quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Venda de medicamentos anti-retrovirais e oncológicos fora das farmácias hospitalares
A Associação Portuguesa de Indústria Farmacêutica (Apifarma) diz que a venda de medicamentos anti-retrovirais ou oncológicos fora das farmácias hospitalares pressupõe um aumento no preço base da margem de lucro da distribuição, que se situa nos 27 por cento, e do IVA destes fármacos.
O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, lembrou hoje que a indústria vende directamente aos hospitais ou centros de saúde sem margem de lucro quanto à distribuição, o que não acontece quando os medicamentos chegam às farmácias correntes.
"Ou as farmácias entregam os medicamentos sem essa margem ou terão que ser mais caros, porque aos 100 por cento do preço são acrescentados 27 por cento da margem de distribuição e mais o IVA", recordou.
A comercialização de medicamentos nas farmácias para a infecção HIV/Sida, artrite reumatóide ou cancro, que até agora eram apenas vendidos em farmácias hospitalares, está prevista para "dentro de alguns meses", confirmou o ministro da Saúde, Correia de Campos, e o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Vasco Maria, durante um colóquio no Parlamento.
Manuel Gonçalves, vice-presidente da Apifarma, lembrou que, no âmbito do trabalho de avaliação da dispensa de alguns medicamentos fora dos hospitalares, todas as associações de profissionais, com excepção da Associação Nacional de Farmácias, "não encontraram vantagens na venda de fármacos anti-retrovirais e oncológicos, pois não foram identificadas dificuldades de acesso a estes medicamentos".
"Esta não é apenas uma decisão política, mas também económica", lembrou Almeida Lopes, uma vez que o mercado dos medicamentos para a infecção HIV e patologias oncológicas representa 350 milhões de euros.
Por outro lado, os dirigentes da APIFARMA referem também que existem ainda questões fundamentais por resolver, dando como exemplo a possibilidade de haver menos avaliação/acompanhamento da toma dos medicamentos.
"Já há doentes infectados com Sida que se deslocam de Coimbra para Lisboa ou entre outras localidades para evitar o estigma social, por isso não vemos vantagens da distribuição deste tipo de medicamentos em farmácias. Para a indústria, esta venda não coloca qualquer problema, desde que não nos peçam para fazermos a distribuição", comentaram os responsáveis.
"Os medicamentos não podem ser vistos como custos, mas como investimentos e alternativas a outras intervenções, como os internamentos", referiu Manuel Gonçalves.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Alface geneticamente modificada pode produzir insulina

De acordo com especialistas biomédicos da Universidade da Flórida Central (Estados Unidos), as cápsulas de insulina produzidas duma alface geneticamente modificada podem ser a chave para restaurar a capacidade do corpo em produzir insulina.
É mais uma luz que nasce para milhões de pessoas que sofrem da diabetes dependente de insulina. Se as experiências em humanos forem bem sucedidos como foram em animais, o impacto da investigação poderá reduzir dramaticamente, em todo o mundo, os custos na luta de uma doença que pode levar a doenças cardíacas e renais e cegueira.
Segundo divulgou a revista «Plant Biotechnology», a equipa de investigadores da Florida – liderada por Henry Daniell – projectou geneticamente plantas de tabaco (com um gene da insulina) que foram secas, congeladas e administradas em pó para ratos diabéticos de cinco semanas por oito semanas. “No final do estudo, os ratos diabéticos apresentaram níveis normais de açúcar no sangue e na urina, e suas células produziam níveis normais de insulina”, refere aquela publicação.
A descoberta – que contou com o financiamento do National Institutes of Health em dois milhões de dólares – revelou que “as cápsulas de insulina poderão, um dia, ser usadas para prevenir a diabetes antes do aparecimento dos sintomas e para tratar a doença nos seus estágios mais iniciais”, garantem os autores do estudo, frisando que “há propostas para o uso da alface (em vez do tabaco) para a produção de insulina porque este cultivo pode ser produzido de forma barata e evita o estigma negativo associado ao tabaco.”
A diabetes tipo 1, ou insulino-dependente, é uma doença auto-imune onde o próprio corpo ataca e destrói a insulina e a produção de células beta do pâncreas. A insulina é, pró sua vez, necessário para converter o açúcar, amido e outros alimentos em energia.
Neste sentido, o método de Henry Daniell apresenta-se promissor porque as paredes das células feitas de celulose impedem, inicialmente, que a insulina se degrade. “Quando as células da planta com a insulina alcançam o intestino, as bactérias que vivem lá começam a quebrar lentamente as paredes das células e liberar gradualmente a insulina no sangue”, explicaram os investigadores.
“Produzida na alface, a insulina seria administrada aos doentes humanos como um pó em cápsulas porque a dosagem deve ser controlada com cuidado”, concluíram.
Raquel Pacheco
Fonte: Plant Biotechnology/Biotech
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Nova técnica evita rejeição de transplantes em diabéticos

Uma nova técnica que poderá evitar a rejeição dos transplantes de estruturas pancreáticas (ilhotas de Langerhans) em doentes diabéticos foi desenvolvida por uma equipa norte-americana.
De acordo com um estudo publicado na revista científica «Nature», investigadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, consegue prolongar a sobrevivência dos transplantes em animais.
É sabido que, até agora, a luta para evitar que o sistema imunitário rejeite os transplantes estava concentrada nos tratamentos de eliminação de algumas células T, encarregues de eliminar os elementos estranhos no organismo.
No entanto, e apesar de o transplante de ilhotas de Langerhans ser uma técnica promissora para muitos doentes com diabetes tipo 1, o certo é que, -- afirmam os especialistas - ainda apresenta entraves “pela dificuldade dos enxertos pancreáticos resistirem a longo prazo.”
Segundo informa a «Nature», a equipa da Pensilvânia analisou, também, em macacos com ilhotas transplantadas, o efeito de reduzir a quantidade de células B, (linfócitos dos quais depende a imunidade).
Os resultados alcançados pelos investigadores conduziram, assim, a uma descoberta promissora: “Foi descoberto que a combinação de globulina antitimócito (ATG), um composto anticélulas T, com o anticorpo monoclonal rituximab, conseguiu prolongar a sobrevivência dos transplantes nos animais”, revelaram.
Ali Naji, coordenador do estudo, destacou ainda que a investigação demonstrou que “a sobrevivência, a longo prazo, das ilhotas pancreáticas - onde se encontram as células beta, produtoras de insulina - transplantadas também consegue normalizar os níveis de açúcar no sangue.”
O rituximab é um anticorpo monoclonal que se une a uma proteína - o antígeno CD20 - na superfície das células B tanto normais como malignas e, a partir dessa união, reúne a acção das defesas naturais do organismo para atacar as células B malignas. Este anticorpo é usado no tratamento de uma forma de Leucemia, o Linfoma Não-Hodgkin.
Os cientistas anunciaram que o próximo passo será avaliar o potencial desta técnica também em humanos.
Raquel Pacheco
Fonte: Nature/Agência EFE
“Pré-diabéticos não recebem atenção devida”

Os pré-diabéticos constituem um grupo de risco, mas não recebem a atenção devida. O alerta foi lançado pelo endocrinologista Jácome de Castro que, no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, defendeu uma maior atenção para a “prevenção e diagnóstico precoce.”
Numa altura em que disparam as vozes quer de reivindicação, quer de informação sobre a diabetes – doença que afecta já cerca de 10% dos portugueses – Jácome de Castro, endocrinologista do Hospital Militar de Lisboa, advertiu para a importância da fase pré-diagnóstico.
“Os pré-diabéticos, pessoas em condições de maior probabilidade de vir a desenvolver a doença, não recebem a atenção devida, apesar de constituíram um grupo de risco”, afirmou o especialista ao «O Primeiro de Janeiro».
Segundo explicou o endocrinologista, a condição de pré-diabético “implica a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, deixando as pessoas numa situação intermédia entre o estado normal e o estado diabético”, sublinhando que “podem ser diagnosticadas com a medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, comparando-os depois com os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada.”
Reconhecendo que as pessoas vão estando “progressivamente consciencializadas para os riscos”, Jácome de Castro reivindicou para uma maior aposta “na prevenção, no diagnóstico precoce e nas terapêuticas agressivas.”
Não é fácil ter de lidar com uma série de alterações quando se tem conhecimento da doença ou, pelo menos, quando se sabe que pertence à condição de pré-diabético. É o caso de João Rodrigues que, embora sabendo ser uma pessoa de risco, descurou a realidade e a negligência conduziu-o a um caminho sem volta: hoje, aos 52 anos é diabético e cego.
Ao farmacia.com.pt, José Rodrigues contou a sua experiência na expectativa de que outros doentes não sigam o seu exemplo, apelando ao controlo precoce da doença."Perdi a visão há mais de dois anos, por ter sido juiz em causa própria e ter descuidado e abandonado, ao longo de 10 anos, o acompanhamento médico. Fui um péssimo pré-diabético e hoje carrego o peso dos meus actos e da assumo a irresponsabilidade", confessou.
Por não quer que outros episódios idênticos ao seu se repitam, João Rodrigues lançou o apelo a todos os que sofrem da doença ou pertencem ao grupo de risco: "Sejam conscientes e vigilantes, a fim de evitar os danos que estão inerentes a um dos maiores problemas de Saúde Pública - a diabetes. Face às exigências da doença, nunca descurem o acompanhamento médico regular e façam uma alimentação responsável", advertiu, concluindo que, "muitos podem reverter o cenário e evitar ficar às escuras em pleno dia..."
Fonte: O Primeiro de Janeiro/contacto telefónico
Especialista alerta para a condição pré-diabética
Na altura em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, são diversos os alertas para o aumento da doença que, segundo estimativas da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, afecta cerca de um milhão de portugueses, mas estando apenas 650 mil conscientes da doença.
O endocrinologista Jácome de Castro, do Hospital Militar de Lisboa, alertou para o facto dos pré-diabéticos, ou seja, as pessoas que apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença, não receberem a atenção necessária, apesar de serem um grupo de alto risco, sendo por isso preciso ter atenção à fase de pré-diagnóstico.
Segundo o Dr. Jácome de Castro, "os pré-diabéticos, se não receberem o tratamento devido, correm o risco de desenvolver diabetes, o que aumenta o risco de doenças cardíacas e cerebrovasculares, as doenças que mais matam em Portugal".
O endocrinologista explicou ainda que a condição de pré-diabético envolve a ocorrência de alterações no metabolismo dos açúcares, o que deixa as pessoas numa condição "intermédia entre o estado normal e o estado de diabético". A denominada pré-diabetes pode ser diagnosticada através da medição dos níveis de açúcar no sangue em jejum, e da posterior comparação com “os valores que surgem em resposta a uma carga de açúcar padronizada”.
Antes das pessoas desenvolverem diabetes tipo 2, têm quase sempre pré-diabetes – os níveis de glicose no sangue são mais elevados do que o normal, mas ainda não são suficientemente elevados para serem diagnosticados como diabetes. Contudo, na pré-diabetes a glicose no sangue apresenta variações, e a condição caracteriza-se pela ausência de sintomas. Esta situação pode prolongar-se durante anos, podendo algumas pessoas vir a desenvolver diabetes tipo 2 num período de 10 anos. Investigações recentes demonstraram que alguns danos a longo prazo, especialmente no sistema cardíaco e circulatório, podem já estar a ocorrer durante a pré-diabetes.
O especialista defendeu ainda que através de um diagnóstico antecipado as pessoas vão ficando gradualmente mais conscientes dos riscos, mas é também necessário apostar na prevenção e na alteração dos estilos de vida, visto que o excesso de peso e a vida sedentária constituem as principais causas da diabetes de tipo 2. As pessoas em maior risco são aquelas com mais de 40 anos, com história familiar de diabetes, com excesso de peso e/ou que não praticam qualquer actividade física.
Contudo, é importante sublinhar que a pré-diabetes pode ser revertida. Estudos demonstraram que pessoas com pré-diabetes podem prevenir ou adiar o início da diabetes tipo 2 até 58 por cento, através de alterações no estilo de vida, que incluem perda moderada de peso e exercício regular. Para algumas pessoas, uma intervenção precoce pode realmente ajudar a “fazer marcha-atrás” na doença, restituindo ao normal os níveis elevados de glicose e eliminando o risco de desenvolver diabetes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam, a nível mundial, 185 milhões diabéticos, mas que apenas 40 por cento estão diagnosticados e tratados.
Isabel Marques
Fontes: Diário de Notícias, O Primeiro de Janeiro, www.diabetes.org, www.tvi.iol.pt, www.medicosdeportugal.iol.pt
«Diabetes nas crianças e adolescentes» é lema mundial

Tal como tem vindo a divulgar o farmacia.com.pt, por todo o mundo e por todo o país - de Norte a Sul -, há eventos que decorrem alusivos ao dia. O concelho do Barreiro não é excepção, contudo, sob a organização da associação local de diabéticos, as comemorações serão assinaladas apenas no dia 17 de Novembro.
Passeio e palestras no Barreiro
Segundo avança a Rostos.pt, o programa inclui “um passeio pedestre pela cidade do Barreiro, durante a manhã, e a divulgação de apoios técnicos e científicos para os diabéticos. Realizar-se-ão, também, duas palestras sobre Oftalmologia e respectivo envolvimento directo com a doença e ainda um almoço convívio e actividades culturais (Marcha Lúdica ao Barreiro Velho e concerto de musica coral polifónica).
Para hoje (dia 14), está agendada uma conferência de imprensa no Convento da Verderena, “onde se pretende demonstrar a actividade da Associação de Diabéticos do Concelho do Barreiro (ADCB) e dar relevo à comemoração do Dia Mundial da Diabetes” promulgado pela ONU desde de Dezembro de 2006.
Raquel Pacheco
Fonte: Rostos.pt/OMS
Diabetes: AtheroGenics suspende testes com elevada dose de AGI-1067
A empresa de biotecnologia AtheroGenics Inc, anunciou a suspensão dos testes (fase III) com dose elevada (300 miligramas) de AGI-1067 - uma pequena molécula com poder antioxidante – para o tratamento da diabetes.
A AGI-1067 foi originalmente licenciada pela AstraZeneca para investigações no âmbito terapêutico de doenças cardíacas, porém, demonstrou ineficácia ao não reduzir o risco.
Agora, a detecção de raros efeitos colaterias relacionados com o fígado terá levado a AtheroGenerics a suspender os testes já em fase III. Decisão esta que, também, foi tomada na sequência de discussões com a FDA (Food and Drug Administration).
Apesar dos resultados, a empresa não desiste e admitiu continuar a estudar a molécula AGI - 1067 em duas doses mais baixas (a 75 mg e 150 mg), como um novo tratamento antioxidante e anti-iflamatório para doentes diabéticos e também cardíacos.
Raquel Pacheco
GlaxoSmithKline confiante nas vendas de fármaco anti-diabetes
O director-executivo da GlaxoSmithKline, Jean-Pierre Garnier está optimista face às vendas do Avandia (maleato de rosiglitazona). O dirigente do laboratório britânico garantiu, esta terça-feira, que o nível de vendas deste medicamento anti-diabetes vai voltar a alcançar os elevados números anteriores.
Apesar das quebras registadas no lucro do fármaco e das severas advertências da opinião pública para o risco cardíaco associado ao Avandia, Jean-Pierre Garnier, está confiante de que “a GlaxoSmithKline continua no caminho certo para conseguir alcançar os resultados estipulados.”
Raquel Pacheco
Fonte: Network Médica
ICBAS promove sessão para sensibilizar e prevenir a diabetes

Esta acção tem como objectivo alertar para os perigos desta doença, e sensibilizar os jovens para a importância de uma alimentação saudável e da prática regular de exercício físico na prevenção da diabetes, que já atinge cerca de 900 mil portugueses, estimando-se que 20 mil sejam jovens. A actividade vai ser realizada em colaboração com diversos profissionais de saúde: médicos, enfermeiros e nutricionistas do Serviço de Endocrinologia do HGSA. A sessão de esclarecimento será da responsabilidade dos mesmos.
Os alunos da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, entre os 13 e os 18 anos, poderão ainda determinar o seu índice de massa corporal (IMC), bem como participar em actividades físicas lúdicas. Adicionalmente, serão entregues dois prémios para a melhor ementa realizada previamente pelos alunos e proporcionado um lanche, como exemplo de uma refeição apropriada.
Esta iniciativa da AEICBAS demonstra-se relevante, na medida em que cada vez mais surgem jovens com diabetes e em situações ligadas à obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que existam, a nível mundial, 185 milhões de pessoas com diabetes, sendo a doença a quarta causa de morte na maioria dos países desenvolvidos, com uma morte a cada 10 segundos.
Isabel Marques
Fontes: O Primeiro de Janeiro, http://sigarra.up.pt/icbas/, http://aeicbas.blogspot.com/, http://www.jasfarma.pt/
HUC comemoram Dia Mundial da Diabetes
No corolário de uma semana marcada por muitos acontecimentos relacionados com a diabetes, de encontros científicos a reivindicações várias, nomeadamente sobre a necessidade de maior consciencialização das populações e da comparticipação do tratamento com bomba de insulina, assinala-se nesta quarta-feira o Dia Mundial da Diabetes, e os Hospitais da Universidade de Coimbra associam-se às celebrações.
Está assim agendado para as 11 horas o arranque de uma conferência dinamizada pela direcção do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo dos HUC, que visa “debater a incidência da doença nas crianças e nos jovens”, que constituem o ponto nevrálgico das comemorações deste ano, subordinadas justamente ao tema «A diabetes nas crianças e nos adolescentes». Na acção estarão presentes vários membros da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e Diabetologia Pediátrica, para alertar para aquela patologia e os seus efeitos, designadamente junto dos doentes de mais tenra idade. Num momento em que se discute na comunidade médica portuguesa a oportunidade de uma eventual comparticipação do tratamento com bomba infusora de insulina, um dos interlocutores do evento será Francisco Carrilho, o médico dos HUC que foi responsável pela colocação da primeira bomba de insulina realizada no nosso país, há já vários anos.
Carla Teixeira
Fonte: «Diário As Beiras», entrevista com Helena Cardoso, comunicados de imprensa sobre o Dia Mundial da Diabetes
Placenta pode salvar visão
Um oftalmologista do Instituto Penido Burnier, no Brasil, desenvolveu um método para a recuperação de lesões oculares provocadas por queimaduras químicas e cicatrizes na córnea, que podem ser corrigidas com um implante de células-tronco retiradas da placenta.
Em vez de ir para o lixo, onde invariavelmente são depositadas as placentas depois de concluído o trabalho de parto – e serão milhões os partos realizados todos os dias, em todo o mundo – a membrana amniótica (parte interna da placena) pode ser usada na reabilitação das lesões provocadas por queimaduras químicas, que representam sete a 10 por cento dos acidentes oculares no trabalho, e por cicatrizes na superfície do olho causadas por algumas doenças, que constituem igualmente uma importante causa de deficiência visual. A inovação no tratamento destes problemas surge agora no Brasil, onde o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto garante que aquelas doenças podem ser corrigidas através de implantes de células-tronco retiradas da membrana amniótica.
Pioneiro naquele procedimento cirúrgico, o médico de Campinas explica, em comunicado, que a “cirurgia permite recuperar até 70 por cento dos casos de queimaduras oculares, inclusivamente as decorrentes do contacto com produtos alcalinos como a soda cáustica, a cal e o amoníaco, substâncias que marcam presença na maior parte dos acidentes industriais ocorridos com homens dos 20 aos 40 anos de idade. O especialista assevera que é possível recuperar a visão, já que as células da membrana amniótica conseguem diferenciar-se das restantes e dão a possibilidade de criar tecido na superfície ocular, tendo também propriedades a nível anti-inflamatório e cicatrizante.
Uma investigação científica realizada em Taiwan concluiu que a membrana amniótica não tem capacidade para refazer a totalidade dos 216 tecidos do corpo humano, mas pode diferenciar-se e assumir o lugar de diversos tipos de células, sendo que, na área da Oftalmologia, a placenta “pode ser útil também na reconstrução de pálpebras, bem como na eliminação de inflamações pós-cirúrgicas e tumores, e ainda na conjuntivite, na penfigóide (doença auto-imune que ataca a mucosa dos olhos) e na alergia ocular de Stevens-Johnson, que pode causar cicatrizes na córnea”.
Queiroz Neto explica que depende do grau de destruição da superfície ocular o cálculo da taxa de sucesso da intervenção, mas frisa que “o implante de membrana amniótica é suficiente”. Quando a córnea não está em processo activo de necrose é associado o transplante de limbo, que pode ser retirado do próprio paciente (se apenas um olho tiver sido afectado pelo acidente que motiva a cirurgia), ou de um doador (no caso de ambos os olhos terem ficado lesionados nesse acontecimento).
Carla Teixeira
Fonte: e-mail do farmacia-press
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
ENTREVISTA
“O diabético é o seu próprio médico”

Porque a vida moderna é predisponente ao desenvolvimento de muitas e diferentes patologias, a docente no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS) considera que poderá haver um subdiagnóstico da diabetes, tendo em conta que os 650 mil doentes actualmente identificados em Portugal correspondem ao resultado do 4º Inquérito Nacional de Saúde, que assenta numa auto-declaração da doença, quando se sabe que muitas pessoas poderão estar doentes e não saber disso. Em entrevista ao farmacia.com.pt, Helena Cardoso lembrou que “os estudos mostram que existem muitos casos não diagnosticados de diabetes de tipo 2 e de alterações da tolerância à glicose”, um estádio anterior na escala de evolução da doença, pelo que se prevê entre a comunidade médica que o número de doentes diagnosticados poderá ser igual ao de não diagnosticados.
Uma situação que não se esgota no facto simples de desconhecer a realidade, mas que entronca numa dificuldade acrescida: “o diagnóstico tardio conduz ao atraso no tratamento e ao aparecimento de complicações”, ao mesmo tempo que a situação de “pré-diabetes associa-se a muitos factores de risco que são modificáveis, como a hipertensão, a dislipidemia (o aumento da gordura no sangue), a obesidade ou o tabagismo, que devem ser agressivamente corrigidos nestes doentes”. Na diabetes de tipo 2, esclarece a endocrinologista, é a vida moderna que potencia o problema, através do “aumento do sedentarismo” e ao ritmo de “cidades que desencorajam a prática de actividade física”. Por outro lado, acrescenta, “a publicidade, aliada a um mais baixo preço dos alimentos que têm alto valor calórico, bem como a facilidade da sua conservação, tornam os alimentos ricos em fibras como vegetais, legumes e frutas algo que se vai dispensando ou de que não se gosta, também devido à falta de hábito de os comer”.
Considerando que “o principal problema da diabetes não é as injecções diárias de insulina, mas a dificuldade de, tomando todas as medidas necessárias, conseguir controlar a evolução da doença, evitando as suas complicações de médio e longo prazo, essas sim incapacitantes”, Helena Cardoso deixa aos doentes diabéticos um apelo: “É preciso chamar a atenção da sociedade e do poder político para a doença e para a gravidade das suas repercussões”, preconizando ainda a necessidade da criação de “cidades mais saudáveis e da obrigação de proporcionar aos diabéticos as formas de conseguirem a optimização do seu controlo num investimento a curto e a longo prazo”. Diz ainda, em jeito de mensagem de esperança, que “os avanços da Medicina e da Ciência são constantes”, e pede “persistência no tratamento”, por considerar que “o diabético é o seu próprio médico”. Envolver os doentes na terapia só pode, na opinião da especialista, favorecer o seu sucesso. “O médico vai ensinar o que tem de fazer para se tratar, mas é ele que terá de assumir a responsabilidade pelo tratamento, para que, quando mais novidades vierem, possa usufruir em pleno dessas novas realidades”.
Bomba de insulina
Ligada à introdução em Portugal da terapia com bomba de insulina – apesar de não ter sido a primeira médica a apostar naquele tratamento, um mérito que reconhece a Francisco Carrilho, endocrinologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, a investigadora do ICBAS frisa que aquele método “é cómodo e permite uma maior estabilidade glicémica”, destacando “a eliminação das múltiplas injecções diárias e a maior flexibilidade de horários e conteúdos das refeições” como vantagens. A não comparticipação da bomba de insulina – que tem um custo de cerca de 3500 euros e pressupõe uma despesa mensal de pelo menos 150 euros em consumíveis (cada cateter tem três dias de validade e os adesivos que o fixam à pele têm também de ser mudados), embora alguns doentes falem em verbas bastante superiores – é um grande obstáculo à sua generalização, mas Helena Cardoso assevera que uma vez adquirida a bomba e feita a adaptação ao aparelho “o diabético não tem vontade de abandonar” o tratamento.
Carla Teixeira
Fonte: Entrevista a Helena Cardoso
Jovem de 14 anos dá hoje aula a famosos

A iniciativa tem a chancela da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal e tem como principal finalidade “desmistificar os mitos associados à diabetes”, suscitando a consciencialização da população para “a importância de aprender com aqueles que lidam diariamente com a doença”. Os actores da série «Morangos com açúcar» Mafalda Teixeira e Pedro Carvalho, os apresentadores Carolina Patrocínio e Luís Filipe Borges e o cantor Fernando Marques são alguns dos alunos da jovem Kátia, e já admitiram não estar devidamente informados sobre o problema que afecta 650 a 900 mil portugueses. Uma atitude que o presidente da AJDP, em declarações ao farmacia.com.pt, defendeu ser salutar. “É necessário que a população portuguesa em geral admita que ainda não sabe o suficiente sobre a diabetes, as complicações que dela podem resultar, as diferenças entre os dois tipo da doença, a necessidade de gerir a medicação e como lidar com a insulina em casos de diabetes tipo 1, entre outras questões”.
Carla Teixeira
Fonte: Comunicado da Hill and Knowlton, contacto telefónico com Paulo Madureira, presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
Cegueira diabética: fenofibrato diminui necessidade de tratamento a laser

A cegueira causada pela diabetes (chamada de retinopatia diabética) é a maior causa da perda de visão em adultos - afectando cerca de 25 milhões de pessoas mundialmente. Actualmente, o único tratamento usado para combater esta doença é a terapia a laser. Contudo, sabe-se que, frequentemente, esta técnica reduz a visão periférica, bem como, causa outros efeitos colaterais e, nem tampouco, restaura a visão.
Entretanto, um estudo agora divulgado pela revista online «The Lancet» pode trazer uma nova luz aos casos de retinopatia diabética. Cientistas da Austrália, Nova Zelândia e Finlândia investigaram os efeitos de um agente para baixar os lipídios amplamente disponível - o fenofibrato - no uso do tratamento a laser em mais de 9000 homens e mulheres com a diabetes.
De salientar que, o Fenofibrate Intervention and Event Lowering in Diabetes (FIELD) Trial (Teste de Intervenção e Evento de Redução do Fenofibrato na Diabetes) é o maior estudo de agente para baixar os lipídios já realizado, até hoje, em adultos com diabetes que foram acompanhados ao longo de cinco anos. Foi também efectuado um sub-estudo dos seus efeitos na progressão da retinopatia diabética em mais de 1000 doentes.
Segundo avança a «The Lancet», os resultados do FIELD permitiram aos investigadores constatarem que “o fenofibrato reduziu em 31% a frequência do primeiro tratamento a laser para edemas maculares, e em 30% na proliferativa retinopatia diabética.” No sub-estudo – informa ainda a revista – “a redução do risco de ter o primeiro tratamento a laser foi 70% naqueles que recebem fenofibrato, no entanto, o número total de eventos foi pequeno - 23 cirurgias no grupo placebo, em comparação com cinco no fenofibrato grupo.”
Tony Keech, investigador e professor da Universidade de Sydney, (Austrália), esclareceu que o fenofibrato, agente modificador, “não conduziu a variações clinicamente significativas concentrações de HDL - colesterol entre os grupos placebo e fenofibrato.”
Assim, a equipa de cientistas do FIELD concluiu que “os benefícios substanciais do fenofibrato sobre a necessidade de tratamento a laser para retinopatia diabética são susceptíveis de ser equacionados aos benefícios resultantes de um controlo apertado da glucose no sangue e da pressão sanguínea na gestão de tipo 2 pacientes com diabetes mellitus”, garantindo que os resultados “emergem rapidamente após o tratamento é iniciado.”
A doença ocular diabética ocorre quando a diabetes afecta os vasos sanguíneos na parte de trás do olho danificando a retina e restringindo o fluxo do sangue. Este processo destrutivo ocorre em cerca de 74 por cento das pessoas que sofrem de diabetes por 10 anos ou mais.
Raquel Pacheco
Fontes: The Lancet/PRNewswire/ Medical News Today
Diabéticos usufruirão de “cheques-dentários” em 2009

Em declarações ao «Diário de Notícias», o bastonário explicou que esta medida “tem estado a ser negociada com o Governo nos últimos meses, uma vez que, a ideia é que o novo programa seja alargado de forma progressiva a outras faixas da população.”
No que concerne ao novo programa – no âmbito desta área e, recentemente, anunciado pelo primeiro-ministro, Orlando Monteiro da Silva considerou estar assegurado o que era fundamental para a OMD, “a liberdade de escolha do utente, já que, todos os dentistas poderão aderir e não haverá um mecanismo burocrático.”
Segundo avançou o dirigente, a OMD e a tutela “vão agora acertar ponteiros sobre o número e o tipo de tratamentos a que o “cheque-dentário” dá direito nos grupos abrangidos.”
Raquel Pacheco
Fonte: DN
Pós-IVG: mais de 20% das mulheres têm problemas físicos e psicológicos
Em declarações ao farmacia.com.pt, fonte da organização fez o balanço do evento: “Esta iniciativa focalizou-se na análise das consequências físicas e psicológicas da IVG, tendo sido apresentados e debatidos uma série de estudos internacionais dedicados a esta matéria.”
Um dos estudos - coordenado Priscilla Coleman, professora da Universidade da Virgínia (EUA) intitulado «Mulheres recebem cuidados psicológicos 90 dias a seguir a um aborto» - “revelou que mais de 20 por cento das mulheres sofre de problemas e doenças psicológicas depois de praticar uma IVG”, informou a mesma fonte.
Por seu turno, em entrevista à Rádio Renascença, Carlos Ramalheira, médico psiquiatra dos Hospitais da Universidade de Coimbra e um dos coordenadores científicos do encontro, defendeu que “são necessários mais estudos a nível nacional para se conhecer esta realidade em concreto.”
Na opinião do especialista – responsável pela sessão de encerramento – “o que é importante é discutir se existem ou não determinados mecanismos que podem levar ao surgimento de determinadas doenças do foro neuropsiquiátrico em pessoas que são expostas a situações de vida traumáticas, como são sempre as situações ligadas ao aborto.”
Segundo Carlos Ramalheira, “não há ainda estudos feitos em Portugal, mas a discussão que está em cima da mesa é de extraordinária importância e apontará caminhos para aquilo que será necessário fazer em Portugal no acompanhamento destas situações”, destacou.
Raquel Pacheco
Novo Nordisk lança barómetro para avaliar progressão da diabetes
Através deste instrumento de análise, os profissionais de saúde, associações de pacientes, políticos, instituições e meios de comunicação passam a dispor de informação valiosa para saberem como melhorar a qualidade de vida dos diabéticos, diminuindo as complicações, aumentando as expectativas de vida e reduzindo os custos económicos.
“Há demasiado tempo que a luta contra a diabetes é feita às escuras. Chegou o momento de acender as luzes e mostrar os resultados que foram alcançados, com o objectivo de marcar uma mudança sustentável. O Barómetro Changing Diabetes oferecerá informação sobre como melhorar a vida das pessoas com diabetes e de como dar prioridade aos seus cuidados e tratamentos”, afirmou Lise Kingo, vice-presidente executiva da Novo Nordisk.
O laboratório publicará anualmente – em simultâneo com a comemoração do mundial da Diabetes – um relatório sobre os indicadores globais que foram identificados. O primeiro estudo, que engloba 21 países, indica que se poderão alcançar importantes poupanças se os diabéticos forem diagnosticados com maior antecedência, uma economia que pode chegar aos 20 por cento. Para além disso, as complicações aliadas á doença, incluindo as falhas renais, as amputações de membros, a cegueira e as doenças cardiovasculares, podem ser reduzidas através de um controlo mais apertado.
O relatório sublinha que adoptar uma atitude de passividade face ao problema sai mais caro, uma vez que vão continuar a ser gerados gastos com cuidados de saúde, ao nível social e indirectamente todos aqueles que derivem da perda de produtividade. Não é o número de diabéticos em si que está a fazer subir os gastos, mas antes as complicações derivadas da doença seguidas de uma detecção tardia e de um controlo escasso do problema.
“Apesar das estimativas indicarem que o número de diabéticos deverá ascender aos 380 milhões a nível mundial em 2025, o Barómetro Changing Diabetes revela que apenas alguns países possuem um sistema que lhes permite avaliar a diabetes e os seus efeitos na população”, adverte o professor Jean- Claude Mbanya, vice-reitor e professor de medicina e endocrinologia na Universidade de Yaundé, nos Camarões. “Se agirmos agora tirando lições do Barómetro, podemos melhorar o conhecimento, o tratamento e a consciencialização para a doença”, acrescentou.
A Novo Nordisk espera que o Barómetro se torne uma referência na discussão, avaliação, progresso e tratamento de dados relativos à doença.
Marta Bilro
Fonte: PM Farma, Europa Press, IndiaPRWire
Pneumonia matou seis mil portugueses em 2006
Apesar da mortalidade por pneumonia se manter estável, com cerca de 18 por cento dos doentes internados nos hospitais a falecer, o número de internamentos aumentou no ano passado 6 por cento em relação ao ano anterior, situando-se acima dos 34 mil. O número de internamentos não tem em conta os doentes hospitalizados devido a outras patologias, mas que também tinham pneumonia.
Esta subida no número de internamentos pode ser um indicador do aumento da gravidade da doença. “Ao todo o número de casos sobe aos 50 mil”, disse ao DN pneumologista e presidente da Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias, Teles Araújo, justificando que, "o acréscimo de casos pode ter a ver com o reforço da resistência aos antibióticos e com a idade dos doentes, na maioria com mais de 65 anos”.
Os dados do relatório indicam ainda que, em 91 por cento dos casos a morte por pneumonia ocorreu em doentes idosos. Relativamente à distribuição geográfica da doença, “o Norte e o Centro do País têm mais casos de internamento do que outras regiões, mas a mortalidade é maior no Centro e na Madeira”, salientou o especialista.
No que diz respeito a outras doenças respiratórias, como o cancro do pulmão, o relatório revela uma tendência de subida, com 4700 casos de internamento registados e 32 por cento de mortalidade. Ainda assim, os óbitos baixaram 1 por cento. Apesar da incidência da doença ser ainda “demasiado alta”, a tuberculose está também a diminuiu, referiu Teles Araújo.
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, TSF, Diário Digital.
sábado, 10 de novembro de 2007
Merck & Co. irá pagar 4,85 mil milhões de dólares para resolver caso Vioxx

O acordo, o maior nos Estados Unidos este ano, está projectado para resolver aproximadamente 85 por cento dos processos lançados contra o fármaco para a osteoartrite. As entidades da companhia estimam que o acordo, caso seja aceite, irá encerrar 45 mil a 50 mil processos de danos pessoais, que envolvem utilizadores norte-americanos do Vioxx que sofreram ataques cardíacos ou acidente vascular cerebral (AVC) isquémico.
Irá ser criado um fundo para o acordo no valor de 4 mil milhões de dólares para aqueles que sofreram ataques cardíacos enquanto tomaram o fármaco. 850 milhões de dólares serão postos de parte para aqueles que sofreram acidentes vasculares cerebrais.
O Vioxx, que atingiu vendas anuais de 2,5 mil milhões de dólares, foi retirado do mercado em 2004, após um estudo ter demonstrado que aumentava o risco de ataques cardíacos em alguns pacientes, no caso de utilização por mais de 18 meses. A companhia enfrenta mais de 26 500 processos judiciais de antigos utilizadores que declaram que o fármaco provocou AVC e ataques cardíacos.
O acordo marca uma mudança de estratégia por parte da Merck, que tencionava contestar cada caso individualmente, em vez de considerar um acordo alargado, mas agora a companhia afirma que diversos factores tornaram esta a altura certa para o acordo. Segundo o presidente da Merck, Richard T. Clark, este é um acordo bom e responsável, que é certo que forneça um grau significativo de certeza.
O vice-presidente executivo da Merck, Kenneth Frazier, declarou que sem este acordo a litigação poderia prolongar-se por muitos anos. Frazier denominou este acordo como responsável e razoável, e que permite à Merck quantificar a responsabilidade legal, estimada anteriormente em 50 mil milhões de dólares. Desta forma, evita-se uma batalha judicial longa que poderia ser ainda mais dispendiosa.
Esta é uma grande concessão por parte da Merck, que sempre defendeu que o Vioxx apenas provocava danos após uma utilização durante 18 meses. Estas alegações foram rejeitadas por cientistas independentes e pelos advogados dos queixosos.
Para serem elegíveis para receber os pagamentos, os queixosos devem reunir três requisitos: prova médica de ataque cardíaco ou AVC, utilização documentada de, pelo menos, 30 comprimidos de Vioxx, e provas de que tomaram o fármaco, pelo menos, 14 dias antes de sofrerem os danos. O acordo não inclui pessoas fora dos Estados Unidos, nem com danos diferentes.
Os pagamentos deverão variar, dependendo da gravidade dos danos, da duração de utilização do Vioxx, e dos riscos que cada pessoa tinha para doenças cardiovasculares. As indemnizações poderão começar em Agosto de 2008.
A farmacêutica declarou ainda que irá contestar todas as queixas não incluídas no acordo. Desde a retirada do Vioxx, a Merck ganhou 11 casos em tribunal e perdeu cinco.
Isabel Marques
Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, The Associated Press, Reuters
40% dos idosos portugueses tomam medicação inadequada
O estudo, que contou com a participação de 213 pacientes da área da Grande Lisboa, “revela que o País tem muitos mais casos de idosos a tomar fármacos errados do que outros países europeus, onde a percentagem é de 25%”, afirmou Sofia de Oliveira Martins, investigadora da Faculdade de Farmácia, citada pelo DN.
Tendo em conta os critérios Beers de 2003, "que avaliam o que o idoso deve tomar", foram detectados 114 casos de doentes (38,5 por cento dos participantes) com medicação errada, 40 por cento dos quais diziam respeito a fármacos que, de acordo com a listagem internacional, deveriam ser evitados pela população idosa, como as benzodiazepinas de longa duração (calmantes) e a ticlopidina, um anticoagulante utilizado na prevenção de tromboses e AVC.
Conforme explicou Sofia Martins, o diazepam, por exemplo, por ser “um medicamento de longa duração” torna-se difícil de eliminar do organismo, o que faz com que os idosos fiquem confusos, sonolentos, tontos e com tendência para caírem quando se levantam. Um estudo realizado em 2002 indicava que as quedas eram a principal causa de internamento associada a reacções adversas a medicamentos.
Por sua vez, a ticlopidina, que é utilizada para evitar a formação de coágulos, não supera a actuação da aspirina sendo, porém, muito mais tóxica, refere o estudo. Os antidepressivos, responsáveis por 22,8 por cento dos casos de medicação errada, surgem também entre os principais causadores de internamento entre os idosos. Em 96 por cento das situações estes medicamentos eram prescritos. A mesma investigação diz ainda que se para 70 por cento dos doentes um medicamento era desadequado, em 23,2 por cento dos casos dois fármacos deveriam ser excluídos.
No total, os pacientes incluídos neste estudo estavam a tomar 1543 medicamentos, o que resulta numa média de 7,23 fármacos por pessoa, um número que não se distancia do registado em outros países. A duração e a dosagem foram outros dos aspectos analisados, tendo-se observado que um em cada dez idosos tomava medicamentos em doses demasiado elevadas ou por demasiado tempo. "Há alternativas mais seguras e baratas. Além disso, acontece frequentemente que os idosos, com organismos envelhecidos, continuam a tomar as mesmas doses que tomavam em novos", referiu a investigadora
A dificuldade dos médicos em aceder a instrumentos específicos para os idosos foi uma das principais razões apontadas para o elevado número de prescrições erradas. Segundo afirmou Sofia Martins, “apesar de haver alguma informação, ainda não passou para a prática clínica”. A alternativa seria o acompanhamento por geriatras, mas "a especialidade não existe em Portugal. Para António Leuschner, ex-coordenador do Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas, há falta de atenção específica para o idoso, um aspecto que está já “a ser analisado no plano“. Maria João Quintela, especialista em gerontologia, chama a atenção para a necessidade de "uma revisão da terapêutica, para retirar os medicamentos ineficazes".
Marta Bilro
Fonte: Diário de Notícias, Infarmed.
10 a 15 por cento dos cancros são de origem sanguínea
O presidente da SPH participa na reunião anual da instituição, que se encontra a decorrer desde quinta-feira até sábado, em Albufeira, onde deverão ser debatidas as doenças de Hematologia, especialidade médica que se foca nos tecidos e órgãos responsáveis pela proliferação, maturação e destruição das células sanguíneas.
Ao contrário de outros tumores, estes, por não serem sólidos, não podem ser tratados através de cirurgia, já que a medula óssea está distribuída por todo o corpo humano, assim como as células sanguíneas, explicou Parreira.
Os tratamentos, como a quimioterapia, permitem taxas de cura que rondam os 80 por cento nos casos de leucemia em crianças (a doença maligna mais frequente na população infantil) e os 60 por cento em determinados tipos de linfoma.
"Ao contrário do que se pensa, ter uma leucemia ou um linfoma não é uma sentença de morte", sublinhou o presidente da SPH, adiantando ainda que, nos casos em que não há cura, existem tratamentos que permitem atenuar ou eliminar os sintomas da doença.
"Existem certos tipos de linfoma cuja taxa de cura é baixa, mas a eficácia dos tratamentos permite conviver com a doença por períodos muito longos", observou António Parreira. No entanto, os cancros do sistema sanguíneo não são passíveis de prevenção e só a detecção precoce através de exames de rotina pode abrir a oportunidade para um tratamento mais eficaz.
"Em circunstâncias particulares há uma predisposição genética, como nos casos do cancro da mama e cólon, mas não há razões conhecidas para o aumento da incidência de linfomas", explicou o especialista, revelando que uma das razões possíveis, embora não esteja comprovada cientificamente, prende-se com factores ambientais, como a exposição a agentes tóxicos para o organismo ou substâncias poluentes.
No caso do linfoma, a incidência é superior nas pessoas mais idosas e pode atingir 20 a 30 em cada 100 mil, mas nos mais jovens a incidência atinge os 2 0u 3 casos por 100 mil habitantes.
Inês de Matos
Fonte: Lusa
FDA aprova anti-histamínico Zyrtec-D para venda livre
O Zyrtec-D, aprovado desde 2001 e originalmente sujeito a receita, combina um anti-histamínico, a cetirizina, e um descongestionante, a pseudoefedrina. Os reguladores norte-americanos aplicaram restrições à pseudoefedrina, porque é utilizada no fabrico de narcóticos ilegais, como a metanfetamina.
As limitações impostas pela FDA estão relacionadas com a administração do fármaco (apenas para maiores de 12 anos), e com a quantidade de caixas que o consumidor pode comprar, como também na obrigatoriedade do farmacêutico registar o nome do comprador. Os pacientes poderão ter de mostrar ao farmacêutico uma identificação emitida pelo governo para comprar o Zyrtec-D.
Cephalon paga 425 milhões de dólares para concluir investigação
As investigações sobre as vendas e práticas de marketing da Cephalon envolveram a utilização extensiva “off-label” (para outras indicações terapêuticas, dose ou posologia que não as aprovadas durante a avaliação que antecede a entrada do medicamento no mercado) de alguns dos fármacos, incluindo o Fentora (fentanilo) e o Actiq (citrato de fentanilo), para alívio da dor em pacientes oncológicos, o Gabitril (hidrocloreto de tiagabina), para a epilepsia, e o Provigil (modafinil), para a narcolepsia.
As companhias só estão autorizadas a promover os fármacos para utilizações que foram aprovadas pelos reguladores norte-americanos, contudo os médicos podem prescrever os medicamentos para outras indicações, como achem melhor.
Isabel Marques
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
«Comida que Cuida 2» auxilia diabéticos na mesa e na vida

A Sanofi-Aventis lançou, hoje, o livro «Comida que Cuida 2 - O prazer na vida e na mesa de quem tem diabetes», em São Paulo (Brasil). A obra dá continuidade ao primeiro livro da série e procura mostrar aos diabéticos que não é preciso abrir mão do prazer de se alimentar e como é possível desfrutar da vida, mesmo sendo portadores da doença.
Um ano depois de «Comida que Cuida – dicas de alimentação durante o tratamento de cancro», a farmacêutica francesa dirige-se agora aos doentes diabéticos com uma obra que vem para trazer uma boa notícia para os adolescentes e adultos que convivem com a doença: “É possível sim estabelecer uma relação mais prazerosa com a alimentação, mesmo diante das limitações que a diabetes impõe.”
Conseguir equilibrar a distribuição dos alimentos e na moderação da dieta, além da monitorização das taxas de glicemia é, segundo revelou a Sanofi-Aventis, “o segredo desvendado” no livro que está dotado de uma linguagem “acessível e bem-humorada” para abordar as dificuldades do dia-a-dia de quem tem diabetes.
De acordo com a farmacêutica, «Comida que Cuida 2 - O prazer na vida e na mesa de quem tem diabetes» traz também orientações para pais que têm filhos com diabetes que são complementados com depoimentos de vários especialistas de renome brasileiros que, deste modo, derrubam alguns mitos e esclarecem dúvidas sobre a doença.
“O livro reúne 70 receitas, inclusive sobremesas, que mostram como pequenas mudanças no prato podem melhorar a qualidade de vida do paciente com diabetes e ainda dá dicas de como se alimentar fora de casa, na churrascaria, no fast-food ou em ocasiões especiais, sem transgredir as regras básicas de alimentação que as pessoas com diabetes precisam seguir”, informa ainda a companhia.
Segundo a Sanofi-Aventis, a obra será disponibilizada, gratuitamente, nos hospitais e instituições que ofereçam serviços de apoio ao doente diabetético. A partir do dia 12 de Novembro, as instituições poderão encaminhar seus pedidos em formulário próprio, que será disponibilizado no site da empresa (www.sanofi-aventis.com.br) e, para permitir o acesso a um número maior de pessoas, nesta data, a obra também será publicada na íntegra no site corporativo da farmacêutica para download.
O primeiro livro «Comida que Cuida 1, para portadores de cancro, já beneficiou mais de 30 mil pacientes, frisou a farmacêutica.
Raquel Pacheco
Fonte: Sanofi-Aventis/InvestNews
Stresse piora controlo da diabetes

Investigadores norte-americanos da universidade Thomas Jefferson acreditam que o stresse psíquico agrava o controlo da diabetes. O estudo - publicado na revista «Alternative Therapies in Health and Medicine» - envolveu 14 diabéticos que foram submetidos a um programa de redução do stresse.
De acordo com os resultados divulgados, após um mês da intervenção, os cientistas constataram que “os marcadores de adequado controlo da doença melhoraram significativamente nos diabéticos que conseguiram diminuir o stresse, assim como, verificou-se uma queda da pressão arterial em níveis médios de 6 mmHg (milímetro de mercúrio).”
Segundo revelou a equipa norte-americana, a redução do stresse emocional “permitiu também a baixa da incidência de depressão, ansiedade e outras manifestações psicológicas”, concluindo, assim, que a diminuição do stresse emocional “auxilia na manutenção dos níveis de açúcar no sangue em valores aceitáveis para doentes diabéticos.”
A diabetes mellitus é uma doença crónica, definida pelo aumento constante da quantidade de açúcar no sangue, mesmo nos períodos de jejum. A doença costuma surgir na idade adulta, sendo mais comum em indivíduos obesos, sedentários, com dieta pouco saudável e com antecedentes familiares da doença.
Em Portugal existem cerca de 650 mil portugueses diagnosticados com diabetes. Estima-se que 65 mil portugueses sejam diabéticos tipo 1.
Recorde-se que, a Semana do Diabético começou na passada quarta-feira (dia 7) e termina a 14 de Novembro. O objectivo é sensibilizar os portugueses para a diabetes, com o intuito de incentivar a população a prevenir a diabetes tipo 2 e a compreender as implicações da diabetes tipo 1, diferenciando-a da tipo 2.
Tal como noticiou oportunamente o farmacia.com.pt, enquanto o Governo não se decide a ajudar, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) vai apoiar dois jovens diabéticos carenciados ao oferecer-lhes duas bombas de insulina (ainda sem comparticipação) para provar a melhoria deste dispositivo na vida destes dois jovens.
No dia 13 de Novembro, Kátia Sopas, uma jovem diabética tipo 1 de apenas 14 anos, dará uma aula a famosos cujos principais objectivos são desmistificar os mitos associados à diabetes e consciencializar a população em geral da importância de aprender com aqueles que lidam com ela diariamente.
No Dia Mundial da Diabetes, dia 14, a AJDP irá realizar rastreios gratuitos à diabetes nas principais estações de metro de Lisboa, durante todo o dia.
Raquel Pacheco
Fontes: «Alternative Therapies in Health and Medicine»/Manual Merck/ AJDP/ farmacia.com.pt
Parkinson: Açores querem maior divulgação da doença

De acordo com um comunicado que o farmacia.com.pt teve acesso, “apoiar os doentes de Parkinson e as respectivas famílias; sensibilizar a família para os cuidados a ter com esses doentes e alertar as entidades regionais para o apoio a conceder a esses doentes; divulgar a informação disponível sobre esta doença e apoiar as escolas em trabalhos de investigação sobre esta matéria” são outros objectivos da delegação açoriana anunciados à direcção nacional da ADP com sede em Lisboa.
De referir que, com o apoio desta delegação, actualmente, em S. Miguel estão a realizar-se dois estudos sobre a incidência da doença de Parkinson na ilha: um de um grupo de alunos da Escola Superior de Enfermagem e outro de alunos finalistas da Escola Domingos Rebelo.
"Iremos também estreitar os laços de relacionamento com os Serviços de Neurologia do Hospital do Divino Espírito Santo. Estaremos atentos quanto às listas de espera das consultas e a frequência com as mesmas se realizam em cada doente”, adianta a ADP/Açores na nota, denunciando que “há familiares de doentes que se queixam de que os Neurologistas mandam voltar os doentes à consulta com pouca assiduidade."
"Visitaremos idosos com esta patologia em internamento para dar apoio psicológico e daremos continuidade ao mesmo depois da ´alta´ e voltaremos à carga com o apoio ao domicílio, através de um protocolo de colaboração com uma empresa especializada neste tipo de ajuda para idosos, assunto pendente na sede nacional", revelou ainda aquela delegação.
Raquel Pacheco
Fonte: Comunicado da ADP/Açores
Alergias podem proteger contra tumores cerebrais?

A insólita correlação alergias/tumores cerebrais foi observada por investigadores norte-americanos da Universidade do Estado de Ohio, Estados Unidos, a partir de estudos sobre glioma e meningioma - tipos diferentes de tumores cerebrais.
De acordo com «American Journal of Epidemiology» foi com alguma “surpresa” que os cientistas constataram que “os doentes que tinham algum tipo de alergia, apresentavam um risco menor de desenvolver glioma, sendo que, essa redução era ainda maior, se a condição alérgica ocorria no momento do diagnóstico do tumor, com excepção da asma.” Para o meningioma – segundo o artigo – “somente a ocorrência de eczema parece ser um factor de protecção contra o seu surgimento.”
Informações sobre a ocorrência de doenças alérgicas, como a asma e o eczema, foram correlacionadas com o desenvolvimento dos tumores cerebrais, seleccionados de forma aleatória. Ao todo, foram 1.527 casos de glioma e 1.210 casos de meningioma, que foram comparados com outros 3.309 casos de tumores cerebrais.
O estudo decorreu em centros especializados da Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia e sudoeste da Inglaterra, no período de 2000 a 2004.
Raquel Pacheco
Fonte: «American Journal of Epidemiology»
Insuficiência cardíaca: estatina pouco eficaz em casos avançados

Novos dados sobre rosuvastatin calcium da AstraZeneca
“Os pacientes que receberam o Crestor (rosuvastatin calcium) 10 mg da AstraZeneca apresentaram uma redução de 8 por cento (p=0,12) na finalidade principal combinada de morte cardiovascular ou enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC), que não foi estatisticamente significativa”, anunciou John Kjekshus, coordenador do estudo divulgado durante as Sessões Científicas de 2007 da Associação Americana de Cardiologia.
Segundo explicou o investigador (responsável também pelo Departamento de Cardiologia do Hospital Universitário Rikshospitalet, em Oslo, Noruega), a conclusão deu-se “porque a estatina não conseguiu reverter ou prevenir a deterioração de um coração insuficiente”, acrescentando que “a redução foi, principalmente, causada por uma diminuição dos eventos ateroscleróticos, ou seja, AVC e enfarte do miocárdio (análise post hoc p=0,05) que é onde as estatinas provaram ter benefícios.”
John Kjekshus informou ainda que, neste estudo, “a maioria das mortes foram mortes súbitas, ou por causas não-isquémicas, que parecem não ter sido afectadas pela terapia com estatina”, sublinhando que, adicionalmente, “ocorreram, de forma significativa, menos hospitalizações dos pacientes que recebiam rosuvastatin calcium comparado com placebo, quer sejam por qualquer causa (p=0,007), causas cardiovasculares (p<0,001) ou por piora da insuficiência cardíaca (p=0,01).”
Considerando que os resultados do CORONA representam “um grande avanço na pesquisa médica e na interpretação dos doentes com insuficiência cardíaca avançada, que são, claramente, diferentes dos pacientes sem insuficiência cardíaca na resposta ao tratamento com estatina", destacou o investigador norueguês.
CORONA enfatiza intervenção precoce
"Nós adicionamos uma estatina altamente eficiente a um regime de tratamento ideal. As nossas descobertas sugerem que a principal causa da morte destes pacientes, provavelmente, não está relacionada aos eventos ateroscleróticos, onde foi demonstrado o benefício com estatinas em pacientes sem insuficiência cardíaca, mas em vez disso podem ter sido causadas pela deterioração do dano irreparável ao músculo do coração insuficiente”, reforçou John Kjekshus.
De acordo com o coordenador do estudo, o CORONA “enfatiza a necessidade de intervenção precoce na progressão da aterosclerose para prevenir uma de suas piores consequências, a insuficiência cardíaca."
Opinião partilhada por Elisabeth Bjork, diretora-geral de Ciência Médica para o Crestor (rosuvastatin calcium): “com este resultado, a AstraZeneca forneceu novas informações científicas para ajudar a responder estas importantes questões", frisou.
O CORONA foi realizado em 21 países, fazendo parte do extensivo programa de testes clínicos GALAXY da AstraZeneca, que tem o objectivo de tratar de importantes questões ainda sem respostas na pesquisa com estatinas. O Crestor (rosuvastatin calcium) já recebeu aprovações regulatórias em mais de 90 países, sendo que, mais de 11 milhões de pessoas receberam prescrição do fármaco em todo o mundo.
Raquel Pacheco
Fontes: PRNewswire/ http://www.AstraZenecaPressOffice.com/ www.GalaxyProgramme.org / www.crestor.com
Regulamentação sobre vendas online e transferência das farmácias só em Dezembro
O Infarmed anunciou que se encontra a preparar a regulamentação para a efectiva aplicação da legislação que entrou quarta-feira em vigor sobre o funcionamento das farmácias.
A regulamentação do Infarmed dirá respeito, nomeadamente, às transferências de farmácia dentro do mesmo município ou para municípios limítrofes e das transformações de postos farmacêuticos móveis permanentes, em farmácias. A regulamentação deverá também definir as áreas mínimas das farmácias e de divisões como sala de atendimento ao público, armazém, laboratório ou instalações sanitárias, entre outras regras.
"Por isso, enquanto a referida regulamentação não entrar em vigor, não será possível validar os correspondentes pedidos com a consequente devolução dos mesmos aos apresentantes", lê-se no comunicado do Infarmed, que estima que a entrada em vigor da regulamentação aconteça a 01 de Dezembro.
Também as comunicações obrigatórias das farmácias ao Infarmed, por via electrónica, a apresentação de pedidos através da página electrónica do instituto e a utilização de formulários adequados, dependem da prévia definição de regras.
À margem da regulamentação ficam os casos de averbamentos de transmissão da propriedade das farmácias ou das alterações dos respectivos nomes dos estabelecimentos.
Ainda segundo o Infarmed, o quadro normativo será publicado na sua página da Internet, "sem prejuízo da publicação em Diário da República, quando exigida", garante o organismo.
Por outro lado, o Infarmed diz ainda que existirá um período prolongado para a entrada em vigor da referida regulamentação, o que permitirá o seu conhecimento antecipado pelos interessados, "em termos que permitam igualdade de oportunidades na apresentação dos pedidos".
Inês de Matos
Fonte: Lusa
Pharmacon prevê abrir mais 18 lojas
Volvido apenas um ano sobre a entrada da Pharmacon no mercado português, a cadeia de parafarmácias prevê expandir em 200 por cento a sua rede de lojas em território nacional, com a abertura de 10 novos espaços no próximo trimestre e de outros oito até final de 2008. A aposta numa oferta diferenciada de produtos é, de acordo com os responsáveis pelo projecto, a razão do seu sucesso.
Em comunicado enviado ao farmacia.com.pt a Pharmacon frisa que esta aposta no crescimento da marca incidirá sobre a totalidade do território nacional, dando a resposta mais adequada dos investidores e do mercado a “um conceito de saúde completamente inovador e próximo do cidadão”. Aos espaços da empresa que já se encontram em funcionamento nas cidades de Albufeira, Alcabideche, Almada, Amadora, Beja, Coimbra, Massamá, Montijo, Portalegre, Quarteira, Sines, Vila Nova de Famalicão e Tavira juntar-se-ão, até final de Janeiro, as novas lojas de Braga, Brandoa, Cacém, Castro Verde, Faro, Guarda, Lisboa, Tomar e Vila Real de Santo António, para depois, durante o próximo ano, serem inauguradas novas lojas em Lisboa, Faro, Abrantes, Guimarães, Oeiras e Ourique.
Fernando Saraiva, director da Pharmacon, recorda que a cadeia só está no nosso país há cerca de um ano, e frisa que, “apesar dos constrangimentos inerentes à ainda recente implementação do sector das parafarmácias no mercado nacional, as nossas lojas apresentam um franco crescimento”, sendo hoje “notório que os portugueses confiam cada vez mais no nosso serviço diferenciado, que aposta na proximidade com o cliente e na assistência completa”, que inclui um catálogo de serviços mais abrangente do que é usual naquele tipo de estabelecimentos, que abrangem áreas como a fisioterapia, a homeopatia, a nutrição e a acupunctura, e a realização de análises clínicas.
Tendo em conta as necessidades dos doentes, o “sentido prático da vida actual” e as novas regras impostas ao sector farmacêutico, nos termos do novo regime jurídico, a Pharmacon disponibiliza já aos seus clientes o serviço de entrega de medicamentos ao domicílio, proporcionando-lhes também, em exclusividade, um inovador serviço: os gabinetes de telemedicina, onde os clientes Pharmacon têm a possibilidade de aderir a uma espécie de “consultório interactivo”, através do qual podem receber informações e aconselhamento médico, expondo as dúvidas a um médico de clínica geral, que estará disponível por videoconferência. Neste fim-de-semana a Pharmacon está presente na 10ª edição do Franchising Show, a decorrer na Exponor, em Matosinhos, onde dará a conhecer aos interessados o seu conceito de parafarmácia.
Carla Teixeira
Fonte: comunicado da ADBDCommunicare, site da Pharmacon
Pílula aumenta probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero
Depois de analisarem 52 mil mulheres que tinham participado em 24 estudos em todo o mundo, os cientistas da Cancer Research UK, na Universidade de Oxford, verificaram que o risco é tanto maior quanto mais se prolongar o período de tempo durante o qual as mulheres tomam a pílula. No entanto, se suprimirem a toma do contraceptivo oral durante dez anos, o risco diminui drasticamente, é como se nunca tivessem tomado a pílula.
Investigações anteriores associaram a utilização da pílula a um aumento do risco de desenvolver cancro da mama, mas também a uma diminuição do risco de sofrer de cancro nos ovários e no colo do útero. Esta também não é a primeira vez que os especialistas encontram uma ligação entre a pílula e o cancro do colo do útero, mas até agora não estava clara a relação com o período de tempo.
Ainda assim, o risco de contrair cancro do colo do útero é reduzido quando comparado com o poder preventivo do contraceptivo em casos de cancro do ovário e do endométrio, sublinham os investigadores.
Os dados da pesquisa, no caso do Reino Unido, indicam que o risco de desenvolver cancro do colo do útero em mulheres que nunca tomaram o contraceptivo corresponde a uma média de 3,8 em mil, sendo que este risco aumenta para 4 em mil entre as que tomaram a pílula durante cinco anos e para 4,5 em mil para quem a tomou durante dez anos.
Apesar destas conclusões, a pílula continua a ser um dos contraceptivos mais eficazes e, a longo prazo, o ligeiro aumento no risco de desenvolver cancro do colo do útero e de mama é contrabalançado pela redução no risco de cancro do ovário e do útero, referiu Jane Green, investigadora que conduziu o estudo.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, Globo Online.
Rastreio ao cancro da próstata: Deputados dão o exemplo
O diagnóstico é feito através do PSA Check, um teste que consiste numa pequena picada no dedo que, em apenas cinco minutos, permite detectar os níveis de PSA – a proteína que, quando presente no sangue, indica problemas na próstata.
A iniciativa, que conta com o apoio da Pharmasense/ADBD Communicare, pretende alertar para a necessidade do diagnóstico precoce, muitas vezes descurado pela maioria dos portugueses.
O cancro da próstata é a segunda causa de morte entre os homens na Europa e nos Estados Unidos da América. Em Portugal, a patologia é diagnosticada a 10 por cento dos homens com mais de 50 anos. Os sintomas revelam-se numa fase muito avançada, já quase sem hipótese de cura. O diagnóstico atempado é crucial para aumentar a possibilidade de tratar eficazmente a doença.
Marta Bilro
Fonte: Comunicado ADBD Comunicare, Portal da Saúde, Portal do Cidadão com Deficiência.
Estudo põe em causa necessidade de vacinação de reforço
De acordo com o trabalho realizado por investigadores da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, nos Estados Unidos da América, a persistência dos anticorpos pode ser um indicativo de que as actuais recomendações sobre a frequência com que devem ser administradas as doses de reforço deveriam ser reanalisadas, visto que a protecção pode durar para toda a vida.
Segundo explicou Mark K. Slifka, um dos autores do estudo, a vacina do tétano, por exemplo, poderia ser administrada a cada 30 anos, em vez de o ser a cada 10 anos, como acontece actualmente. “Se continuarmos a melhorar as nossas vacinas, um dia poderemos vir a conseguir fornecer imunidade para toda a vida através de uma só vacina”, afirmou o mesmo responsável.
Ainda assim, de acordo com John Treanor, um médico especialista em doenças infecciosas na Universidade de Rochester, no estado de Nova Iorque, antes do sistema de saúde poder eliminar as doses de reforço são necessários mais estudos sobre surtos de determinadas doenças e sobre a inexistência de eficácia das vacinas. Apesar de considerar que o estudo é uma boa ajuda, Treanor duvida que as conclusões sejam “tão definitivas”.
Os autores do estudo, publicado no “New England Journal of Medicine”, analisaram 630 amostras de sangue de 45 pacientes. Em cada amostra foi analisada a taxa de decadência em anticorpos de vacinas para o sarampo, papeira, rubéola, varicela, vírus de Epstein-Barr e vírus do herpes causador da mononucleose.
As vacinas no sistema imunitário
Uma vacina é uma substância derivada, ou quimicamente semelhante, a um agente infeccioso particular, causador de doença. Esta substância é reconhecida pelo sistema imunitário do indivíduo vacinado, suscitando uma resposta que o protege de uma doença associada ao agente. A vacina, portanto, induz o sistema imunitário a reagir como se tivesse realmente sido infectado pelo agente, explica Manuel Carmo Gomes, no portal da Faculdade de Ciências de Lisboa.
A primeira resposta do sistema imunitário, quer a uma vacina, quer ao agente infeccioso, é em geral lenta e inespecífica. Porém, o facto de o agente não existir na vacina com capacidade para se multiplicar rapidamente e causar doença, dá ao sistema imunitário tempo para preparar uma resposta específica e memorizá-la. No futuro, caso o vacinado seja realmente infectado, o sistema imunitário responderá com rapidez e eficácia suficiente para o proteger da doença.
Ainda assim, a reacção individual a uma vacina depende sempre dos antecedentes de estimulação do sistema imunitário do indivíduo vacinado, da genética subjacente às características do sistema imunitário, e do seu estado geral de saúde
Marta Bilro
Fonte: The Wall Street Journal, Pharmalot, Portal da Saúde, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Atral-Cipan entra no mercado dos genéricos através da filial Vida
“A empresa Vida, após a reestruturação do grupo, vai passar a apostar na área dos medicamentos genéricos [para o mercado interno e para exportação], além das matérias-primas, medicamentos veterinários e especialidades farmacêuticas que já faziam parte da sua actividade”, disse à agência Lusa o gestor.
José Gavino considera que “o mercado português de genéricos, mas sobretudo o internacional, têm um potencial de crescimento enorme”, uma aposta que o grupo está empenhado em vencer num mercado cada vez mais global.
Esta é a melhor altura para “dar um salto significativo” para fora do país, através do incremento das exportações, afirma o responsável, salientando que, após a reestruturação interna levada a cabo no grupo, o desafio é crescer através da exportação. “À reestruturação interna [já realizada] segue-se agora a internacionalização e a exportação, que permitirá ao grupo alcançar um volume de negócios na ordem dos 50 milhões de euros nos próximos três anos”, frisou José Gavino.
Com vista á reorganização e modernização das suas estruturas, a Atral-Cipan tem investido 5 milhões de euros por ano, prevendo encerrar 2007 com um volume negócios de 40 milhões de euros, uma subida de 5 por cento face a 2006.
"A empresa Vida é sobejamente conhecida da classe médica e dos farmacêuticos", defende José Gavino, motivo pelo qual foi escolhida pelo grupo para avançar no negócio dos medicamentos genéricos. "Temos toda a capacidade tecnológica, conhecimento e tecnologia, além de uma equipa altamente qualificada e motivada, pelo que não foi necessário arrancar com uma empresa de raiz", explicou.
Os mercados emergentes, como a Índia e a China, estão cada vez mais presentes no mercado farmacêutico mundial e também não escapam à atenção do grupo Atral-Cipan. O mesmo acontece com a Turquia, para onde têm exportado matérias-primas e produtos farmacêuticos.
Em Julho de 2006 o grupo deu início a uma reestruturação interna com o encerramento das suas operações no Porto, Coimbra e Funchal e a concentração no Carregal. A imagem do grupo deverá também sofrer alterações, através da adopção de um novo logótipo, mantendo como chapéu a Atral-Cipan. O grupo engloba sete empresas: a Atral-Cipan (Atral e Cipan), a Atral-Cipan PRINMON, Mediquímica, Mediscript, Vida e a Gesframa e conta com 470 colaboradores.
Marta Bilro
Fonte: Diário Digital, Lusa, RTP, Farmacia.com.pt.
Governo holandês deve aprovar desenvolvimento de fármaco à base de canábis
Em 2003, a Holanda foi o primeiro país do mundo a aprovar a comercialização de canábis em farmácias, mediante receita médica, para tratar dores crónicas, náuseas, falta de apetite provocada pelo cancro, HIV e esclerose múltipla.
Depois da Holanda, vários foram os países que legalizaram a venda de marijuana para fins medicinais e actualmente é comercializada no Reino Unido, Canadá, Espanha, Austrália e em alguns estados dos EUA.
Em Portugal, o Infarmed declarava em Julho deste ano à agência Lusa que havia já algum tempo que alguns laboratórios nacionais se encontravam a realizar testes sobre os efeitos medicinais da marijuana, mas negou ter recebido qualquer pedido de regulação de um medicamento à base de canábis.
O Infarmed fez ainda saber que existem no mercado nacional “medicamentos contendo derivados do ópio”, explicando que para tal “a substância tem apenas que provar que é eficaz e com uma relação benefício/risco adequada à indicação terapêutica a que se destina”.
Em Itália, onde os medicamentos à base de canábis são proibidos, uma mulher doente em estado terminal com cancro do pulmão recorreu aos tribunais para que lhe fosse permitido o acesso aos fármacos e ganhou a causa, pois a juíza reconheceu-lhe o direito à saúde, decretado no artigo nº32 da Constituição, permitindo à doente o uso destes medicamentos..
Inês de Matos
Fonte: Correio da Manhã, Lusa, AidsPortugal
FDA emite novos alertas sobre fármacos para a anemia
A FDA declarou que aprovou várias alterações à rotulagem para os fármacos para a anemia, conhecidos como agentes estimulantes da eritropoiese (ESA), que foram relacionados a um aumento da taxa de mortalidade, ataques cardíacos e coágulos sanguíneos. Os novos rótulos enfatizam que os fármacos causaram crescimento do tumor ou reduziram a sobrevivência em pacientes, com cancro da mama avançado, cancro da cabeça e do pescoço, leucemia linfóide e cancro do pulmão de não pequenas células, submetidos a quimioterapia, e que tomaram fármacos para combater a anemia. Os pacientes com maior risco de sofrer os efeitos adversos receberam uma dose para tentar atingir um nível de hemoglobina de 12 gramas por decilitro ou mais.
Os fármacos em questão são comercializados como Procrit (epoitina alfa), comercializado e distribuído por uma subsidiária da Johnson & Johnson, o Epogen (epoetina alfa) e Aranesp (darbepoetina alfa), da Amgen Inc. Estes fármacos são versões geneticamente desenhadas de uma proteína natural que aumenta o número de glóbulos vermelhos. A Amgen e a Johnson & Johnson são as únicas companhias, nos Estados Unidos, que fabricam medicamentos para a anemia. Os fármacos geraram 10 mil milhões de dólares em vendas para as duas companhias no ano passado.
A FDA tinha aprovado, em Março, novos rótulos para os fármacos, mas os novos avisos enfatizam os tipos de cancros afectados, e ressaltam que os medicamentos não melhoram a qualidade de vida geral dos pacientes. A FDA reforçou que as terapias com ESA devem ser descontinuadas a seguir à conclusão da quimioterapia.
Isabel Marques
Fontes: www.rttnews.com, CNNMoney, Associated Press, www.thestreet.com
Cientistas portugueses criam microship para diagnosticar precocemente a espondilite anquilosante
Trata-se de um “novo sistema de classificação com relevância para o diagnóstico, prognóstico e monitorização da actividade da doença através da criação de um microship”, fazem saber os investigadores em comunicado.
Os objectivos do estudo serão apresentados no próximo dia 10, durante o XIX Encontro Nacional de Espondilíticos e seus familiares, que vai ter lugar na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, a partir das 10:00. O evento é promovido pela Associação Nacional de Espondilite Anquilosante e vai contar com a presença do Presidente da Federação Internacional da Espondilite Anquilosante.
A iniciativa está a cargo do Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, mas engloba todos os centros de Reumatologia a nível nacional e pretende, pela primeira vez, caracterizar uma população representativa de doentes portugueses com espondilite anquilosante no que diz respeito a dados clínicos, estado funcional e de qualidade de vida.
Por outro lado, “esta investigação irá permitir a caracterização das variantes genicas e será ainda possível estabelecer comparações entre formas familiares versus esporádicas da doença”explica o documento.
“A avaliação dos resultados do estudo poderá estabelecer a importância de diferentes alelos e genótipos na susceptibilidade para a doença e de correlações com variáveis diversas como a idade de início da doença, o tipo de envolvimento, manifestações sistémicas, actividade da doença, compromisso funcional e gravidade radiológica”, acreditam os investigadores.
A espondilite anquilosante é uma doença reumática inflamatória da coluna vertebral e das articulações sacroilíacas (situadas no final da coluna com os ossos da bacia), responsável por dores e rigidez da coluna, podendo levar à perda da mobilidade.
Inês de Matos
Fonte: Comunicado de imprensa