quarta-feira, 13 de junho de 2007

Nova terapêutica cancerígena pode substituir quimioterapia


Mini-bactérias atingem cancros sem danificar outros órgãos



Cientistas australianos estão a estudar uma nova terapêutica cancerígena que pode vir a substituir a quimioterapia. A tecnologia inovadora – que será ainda, este ano, testada em humanos – permite a destruição de cancros sem danificar outras células e órgãos circundantes.

Os efeitos secundários nos pacientes que se submetem à quimioterapia, constituem o principal entrave desta terapêutica cancerígena.
No entanto, segundo avançou o «Cancer Cell», uma cura inovadora que atinge os cancros de forma segura está a ser testada.

De acordo com aquele jornal científico, os investigadores de uma empresa de biotecnologia na Austrália – a EnGeneIC –, anunciaram um meio inovador de transporte de múltiplos medicamentos anti-cancerígenos, que demonstrou ser “preciso e inócuo” em ratos de laboratório, cães, macacos e porcos. Os especialistas esperam testar a segurança e eficácia da nova terapêutica em humanos já no final de 2007.

Em declarações ao «Cancer Cell», os cientistas asseguram que o meio de entrega de medicamentos em tecidos cancerígenos é feito sem danos para outros órgãos, revelando que se tratam de mini-células produzidas a partir de bactérias: “Os Veículos de Entrega EnGeneIC (EDVs) são fáceis de produzir e pouco dispendiosos já que são desenvolvidos a partir de bactérias e têm uma dimensão nanometrica, ou seja, um quinto do tamanho de uma célula normal (400 nanometros).”

O facto de os cientistas obrigarem a bactéria a dividir-se na extremidade (invés de se dividir na sua zona central) – de forma a produzir pequenos rebentos de citoplasma de vez em vez, – foi o que marcou a diferença desta investigação da equipa australiana, para as pesquisas de outros cientistas.

Os investigadores da EnGeneIC explicaram ao jornal que “o alvo das mini-células através de anticorpos específicos a receptores de membranas de células cancerígenas resultam em endocitose, degradação intra celular e libertação do medicamento”, concretizando que o mecanismo “afecta grandemente a inibição e regressão de tumores em crescimento em ratos com xenografos e casos de estudo de linfoma em cães, apesar da administração de pequenas quantidades de medicamentos e anticorpos.”

Jennifer MacDiarmid, cientista envolvida no estudo, esclareceu à revista on-line «New Scientist» que “parecem com uma bactéria mas, não têm cromossomas e não estão vivos”, acrescentando que “os EDVs têm uma membrana rígida não se quebram quando são injectados, por isso, conseguem carregar a carga ao local alvo.”

Os EDVs podem transportar múltiplos medicamentos e, desta forma, atingir os mais diversificados tecidos cancerígenos como, por exemplo, do cancro da mama, útero ou leucemias.

Raquel Pacheco
Fonte: Cancer Cell/New Scientist

Sem comentários: