu após várias observações feitas por Rapley onde se deparava com as dúvidas dos pais acerca do assunto. “Muitos pais chegavam junto a mim com o mesmo problema – o meu filho está obstipado, o meu filho tem um gosto muito selectivo – e não conseguiam fazer a mudança para a segunda fase de alimentação”, explicou a responsável em declarações à BBC.

Rapley reparou também que havia cada vez mais pais a comprarem papas para bebés nos supermercados, um facto que considera preocupante, já que quatro em cada cinco bebés, com idades entre os quatro e os 20 meses, são actualmente alimentados com produtos enlatados e de conserva. Muitos destes alimentos são orgânicos e confeccionados com ingredientes frescos para se tornarem mais apelativos aos olhos dos pais.

Partindo destas observações e baseando-se nas suas investigações, Repley desenvolveu um programa de alimentação que consiste em desmamar o bebé ao seu próprio ritmo, instigando os pais a introduzirem comida sólida na alimentação das crianças que já se conseguem manter sentadas, em vez das habituais papas.

É comum os pais pensarem que os bebés precisam de algo mais do que o leite quanto atingem os quatro meses de idade, porém “os cientistas e os conselheiros governamentais concordam que isso não é verdade”, afirmou a investigadora.

Aos seis meses de idade os bebés já têm capacidade para agarrar os alimentos com as próprias mãos e para os mastigar. Ainda assim o aleitamento materno não deve ser obrigatoriamente abandonado depois dessa idade podendo prolongar-se de acordo com o bem-estar da mãe e do bebé.

Ao serem alimentados de acordo com o programa proposto por Repley, as crianças desenvolvem melhor o controlo das mãos e tornam-se mais aptas para se alimentarem a elas próprias não necessitando dos pais para cumprir essa tarefa.

O estudo elaborado pela especialista demonstrou também que, na maior parte das vezes, as crianças alimentadas com papas, antes dos seis meses de idade, não aceitaram bem a introdução de alimentos sólidos por estarem habituadas a comidas onde os gostos de cada alimento estavam disfarçados.

“Desde que a criança esteja sentada correctamente e a ser supervisionada por um adulto, pode alimentar-se a ela própria com uma grande variedade de alimentos saudáveis”, disse Repley.

No entanto, Roger Clarke, director geral das Associações de Crianças e Alimentos Dietéticos e representante da Heinz, da Nestlé e da Boots, desvalorizou as recomendações. “Esta é uma investigação recente e é preciso analisá-la com cuidado”, frisou, acrescentando que “a idade na qual os alimentos sólidos são introduzidos depende das necessidades nutricionais e do desenvolvimento de cada criança”.

David Candy, pediatra gastrenterologista no “Royal West Sussex NHS Trust”, acredita nas potencialidades do programa. Ainda assim salienta que não é fácil estabelecer uma idade exacta para começar a introduzir os sólidos na alimentação, já que cada bebé se desenvolve a um ritmo próprio. As papas podem ajudar na transferência entre os líquidos e os alimentos sólidos, porque “há crianças que, nessa idade, ainda não desenvolveram a capacidade de mastigar e acabariam por rejeitar os alimentos sólidos”, concluiu.

Marta Bilro

Fonte: BBC News, Daily Mail, Fox News.

Tabaco: Vício dos pais reflecte-se nos filhos


Actuação da mãe tem maior impacto na criança

Uma investigação realizada pela Universidade do Minho (UM), em Braga, concluiu que os filhos de pais fumadores têm mais probabilidades de virem a fumar, sendo que, a actuação da mãe tem maior impacto que a do pai no comportamento das crianças.

Intitulado «Relação entre o tabagismo dos pais e o consumo de tabaco dos filhos: implicações para a prevenção», o estudo – efectuado pela equipa do Instituto de Educação e Psicologia da UM – analisou o comportamento de 1.141 alunos de sete escolas EB 2-3 de Braga.

De acordo com as conclusões apresentadas pelos investigadores da UM, o número de fumadores diários é maior nos que têm pais fumadores (5,2 %) do que no grupo de pais não fumadores (3,3 %).

O dado mais importante, porém, surge no grupo dos fumadores diários cujas mães são, igualmente, fumadoras. A percentagem de alunos fumadores diários (8,7%) é maior no grupo de alunos cujas mães fumam, contra os 3,1 % nos estudantes cujas mães não fumam.

A percentagem maior de alunos fumadores surge, no entanto, no grupo daqueles cujos pais fumam dentro de casa. Entre nove e dez por cento dos jovens fumadores afirmaram que os pais têm por hábito fumar em casa.

Raquel Pacheco

Fonte: UM