sábado, 14 de julho de 2007

Ácido fólico nas farinhas diminui risco de deficiências congénitas em 46%


A adição de ácido fólico à farinha provoca uma diminuição de 46 por cento da incidência de anomalias congénitas do tubo neural dos bebés, principalmente da ocorrência de anencefalias e espinha bífida, revela um estudo da Universidade Laval, no Canadá.

Os defeitos abertos do tubo neural (DTN), anomalias congénitas da espinha ou do cérebro do bebé, são frequentemente causados pela carência de ácido fólico, podendo resultar em malformações do cérebro ou da espinal medula e dos seus revestimentos. Este problema ocorre quando a coluna vertebral do feto não se encerra adequadamente nos primeiros 28 dias após a concepção.

O ácido fólico (ácido peteroilglutâmico), pertencente ao grupo das vitaminas do complexo B, encontra-se na composição dos vegetais verdes, da fruta, dos cereais completos ou da carne. Porém, mesmo uma dieta equilibrada não fornece a quantidade suficiente de ácido fólico necessário às grávidas e ao bebé, explica Philippe De Wals, um dos autores do estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

Conscientes da relevância desta vitamina, as autoridades canadianas decidiram “adicionar ácido fólico a todas as farinhas produzidas no país, uma vez que a formação do tubo neural dos embriões é particularmente intensa durante as primeiras quatro semanas de gravidez, altura em que muitas das mulheres ainda não sabem que estão grávidas”, afirmou De Wals. Metade das gravidezes no Canadá não são planeadas e o corpo humano não tem capacidade para armazenar ácido fólico suficiente, sendo, por isso, importante integrá-lo na cadeia alimentar em vez de tomar exclusivamente suplementos vitamínicos, destaca a investigação.

Os especialistas compararam a incidência das deformações no tubo neural em mais de 2 milhões de nascimentos no Canadá, antes e depois de serem introduzidas no mercado as farinhas enriquecidas com ácido fólico. Entre 1993 e 1997, a incidência de malformações situava-se nos 1,58 por cento por cada 1.000 nascimentos. Por sua vez, entre 2000 e 2002, a taxa sofreu uma diminuição de 46 por cento para os 0,86 pontos percentuais por cada 1.000 nascimentos. Actualmente, a adição de ácido fólico às farinhas é uma realidade disponível apenas para os cidadãos dos Estados Unidos da América, Canadá e Chile.

Espinha bífida, quais as consequências?

A espinha bífida é uma afecção pertencente a um conjunto de alterações conhecido como defeitos do tubo neural. Nos casos mais graves, a criança pode apresentar fraqueza muscular ou mesmo paralisia abaixo do nível do não encerramento completo da coluna, perda de sensibilidade e incapacidade de controlar os esfíncteres anal e/ou vesical. Para além disto, há ainda a possibilidade do líquido cefalo-raquidiano (LCR), líquido que envolve o cérebro e a medula, poder acumular-se no cérebro, originando uma condição conhecida como hidrocéfalo, que se não for tratada pode levar a lesões cerebrais, com cegueira e convulsões.

Porém, os sintomas não são apenas físicos, sendo que, por vezes surgem também problemas de aprendizagem, entre os quais se destacam as dificuldades de atenção, expressão e compreensão da linguagem falada, dificuldades de leitura, de compreensão dos conceitos matemáticos ou ao nível da organização da informação. Entre as condições mais frequentes apresentadas pelas pessoas com espinha bífida estão ainda as tendinites, os problemas cutâneos, gastrointestinais, a obesidade e a depressão.

De acordo com dados do Instituto Médico de Radiologia Clínica, nascem cerca de 1 a 2 bebés em cada 1000 com DTN. A maioria (95 por cento) surge em famílias sem história anterior de DTN. Todos os anos, são registados cerca de 200 mil casos de espinha bífida e anencefalia a nível mundial. Os resultados deste estudo sugerem que a adição de ácido fólico aos alimentos poderia reduzir esse número para metade.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, United Press International, Science Daily, Bayer, Administração Regional de Saúde do Centro, Instituto Médico de Radiologia Clínica.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Comissão Europeia aprova utilização de Forsteo em homens com osteoporose

A Comissão Europeia concedeu aprovação para ampliar as indicações terapêuticas do Forsteo (Teriparatida) que poderá agora ser utilizado no tratamento da osteoporose em homens que apresentam um risco elevado de fractura. O fármaco passa também a ser indicado na redução da incidência de fracturas não vertebrais, excepto fracturas na anca, em mulheres na pós-menopausa.

A decisão vem no seguimento do parecer positivo emitido pelo Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP), no dia 24 de Maio. O medicamento é comercializado na União Europeia desde 2003, para o tratamento da osteoporose estabelecida em mulheres pós-menopáusicas.

O Forsteo é um agente formador de osso para tratamento da osteoporose. Este é o primeiro de uma classe de fármacos que estimula a formação óssea, através de uma acção directa sobre as células formadoras de osso (osteoblastos), aumentando indirectamente a absorção intestinal de cálcio, assim como, a reabsorção tubular de cálcio e excreção de fosfato pelo rim.

A aprovação foi sustentada pela apresentação de dados clínicos referentes a 437 homens com osteoporose hipogonadal ou idiopática. Os ensaios clínicos realizados demonstraram que o Forsteo provocou melhorias significativas na saúde óssea, uma vez que a densidade mineral óssea da coluna lombar aumentou significativamente num espaço de três meses. Ao fim de 12 meses, registou-se um aumento da densidade mineral óssea na coluna lombar e em todo o quadril de 5 e 1 por cento, respectivamente, quando comparado com a administração de um placebo.

A outra indicação incluída na acção terapêutica do medicamento foi baseada num estudo que contou com a participação de 1.637 mulheres na pós-menopausa portadoras de uma fractura vertebral prévia. As conclusões do estudo revelaram uma diminuição de 53 por cento no risco de fracturas não vertebrais por fragilidade e uma diminuição de 63 por cento do risco de fracturas maiores não vertebrais por fragilidade, incluindo o quadril, os pulsos, braços, costelas e pélvis.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Infarmed.

Serviço de esterilização do Hospital da Guarda recebe certificação de qualidade

O serviço central de esterilização do hospital da Guarda obteve o certificado de qualidade pela norma ISO 9001-2000, que garante altos padrões de qualidade e permitirá a sua abertura a outras instituições da região. O processo foi desenvolvido ao longo de três anos, envolvendo uma empresa nacional e outra internacional, tendo sido esta última a atribuir o certificado.

A unidade agora certificada foi criada em 1998 e desde então, a limpeza e esterilização de todos os objectos utilizados nos diversos serviços do hospital e artigos têxteis, passou a ser feita neste serviço.

Com este certificado de qualidade, o serviço de esterilização, que de momento serve apenas o Hospital Sousa Martins (HSM), poderá prestar apoio a outras instituições da região, já que “tem capacidade instalada não só para a área do Serviço Nacional de Saúde mas, também, para as instituições particulares de solidariedade social", garantiu Fernando Girão, presidente do Conselho de Administração do HSM.

O responsável considera mesmo que no futuro, este poderá vir a ser um serviço rentável para o HSM, sendo que já existe “um pedido do Hospital da Misericórdia da Guarda, que poderá ser prestado através de um protocolo, com contrapartidas de um e do outro lado”.

Fernando Girão não esconde que gostaria de ver certificados todos os serviços clínicos do HSM, de forma a “criar condições de qualidade no serviço prestado pelo hospital”.

Na opinião de Matilde Cardoso, enfermeira directora do HSM, a certificação obtida permite garantir que “todos os serviços que são servidos pela central de esterilização podem ter a maior confiança", reconhecendo que este é "um serviço credível em que é possível confiar". A enfermeira realça ainda que a eficácia do serviço de esterilização é o “básico para todos os serviços se poderem desenvolver" com qualidade.

O processo de certificação implicou um investimento de cerca de 30 mil euros, comparticipado pelo Programa Saúde XXI e promoveu remodelações ao nível de vários aspectos, "o pessoal recebeu formação, foi aumentado o número de funcionários, os espaços foram redefinidos, foram adquiridos novos equipamentos de ponta, aperfeiçoou-se tudo aquilo que já estava feito", explicou Isabel Cristina, enfermeira responsável pelo serviço.

Em 2005 existiam apenas nove técnicos inseridos neste serviço, mas com o decorrer do processo de certificação os recursos humanos foram aumentados, existindo neste momento 15 técnicos em funções .

O investimento em novos equipamentos e tecnologia foi outro dos aspectos mais relevantes, sendo que neste momento, entre outros equipamentos, o serviço dispõe de três máquinas de lavar e desinfectar e de igual número de esterilizadores.

Os objectos que dão entrada no serviço de esterilização são "lavados, desinfectados, agrupados, empacotados e esterilizados", sendo posteriormente devolvidos à proveniência, explicou Isabel Cristina. No entanto, a certificação não garante a perfeição do serviço pois as falhas continuam a existir, apesar de serem mínimas e aceitáveis.
O serviço funciona 16 horas por dia, das 08:00 às 24:00, realizando em média 15 ciclos de esterilização por dia, divididos por dois turnos de segunda a sábado.

Para além da certificação do serviço de esterilização, o HSM conta também com a certificação do seu serviço de patologia clínica, distinguido em 2000, dai que Matilde Cardoso realce a grande importância da certificação agora obtida, pois “estes dois serviços são o suporte de outros”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Plano de segurança da Schering-Plough contra aquisições hostis expira

A Schering-Plough anunciou que a direcção decidiu votar a favor da expiração do actual plano de direitos dos accionistas da companhia, ou “pílula de veneno” (poison pill em inglês), uma ferramenta que algumas empresas utilizam para tornar as suas acções menos atraentes em caso de tentativas de aquisição hostis. A mudança faz parte das alterações das políticas de administração da companhia, anunciadas em Dezembro. A farmacêutica não prevê a adopção de um novo plano no futuro.

Num documento enviado à comissão norte-americana de mercado de valores, a farmacêutica disse que também emendou as actuais directrizes de administração da empresa para prevenir a adopção de futuras “pílulas de veneno” sem a aprovação dos accionistas. Qualquer novo plano de direitos dos accionistas não poderá ser posto em prática sem ser submetido à aprovação dos accionistas num prazo de 12 meses.

A Schering-Plough decidiu eliminar a “pílula de veneno” em Dezembro, quando a farmacêutica acabou com os requisitos de votação dos accionistas por “supermaioria” para decisões chave, como retirar um director. A empresa também estabeleceu que os membros da direcção serão eleitos anualmente por uma maioria, em vez de uma pluralidade dos votos. Anteriormente, os directores cumpriam um mandato de três anos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, BusinessWeek, MarketWatch
Investigação preliminar com resultados promissores
Fármaco para a doença bipolar em estudo


Uma equipa de cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, está a testar um potencial novo medicamento para a doença maníaco-depressiva, que também é designada como doença afectiva bipolar. Um mal que afecta cerca de um por cento da população mundial, e cujos tratamentos actuais se baseiam em estabilizadores de humor que fazem disparar o peso dos doentes.

Os investigadores estão a tentar encontrar respostas que permitam minimizar os transtornos e efeitos secundários provocados pelas terapias convencionais, mas de acordo com um artigo publicado na revista científica «Nature», ainda terão de ser feitos muitos estudos antes de o potencial novo fármaco poder ser testado em seres humanos. A mesma fonte refere que cerca de um por cento da população mundial deverá sofrer da doença maníaco-depressiva, cujo tratamento pressupõe normalmente a administração de estabilizadores de humor como o lítio e o ácido valpróico, que provocam aumento de peso e grande secura nas mucosas.
Os cientistas norte-americanos tentaram colmatar a lacuna no que diz respeito a alternativas àqueles tratamentos, descobertos há décadas, que actuam através do bloqueio da enzima glycogen synthase kinase-3 (GSK-3) no cérebro. Sabiam que uma nova classe de substâncias podia inibir uma enzima similar à GSK-3, e questionaram-se se não poderia também inibir a própria GSK-3. Uma pergunta a que os testes feitos deram resposta positiva. A revolução terapêutica dos doentes maníaco-depressivos poderá, assim, estar a um passo de se concretizar.

Carla Teixeira
Fonte: Nature

85% dos doentes espanhóis utilizam internet para pesquisar sobre doenças

Um estudo realizado pela Ogilvy Healthworld e pelo Google demonstrou que os motores de buscar na internet são utilizados por 85 por cento dos doentes espanhóis que procuram informações on-line sobre a sua patologia ou a medicação.

A investigação, que pretendeu avaliar a influência da comunicação digital no sector da saúde, revelou também que as doenças pesquisadas com mais frequência são as relacionadas com dietas e controlo de peso, alergias, obesidade, cancro, dores de cabeça ou enxaquecas, ansiedade e depressão. Um em cada quatro espanhóis utiliza o Google para procurar informações sobre saúde.

De acordo com o estudo, os motores de busca são utilizados em todas as fases do processo da doença, desde o diagnóstico ao tratamento. As conclusões referem que 92 por cento dos cibernautas procuram conselhos sobre hábitos de vida saudáveis e 87 por cento estão mais preocupados em saber quais os sintomas específicos. Também em 87 por cento dos casos os utilizadores pretendem perceber melhor o seu próprio diagnóstico e tratamento, enquanto 89 por cento procura mais informações sobre os procedimentos que estão a ser levados a cabo por amigos ou familiares.

Os internautas espanhóis consideram que os motores de busca são uma fonte de informação indispensável, e 85 por cento usam-nos para se esclarecer, foi hoje divulgado na apresentação do estudo em Madrid. “A internet é não só uma fonte de informação prioritária para os consumidores, mas também uma ferramenta revolucionária para a indústria farmacêutica, já que permite que o paciente encontre o profissional sempre que procura por ele”, salienta José María García, director do departamento de Saúde do Google, em Espanha.

As declarações do responsável surgem durante o encontro sobre saúde digital, o primeiro do género organizado para analisar o futuro do sector da saúde no país vizinho. Face aos resultados, os especialistas estão convencidos de que a internet impôs mudanças radicais no comportamento dos doentes e dos médicos e que, necessariamente, acabará por alterar a comunicação da indústria farmacêutica com o seu público.

A internet é, assim, a segunda fonte de informação mais utilizada pelos pacientes, em Espanha, para obterem informações no âmbito da saúde, quase ao nível dos médicos, que representam 88 por cento, e muito acima de outros recursos com é o caso dos farmacêuticos, livros e meios de comunicação tradicionais. “A internet é o suporte mais interactivo, profundo e rico em informação e, sem dúvida, complementar a qualquer actividade de saúde”, destaca José María García.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Nova técnica imita e acelera a replicação de priões
Diagnóstico de Creutzfeldt-Jakob facilitado

A doença de Creutzfeldt-Jakob, variante humana da encefalopatia espongiforme bovina, poderá estar a um passo de ser mais facilmente diagnosticável. Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram uma nova técnica de imitação e aceleração do processo de replicação de priões, onde pode residir a chave para o problema.

De acordo com um estudo publicado no «Journal of Pathology», aquela doença, que é causada pela presença de priões que eliminam as células do cérebro, cujo tecido adquire a aparência de uma esponja, poderá tornar-se detectável de modo mais fácil e rápido com a utilização da técnica agora desenvolvida, que imita e acelera a replicação dos priões. Embora o método só tenha sido experimentado ainda com animais, os investigadores acreditam que será possível a sua aplicação em trabalhos com a variante humana da doença, sendo necessários estudos adicionais para aferir se a nova técnica poderá ter aplicação noutro tipo de tecidos.
O professor James Ironside, da equipa de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, considera que actualmente a realização do teste exige demasiado tempo para que possa permitir um diagnóstico rápido num centro de recolha de sangue. No entanto, disse que ele poderia ser usado num centro nacional, para confirmar os resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos. Igualmente designada como BSE ou “doença das vacas loucas”, a Creutzfeldt-Jakob surgiu com força no Reino Unido no início dos anos 90, causando 161 mortes, entre elas as de três pessoas que foram contagiadas por transfusões de sangue.

Cenário nacional
Em Portugal não há notícias de casos desta doença em seres humanos, mas um primeiro diagnóstico em animais surgiu terá surgido em Junho de 1990, apesar de ter sido mantido em segredo durante três anos, altura em que uma audição e um inquérito parlamentar tiveram como resultado a “não conclusão da existência da doença das vacas loucas em Portugal”. Só em Julho de 1994 foi reconhecida a sua existência, com uma distribuição geográfica decalcada da distribuição de bovinos leiteiros, tendo por isso maior concentração nas regiões de Entre-Douro-e-Minho, Beira Litoral e Trás-os-Montes e Alto Douro.
A região autónoma dos Açores, que tem uma grande concentração de bovinos leiteiros, manteve-se isenta até 2000, ano em que a doença foi detectada num boi importado da Alemanha. Até 1994 todos os casos diagnosticados tinham origem em animais importados do Reino Unido, e em 1996 foi constituído um plano de erradicação da BSE, que previa o abate de todos os animais coabitantes com os casos confirmados, com a recolha sistemática de amostras e consequente análise laboratorial.

Carla Teixeira
Fonte: Journal of Pathology, ASAE, Ministério da Agricultura
Recolha voluntária do TechneScan MAG 3

O Departamento de Inspecção do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou, numa nota com a classificação de “muito urgente”, a recolha das embalagens que faziam parte do lote 267754 do pó para solução inhectável TechneScan MAG 3 de 1mg, com data de validade de 2 de Fevereiro de 2008.

Num comunicado dirigido às organizações nacionais e sub-regiões, administrações regionais de saúde, hospitais, centros de saúde e grossistas na área do fármaco, o Infarmed comunica que, por deliberação do seu conselho directivo, decidiu ordenar a recolha de todas as embalagens daquele medicamento, com o número de registo 4802781, cujo titular de autorização de introdução no mercado é a Mallinckrodt Medical, BV, que tem como representante em Portugal a firma Isoder – Isótopos Derivados, SA, na sequência de ter sido aferido, em análises da Agência Francesa do Medicamento, que o fármaco em causa não cumpre a especificação relativa aos níveis de radioactividade libertada.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária de comprimidos Salofalk

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou a recolha voluntária do fármaco Salofalk comprimidos gastro-resistentes de 500 mg que faziam parte do lote n.º 06D02113R, com prazo de validade de Abril de 2009.

Numa circular informativa assinada por Hélder Mota Filipe, em nome do conselho directivo daquela entidade, e com a classificação de “muito urgente”, o Infarmed comunica que a firma Dr. Falk Pharma Portugal – Sociedade Unipessoal, Lda. está a proceder à recolha voluntária do referido medicamento, depois de ter detectado, em algumas amostras integrantes do referido lote, alterações organolépticas (manchas escuras) nos comprimidos. São alterações que não põem em causa a segurança e a saúde dos utentes que entretanto tenham utilizado o medicamento, mas que levaram o Infarmed a ordenar a suspensão imediata da comercialização daquela versão do Salofak.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Boehring Ingelheim processa Barr por violação da patente do Aggrenox

A Boehring Ingelheim instaurou um processo judicial, na justiça norte-americana, contra a Barr Pharmaceuticals alegando a violação da patente do Aggrenox (Ácido acetilsalicílico + Dipiridamol), um medicamento utilizado na prevenção do risco de ataques cardíacos.

A Barr pretende produzir um semelhante genérico do Aggrenox, tendo submetido, em Janeiro, uma candidatura à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), que em Maio foi aceite para revisão. A empresa de genéricos acredita que deverá ser a primeira a tentar comercializar uma cópia do medicamento, o que lhe poderá garantir seis meses de exclusividade no mercado.

Para além disso, a Barr estima que as vendas anuais do fármaco, nos Estados Unidos da América, possam render-lhe mais de 187 milhões de euros.

A Barr justifica a sua tentativa de produção de um genérico alegando que uma das patentes do medicamento é inválida. Porém, a farmacêutica alemã considera que essas afirmações são “desprovidas de qualquer objectivo de bom senso ou de quaisquer factos legais”.

O medicamento é utilizado por pacientes que já foram vítimas de um ataque cardíaco de forma a prevenir reincidências. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quase um em cada quatro homens e uma em cada cinco mulheres com 45 anos de idade têm probabilidades de sofrer um ataque cardíaco caso vivam até aos 85 anos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Business in the Burbs, United Press International, Bloomberg.

Produto tóxico detectado em Sensodyne à venda no Reino Unido

Vestígios de um químico tóxico foram detectados em pastas de dentes contrafeitas da marca Sensodyne, no Reino Unido. O alerta foi lançado pela Agência Reguladora dos Medicamentos e Cuidados de Saúde (MHRA) depois de mais de 100 embalagens de um lote contaminado terem sido vendidas em mercados e bancas de rua contendo dietileno glicol.

A entidade reguladora britânica referiu que ainda não há quaisquer provas de que alguém tenha sofrido um problema de saúde derivado dos efeitos da pasta de dentes e que não são esperadas reacções graves. Isto porque, apesar de tóxica, a substância só é perigosa se ingerida em grandes quantidades.

Segundo afirmaram as autoridades daquele país, as embalagens do dentífrico falsificado apresentam rotulagem em inglês e em árabe, enquanto que as verdadeiras apenas apresentam o rótulo em inglês. Os produtos afectados contêm a designação Sensodyne Original e Sensodyne Mint 50ml e a MHRA já lançou um apelo aos consumidores que tenham comprado o produto para que este não seja utilizado, uma vez que está contaminado com níveis tóxicos de dietileno glicol.

A GlaxoSmithKline, detentora da marca Sensodyne, emitiu um comunicado no qual assegura não utilizar aquela substância em nenhuma das suas pastas de dentes. “Estes produtos contrafeitos são ilegais e não têm qualquer relação com a GlaxoSmithKline”, referem os responsáveis. A empresa afirma que tem “em séria consideração qualquer relato de contrafacção” e diz já ter contactado a sua cadeia de fornecedores legítimos para se certificar de que não existe qualquer produto falsificado.

Apesar de não ser ainda conhecida a origem dos produtos falsificados, a GSK admite que a China é uma possibilidade, uma vez que recentemente exportou pastas de dentes contaminadas com a referida substância.

Marta Bilro

Fonte: Guardian Unlimited, Scotsman.com, BBC News.

Apifarma opõe-se a campanha governamental de promoção de genéricos

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) interpôs uma providência cautelar para impedir a progressão de uma campanha de promoção de medicamentos genéricos, que estaria pronta para ser lançada pelo Ministério da Saúde, em Setembro.

A notícia, avançada pelo jornal Sol, adianta que o processo já terá dado entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa. A situação deve agora ser analisada por um juiz que, em breve, decide se a campanha será ou não cancelada.

A campanha, que envolve 500 mil euros, divulga os genéricos existentes no mercado bem como as suas vantagens. A Apifarma considera que, por promover um segmento restrito de mercado, a acção vai contra a lei da livre concorrência.

Marta Bilro

Fonte: Sol

O anticoagulante Idraparinux da Sanofi-Aventis apresenta resultados mistos

A Sanofi-Aventis anunciou que os dados de estudos sugerem que o anticoagulante idraparinux é tão eficaz como a varfarina na redução de derrames cerebrais e eventos embólicos sistémicos do sistema nervoso periférico, em pacientes com fibrilação atrial. As descobertas foram apresentadas no congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase, em Genebra.

Contudo, os resultados dos 4576 pacientes do ensaio AMADEUS também mostraram que os casos de hemorragia clinicamente relevante foram significativamente mais elevados naqueles que receberam idraparinux, em comparação com os que receberam varfarina. Os resultados demonstraram que a hemorragia apareceu com o tempo, e foi mais pronunciada em pacientes mais idosos e naqueles com função renal comprometida.

A farmacêutica sublinhou que os dados referentes a hemorragias indicam a necessidade de reconsiderar uma redução da dose do idraparinux para pacientes identificados como sendo de risco. O principal investigador do estudo, Harry Buller, acrescentou que o novo estudo BOREALIS-AF do fármaco se deverá focar na melhoria do perfil de segurança preservando simultaneamente a sua eficácia.

A Sanofi está a adaptar a terapia de modo a combater os problemas de hemorragias que surgiram nos anteriores testes ao fármaco. A farmacêutica está a adicionar uma substância, que não modifica a estrutura do idraparinux, nem o seu funcionamento, e que irá permitir aos médicos desligar o mecanismo anticoagulante do tratamento em situações que incluam, por exemplo, cirurgias não planeadas.
Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, CNN Money

Nutricionistas defendem proibição da publicidade alimentar durante os programas infantis

Como forma de combater a obesidade infantil, um grupo de especialistas em nutrição recomendou à Comissão Europeia a adopção de legislação que restrinja, ou até mesmo proíba, a publicidade a produtos alimentares, durante o tempo de intervalo dos programas televisivos destinados a crianças.

Um estudo desenvolvido em França e apresentado no final do ano passado mostrou que 89 por cento dos anúncios a alimentos exibidos antes, durante e depois dos programas de televisão infantis, eram produtos com altos níveis de açúcar e gorduras, sendo que em apenas 11 por cento desses anúncios eram publicitados produtos com benefícios nutricionais.

Sylvie Pradelle, responsável da maior organização de consumidores de França, lembrou que as crianças são altamente permeáveis aos anúncios e que antes dos sete anos de idade não conseguem distinguir entre a publicidade e a ficção televisiva.

Como tal, a dirigente defende a proibição total da publicidade a alimentos durante os programas infantis e juvenis, considerando também que “deve haver uma definição clara de programas infantis. Esta restrição não se deve limitar aos desenhos animados, mas deve abranger também outros que possam ser vistos pelas crianças, sobretudo na ausência dos pais”.

Opinião igual tem a endocrinologista portuguesa Isabel do Carmo, que considera necessária a criação de legislação específica para o efeito, uma vez que já ficou demonstrado que a auto-regulação não tem funcionado.

“Em relação à televisão, defendo a lei sueca”, que desde 1991 proíbe a publicidade alimentar antes, durante e logo depois de programas infanto-juvenis. Na opinião da médica, a solução passa mesmo pela proibição, pois a restrição continuará a não solucionar o problema, cometendo equívocos, como acontece por exemplo com os produtos lácteos. “Temos publicidade a iogurtes, mas cheios de açúcar e com alegações de saúde erradas”.

Fernanda Santos, especialista em alimentação da associação de consumidores Deco, defende um posição mais flexível, considerando que as restrições à publicidade durante estes programas é o bastante para controlar a questão.

“A Deco tem defendido é a proibição da publicidade a alimentos ricos em sal, gordura e açúcares”. No entanto, Fernanda Santos reconhece a necessidade de “haver uma imposição legal comum”, já que apesar dos alertas, a industria alimentar não tem alterado a sua posição nesta matéria.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Envelhecimento Humano em debate no I Congresso Internacional de Gereontologia

O I Congresso Internacional de Gereontologia vai decorrer na Escola Superior de Educação João de Deus, em Lisboa, de 8 a 10 de Novembro, dedicado ao tema (Con)vivências do corpo à alma.

Os principal objectivo do congresso passa pela promoção do debate científico e gerontotecnológico, acerca do envelhecimento humano. Como tal, existirá uma cooperação entre diversas ciências, nomeadamente entre a psicomotricidade, a geriatria e a medicina, por exemplo, de forma a assegurar maior autonomia e cidadania à população envelhecida.

Os progressos da medicina tem levado ao aumento da esperança média de vida e as fracas taxas de natalidade têm proporcionado o envelhecimento da população, no entanto, “a qualidade de vida dos idosos nem sempre é a melhor”, refere o site on-line do Congresso.

“Urge procurar respostas e medidas para o processo de envelhecimento do Homem. Quanto mais não seja pela via educativa e sociocultural, para se recuperar o respeito pelo idoso”, pois apesar da idade, o gereonte “ainda pode adaptar-se e intervir activamente na sociedade que ajudou a construir”, sendo útil e representando uma mais valia.

O congresso pretende alertar para a condição do idoso, promovendo a informação, formação e investigação-acção em Envelhecimento Humano, que deveria “ser uma prioridade na Sociedade Portuguesa e na União Europeia tal como no resto do mundo”, refere o website.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 580 milhões de idosos em todo o mundo, dos quais 350 milhões (61%) vivem nos países desenvolvidos. Em 2020, deverão existir mil milhões de idosos e no ano 2025, os indivíduos com mais de 60 anos serão mais numerosos do que os jovens com menos de 20 anos.

Para mais informações consultar:
http://www.ese-jdeus.edu.pt/gerontologia/gerontologia.asp

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma, http://www.ese-jdeus.edu.pt/gerontologia/gerontologia.asp

Canela no tratamento da diabetes

A farmacêutica espanhola Faes Farma colocou no mercado espanhol um medicamento, feito à base de canela, para tratar a diabetes. O Glusil foi submetido aos testes de qualidade e conseguiu resultados positivos.

Uma vida saudável através de uma correcta alimentação e de prática regular de exercício físico é o método mais recomendado aos diabéticos para controlar nos níveis de glucose no sangue. Contudo, isto exige, na maior parte dos casos, grandes mudanças de hábitos, pelo que as pessoas não praticam esta recomendação.

O Glusil tem precisamente a função de ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue. Composto de um extracto aquoso, Cinnamomum Cassia, é a variedade da canela que mostrou melhores resultados na redução da glucose. A toma é fácil, tem um sabor neutro e o valor calórico é baixo, menos de 1 Kcal por dia.

sara pelicano

fontes: pm farma, faes farma

quinta-feira, 12 de julho de 2007

FDA irá rever o Isentress da Merck & Co. em Setembro

Um comité consultivo da FDA, constituído por especialistas em fármacos antiretrovirais, deverá reunir-se no dia 5 de Setembro para rever a segurança e a eficácia do Isentress (raltegravir), o tratamento experimental da Merck & Co. para o VIH. A farmacêutica procura a aprovação para o Isentress, em combinação com outros agentes antiretrovirais, para pacientes com VIH-1 que não respondem às terapias antiretrovirais existentes.

A FDA concedeu revisão prioritária ao inibidor da integrase no mês passado, e a Merck espera a decisão final em meados de Outubro.

A Merck está a competir com a Pfizer Inc. pelo desenvolvimento do primeiro novo tipo de tratamento da década para o VIH, o vírus que causa a SIDA.

O Isentress actua ao bloquear a enzima responsável por inserir material genético do VIH nas células humanas, impedindo que o vírus se reproduza e que infecte outras células. O fármaco, o primeiro a atingir o VIH através deste mecanismo, reduziu a carga viral em mais de 75 por cento dos pacientes que receberam uma terapia combinada, em dois ensaios clínicos.

Por seu lado, a Pfizer não conseguiu a aprovação para o Maraviroc, comprimidos para o VIH, em Junho. A farmacêutica revelou que está a resolver com a FDA questões relacionadas com a rotulagem, um atraso que os analistas pensam que possa demorar três meses. O Maraviroc modifica o formato de uma proteína na superfície das células saudáveis, tornando impossível a entrada do vírus.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, Forbes

Bayer adopta estratégia virtual

À medida que a concorrência aumenta, a indústria farmacêutica aplica-se, cada vez mais, na procura de novos trunfos. Consciente da importância das tecnologias, a Bayer Healthcare está a utilizar um jogo de computador para atrair a atenção das camadas mais jovens da população, para um analgésico destinado a combater as mazelas do avanço da idade.

O Aleve Liquid Gels, lançado em Março nos Estados Unidos da América, é um medicamento de venda livre, normalmente utilizado por pessoas acima dos 50 anos de idade com o objectivo de aliviar as dores nas costas e as dores provocadas pela artrite. O laboratório pretende agora aproximar o produto da camada de população com idades entre os 25 e os 49 anos.

Acedendo ao portal www.aleviator.com os internautas podem acompanhar uma narrativa ficcional que os conduz através de um conjunto de pistas e lugares na rede, wikis e blogues. Por cada visitante que siga o jogo até ao final, algo que demora cerca de um minuto, a Bayer faz uma doação que varia entre os 3,6 e os 7,3 euros ao “Conservation Fund”, um grupo de defesa ambiental sem fins lucrativos.

“O Aleve tornou-se famoso e é visto pelos consumidores mais velhos como um óptimo produto para a artrite”, salientou Jay Kolpon, vice-presidente do departamento do desenvolvimento de marketing e negócios da Bayher Healthcare, uma divisão da alemã Bayer sedeada nos Estados Unidos da América. “Os géis líquidos destinam-me aos jovens e a condições que antecedem a artrite, tais como as dores no corpo ou dores musculares”, acrescentou.

Para já, a campanha é encarada pela Bayer como algo em fase experimental e que deverá evoluir cuidadosamente. Conforme explicou Kolpon, a adesão e consciência dos visitantes em relação à marca vai ser avaliada, bem como a doação ao “Conservation Fund”. O Aleve (Naproxeno), em comprimidos, é comercializado em Portugal desde 2002.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, The Earth Times, Monsters & Critics.

Óleos solares podem levar a lesões que degeneram em cancros

Especialista alerta e pede retirada de óleos solares do mercado

O presidente da Associação Portuguesa de Cancro de Pele(APCC),Osvaldo Correia, defendeu hoje que as autoridades de saúde deveriam retirar do mercado os óleos solares, porque podem levar a lesões que degeneram em cancros de pele.
Segundo Osvaldo Correia,aqueles produtos "têm um efeito enganoso" sobre os seus utilizadores, já que "ao transmitirem gordura à pele evitam o seu repuxar, transmitindo uma falsa sensação de que a pele não está a envelhecer".Por outro lado, os óleos solares evitam a vermelhidão cutânea, levando a que as pessoas se exponham mais tempo ao sol, julgando que não estão em perigo.
Sublinhando que os índices de protecção aconselháveis "são de 30 para cima", o presidente da APCC acentuou em declarações á Lusa que, independentemente da falsa impressão de segurança transmitida por aqueles dois indicadores, aqueles produtos não evitam a penetração dos raios ultra-violeta (UVA) nas camadas mais profundas da pele.
O êxito daqueles produtos em alguns sectores do mercado deriva da falsa palavra de ordem "Moreno Igual a Beleza" pelo que a sua distribuição está sempre assegurada enquanto esse slogan tiver reflexo social. "São produtos que asseguram uma penetração silenciosa dos raios ultra-violeta, que atingem mais profundamente a pele, que envelhece precocemente", disse. Observou que os índices de protecção daqueles produtos, normalmente muito baixos, "são enganosos", porque complementam a transmissão de uma sensação de segurança.
O presidente aconselhou os portugueses de pele branca mais clara a utilizar sempre protectores solares com um índice mínimo de 30. Mesmo as pessoas de pele morena, aconselhou, "não devem usar protectores inferiores a 20" e até os indivíduos de pele negra "devem usar protectores não inferiores a 15".
Para uma protecção a cima dos 30 é necessário uma indicação médica,uma vez que, apresentam um risco maior de desenvolvimento de sensibilização cutânea devido ao aumento da concentração dos filtros.
O presidente da APCC chamou a atenção para o facto de os próprios protectores solares com índices mais elevados "poderem ser prejudiciais, porque podem levar as pessoas a pensar que não precisam de outros tipos de protecção, como as sombras, as t-shirts e os óculos de sol.De recordar, que nunca é demais os cuidados com os mais pequenos sendo que, a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.

Sandra Cunha

Fontes:JN, saúde da família.Enciclopédia médica volume 7

Filtros Solares

Nesta época de calor, é essencial aplicar os protectores solares com frequência,especialmente depois de mergulhos e exercícios físicos.Todos sabemos a importância dos FPS, mas será que sabemos qual usar?


Os filtros solares são substâncias destinadas a proteger a pele do sol .Elas conseguem proteger a pele,a curto prazo, de queimaduras e alergias solares e, a longo prazo,do envelhelhecimento e do cancro da pele.
A loção de bronzeamento é um termo incorrecto para o filtro solar, já que sua função é completamente diferente. A loção de bronzeamento é usada para atrair raios UV para atingir um melhor bronzeado.
Os filtros químicos agem através da absorção dos raios ultravioletas,impedindo assim que a pele seja atingida.
Já os filtros físicos ou de barreira formam uma película sobre a pele e reflectem a luz como um espelho.Não são muito aceites cosmeticamente mas apresentam menor sensibilização,sendo muito indicados para elevar a protecção solar e para as crianças menores.

O que será o Factor de Protecção Solar(FPS) ?

Os Factores de Protecção Solar estão presentes em todos os filtros e indicam o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao sol, sem se queimar. A pele, quando exposta ao sol sem protecção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.
Eles auxiliam na escolha do produto de acordo com o tipo de pele. Para peles mais claras, o tempo de exposição solar necessária para queimá-las é menor do que para as peles mais resistentes.


As peles mais claras necessitam de filtros com FPS mais altos (FPS 30)mas as peles mais morenas podem utilizar um FPS mais baixo. É aconselhável um FPS 15 no mínimo.
Os filtros com FPS maiores que 30,devido ao aumento da concentração de filtros solares,apresentam um maior risco de desenvolvimento de sensibilização cutânea,ou seja,alergias de pele. A sua utilização deve ser indicada pelo médico assistente,conforme a necessidade do uso.
O FPS 15 a 30 deve ser utilizado regularmente,dependendo do tipo de pele,da presença de doenças de pele,da prática desporto,da altitude da região e das condições ambientais.Superfícies como areia, neve e água podem reflectir muito a luz solar.


O seu uso correcto implica, uma aplicação uniforme e abundante(30 minutos antes da exposição). A dosagem pode ser calculada usando a fórmula para a área de superfície do corpo e subsequentemente subtraindo a área coberta por roupa que dá protecção efectiva contra a radiação UV.
A dose usada pela FDA nos testes de filtro solar é de 2 mg/cm² e com base de uma amostragem, calculada numa monografia de FDA, se assumirmos um adulto mediano com altura de 1,63 m e peso de 68 kg com 82 cm de cintura, ele necessitaria de exactamente 29 g para cobrir sua área corporal não coberta.
É necessário a sua reaplicação frequente de duas a duas horas, após exercício físicos, mergulhos e transpiração excessiva. É de igual importância utilizar os protectores labiais e óculos escuros.


É fundamental o seu uso nas crianças, pois a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.
Escolhe com o médico o filtro mais adequado, evite os horários de exposição e utilize os chapéus, camisetas e guarda-sóis no sentido de protegê-los e educá-los para se exporem sempre com segurança ao sol.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares deixa-nos confusos na maioria das vezes,é importante sabermos o significado dos termos e assim escolher o mais adequado:


-Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
- Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
-Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA,que tem alto poder de causar alergias.
-Livre de òleo ou "oil free":substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
-Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.


Cuidados adicionais

Para além da protecção obtida com a aplicação dos filtros solares,
é igualmente importante evitar a exposição ao sol entre as 10.00 e as 15.00 horas ,sendo o período de maior incidência de radiação ultravioleta.
É importante saber que perto de 50% da radiação solar pode atingir partes do corpo submersas na água,os dias nublados também emitem radiações com riscos de queimadura solar.Superfícies de vidro bloqueiam apenas a radiação UVB e parte da UVA.
Os idosos que utilizem filtros solares recebem radiações solar adequada no que diz respeito ao risco de Osteoporose.
Os guarda-sóis devem ser de tecido de algodão o mais compacto e forrado possível e não os que são confeccionados com nylon fino.
Os tecidos sintéticos oferecem maior protecção.A presença de tintas aumenta a protecção.


Sandra Cunha

Fontes: dermatologia.net,wikipédia
Saúde e família.Grande Enciclopédia Médica,volume7

Wyeth processa Mylan para impedir comercialização de genérico do Effexor XR

A farmacêutica Wyeth apresentou uma queixa na justiça norte-americana contra a Mylan por uma alegada infracção de patente. O objectivo é impedir a Mylan de comercializar um semelhante genérico do antidepressivo Effexor XR (Venlafaxina).

O medicamento é o mais bem sucedido da Wyeth, com vendas anuais que ascendem aos 2,69 mil milhões de euros, e o antidepressivo mais vendido a nível mundial, referem dados da IMS Health.

De acordo com o processo interposto pela Wyeth, a Mylan tê-la-á notificado de que iria submeter, junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), uma aprovação para comercializar uma versão de um genérico do Effexor XR. A Mylan alega que a as patentes do medicamento são inválidas e que, por isso, não estarão a ser violadas pela sua tentativa de vender um semelhante genérico.

A Wyeth considera que há uma infracção da patente do produto e pede que o tribunal tome medidas para bloquear as tentativas da Mylan para vender versões copiadas, até que a patente expire, o que deverá acontecer em 2017.

Em 2006, a Wyeth chegou a um consenso com o laboratório israelita Teva Pharmaceutical num litígio referente a uma violação da patente do Effexor. Segundo o acordo, a Teva já iniciou as vendas dos genéricos de uma versão do Effexor, que compreende uma pequena porção do total das vendas do medicamento, porém, a fórmula de lançamento alargado só poderá ser comercializada a partir de Julho de 2010, embora a Teva possa colocá-lo mais cedo no mercado obedecendo a determinadas condições.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Erbitux não atinge objectivos no tratamento do cancro do pulmão

O Erbitux (cetuximab) é ineficaz no tratamento do cancro do pulmão, não tendo demonstrado benefícios na redução dos tumores, revelaram as conclusões de um ensaio clínico de Fase III. Por outro lado, algumas das finalidades secundárias do medicamento foram atingidas.

O fármaco, desenvolvido pela ImClone Systems e pela Bristol-Myers Squibb, não atingiu o objectivo principal quando administrado com conjunto com taxane e carboplatina, uma vez que não conseguiu atrasar o crescimento de tumores em doentes com carcinoma pulmonar de não pequenas células (CPNPC).

Porém, o comunicado divulgado pelas empresas refere que a substância cumpriu as metas secundárias propostas, entre as quais se incluem a taxa de resposta e a sobrevivência livre de progressão, cujos resultados foram “estatisticamente significativos”.

O estudo, realizado nos Estados Unidos da América e no Canadá, contou com a participação de 600 doentes e é apenas um entre vários ensaios clínicos que testam a eficácia do Erbitux no tratamento do cancro do pulmão. Os dados relativos à investigação mais abrangente que está actualmente a ser realizada, e que analisa a administração do Erbitux em associação com cisplatina e vinorelbina, não se encontram ainda disponíveis.

Em Abril, um ensaio clínico de fase III demonstrou que o medicamento também não conseguiu melhorar a sobrevivência geral dos doentes com cancro do pâncreas. Quando combinado com uma quimioterapia baseada em gemcitabina, a substância não prolongou a vida do doente para lá do que já era atingido pela quimioterapia isolada. O Erbitux, utilizado em Portugal, desde Junho de 2004, é indicado no tratamento de doentes com cancro colorectal metastático em associação com irinotecano. Em associação com radioterapia está indicado para o tratamento de doentes com carcinoma pavimentocelular da cabeça e pescoço, localmente avançado.

Marta Bilro

Fonte: StreetInsider.com, Market Watch, CNN Money, Infarmed.

Merck investe 726 milhões de euros em parceria com a Ariad

A Merck e a Ariad Pharmaceuticals estabeleceram um acordo de colaboração para desenvolverem e comercializarem em conjunto o AP23573, o novo medicamento da Ariad para o tratamento do cancro. A parceria deverá custar à farmacêutica alemã mais de 726 milhões de euros.

Num comunicado conjunto, as empresas referem que os ensaios clínicos de última fase para analisar a eficácia deste medicamento no tratamento de sarcomas metastáticos deverão iniciar-se até ao final de Setembro. Os sarcomas, tumores malignos de células derivadas da mesoderme, desenvolvem-se nos tecidos conectivos de suporte extra-esqueléticos, como é o caso dos músculos, tendões, tecidos sinoviais peri-articulares, gordura, endotélio dos vasos sanguíneos e canais linfáticos, e o mesotélio dos órgãos viscerais.

O AP23573 é um inibidor de pequenas moléculas da proteína mTOR, elemento chave na activação das células cancerígenas. Os termos do acordo prevêem que a norte-americana Ariad receba, de imediato, cerca de 54,5 milhões de euros e outros 328 milhões em pagamentos relativos ao cumprimento de objectivos de desenvolvimento. Caso o tratamento cumpra as metas de venda estabelecidas, a Ariad poderá ainda receber mis 145,2 milhões de euros adicionais, entre outros pagamentos, segundo refere o documento.

O bloqueio da proteína mTOR origina um efeito semelhante à sensação de fome nas células cancerígenas interferindo com o crescimento, divisão e metabolismo das mesmas. O inibidor recebeu as designações de produto de acção rápida e medicamento órfão atribuídas pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), e de medicamento órfão pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para o tratamento do sarcoma dos tecidos moles e do sarcoma dos ossos.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Bloomberg, Forbes.

Governo pretende distinguir as boas práticas hospitalares
Premiar desempenho na área do medicamento


O Estado anunciou a intenção de criar um prémio para assinalar o desempenho mais eficaz na área do medicamento hospitalar em Portugal. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, o Governo aceitou a sugestão avançada pelo Grupo de Trabalho para o Programa do Medicamento Hospitalar, e a breve trecho porá em marcha a medida, que visa enaltecer as boas práticas no seio das unidades de saúde nacionais.

O governante, que falava aos jornalistas nos Hospitais Universitários de Coimbra, onde presidiu a uma apresentação do Programa do Medicamento Hospitalar em que participaram representantes de todos os hospitais do país, explicou que será atribuído anualmente à unidade hospitalar que demonstre merecê-lo, “um prémio de excelência”, que deverá abranger o universo dos hospitais públicos do país. O regulamento que orientará a escolha da entidade galardoada deverá, de acordo com Francisco Ramos, “traduzir uma filosofia de reconhecimento do mérito e das boas práticas” na gestão do medicamento.
O grupo de trabalho coordenado por Rui Crujeira defendeu a instituição de uma linha de financiamento integrada no orçamento do Serviço Nacional de Saúde, a fim de prestar formação aos recursos humanos e de promover a investigação no âmbito do Programa do Medicamento Hospitalar, acrescentando que a dotação orçamental poderia ainda viabilizar a realização de projectos de remodelação de instalações e de aquisição de equipamentos, tendo sempre em vista uma melhor gestão do medicamento nos hospitais públicos portugueses, materializando uma cultura que o secretário de Estado definiu como “uma cultura de meritocracia” e de “denúncia daqueles que têm práticas mais fracas”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Ministério da Saúde

Luminex e Exiqon assinam acordo de distribuição para produtos de MicroRNA

A Exiqon vai liderar a distribuição dos produtos FlexmiR enquanto as companhias continuam a desenvolver novas tecnologias de MicroRNA.

A Luminex Corporation, fornecedor líder de soluções multiplex, e a Exiqon A/S, líder no fornecimento de produtos de alta qualidade de análise da expressão de genes, anunciaram a realização de um acordo de distribuição para a linha de produtos FlexmiR, desenvolvida em conjunto pelas duas companhias em 2006. Segundo os termos do acordo, a Exiqon obteve os direitos não exclusivos para distribuir os actuais e os novos produtos FlexmiR e vender sistemas Luminex aos laboratórios por todo o mundo. Para além da assinatura deste novo acordo, as companhias lançaram mais dois produtos FlexmiR: o FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA e o FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA.

Em Dezembro de 2006, a Luminex e a Exiqon lançaram o FlexmiR, uma nova linha de produtos de microRNA que combinam a tecnologia xMAP flexível da Luminex e a tecnologia de Ácido Nucleico Bloqueado (LNA - Locked Nucleic Acid, em inglês) da Exiqon. A linha FlexmiR distribui mais dados em menos tempo do que outros testes e oferece a melhor especificidade na classe e um fluxo de trabalho altamente simplificado. O FlexmiR pode fornecer aos cientistas e investigadores mais de 6.300 dados em quatro horas.

O recentemente lançado FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA aumenta a linha de produtos FlexmiR disponíveis aos cientistas que trabalham com modelos animais de ratos ou ratazanas como pesquisa preliminar antes de passar para amostras humanas armazenadas. O novo FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA oferece aos investigadores a possibilidade de avaliar a integridade dos seus testes sem ideias pré-concebidas acerca da integridade das amostras. Ambos os produtos irão ajudar cientistas e investigadores a poupar tempo e recursos.

Segundo o presidente da Luminex, Patrick J. Balthrop, a linha de produtos FlexmiR que a Luminex co-produziu com a Exiqon tem demonstrado ser uma ferramenta abrangente, precisa e simples para a análise de microRNA, acrescentando que estão ansiosos por trabalhar ainda mais com a Exiqon para fornecer novas ferramentas aos cientistas e investigadores envolvidos em pesquisa de microRNA. Este acordo e os novos produtos, nos quais a empresa está a colaborar com a Exiqon, irão permitir à Luminex continuar a expandir a investigação nesta área vital e emergente de pesquisa.

O presidente da Exiqon, Lars Kongsbak, sublinhou que o FlexmiR é uma inovação importante na investigação de microRNA, caracterizado por ter uma especificidade e eficácia incomparáveis. Kongsbak acrescentou ainda que a empresa está encantada com o lançamento destas duas novas ofertas e por expandir a parceria com a Luminex. A capacidade de não só proporcionar produtos FlexmiR aos clientes, como também fornecer sistemas Luminex, irá permitir abranger uma base mais vasta de cientistas e investigadores.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.luminexcorp.com

Análise ao sangue permite diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

Um conjunto de proteínas presentes no sangue de algumas pessoas que as predispõe para desenvolverem a doença de Alzheimer poderá ser a chave para um exame sanguíneo que detecta precocemente sinais da doença. Cientistas britânicos acreditam que o teste poderá estar disponível dentro de cinco anos.

Antecipar o diagnóstico e melhorar os tratamentos são dois dos principais objectivos traçados pelos investigadores, que julgam estar perto de desenvolver um teste de análise ao sangue capaz de identificar sinais desta doença degenerativa. De acordo com os cientistas, os pacientes cujo resultado seja positivo relativamente à presença de determinadas proteínas, poderão corrigir a sua dieta e fazer mais exercício físico para diminuir as probabilidades de desenvolverem a doença.

A equipa de especialistas do King’s College, em Londres, responsável pela elaboração do estudo, afirma que os pacientes portadores da doença numa fase precoce demonstraram níveis elevados de duas proteínas no sangue. A investigação que deu origem a estas conclusões comparou os níveis de proteínas no sangue de mais de 500 portadores da doença com os de pessoas idosas saudáveis. A maior frustração das pessoas está relacionada com o facto de que “quando são diagnosticadas com Alzheimer, já é demasiado tarde para fazer alguma coisa acerca disso”, frisou Madhav Thambisetty, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.

O principal desafio que se coloca à investigação reside em “descobrir o que pode causar a doença de Alzheimer e perceber se é possível identificá-la antes de se instalar e, dessa forma, proporcionar aos pacientes uma oportunidade de tratamento eficaz”, destaca Thambisetty. A grande meta, de acordo com o responsável, “é criar um teste sanguíneo simples que possa eventualmente ser administrado num centro de saúde”. Apesar das expectativas serem animadoras, os responsáveis sublinham que são ainda necessários ensaios clínicos rigorosos.

A doença de Alzheimer afecta uma em cada 10 pessoas com idade acima dos 65 anos. Os testes de diagnóstico actualmente disponíveis incluem exames ao cérebro, realizados em hospitais, ou punções lombares que se tornam dolorosas e comportam efeitos secundários. As fases iniciais da doença são muito difíceis de diagnosticar e apesar de “existirem centenas de medicamentos em desenvolvimento”, os custos “são muito elevados e quase proibitivos mesmo para as maiores empresas farmacêuticas”, afirmou Thambisetty. Este factor torna ainda mais aliciante a nova descoberta. “Um exame ao sangue não invasivo para diagnosticar a doença de Alzheimer teria uma importância enorme”, afirma Clive Ballard, director do departamento de investigação da “Alzheimer's Society”. Até porque, “o diagnóstico precoce permite que as pessoas com demência se preparem a si e às suas carreiras para o futuro”, acrescentou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, News Post India, Telegraph.com.uk.

Farmacêuticos nem sempre decifram correctamente a receita
“Letra de médico” pode ser fatal


Um estudo recente de um grupo de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, aferiu que a chamada “letra de médico” (um tipo de escrita tradicionalmente pouco inteligível para o comum dos cidadãos que os profissionais usam na prescrição de medicamentos), aliada aos erros de transcrição e interpretação da intenção do clínico pelos farmacêuticos, são responsáveis por 61 por cento dos erros de medicação cometidos na rede de hospitais norte-americanos.

À luz do mesmo estudo, publicado no jornal «Health Services Research», os centros hospitalares que já estão dotados do sistema informático que permite a prescrição electrónica de medicamentos conseguiram uma diminuição de 66 por cento na prevalência daquele problema. Os autores da investigação acreditam que 25 por cento dos doentes hospitalares norte-americanos já foram, pelo menos uma vez, alvo de erros de medicação, que podem, em determinadas circunstâncias, produzir efeitos perniciosos bastante graves para os utentes dos serviços de saúde, já que são comuns os enganos em termos de substância, mas também a nível das quantidades administradas.
Em Portugal a prescrição electrónica está já numa fase relativamente avançada de implementação, sendo a indicação dos fármacos a ingerir feita com o recurso a um computador em grande parte das unidades hospitalares desde o início deste ano, quando aquele método de prescrição foi alargado a todo o Serviço Nacional de Saúde, composto por 89 hospitais e cerca de 360 centros de saúde e extensões locais dos mesmos.

Carla Teixeira
Fonte: Health Services Research
Projecto inovador de informação
Revista «FarmaSaúde» nas bancas em Janeiro

A Creativíssima, empresa especialista em marketing e comunicação nas áreas da Farmácia e da Saúde, vai editar, em Janeiro de 2008, o primeiro número da nova revista «FarmaSaúde», que pretende ser um guia informativo semestral sobre os serviços disponibilizados no sector a nível nacional.

Na sua primeira edição, a nova publicação será editada em nove distritos – Beja, Braga, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo, mas a breve trecho, segundo a empresa editora, deverá estar também disponível nos restantes distritos do território continental e nas regiões autónomas. A revista assume como objectivo principal tornar-se “o veículo de comunicação, divulgação e informação entre farmácias e diversos agentes de saúde e os cidadãos”, tarefa que será sempre complementada pelo site http://www.farmasaude.pt/.
Chamando a si a virtude de ser o único meio no País a oferecer uma compilação de todas as farmácias de Portugal Continental e das Ilhas “de uma forma simples e fácil de consultar, onde também pode pesquisar-se as farmácias de serviço, os diferentes serviços de saúde e urgências e os contactos de aconselhamento e apoio aos utentes”, o projecto deverá ainda disponibilizar notícias e vários artigos de opinião relacionados com as temáticas que cobre.

Carla Teixeira
Fonte: Criativíssima

Cancro da mama: Mutação nos genes BRCA não aumenta risco de mortalidade

A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 que, de acordo com o conhecimento generalizado dos cientistas, predispõe a mulher ao aparecimento de cancro da mama, diminuindo-lhe a oportunidade de vida, está a ser contestada por uma recente descoberta. Um novo estudo demonstrou que a taxa de mortalidade devido ao cancro da mama entre as mulheres israelitas Ashkenazi, que eram portadoras de uma variação nesses genes, não é diferente das que não possuem essa mutação.

A investigação, divulgada no “New England Journal of Medicine” vem desafiar o conhecimento geral ao afirmar que a presença ou de uma variação nos genes BRCA1 ou BRCA2 não influencia a taxa de sobrevivência 10 anos mais tarde. Todas as mulheres são portadoras destes genes à nascença, no entanto, uma alteração hereditária na sua composição é responsável por 5 a 10 por cento dos cancros da mama. Esta condição faz também com que o risco de desenvolver a doença durante a vida seja 3 a 7 vezes mais elevada nas mulheres portadoras de uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Por norma, isto verifica-se numa em cada 450 mulheres.

Porém, no caso das mulheres Ashkenazi, as estatísticas são mais elevadas, com cerca de uma em cada 40 mulheres a serem portadoras de uma mutação genética hereditária nesses genes e a desenvolverem cancro. Este facto faz com que a probabilidades de terem uma mutação esteja 10 vezes acima do normal. A elevada concentração de mulheres Ashkenazi em Israel levou Gad Rennert, do Centro Nacional de Controlo de Cancro, em Haifa, a realizar um estudo em 22 hospitais locais.

Depois de recolhido o ADN de 71 por cento do total de 2.514 mulheres envolvidas no estudo, e os registos médicos de 86 por cento das participantes, os investigadores observaram que 10 por cento das amostras eram portadoras de uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2. Ao analisarem a taxa de risco de mortalidade, os cientistas não detectaram uma diferença significativa entre as portadoras de variações genéticas naqueles genes e as não portadoras. “As taxas de morte especificamente relacionadas com o cancro da mama nas mulheres israelitas são semelhantes entre as portadoras de uma mutação nos genes BRCA e as não portadoras”, concluem os especialistas.

Segundo Rennert, “A maioria [das portadoras de BRCA] que desenvolvem cancro da mama vão sobreviver à doença. Essa é uma mensagem importante para as mulheres e para os médicos”. Actualmente, calcula-se que uma em cada 10 mulheres irá desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Na Europa, quase 20 por cento de todas as mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da mama.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Medical News Today, Roche.

Em doentes com cancro da mama operável e HER2
Herceptin ajuda a aumentar sobrevivência


O uso combinado do Herceptin (trastuzumab) com a quimioterapia reduz em 34 por cento a mortalidade entre as mulheres com cancro da mama, contribuindo também para um aumento de 38 por cento da sobrevivência com cura. São dados positivos que resultam de uma revisão de cinco ensaios clínicos, e que foram apresentados em Lugano, na Suíça, no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica.

Segundo a investigadora Issa Dahabreh, da Universidade de Atenas, a revisão dos cinco ensaios clínicos permitiu aferir que a combinação do recurso à quimioterapia com a utilização do Herceptin vem melhorar a sobrevivência entre as mulheres com cancro da mama operável que tenham tido resultado positivo nos testes à presença do HER2, o proto-gene responsável pela produção de uma proteína que tem papel regulador nas células saudáveis, mas que permite, perante um erro aleatório, levar ao surgimento de um cancro.
Issa Dahabreh considera que “estes resultados confirmam que a administração do trastuzumab em associação com a quimioterapia deveria ser a opção de primeira linha no tratamento das mulheres com aquele tipo de carcinoma, designadamente nas que sofrem de doenças cardiovasculares”. Uma convicção que se alicerça nos resultados do acompanhamento de mais de 13 mil mulheres, apesar de em vários outros estudos realizados com aquele fármaco algumas pacientes terem sofrido sérios efeitos colaterais.

Carla Teixeira
Fonte: El pais, Herceptin.com, Roche
Terapias hormonais prejudicam mulheres mais velhas
Risco acrescido de problemas cardíacos

As mulheres mais velhas, que há muito entraram na menopausa, deverão evitar o recurso a terapias hormonais com vista a prevenir doenças do coração. De acordo com um estudo publicado no «British Medical Journal», esses tratamentos só são adequados para alívio dos primeiros sintomas da menopausa, em mulheres mais novas.

Um estudo internacional que incidiu no acompanhamento de mulheres mais velhas confirmou dados recentes que apontavam para um risco acrescido naquela faixa da população do recurso a terapias de substituição hormonal. Os especialistas referem que o início de tratamentos hormonais em mulheres que estejam já na casa dos 60 anos “não é aconselhável”. JoAnn Manson, médica responsável pelo departamento de Medicina Preventiva da Escola Médica de Harvard, em Boston, que fez parte do estudo, explicou que, nessa população, aquele tipo de tratamentos pode mesmo ser prejudicial à saúde.
A especialista falava à margem de uma conferência sobre terapias hormonais, que durante muito tempo colheram, junto da comunidade médica, a convicção de que poderiam ajudar a proteger as mulheres das doenças crónicas, especialmente as de índole cardíaca. No entanto, um estudo divulgado em 2002 veio lançar o alarme entre os cientistas, ao relacionar as doenças do coração com aquelas terapias, que nessa altura foram abandonadas por milhões de mulheres em todo o mundo. Este novo estudo atesta que esses riscos são mais pronunciados nas mulheres que dão início aos tratamentos mais tardiamente, baseando-se nos dados da análise de mais de cinco mil pacientes na Grã-Bretanha, na Austrália e na Nova Zelândia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Reuters

Centros chineses de colheita de sangue vão ter vídeo vigilância

Depois de sucessivos escândalos, a China decretou a instalação de sistemas de vídeo vigilância em todos os centros de colheita de sangue do país, de forma a combater o mercado paralelo que a venda ilícita de sangue alimenta.

A ordem surge na sequência da prisão de seis pessoas, acusadas de aliciar, de forma ilegal, imigrantes a doar sangue, na província de Guangdong, no sul da China, e da ordem de encerramento de três clínicas, por falsificação dos registos de dadores.

O sistema de vídeo vigilância deverá estar pronto a funcionar em Outubro e é mais uma tentativa do governo chinês de reabilitar o mercado de sangue, que viu a sua credibilidade destruída na década de 90, com o escândalo da contaminação de milhares de pessoas com VIH/Sida, devido a transfusões com sangue não controlado e obtido de forma ilegal.

Mas os escândalos não reportam apenas à década de 90, pois em Junho deste ano, a autoridade chinesa de regulação alimentar e farmacológica, denunciou que em pelo menos 18 hospitais do Norte da China estava a ser utilizado plasma falso.

O governo chinês garante que vai estar alerta e que terá mão pesada para punir este tipo de corrupção, para que sirvam de exemplo, numa tentativa de limpar o nome da marca “made in China”.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

EFSA alerta para o potencial cancerígeno do corante E128

A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) tem-se mostrado preocupada com a utilização do corante E128, também conhecido como Encarnado 2G, em produtos alimentares, nomeadamente em salsichas e hambúrgueres, uma vez que testes de laboratório realizados em ratos, têm mostrado que existe potencial risco de cancro no consumo destes produtos.

O corante em causa tem sido autorizado na Europa para incorporação em salsichas e hamburgueres que tenham 4% a 6% de conteúdo em cereais ou vegetais, no entanto, os resultados dos testes levaram já o conselho de especialistas em aditivos que apoia tecnicamente a EFSA, a recomendar que o corante E128 não seja considerado seguro para consumo humano.

O corante E128 converte-se numa substância de consistência oleosa chamada anilina, durante o processo de digestão e assimilação. Durante os testes de laboratório, foi injectada anilina aos ratos, que acabaram por desenvolver tumores.

Os especialistas consideram que estes resultados não podem ser ignorados, pois mostram claramente o potencial carcinogénico da anilina.

A EFSA encontra-se neste momento a proceder à revisão e confirmação de provas sobre os riscos dos corantes alimentares e ontem foi a vez de o Parlamento Europeu aprovar, na generalidade, uma regulamentação que harmoniza e simplifica o recurso a aditivos pela indústria agro-alimentar, prevendo-se a reavaliação de cerca de 300 destas substâncias.

Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Termómetros e aparelhos de medição arterial com mercúrio

Proibição europeia não deve afectar Portugal

Portugal está preparado para acatar a proibição da utilização de mercúrio em aparelhos de medição arterial e termómetros, decretada terça-feira pelo Parlamento Europeu (ver artigo Parlamento Europeu proíbe uso de mercúrio em termómetros), pois há muito que os serviços do Estado deixaram de usar estes equipamentos, optando por substitutos sem mercúrio, bem como os estabelecimentos farmacêuticos, que deixaram de comercializar estes aparelhos desde o inicio de 2006.

A proibição europeia deve-se ao facto de o mercúrio ser um metal muito tóxico, que pode representar sérios riscos para a saúde pública e para o meio ambiente, e deverá representar uma diminuição anual de 33 toneladas nas emissões de mercúrio, de acordo com a estimativa da Comissão Europeia.

O Estado português começou a substituir, de forma gradual, os aparelhos de medição arterial e termómetros, seguindo uma "orientação nacional de há muitos anos", motivada por uma directiva comunitária, em vigor no direito interno português desde 1999, disse à Lusa o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Mário Durval, pelo que a proibição agora decretada não deverá afectar significativamente o país.

No entanto, os novos aparelhos sem mercúrio têm sido alvo de criticas e desconfiança, sendo frequentemente posta em causa a sua fiabilidade e rigor, já que grande parte dos aparelhos à venda no mercado nacional não possui qualquer certificação, o que dificulta a sua calibração.

Se para Mário Durval, os aparelhos que surgiram para substituir o mercúrio são "fidedignos", para o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Luís Martins, são duvidosos, nomeadamente os digitais, que apresentam falhas ao nível da calibração.

Para este especialista, "os aparelhos de pulso não prestam para nada" porque "não têm nenhuma fiabilidade". Os aparelhos de melhor qualidade são os de medição da pressão arterial no braço, porque medem a pressão na artéria branquial, sobre a qual recai a ciência em torno destas medições, explicou. Apesar da desconfiança, o presidente da SPH acredita que no futuro a tecnologia vai resolver a falta de rigor dos novos aparelhos.

Para além da classe médica, as criticas têm surgido também por parte da população mais idosa, que receia os novos termómetros e aparelhos de medição da pressão arterial, de acordo com uma ronda feita por farmácias fora do distrito de Lisboa.

"É muito difícil que os idosos aceitem os novos termómetros digitais", contou à Lusa a farmacêutica Ana Maria Rico da Farmácia Central, em Coimbra, contrariamente às gerações mais novas, que preferem os termómetros e aparelhos de medição digitais, por permitirem uma medição mais rápida.

Também a farmacêutica Mariana Paisana da Farmácia Silveira, em Beja, confirma que "há muita resistência nas pessoas mais idosas", no entanto há cerca de dois anos que esta farmácia não tem à venda aparelhos com mercúrio.

As farmácias começaram a evitar a comercialização de aparelhos com mercúrio na sequência do pedido do Infarmed - Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento - emitido em Maio de 2002, que pedia para que fosse evitado o uso e aquisição de termómetros de mercúrio. De acordo com o porta-voz deste organismo, actualmente já não há farmácias que tenham para venda aparelhos com mercúrio.~

Inês de Matos

Fonte: Lusa, RTP

Reavaliação do NICE recomenda Alimta para tratamento do mesotelioma

O Alimta, da Eli Lilly & Co., deverá ser financiado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido para uma forma de cancro do pulmão associado à exposição ao amianto.

Na sua avaliação final, o Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido recomendou que o Alimta (pemetrexed), da Eli Lilly, deve estar disponível no Serviço Nacional de Saúde para determinados pacientes com mesotelioma. A decisão foi tomada após a farmacêutica ter contestado a resolução original de Junho de 2006, de não recomendar o produto para esta situação devido a ser dispendioso.

O director de implementação do NICE, Gillian Leng, explicou que a avaliação inicial das provas sugeria que estas eram insuficientes para demonstrar que o fármaco era melhor do que outros menos dispendiosos. Contudo, Leng acrescentou que, durante o processo de reavaliação, ficou claro um número de factores significativos, o que, tomado em consideração, permitiu que o comité de avaliação independente recomendasse o Alimta como opção de tratamento para a maioria dos pacientes com mesotelioma.

Nas indicações revistas, o NICE recomenda que o Alimta fique disponível para pacientes com mesotelioma pleural maligno que conseguem executar as tarefas diárias, mas cujo cancro está avançado e para os quais a cirurgia não é considerada apropriada. O NICE não recomenda o Alimta para pacientes que estão demasiado doentes para tolerar quimioterapia adicional ao tratamento. As recomendações finais são esperadas para Setembro.

O director-geral da Lilly UK, Andrew Hotchkiss, acrescentou que a avaliação revista mostra que o NICE reconheceu os benefícios que o Alimta pode oferecer em termos de sobrevivência e qualidade de vida. A decisão significa que a maioria das pessoas com mesotelioma poderão agora obter pemetrexed através do Serviço Nacional de Saúde. Um tratamento com o fármaco custa em média 8.000 libras por paciente, quando combinado com o agente de quimioterapia cisplatina. A farmacêutica prevê que o Serviço Nacional de Saúde gaste entre 3,4 milhões e 5,7 milhões de libras por ano com o Alimta.

Mais informações relativas ao Alimta e suas aplicações podem ser consultadas no farmacia.com.pt, no artigo “ALIMTA® útil no tratamento do cancro do pulmão”, publicado no dia 03 de Junho.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, BBC News

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Abuso de medicamentos no Inverno prejudica visão

Conjuntivite alérgica predisposta à catarata e glaucoma, alerta oftalmologista

O abuso de medicamentos no Inverno prejudica a visão. Quem o diz é o oftalmologista do instituto brasileiro Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, que aponta os antibióticos e corticosteróides como os principais "vilões".

“O uso abusivo de antibióticos e corticosteróides pode causar graves problemas à saúde dos olhos porque mascara doenças. Uma conjuntivite alérgica ou viral, pode ficar predisposta à catarata e glaucoma, além de tornar o organismo resistente a outros medicamentos”, alertou Queiroz Neto.

Segundo o oftalmologista brasileiro, no Inverno a descida de humidade do ar duplica a incidência da síndrome do olho seco. “A menor produção da lágrima diminui a defesa dos olhos que ficam mais susceptíveis a contaminações das suas porções externas – córnea e conjuntiva”, explicou, considerando que “equacionado a isso, a cefaleia, febre, tosse, dor de garganta e doenças respiratórias típicas desta época do ano levam ao uso abusivo de antibióticos e corticosteróides, porque a maioria das pessoas não sabe distinguir reacções alérgicas da gripe de uma constipação que não chega a ser uma infecção.”

Principais vilões: antibióticos e corticosteróides

“O erro mais comum cometido por três em cada 10 pacientes é usar colírio antibiótico para tratar conjuntivite viral ou alérgica”, destacou Queiroz Neto, sustentando que “o tratamento de conjuntivite viral que, geralmente, dura 15 dias, chega a necessitar de três a quatro meses de acompanhamento médico, com a agravante de o antibiótico não fazer efeito e tornar a pessoa resistente ao fármaco.”

De acordo com o especialista, nos casos mais graves “o tratamento é feito com lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios hormonais ou não hormonais”, ressalvando que “não é só o uso tópico de antibióticos que cria barreiras para a acção dos princípios activos de antibióticos.”

De referir que, as alergias oculares também podem aparecer na forma mais branda de conjuntivite sazonal que, em geral, pode ser tratada com compressas geladas, desde que recomendadas por um oftalmologista.

O oftalmologista brasileiro reforçou ainda que a toma prolongada de grandes quantidades de antibiótico, - que, no caso dos olhos, é usado para combater a conjuntivite bacteriana - “pode complicar o tratamento de uma infecção ocular”, concretizando que, por norma, “as conjuntivites virais desaparecem em cinco dias como uma resposta natural do organismo que ganhou imunidade.”

Outra grave consequência do abuso de antibióticos e corticosteróides é alterar a defesa do organismo, apontou Queiroz Neto. Recorde-se que, o FARMACIA.COM.PT publicou, esta semana, uma reportagem sobre a resistência aos antibióticos.

Raquel Pacheco

Fonte: Revista Fator/BBC

GSK disponibiliza Atriance a preço simbólico

As críticas que recaíram sobre a indústria farmacêutica devido aos preços elevados dos medicamentos parecem começar a surtir efeito. A GlaxoSmithKline prepara-se para lançar no mercado da União Europeia (UE), ainda este ano, um fármaco para o tratamento do cancro que não deverá gerar quaisquer lucros, não só pela reduzida camada de doentes aos quais se dirige, mas também pelo preço reduzido que será cobrado.

O Atriance (nelarabina solução para infusão) vai ser disponibilizado aos cerca de 500 pacientes da UE que não responderam à quimioterapia, para tratar a Leucemia Linfoblástica Aguda de células T (LLA-T) e o Linfoma Linfoblástico das células T (LBL-T). Estas formas raras e difíceis de tratar da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e do Linfoma Linfoblástico (LBL) afectam com frequência a população infantil.

A farmacêutica britânica espera assim recompor a sua imagem face a algumas críticas de que os laboratórios estariam a colocar os lucros à frente dos cuidados com os pacientes. Em declarações ao Financial Times, Andrew Witty, presidente da divisão europeia da GSK, afirmou que o factor económico não deverá ser colocado, até porque, esta medida nunca foi encarada como uma oportunidade comercial. “Isto insere-se no nosso compromisso para assegurar o equilíbrio correcto entre a empresa e a sociedade”, salientou o responsável

O Atriance, lançado nos Estados Unidos da América como Arranon, foi recentemente aprovado pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA), depois de um ensaio clínico ter comprovado a sua eficácia. O fármaco recebeu o estatuto de medicamento órfão na Europa, em Junho de 2005. O tratamento com esta substância, que deve ser aplicada durante um ciclo de 21 um dias, custa cerca de 3.633 euros, um preço muito inferior ao cobrado regularmente pelos medicamentos órfãos.

Segundo adiantou Witty, o laboratório não pretende expandir a utilização do medicamento noutros tratamentos com o objectivo de fazer crescer as vendas. O responsável disse ainda que a GSK, empenhou-se, acima de tudo, em desenvolver fármacos de utilização limitada para satisfazer necessidades médicas que ainda não estão preenchidas, e conseguiu fazê-lo por possuir um portfolio alargado de substâncias em desenvolvimento.

Marta Bilro

Fonte: Market Watch, Financial Times.

Descoberta nova função genética em embriões

Investigação com mosca-da-fruta abre portas à compreensão do sistema nervoso humano

Cientistas espanhóis descobriram uma nova função genética entre as leis que regulam o desenvolvimento embrionário nos seres vivos. O grupo de investigadores acredita que a descoberta pode fornecer chaves para compreender melhor o sistema nervoso dos humanos.


A investigação - publicada no último número da revista «PLoS One» -combinou o trabalho de biólogos, físicos e matemáticos com o objectivo de moldar no computador uma asa da mosca-da-fruta (Drosophila melanogaster), para simular o funcionamento dos sistemas biológicos e entender o funcionamento de mecanismos internos.

Em declarações à Agência EFE, o biólogo Marco Milán, do Instituto de Pesquisa Biomédica, em Barcelona, explicou que “as asas da mosca são formadas a partir de um conjunto de células agrupadas em diferentes segmentos ou compartimentos que nunca se misturam, permitindo a construção simétrica das partes dorsal e ventral a partir de um limite ou de uma fronteira.”

O líder do grupo – em parceria com Javier Buceta, do Centro Especial de Pesquisa em Química Teórica – acrescentou que o processo de subdivisão em compartimentos “também acontece na formação do sistema nervoso central nos vertebrados, e os genes e formas de sinalização envolvidos se conservam tanto na Drosophila como nos vertebrados.”

Segundo Milán, não só os genes envolvidos na formação da ponta da asa da mosca são exactamente os mesmos que criam as bordas entre pontos adjacentes no sistema nervoso central dos vertebrados, mas também, é igual "a forma como eles falam".

Até à data, não havia um estudo sistemático que levasse em conta todos os elementos descritos. Neste sentido, os investigadores acreditam que o trabalho pode fornecer "chaves" para a compreensão de defeitos e "doenças humanas" nas quais o sistema central não foi formado perfeitamente. "Talvez algum dos genes com os quais trabalhamos seja o causador desses problemas", disse Milán.

"Uma vez modelada no computador uma asa de mosca, comprovamos que havia uma propriedade necessária para que o sistema fosse estável e que permitiu comprovar sua robustez", concluiu.


Raquel Pacheco

Fonte: EFE/«PLoS One»

Ventana considera oferta da Roche inadequada

A Ventana Medical Systems recusou a oferta pública de aquisição lançada pela farmacêutica Suíça Roche. A proposta, que tinha sido considerada hostil pela empresa norte americana, atingia os 2,2 mil milhões de euros.

O quadro de accionistas considerou que os 54,5 euros por acção, oferecidos da Roche, eram “inadequados em vários aspectos” e que subestimam o valor da empresa e as suas perspectivas no mercado dos testes de diagnóstico de cancro.

Ainda assim, de acordo com Pascale Boyer, analista da Bordier & Cie, “o negócio deverá ir em frente porque, provavelmente, a Roche deverá aumentar o preço”. O especialista considera que o laboratório suíço não está disposto a arriscar que a Ventana possa ser adquirida por outra empresa, principalmente porque é esta que produz um dos seus testes para avaliar a resposta dos pacientes ao fármaco Herceptin, utilizado no tratamento do cancro da mama.

O valor que a Roche pfereceu por cada acção da empresa norte-americana especializada em histopatologia, representa um prémio de 45 por cento face ao seu valor de fecho na sessão do dia 25 de Junho, altura em que a proposta foi anunciada. Na sequência desta recusa, as acções da Ventada registaram hoje uma quebra de cerca de 40 cêntimos, ou menos de 1 por cento, para os 57,87 euros no Nasdaq. Por sua vez, a Roche desvalorizou cerca de 78 cêntimos por acção, ou menos de 1 por cento, para os 130,9 euros na bolsa de Zurique.

O mercado de testes diagnósticos através de tecidos humanos cresce, actualmente, cerca de 10 por cento a cada ano e a Roche é já uma das maiores empresas de diagnóstico a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, Reuters.

Portugal recusou integrá-la no plano nacional de vacinação
Vacina contra o HPV financiada em França


A vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), agente causador do cancro do útero, vai ser financiada pelas autoridades francesas para as mulheres entre os 14 e os 23 anos. Mais de dois meses depois de o Alto Conselho para a Saúde Pública francês ter recomendado a imunização contra aquela doença, o governo anuncia a medida. Em Abril o governo português recusou incluir aquela vacina no Plano Nacional de Vacinação.

Na tentativa de travar a incidência daquele carcinoma e de prevenir as lesões cervicais cancerosas e os condilomas genitais, o conselho tinha preconizado a vacinação universal das meninas de 14 anos, contra os quatro tipos de vírus, e a possibilidade de inoculação das adolescentes e jovens entre os 15 e os 23 anos, antes de iniciarem a sua vida sexual ou no ano seguinte. Actualmente, o cancro do colo do útero é responsável pela morte de uma mulher a cada dois minutos à escala mundial – em Portugal são anualmente diagnosticados 900 casos e mais de 300 acabam por revelar-se mortais, à cadência de uma mulher por dia – e pela destruição da vida sexual, familiar e social das sobreviventes.
O ginecologista Joseph Monsonégo, do Instituto Alfred Fournier, com sede em Paris, considerou que a decisão de financiar aquela vacina “reflecte o elevado interesse público na prevenção, não só do cancro do colo do útero, mas também de outras doenças genitais”, congratulando-se com a medida. Até ao momento só nove países europeus – Áustria, Alemanha, Itália, França, Noruega, Luxemburgo, Bélgica, Suíça e Reino Unido – recomendaram a vacinação universal de jovens pré-adolescentes.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa

Eli Lilly distinguida por criar parceria contra a tuberculose

A farmacêutica Eli Lilly foi condecorada em consequência da criação e implementação de uma parceria global com vista ao tratamento da tuberculose multi-resistente e tuberculose resistente a fármacos. Os Global Business Coalition's Awards homenageiam o contributo dos negócios na luta global contra o HIV/Sida, a tuberculose e a malária.

O laboratório norte-americano disponibilizou, em 2003, um investimento inicial no valor de 50,8 milhões de euros para dar inicio à “MDB-TB Partnership” e financiar uma estratégia para aumentar o fornecimento de medicamentos eficazes para o tratamento da doença. Em Março, a empresa investiu mais 36,3 milhões de euros nesta parceria, que hoje se transformou numa aliança internacional na qual figuram 14 instituições públicas e privadas, organizações humanitárias, instituições académicas e associações profissionais de saúde.

Sidney Taurel, presidente e director executivo da empresa, salientou que a Lilly se sente “honrada por figurar entre as organizações reconhecidas pelo Global Business Coalition” e por partilhar esta distinção “com a aliança internacional de organizações que se juntaram à luta para parar a propagação da doença”. Através dos esforços colectivos, “estamos empenhados em providenciar os recursos globais necessários para melhorar a prevenção e tratamento de pacientes que sofrem desta doença mortal”, acrescentou o responsável.

Recorde-se que, em Junho, a Eli Lilly anunciou a criação de uma parceria, de fundos públicos e privados, que deverá conduzir a uma fase preliminar de pesquisa de novos fármacos urgentes no tratamento da tuberculose, onde se incluem as novas estirpes resistentes. O projecto, que envolve um investimento de cerca de 11 milhões de euros num prazo de cinco anos prevê a criação de uma estrutura de pesquisa não lucrativa sedeada em Seattle, que irá utilizar recursos de algumas das mais importantes organizações e investigadores nacionais de doenças infecciosas e tuberculose.

A tuberculose é uma das maiores pandemias mundiais, uma doença de proporções globais que mata uma pessoa a cada 20 segundos. Mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo são portadores de uma das estirpes de tuberculose e milhões morrem todos os anos. A Organização Mundial de Saúde estima que, em média, um paciente com tuberculose resistente a fármacos infecte mais de 20 pessoas durante a sua vida.

Marta Bilro

Fonte: Express Pharma

Genentech associa-se à Tercica para desenvolver novos fármacos

A empresa de biotecnologia Tercica assinou um acordo com a norte-americana Genentech com o objectivo de combinar medicamentos já existentes no mercado, de forma a dar origem a novos produtos mais eficazes no tratamento de distúrbios hormonais.

O Intelex, um recombinante do factor 1 de crescimento do tipo da insulina, produzido pela Tercica, e o Nutropin, da Genentech, um recombinante da hormona de crescimento humana, deverão ser associados para desenvolver tratamentos para as perturbações de crescimento e perturbações metabólicas. A Trecica fica responsável por financiar e conduzir o desenvolvimento dos dois produtos que deverão resultar numa única injecção diária.

A segunda maior empresa de biotecnologia a nível mundial deverá entregar à Tercica cerca de 38,4 milhões de euros em pagamentos de equidade, direitos de opção e custos de reembolso de desenvolvimento e investigação. A Genentech vai ainda despender de 2,9 milhões de euros para se apoderar de 708.591 acções do stock comum da Tercica.

A empresa de biotecnologia australiana está dependente das instruções da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drug Administration - FDA), para poder iniciar, em 2008, os ensaios clínicos de fase II, tal como está planeado. Este primeiro estudo deverá avaliar a combinação dos produtos para o tratamento de pacientes com níveis reduzidos da proteína IGF-1 e baixa estatura não associada a um crescimento hormonal deficitário. Será também realizada uma segunda associação de fármacos para os doentes adultos com uma deficiência na hormona de crescimento.

De acordo com John Scarlett, director-executivo da Tercica, o acordo baseou-se em estudos pré-clínicos que sugeriram que a acção do Increlex e do Nutropin é mais eficaz quando os fármacos são associados do que quando são administrados em separado.

Marta Bilro

Fonte: Business Times, The Street, Reuters.

Antibióticos não previnem infecções do tracto urinário em crianças

A administração de antibióticos a crianças que sofrem de infecções recorrentes do tracto urinário não previne o seu aparecimento e pode aumentar o risco de resistência dos doentes a esses medicamentos. Um estudo publicado do “Journal of the American Medical Association” diz mesmo que a toma de antibióticos profiláticos nestas condições aumenta 7,5 vezes o risco de resistência.

Os especialistas são da opinião que os médicos devem esclarecer os pais acerca dos benefícios, mas também das desvantagens, inerentes à utilização de antibióticos para prevenir a infecção urinária recorrente nas crianças, antes de lhes prescreverem o tratamento. Alguns pediatras mostraram-se satisfeitos com a descoberta porque, dizem, poderá acabar por melhorar a prática actual. “É uma óptima notícia para nós porque muitas crianças tomam antibióticos durante demasiado tempo, podendo tornar-se resistentes, o que tem sido um problema crescente”, afirmou Fabienne Wheeler, pediatra no Centro Hospitalar Northern Westchester, em Mount Kisco, Nova Iorque.

Cerca de 3 a 7 por cento das raparigas abaixo dos 6 anos de idade, e 1 a 2 por cento dos rapazes nessa faixa etária, têm a primeira infecção do tracto urinário (ITU) por volta dos 6 anos, o que representa mais de 180 mil crianças todos os anos. A Academia Americana de Pediatria recomenda que, como parte do tratamento e diagnóstico, seja realizado um estudo imagiológico para avaliar a presença e intensidade de refluxo vesico-ureteral, já que 30 a 40 por cento das crianças com ITU apresentam uma alteração nesse refluxo. Caso se confirme a existência desta condição, por norma, é recomendado o tratamento diário com antibióticos numa tentativa de prevenir futuras ITU.

Esta nova investigação sugere que não existem provas suficientes de que a presença de refluxo vesico-ureteral represente um factor de risco das infecções urinárias recorrentes. Para levar a cabo esta pesquisa, os cientistas observaram 611 crianças, menores de seis anos de idade, que já tinham tido a primeira ITU, e 83 crianças que sofriam de infecções urinárias recorrentes. Os resultados deram a conhecer vários factores associados a um aumento de desenvolver infecções urinárias recorrentes, entre os quais o facto de ser caucasiano, que quase duplica a probabilidade; ter entre 3 e 4 anos de idade, o que triplica o risco; ter entre os 4 e os 5 anos, o que duplica 2,5 vezes o risco; ou ter um nível de refluxo vesico-ureteral entre o 4 e o 5, situação que aumenta quatro vezes a probabilidade.

Por sua vez, a ingestão de uma dose preventiva de antibióticos não foi associada a uma diminuição do risco de infecções urinárias recorrentes. Nesse sentido, Patrick H. Conway, o principal responsável pelo estudo, recomenda que os riscos e benefícios dos antibióticos sejam discutidos com as famílias para que estas “decidam se devem ser administrados antibióticos diariamente ou apenas vigiados os sintomas”. Para além disso, o especialista espera que este estudo possa ser tido em conta pela Academia Americana de Pediatria para que esta reveja as suas recomendações.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Ivanhoe, Associated Content, Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral.