quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Medicamentos: Internet potencia contrafacção

Especialista lança alerta e apela a luta global

A ameaça dos medicamentos contrafeitos está a aumentar globalmente sobretudo devido às vendas por Internet e alteração ilegal dos circuitos de distribuição. O alerta foi dado pelo presidente do Instituto de Segurança Farmacológica, Harvey Bale.

Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, o também director geral da Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas referiu que os inquéritos realizados mostram que os indivíduos com melhores habilitações literárias e de classes sociais mais altas estão a comprar cada vez mais medicamentos por via electrónica, o que aumenta os riscos de consumirem produtos alterados.

"É fácil comprar os medicamentos e não há muitos meios de controlo quando chegam nas encomendas postais", afirmou.

O crescimento das redes de contrafacção é outro motivo de preocupação para o responsável e as várias dezenas de representantes de países e organizações do sector da Saúde e Segurança reunidos entre hoje e quinta-feira, em Lisboa, para debater este tema numa reunião organizada pela Organização Mundial de Saúde.

Harvey Bale destacou que, via Internet “são comprados, sobretudo, medicamentos para a disfunção sexual, emagrecimento e hormonas de crescimento e até produtos para fazer crescer o cabelo. Mas no mercado global de contrafacções encontram-se anti-depressivos, fármacos para doenças cardiovasculares ou diabetes, vacinas e até dispositivos médicos."

De acordo com o especialista, nos países pobres, esses medicamentos “são vendidos na rua ou dentro de autocarros e as pessoas gastam o pouco dinheiro que têm em produtos que não lhe fazem nada ou que as podem matar", precisou, concretizando que, nos países desenvolvidos, “a taxa de comercialização de produtos adulterados não chega a um por cento, enquanto em países de África, América Latina, Sul e Sudeste Asiático pode oscilar entre os 10 e os 20 por cento.”

Segundo Harvey Bale, "há percentagens elevadas de contrafacção por exemplo em África e Índia. Há problemas no Médio Oriente e a falsificação está a explodir na Rússia. É uma onda que está a inundar locais e contra a qual é preciso lutar globalmente por se tratar de um negócio muito proveitoso", concluiu.

Durante o certame, as autoridades de todo o mundo manifestaram também preocupação com as redes de distribuição, porque produtos originais podem ser adulterados com a adição de substâncias e pela alteração dos prazos de validade.

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa

OF leva lista de preocupações a Cavaco Silva

Irene Silveira levou a Belém "riscos e consequências negativas" das novas medidas para o sector

A direcção da Ordem dos Farmacêuticos (OF) tentou sensibilizar o Presidente da República para as alterações em curso no sector, como a liberalização da propriedade das farmácias ou a instalação de farmácias de venda ao público nos hospitais.

Em declarações à Agência Lusa, a bastonária Irene Silveira informou que a OF expressou as preocupações pelas alterações em curso no sector da saúde: “Quisemos sensibilizar o Presidente da República para os riscos e consequências negativas de algumas dessas medidas.”

“Na lista de preocupações estão as alterações ao regime jurídico do funcionamento das farmácias, que inclui a liberalização da propriedade, ou a instalação de farmácias de venda ao público nos hospitais, o que periga a equidade e acessibilidade por parte dos cidadãos aos medicamentos”, esclareceu a bastonária, reforçando tratarem-se, “não de preocupações corporativistas, mas de interesse público.”

A ausência de um quadro normativo sobre o exercício da actividade da profissão de farmacêutico ou a falta de reconhecimento da especificidade da formação dos farmacêuticos, foram outras inquietações que a OF levou até Cavaco Silva.

Irene Silveira sustentou que “dada a formação de excelência dos farmacêuticos, estes não podem ser substituídos por outros técnicos com qualificações dispersas e potenciadoras de perigos para a saúde.”

Nova lei para medicamentos de uso veterinário

Na audiência com o Presidente da República, foi ainda abordada a exclusiva dependência da regulamentação de medicamentos de uso veterinário por parte do Ministério da Agricultura, excluindo o Ministério da Saúde (através do Infarmed), no âmbito de nova legislação europeia.

Alterações estas que, para a bastonária, “trarão riscos acrescidos na autorização de medicamentos e a sua utilização na produção de alimentos”, argumentando que “a não regulamentação como deve ser pode trazer consequências nefastas para o ser humano.”

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/OF

Açores criam cheque-medicamento

«Compamid» visa ajudar reformados na compra da medicação

É uma medida inédita a nível nacional - os Açores criaram um regime de apoio aos idosos com pensões baixas especificamente dirigido à compra de medicamentos. Este complemento - no valor de 212 euros – (metade da retribuição mínima mensal garantida em vigor no arquipélago) foi proposto pelo CDS/PP e, com a anuência do Governo de Carlos César, incluído no Orçamento da região para 2008.

Segundo noticiou o «Público», deste apoio poderão beneficiar “os pensionistas com idade superior a 65 anos, que aufiram de rendimentos que não ultrapassem anualmente 12 vezes o valor do salário mínimo regional - isto é, os que têm uma pensão inferior a 370 euros.”

O jornal informa ainda que o cheque-medicamento “pode ser utilizado na compra de qualquer fármaco desde que seja adquirido mediante receita médica.” O complemento terá uma periodicidade anual e será atribuído com a pensão do mês de Abril.

Medida inédita a nível nacional

Estima-se que desta medida venha a beneficiar entre 32 mil e 38 mil pensionistas açorianos (dos 50 mil existentes), daí resultando um encargo social para o orçamento regional entre os seis e os oito milhões de euros.

Em declarações àquele diário, o deputado proponente da medida, Artur Lima (CDS/PP) esclareceu que o denominado Complemento para Aquisição de Medicamentos pelos Idosos (Compamid) se destina a "dar resposta a situações dramáticas que afectam muitos pensionistas". Aponta casos que "levaram algumas farmácias a abrir contas a crédito para alguns dos seus clientes pensionistas" e outros que "tiveram de recorrer a empréstimos bancários para fazer face às despesas da farmácia."

Raquel Pacheco

Fonte: Público

ANF garante pagamentos de receitas devolvidas

Ilegibilidade da letra dos médicos é o principal erro apontado

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) acaba de desenvolver um serviço que visa garantir os pagamentos de centenas de receitas que estão a ser devolvidas às farmácias por alegados erros de preenchimento. João Cordeiro está confiante na resolução do problema, que se traduzirá no reembolso da respectiva comparticipação do SNS.

A situação foi denunciada pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS) que têm intenção de devolver as receitas às farmácias, pelo que, deverão recusar o pagamento do montante respectivo com que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) comparticipa esses medicamentos.

Os erros em causa, na maior parte dos casos, devem-se ao preenchimento incompleto das receitas por parte de médicos ou administrativos, entre aplicações erradas de vinhetas ou o recurso incorrecto à legislação que garante maiores reembolsos.

A ilegibilidade da letra do médico é, muitas das vezes, a causa principal das devoluções de receitas, uma situação confirmada por algumas farmácias e comprovada ainda pelo presidente da ANF, João Cordeiro.

Em declarações à Agência Lusa, o responsável mostrou-se optimista na resolução do problema, sublinhando ainda que as devoluções começaram a aumentar no início do ano, ao mesmo tempo que criticou o facto dos farmacêuticos estarem a ser penalizados por causa dos erros de outros funcionários do Ministério da Saúde, nomeadamente de médicos e de administrativos.

Raquel Pacheco

Fontes: Lusa/Diário Digital

Laboratórios farmacêuticos «disparam» processos judiciais

Contra Infarmed, Ministério da Economia e empresas de genéricos


A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Ministério da Economia e empresas ligadas aos genéricos estão na mira dos laboratórios farmacêuticos. Alegando a violação de patentes e a venda ilegal de genéricos, os laboratórios interpuseram dezenas de processos judiciais contra àquelas entidades.

De acordo com a Agência Lusa – que consultou vários processos judiciais administrativos - as empresas farmacêuticas pedem a suspensão das Autorizações de Introdução no Mercado (AIM) dos genéricos sob a responsabilidade do Infarmed.

Segundo o Jornal de Negócios Online, as empresas requerentes solicitaram, ainda, ao Ministério da Economia e Inovação a suspensão da fixação dos preços.

“O início da venda de um genérico leva a uma baixa de 35% em relação ao preço de referência, o que faz com que exista um fornecimento às unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por parte das empresas de genéricos”, argumentou fonte de um laboratório multinacional.


Raquel Pacheco

Fontes: Lusa/Jornal de Negócios/Fábrica de Conteúdos

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FDA: estatuto de medicamento órfão para ATryn

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu o estatuto de medicamento órfão ao fármaco experimental ATryn (Antitrombina alfa), da biotecnológica norte-americana GTC Biotherpeutics Inc, para a deficiência hereditária da antitrombina, um distúrbio raro do sangue.

O ATryn é o único produto em desenvolvimento da forma recombinante da antitrombina humana, uma proteína encontrada naturalmente no sangue humano com efeitos anticoagulantes e anti-inflamatórios, para tratar pacientes com risco de desenvolver tromboses das veias profundas potencialmente fatais. O ATryn está indicado para a profilaxia do tromboembolismo venoso em doentes cirúrgicos, com deficiência congénita de antitrombina. O tratamento é produzido no leite de cabras modificadas geneticamente que transportam um gene da antitrombina humana.

O estatuto de medicamento órfão é concedido aos fármacos que têm o potencial para tratar doenças raras, em particular para doenças que afectam menos de 200 mil pessoas nos Estados Unidos. Este estatuto fornece uma via acelerada para a aprovação, exclusividade de comercialização durante sete anos, assim como outros benefícios fiscais.

A companhia espera ter resultados da Fase III do estudo do tratamento ainda este mês ou em Janeiro de 2008, e candidatar-se à aprovação de comercialização nos Estados Unidos na primeira metade do próximo ano.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Forbes, www.bizjournals.com, EMEA

Painel da FDA recomenda vernakalant para fibrilação auricular

Um painel consultor da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) recomendou a aprovação do fármaco intravenoso vernakalant, da japonesa Astellas Pharma Inc e da canadiana Cardiome Pharma Corp, para o tratamento da fibrilação auricular, ritmo cardíaco rápido e irregular nas cavidades superiores do coração que aumenta o risco de ataques cardíacos ou coágulos sanguíneos.

Durante a reunião, os membros do painel afirmaram que os benefícios do fármaco intravenoso superam os riscos. O painel recomendou as injecções de vernakalant como alternativa aos choques eléctricos para normalizar o ritmo cardíaco, ou a medicamentos antigos. A FDA normalmente segue as recomendações dos consultores, apesar de não ter de o fazer. A agência deve tomar uma decisão sobre a autorização de comercialização a 19 de Janeiro de 2008.

O vernakalant ajudou a restaurar o ritmo cardíaco normal, aproximadamente, em metade dos pacientes em 10 minutos, em média. A injecção foi administrada em uma ou duas infusões de 10 minutos, dependendo se o ritmo cardíaco foi ou não corrigido após a primeira injecção. Os pacientes que não responderam ao fármaco puderam receber um choque eléctrico ou outra terapia para ajustar o ritmo cardíaco.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, First Word, Bloomberg

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Fármacos para anemia podem estar ligados a maior risco de leucemia

Os fármacos para a anemia da Amgen Inc., Aranesp e Epogen, e da Johnson & Johnson, Procrit, podem aumentar o risco de desenvolver leucemia em pacientes com mielofibrose primária, uma doença da medula óssea, de acordo com dados de uma análise de relatórios de pacientes apresentados no encontro da Sociedade Americana de Hematologia.

No estudo, os investigadores da Clínica Mayo reviram os registos de 311 pacientes com mielofibrose primária entre 1976 e 2006. As descobertas demonstraram que o Aranesp, Epogen e Procrit estavam ligados a leucemia em 27 pacientes que desenvolveram a doença.

O director executivo de relações médicas para a Aranesp Oncology, da Amgen, Tom Lillie, comentou que os pacientes que tomam fármacos para a anemia tendem a estar mais doentes, e a leucemia pode ter sido causada por outros factores. Lillie acrescentou que nenhuma resposta definitiva pode ser determinada, a não ser que os investigadores conduzam um ensaio clínico controlado, uma declaração que foi sustentada pelo investigador principal do estudo e hematologista da Clínica Mayo, Ayalew Tefferi.

Segundo Tefferi, as descobertas necessitam ser confirmadas num ensaio delineado para responder à questão referente aos riscos dos fármacos antianémicos. Tefferi acrescentou que embora não se possam tomar estas descobertas como absolutas, ao mesmo tempo não podem ser ignoradas. As decisões de tratamento relativamente à utilização dos fármacos para a anemia em pacientes com mielofibrose primária devem ser avaliados cuidadosamente.

Como os pacientes com mielofibrose primária se sentem fatigados, por vezes tomam fármacos para a anemia para estimular o crescimento dos glóbulos vermelhos, que transportam o oxigénio.

Estudos anteriores associaram os fármacos para a anemia a ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, e morte quando utilizados em doses elevadas.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg

GSK e OncoMed desenvolvem tratamentos para células estaminais cancerígenas

A GlaxoSmithKline Plc (GSK) e a OncoMed Pharmaceuticals entraram num acordo estratégico mundial para descobrir, desenvolver e comercializar anticorpos terapêuticos que atinjam as células estaminais cancerígenas, que parecem ser resistentes tanto à quimioterapia como à radioterapia. A tecnologia da OncoMed atinge o caminho de actividade que as células necessitam para sobreviver.

A OncoMed foca a descoberta e desenvolvimento de anticorpos terapêuticos para células estaminais cancerígenas. A estratégia da OncoMed é melhorar os tratamentos oncológicos ao atingir especificamente os caminhos biológicos chave, críticos para a actividade e sobrevivência das células estaminais cancerígenas. Os anticorpos da OncoMed, que atingem as proteínas das células estaminais cancerígenas, têm o potencial de serem desenvolvidos contra um leque de tipos de tumores sólidos, tais como, cancros da mama, cólon, próstata, e pulmão. Pensa-se que estas células tenham um papel chave no estabelecimento, metástase e recorrência do cancro.

Segundo os termos do acordo, a GSK terá a opção de licenciar quatro produtos candidatos da OncoMed, incluindo o anticorpo monoclonal OMP-21M18, que se espera que inicie os ensaios clínicos no próximo ano. A OncoMed será elegível para pagamentos quando forem atingidos objectivos até 1,4 mil milhões de dólares, como parte do acordo.

A OncoMed irá receber um pagamento não revelado que inclui dinheiro e investimentos equitativos, e será elegível para receber regalias sobre as vendas de qualquer um dos produtos que chegue ao mercado.

Células estaminais cancerígenas

As células estaminais cancerígenas, um pequeno subgrupo de células encontradas nos tumores, têm a capacidade de se auto-renovar e diferenciar, e de iniciar e levar ao crescimento, recorrência e metástase do tumor. Também chamadas de células iniciadoras de tumor, estas células foram descobertas pelos fundadores científicos da OncoMed no cancro da mama e foram, subsequentemente, identificadas em muitos outros tipos de tumores sólidos, incluindo: cólon, cabeça e pescoço, pulmão, próstata, glioblastoma e pâncreas. As células estaminais cancerígenas parecem ser preferencialmente resistentes a ambas as terapias habituais, tanto quimioterapia, como radioterapia.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Forbes, Philadelphia Business Journal, GlaxoSmithKline

Novo método permitirá diagnosticar cancro através de análise celular

Descoberta abre caminho a novas oportunidades de diagnóstico e tratamento

Segundo um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, as células cancerígenas são mais moles do que as células saudáveis. A diferença de plasticidade das células cancerígenas converte-se numa assinatura mecânica que poderá ser uma forma de detectar o cancro em testes clínicos, e também poderá ter aplicações na medicação personalizada.

Os investigadores, dirigidos pelo Professor James Gimzewski, demonstraram que as células do cancro, retiradas do fluido corporal de pacientes com cancro do pulmão, da mama e do pâncreas, são 70 por cento mais moles do que as células benignas. A descoberta, publicada na edição digital da revista “Nature Nanotechnology”, poderá dar lugar a novos métodos de diagnóstico.

Os investigadores utilizaram a nanotecnologia para diagnosticar se é provável que as células cancerígenas invadam o organismo, após terem descoberto que estas são mais moles do que as células normais. Quando o cancro metastiza, quando se espalha e invade outros órgãos, as células cancerígenas têm de viajar pelo organismo. Como as células necessitam entrar na corrente sanguínea, têm de ser muito mais flexíveis, ou moles, do que as outras células.

Os testes convencionais detectam cerca de 70 por cento dos casos nos quais as células cancerígenas estão presentes. Mas a equipa de investigadores relatou que o microscópio consegue distingui-las facilmente, representando uma das primeiras vezes em que os investigadores conseguiram pegar em células vivas de pacientes com cancro e utilizar a nanotecnologia para analisar quais eram cancerígenas e quais não eram. A equipa utilizou um Microscópio de Força Atómica para medir a consistência das células.

Ainda que os pacientes tivessem antecedentes clínicos muito diferentes, os diferentes tipos de células cancerígenas mostraram valores similares de rigidez, pelo que os estados de doença e saúde puderam ser identificados com clareza. Além disso, as células normais que pareciam similares às células cancerígenas puderam distinguir-se com esta técnica.

Contudo, antes que o método possa ser utilizado no âmbito clínico, serão necessários mais estudos para analisar a influência que as outras doenças existentes têm nas propriedades mecânicas das células normais e cancerígenas.

Os investigadores posteriormente irão explorar se estes tipos de análises de consistência podem ser utilizados para personalizar tratamentos para o cancro. Segundo um dos investigadores, existem terapias de quimioterapia standard, mas a resposta varia de paciente para paciente.

Se os investigadores conseguirem testar as células cancerígenas antecipadamente, poderão potencialmente utilizar fármacos e terapias que possam tornar as células mais duras, fazendo com que seja mais difícil para as células doentes espalharem-se pelo organismo.

Isabel Marques

Fontes: www.azprensa.com, www.telegraph.co.uk

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Zevalin apresenta resultados positivos para Linfoma de Não-Hodgkin

A biotecnológica norte-americana Biogen Idec Inc anticipou que o fármaco Zevalin ([90Y]-ibritumomab tiuxetan), para o tratamento do Linfoma de Não-Hodgkin folicular mediante radioimunoterapia, melhora significativamente as taxas de sobrevivência livre de progressão num único tratamento.

A terapia de consolidação com Zevalin, fármaco que descarrega radiação nas células cancerígenas, no linfoma folicular em estado avançado ajudou 76 por cento dos pacientes a atingir remissão completa após uma única injecção, segundo um estudo.

O tratamento manteve a doença sob controlo por 37 meses, em comparação com 13,5 meses para aqueles que não tomaram o fármaco, de acordo com a investigação apresentada no encontro da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta. Os 414 pacientes do estudo tinham a doença em estado avançado e foram tratados inicialmente com quimioterapia.

O Zevalin e o Bexxar (tositumomab/iodina I 131 tositumomab), da GlaxoSmithKline Plc, são os únicos medicamentos aprovados conhecidos como radioimunoterapias. Ambos os fármacos actuam ao ligarem um isótopo radioactivo a um anticorpo geneticamente obtido. O anticorpo procura tumores, e então descarrega a radiação para dar uma força extra para matar as células.

O estudo Zevalin FIT é um ensaio multinacional, aleatório, de Fase III para investigar o Zevalin como terapia de consolidação de primeira linha, administrado como uma dose terapêutica única, em pacientes com linfoma folicular avançado (estádio III ou IV) que atingiram, pelo menos, remissão parcial ou remissão completa, após terem recebido regimes de quimioterapia habitual de primeira linha. O objectivo do estudo é a avaliação do beneficio e segurança da consolidação com o Zevalin, após terapia de primeira linha em pacientes com linfoma foicular, um dos tipos mais comuns de Linfoma de Não- Hodgkin.

Isabel Marques

Vidaza prolonga sobrevivência de pacientes com síndromes mielodisplásicos

A biotecnológica Pharmion Corp anunciou que uma análise detalhada de um ensaio clínico de última fase do Vidaza (azacitidina suspensão injectável), para tratar as síndromes mielodisplásicos, um distúrbio raro da medula óssea que pode levar a leucemia, confirmou que o fármaco aumenta a sobrevivência e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Os dados, apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta, confirmaram que os pacientes que foram tratados com o Vidaza apresentaram uma vantagem de sobrevivência média de 9,4 meses, em comparação com aqueles que foram tratados com terapia convencional. O Vidaza ajudou os pacientes a sobreviver em média 24,4 meses, em comparação com os 15 meses dos pacientes em quimioterapia ou melhores cuidados de suporte.

Adicionalmente, os dados demonstraram que 45 por cento dos pacientes que estavam dependentes de transfusões sanguíneas, antes de tomarem Vidaza, foram capazes de se tornar independentes de transfusões, em comparação com 11 por cento dos pacientes a tomarem terapia convencional. Também demonstraram que o tempo médio da progressão da doença para leucemia, durante o período de tratamento, foi de 26 meses para os pacientes no regime de Vidaza, e de 12 meses para os pacientes com terapia habitual.

O estudo envolveu 358 pacientes, com cerca de 95 por cento sendo considerados como tendo a forma de risco elevado da doença. Depois de dois anos de seguimento, 51 por cento dos pacientes do grupo Vidaza estavam vivos, em comparação com 26 por cento do grupo de controlo.

A Pharmion, que recentemente acordou ser adquirida pela Celgene Corp por cerca de 3 mil milhões de dólares, afirmou que a análise detalhada demonstrou que a vantagem de sobrevivência aplicou-se independentemente de qual dos três regimes convencionais foi utilizado no grupo de controlo.

O Vidaza está delineado para actuar ao reduzir um processo biológico chamado metilação. O fármaco, administrado por via intravenosa, é conhecido como agente de demetilação, que ajuda os genes supressores tumorais do organismo a fazer o seu trabalho. Desta forma, o fármaco pode permitir que os genes responsáveis pelo desenvolvimento e proliferação das células funcionem mais normalmente. O fármaco pode ainda ser capaz de matar directamente as células anormais na medula óssea.

Os Síndromes Mielodisplásicos são doenças malignas em que a medula óssea não produz quantidade suficiente de células sanguíneas normais. Afecta os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nalguns casos, os Síndromes Mielodisplásicos podem evoluir para Leucemias Agudas.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, www.apcl.pt

Estudo anticoagulantes: rivaroxaban mais efectivo do que Lovenox

Resultados de um estudo de Fase III sugerem que o fármaco antitrombótico experimental rivaroxaban, da Johnson & Johnson e da Bayer AG, leva à existência de menos coágulos e a uma menor possibilidade de morte após cirurgia de substituição da anca do que o Lovenox (enoxaparina), da Sanofi-Aventis. Os dados foram apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta.

Os pacientes do ensaio RECORD1 receberam ou rivaroxaban comprimidos ou Lovenox injectável durante cinco semanas após cirurgia de substituição da anca. Segundo os dados descobertos, o rivaroxaban demonstrou uma redução do risco relativo em 70 por cento no total do tromboembolismo venoso, em comparação com o Lovenox, enquanto os dois fármacos tiveram taxas de hemorragias semelhantes, um efeito secundário dos medicamentos anticoagulantes. Aproximadamente 1,1 por cento dos pacientes tiveram coágulos graves ou morreram no grupo do rivaroxaban, em comparação com 3,7 por cento dos que tomaram Lovenox.

A Bayer, que irá comercializar o fármaco na Europa assim que seja aprovado, submeteu um pedido à Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) em Outubro para a aprovação de comercialização do rivaroxaban para a prevenção do tromboembolismo venoso devido a cirurgia ortopédica dos membros inferiores. Um pedido semelhante está planeado para ser apresentado à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA), em 2008, pela Johnson & Johnson, que irá comercializar o fármaco nos Estados Unidos.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Bloomberg

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Ensaios clínicos: quando o resultado é a morte

Primeiro caso português em que família de vítima fatal apresenta queixa contra farmacêutica

Os ensaios clínicos de um medicamento para a artrite reumatóide - Humira (adalimumab) da Abbott – sentaram no banco dos réus um médico do Hospital São João, no Porto, acusado pelo Ministério Público de homicídio por negligência de uma paciente envolvida nos testes. O filho da vítima aponta falhas em Portugal e já denunciou às autoridades pelo menos mais três casos.

Trata-se do primeiro processo do género em Portugal. A família de uma mulher (que morreu em Fevereiro de 2004) apresentou uma queixa em tribunal contra a farmacêutica Abbott, alegando que a doente morreu por ter participado num ensaio clínico, onde estava a ser testado um medicamento daquele laboratório.

De acordo com a informação ventilada pela RTP, durante o processo, a paciente voluntária nos ensaios clínicos ter-se-á sentido mal com o tratamento e, apesar de as análises terem apontado insuficiência renal, o médico decidiu não interromper a experiência clínica do fármaco. A doente acabaria por morrer “vítima de infecção generalizada, falência de vários órgãos e inúmeras hemorragias.”

Segundo noticiou a TVI, aos familiares tinha sido garantido que o medicamento em ensaio era seguro. O certo é que, a empresa farmacêutica foi ilibada pelas autoridades, mas a família não desiste e garante que irá mover um processo para responsabilizar a empresa “por ocultação de informação sobre os riscos do medicamento e por alegada ocultação da morte da mãe às autoridades.”

Entretanto, ao que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, para além da denúncia criminal contra a Abbott e contra o médico, a família avançou, também, para tribunal contra o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) e a EMEA (Agência Europeia de Medicamentos).

De referir que, aos familiares foi oferecida pela Abbott uma indemnização até um milhão de dólares -conforme consta da apólice do seguro feito em nome da farmacêutica – que, após a queixa, recusou qualquer acordo.

Indemnização "à america"...

“A Abbott, se pretende indemnizar doentes portugueses, deve, no mínimo, fazê-lo de acordo com os valores ‘standars’ que as farmacêuticas praticam nos Estados Unidos”, argumentou o filho da vítima fatal à RTP, concretizando que “a luta não é pelo dinheiro mas, sobretudo, pelos direitos dos doentes a saberem mais sobre os medicamentos que tomam e os riscos a que estão sujeitos.”

Recorde-se que, a última indemnização decidida por um tribunal norte-americano foi de 250 milhões de dólares, em que foi condenado o laboratório Merck Sharp and Dohme pelo medicamento Vioxx,.

Confrontado com o caso, fonte do Infarmed advogou que o departamento de farmacovigilância foi notificado de “apenas um caso de morte de um utilizador do medicamento Humira (adalimumab).”

Sobre as acções judiciais interpostas pela família da doente, a entidade reguladora nacional argumentou que “a suspensão da comercialização de medicamentos não decorre da alteração dos respectivos folhetos mas de uma avaliação benefício-risco desfavorável”, concretizando que “qualquer decisão está na EMEA.”

Europa: Bula ainda sem “infecções fatais”

Hoje, o fármaco em causa é comercializado na Europa e nos Estados Unidos. O certo é que, a ocorrência de infecções fatais é descrita na bula do Humira (adalimumab) como uma das possíveis reacções adversas graves somente nos EUA. “Em Portugal e na Europa, nem a informação constante no ensaio clínico a que se sujeitou a minha mãe, nem depois aquela que veio a integrar a bula do medicamento, quando ele passou a ser comercializado, referem esse risco”, alertou o queixoso.

Testes: RAM em cada 30 doentes

Em 2006, só no primeiro semestre, foram realizados mais de 200 ensaios clínicos em Portugal, uma prática que movimenta, anualmente, 15 milhões de euros e provoca uma reacção adversa medicamentosa (RAM) grave em cada 30 doentes, segundo o organismo responsável pelo sector - Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC).

Maioritariamente promovidos pela indústria farmacêutica, os ensaios clínicos conduzidos em humanos destinam-se a verificar os efeitos clínicos e farmacológicos de medicamentos experimentais, a fim de apurar a sua segurança e eficácia.

Raquel Pacheco

Fontes: RTP/TVI/Expresso/Infarmed/EMEA/Abbott/CEIC

EMEA adopta lista de exclusão de classe pediátrica

A Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) adoptou uma lista de condições sintomáticas que irão preencher os critérios para exclusão da classe dos planos de investigação pediátrica (PIP), sob a regulação da União Europeia de medicamentos para uso pediátrico (No. 1901/2006).

Segundo a regulação pediátrica, as companhias que procuram aprovação, tanto para um novo produto medicinal, como para uma nova indicação, maneira de administração ou forma farmacêutica de um produto protegido por patente, devem submeter um PIP detalhando a sua estratégia para desenvolver o fármaco em todos os subgrupos da população pediátrica.

As exclusão destas obrigações estão disponíveis quando houver evidência de que o fármaco ou classe de fármacos apresenta a probabilidade de ser ineficaz ou inseguro, em parte, ou no total da população pediátrica; quando a doença ou condição a que o produto se destina ocorre unicamente em populações de adultos (estes são as exclusões da classe); ou quando o fármaco em questão não apresenta um beneficio terapêutico significativo, em relação a tratamentos existentes para pacientes pediátricos. As primeiras opções de exclusões de produtos específicos (três no total) foram emitidas pelo Comité Pediátrico (PDCO) da EMEA, num encontro nos finais de Outubro.

Após ter revisto os comentários de uma consulta pública sobre a lista de exclusões de classe sob o regulamento No. 1901/2006, o PDCO adoptou uma opinião positiva sobre a lista na reunião que decorrer entre 21 e 23 de Novembro. A EMEA subsequentemente aprovou a lista numa decisão final a 3 de Dezembro. Regulamentação adicional para os candidatos que tencionem desenvolver um fármaco para uma das condições listadas estará disponível brevemente.

Condições sintomáticas
A lista de condições sintomáticas, 17 no total, para as quais a classe de exclusão do PIP está disponível, inclui um número de cancros (por exemplo, tratamento do carcinoma do pulmão, mama e próstata, leucemia de células pilosas e mieloma múltiplo), assim como doenças neurodegenerativas (por exemplo, Alzheimer e Parkinson), e condições relacionadas com a idade, tais como degeneração macular e distúrbios da menopausa. As exclusões relacionam-se com o tratamento destas condições e não com os medicamentos para a sua prevenção ou diagnóstico.

O PDCO reconhece que podem existir casos enganadores destas condições ocorrerem na população pediátrica. Para além disso, a decisão da EMEA não exclui submissões voluntárias para um PIP para uma condição excluída. A publicação da lista de exclusões de classe não deve impedir um candidato de considerar o desenvolvimento de produtos medicinais para condições/indicações relacionadas ou diferentes para utilização na população pediátrica.

Isabel Marques

Fontes: www.pharmatimes.com

Inactividade pode afectar saúde mental

Estudo indica que prática de exercício reduz em um terço o risco de desenvolver Alzheimer

A inactividade física conduz mais facilmente à depressão e demência. A conclusão saiu de um estudo conduzido por investigadores britânicos que aponta o exercício físico como mais valia, não só para a saúde física, mas também, para mental.

De acordo com os resultados divulgados pela BBC - apresentados no âmbito de uma conferência da Fundação Britânica da Nutrição - quem se exercita vê o risco de desenvolver Alzheimer reduzido em um terço. Um outro estudo indica que as pessoas inactivas correm o dobro do risco de virem a sofrer de depressão.

Relativamente ao estudo da Universidade de Bristol - que fez a correlação entre a actividade física e a doença de Alzheimer - verificou-se que quem pratica exercício, tanto homens como mulheres, corre um risco menor (entre 30% a 40%) de vir a desenvolver esta doença mental.”

Segundo informa a BBC, o motivo da redução não foi apurado, no entanto, os investigadores acreditam que “poderá estar associado aos benefícios que o exercício traz ao sistema vascular, bem como à actividade química no cérebro.”

Por seu turno, o estudo apresentado pela Universidade de Strathclyde constatou que, apenas 35% dos homens e 24% das mulheres praticam a actividade física recomendada. Neste sentido, Nanette Mutrie, especialista em exercício e psicologia desportiva naquele estabelecimento de ensino revelou a existência de “evidências muito fortes de que o exercício físico consegue prevenir a depressão”, frisando que “as pessoas inactivas correm o dobro do risco de virem a sofrer de depressão.”

Raquel Pacheco

Fonte: BBC

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Seroquel XR apresenta dados positivos para depressão e ansiedade

A AstraZeneca Plc apresentou dados positivos do programa clínico de avaliação do antipsicótico Seroquel XR (fumarato de quetiapina) em pacientes com doença depressiva grave e perturbação da ansiedade generalizada.

Os dados clínicos de três ensaios, apresentados no 7º Fórum Internacional de Desordens de Humor e Ansiedade, em Budapeste, demonstraram que os pacientes com depressão grave e ansiedade generalizada que receberam Seroquel XR uma vez por dia experimentaram reduções significativas na gravidade dos sintomas, em comparação com os que receberam placebo, em qualquer um dos três ensaios.

Os ensaios fazem parte de um programa de desenvolvimento clínico que envolve mais de 7 000 pacientes, um dos maiores conduzidos para a depressão e ansiedade, segundo a AstraZeneca.

A companhia está a planear submeter pedidos para aprovação reguladora, procurando autorização para o tratamento, em 2008. O analista da Nomura Code, Paul Diggle, indicou que, caso seja aprovado, o fármaco pode registar centenas de milhões de dólares extra em vendas.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters,
www.hemscott.com

CE concede aprovação condicional ao Vectibix para o cancro do cólon metastizado

A Comissão Europeia (CE) concedeu aprovação condicional de comercialização para o Vectibix (panitumumab), da biotecnológica norte-americana Amgen Inc., para o tratamento do cancro do cólon metastizado.

O Vectibix recebeu autorização como monoterapia para o tratamento de pacientes que não responderam aos regimes habituais de quimioterapia, e que têm cancro do cólon que expressa o receptor do factor de crescimento epidérmico (EGFr), mas que não têm uma mutação no gene conhecido como KRAS. O Vectibix está delineado para bloquear o EGFr, que tem um papel no crescimento das células.

O Vectibix, um anticorpo monoclonal anti-EGFr totalmente humano, recebeu a decisão positiva da Comissão Europeia baseada na opinião positiva do Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), relativamente à autorização de comercialização, em Setembro deste ano.

Esta aprovação baseia-se numa avaliação positiva de benefícios e riscos numa população de pacientes que, actualmente, têm poucas opções de tratamentos disponíveis. Como parte da revisão do CHMP, foram fornecidos dados clínicos que suportam a utilidade do estatuto da mutação do KRAS como biomarcador para resultados clínicos.

Os reguladores europeus não aprovaram o primeiro pedido de comercialização da Amgen, mas recomendaram que fosse aprovado para pacientes cujo cancro não tem a mutação do KRAS.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, www.rttnews.com, Reuters

Alzheimer: teste já disponível em Portugal

Investigador garante que em caso de resultado positivo "fiabilidade ronda os 85 %"

Detectar qual a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver Alzheimer já é possível em Portugal. O teste para despistar a doença está disponível no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, avançou a Agência Lusa. A equipa portuguesa de investigadores está agora a trabalhar num teste que faculte resultados fiáveis também para o risco de incidência de Parkinson.

De acordo com o investigador Tiago Fleming Outeiro, da Unidade de Neurociência Celular e Molecular do Instituto de Medicina Molecular (IMM), o teste destinar-se-á somente às pessoas que preencham alguns critérios: “Para realizar o teste, é necessário que exista uma indicação médica nesse sentido, o que geralmente ocorre apenas com pessoas que reúnem determinadas condições, como terem mais de 60 anos ou possuírem doentes de Alzheimer na família”, clarificou.

Explicando que o teste “consiste na determinação dos níveis de 18 proteínas no plasma sanguíneo em doentes em estádios iniciais da doença” (ou seja, quando os sintomas ainda não se manifestaram) -, o investigador asseverou que, quando o teste dá um resultado positivo “a fiabilidade ronda os 85 por cento.”

No caso da resposta ser afirmativa, Tiago Fleming Outeiro considerou o facto de a pessoa poder necessitar de “acompanhamento psicológico”, ressalvando que “entre o resultado e o surgimento dos primeiros sintomas podem passar até cinco anos.”

Segundo revelou o investigador, a “imprecisão do tempo” - entre a obtenção de um resultado positivo e o desencadear da doença – “é um dos aspectos que a aperfeiçoar”, sublinhando que o objectivo dos estudos é “detectar a probabilidade de ocorrer a doença com o máximo de antecedência face ao aparecimento dos primeiros sinais.”

Perante o facto de ainda existir cura para a doença de Alzheimer, Tiago Outeiro destacou que “ao existir um conhecimento antecipado de que uma pessoa vai - quase garantidamente - sofrer da doença, podem-se colocar logo em curso terapias adequadas a cada caso”, reforçando que, pelo menos, poder-se-á “retardar o surgimento dos sintomas da patologia.”

No que concerne ao preço do teste, o investigador do IMM esclareceu: “Não é possível falar em 100, 200 ou 300 euros, pois o teste até pode ser feito a custo reduzido ou sem custos, se se comprovar que tem interesse para a investigação.”

Raquel Pacheco

Fonte: Lusa/IMM

OMS quer medicamentos adaptados às necessidades das crianças

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou um alerta para a necessidade de existirem dados mais fiáveis sobre a utilização de medicamentos em crianças. A instituição criticou os preços praticados e publicou a primeira lista internacional de fármacos pediátricos essenciais. Através da campanha “Fazer medicamentos à altura das crianças”, a OMS está também a concentrar os seus esforços nos medicamentos, incluindo antibióticos, analgésicos e anti-asmáticos, que necessitam de ser adaptados às necessidades das crianças.

A organização pede que haja uma maior aposta na investigação e desenvolvimento de fármacos combinados para o tratamento do VIH/Sida, tuberculose e malária, bem como nas “terapias apropriadas às crianças para um número de doenças tropicais negligenciadas”.

Segundo explicou Howard Zucker, director assistente da OMS, muitas crianças “não têm hipótese porque os medicamentos não são apropriados para a sua idade, não estão ao seu alcance ou têm preços demasiado elevados – custam até três vezes mais do que um medicamento para adultos”. O acesso atempado, seguro e efectivo aos medicamentos poderia salvar anualmente cerca de 6 milhões de crianças cuja morte é provocada por doenças tratáveis, salienta a OMS.

Para ajudar a fazer frente ao problema, a organização delineou a primeira lista internacional de medicamentos essenciais para crianças, da qual constam 206 produtos considerados seguros para estas e que travam patologias prioritárias. No entanto, “muito fica por fazer”, frisou Hans Hogerzeil, director da política e padrões de medicamentos das Nações Unidas. De acordo com o responsável, “existem medicamentos prioritários cuja utilização não foi adaptada às crianças ou que não estão disponíveis quando são necessários”.

Enquanto nos países pobres escasseiam os medicamentos pediátricos, no Ocidente, os dados sobre medicamentos pediátricos utilizados em crianças são demasiadamente reduzidos. “Nas sociedades industrializadas os medicamentos para adultos são prescritos a mais de metade das crianças quando tal não é permitido. Nos países em vias de desenvolvimento o problema reside no difícil acesso aos medicamentos”, afirma a OMS.

Além do lançamento desta campanha, a OMS também tem planos para aplicar os seus recursos na construção de um portal na internet dedicado aos ensaios clínicos com crianças e está a negociar com os governos uma alteração aos seus requisitos legais relativamente aos medicamentos pediátricos.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, The Earth Times, Bloomberg, Thaindian News, http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines/en/index.html.

Cientistas portuguesas recebem prémio

Projecto visa a aplicação de fármacos de forma mais eficaz

Aplicar os fármacos de forma mais eficaz e diminuir dos seus efeitos secundários no organismo é o objectivo de um projecto desenvolvido por três jovens cientistas e que lhes valeu um prémio de 20 mil euros como forma de incentivo à investigação desenvolvida por mulheres em Portugal.

“Tentamos preparar nanopartículas, que são pequenas esferas, com materiais lipidicos muito parecidos com os lípidos presentes no organismo humano, para que levem uma determinada droga ou substância para um determinado local de acção", explicou à Agência Lusa Eliana Souto, de 31 anos, doutorada em Nanotecnologia, Biofarmácia e Biotecnologia Farmacêutica pela Universidade Livre de Berlim e actualmente investigadora na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa.

Conforme referiu a mesma responsável, ao permitir que a substância seja dirigida para o local onde deve actuar é possível diminuir a quantidade de medicamento necessária, reduzindo os seus efeitos secundários no organismo humano e, consequentemente, o custo das terapêuticas. No entanto, o trabalho pode demorar ainda dois anos a concretizar, acrescentou Eliana Souto.

O prémio de apoio à investigação «Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência», no valor individual de 20 mil euros, distinguiu ainda duas outras cientistas envolvidas em projectos dedicados ao estudo do cancro do pulmão e síndrome metabólica.

Iola Duarte, de 32 anos, investigadora do Laboratório Associado CICECO da Universidade de Aveiro, foi contemplada por estudos para compreender o comportamento metabólico dos tumores e chegar a modelos de classificação capazes de distinguir tecido tumoral de tecido normal. O projecto poderá dar origem a um novo meio de diagnóstico precoce destes tumores que complemente a análise convencional.

O desenvolvimento de um projecto que pretende identificar quais são as alterações metabólicas e moleculares que ocorrem nos doentes com a síndrome metabólica garantiu um dos prémios à investigadora Anabela Rolo, 30 anos, do Centro de Neurociências e Biologia Celular do Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra. O objectivo deste trabalho é prevenir a diabetes tipo II através de uma terapêutica que interrompa o ciclo de alterações metabólicas destes pacientes.

Atribuído pela quarta vez em Portugal, o prémio, no valor individual de 20 mil euros, resulta de uma parceria entre a L'Oréal Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, inspirado no programa internacional L'ORÉAL-UNESCO For Women in Science, que desde 1999 tem atribuído prémios a investigadoras de todo o mundo.

Marta Bilro

Fonte: Sol, Lusa.

Workshop esclarece utilização das bombas de insulina

A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) está a organizar um workshop com o objectivo de esclarecer os diabéticos sobre a utilização de bombas de insulina. A iniciativa, que surge na sequência da decisão do Governo de comparticipar esta terapêutica a 100%, vai decorrer no Auditório da Faculdade de Medicina do Hospital de São João no Porto, no dia 15 de Dezembro, entre as 9h30 e as 13 horas.

Os custos elevados deste dispositivo médico fazem com que o tratamento seja acessível apenas para uma pequena minoria. No entanto, a comparticipação permitirá, já a partir de Janeiro, que os três mil euros necessários para a aquisição das bombas, assim como os 100 a 150 euros mensais para os consumíveis, sejam suportados pelo Estado.

O tratamento com insulina, “A Terapia com Bomba de Insulina - Benefícios para o diabético” ou a “Nutrição na Diabetes – Aprender a contar hidratos de carbono”, são alguns dos temas que vão estar em debate.

Através de um reservatório com insulina de acção rápida ligada a um tubo fino, a bomba de insulina permite que esta seja conduzida até um cateter colocado debaixo da pele, que terá de ser substituído de 3 em 3 dias. Desta forma, consoante as refeições, a actividade física ou o stress, o diabético pode variar a quantidade de insulina administrada sem necessidade de picadas.

Segundo os dados da Federação Internacional da Diabetes, a doença afecta 246 milhões de pessoas a nível mundial e prevê-se que este número atinja os 380 milhões em 2025. Todos os dias são diagnosticadas 200 novos casos de crianças com diabetes tipo 1 e estima-se que, em todo o mundo, mais de 440 mil crianças com menos de 14 anos tenham diabetes tipo 1.

Em Portugal existem cerca de 650 mil portugueses diagnosticados com diabetes. Calcula-se que 65 mil portugueses sejam diabéticos tipo 1.

A participação no workshop é gratuita, porém os interessados deverão inscrever-se através do número 967 077 057 ou do e-mail ajdp@ajdp.org.

Marta Bilro

Fonte: Comunicado Hill and Knowlton.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

CHMP recomenda Betaferon nas etapas iniciais de esclerose múltipla

O Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP), da Agência Europeia de Medicamentos (EMEA), recomendou a extensão da rotulagem do fármaco da Bayer AG, o Betaferon/Betaseron (Interferão beta-1b), para o tratamento da esclerose múltipla nas fases iniciais.

O CHMP apoia que a rotulagem da injecção de Betaferon indique que pode atrasar a progressão da incapacidade quando utilizado logo após o primeiro ataque da doença. O Betaferon demonstrou, num estudo, retardar o início de posteriores incapacidades quando é administrado aos primeiros sinais da doença debilitante, em comparação com situações quando o tratamento é adiado.

Especificamente, os resultados do estudo, denominado BENEFIT, demonstraram que o tratamento com o Betaferon pouco depois do primeiro evento clínico ou ataque de esclerose múltipla retarda o desenvolvimento da progressão contínua da incapacidade por mais de três anos em 40 por cento, quando comparado com tratamentos retardados. Nenhuma outra terapia para a esclerose múltipla demonstrou este efeito nesta população de pacientes iniciais. A Comissão Europeia normalmente aprova a decisão do comité num período de três meses.

O Betaferon, conhecido como Betaseron nos Estados Unidos e Canadá, foi o primeiro fármaco modificador de doença introduzido para a esclerose múltipla, e é um tratamento bem estabelecido em todo o mundo. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, o Betaferon foi aprovado para todas as formas de reincidência da doença. 16 anos de seguimento de pessoas tratadas com Betaferon demonstraram que este é seguro e bem tolerado.

Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é uma doença crónica e progressiva que afecta o sistema nervoso central – o cérebro, medula espinal e nervos ópticos – e a probabilidade de incapacidade aumenta com o tempo que uma pessoa sofre da doença. O tecido gordo que envolve e protege as fibras nervosas perde-se, inibindo a sua capacidade de conduzir impulsos eléctricos. Contudo, a causa exacta da doença é desconhecida. Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem ser imprevisíveis. Entre eles incluem-se: fadiga ou cansaço, visão turva, fraqueza numa ou mais extremidades, dormência, visão dupla, espasticidade, rigidez e sensação de membros pesados, dores, comichão, perturbações da bexiga e perturbações da fala.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, CNNMoney, PharmaLive, www.anem.org.pt

Pfizer e Adolor Corp desenvolvem dois novos analgésicos

A Pfizer Inc iniciou uma colaboração exclusiva a nível mundial com a Adolor Corporation para desenvolver e comercializar dois novos compostos analgésicos, para a artrite reumatóide e para o tratamento da dor aguda posterior a cirurgias dentárias.

Um dos fármacos da Adolor, que está mais avançado, o ADL5859, está em ensaios de Fase II para a dor associada à artrite reumatóide e à dor aguda após cirurgia dentária. Também estão planeados programas adicionais para o composto experimental em pacientes com neuropatia diabética periférica, e em pacientes com osteoartrite.

A Adolor espera começar os ensaios clínicos iniciais para testar o outro fármaco, o ADL5747, no primeiro trimestre de 2008. Contudo, a companhia não revelou para que condição será testado este fármaco candidato.

Ambos os produtos são conhecidos como agonistas do receptor opióide Delta, e têm o potencial de tratar um amplo leque de condições inflamatórias, neuropáticas e de dor aguda. Com base na avaliação pré-clínica em modelos animais, o agonista Delta pode demonstrar efeitos na dor inflamatória, entre outras condições dolorosas. Além disso, pensa-se que os agonistas Delta modulam outros processos biológicos que se podem manifestar em estados de doenças ou condições, tais como cardioprotecção, bexiga hiperactiva, e depressão.

Um dos três receptores opióides, o receptor Delta, tem utilidade potencial numa variedade de indicações, incluindo na modelação da dor. Através de uma plataforma de investigação registada, baseada em receptores opióides humanos clonados, a Adolor identificou uma série de novos agonistas Delta oralmente activos, ou seja, compostos que estimulam selectivamente o receptor opióide Delta. Os compostos Delta podem ter uma série de potenciais vantagens, incluindo um perfil de efeitos secundários melhorado, em comparação com os agonistas dos receptores de mu-opióides.

A Pfizer irá pagar inicialmente 32 milhões de dólares à Adolor, e até 233 milhões de dólares caso determinados objectivos sejam atingidos. Nos Estados Unidos, a Pfizer irá partilhar os lucros e as despesas com a Adolor numa proporção de 60/40. Fora dos Estados Unidos, a Pfizer irá financiar o desenvolvimento das actividades e a Adolor irá receber regalias sobre as vendas da Pfizer.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Reuters, Business Wire, www.bizjournals.com

Novartis planeia lançar quatro fármacos oncológicos até 2011

A Novartis AG espera lançar quatro novos fármacos oncológicos até 2011, podendo pelo menos um desses fármacos atingir vendas de mil milhões de dólares anualmente, segundo informa o "The Wall Street Journal".

A Novartis planeia relatar dados positivos do RAD001 relativamente à sua efectividade contra o linfoma, junto da Sociedade Americana de Hematologia, no final da semana, segundo o presidente da unidade de oncologia da Novartis, David Epstein. Este é o primeiro novo fármaco que a companhia pretende introduzir no mercado.

A companhia está também a testar o RAD001 contra diversos tipos de cancro, incluindo tumores endócrinos e carcinoma das células renais. A companhia também tenciona lançar o ASA404 para o cancro do pulmão de não-pequenas células, o SOM230 para um grupo raro de tumores neuroendócrinos e o LBH589 para o linfoma cutâneo de células T. Como estes fármacos são experimentais ainda poderão falhar nos testes humanos ou serem rejeitados pelos reguladores. Em Julho, o ASA404 supostamente falhou nos testes humanos contra o cancro do ovário.

Muitos dos novos fármacos para o tratamento do cancro, que a Novartis está a testar, são terapias direccionadas, o que significa que tentam bloquear as moléculas específicas que ajudam o cancro a espalhar-se.

Um antigo professor da Escola de Medicina de Harvard, William Sellers, que se juntou a Novartis como chefe da investigação oncológica em Novembro de 2005, tem posto particular ênfase no estudo das terapias direccionadas.

Isabel Marques

Fontes: First Word, Reuters, The Wall Street Journal Online, www.rttnews.com

Trabalhadores nocturnos mais vulneráveis ao cancro

As alterações no relógio biológico dos trabalhadores nocturnos fazem com que a sua imunidade seja reduzida, deixando-os mais vulneráveis ao risco de vir a sofrer de cancro, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com uma análise da Agência Internacional de Investigação sobre Cancro da OMS (IARC), “os turnos laborais que implicam uma alteração aos ritmos biológicos do sono podem ser cancerígenos para o ser humano”. O trabalho vai ser publicado na íntegra em Janeiro, na revista “Lancet Oncology”.

A melatonina, um antioxidante natural, é produzida no cérebro durante a noite depois de o organismo ter estado exposto à luz do dia. Quando se permanece acordado durante a noite origina-se uma alteração desse processo e os níveis desta hormona tornam-se insuficientes para proteger o ADN de danos que podem provocar cancro, explica o estudo da IARC.

Para além disto, o facto de estas pessoas não descansarem adequadamente durante o dia é outra das hipóteses avançadas pelos cientistas, uma vez que o sistema imunológico destes indivíduos fica debilitado, tornando-os mais vulneráveis ao ataque das células cancerígenas.

Apesar de o estudo admitir que são necessários mais trabalhos que confirmem esta ligação e eliminem outros factores de risco neste segmento da população a OMS pondera a hipótese de, no futuro, vir a classificar o trabalho nocturno como “provável ou possivelmente cancerígeno”.

Ao longo de vários anos, 24 investigadores analisaram todas as investigações publicadas acerca desta matéria tendo verificado que nalguns dos trabalhos a incidência de cancro da mama é superior entre as mulheres que trabalharam de noite durante longos períodos, como as enfermeiras. No caso dos homens cuja jornada laboral começava ao anoitecer evidenciou-se um maior risco de cancro da próstata.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Novo fármaco para a psoríase procura aprovação nos Estados Unidos e Europa

As unidades da Johnson & Johnson, Centocor Inc e Janssen-Cilag International NV, apresentaram pedidos de aprovação para o ustekinumab (CNTO 1275) à agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) e à Agência Europeia do Medicamento (EMEA), para o tratamento da psoríase em placas moderada a grave em adultos.

Os pedidos basearam-se num programa de desenvolvimento completo, incluindo dados de dois grandes ensaios de Fase III multicêntricos, aleatórios, duplamente cegos e controlados por placebo, envolvendo 2 000 pacientes, que avaliaram a segurança e a eficácia do ustekinumab.

O ustekinumab é um novo anticorpo monoclonal humano com um novo mecanismo de acção que atinge as citoquinas interleucina-12(IL-12) e interleucina-23 (IL-23), proteínas que ocorrem naturalmente e que são importantes na regulação das respostas imunitárias, pensando-se que estão associadas a alguns distúrbios inflamatórios provocados por uma resposta imunitária, incluindo a psoríase.

Estima-se que 125 milhões de pessoas em todo o mundo tenham psoríase, incluindo cerca de 7,5 milhões de americanos e 10 milhões de europeus.

A Centocor descobriu o ustekinumab e detém os direitos de comercialização exclusivos do produto nos Estados Unidos. A Janssen-Cilag tem os direitos de comercialização exclusivos em todos os países fora dos Estados Unidos.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, CNNMoney, PharmaLive

Células cancerígenas podem resistir à quimioterapia

Descoberta alemã alerta para mecanismo que permite enzima superar alguns danos da terapia e levar a célula a multiplicar-se

O objectivo da quimioterapia é que a célula cancerígena deixe de se reproduzir. No entanto, investigadores da Universidade de Ludwig Maximilians, na Alemanha, anunciaram ter descoberto um mecanismo que ajudará as células tumorais a resistirem à quimioterapia.

À luz do estudo publicado na revista «Science» a equipa alemã analisou um processo sequencial onde terá constatado que uma enzima é capaz de fazer novas cópias de ADN para que as células tumorais possam continuar a multiplicar-se.

“Observou-se que uma enzima, denominada de eta-polimerasa, pode superar alguns danos causados pela quimioterapia, recuperando ADN danificado e prolongando, assim, a vida da célula tumoral”, explicaram.

Segundo informa a «Science», neste estudo, "os investigadores observaram quatro estruturas de ADN com enzimas eta-polimerasa - em diferentes fases do processo de resolver estes defeitos do ADN - para tentarem compreender com exactidão como se superam e se reparam as lesões de ADN."

Raquel Pacheco

Fonte: Science

FDA: Estatuto fast-track para fármaco para a distrofia muscular de Duchenne

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu o estatuto fast-track ao fármaco experimental AVI-4658, da companhia biotecnológica norte-americana AVI BioPharma Inc, para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne (DMD), um distúrbio genético fatal que afecta as crianças.

O fármaco candidato utiliza a tecnologia “Exon Skipping PreRNA”, ou ESPRIT, da companhia, para beneficiar potencialmente os pacientes com DMD que têm mutações no exon 51 do gene da distrofina. Em modelos animais, esta tecnologia demonstrou a capacidade de contornar selectivamente os exons defeituosos, assim restaurando os níveis quase normais da produção de distrofina. A companhia acredita que ao utilizar o AVI 4658 para transpor o exon 51, podem ser produzidos níveis clinicamente relevantes de distrofina, limitando a posterior piora da função muscular em alguns pacientes.

A companhia planeia iniciar o ensaio clínico do fármaco, que recentemente recebeu o estatuto de medicamento órfão, em meados de 2008, para avaliar a sua segurança e potencial eficácia em pacientes ambulatórios com DMD.

A distrofia muscular de Duchenne é o distúrbio genético fatal mais comum que afecta as crianças em todo o mundo. É uma doença devastadora e incurável que desgasta os músculos, causada pela mutação no gene da distrofina, uma proteína que tem um papel estrutural importante nas fibras musculares. Quando a distrofina está em falta ou não funciona o resultado é a perda de membrana e danos na fibra, levando à degeneração e morte da fibra muscular.

A designação fast-track é concedida para facilitar o desenvolvimento e para acelerar a revisão dos fármacos para doenças graves e potencialmente fatais, de modo a que estes cheguem ao mercado mais rapidamente. O estatuto significa que a companhia pode submeter dados à FDA à medida que ficam disponíveis e recebe o feedback da agência, em vez de ter de esperar e entregar tudo ao mesmo tempo.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.businesswire.com

Decifrado receptor que pode ajudar a produzir novos medicamentos

Cientistas acreditam que proteína descodificada tem grande potencial para criar fármacos mais eficazes

Investigadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e do Laboratório de Biologia Molecular de Cambridge, no Reino Unido, conseguiram decifrar uma membrana proteínica específica, que terá um grande potencial para fabricar medicamentos.

“Este tipo de membranas é responsável por algumas doenças do corpo humano e pode ser utilizado para produzir novos fármacos e mais eficazes para o futuro”, afirmou o norte-americano e líder do estudo, Brian Kobilka.

Salientando que mais de metade dos medicamentos dados aos doentes funcionam porque têm como objectivo um determinado receptor das células do corpo, para curar uma doença, os cientistas revelaram que a investigação permitiu decifrar um destes receptores.

“A maioria destas hormonas e neurotransmissores funcionam através destes receptores. Todos eles estão estruturalmente relacionados, o que significa que, sabendo mais de um receptor específico, serão possíveis avanços em relação a todos”, explicou Brian Kobilka.

De acordo com o investigador norte-americano, o receptor decifrado tem “um papel importante em doenças do coração, regulação da pressão sanguínea, inflamação e desordens psicológicas”, concretizando que “são candidatos ideais para terapias de vários tipos de doenças.”

Raquel Pacheco

Fonte: Medscape/ http://www2.mrc-lmb.cam.ac.uk/ www.stanford.edu/

Congestão nasal afecta mais de 450 mil portugueses

Primeiro estudo sobre prevalência da sintomatologia revela que 18% da população tem problemas crónicos com a respiração pelo nariz

Mais de 450 mil portugueses, com mais de 15 anos de idade, sofre de congestão nasal grave, sendo que, a maior incidência recai sobre as mulheres. Os resultados saíram do primeiro estudo português sobre a prevalência desta sintomatologia.

Desenvolvido pelas Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e pela Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia (SPO), o estudo teve por objectivo “caracterizar a população no que diz respeito à prevalência da congestão nasal em Portugal Continental”, informam em comunicado enviado ao farmacia.com.pt.

Na nota, as entidades destacam ainda que, com este estudo “foi possível também construir de um modo pioneiro um índice de congestão nasal que pode levar, se muito elevado, a procurar ajuda médica para diagnóstico e tratamento do problema.”

De acordo com os resultados divulgados, 19% dos inquiridos relataram nariz entupido ou congestionado, 16% mencionou o corrimento nasal ou o pingo no nariz e 15% disse acordar de manhã com o nariz tapado, ou seja, congestionado.

“Se 4,6% da população refere sintomas muito graves de congestão nasal, mais 13,3% refere esta sintomatologia com características moderadas, o que aproximará dos 18% a percentagem dos habitantes adultos que têm problemas crónicos com a respiração pelo nariz”, concluíram.

Sintomas

A congestão nasal é um sintoma que, para além da sua relação com as infecções respiratórias, está muito associado a outras patologias crónicas tais como a rinite alérgica ou a rinossinusite.

Segundo a SPAIC, os sintomas mais frequentes são “nariz entupido, pressão nos seios nasais, respirar pela boca, dificuldades em ter cheiro e dificuldades em descongestionar o nariz, corrimento nasal (pingo do nariz) e dificuldades em trabalhar ou estudar.”

Raquel Pacheco

Fontes: farmacia-press/SPAIC

APDP promove V Congresso de Educadores em Diabetes

Relação entre os profissionais de saúde e o doente é o tema central

A pensar nos profissionais de saúde que no dia-a-dia lidam directamente com a diabetes e com o doente diabético, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) promove, nos próximos dia 6 e 7 de Dezembro, em Lisboa, o V Congresso de Educadores em Diabetes.

“É objectivo deste encontro aprender com a troca experiências das equipas de educação, mas também, associar num mesmo tempo de formação os vários elementos que as compões: médicos, enfermeiros, nutricionistas, dietistas, psicólogos, pedagogos e pessoas com diabetes”, esclarece a APDP em comunicado de imprensa enviado ao farmacia.com.pt.

De acordo com a nota, o congresso - que decorrerá durante dois dias no Hotel Altis - conta com cerca de 400 participantes. “São profissionais de saúde que irão reunir-se em grupos de trabalho e trocar experiências diversas que tocam temas tão diversos como a atitude do próprio formador, as estratégias para a decisão, a gestão de tempo, as metodologias de ensino inseridas na educação em grupo até aos cuidados a ter com o pé ou a contagem de hidratos de carbono.”

A importância da relação entre os profissionais de saúde e o doente é o tema central que girará em torno das sessões. Durante o programa serão, também, abordados “temas teóricos que versam a actividade educativa, bem como actividades práticas orientadas por especialistas nas várias áreas ligadas à diabetes”, informa a associação.

Destacando a consulta como o ponto basilar e o cerne para “a constituição de um bom relacionamento”, a APDP considera tratar-se de “um momento crucial para o conhecimento mútuo, para a construção de uma relação de confiança e de compreensão partilhada, razão por que todos os aspectos que a envolvem devem ser analisados em pormenor”, frisou.


“Educação do doente é elemento terapêutico”

Para o director clínico da APDP e coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Diabetes, José Manuel Boavida, “a educação do doente deve ser entendida por todos como um elemento terapêutico fundamental para o controlo metabólico, prevenção das complicações tardias e integração social da pessoa com diabetes.”

Raquel Pacheco

Fonte: APDP/farmacia-press

Pé Diabético: Cooprofar promove curso

A cada 30 segundo é amputado um membro em todo o mundo

Dotar os formandos de conhecimentos específicos sobre a doença do pé diabético - patologia, diagnósticos e tratamentos – é o objectivo de mais um curso promovido pela Cooprofar (Cooperativa dos Proprietários de Farmácia) que, desde 1975, dedica-se à distribuição de produtos farmacêuticos em Portugal.

O pé diabético traduz-se numa perda da sensibilidade dos membros inferiores. Submetidos a excessos de pressão, os pés ganham lesões que, se não forem tratadas a tempo, poderão levar a uma amputação. Em muitos dos casos, não são tratados, porque não são sentidos. Outra dificuldade detectada refere-se aos diabéticos obesos ou aqueles cuja doença já provocou cegueira, não conseguindo, assim, ver os pés.

Em todo o mundo, a cada 30 segundos é amputado um membro devido ao pé diabético. A realidade de um cenário alarmante moveu a Cooprofar a fomentar junto dos associados, profissionais de saúde e do público em geral um curso que decorre, hoje e no próximo dia 6, no Hotel Mélia Ria, em Aveiro.

De acordo com fonte da empresa, o conteúdo programático focalizará a Epidemiologia do pé diabético; Fisiopatologia do pé diabético; Etiologia da ferida no pé diabético; Tratamento da ferida no pé diabético; Aconselhamento ao diabético na prevenção e após ferida e o papel da Medicina Hiperbárica no tratamento de pé diabético.

Com a duração de oito horas (das 19h00 às 23h30) a formação será ministrada por profissionais de saúde na área da enfermagem que desempenham funções no Hospital Pedro Hispano: Manuel Lopes, Filipe Alvarilhão e Edgar Cachada.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes é a terceira causa de morte no mundo, onde 7,6 por cento da população sofre da doença. A OMS prevê que os índices de mortalidade aumentem 25% na próxima década, caso não sejam tomadas as medidas necessárias para travar o avanço da epidemia, pondo em causa a actual esperança média de vida. Em Portugal, estima-se que existam já mais de 700 mil diabéticos.

Raquel Pacheco

Fonte: Cooprofar/OMS/farmacia.com.pt

Sida: Fiocruz vai produzir novo fármaco antiretroviral

Os laboratórios da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, vão começar a produzir um dos novos medicamentos usados na terapêutica antiretroviral, anunciou o director da Farmanguinhos, Eduardo de Azeredo Costa.

Congratulando-se com o facto de o laboratório ter provado que tinha condições de produzir o medicamento com o mesmo princípio activo dentro do Brasil, o dirigente da Farmanguinhos considerou que "é sempre bom reforçar e lembrar que a atitude da prevenção é a mais importante. Ninguém pode relaxar o factor prevenção e pensar que há medicamentos bons, pois não é porque nós produzimos fármacos que podemos pensar que o problema da sida se resolverá assim. Ajuda, trata, mas não mata o vírus”, frisou.

Uma ideia que foi concretizada pelo coordenador da Associação Brasileira Interdisciplinar de Sida (Abia), Veriano Terto: "Ainda não existe uma vacina ou um fármaco que seja capaz de retirar o vírus do corpo da pessoa infectada. A prevenção ainda é o melhor remédio. Não é porque existe o tratamento para a sida que o problema está resolvido, o tratamento não significa a cura", reforçou.

De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) há, em todo o mundo, 33 milhões de doentes com sida. Só no Brasil, em 2007, já foram registados cerca de 13 mil casos.
Raquel Pacheco

Fonte: Agência Brasil/Reuters

FDA vai avaliar efeitos colaterais de medicamento antitabágico

Casos relatados associam início da toma com ideias suicidas e sonolência…

A entidade reguladora dos alimentos e fármacos, nos Estados Unidos, (Food and Drug Administration – FDA) garante que irá averiguar o relato de efeitos colaterais feito por doentes administrados com Champix (tartarato de vareniclina) - medicamento antitabágico produzido pelos laboratórios Pfizer.

Depressão, pensamento e comportamento suicidas, pesadelos, tonturas, fadiga, sonolência, dores de cabeça, insónia, náuseas e vómito são alguns dos efeitos adversos descritos. Neste sentido, a FDA – juntamente com a MHRA (Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency) – já asseverou que está a analisar "todos efeitos secundários possíveis e previstos na bula do fármaco."

Contudo, segundo revela uma avaliação preliminar, muitos dos casos narrados reflectem “uma associação entre o início do tratamento (de alguns dias a semanas) do Champix com a concepção de ideias suicidas e alteração de humor."

No entanto, nestes casos, o papel do fármaco não está totalmente esclarecido pois sabe-se que a cessação do fumo - com ou sem tratamento - aparece associada a sintomas de retirada da nicotina e à exacerbação de doenças psiquiátricas subjacentes. Porém, nem todos os intervenientes (dos casos relatados) tinham uma história de doença psiquiátrica pré-existente e, nem todos, tinham parado de fumar.

Face a estes episódios, a FDA destacou a sua atenção, ressalvando, porém, que ainda não chegou a uma conclusão se esta informação requer alguma acção regulatória e se irá actualizar o documento quando houver informações ou análises viáveis.

De referir que, segundo os testes realizados com o medicamento - e divulgados oportunamente pelo farmacia.com.pt - , 44% dos tabagistas terão deixado de fumar depois do tratamento, comparativamente com os 18% que receberam um placebo e os 30% que tomaram outro fármaco - bupropiona (genérico do Zyban).

Raquel Pacheco

Fontes: FDA/Medicines and Healthcare products Regulatory Agency/PharmaNews

Medcenter e Medscape lançam juntos novo portal









Em Portugal, Espanha e na América Latina

A Medcenter, empresa multinacional de educação médica e serviços de marketing especializada no sector farmacêutico, e a WebMD, empresa líder mundial no sector de informação em saúde e proprietária do Medscape (maior portal médico mundial) anunciaram, ontem, uma parceria que resultou num novo portal para médicos.

Acessível através do endereço - www.medcenter.com/medscape - o novo portal vai oferecer desde notícias médicas, informações sobre as principais doenças, até à cobertura dos principais congressos médicos internacionais e educação médica continuada.

Wayne Gattinella, presidente da WebMD considera que a expansão para Portugal, Espanha e América Latina “vai permitir capitalizar as oportunidades nestes importantes mercados e oferecer aos médicos informação médica actualizada para melhorar o seu conhecimento e prática clínica", anunciando que “está ainda a ser potencializada a rede de médicos e o relacionamento com as comunidades científicas da Medcenter nestas regiões, com o intuito de trazer o conteúdo médico relevante e actualizado do Medscape para estes importantes mercados."

Neste sentido, foi dada a garantia de que o novo portal oferecerá aos médicos o melhor do Medscape e da Medcenter. “O Medscape fornece o conteúdo médico original para clínicos gerais e especialistas, além de outros profissionais de saúde. A Medcenter oferece soluções nas áreas de educação médica, serviços de marketing e pesquisa de mercado”, esclareceu.

“Melhor canal de comunicação com médicos”

Carlos Eduardo Reis, presidente da Medcenter, subscreveu a satisfação relativa à parceria, reforçando a convicção de que “a credibilidade, experiência e a base de médicos usuários dos nossos serviços, na Europa e na América Latina, associados à marca e à extraordinária quantidade de conteúdo de qualidade da Medscape, permitirão a Medcenter oferecer aos nossos clientes da indústria farmacêutica o melhor canal de comunicação com os médicos."

Segundo explicou o responsável, o portal trará as versões em português e espanhol do extenso conteúdo Medscape e será divulgado pela Medcenter para os mais de 250 milmédicos usuários de seus serviços e para toda a comunidade médica através das sociedades científicas que certificam as actividades de educação médica da Medcenter, realizadas na Europa e na América Latina.

Raquel Pacheco

Fonte : PRNewswire / http://www.corp.medcenter.com

“Cocktails” de fármacos para a sida podem preservar cérebro

Os “cocktails” de fármacos para a sida podem restringir as lesões cerebrais associadas ao HIV-1, sugere um estudo sueco publicado no jornal «Neurology».

À luz de uma investigação conduzida por uma equipa da Universidade Goteborg, na Suécia, - que envolveu 53 doentes com HIV de ambos os sexos - o tipo de tratamento analiasado parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo vírus.

De acordo com Asa Mellgren, professora que coordenou o estudo, o HIV pode atacar o cérebro e os nervos para provocar danos no sistema imunitário. “Antes da introdução dos ‘cocktails’ de fármacos – designados como terapêutica antiretroviral altamente eficaz (HAART na sigla em ingês) - cerca de 20% dos doentes desenvolviam demência”, informou, ressalvando que, “nem todos os fármacos usados nestas combinações penetram no cérebro, logo, não se sabe muito bem o quanto a HAART ajudou.”

Segundo explicou a investigadora, “foi testado o líquido cefalorraquidiano dos doentes” (também designado de fluido cerebrospinal, apresenta um aspecto límpido e transparente e localiza-se ao nível do sistema nervoso central) e “foi-lhes administrada HAART durante um ano”, rematando que “antes do tratamento, 21 doentes tinham elevados níveis de proteína leve dos neurofilamentos, que se julga indicar os danos cerebrais.”

Desta feita, os cientistas suecos revelaram que, três meses após o tratamento com HAART, “os níveis elevados da proteína baixaram para valores normais em quase metade dos doentes e, após um ano, apenas quarto doentes tinham ainda níveis elevados da proteína leve dos neurifilamentos.”

Perante os resultados, Asa Mellgren disse acreditar que este tipo de tratamento “parece parar o processo neurodegenerativo causado pelo HIV", destacando que o estudo “confirma que a proteína leve dos neurifilamentos é útil como marcador para a monitorização dos danos cerebrais em indivíduos com HIV e para avaliar a eficiência da HAART."

Raquel Pacheco

Fontes: http://www.neurology.org/Reuters

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Exercício pode aumentar produção de antidepressivo natural no cérebro

Investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Yale em New Haven, nos Estados Unidos, descobriram uma molécula com propriedades antidepressivas que é produzida pelo cérebro como resultado do exercício físico. As conclusões da investigação foram publicadas na edição digital da revista “Nature Medicine”, apontando novas formas para tratar a depressão.

Segundo relataram os investigadores norte-americanos, o exercício parece aumentar a produção de um químico que ocorre naturalmente no cérebro com efeitos antidepressivos em ratos.

Estudos têm descoberto que o exercício pode ajudar a aliviar os sintomas da depressão, mas as razões para este benefício ainda não tinham sido clarificadas. Para o novo estudo, os cientistas, dirigidos pelo Dr. Ronald Duman, utilizaram uma ferramenta chamada “microarray”, microchips de ADN, para examinar a forma como o exercício alterou a actividade dos genes nos cérebros dos ratos, e para identificar os genes cuja expressão muda. Os investigadores focaram-se numa região do cérebro, o hipotálamo, que tem sido implicado na regulação do humor e na resposta do cérebro à medicação antidepressiva.

Os cientistas descobriram que os ratos que tinham tido uma semana cheia de exercícios numa roda giratória demonstraram actividade alterada num total de 33 genes, a maioria dos quais nunca tinha sido identificada antes. Em particular, o exercício aumentou a actividade no gene que codifica um factor de crescimento do nervo, conhecido por VGF. Os factores de crescimento do nervo são pequenas proteínas importantes no desenvolvimento e manutenção das células nervosas.

Além disso, quando os autores administraram uma versão sintética do VGF no cérebro dos ratos, este produziu um efeito antidepressivo robusto em testes estandardizados em animais colocados em situações de stress.

As descobertas apontam o VGF como alvo para novos fármacos antidepressivos, segundo Duman e os seus colegas. Este tipo de medicamentos iriam actuar através de um mecanismo completamente diferente em relação aos antidepressivos existentes, que são efectivos para cerca de 65 por centos dos pacientes, sublinharam os investigadores.

Segundo o principal investigador, a maior descoberta é ter sido identificado um factor chave que está por detrás dos efeitos antidepressivos do exercício, uma informação que pode ser utilizada para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.

Isabel Marques

Fontes: AZPrensa, Reuters Índia

FDA concede revisão prioritária ao Treanda para a Leucemia Linfocítica Crónica

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu o estatuto de revisão prioritária ao Treanda (hidrocloreto de bendamustina), da companhia biotecnológica Cephalon Inc, para o tratamento de primeira linha da Leucemia Linfocítica Crónica (LLC).

O Treanda é um análogo de purina/alquilante híbrido. Os dados pré-clínicos demonstram que este híbrido actua em duas formas para matar as células cancerígenas. O Treanda danifica o ADN nas células cancerígenas, o que leva ao modo normal da morte das células, “apoptose”, ou morte celular programada. Também impede que estas células se dividam para criar novas células cancerígenas. Esta acção dupla do fármaco pode ser atribuída ao seu desenho químico único.

A agência concedeu o estatuto de medicamento órfão ao Treanda para o tratamento da LLC em Agosto de 2007, o que poderá resultar em sete anos de comercialização exclusiva para esta indicação, caso seja aprovado. A Cephalon apresentou a candidatura do Treanda para o tratamento da LLC em Setembro de 2007, e a FDA irá tomar uma decisão no final de Março de 2008.

A FDA concede o estatuto de revisão prioritária a fármacos que, caso sejam aprovados, irão fornecer grandes avanços nos tratamentos, ou que poderão proporcionar um tratamento aos pacientes quando não existe uma terapia adequada. Quando um fármaco recebe o estatuto de revisão prioritária significa que a FDA irá avaliar e decidir se o aprova em seis meses, em vez dos habituais dez ou mais meses.

A companhia também está a estudar o fármaco para o tratamento do Linfoma de Não- Hodgkin.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney

Merck & Co e Addex desenvolvem fármacos para Parkinson

A norte-americana Merck & Co Inc, através da sua filial Merck Sharp & Dohme Research Ltd, entrou num acordo de colaboração com a companhia biotecnológica suíça Addex Pharmaceuticals para o desenvolvimento de uma nova classe de fármacos disponíveis oralmente para tratar a doença de Parkinson, e para outras doenças, num negócio que poderá render à companhia helvética mais de 170 milhões de dólares.

O acordo entre as duas companhias visa descobrir e desenvolver moduladores alostéricos positivos que atingem o receptor de glutamato metabotrópico ou mGluR4. O glutamato é um neurotransmissor chave no cérebro humano, uma importante molécula sinalizadora envolvida no controlo de múltiplas funções cerebrais, desde o controlo motor ao humor.

Crê-se que a activação selectiva do mGluR4 é uma forma de contornar o sistema de dopamina e que pode corrigir os circuitos que regulam a excitabilidade motora. Isto tem o potencial de fornecer benefícios paliativos significativos na doença de Parkinson. A Addex apontou que os investigadores da Merck ajudaram a definir o potencial terapêutico de atingir o mGluR4 para tratar a doença de Parkinson.

A Merck e a Addex irão colaborar no desenvolvimento pré-clínico, e a Merck irá assumir independentemente o desenvolvimento clínico. A Addex tem a opçao de co-promoção em determinados países da União Europeia, e irá participar num comité conjunto de supervisão para o desenvolvimento clínico.

A Merck & Co irá efectuar um pagamento inicial à Addex no valor de 3 milhões de dólares, e será elegível para pagamentos de investigação, desenvolvimento e reguladores quando forem atingidos objectivos, na ordem dos 106,5 milhões de dólares para o primeiro produto desenvolvido para múltiplas indicações.

Outros pagamentos por objectivos até 61 milhões de dólares poderão ser efectuados caso sejam desenvolvidos mais um ou dois fármacos. A Addex irá ainda ser elegível para receber regalias sobre as vendas de qualquer produto resultante desta colaboração, contudos estes valores não foram revelados.

A doença de Parkinson é um distúrbio do movimento debilitante devido à morte ou danificação de determinadas células nervosas no cérebro que produzem moléculas sinalizadoras, conhecidas como dopaminas. A maior parte dos sintomas associados à doença de Parkinson, como tremores, rigidez e lentidão são causados pela falta de dopamina.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.rttnews.com