quarta-feira, 13 de junho de 2007

Conjunto de sintomas ajuda na detecção precoce do cancro dos ovários

Um grupo de especialistas em oncologia identificou um conjunto de problemas de saúde que podem ser sintomáticos de cancro do ovário. Os investigadores aconselham as mulheres que detectem esses sintomas persistentes por mais de duas semanas a consultarem um médico.

Este é o primeiro reconhecimento oficial de que esta patologia, que se acreditava só apresentar indícios visíveis quando já se encontrava num estágio avançado, causa sintomas numa fase primária em muitas mulheres.

Nesse sentido, os investigadores alertam para os inchaços, dor pélvica ou abdominal, dificuldade em comer ou a sensação de ficar cheio muito depressa e a necessidade frequente de urinar. É aconselhável que uma mulher que detecte qualquer um destes problemas, quase todos os dias e durante duas ou três semanas, consulte o ginecologista, principalmente se os sintomas são novos e alteram o seu estado de saúde normal.

Os médicos estão confiantes que estas recomendações possam alertar as pacientes e os especialistas para os primeiros sintomas da doença e conduzam a um diagnóstico precoce. Desta forma é possível salvar mais vidas ou, pelo menos, prolongar a sobrevivência destas pacientes.

No entanto ainda é demasiado cedo para saber se as novas metodologias vão funcionar, se irão conduzir a um excesso de testes de diagnóstico ou mesmo se poderão significar a realização de exames desnecessários. Ainda assim, os especialistas acreditam que vale a pena apostar numa aproximação mais agressiva para detectar o cancro de ovário, um dos mais mortais, porque na maioria das vezes é diagnosticado tardiamente, depois da doença já se ter espalhado pelo organismo.

Se o cancro for encontrado e removido numa fase primária, antes de se espalhar para fora do ovário, cinco anos depois, 93 por cento dos pacientes ainda estão vivos. Apenas 19 por cento dos casos são detectados numa fase precoce e 45 por cento das mulheres com esta patologia sobrevive, pelo menos cinco anos, depois do diagnóstico. Entre as mulheres com cancro da mama, a percentagem de sobrevivência durante cinco ou mais anos atinge os 89 por cento.

As novas precauções estão a ser recomendadas pela Fundação de Cancro Ginecológico, pela Sociedade de Oncologistas Ginecológicos e pela Sociedade Americana de Cancro.

“Na maioria das vezes estes sintomas não vão corresponder a um cancro no ovário, porém é algo que deve ser tido em consideração”, afirmou Barbara Goff, responsável do departamento de ginecologia e oncologia da Universidade de Washington, em Seattle, e autora de vários estudos que contribuíram para identificar sintomas relevantes.

Segundo os dados do portal Saúde na Internet, o cancro dos ovários é responsável por 4 por cento dos cancros nos países industrializados, sendo a quarta mais frequente doença maligna visceral. A idade média de diagnóstico é aos 55 anos. A incidência aumentou ligeiramente durante os últimos 30 anos e a taxa de sobrevivência mantêm-se imutável.

Marta Bilro

Fonte: The Boston Globe, Saúde na Internet

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