quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Eli Lilly adquire direitos de fármaco analgésico experimental

A companhia norte-americana Eli Lilly and Co. assinou um acordo de licenciamento com a Glenmark Pharmaceuticals Ltd. India para desenvolver e comercializar o fármaco analgésico experimental da companhia indiana, por um valor que ronda os 350 milhões de dólares.

A Eli Lilly revelou que irá adquirir os direitos de um portfólio de moléculas antagonistas do receptor de potencial transitório do tipo vanilóide subtipo 1 (TRPV1), que inclui o fármaco candidato, GRC 6211, que é um potencial tratamento de próxima geração para condições dolorosas, incluindo a dor relacionada com a osteoartrite.

A Eli Lilly irá possuir os direitos de venda do composto, GRC 6211, na América do Norte, Europa e Japão, com a Glenmark a deter os direitos de comercialização no resto do mundo. Como parte do actual acordo, a Glenmark também irá co-promover o composto com a Eli Lilly, nos Estados Unidos, quando for lançado.Espera-se que o composto, actualmente no início da fase intermédia dos ensaios clínicos, seja lançado em 2012.

Segundo os termos do acordo, a Glenmark Pharmaceuticals Ltd. irá receber um pagamento inicial de 45 milhões de dólares, e poderá receber adicionalmente até 215 milhões de dólares quando forem atingidos objectivos de desenvolvimento e vendas, assim como regalias, caso o GRC 6211 seja comercializado com sucesso. Se o fármaco receber aprovação para outras indicações, a Glenmark poderá ter direito a pagamentos adicionais por objectivos até 90 milhões de dólares.

Actualmente, a Pfizer e a Merck são as únicas companhias, para além da Glenmark, a ter fármacos para o controlo da dor, da mesma classe do GRC 6211, em desenvolvimento. O mercado global do controlo da dor está avaliado em cerca de 45 mil milhões de dólares.

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, http://www.chron.com/, http://www.business-standard.com/, www.lilly.com

Nycomed adquire Bradley Pharmaceuticals por 346 milhões de dólares

A companhia privada dinamarquesa Nycomed anunciou que irá adquirir a Bradley Pharmaceuticals Inc., uma companhia focada em terapêuticas de nicho de mercado nos Estados Unidos, por 346 milhões de dólares, ou 20 dólares por acção.

A Bradley revelou que, há cinco meses, foi formado um comité especial de directores independentes para avaliar as alternativas estratégicas da companhia, e procurar um comprador externo, após o fundador e CEO da companhia, Daniel Glassman, ter proposto adquirir a Bradley para privatizá-la. O comité recomendou o acordo com a Nycomed e aconselhou os accionistas a aprová-lo. A transacção está sujeita à recepção da aprovação por parte dos accionistas da Bradley e das autoridades da concorrência, e espera-se que esteja concluída no primeiro trimestre de 2008.

Esta aquisição irá adicionar mais produtos dermatológicos de marca à divisão PharmaDerm da Nycomed US, e irá fornecer uma plataforma melhorada para o licenciamento e co-promoção de produtos dermatológicos. A Nycomed, que pretence à Nordic Capital, está actualmente a mudar a sede do grupo da Dinamarca para a Suiça.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, Reuters, www.rttnews.com, CNNMoney

Cientistas descobrem árvore genealógica do HIV

Estudo indica que vírus passou da África para o Haiti e, em 1969, atingiu os EUA; Informação pode ajudar na descoberta de uma vacina contra o vírus da sida e prever mutações

A estirpe mais comum do vírus HIV (subtipo 1 do grupo M) foi trazida do Haiti em 1969. A descoberta foi anunciada, esta terça-feira, por uma equipa internacional de investigadores - coordenada por Tom Gilbert, do departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade do Arizona, Estados Unidos - que se dedicou ao estudo da emergência mundial da sida no continente americano - «The emergence of HIV-Aids in the Americas and beyond».

De acordo com o artigo publicado na revista especializada «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS), a estirpe investigada passou do Haiti para os EUA por volta de 1969, espalhando-se, de seguida, pela Europa, dando origem à epidemia global.

Na publicação, a equipa explica como descobriu a origem da estirpe dominante do HIV: “Estudámos as amostras de sangue dos cinco primeiros doentes infectados com sida, sendo que, todos eram imigrantes do Haiti nos Estados Unidos. Através de um estudo genético de outros 117 pacientes de outros países, reconstruímos a árvore genealógica do vírus.”

Com base no mapa de contágio, os investigadores concluíram que o HIV veio justamente do Haiti, provavelmente, através de uma única pessoa, no fim dos anos 70. Esta variante pode ser encontrada, também, na Europa e em grande parte da América do Sul, Austrália e Japão.

África é, contudo, o continente apontado pelos cientistas como o foco originário da sida. Segundo a investigação, a passagem do vírus do continente africano para o Haiti, terá ocorrido, provavelmente, em meados da década de 1960. Acredita-se que o HIV tenha chegado àquela ilha através de operários que estavam no Congo. O estudo norte-americano indica que a hipótese de que os vírus haitianos tenham formado, a partir da África, o primeiro tronco da árvore genética do HIV é de 99,8%.

Em entrevista à rede britânica BBC, Michael Worobey, da Universidade de Arizona em Tucson, um dos participantes do estudo, esclareceu que: "Por volta de 1966, o vírus começou a propagar-se dentro do Haiti, podendo ser considerado o ponto de partida para a evolução global da doença. Poucos anos depois, uma variante do Haiti deu origem ao que se tornaria a explosão da doença em todo o mundo."

A equipa de investigadores pretende, agora, avançar com o estudo, confirmando o caminho do vírus antes de sua chegada ao Haiti. " Entender o percurso e as diferentes variantes do HIV pode ajudar a prever as eventuais transformações do vírus no futuro e conduzir a novos tratamentos", frisaram.

Raquel Pacheco


Fonte: Lusa/Reuters/http://www.pnas.org/.

FDA aprova Epicel da Genzyme para pacientes com queimaduras graves

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Epicel, auto-enxertos de pele permanentes, para o tratamento de pacientes com feridas potencialmente fatais resultantes de queimaduras graves, da Genzyme Corporation.

Segundo a Genzyme, o Epical pode fornecer substituição permanente da pele para vítimas queimadas. O produto é feito a partir das células da pele do próprio paciente, posteriormente desenvolvidas numa camada de células de ratos para aumentar o crescimento. O Epicel é o primeiro produto classificado de xenotransplantação a ser aprovado nos Estados Unidos por causa da sua inclusão de células animais.

A companhia revelou ter-se candidatado à aprovação do Epicel em 1999. O produto tem sido utilizado em mais de mil pacientes com queimaduras desde que foi lançado em 1988. O Epicel é fornecido em enxertos de pele, e cada um consiste numa folha de células epidérmicas cultivadas ligadas com clips cirúrgicos de aço inoxidável a uma gaze de apoio de petrolato. O produto está indicado para ser utilizado em pacientes que tenham queimaduras profundas em mais de 30 por cento do corpo.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, CNNMoney, www.tradingmarkets.com

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Pfizer pretende adquirir fármaco para esquizofrenia da japonesa Taisho

A companhia norte-americana Pfizer Inc e a japonesa Taisho Pharmaceutical Co assinaram uma carta de intenção para a aquisição dos direitos de desenvolvimento e comercialização do fármaco candidato TS-032 para a esquizofrenia, da Taisho, fora do Japão.

A Pfizer declarou que o acordo irá garantir à companhia norte-americana direitos exclusivos de desenvolvimento e comercialização do TS-032, um novo fármaco candidato para a esquizofrenia descoberto pela companhia japonesa e que está em fase pré-clínica.

Caso o acordo definitivo seja assinado, a Taisho irá receber um pagamento inicial de 22 milhões de dólares, e pagamentos quando forem atingidos objectivos ligados ao processo de desenvolvimento, assim como regalias e pagamentos relacionados com as vendas, caso o TS-032 seja aprovado pelas autoridades reguladores e lançado no mercado.

O TS-032 é um novo antagonista dos mGluR (receptores metabotrópicos do glutamato) que pode oferecer uma nova opção de tratamento para os distúrbios do sistema nervoso central (SNC). Embora apenas uma parte das características dos mGluR seja compreendida, crê-se que os mGluR tenham um papel na transmissão de glutamato e de outras substâncias no cérebro. Anormalidades na neurotransmissão através dos mGluR podem ser uma causa para sintomas relacionados com a esquizofrenia, assim como outros distúrbios no SNC. Os dados demonstram que os antagonistas dos mGluR, como o TS-032, oferecem um potencial como novos tratamentos para a esquizofrenia.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, www.pfizer.com

Ozonoterapia: um universo terapêutico por descobrir

A ozonoterapia faz parte de um vasto universo terapêutico ainda por explorar. Por enquanto, a eficácia desta recente técnica de tratamento está associada às doenças inflamatórias, com especial sucesso, nas hérnias discais. Os especialistas acreditam que o método promete combater outras patologias, apontando algumas vantagens: percutâneo, muito seguro, não é tóxico, nem incisivo.

A utilização do ozono – uma molécula com três átomos de oxigénio – como técnica de tratamento em diversas doenças é desconhecida para a maioria dos portugueses, no entanto, este método é aplicado, no país, desde 2005. Nos últimos anos, a ozonoterapia tem sido muito utilizada no tratamento de patologias que afectam a coluna vertebral.

Para além das doenças da coluna, de acordo com um especialista em Neurocirurgia e Neurologia, a ozonoterapia “tem sido utilizada em Dermatologia, em insuficiências vasculares, nomeadamente, dos membros inferiores, em alterações reumáticas difusas e patologias infecciosas crónicas”, sublinhando que, “em diversas doenças inflamatórias, agudas ou crónicas, a capacidade oxidativa do ozono pode funcionar como um eficaz método de tratamento.”

Segundo explicou o neurologista, “o ozono actua sobre os mecanismos inflamatórios e, ao reduzir a inflamação, não destrói nada. Somente reduz o volume à custa do controlo da reacção inflamatória”, acrescentando que o poder oxidativo do oxigénio, acaba, também, “por dizimar alguns microrganismos, como bactérias, fungos e alguns vírus.”

Indicada, assim, para as doenças que tenham um componente inflamatório marcado, ou que provoquem um défice de oxigenação tecidular (falta de oxigénio nos tecidos associada a irregularidades na circulação sanguínea), a terapêutica tem ainda sido utilizada localmente e por via endovenosa “com melhoras acentuadas” – asseverou o neurocirurgião - nas insuficiências venosas e nas úlceras varicosas dos membros inferiores e na isquemia dos membros.

Como principal vantagem, o especialista realça o facto de ser um tratamento percutâneo, ou seja, sem qualquer incisão. “É uma técnica não invasiva, sem método destrutivo, por isso, o procedimento é muito seguro, não é tóxico e pode administrar-se com segurança”, frisou.

Hérnias: resultado excelente

Relativamente ao tratamento da coluna, o médico salientou que o ozono pode combater as doenças degenerativas, nomeadamente, “as artroses e artrites, Sindrome Túnel Cárpico e dores ligamentares e articulações”, sendo no tratamento da hérnia discal que a ozonoterapia “tem resultados excelentes”, garantindo que há doentes que se sentem muito bem pouco tempo após o tratamento.

«Resolver uma hérnia discal com a ozonoterapia é o ideal», reiterou, frisando que no tratamento o canal raquidiano nem sequer é abordado. “O ozono é injectado directamente e sob pressão no espaço discal, alargando-o e podendo, assim, levar ao desaparecimento da hérnia”, esclareceu, concretizando que “o efeito anti-inflamatório do ozono faz com que, na zona à volta da hérnia, haja diminuição da reacção inflamatória e a dor desapareça.”

Uma hérnia discal ocorre quando há ruptura do disco intervertebral e deslocação de tecido do seu interior para fora do compartimento natural e eventual compressão nervosa. Assim, na zona que circunda o disco, surge uma inflamação que origina volume acrescentado e promove a dor. “Com o ozono, os sintomas vão diminuindo e, em muitos casos, fazemos exames algum tempo depois do tratamento com ozono e a hérnia desapareceu totalmente”, concluiu.

Raquel Pacheco

Fonte: PainCare/Saúde Pública/Farma Comunicação

Papel do farmacêutico eficaz no controlo da asma

APA defende parceria estreita entre profissionais de saúde e doente em prol da melhoria dos resultados clínicos

Em Portugal, o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado “da maior utilidade.” Quem o diz é Marianela Vaz, presidente da APA (Associação Portuguesa de Asmáticos), considerando ser “indispensável uma parceria estreita” entre doente e profissionais de saúde.

“O farmacêutico desempenha uma missão muito importante no controlo da asma”, frisou a presidente da APA, sustentando que existem vários trabalhos publicados que demonstram a eficácia deste apoio. Em Portugal, - anunciou - “o Programa de Cuidados Farmacêuticos na Asma tem-se revelado da maior utilidade.”

No que concerne ao papel deste profissional de saúde, Marinela Vaz realçou: “Cabe-lhes contribuir para a educação dos doentes, fornecendo-lhes informações sobre a doença, as medicações e outras medidas para controlar a asma, ensiná-los a utilizar correctamente os diversos dispositivos para administrar medicação por via inalatória, monitorizar o uso dos medicamentos, identificar os asmáticos mal controlados, encorajando-os a procurar auxílio médico, ajudá-los a compreender o plano de tratamento e promover a adesão à terapêutica.”

No entanto, a prevalência elevada e crescente da asma faz desta doença crónica um importante problema de Saúde Pública. Actualmente, face às normas de orientação internacionais para o diagnóstico, e tratamento desta afecção e dispondo-se de medicamentos capazes de controlarem a grande maioria dos doentes, seria previsível que a asma estivesse controlada, mas não está.

De acordo com a dirigente da APA, “há estudos internacionais e nacionais que têm vindo a demonstrar que estamos longe de atingir o controlo em todos os parâmetros avaliados”, sublinhando que “a mortalidade será evitável se o doente for correctamente tratado.”

“Subdiagnóstico, prescrições médicas inadequadas, falhas de comunicação médico-doente, baixas expectativas dos doentes e aceitação da má qualidade de vida e na má aderência à terapêutica”, são os motivos – na opinião de Marinela Vaz - pelos quais a asma continua mal controlada.

Por isso, para inverter o cenário, a responsável aponta como fundamental a existência de “uma parceria estreita entre médico/farmacêutico e doente”, concretizando que, deste modo, poder-se-á “reduzir-se a falta de adesão ao tratamento, aumentar o grau de satisfação do doente, fornecer-lhe mais certezas sobre as decisões tomadas e reduzir a ansiedade.”

Destacando que, as organizações de suporte de doentes (como a APA) e a intervenção de equipas multidisciplinares “contribuem para a melhoria dos resultados clínicos”, a dirigente associativa reforçou que “é indispensável envolver os doentes nos cuidados de saúde que lhe são prestados de modo a desenvolverem competências para auto-avaliar e auto-controlar a sua doença.”

Raquel Pacheco

Fonte: Marinela Vaz (APA)

Asma: termoplastia brônquica como tratamento inovador

À luz de um estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) - intitulado «Asthma Control during the Year after Bronchial Thermoplasty», - a termoplastia brônquica pode ser uma nova esperança para os asmáticos.

De acordo com a publicação, trata-se de um tratamento endoscópico inovador que consiste em fornecer energia térmica às paredes das vias respiratórias. O procedimento é invasivo e pode ser feito em ambulatório em apenas 30 minutos.

Segundo os resultados apresentados, este tipo de tratamento pode vir a ser uma mais-valia no controlo da doença. “Mostrou que é capaz de reduzir o número de crises e melhorar a qualidade de vida dos doentes com asma moderada ou severa, podendo vir a ser uma mais-valia no controlo da doença”, informa o NEJM.


Europa: 90% sem tratamento adequado

Entretanto, um estudo dinamizado pela Federação Europeia das Associações de Doentes com Alergias e Doenças das Vias Respiratórias revelou que 90% das pessoas que sofrem de asma na Europa (cerca de 6 milhões) não estão a receber o tratamento mais indicado.

Segundo os dados da EFA (sigla em inglês), 70% destes asmáticos não pode realizar nenhum tipo de exercício físico e, um em cada três, considera que a sua vida social está limitada por culpa do mau controlo da doença.

A pesquisa constatou ainda que, ao todo, há 1,5 milhões de europeus asmáticos que dizem viver com o medo constante de que o próximo ataque possa ser fatal.


Sal agrava sintomas

Uma maior ingestão de sal pode agravar a doença, sugere uma revisão de estudos de investigadores britânicos e americanos publicada no International Journal of Clinical Practice.

A investigação analisou os dados epidemiológicos e clínicos, procurando
relacionar a quantidade de sódio ingerido na dieta alimentar e os sintomas de asma.

De acordo com Timothy Mickleborough, da Universidade do Indiana, e com Andrew Fogarty, da Universidade de Nottingham, os resultados concluem que a redução da ingestão de sal pode reduzir a gravidade da asma e os problemas respiratórios.

Raquel Pacheco

Fontes: New England Journal of Medicine/EFA/ International Journal of Clinical Practice/www.blackwellpublishing.com

Mulheres são as mais afectadas por doenças depressivas

Perturbações mentais representam 12% dos casos de incapacidade por doença no mundo

As mulheres são as principais vítimas de distúrbios mentais na sociedade actual. De acordo com um estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) há cinco doenças psiquiátricas na lista das dez principais causas de incapacidade a nível mundial e dentro de duas décadas as perturbações depressivas serão uma das principais causas de incapacidade. Este é problema de saúde pública que deve ser encarado, alerta a OMS.

As perturbações mentais são actualmente responsáveis por mais de 12 por cento dos casos de incapacidade por doença a nível mundial e24 por cento a nível europeu, revela o estudo da OMS que contou com a participação de investigadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América.

A ansiedade, a doença bipolar e a depressão então entre as doenças do foro psiquiátrico mais comuns em Portugal, sendo que a última incide especialmente nas pacientes do sexo feminino. “Enquanto cerca de 10 a 25 por cento das mulheres são afectadas por esta perturbação (depressão), apenas aproximadamente metade dos homens sofre deste problema”, ou seja, “afecta ao longo da vida o dobro das mulheres comparativamente com os homens”, referiu a Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares (ADEBE), em declarações ao portal TV Ciência on-line.

A bipolaridade, doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e “mania”, está também a atingir proporções elevadas no nosso país, afectando actualmente perto de 150 mil portugueses. Os dados da ADEBE indicam que cerca de 15 a 19 por cento dos indivíduos que sofrem desta patologia suicidam-se, enquanto 25 a 50 por cento tentam fazê-lo.

Os “jovens de género masculino que se encontram numa fase precoce da doença” inserem-se no grupo com mais elevado risco de suicídio, “particularmente aqueles que apresentaram comportamentos suicidários no passado, que abusam do álcool e que tiveram recentemente alta do hospital”, salienta a associação.

Em Portugal, a taxa de suicídio mais preocupante ocorre no Alentejo que, devido à gravidade dos casos, se aproxima dos países com mais elevado número de suicídios, como os EUA, Canadá, Japão e os países mais desenvolvidos da Europa. Pondo de parte esta excepção, a realidade do país assemelha-se à da maioria das nações do Sul da Europa, onde a taxa de suicídio anual é considerada relativamente baixa.

Marta Bilro

Fonte: TV Ciência, Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, Farmacia.com.pt.

Europeus desconhecem realidade dos medicamentos contrafeitos

Apenas 18% considera a falsificação um problema grave

O fluxo de medicamentos contrafeitos não pára de aumentar e um inquérito europeu quis conhecer melhor o fenómeno. De acordo com a pesquisa, que contou com a participação de mais de 200 organizações de apoio a pacientes, devem ser tomadas medidas para travar a contrafacção de fármacos mas a via legal não é a mais indicada.

O estudo, conduzido pela empresa “Together4Health” e encomendado pelo “PatientView”, pretendeu avaliar e compreender a extensão desta actividade na Europa, bem como as medidas que devem ser instituídas para fazer frente ao mercado paralelo de venda de fármacos.

De acordo com os resultados, apenas 18 por cento dos inquiridos consideraram os medicamentos contrafeitos como um problema grave. Enquanto isso este mercado tem vindo a aumentar substancialmente, sendo que, em 2006, foi avaliado em mais de 27,8 mil milhões de euros e estima-se que possa valer mais de 52 mil milhões de euros em 2010.

Entre os participantes questionados, 82 referiram que o comércio de medicamentos contrafeitos é um problema de pouca importância ou que o assunto não apresenta qualquer problema. Os autores do inquérito, intitulado “O que deve ser feito acerca dos medicamentos contrafeitos?”, salientam, por isso, que os resultados revelam “um preocupante desconhecimento entre os pacientes e organizações de pacientes relativamente à escala do problema dos medicamentos contrafeitos na Europa”.

Pondo de parte a falta de conhecimento sobre o assunto, o relatório revela uma resposta bastante positiva no sentido de ser criado um organismo pan-Europeu para detectar e controlar as vendas e utilização dos medicamentos falsificados. Porém, apenas uma minoria dos respondentes apoia as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que falam da necessidade de haver mais intervenção legal.

“Os inquiridos admitem temer que a burocracia extra gerada pela intervenção [legal] possa inibir o comércio além-fronteiras que ajuda a reduzir os preços globais dos medicamentos”, refere o relatório.

“A maioria dos participantes no inquérito não é a favor de novas regulações para combater o comércio de medicamentos contrafeitos. Em vez disso, preferem um reforço da legislação actual, aliado a um esforço para aumentar a consciencialização pública e as medidas que permitam uma melhor monitorização nacional/internacional dos sistemas de distribuição de medicamentos”, acrescentam as conclusões.

Por sua vez, 80 por cento defendem que os farmacêuticos não devem poder adquirir medicamentos a partir de uma fonte escolhida por eles, incluindo a internet. Em vez disso, recomendam que os farmacêuticos obtenham medicamentos apenas a partir de retalhistas e produtores que tenham sido acreditados por uma entidade reguladora de fármacos, sugerindo a necessidade de um controlo mais apertado às cadeias de fornecimento.

Entre os questionados, 70 por cento não tinham conhecimento da existência de iniciativas nacionais e internacionais de combate aos mercados de medicamentos contrafeitos.

“Perguntámos a 236 directores de grupos de pacientes em 34 países de toda a Europa o que é que eles achavam que deveria ser feito para reduzir o comércio de medicamentos contrafeitos. As respostas foram várias mas apontam numa direcção, acredito que irão ajudar ao início de um acordo europeu que possa ser adoptado em associação com os parceiros do IMPACT (Grupo de Intervenção Internacional Anti-Contrafacção de Produtos Médicos da OMS) e implementado a nível local”, afirmou o director do “Together4Health”, Simon Williams.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, In-PharmaTechnologist.com.

Tratamento clínico e punção podem eliminar quisto no ovário
Uma alternativa à intervenção cirúrgica


Uma tese de doutoramento feita no Hospital das Clínicas de São Paulo mostra que o tratamento clínico e a utilização da técnica de punção podem ser mais eficazes na remoção de quistos relativamente grandes nos ovários do que a cirurgia, o método normalmente usado nestas situações.

De acordo com os resultados da investigação agora divulgada, nos casos em que o quisto tenha entre cinco e 10 centímetros de diâmetro é de 73,2 por cento a taxa de sucesso na substituição da intervenção cirúrgica por aqueles métodos. Num estudo que acompanhou 71 mulheres com idades compreendidas entre os 19 e os 70 anos e com quistos benignos com aquelas dimensões, procurou-se encontrar o equilíbrio clínico das pacientes através do tratamento hormonal ginecológico. Numa avaliação feita ao cabo dos primeiros três meses de estudo, a maioria daquelas pacientes foi submetida à punção (fertilização in vitro com vista à retirada de óvulos, por meio de uma agulha introduzida pela vagina que aspirou o interior dos quistos).
A investigadora responsável pelo estudo explica que “quando um quisto tem menos de três centímetros o tratamento hormonal é o mais indicado. No entanto, naqueles que têm mais de cinco centímetros de diâmetro a conduta dos médicos é variada, e muitos recomendam a cirurgia. “Um tratamento clínico, que pode ser acompanhado de punção, evita os inconvenientes da operação”, refere o estudo agora conhecido, esclarecendo, no entanto, que a combinação do tratamento clínico com o recurso à punção não constitui uma solução universal, não podendo ser utilizada em todas as pacientes.
Antes do arranque do ensaio foram analisadas cerca de 500 mulheres com quistos, mas apenas 71 acabariam por participar na investigação, em resposta a critérios de selecção como exames de marcadores tumorais, hormonais e ultra-sonográficos. O resultado final aponta para a existência de um grupo correspondente a 19,8 por cento das doentes em que houve uma recidiva dos quistos no prazo de um ano, o que levou ao encaminhamento daquelas mulheres para a cirurgia.

Carla Teixeira
Fonte: «Jornal Pequeno»
Apsen Farmacêutica rubrica dupla estreia no Brasil
Primeiro genérico para a doença de Alzheimer


Já se encontra disponível no mercado farmacêutico brasileiro, na apresentação de 60 comprimidos de 10mg, o primeiro genérico de cloridrato de memantina. Trata-se do primeiro medicamento indicado para o tratamento da doença de Alzheimer a ser lançado no Brasil, ao mesmo tempo que marca a estreia da Apsen Farmacêutica na área dos medicamentos sem marca comercial.

Num comunicado disponibilizado no site do laboratório, em www.apsen.com.br, Cristina Focassio, gerente de produto da empresa, considera que “a Apsen está comprometida e dedicada a produzir o melhor em produtos farmacêuticos para a classe médica e para os seus pacientes”. Ainda segundo a mesma fonte, além de se dedicar à investigação e ao desenvolvimento de novos medicamentos, a Apsen está “consciente da importância de disponibilizar à população medicamentos com custo acessível”, reafirmando a sua “preocupação com a saúde e com a qualidade de vida das famílias, dos pacientes e dos cuidadores”. A doença de Alzheimer, mais comum em cidadãos idosos, atinge actualmente cerca de 15 milhões de pessoas à escala mundial, segundo a Apsen, que cita estatísticas do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e dados epidemiológicos mundiais da doença para estimar que a sua prevalência atinja os 1,2 milhões de doentes no Brasil, com cerca de 100 mil novos diagnósticos por ano.

Carla Teixeira
Fonte: Apsen Farmacêutica

Roche adia novamente prazo limite para aquisição da Ventana

Proposta estende-se até 17 de Janeiro mas as condições mantêm-se inalteradas

A Roche adiou, pela quarta vez, o prazo limite para a concretização da oferta de aquisição sobre a Ventana Medical Systems. Por sua vez, a empresa especializada em histopatologia reforçou o “não” à proposta da farmacêutica suíça que, desde o inicio, considera inadequada.

A Roche oferece 2,2 mil milhões de euros pela Ventana, ou 53,4 euros por cada acção da empresa, proposta considerada hostil e cuja data limite é agora novamente estendida até ao dia 17 de Janeiro de 2008.

A proposta foi lançada em Junho pelo laboratório suíço e posteriormente prolongada por três vezes, num primeiro limite até 23 de Agosto, posteriormente, até 20 de Setembro e depois até 1 de Novembro.

Num comunicado publicado esta segunda-feira no seu portal na internet, a Ventana frisa o seu desagrado face à persistência da Roche. “Mais de 99,5 por cento dos nossos investidores recusaram por quatro vezes a oferta inadequada da Roche e ainda assim a Roche insiste em manter as suas tácticas fúteis e dispendiosas”, afirma o director executivo da empresa, Chris Gleeson.

O responsável acrescenta ainda que praticamente todos os investidores da empresa concordam que 53,4 euros por cada acção não correspondem ao valor real da empresa e reconhecem que a Ventana está a ganhar um verdadeiro impulso no seu mercado.

“O nosso quadro continua a recomendar aos accionistas que não disponibilizem nenhuma das suas acções à Roche”, refere Gleeson, sublinhando o compromisso dos accionistas em acrescentar um valor superior à empresa continuando a executar com sucesso o seu plano estratégico e a capitalizar nas muitas oportunidades que hão-de surgir.

A Ventana diz ainda que aquando da terceira extensão do prazo limite da oferta por parte da Roche, foram apenas disponibilizadas 0,2 por cento das 35 milhões de acções da empresa.

Marta Bilro

Fonte: Ventana, Pharmalot, CNN Money, Reuters, Farmacia.com.pt.

Pfizer abre centro de I&D em Israel

O grupo farmacêutico norte-americano Pfizer tem planos para abrir um centro de investigação e desenvolvimento em Israel. De acordo com o jornal Haaretz, que cita fontes governamentais, as conversações estão já num ponto avançado e o local eleito deverá ser a Galileia.

Os representantes da empresa encontraram-se recentemente com o Ministro da Indústira, Comércio e Trabalho de Israel, Eli Yishai para discutir o projecto que deverá estar concluído no final do próximo ano.

O estabelecimento, em Israel, de um centro de investigação e desenvolvimento por parte de uma farmacêutica estrangeira tem sido um dos objectivos centrais do Ministério da Indústira, Comércio e Trabalho nos últimos anos, como parte dos planos para fomentar o sector biotecnológico.

Para além disso, um projecto desta envergadura representa também o surgimento de competitividade para a Teva, a farmacêutica local que desenvolve medicamentos genéricos com base em fármacos de marca de empresas como a Pfizer.

A Pfizer gasta anualmente 4,86 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento e a construção de um novo centro em Israel pode simbolizar uma lufada de ar fresco rumo ao desenvolvimento de novos fármacos.

Marta Bilro

Fonte: Haaretz.com, Israel National News.

China impõe medidas restritas para atribuição de licenças farmacêuticas

A China está a tornar mais rigorosos os padrões de qualidade para a atribuição de licenças farmacêuticas, uma medida que surge na sequência de uma série de mortes e lesões provocadas pela ingestão de medicamentos falsos, informou esta segunda-feira a agência oficial do estado.

As novas normas, que entram em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano, vão limitar as regras que actualmente permitem a um produtor obter uma licença caso sejam detectadas três falhas num medicamento, mas que foram posteriormente corrigidas. De acordo com a Xinhua, no futuro, não serão permitidas “falhas graves” no processo de produção de fármacos.

“Os novos padrões reforçaram a supervisão de sectores mais susceptíveis no controlo de qualidade dos produtores de medicamentos”, afirmou o director da Administração Chinesa para os Alimentos e Fármacos (SFDA), Bian Zhenjia.

A Xinhua diz também que o fornecimento de informações falsas por parte das farmacêuticas foi considerada uma “falha grave”, porém não foram dados outros exemplos que se enquadrem neste padrão, noticia a Associated Press.

O governo chinês tem vindo a lançar um conjunto de iniciativas para recompor a reputação internacional do país no âmbito da produção de medicamentos. Conforme foi noticiado pelo Farmacia.com.pt, em Setembro, foi anunciada a preparação de um novo sistema de reintrodução de medicamentos no mercado e que vai obrigar as produtoras farmacêuticas do país a pagarem multas, caso não procedam à recolha de produtos que tenham sido considerados perigosos.

Recorde-se que, o ex-director da SFDA, Zheng Xiaoyu, foi executado em Julho, depois de ter sido condenado à pena de morte sob acusações de corrupção relacionada com a aprovação de fármacos que não cumpriam os padrões de qualidade, acabando por conduzir à morte vários cidadãos chineses. Em Fevereiro o governo ordenou a reavaliação de 170 mil licenças de produção atribuídas durante a direcção de Zheng Xiaoyu de forma a garantir que tinham sido devidamente outorgadas.

Os novos padrões que regem “as boas práticas de produção” fornecem também especificações técnicas adicionais, revelou a Xinhua. “As alterações incidem principalmente nos requisitos tecnológicos de gestão que engloba áreas que incluem as qualificações pessoais, os processos de produção, o controlo de qualidade e a verificação de documentos numa proposta para assegurar a qualidade dos medicamentos”, referiu Bian Zhenjia, citado pela agência oficial.

Marta Bilro

Fonte: Associated Press, Yahoo News, Farmacia.com.pt.

Novas farmácias apenas em 2009

Concursos podem prolongar-se por 450 dias

Entra em vigor esta terça-feira o novo regime jurídico das farmácias de oficina e que retira a exclusividade da propriedade destes estabelecimentos aos farmacêuticos. Porém, a abertura das primeiras farmácias à luz da nova legislação deverá surgir apenas em 2009, altura em que deverão começar a ser atribuídos os alvarás. Os 350 novos postos de venda que aguardam para ser abertos deverão manter-se assim durante mais de um ano.

O projecto de portaria do Ministério da Saúde que regulamenta a lei refere que um concurso público para a abertura de uma nova farmácia pode prolongar-se por um máximo de 325 dias. Em caso de empate no primeiro lugar – do qual são excluídos todos os que já tiverem ligação a um estabelecimento existente – a decisão pode prolongar-se por 450 dias, uma vez que haverá necessidade de fazer um sorteio para determinar o vencedor, refere a edição desta terça-feira do Diário de Notícias.

Para além disso, segundo adiantou o ministro da Saúde, Correia de Campos, antes de ser lançado o primeiro concurso, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) terá que avaliar os locais onde as farmácias serão abertas, de forma a garantir que estas se adaptam às novas regras. Isto porque, os novos estabelecimentos terão que servir 3.500 utentes, em vez dos habituais quatro mil exigidos anteriormente.

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos objectivos é acelerar o processo que envolve os concursos para a abertura de novos estabelecimentos de venda de medicamentos cuja conclusão se “protelava por vários anos”. Conforme exemplificou o ministro Correia de Campos há uma semana no Parlamento, a abertura, em 2001, de 204 novas farmácias, só ficou concluída em 2006. Sorteando o vencedor, o novo modelo contribui para a diminuição da espera, evitando os recursos para os tribunais.

Ainda assim a medida não satisfaz o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, que considera que “se antes era difícil um farmacêutico conseguir ter a sua própria farmácia, agora é ainda mais difícil”.

As novas regras abonam a favor da capacidade económcia dos concorrentes, considera a sindicalista Sónia Correia, visto que já que não é valorizada a experiência nem a qualidade da proposta.

Marta Bilro

Fonte: Diário de Notícias, Fábrica de Conteúdos, Diário Digital.

Tempo de balanço e de envolver o homem na luta da mulher
Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama

Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de quatro mil novos casos de cancro da mama, uma doença que afecta sobretudo mulheres, mas em que um por cento dos casos penaliza homens. Segundo a Sociedade Portuguesa de Senologia, 1500 desses diagnósticos acabam por levar à morte dos doentes. No Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, que hoje se assinala, é tempo para um balanço das actividades de luta contra aquele carcinoma, e também de chamar os homens a apoiar as mulheres afectadas.

Para assinalar a efeméride, o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro apresentou, às primeiras horas desta manhã, a campanha de sensibilização «Eles também choram», especificamente dirigida aos maridos, companheiros, filhos e amigos das mulheres vítimas do carcinoma mamário. A sessão de lançamento da iniciativa teve lugar no recinto do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, tendo sido explicado aos presentes que, “para ajudar os homens a ajudar as mulheres”, o Movimento Vencer e Viver, constituído por centenas de mulheres mastectomizadas na sequência da doença, lançou uma campanha que, de acordo com as palavras da coordenadora nacional do movimento, Conceição Matos, pretende sobretudo dar uma ajuda aos “homens que têm na sua vida uma mulher que sofre de cancro da mama”, no sentido de eles “deixarem de fazer parte do problema para passarem a fazer parte da solução”.
No âmbito de uma efeméride a que também a Assembleia da República se associa, com a instalação de uma iluminação cor-de-rosa (a cor da luta contra a doença) na fachada do Palácio de São Bento, numa cerimónia agendada para as 18h30, e que contará com a presença de Jaime Gama e de outras destacadas individualidades, o dia de hoje pretende chamar a atenção da sociedade para o facto de a prevenção do cancro da mama assentar fundamentalmente na realização de rastreios, de que, segundo notícias recentes, mais de 40 por cento das mulheres portuguesas fogem. Além dos rastreios, há também as consultas de rotina, indicadas para as mulheres com mais de 50 anos, e a coordenação entre um grupo pluridisciplinar de médicos que confluem na necessidade de diagnosticar atempadamente esta doença, para agir mais rapidamente sobre ela, evitando as consequências mais penalizadoras, como a extracção de parte ou toda a mama e as metástases para outros órgãos do corpo humano.
No Algarve o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama é assinalado com um balanço dos dois anos de actividade da unidade móvel de rastreio digital, que já fez exames a 17 mil mulheres dos 16 concelhos da região. O presidente da Associação Oncológica do Algarve, José Santos Pereira, recorda a “luta titânica” travada contra “incompreensões e vontades” que garante ainda não ter compreendido, mas afirma ser hoje “um homem feliz” com os resultados alcançados. Citado pelo Observatório do Algarve, aquele responsável frisa que se trata de “um exame gratuito, a todas as mulheres entre os 50 e os 65 anos, convocadas através de carta da Administração Regional de Saúde, que nem precisam de se candidatar”. A única “candidatura” aos exames de rastreio é a idade da mulher, enuncia José Santos Pereira, salientando que “está previsto o aumento da idade das convocadas”, que a cada ano subirá um ano, de modo a atingir os 70 anos em 2012.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Infocancro, Observatório do Algarve, «Sol»
Objecção de consciência na dispensa de certos medicamentos…
Farmacêuticos italianos recusam pedido do Papa


O pedido feito por Bento XVI, no sentido de que os farmacêuticos de todo o mundo se abstivessem de dispensar aos seus utentes medicamentos como a “pílula do dia seguinte” ou que auxiliam a morte assistida, não encontrou eco nas associações de farmacêuticos italianas. Os profissionais garantem estar obrigados por lei a garantir o fornecimento de qualquer fármaco prescrito, e frisam que, sem a alteração da lei actual, a objecção de consciência não é possível.

Franco Caprino, secretário nacional da Federfarma, a associação que representa mais de 16 mil farmácias em Itália, explicou que o pedido do Papa não é, para já, exequível, na medida em que a lei estipula uma obrigatoriedade na prestação do serviço de venda de medicamentos com que a objecção de consciência, por força, se incompatibilizaria. De acordo com aquele responsável, Bento XVI deveria ter-se dirigido “a outras sedes”, embora o porta-voz do Vaticano tenha já afirmado que “a objecção de consciência é um direito”, e que as declarações do Sumo Pontífice mais não foram do que uma exortação a que os farmacêuticos católicos assumam esse direito, tal como os médicos, a “não colaborar” com métodos e práticas que de forma directa sejam atentatórios da vida humana, quer no seu início, quer no seu término. Falando aos participantes no V Congresso Internacional de Farmacêuticos Católicos, que decorreu sob o lema «As novas fronteiras do acto farmacêutico», o Papa considerou que a federação era “convidada a enfrentar a questão da objecção de consciência, que deve ser um direito reconhecido na vossa profissão”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

REPORTAGEM

Regime jurídico entra em vigor debaixo de contestação
Novas regras nas farmácias portuguesas


“A evolução da sociedade, o dinamismo das farmácias e as profundas alterações no sector do medicamento”, conjugadas com a já desgastada vigência de uma lei que remonta à década de 60 do século passado, confluíram para o que o Governo considerou ser uma reforma aconselhável. O Decreto-Lei nº 307/2007, publicado em «Diário da República» no passado dia 31 de Agosto, entra nesta terça-feira em vigor, alavancando uma profunda mudança nas regras por que se rege a actividade das farmácias de oficina em Portugal.

Considerando que esta reforma vem pôr fim a “um regime jurídico desadequado e injustamente limitador do acesso à propriedade”, como é referido no preâmbulo do decreto-lei que estabelece a nova norma, a que o farmacia.com.pt teve acesso, o Ministério da Saúde, e através dele o Governo, entendem que a legislação agora revogada “foi aprovada num contexto nacional e europeu que não tem paralelo com a actualidade, pelo que importa adaptá-la à nova realidade da sociedade portuguesa”. A questão da propriedade é tema central da nova lei, tanto mais que a tutela mostra, no texto legal que introduz as novas regras, a firme convicção de que a limitação da propriedade das farmácias, até este momento, à classe farmacêutica terá suscitado “a criação de situações fictícias”, em que um farmacêutico assumiria a posse de um estabelecimento que, na verdade, não lhe pertencia.
Esta presunção do Governo, assumida publicamente pelo ministro da Saúde, teve já ampla repercussão junto dos diversos agentes do sector, que criticaram Correia de Campos por ter insinuado a existência de corrupção sem ter concretizado casos e números, que a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) disse desconhecer, pela voz de Vasco Maria, presidente do conselho de administração daquela entidade, mas que a própria bastonária dos farmacêuticos, Maria Irene Silveira, reconheceu existir, tendo até recordado um caso ocorrido há cerca de seis anos, que a própria testemunhou, quando dirigia a Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos.
A questão da propriedade dos estabelecimentos de dispensa de medicamentos parece ser assim o tema mais quente que o novo regime jurídico espoleta, mas a verdade é que as novas regras mexem com muitos outros aspectos da actividade e da profissão farmacêuticas. A entroncar na questão da propriedade, e tal como tem vindo a ser noticiado pelo farmacia.com.pt, está outro assunto polémico: é que, ao aprovar a aquisição de novas farmácias por qualquer pessoa, independentemente da sua profissão, abolindo a exclusividade do farmacêutico, o Governo abriu portas a uma nova polémica, quando declarações do ministro da tutela fizeram ventilar a ideia, entretanto desmentida por fonte oficial, de que os não farmacêuticos seriam, de algum modo, favorecidos nos concursos para compra de novos espaços de venda de medicamentos.
Por outro lado, o novo regime jurídico vem mexer na regulação da direcção técnica das farmácias, vincando a exigência de aquela ser assegurada, em permanência e exclusividade, por um farmacêutico, e também na questão da autonomia do papel do director técnico. São igualmente alterados os pressupostos relativos ao quadro de pessoal das farmácias, horários e requisitos de licenciamento, e são introduzidos os conceitos de dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica através da internet e ao domicílio, aquisição de fármacos através de concurso, prestação de novos serviços naqueles espaços e transferência de farmácias dentro do mesmo município, independentemente da existência de concurso público.
Inicia-se assim, a partir de hoje, uma nova era no sector farmacêutico em Portugal, com o Governo a ousar ir em frente, indiferente à contestação dos vários agentes do sector e de facções políticas como o PSD e o PCP, que chegaram a pedir uma segunda apreciação da nova legislação na Assembleia da República. Este regime jurídico deverá ainda ser complementado com quatro portarias, segundo apurou o farmacia.com.pt junto de fonte parlamentar. Nessas portarias serão definidos os contornos da venda online de medicamentos (dispensa e entrega deverão ser feitas pelo mesmo profissional que as faria na farmácia), tal como o leque de serviços que as farmácias podem oferecer, como imunizações não incluídas no Plano Nacional de Vacinação, campanhas de informação, programas de cuidados farmacêuticos e colaboração nos programas de educação para a saúde.
Ainda antes disso, a nova lei confere aos utentes a possibilidade de reclamar diante de uma eventual situação de mau atendimento, bastando para isso aceder ao site do Infarmed (http://www.infarmed.pt/) e expor o problema, e abre caminho à existência de farmácias abertas ao público em regime de permanência nos hospitais e ao alargamento de horários, nas restantes, para um período mínimo de 55 horas por semana, acabando com a taxa de serviço nocturno que até agora era cobrada aos utentes que se pretendiam aviar as suas receitas médicas fora do horário normal de funcionamento daqueles estabelecimentos.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário da República», «O Primeiro de Janeiro», Agência Lusa, Mobifarm, farmacia.com.pt, contactos telefónicos

FDA aprova Tasigna para o tratamento da leucemia

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) aprovou a comercialização do Tasigna (nilotinib), da Novartis AG, para o tratamento de pacientes com leucemia mielóide crónica (LMC), resistente ou intolerante ao tratamento anterior, incluindo o Glivec/Gleevec (imatinib), fármaco da mesma companhia.

O Tasigna, que irá competir com o Sprycel, da Bristol-Myers Squibb Co, foi aprovado para pacientes com LMC com cromossoma Filadélfia positivo (Ph+). A Novartis declarou que o Tasigna, tratamento oral que é tomado duas vezes por dia, estará disponível nos Estados Unidos dentro de dias.

O Tasigna inibe a produção de células cancerígenas ao direccionar-se à proteína Bcr-Abl. Esta proteína, produzida pelas células que contêm um cromossoma anormal, denominado Filadélfia, é reconhecida como sendo o elemento chave na superprodução de glóbulos brancos que causam cancro nos pacientes com leucemia mielóide crónica.

A aprovação baseou-se num ensaio clínico multicentro e de rótulo aberto que avaliou a segurança do fármaco, e as taxas de resposta citogenética e resposta hematológica. O Tasigna foi especificamente delineado para atingir a proteína Bcr-Abl mais preferencialmente do que o Glivec, sem adicionar novos mecanismos de acção. No sexto mês de seguimento, o Tasigna reduziu ou eliminou as células que continham o cromossoma anormal Filadélfia em 40 por cento dos pacientes na fase crónica da doença.

O Tasigna poderá substituir, em algumas situações, a utilização do Glivec/Gleevec, o segundo fármaco da Novartis mais vendido no ano passado, com vendas de 2,6 mil milhões de dólares. O fármaco poderá gerar vendas de, pelo menos, 500 milhões de dólares por ano. A Novartis declarou que as vendas conjuntas do Glivec/Gleevec e do Tasigna poderão representar mais de 3,5 mil milhões de dólares anualmente.

Espera-se que o Tasigna seja aprovado na União Europeia no final deste ano, sendo que já está aprovado na Suiça, desde Julho de 2007, e está à espera de aprovação no Japão.

A LMC é um dos quatro tipos de causas mais comuns de leucemia, uma forma de cancro no sangue, que afecta aproximadamente 4 500 pessoas nos Estados Unidos todos os anos, e é responsável por cerca de 15 por cento de todos os casos desta doença em todo o mundo.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, www.marketwatch.com, Bloomberg, CNNMoney

CellCept aumenta riscos de aborto e malformações do feto

FDA acrescenta novas contra-indicações ao medicamento

O CellCept (Micofenolato de mofetil), um medicamento da Roche utilizado para evitar a rejeição em caso de transplantes de órgãos, aumenta o risco de aborto no primeiro trimestre de gravidez e a ocorrência de malformações congénitas do feto. O alerta foi dado esta segunda-feira num comunicado emitido pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

A entidade reguladora do sector dos medicamentos nos Estados Unidos da América resolveu, por isso, alterar o folheto informativo que acompanha o medicamento, fazendo passar o fármaco da categoria C (não pode ser excluído o risco de anomalia fetal) para a categoria D (comprovada a evidência de risco para o feto).

As novas indicações alertam para um acréscimo do risco de deformações do feto ao nível das orelhas e da face e problemas nos membros, coração e outros órgãos. Os avisos tiveram origem em dados recolhidos a partir de um registo nacional de mulheres que às quais foi administrado o medicamento durante a gravidez, indica o documento a que o Farmacia.com.pt teve acesso.

Nesse sentido, a FDA recomenda que o CellCept não seja prescrito sem que um exame prévio exclua uma possível gravidez da paciente. Os profissionais de saúde deverão também ter em consideração que o medicamento pode reduzir a eficácia dos contraceptivos orais, adverte o mesmo documento.

O aviso da FDA cita um relatório posterior à comercialização do fármaco com dados recolhidos entre 1995 e 2007 e que revelou que entre 77 mulheres expostas ao medicamento, 25 sofreram um aborto espontâneo e 14 deram à luz uma criança com malformações.

Marta Bilro

Fonte: FDA, Reuters, Infarmed.

Estudantes de Farmácia do Porto reúnem-se em congresso
«Qualidade para um futuro de excelência»


Arranca nesta terça-feira no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto o II Congresso Científico da Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da UP. Subordinado ao tema «Qualidade para um futuro de excelência», o encontro pretende, durante os próximos dois dias, promover “uma reflexão sobre a qualidade em todas as vertentes profissionais” do sector farmacêutico, segundo a direcção da associação académica.

Tendo em conta que “a qualidade é cada vez mais um objectivo fundamental na evolução de qualquer área científica”, e sendo verdade, na óptica da organização deste congresso, que “a quantidade teve lugar no passado, mas «qualidade» é a melhor palavra para definir os objectivos do presente e do futuro”, os estudantes de Farmácia do Porto entendem que a temática abraçada é ambiciosa, “vasta e difícil”, mas consideram que é também, “no actual contexto científico, mais pertinente do que nunca”. Nessa linha, querem expor e debater argumentos sobre o modo mais eficaz de “definir parâmetros de qualidade, saber avaliá-la, ter a qualidade desejada e adequada às exigências actuais, e com que custos”.
Contando com os apoios da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) e da Caixa Geral de Depósitos, o congresso arranca pelas nove horas, com a recepção dos convidados, e prolonga-se durante todo o dia de hoje, retomando amanhã os trabalhos. Pelo auditório da FEUP passarão diversos intervenientes, entre os quais Rui Botelho, da Ordem dos Farmacêuticos, Noélia Duarte, do Instituto da Qualidade em Saúde, Pedro Barosa, da companhia farmacêutica Schering Plough Farma Lda., Sílvia Moutinho, do Hospital Geral de Santo António, e Maria Cristina Antão, dos Laboratórios Equilibrium. Estão igualmente reservados espaços de debate sobre as várias áreas da profissão – farmácia comunitária, farmácia hospitalar, laboratório de análises clínicas, entre outros temas, serão abordados por diversos especialistas no decurso do congresso –, e um momento de animação, na sessão de encerramento, com uma actuação das Sirigaitas e da Tuna de Farmácia do Porto. O programa completo do evento encontra-se disponível no site da Faculdade de Farmácia, no endereço http://www.ffup.pt/.

Carla Teixeira
Fonte: Associação de Estudantes de Farmácia da Universidade do Porto

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Mucinex com codeína recebe carta de aprovação da FDA

A Adams Respiratory Therapeutics Inc. recebeu uma carta de aprovação por parte da agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) para a comercialização do Mucinex com codeína, indicado para o tratamento da tosse com febre e bronquite crónica. A companhia deverá entregar dados adicionais dos comprimidos de libertação prolongada para a tosse à FDA antes da sua aprovação. A Adams não divulgou quanto tempo irá demorar a fornecer os materiais.

A carta de aprovação da FDA especifica as condições que necessitam ser preenchidas antes do produto ser aprovado. Para além da FDA também ter emitido alguns comentários preliminares à rotulagem, a agência solicitou dados que sustentem a utilização do produto com alimentos.

Em Maio, a FDA solicitou às companhias que parassem de fabricar e distribuir determinados medicamentos para a tosse e para a constipação que contenham guaifenesina, e que são vendidos sem a aprovação da agência. A Adams Respiratory Therapeutics é desde então a única companhia autorizada a comercializar especialidades para a gripe que contenham guaifensina, apenas os produtos Mucinex e Humibid têm a aprovação da FDA. Na realidade, os fabricantes destes medicamentos têm até 25 de Novembro para parar de vender estes fármacos, que não foram submetidos ao processo de aprovação da FDA.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, www.chron.com

Clima de tensão no Infarmed compromete serviços

Ex-colaboradores confirmam ambiente de animosidade, rupturas e reestruturações frequentes

O afastamento da directora do departamento de Farmacovigilância do Infarmed, em Setembro, terá tido origem numa “animosidade” entre a responsável e um dos elementos do Conselho Executivo daquele organismo. Segundo apurou o farmacia.com.pt, este não é o único caso de ruptura em contornos de um clima de tensão.

Na sequência do despedimento de Regina Carmona (responsável por aquele sector há 15 anos) foi noticiado que o serviço de vigilância sobre a segurança e as Reacções Adversas dos Medicamentos (RAMs) da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) estaria parado.

Em declarações ao semanário «Sol» - jornal que ventilou a notícia - fonte da direcção negou, categoricamente, a paragem do serviço, assegurando que “está de boa saúde” e que o seu funcionamento decorre “dentro da normalidade”. Para justificar a demissão, o motivo apontado foi “reestruturação do sector”.

O certo é que, segundo conseguiu apurar o farmacia.com.pt, a exoneração de Regina Carmona terá sido delineada nos bastidores de uma reunião europeia sobre Farmacovigilância que se realizou, em Setembro, em Lisboa. Uma discussão calorosa que protagonizou com uma superior hierárquica ditou o seu afastamento.

A cena - pouco discreta para muitos presentes -, ter-se-á desencadeado porque Regina Carmona passou a palavra à superior hierárquica quando, na reunião, foi questionada pelos representantes europeus sobre a facto de Portugal ainda não ter adoptado um determinado modelo de gestão de riscos em medicamentos. Atitude que justificou com o facto de considerar a colega melhor preparada para responder. Porém, o imprevisto não agradou à dirigente do Infarmed, nem a resposta esclareceu a plateia. A situação veio, no intervalo do evento, motivar por parte da superior hierárquica, um pedido de satisfações, gerando, assim, o aceso episódio.

Instalada a animosidade, no dia seguinte, o caso foi discutido pelo Conselho Directivo do Infarmed, chegando a decisão de demissão ao conhecimento de Regina Carmona, quatro dias depois.

“Este não é um período fácil para mim. Ficar subitamente afastada da minha equipa de trabalho e da farmacovigilância, à qual me dediquei de corpo e alma desde há 15 anos, é bastante doloroso”, escreveu a ex-directora num email enviado a todos os funcionários do instituto e que o farmacia.com.pt teve acesso.

Em tom de resposta, a direcção do Infarmed emitiu uma circular interna evocando a reestruturação daquele departamento e, consequentemente, o cessar de funções da directora para ser nomeada assessora do Conselho Executivo.

No entanto, a nota oficial não tranquilizou os ânimos, nomeadamente, na maioria dos médicos que trabalhavam directamente com Regina Carmona. Uma onda de demissões provou uma autêntica onda de solidariedade. “A tua demissão nos moldes em que foi efectuada – um verdadeiro saneamento – conduz à minha inexorável saída do Infarmed”, comunicou um dos médicos via email enviado, também, a todos os funcionários.

O farmacia.com.pt sabe que, após a saída da directora de Farmacovigilância, também, o coordenador do serviço de notificações de RAMs abandonou o instituto. De acordo com uma fonte do Infarmed, o substituto de Regina Carmona é Miguel Antunes e trabalha com uma equipa de 19 colaboradores.


Falta de recursos humanos


Entretanto, a escassez de recursos humanos e o incumprimento dos serviços, foram denunciados ao farmacia.com.pt. “O Infarmed não cumpre, literalmente, a sua função no controlo e avaliação dos medicamentos, principalmente, por falta de recursos humanos”, acusou um ex-funcionário que saiu, também, em ruptura com o director de um departamento.

Considerando o caso de Carmona como “a ponta do iceberg”, a mesma fonte confirmou a existência de um “clima de tensão” dentro do organismo, revelando que os episódios de reestruturações são “frequentes”.

“Nunca houve uma equipa sólida e coesa devido às más condições laborais que oferecem, por isso, reina a insatisfação dos funcionários e colaboradores, levantam-se polémicas e dão-se as substituições”, delatou, advertindo que, para além da Farmacovigilância, “há outros departamentos parados, onde só funciona o carimbo.”

O farmacia.com.pt contactou o gabinete de comunicação do Infarmed na tentativa de obter uma reacção, mas o porta-voz encontrava-se indisponível.

Raquel Pacheco

Fonte: Infarmed/Sol/contactos telefónicos

FDA concede aprovação provisória para genérico de valsartan da Ranbaxy

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) concedeu uma aprovação provisória à companhia indiana Ranbaxy Laboratories Ltd para fabricar e comercializar os comprimidos genéricos de valsartan, em várias dosagens (40 mg, 80 mg, 160 mg e 320 mg), para tratar a hipertensão. O anti-hipertensor é comercializado como Diovan pela Novartis.

O valsartan está indicado para o tratamento da hipertensão sozinho, ou em combinação com outros agentes anti-hipertensores, e também para tratar falha cardíaca. O total das vendas dos comprimidos de valsartan atingiu os 1,3 mil milhões de dólares, em Junho de 2007.

Segundo o vice-presidente da Ranbaxy, Jim Meehan, a companhia foi a primeira a entregar o pedido de registo de genérico na FDA substancialmente completo, e irá estar preparada para tirar partido dos 180 dias de exclusividade a que a companhia que entrega primeiro o pedido tem direito.
XXV Congresso Internacional de Farmacêuticos Católicos
Papa pede objecção de consciência na farmácia


Bento XVI apelou ontem aos médicos e farmacêuticos de todo o mundo que optem pela objecção de consciência nas situações em que forem chamados a prescrever ou a fornecer medicamentos destinados a auxiliar a prática de abortos ou da morte assistida. Discursando sobre «As novas fronteiras da actividade farmacêutica», no âmbito do XXV Congresso Internacional de Farmacêuticos Católicos, que decorreu no Vaticano, o Papa pediu que os profissionais não colaborem com a administração de produtos que a Igreja Católica classifica como uma “escolha imoral”.

Salientando que “os farmacêuticos não podem anestesiar as consciências”, ao não abordarem, com os pacientes que os procuram, “os efeitos das moléculas que têm como evitar o acolhimento do embrião ou encurtar a vida de uma pessoa”, e disse que os profissionais de Farmácia devem desempenhar o seu “papel educativo”, e chamar a atenção dos cidadãos, não só para a necessidade de dar um uso correcto aos medicamentos, mas também para lhes transmitir as “implicações éticas” do uso de certos fármacos. Em contrapartida, Bento XVI dirigiu à indústria farmacêutica um repto no sentido de “facilitar o acesso a cuidados e compostos químicos de primeira necessidade a todas as camadas da população, de todos os países, especialmente às mais pobres”.
De acordo com o Papa, a objecção de consciência constitui “um direito”, e é como tal que deve ser encarada, reconhecendo-se igualmente aos farmacêuticos essa prerrogativa, designadamente nos casos de interrupção voluntária da gravidez e de eutanásia. Num balcão de farmácia os utentes devem encontrar apoio e não uma “colaboração directa ou indirecta” no fornecimento de produtos que têm objectivo a materialização de “escolhas claramente imorais”. Entre essas escolhas Bento XVI incluiu as “substâncias que impedem a nidificação de um embrião” (a “pílula do dia seguinte”) e os medicamentos que procuram “abreviar a vida de uma pessoa”, já que “a vida deve ser protegida da sua concepção até à sua morte natural”.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Vaticana, Agência Ecclesia

Avandia, Atripla e biosimilares em destaque na reunião mensal do CHMP

O Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP) divulgou esta segunda-feira o relatório da sua reunião mensal referente a Outubro. Entre os principais pontos em análise destacaram-se o Avandia (rosiglitazona) da GlaxoSmithKline, o Atripla (Efavirenz, Tenofovir, Emtricitabina), a recolha dos medicamentos com clobutinol ou as aprovações de biosimilares.

O Avandia tem estado no centro das atenções das entidades reguladoras europeia e norte-americana desde que, em Maio de 2007, um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” associou a toma do medicamento a um aumento de 43 por cento do risco de ataque cardíaco. A notícia suscitou dúvidas quanto à segurança do fármaco, e a publicidade negativa provocou uma quebra na quota de mercado e nas receitas do laboratório britânico.

Enquanto a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) continua a avaliar o risco de ataque cardíaco associado à utilização do medicamento, no mercado Europeu a reapreciação do Avandia sofreu uma demora menos severa.

No mês de Outubro o CHMP recomendou que o medicamento se mantivesse no mercado deliberando que os benefícios são superiores aos riscos. De acordo com a análise do portal In-PharmaTechnologist.com ao plenário mensal do CHMP, os responsáveis anunciaram a conclusão da reavaliação da substância no que diz respeito aos problemas cardiovasculares e confirmaram a opinião anteriormente emitida.

No entanto, a entidade reguladora recomendou que se proceda à alteração do folheto informativo dos medicamentos contendo rosiglitazona, actualizado as indicações de forma a incluir um aviso relativamente aos pacientes com doença isquémica cardíaca, na medida em que este medicamento apenas poderá ser administrado nesta situação após rigorosa avaliação dos riscos individuais.

Para além disso, os peritos europeus aconselharam também a realização de novos estudos para aumentar o nível de conhecimento científico sobre a rosiglitazona e outros fármacos anti-diabéticos, como o Actos (pioglitazona), produzido pela japonesa Takeda.

A nova terapia “3 em 1” contra o HIV, o Atripla, comercializado em parceria pela Bristol-Myers Squibb, Gilead Sciences e Merck Sharp & Dohme, insere-se na lista das sete opiniões positivas emitidas em Outubro pelo CHMP.

O Atripla é o primeiro fármaco a combinar três medicamentos anti-HIV. O Viread (Tenofovir) e o Emtriva (Emtricitabina), ambos produzidos pela Gilead Sciences e o Sustiva (Efavirenz) fabricado pelo laboratório norte-americano Bristol-Myers Squibb, cujos direitos de comercialização pertencem à Merck. O principal benefício, de acordo com os reguladores, reside no facto desta terapia facilitar o regime de tratamento dos pacientes com HIV através da administração de um comprimido de toma diária única.

O encontro mensal do CHMP analisou ainda a recolha dos medicamentos com clobutinol em todos os mercados da União Europeia (UE), bem como de todas as Autorizações de Introdução no Mercado (A.I.M.) de medicamentos para a tosse contendo clobutinol. A maior parte dos fármacos com esta substância eram comercializados pela Boehringer Ingelheim, com a designação de Silomat, que procedeu voluntariamente á recolha dos mesmos no final de Agosto.

As autorizações de comercialização foram suspensas na Alemanha, no mês passado, na sequência da divulgação dos resultados de um estudo que associava a utilização de clobutinol ao risco de prolongamento do intervalo QT, o que conduz a alterações no batimento cardíaco e ao abrandamento e interrupção do ritmo cardíaco, especialmente quando utilizado em doses elevadas

A actividade do CHMP no mês de Outubro ficou ainda marcada pela anulação das autorizações de comercialização de um conjunto de medicamentos genéricos contendo dicloridrato de cetirizina, um anti-histamínico presente na composição de vários tratamentos para a febre dos fenos.

Esta recomendação foi suscitada por uma investigação realizada em 2006 e que originou a suspensão de um conjunto de autorizações de comercialização em vários países devido a preocupações relacionadas com o cumprimento das boas práticas laboratoriais e clínicas. A isto seguiu-se um estudo que indicava que estas questões ainda não tinham sido resolvidas e que a bioequivalência com o produto de referência não podia ser estabelecida. Na sequência destes acontecimentos, o CHMP propôs a total revogação das autorizações de comercialização destes produtos genéricos.

Entre as actividades de Outubro do CHMP ressalta também a emissão de dois pareceres positivos para biosimilares, o Silapo (epoetina zeta), produzido pela Stada Arzneimittel, e o Retacrit (epoetina zeta), da norte-americana Hospira. Ambos os produtos, destinados ao tratamento da anemia associada à doença renal crónica e de pacientes oncológicos com anemia, demonstraram ser similares ao produto de referência, o Exprex (epoetina alfa) da Janssen-Cilag.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, In-PharmaTechnologist.com, Infarmed, Farmacia.com.pt.

Betaferon 500 não é superior à dose já existente

Bayer abandona planos de comercialização do fármaco

A farmacêutica alemã Bayer pôs de parte as suas intenções de comercializar o Betaferon 500 (Interferão beta-1b) depois de um estudo ter demonstrado que o fármaco não tem quaisquer benefícios no tratamento da esclerose múltipla para além dos obtidos com a dose existente de 250 microgramas.

O ensaio clínico não conseguiu comprovar que o Betaferon 500 mcg era mais eficaz do que o Betaferon 250 mcg ou do que o Copaxone (Acetato de glatirâmero), produzido pela rival Teva, na prevenção das recidivas dos pacientes com esclerose múltipla, revelou o laboratório num comunicado emitido esta segunda-feira.

O abandono dos planos para submeter o medicamento à aprovação da entidade reguladora vai obrigar a empresa enfrentar uma despesa de 152 milhões de euros.

O Betaferon é um dos fármacos com os quais a Bayer conta para impulsionar o seu crescimento enquanto aguarda as receitas provenientes de novos medicamentos, como é o caso do Nexavar destinado ao tratamento do carcinoma hepatocelular e que recentemente recebeu revisão prioritária por parte da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA).

“A dose padrão de Betaferon 250 microgramas é a dose mais adequada de Betaferon”, afirmou Douglas Goodin, professor de neurologia na Universidade da Califórnia, em São Francisco, Estados Unidos da América, em declarações à Bloomberg.

No mesmo documento, a Bayer revela ainda que prevê que as receitas provenientes do Betaferon, cujas vendas atingiram os 500 milhões de euros no primeiro semestre do ano, aumentam entre 7 e 9 por cento em 2007 e 2008.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Reuters, CNN Money.

DGS: Utentes devem vacinar-se contra a gripe ainda em Outubro

Temperaturas quentes não impedem surgimento de época gripal

Apesar das temperaturas elevadas que se têm feito sentir desde o inicio do Outono, os portugueses devem tomar a vacina da gripe já em Outubro, aconselhou a subdirectora-geral de Saúde, Graça Freitas, em declarações à TSF esta segunda-feira. Até porque, segundo salientou a mesma responsável, não há garantias de que não surja uma época gripal em Dezembro ou Janeiro.

“Se tiver que haver uma época gripal não é por estar calor agora que não vai haver uma em Dezembro ou Janeiro. Como as coisas não estão correlacionadas as pessoas devem seguir as indicações. Outubro é o mês ideal para se vacinarem”, explicou Graça Freitas.

O facto de estar calor também não poderá impedir que tenhamos “uma época de gripe com alguma intensidade”, pelo que se mantêm os conselhos da Direcção-Geral de Saúde (DGS) para que as pessoas se vacinem, agora, «em Novembro ou até mais tarde», uma vez que as receitas têm um prazo de validade alargado.

“Sabemos pelos estudos internacionais que nas populações que são vacinadas em relação aquelas que não são, numa mesma época gripal e num mesmo país, os resultados são melhores nas pessoas vacinadas do que nas não vacinadas em termos de gravidade, internamentos e mortalidade”, concluiu a subdirectora-geral da DGS.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, TSF.

Boa higiene oral pode prevenir problemas de coração

A boa higiene oral pode ser um trunfo valioso na prevenção de problemas cardíacos. De acordo com uma equipa de investigadores da Sociedade de Investigação de Cardiologia, Coração e Sistema Circulatório Alemã (DGK), em Colónia, os dentes saudáveis podem ajudar a evitar a endocardite, uma inflamação do revestimento interior liso do coração (endocárdio), quase sempre causada por uma infecção bacteriana.

As endocardites surgem principalmente depois de procedimentos em que há uma invasão do organismo, como é o caso das cirurgias. Actualmente, este é considerado o factor de maior risco para o aparecimento desta patologia, porém as extracções dentárias também não ficam de parte enquanto causa possível.

Este estudo vem agora reforçar a ideia ao revelar que “80 por cento dos pacientes com endocardite não tinham sido submetidos a qualquer cirurgia antes do surgimento da doença”, afirmou Christoph Naber, professor assistente do Centro de Cardiologia da Alemanha Ocidental, em Essen, durante um encontro do DGK.

Uma das teorias afirma que a bactéria consegue entrar na corrente sanguínea quando as pessoas com problemas dentários mastigam. Porém, ainda não há provas conclusivas que possam confirmar essa conjectura, advertem os especialistas.

Ainda assim, foi possível demonstrar que as pessoas com dentes saudáveis sofrem com menos frequência de inflamações transportadas pela corrente sanguínea. Para além disso, uma higiene oral correcta só pode produzir “efeitos secundários positivos”, salientam os responsáveis.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, eMaxHealth, Médicos de Portugal.

Teste de ADN ao HPV mais eficaz que Papanicolau no rastreio ao cancro cervical

O teste de ADN ao Vírus do Papiloma Humano (HPV) é substancialmente mais eficaz a detectar evidências da presença de cancro ou lesões pré cancerosas do que o tradicional exame do Papanicolau, revela um estudo publicado no "New England Journal of Medicine".

A investigação levada a cabo por um grupo de cientistas da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, demonstrou que o teste de ADN do HPV, causador do cancro do colo do útero, permitiu detectar 40 a 50 por cento mais lesões cancerosas e pré-cancerosas do que um exame do Papaniculau.

A primeira fase de testes clínicos, liderada por Eduardo Franco, director do Departamento de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade McGill, concluiu que o teste de ADN do HPV permite detectar 94,6 por cento das lesões pré-cancerosas sem gerar falsos resultados, contra o índice de 55,4 por cento do Papanicolau.

A equipa de investigadores da Universidade McGill sugeriu, por isso, que a universalização deste teste de ADN, associado ao aumento da vacinação contra o HPV, “irá contribuir para um controlo mais eficaz do cancro cervical”, algo que ainda deverá demorar alguns anos a concretizar-se.

Apesar das conclusões não surpreenderem os cientistas, que já tinham conhecimento de que a sensibilidade do exame de Papanicolau não era alta, este não deverá ser imediatamente posto de parte. De acordo com Carolyn Runowicz, ginecologista oncológica na Universidade do Centro de Saúde de Connecticut e ex-presidente da Sociedade Americana de Cancro, ainda não estamos preparados para abandonar o exame tradicional.

“Se olharmos para o horizonte, isto é daqui a cerca de 10 ou 15 anos, penso que estes testes moleculares podem vir a fazer parte dos exames utilizados para detectar o cancro cervical”, afirmou Runowicz, autora do editorial que acompanha o estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

Os investigadores da Universidade de McGill analisaram aleatoriamente 10.154 mulheres com idades entre 30 e 69 anos. Entre as mulheres sujeitas ao exame do Papanicolau, três por cento tinham uma lesão cancerígena ou pré-cancerígena, uma taxa que subiu para os seis por cento no grupo de mulheres submetidas ao teste de ADN do HPV.

O exame do Papanicolau, criado por Georgios Papanicolaou nos anos 40, e também chamado de citologia, é utilizado há 50 anos para detectar o cancro do colo do útero.

Marta Bilro

Fonte: Canadian Press, Insider Medicine, Saúde na Internet.

Estudo revela novidades no diagnóstico do cancro do útero
Teste de ADN mais eficaz do que a citologia


A citologia, tradicional e para muitas mulheres atemorizante exame com vista ao diagnóstico do cancro do útero, poderá afinal estar já ultrapassado. Um estudo agora publicado no «New England Journal of Medicine» concluiu que a realização de um teste de ADN ao vírus do Papiloma Humano é mais eficaz na detecção da doença.

De acordo com os números aferidos no decurso da primeira fase de ensaios clínicos, levada a cabo por uma equipa de especialistas da McGill University, no Canadá, atestam que o teste de ADN é capaz de detectar 94,6 por cento das lesões pré-cancerosas sem gerar falsos resultados, enquanto o índice de eficácia da citologia se fica pelos 55,4 por cento. De acordo com Eduardo Franco, director do Departamento de Oncologia da Faculdade de Medicina da McGill, afirmou que as conclusões não surpreenderam os cientistas, tendo em conta que, antes mesmo de darem início ao estudo, que acompanhou mais de 10 mil mulheres dos 30 aos 69 anos, sabia-se já que a sensibilidade do exame de Papanicolau não era elevada.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde na Internet

Novartis vai construir fábrica de biológicos em Singapura

O grupo farmacêutico suíço Novartis vai construir uma unidade de produção em Singapura, num investimento superior a 485 milhões de euros e que lhe servirá de suporte aos negócios no sector dos biofármacos.

O novo complexo vai começar a ser construído no inicio do próximo ano e deverá estar concluído no final de 2012. De acordo com a empresa, a fábrica vai criar 300 postos de emprego. O anúncio foi feito durante a cerimónia de abertura das suas novas instalações de produção de medicamentos naquela cidade-estado.

Segundo afirmou o ministro do comércio e indústria singapuriano, Lim Hng Kiang, este será o quinto investimento com vista à produção de biológicos em Singapura. Em 2006, a produção de biomédicos em Singapura atingiu os 11 mil milhões de euros, um aumento de 30 por cento face ao ano anterior, sublinhou o ministro.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Digital Journal, The Earth Times.

Mudança da hora pode afectar saúde

Estudo alemão aponta interferências no relógio biológico e ciclo circadiano

Um estudo publicado na versão online da revista «Current Biology» sugere que a mudança da hora legal - que aconteceu este domingo - pode ter efeitos prejudiciais na saúde a longo prazo, alegando que o ritmo biológico não se ajusta imediatamente.

"Pensamos que a mudança de tempo forçada pelas transições da mudança da hora é só uma hora, mas essa alteração tem de longe efeitos drásticos, quando vistos no contexto da mudança sazonal nos relógios biológicos ou ciclos circadianos", explicou a equipa alemã de investigadores.

Num primeiro estudo, foram avaliados os padrões de sono de cerca de 55 mil pessoas na Europa Central. De acordo com os cientistas, os resultados permitiram concluir que “o tempo biológico de dormir segue a progressão natural do amanhecer, segundo um tempo padrão que não é o estabelecido pela mudança legal da hora.”

No que concerne ao segundo estudo, este envolveu 50 pessoas e incidiu na análise do tempo de sono e de actividade durante as oito semanas que seguem a cada uma das duas mudanças de hora (Primavera e Outono) “tendo em conta as preferências de cada relógio biológico individual, ou “cronotipos”, das primeiras horas do dia ao horário nocturno”, informa a «Current Biology».

Os cientistas alemães revelaram ter constatado – relativamente à mudança da hora outonal – que “os níveis de actividade do sono se ajustam de forma mais rápida.” Na mudança primaveril, verificaram que “o tempo em que o organismo está activo não se ajusta à alteração da hora, especialmente naqueles que gostam de estar acordados até tarde”, sustentaram.

Face aos resultados, Till Roenneberg, da Universidade Ludwig-Maximilian, em Munique, concluiu que “de uma forma geral, o ciclo circadiano não se ajusta à transição da mudança da hora."

Raquel Pacheco

Fontes: www.current-biology.com/Agência Lusa/MNI
Dados preliminares de um estudo lançam suspeitas…
Vacina contra a sida pode facilitar contágio


Mais de três mil pessoas que participaram como voluntárias num ensaio clínico a uma vacina experimental da Merck contra a sida estão a ser aconselhadas pela companhia farmacêutica a realizar exames, depois de um estudo ter apontado a possibilidade de a própria imunização facilitar a propagação do vírus.

Segundo informações avançadas nesta sexta-feira pelas agências noticiosas Efe e Reuters, os investigadores enfatizaram o facto de ainda não disporem de dados suficientes para poderem afirmar com segurança se os voluntários submetidos à administração da vacina experimental se tornaram mais ou menos vulneráveis a um eventual ataque do vírus, admitindo que os dados preliminares dos ensaios clínicos, que foram interrompidos repentinamente no passado mês de Setembro, “são preocupantes”.
Mark Feinberg, vice-presidente para a área dos assuntos médicos e de saúde pública da Merck, esclareceu que “neste momento há um enorme manancial de dados a ser analisado”, depois de o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, entidade que co-patrocinou o estudo, ter indicado o surgimento de 24 casos de infecção por HIV entre os 741 participantes no estudo, que receberam pelo menos uma dose da vacina, contra apenas 21 infectados entre os 762 voluntários a quem, no ensaio clínico, foi administrado um placebo.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters e Agência Efe

Monóxido de carbono: Alfama prova eficácia terapêutica

Empresa de biotecnologia portuguesa é a única no país e a segunda no mundo a desenvolver moléculas de CO para a saúde


O silêncio tomou conta da sala quando, na década de 90, Leo Otterbein, investigador na Universidade de Harvard, advogava a favor de um papel terapêutico para o monóxido de carbono (CO). Volvidos mais de dez anos, a Alfama – empresa de biotecnologia portuguesa – já deu provas mundiais do enorme potencial terapêutico do CO contra várias doenças.

Artrite reumatóide, aterosclerose, asma, trombose ou Alzheimer são algumas das doenças que estão na mira da Alfama através do desenvolvimento de pequenas moléculas que libertam monóxido de carbono (CORMs – CO Releasing Molecules). Combater as patologias, levando as doses certas, aos sítios certos do organismo humano é a missão da Alfama, há já cinco anos, num mercado (CORMs) que, embora em crescimento, se perspectiva gigantesco.


Fundada em 2002, esta empresa nacional possui uma tecnologia própria e inovadora, protegida por um pedido de patente internacional que cobre classes de moléculas libertadoras de CO, e com aplicação nos principais mercados mundiais. “Deste o início da actividade, a Alfama concebeu 170 CROMs e já sintetizou mais de 60, a maior parte dos quais, foram já testadas para parâmetros químicos e biológicos, com resultados muito positivos”, informa a farmacêutica.

A investigação é levada a cabo nos laboratórios do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) e do Instituto de Medicina Molecular (IMM). Paralelamente, a Alfama conta com parcerias estabelecidas desde a sua criação com várias empresas e institutos de investigação europeus de referência na área farmacêutica e biotecnologia, entre elas, constam entidades como a Serono e a gigante suiça Roche.

Em 2005, foi eleita a melhor start-up europeia, sagrando-se vencedora do Gate2Growth Venture Contest, da Comissão Europeia, a maior competição da Europa para empresas jovens provenientes de áreas tecnológicas que demonstrem alto potencial de crescimento. Nos primeiros meses de existência, a Alfama conseguiu angariar mais de 500 mil euros, sobretudo, provenientes de apoios governamentais.

A empresa tem presença internacional nos EUA através da Alfama, Inc, onde está sediada a organização legal e financeira da empresa. Recentemente, o seu trabalho atraiu o olhar de uma gigante farmacêutica norte-americana (IKARIA) com quem aceitou assinar acordo.


Efeito terapêutico em baixas doses

Não é novidade que o monóxido de carbono tem uma presença natural no organismo humano, desempenhando funções fisiologicamente importantes. A surpresa dá-se quando se fala em terapias com CO, isto porque, é reconhecido como um gás letal se administrado em volumes elevados. Desta forma, compreende-se que, tardiamente, tenha sido feita a descoberta, assim como, depreende-se que não foi tarefa fácil para os cientistas convencer o mundo de que este gás tem propriedades terapêuticas, nomeadamente, vasodilatadoras e anti-inflamatórias, entre outras.

De acordo com os especialistas, o tratamento com monóxido de carbono é tanto mais eficaz, quanto mais directamente for aplicado nos tecidos. Outro dos aspectos que a comunidade científica já assegurou é que o tratamento é feito muito abaixo dos níveis de toxicidade, ou seja, em doses pequenas.

Nuno Arantes-Oliveira é o rosto da Alfama e um dos mais reputados jovens empreendedores de Portugal. Doutorado em Genética, conquistou, também, distinção como cientista, sendo autor e co-autor de trabalhos de grande impacto.

“As moléculas que desenvolvemos têm a particularidade de serem desenhadas e produzidas de modo a poderem entrar no organismo, por exemplo, por via oral, e libertar o CO de uma forma controlável, nos locais onde ele é necessário”, esclareceu fonte da empresa, sublinhando que, com base nos resultados já obtidos em animais “sabemos, hoje, que estas moléculas podem realmente suprimir inflamações de uma forma, extraordinariamente eficaz, tendo, portanto, o potencial de virem a ser usadas no combate a um vasto leque de doenças graves.”

CO inalado para tratar malária

Recorde-se que, em Maio passado, foi noticiado na revista científica «Nature Medicine» que doses de monóxido de carbono (inaladas) podem inibir o surgimento de malária cerebral em animais expostos ao parasita. O mérito dos avanços no tratamento da doença foi português, os investigadores integram a Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular e do Instituto Gulbenkian de Ciência que, mais tarde, anunciou um trabalho conjunto com a Alfama no sentido de testar a administração de CO por ingestão via oral, injectáveis ou intermusculares.

Em declarações à TVCiência, a autora principal do estudo, Ana Pamplona, explicou: “Neste trabalho nós demonstrámos que quando os ratinhos infectados com malária, neste caso, Plasmodium berghei ANKA, parasita específico de roedores, eram expostos a concentrações baixas de monóxido de carbono não desenvolviam malária cerebral.”

Na altura, a investigadora referia que a inalação “é um possível meio de levar o monóxido de carbono aos tecidos e aos alvos celulares que se pretendem” e destacando que a companhia de biotecnologia Alfama produz moléculas libertadoras de monóxido de carbono, anunciou: “Nós estamos a testar essas moléculas neste modelo experimental de malária cerebral, para ver se observamos os mesmos efeitos que vimos com o monóxido de carbono inalado.”
Recuperação de doentes transplantados

Recorde-se que, o farmacia.com.pt divulgou, recentemente, um outro estudo que reforça as propriedades terapêuticas do CO. Segundo a investigação conduzida por cientistas britânicos, pequenas doses de CO injectáveis ou soluvéis em água são benéficas para tratar doentes transplantados ou casos de artrite reumatóide e hipertensão pulmonar.

Ao que conseguiu apurara o farmacia.com.pt, em todo o mundo, existem apenas duas empresas que se dedicam ao desenvolvimento de CORMs. Ambas estão na fase de crescimento e uma delas é a Alfama. A empresa já publicou perto de 200 artigos científicos em revistas internacionais, entre elas, constam as famosas «Nature» e a «Science».

Raquel Pacheco

Fontes: http://www.alfama.com.pt/ /DE/Público/TVCiência/farmacia.com.pt