quarta-feira, 13 de junho de 2007

No Dia Nacional de Luta contra a Dor

Especialistas referem que o Estado pouparia milhões ao investir no tratamento da dor crónica.

Especialistas portugueses e estrangeiros defendem que o Estado pouparia milhões de euros por ano se investisse mais na prevenção e tratamento da dor, fenómeno que contribui para o absentismo e provoca quebra de produtividade laboral.

De acordo com um estudo realizado em pessoas que frequentam unidades de dor crónica nos hospitais portugueses, em 85 por cento dos doentes a dor interfere de forma moderada ou grave no trabalho, disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra a Dor, Castro Lopes, a propósito do Dia Nacional de Luta contra a Dor, que se assinala quinta-feira.

Em Portugal não há dados concretos dos custos directos e indirectos da dor, mas a Associação está a realizar essa análise e pretende ter resultados no final do ano.

À falta de elementos nacionais, Castro Lopes referiu que no Reino Unido um estudo demonstrou que as lombalgias (dores de costas) acarretavam 2,5 mil milhões de euros de custos directos (despesas de Saúde) e 17,3 mil milhões de euros de custos indirectos (traduzidos em absentismo ou perda de produtividade) só num ano.

Por exemplo na unidade da dor do Amadora-Sintra trabalham nove profissionais, desde anestesistas a psiquiatras.

Além da questão física, é necessário ajudar a recuperar alterações da vida das pessoas causadas pela dor, como perturbações do sono, do humor ou ansiedade.

Cerca de 70 por cento dos doentes da unidade do Amadora-Sintra sofrem de problemas como lombalgias, doenças degenerativas ou artroses.

«Temos uma faixa muito grande de doentes cuja dor é de origem muscular, outras causas são a lesão do nervo (em pessoas operadas à coluna) e do óssea», explicou o chefe da Unidade, José Correia.

O clínico lamenta que a dor seja «sub-tratada» em Portugal e ainda que os métodos e tratamentos da dor sejam «tão caros».

Segundo o responsável, o Infarmed vai apresentar uma proposta de alteração da comparticipação destes medicamentos, estando depois a decisão dependente do Ministério da Saúde.

Nuno Oliveira Jorge

Fonte: Lusa

Sem comentários: