terça-feira, 24 de julho de 2007

Prometidas novidades para um encontro científico em Agosto
Cientistas brasileiros estudam vacina para a sida


Edécio Cunha Neto, um investigador brasileiro da Universidade de São Paulo que lidera uma equipa de cientistas que tem conseguido resultados muito promissores no que respeita à possibilidade de, a breve trecho, desenvolver uma vacina contra a sida, vai estar presente no XIII Congresso Internacional de Imunologia, agendado para os dias 21 a 25 de Agosto no Rio de Janeiro, onde vai apresentar novidades sobre o assunto.

No encontro, que deverá reunir cerca de cinco mil especialistas ligados à pesquisa do vírus da imunodeficiência adquirida, Edécio Cunha Neto deverá reiterar o que já disse publicamente noutras ocasiões: “Embora a resposta global ideal para a epidemia de VIH/sida inclua factores como a educação, a prevenção e o tratamento dos casos já diagnosticados”, há diversas circunstâncias sócio-culturais e de custo que limitam a eficácia daquela estratégia. Por isso, de acordo com aquele perito, “a única forma de travar a proliferação da doença é o desenvolvimento de uma vacina preventiva segura, estável e de custo reduzido”.
O desenvolvimento de uma imunização eficaz em todas as regiões do mundo é, por isso, “uma prioridade global”, mas a variabilidade genética do vírus constitui ainda o principal obstáculo à obtenção de uma vacina, visto que o VIH assume mutações e ganha resistência aos medicamentos que vão sendo desenvolvidos com o objectivo de pôr fim à incidência e mortalidade daquela epidemia, que se assume já como a maior crise de saúde pública a nível mundial desde a medieval peste negra. Com 40 milhões de indivíduos infectados e mais de 20 milhões na contagem dos mortos, a sida é diariamente contraída por 15 mil pessoas.
A vacina ideal deveria demonstrar capacidade para gerar anticorpos contra o vírus, que agiriam nas mucosas genital e anal, onde tem origem a maior parte dos casos de contágio, neutralizando o VIH de modo a impedir a sua entrada e progressão no organismo e, por essa via, a impossibilitar a infecção das células. Numa altura em que esse tipo de imunização permanece ainda muito longe da realidade, os peritos têm concentrado esforços na elaboração de vacinas que controlem a multiplicação do vírus e desacelerem a disseminação da doença. Mesmo sem impedir a infecção, uma vacina deste tipo já constituiria um grande passo em termos de saúde pública.

Sida em Portugal
No nosso país o primeiro caso de sida foi diagnosticado em 1983 no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, num homem que se encontrava já em fase terminal da doença. A OnuSida estima a existência de 42 mil infectados em Portugal, que detém a mais elevada taxa de diagnósticos de sida da Europa. O volume de casos notificados até ao dia 31 de Dezembro de 2005 era de 28370, dos quais 46,1 por cento utilizavam drogas por via endovenosa, 36,3 por cento tinham sido contagiados em relações heterossexuais desprotegidas, 11,7 por cento através de transmissão homossexual masculina, e 5,9 por cento pelas restantes formas de transmissão. Até ao final de 2005 morreram 7399 pessoas com infecção por VIH em Portugal.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal do Brasil, BBC, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
Purdue Pharma foi condenada a pagar 634,5 milhões de dólares
Publicidade enganosa com medicamentos


A empresa farmacêutica Purdue Pharma, que fabrica e comercializa o OxyContin, e três dos seus quadros executivos, foi condenada em tribunal a pagar uma multa de 634,5 milhões de dólares americanos por ter enganado os consumidores ao afirmar na rotulagem daquele analgésico que ele seria menos viciante do que os fármacos de marcas concorrentes.

Fontes judiciais informaram que o ex-presidente da empresa, o advogado principal e outro antigo quadro executivo, que em Maio passado se declararam culpados das acusações, foram condenados ao pagamento daquele montante, tendo igualmente sido decidido que o laboratório farmacêutico terá de ser vigiado durante cinco anos, e que os três arguidos terão de prestar 400 horas de trabalho comunitário vinculado à prevenção do consumo de medicamentos que causem dependência.
A multa foi estipulada na parte final de uma audiência de cerca de cinco horas em que foram lidos os testemunhos de pessoas que afirmaram ter visto a sua vida ser prejudicada pelo consumo daquele produto, que segundo disseram terá um efeito semelhante ao da heroína. Números da Direcção Americana Anti-Drogas referem a ocorrência, no período compreendido entre 1996 e 2001, do quíntuplo das mortes associadas ao consumo de OxyContin, acrescentando que o medicamento já terá provocado a morte de 146 norte-americanos, sendo também responsável por danos na saúde de outras 318 pessoas.

Carla Teixeira
Fonte: Agência JB
No tratamento de doentes com sida em falha terapêutica
Darunavir é mais eficaz do que o lopinavir

O anti-retroviral darunavir revelou ser mais eficaz do que o lopinavir no tratamento de doentes com sida em situação de falha terapêutica. Um estudo desenvolvido por cientistas do Centro de Referência em Doenças Sexualmente Transmissíveis/Sida de São Paulo aferiu que o darunavir, aprovado em Junho no Brasil, e que em breve deverá ser disponibilizado no mercado, permitiu reduzir a carga viral dos doentes em que foi testado.

Segundo José Valdez Madruga, investigador que conduziu o estudo que comparou os dois fármacos, que ao longo de 48 semanas acompanhou 595 pacientes, houve mais doentes no grupo tratado com darunavir a conseguir baixar significativamente a sua carga viral, com menos efeitos colaterais do que os mais diagnosticados nos pacientes tratados com o lopinavir: 31 por cento dos doentes do primeiro grupo tiveram problemas de diarreia após a toma do medicamento, enquanto no segundo grupo foram 41 por cento os casos em que aquele efeito secundário se manifestou. “O único efeito colateral superior mais presente no darunavir foi a alergia de pele”, explicou o investigador, referindo que 16 por cento dos doentes que usaram o novo medicamento apresentaram aquele problema.
Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, o darunavir é a mais recente esperança dos doentes com sida, mas em Portugal ainda não tem a autorização do Infarmed para entrar no mercado. O fármaco, que se destina exclusivamente a ser usado em meio hospitalar, tem revelado sucesso no combate ao VIH2, mas o Estado português argumenta não ter ainda dados conclusivos dessa efectividade, pelo que ainda não autorizou a sua utilização em seres humanos.

Carla Teixeira
Fonte: Agência de Notícias da Sida, jornal «24 Horas»

Imigração traz de volta a lepra

Em 2006 o número de casos duplicou em relação ao ano anterior

Portugal registou no ano passado 16 casos de lepra, o dobro do ano anterior em que tinham sido detectados apenas sete, segundo dados oficiais da Direcção-Geral de Saúde. A maior incidência da doença deve-se à imigração, pessoas que chegam a Portugal provenientes de países fortemente afectados pela lepra, também denominada por doença de Hansen.

De acordo com as estatísticas das doenças de declaração obrigatória, divulgadas hoje pela OMS, o elevado número de casos de lepra detectados em 2006 corresponde à totalidade de casos identificados entre 2002 e 2005, período em que também se verificou um forte aumento da imigração oriunda da Ásia, África e América Latina.

O director do Serviço de Dermatologia do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, Jorge Cardoso, explica que estes “são casos importados. Tem a ver com a imigração de pessoas, nomeadamente do Brasil e África, onde a doença é endémica”.

Segundo a Associação Portuguesa Mãos Unidas, que apoia os doentes com lepra, os 12 países mais atingidos são: Brasil, Índia, Guiné-Bissau, Moçambique, Madagáscar, Nepal, Níger, Bangladesh, República Centro Africana e República Democrática do Congo.

Os tratamentos com antibióticos tornam a doença controlável podendo mesmo curá-la, mas os medicamentos têm de ser administrados por longos períodos de tempo e, nalguns casos, para o resto da vida do doente.

A Associação Mãos Unidas acredita que cada vez mais é possível curar os doentes com lepra, pois ao longo de 15 anos contabilizam-se já mais de 10 milhões de doentes curados. Ao contrário do que se possa pensar a lepra nem sempre exige o isolamento do doente, o que acontece apenas na sua forma mais grave, apesar de existirem ainda muitos países que continuam a recorrer a este método em todos os casos de lepra.

A lepra é uma doença infecciosa causada por uma bactéria que atinge mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo. Nos casos mais graves, os doentes podem ficar completamente desfigurados e sem um tratamento adequado, leva à morte.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Compostos fotodinâmicos activados por laser para o tratamento do cancro em desenvolvimento

A Theralase Technologies Inc. anunciou que entrou num acordo com a University Health Network (UHN) e com o Center Of Excellence for Photonics do Ontario Centres of Excellence (OCE), para expandir em conjunto a pesquisa e o desenvolvimento dos componentes fotodinâmicos patenteados (PDC, sigla em inglês) da companhia, que são activados por tecnologia laser de biofeedback super-pulsed, o TLC-3000 PDC, que poderá ser utilizado no tratamento do cancro.

A Theralase desenha, desenvolve e fabrica tecnologia laser super-pulsed patenteada que é utilizada num amplo leque de aplicações clínicas de bio-estimulação e bio-destruição. A plataforma tecnológica da Theralase aponta para diversos sectores da saúde: em primeiro lugar, para controlar a dor de forma não invasiva, e terapia clínica, em centenas de doenças neuro-musculares e esquelético-musculares, incluindo artrite; em segundo, para bio-estimular e acelerar o tratamento de feridas e cicatrização, incluindo regeneração óssea pós-fractura e doenças osteoartríticas e, por último, combinando compostos fotodinâmicos com tecnologia laser biofeedback super-pulsed para atacar especificamente cancros seleccionados, bactérias, vírus e células adiposas.

O presidente da Theralase Technologies Inc., Roger White, afirmou que este é um marco significativo para a companhia, que posteriormente irá expandir a pesquisa e o desenvolvimento dos compostos fotodinâmicos combinados e da tecnologia laser para a destruição selectiva de cancros, bactérias, vírus e células adiposas. As aplicações clínicas desta tecnologia, caso seja bem sucedida, poderão ter um impacto significativo numa das doenças mais devastadoras dos nossos tempos.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Cabra produz “antídoto” contra gases mortais

Medicamento em estudo da PharmAthene recebeu fundos do Departamento de Defesa americano

Cabras modificadas geneticamente podem produzir um antídoto no leite que protege contra os efeitos mortais de gases nervosos, como o sarin e o VX. A descoberta - que os cientistas acreditam ser uma protecção para soldados em cenário de guerra - foi publicada na revista científica «Proceedings of the National Academy of Sciences», nos Estados Unidos.

De acordo com a publicação, o Departamento de Defesa do governo americano está a patrocinar as investigações conduzidas pela empresa PharmAthene, que desenvolve a experiência com as cabras.

As autoridades esperam que o “antídoto” que será produzido a partir da enzima butirilcolinesterase - obtida em grandes quantidades no leite de cabras modificadas geneticamente -, possa proteger soldados contra a exposição a agentes nervosos nos campos de batalha.

Segundo relatam os cientistas no artigo publicado, “a enzima butirilcolinesterase é produzida em baixas quantidades pelo organismo humano.” Os investigadores explicam que, durante a experiência, “o gene humano foi incorporado pela sequência de ADN da cabra”, sublinhando que os caprinos resultantes da experiência, todos saudáveis, produziram grandes quantidades da enzima no seu leite.

“Até agora, as cabras modificadas geneticamente produziram quase 15 quilos do antídoto”, salientaram, reforçando que “na cabra, podemos obter entre dois ou três gramas por litro."

Protexia

Langermann, autor da investigação, considera que o “antídoto”, baptizado com o nome comercial de Protexia, será mais eficiente do que a combinação dos actuais, atropina e 2-PAM utilizados, actualmente, por soldados para a prevenir a acção dos gases nervosos.

"As substâncias actuais são eliminadas pelo organismo rapidamente, mas mesmo que o soldado sobreviva, vai sofrer graves danos neurológicos", advertiu, frisando que "com Protexia, ele sobrevive e ainda poderá retornar ao campo de batalha."

No entanto, apesar da ventilada “eficiência”, para entrar em uso, o novo medicamento tem ainda de passar por testes de segurança e ter a aprovação do governo americano.

De referir que, os agentes como o gás sarin fazem parte do grupo de organofosforados, substâncias que podem ser utilizadas na fabricação de armas químicas. Em contacto com o organismo, os gases afectam o sistema nervoso, provocando convulsões, paralisia no sistema circulatório e nos pulmões, podendo causar a morte.

Raquel Pacheco
Fonte: BBC/www.pharmathene.com/protexia

Sida: Circuncisão pode evitar contágio de milhões

VIH: Novos tratamentos em foco na Austrália

A prática da circuncisão masculina como método para reduzir o risco de transmissão da sida pode evitar o contágio de milhões de pessoas. A conclusão foi apresentada, ontem, durante a Conferência sobre Patogénese e Tratamento e Prevenção do VIH que está a decorrer, em Sidney (Austrália) e que, também, avançou novas estratégias de tratamento da doença.

Segundo garantiu o professor de Epidemiologia da Universidade de Illinois (Estados Unidos), Robert Bailey, a circuncisão reduz a transmissão do VIH em 60%. O especialista esclareceu que suas conclusões se baseiam em 45 estudos com testes clínicos e várias pesquisas biológicas.

O especialista americano – que realizou trabalhos sobre circuncisão em Uganda, Quênia, Malawi, Zâmbia e Estados Unidos - informou que a circuncisão foi considerada, pela primeira vez, no âmbito científico como uma técnica preventiva para a sida, há já 24 anos, e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a medida somente, em Março.

Apesar de se tratar de uma prática originária do Egipto (que data do ano 2.300 a.C.), e praticada em 67% dos homens na África, em muitos países deste continente, com a maior incidência da sida, há uma forte oposição por motivos culturais e religiosos.

“É preciso passar da pesquisa às políticas, é necessário que a circuncisão possa ser praticada de forma segura e que eticamente não seja discriminatória”, defendeu Bailey.

Segundo adiantou o professor, apesar dos receios das mulheres face às possíveis reacções dos homens à prática, “foram realizados diversos estudos que indicam que elas são as primeiras a relacionar a circuncisão com higiene.” Bailey afirmou que serão elas que, como mães, deverão decidir a circuncisão dos filhos, de preferência imediatamente após o nascimento.

Novos tratamentos: tradicionais e inovadores

Sidney também foi palco da apresentação de novas estratégias de tratamento da sida que combinam medicamentos tradicionais, como os inibidores, e tratamentos genéticos inovadores.

John Rossi, professor de biologia molecular americano, abordou o sistema de alteração genética para conter a multiplicação do vírus. O estudo no qual trabalha começou com a identificação de três inibidores de genes baseados em ácidos ribonucléicos (chamados RNA, que são macromoléculas encarregadas de mediar a transferência de informação) que inibem a propagação do VIH.

A equipa de investigadores de Rossi espera que esta tripla combinação iniba a infecção pelo VIH, sendo que, o método já começou a ser testado em doentes.

"Os novos inibidores CCR-5, NRTIs, TMC 125 e TMC 278 podem melhorar a vida dos doentes com sida", sublinhou também o diretor das unidades de Doenças Infecciosas e Sida do Hospital de Barcelona.

José Gatell explicou que estes inibidores “não causam a chamada 'lipoatrofia' - perda de gordura subcutânea que dá um aspecto doentio às pessoas em tratamento -, e outras alterações do metabolismo das gorduras que provocam problemas secundários, como os acidentes vasculares.

“É um momento muito emocionante em matéria de desenvolvimento de novos medicamentos, temos novas fórmulas de fármacos que já existiam, mas também temos novos tipos. Os doentes e médicos agora têm um rol de possibilidades muito mais amplo”, concretizou o co-presidente da conferência considerada a mais importante do mundo na área, e que termina amanhã, na Austrália.

Raltegravir mais eficaz do que Efavirenz

Durante a IV Conferência Internacional de Patogénese, Tratamento e Prevenção do VIH foi ainda apresentado um estudo norte-americano que indica que o Raltegravir (novo anti-retroviral produzido pela Merck Sharpe & Dohme) – quando combinado com outros - apresenta menos efeitos colaterais do que o Efavirenz.

De acordo com Martin Markowitz, investigador da pesquisa e diretor-clínico da Aaron Diamond Aids Research (Estados Unidos), a utilização deste fármaco - que está no fim da fase II – em terapia combinada produz um efeito parecido com o Efavirenz, porém com o mínimo de efeitos adversos.

“Num estudo efectuado a longo-prazo (48 semanas) a combinação do raltegravir com o tenofovir e a lamivudina demonstrou ser eficaz no aumento de células CD4 (de 144 para 221), sem efeito adverso no colesterol baixo (LDL) e triglicerídeos”, explicou Martin Markowitz em Sidney.

Estas conclusões divulgadas, na Autrália, contrariam as apresentadas no ano passado, na Conferência Internacional de Aids, em Toronto, Canadá, quando a pesquisa tinha 24 semanas.

Raquel Pacheco

Fonte: Agência EFE/Rodrigo Vasconcellos (em Sidney)

“Vencer o tabu do tabaco” é tema de debate no GaiaShopping

No âmbito do projecto “Saúde Centro”, a FNAC do GaiaShopping recebe amanhã (25 de Julho), às 18:00 horas, um debate subordinado ao tema “Vencer o tabu do cancro”. Na mesma ocasião serão apresentados os resultados do estudo sobre o grau de conhecimento, percepções e comportamentos da população do grande Porto face às doenças oncológicas.

A iniciativa surge na sequência da semana da oncologia, uma iniciativa da Sonae Sierra desenvolvida em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Oncologia, em parceria com Novartis Oncology, que decorreu, entre os dias 10 e 16 de Julho, no Espaço “Saúde no Centro”, no GaiaShopping. Durante sete dias realizaram-se acções formativas e informativas sobre a patologia em causa e foi lançado o desafio à população residente do grande Porto para a elaboração de inquéritos, com a finalidade de verificar o grau de conhecimento sobre o cancro.

O evento conta com a presença de Paulo Valentim, director do GaiaShopping, Victor Cavaco, sociólogo da empresa SPIRITUC e responsável pela análise do inquérito, Helena Gervásio, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia e Nuno Costa medical advisor da Novartis Oncology.

Marta Bilro

Fonte: e-mail do farmácia-press

Antidepressivos: prescrição para crianças quadruplicou

Médicos britânicos receitaram mais de 630 mil medicamentos em 2006

De acordo com dados oficiais, em 2006, os médicos britânicos prescreveram mais de 630 mil antidepressivos para jovens diagnosticados com doenças mentais ou depressão. O número deste tipo de medicamentos receitados para crianças (menores de 16 anos) quadruplicou, nos últimos dez anos, na Grã-Bretanha.

Os dados foram obtidos por David Laws, um deputado do Partido Liberal Democrata que lida com temas ligados à infância. Segundo apurou o responsável, a quantia excede em muito a média de antidepressivos recomendados pelos médicos do país para jovens em meados dos anos 90, sendo que, naquela época, a quantidade era de, aproximadamente, 146 mil por ano.

De acordo com uma reportagem publicada, ontem, no jornal «Daily Telegraph», uma menina de quatro anos tornou-se na mais jovem do país a ser medicada com antidepressivos. Segundo informa o «DT», a menina passou a sentir-se mal e a chorar quando foi enviada para o novo colégio. Neste sentido, a publicação britânica conta que os pais levaram a criança a um médico (com mais de 20 anos de prática) que receitou o uso de antidepressivos.

Ainda segundo aquele diário, o médico defendeu a sua acção, afirmando concordar que tal prática é ''pouco comum, mas não sem precedentes.'' ''Nós primeiro tentamos uma série de uma série de terapias psicológicas, mas não descartamos o uso de antidepressivos nem por uma criança de quatro anos'', terá sustentado o especialista.

Para o deputado David Laws, o facto de este tipo de medicamento ser indicado para crianças em idade escolar é um tema “de grande preocupação”, revelando que, segundo os dados que recolheu, no ano passado, no Reino Unido, “em cerca de 31 milhões de receitas constava a prescrição de antidepressivos para pessoas de todas as idades.” Esta taxa representa um aumento de seis por cento em relação ao ano anterior.

Entretanto, Mayur Lakhani, presidente do principal órgão britânico de clínicos gerais, - o Royal College of General Practicioners - defendeu que ''os médicos receitam antidepressivos apenas após uma cuidadosa avaliação da condição do paciente.''

Portugal segue aviso europeu

Recorde-se que, a relação entre os antidepressivos e o suicídio nas crianças e jovens levou a Autoridade Europeia do Medicamento a recomendar, em 2005, a não utilização, ou seja, a não prescrição destes fármacos nesta faixa etária, aviso que está a ser seguido em Portugal.

Na altura, o alerta não surpreendeu alguns pedopsiquiatras, que garantiram a "segurança" dos fármacos, "desde que seja dado o devido acompanhamento." Os especialistas consideraram que, em Portugal, "há um abuso" na prescrição de psicofármacos nestes jovens, baseado numa "confiança excessiva e injustificada."

No entanto, um novo estudo sobre os efeitos dos antidepressivos em jovens com comportamentos suicidas - divulgado este mês pelo Farmacia.com.pt - sugere que aqueles que recorrem ao tratamento correm menos riscos de tentar suicidar-se do que aqueles que não tomam quaisquer antidepressivos.

Consumo aumentou 65%

Recentemente, um outro relatório - divulgado pelo Alto-Comissariado da Saúde e que teve em conta o período compreendido entre 2001 e 2005 - revelou que os portugueses consomem cada vez mais antidepressivos. Só nos últimos cinco anos, o consumo destes medicamentos aumentou 65 por cento.

"A caixa milagrosa que tira a tristeza", é assim que um técnico farmacêutico descreve os antidepressivos, corroborando da tendência crescente. "Como dizem os americanos, é a vitamina da alegria", disse ao JN, acrescentando que muitos destes medicamentos causam dependência logo à terceira semana. "As pessoas sentem-se melhor, mais alegres e desinibidas, mas há muita gente dependente", considerou o técnico, advertindo para o maior problema deste consumo, "mais expressivo nas componentes fluoxetina - e, no caso dos ansiolíticos, alprazolam, do Xanax, e lorazepan, do Lexotan e Lorenin - a dependência."

Raquel Pacheco

Fonte: BBCNews/«Daily Telegraph»/Psicologia.com.pt/JN/Ministério da Saúde

Anti-inflamatórios não esteróides reduzem risco de cancro colorretal

Os anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina, permitem reduzir o risco de cancro colorrectal revela um estudo realizado com pacientes da Medicare. No entanto, antes desta terapia preventiva poder ser utilizada são necessários fármacos mais seguros, referem os especialistas.

“Esta é uma boa notícia para as pessoas que tomam regularmente medicamentos anti-inflamatórios não esteróides para a osteoartrite”, notou Elizabeth Lamont, do Centro de Cancro do Hospital Central do Massachussets e a principal autora do estudo. Embora estejam sujeitos a riscos de hemorragias ou lesões renais provocadas por esta terapia, “provavelmente correm um risco inferior de desenvolver cancro colorretal”, acrescentou.

Ensaios clínicos aleatórios já tinham demonstrado anteriormente que o tratamento com medicamentos anti-inflamatórios não esteróides actuava na prevenção do desenvolvimento de pólipos colorretais pré-cancerígenos, porém a eficácia desta terapia na redução dos riscos de desenvolver cancro colorretal invasivo ainda não tinha sido confirmada. Essas investigações utilizaram doses reduzidas de aspirina e não detectaram diferenças significativas nos níveis de cancro colorretal entre esses pacientes e os que ingeriram um placebo. Vários estudos de observação demonstraram um efeito protector destes fármacos relativamente ao cancro colorrectal, mas a interpretação de alguns desses resultados pode ter sido deturpada por outros comportamentos saudáveis dos pacientes.

“O ideal seria realizar um ensaio clínico aleatório – no qual metade dos pacientes recebessem anti-inflamatórios não esteróides em doses mais elevadas do que as utilizadas em estudos anteriores e a outra metade recebesse placebos – em dois grupos que seriam vigiados quanto à presença de vestígios de cancro durante vários anos” considera Lamont. Porém, essas investigações são dispendiosas, demoradas e poderiam representar sérios riscos para a saúde dos participantes. Foi por isso que a equipa de investigadores resolveu “aproveitar a experimentação natural comparando os dados de pacientes que regularmente tomam grandes quantidades desses medicamentos, com os de outros que ingerem doses reduzidas, de forma a avaliar qualquer efeito no risco de desenvolver cancro colorretal”, explicou a orientadora do estudo.

De acordo com os resultados da pesquisa publicados na edição de Agosto do “Journal of General Internal Medicine”, os riscos inerentes às dosagens destes medicamentos destinadas ao tratamento da osteoratrite, levam os investigadores a desaconselhar que as substâncias anti-inflamatórias não esteróides, disponíveis actualmente, sejam utilizadas unicamente para prevenir o cancro. Ainda assim, o sucesso dos resultados leva os cientistas a afirmarem que é “necessária mais investigação para identificar anti-inflamatórios não esteróides que sejam suficientemente seguros para uso regular enquanto terapia preventiva”.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Science Daily.

FDA quer mais informações sobre Pristiq no tratamento dos sintomas da menopausa

A Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) recusou a aprovação do Pristiq (desvenlafaxina), um medicamento da Wyeth, em fase experimental, destinado ao alívio dos sintomas da menopausa.

A entidade reguladora emitiu uma carta de aprovação onde se salienta que são necessárias mais informações acerca do medicamento antes de poder ser tomada uma decisão final. Segundo afirmou Rita Chapelle, porta-voz da FDA, a candidatura submetida pela Wyeth está completa em vários aspectos, mas os cientistas exigiram mais informações sobre o tratamento antes de o aprovarem. A emissão de uma carta de aprovação indica que a FDA considera que o produto deveria ser aprovado, mas requer detalhes adicionais para que o possa garantir um parecer final.

“Espero que o Pristiq seja aprovado”, frisou Barbara Ryan, analista do Deutsche Bank. Depois disso, a utilização do fármaco no tratamento dos sintomas da menopausa deverá depender dos custos, isto porque, segundo referiu Ryan, “algumas mulheres poderão não querer pagar mais por um medicamento que não funciona tão bem como o Premarin”. Caso seja aprovado, as vendas do Pristiq poderão ascender aos 216,8 milhões de euros em 2012, prevê Steven Scala, analista da Cowen & Co.

A utilização do fármaco no tratamento da depressão profunda está também a ser analisada, tendo já recebido uma carta de aprovação da FDA. A farmacêutica norte-americana pretende agora enviar uma missiva que responde a todas as informações requeridas e está confiante que o medicamento possa ser aprovado no primeiro semestre de 2008 com estas indicações de utilização.

Marta Bilro

Fonte: Firts Word, CNN Money, Chron.com

Monitores hemodinâmicos Nexfin recebem aprovação CE

A Bmeye anunciou que recebeu aprovação CE para a Nexfin, a nova linha de monitores hemodinâmicos precisos e de fácil utilização. A linha de monitores Nexfin utiliza um sensor de dedo fácil de aplicar, permitindo monitorizar a pressão sanguínea e o rendimento cardíaco constantemente e de maneira simples, produzindo dados contínuos e precisos, não invasivos, que são mostrados num ecrã de toque intuitivo.

Segundo o presidente da Bmeye, Bill Bednarski, a companhia foi criada para desenvolver e comercializar tecnologia inovadora, que irá transformar a prática médica no que respeita à monitorização hemodinâmica do paciente. A Bmeye está satisfeita e grata pela aprovação CE que lhe permite comercializar os monitores Nexfin junto a cardiologistas e a qualquer clínico que precise de medir a pressão sanguínea e o rendimento cardíaco facilmente e com precisão, de maneira não invasiva e de forma contínua. Os monitores Nexfin têm uma óptima relação produtividade/preço e irão melhorar significativamente a cura dos pacientes.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire

Lucros da Almirall descem 1,1% no primeiro semestre

O grupo espanhol Almirall registou lucros no valor de 92,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma diminuição de 1,1 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior. A empresa refere que a descida é justificada com os 29,7 milhões de euros em receitas extraordinárias registadas naquela altura.

Excluindo estas especificidades atípicas, os resultados do grupo teriam aumentado 45 por cento, salienta um comunicado divulgado pela farmacêutica junto da Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhol, no qual destaca que os lucros antes da dedução dos impostos atingiram os 112,5 milhões de euros, face aos 103,6 milhões em igual período de 2006.

Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA na sigla inglesa), alcançaram os 118,1 milhões de euros, uma subida de 32,2 por cento, impulsionada pelo aumento das vendas e pela diminuição dos gastos gerais. No primeiro semestre do ano, a empresa registou 412,8 milhões de euros em receitas líquidas, mais 3,1 por cento do que no período homólogo do ano anterior, aumento que se fica a dever ao crescimento nas vendas de alguns produtos no mercado espanhol e mexicano.

A Almirall emprega 2.900 pessoas e está representada em mais de 80 países, principalmente na Europa e América Latina, através das fliais localizadas na Alemanha, Bélgica, França, Itália, Portugal e México.

Marta Bilro

Fonte: Invertia, Intereconomia.com.

Descargas de medicamentos no passado ameaçam rios no presente

O desperdício de fármacos é um fenómeno crescente e uma realidade cada vez mais comum nos países desenvolvidos. Não passou muito tempo desde que se recomendava que os medicamentos inutilizados fossem depositados na sanita, hoje em dia esse é um conselho errado e que está a levantar preocupações face à detecção de vestígios de substâncias em vários rios um pouco por todo o mundo.

Algumas investigações recentes demonstraram que as substâncias hormonais desperdiçadas pelos seres humanos e descartadas através de uma descarga de autoclismo podem estar a alterar as espécies selvagens e as reservas de água, prejudicando os peixes e diminuindo as probabilidades de sobrevivência dos ovos.

Um estudo realizado entre 2004 e 2005 pelo departamento norte-americano de inspecção geológica, nos rios Columbia e Willamette, em Oregon, detectou a presença na água de acetaminofenos, anti-histamínicos e antibióticos. No entanto, o relatório salienta que não há padrões de descarga estabelecidos para indicar o prejuízo causado à vida humana ou aquática relativamente às substâncias detectadas, logo esses mesmos padrões não estariam a ser infringidos. O rio Rogue, em Oregon, nos Estados Unidos da América, está também entre os mais afectados.

Em 1999, estudos europeus revelaram que a presença de vestígios de contraceptivos orais nos rios estava a causar anomalias reprodutivas nos peixes. “O tratamento de águas convencional não tem capacidade para, nesta altura, filtrar estas substâncias”, afirmou Jim Hill, administrador da estação de tratamento de águas do rio Rogue e membro de um grupo especial que luta pela criação de alternativas para solucionar o desperdício de medicamentos. Reunidos em Salem, capital do estado do Oregon, desde Outubro de 2006, os participantes estão agora a finalizar um esboço que projecta um depósito seguro para os fármacos inutilizados. Este plano é substancialmente financiado pela indústria farmacêutica que, no entanto, não faz parte do grupo que o elabora.

Dados apresentados pela Associação das Agências de Limpeza de Águas, em Portland, indicam que 77 por cento das consultas dadas em hospitais pediátricos no Oregon, em 2004, tiveram origem em intoxicações acidentais com medicamentos prescritos. Nos EUA, a intoxicação é a segunda causa de morte das pessoas entre os 35 e os 54 anos de idade e a terceira em pessoas entre os 25 e os 34 anos de idade. As farmacêuticas não são as culpadas do problema, porém podem ser uma parte da solução, considera Jim Thompson, da Associação de Farmácias Estatais do Oregon e um dos membros do projecto. Na opinião deste responsável, a melhor alternativa seria que os doentes tomassem os seus medicamentos até ao final, tal como lhes são prescritos.

Uma das ideias que está a ser ponderada por este grupo de trabalho sugere que os abrigos e instalações de cuidados a longo prazo pudessem devolver os medicamentos inutilizados para que fossem depositados num recipiente nas farmácias ou que os enviassem aos responsáveis legais ou outras entidades competentes. Os fármacos seriam posteriormente incinerados através do mesmo método de eliminação de substâncias ilegais.

Marta Bilro

Fonte: MailTribune.com

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Alzheimer: cientistas aproximam-se da cura

Cientistas ingleses desenvolveram um inibidor que pode impedir o crescimento da enzima ABAD, produzida em excesso pelos doentes de Alzheimer. Os testes seguintes procuram transformar esta descoberta num medicamento para a cura desta patologia.

«O estudo possibilita mais uma importante peça na compreensão do puzzle que é Alzheimer e abre portas para o desenvolvimento de tratamentos para a doença, uma área que tem sido pouco explorada», explica uma das cientistas envolvidas no estudo, a Dra. Susanne Sorensen.

Esta descoberta pode vir a melhorar a capacidade de memória e aprendizagem nos casos mais avançados da doença.

A doença de alzheimer atinge cerca de 70 mil portugueses e caracteriza-se pela falta de memória devido ao envelhecimento de células cerebrais. A perda de autonomia é também uma consequência da doença.

Os investigadores da Universiadade de St. Andrews vão continuar os estudos para chegar ao desenvolvimento de um fármaco capaz de curar a doença.

sara pelicano

fontes: BBC, Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer

Novo medicamento para leucemia mielóide

Tratamento dispensa quimioterapia e transplante

A descoberta de um medicamento para a leucemia mielóide está a ser considerada um marco histórico nas investigações sobre o cancro. O anúncio foi feito durante o Congresso Internacional de Hematologia, realizado em Atlanta, nos Estados Unidos.

De acordo com os investigadores, com o novo fármaco – similar ao AZT ou Zidovudina (uma substância usada no tratamento de infeccções por VIH) - será possível combater a doença sem recorrer à quimioterapia ou transplantes. “O medicamento é, por enquanto, específico, mas começará a ser adaptado para outros tipos de cancro”, frisaram.

Moshe Talpaz, oncologista responsável pela investigação do fármaco, garantiu que o novo tratamento “reduz em muito a necessidade dos transplantes, que passariam a ser necessários apenas para os casos de cancro em estágio crónico”, ressalvando, porém, que “apenas daqui a cinco anos, os doentes serão tratados através de uma vacina” como, actualmente, acontece com os portadores de diabetes ou de hipertensão. Por isso, as filas para os transplantes ainda deverão continuar.

Nelson Hamerschlak, hematologistas brasileiro que participou no congresso, considerou que o preço e a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) “são os principais entraves”.

Leucemia: o que é?

A leucemia é uma forma de cancro que afecta o sistema responsável pela formação das células sanguíneas, incluindo o sistema linfático e a medula óssea.

Esta afecção é classificada em aguda ou crónica, sendo que, normalmente, a leucemia aguda tende a atingir as crianças, enquanto a crónica é mais comum nos adultos.

A doença apresenta diversos subtipos, identificados de acordo com a aparência microscópica das células doentes, o comportamento da doença e o resultado de testes específicos.

A leucemia mielóide - um dos três tipos de cancro na medula óssea - é diferente da leucemia linfóide, doença que é mais comum entre as crianças.

Raquel Pacheco
Fonte: Última Hora News/Manual Merk

Tabaco pode antecipar menopausa

Uma pesquisa realizada na Universidade de Oslo, na Noruega, constatou que as mulheres fumadoras têm mais probabilidade de entrar na menopausa antes dos 45 anos. Facto que as coloca ainda num risco maior de virem a sofrer de osteoporose e doenças cardíacas.

O estudo envolveu 2.123 mulheres, de 59 e 60 anos, e concluiu que 59 por cento das que fumavam terão entrado mais cedo nesta fase do que seria suposto. Para as que fumavam intensamente, o risco terá duplicado.

Segundo os investigadores, as mulheres que deixam de fumar (dez anos antes da menopausa) já não apresentarão tantos riscos de iniciar esta fase, antes dos 45 anos de idade.

De acordo com os dados divulgados em Oslo, dez por cento das mulheres analisadas entraram na menopausa antes dos 45. Destas, cerca de 25 por cento eram fumadoras, 28,7 por cento ex-fumadoras e 35,2 por cento estavam expostas passivamente a fumo de tabaco.

Recorde-se que, uma outra pesquisa realizada pela Universidade de Versailles, na França, - divulgada recentemente pelo Famacia.com.pt – já sugeria que o fumo seria responsável pela chegada precoce da menopausa, que se caracteriza pelo fim do ciclo menstrual.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Reuters

Abbott Labs anuncia aumento de lucros no segundo trimestre

A Abbott Labs informa que obteve 717,5 milhões de euros de lucro no segundo trimestre deste ano.

Segundo informa o «Dinheiro Digital», na companhia verificou-se um crescimento na ordem dos 61,4% face a igual período do ano anterior. As receitas trimestrais da empresa ascenderam a 4.623 milhões de euros, o que corresponde a um incremento de 16%.

De acordo com a Abbott Labs, estes resultados devem-se à recuperação nas vendas em vários dos seus principais fármacos.

Raquel Pacheco
Fonte: Dinheiro Digital

Ovários de fetos afectados por exposição a químicos

Estudo feito com carneiros em pastos fertilizados

A exposição de um feto de carneiro a fracas doses de substâncias químicas, frequentemente presentes no ambiente, pode perturbar o desenvolvimento dos ovários. A conclusão saiu de uma investigação conduzida por cientistas escoceses.

“Constatámos que os ovários dos fetos, cuja mãe se alimentou de pastagens tratadas, continham menos óvulos e apresentavam alterações proteicas. Essas diferenças podem vir a ter consequências mais tarde, podendo desembocar em doenças oncológicas”, indicaram os investigadores.

A investigação da equipa liderada por Paul Fowler, da University of Aberdeen, Escócia, consistiu em expor fetos de carneiro em desenvolvimento, fazendo com que a progenitora pastasse em campos fertilizados, comparando os resultados com um grupo de animais não exposto ao fertilizante.

Posteriormente, os investigadores examinaram os ovários de fetos no 110º dia de gestação, o equivalente à 27.ª semana para a gravidez humana.

No quadro do estudo, Richard Sharpe, identificou um nível de testosterona menos elevado e um número de células reduzido nos testículos dos fetos machos expostos às pastagens tratadas.

Os dados foram anunciados durante a 23.ª conferência anual da European Society for Human Reproduction & Embryology (ESHRE) que, recentemente, se realizou em Lion, França. Os investigadores esperam agora obter mais fundos para estudar as eventuais implicações destes resultados no homem.

Raquel Pacheco
Fontes: Agência Lusa/MNI

Homens adiam exame de próstata por “medo e machismo”

Os homens adiam a realização do exame de próstata por medo de descobrir que têm a doença, e por adoptar uma atitude machista em relação à consulta, revela um estudo efectuado na Grã-Bretanha.

De acordo com a pesquisa - publicada no British Journal of Health Psychology – 20 homens com cancro na próstata que participaram no estudo da Universidade de Birmingham, admitiram ter adiado uma visita ao médico por medo de descobrir os resultados, ou simplesmente por achar que o exame "não é coisa de macho."

Segundo os cientistas, uma das razões mais comuns apontadas foi a pressão de fazer jus ao estereótipo segundo o qual homens "de verdade" ignoram os problemas de saúde. Paralelamente, os homens inquiridos também se mostraram preocupados com a possibilidade de se submeterem ao toque rectal, (exame que detecta o tumor).

Susan Hale, coordenadora do estudo, sublinhou que "o estudo sugere que, muito ao contrário de ignorar os sintomas ou serem descuidados em relação à saúde, os homens são extremamente ansiosos em relação ao câncer de próstata", concretizando que "o temor quanto aos efeitos da doença e ao tratamento influenciaram muito a sua decisão de procurar ajuda."

O cancro da próstata é o tipo mais comum entre homens de meia-idade, causando a morte de um terço dos pacientes. Entre os sintomas - uma glândula próxima à bexiga e à uretra - estão dor no momento de urinar ou ejacular, sangue no sémen ou na urina, e dor na parte inferior das costas, quadris e coxas.

Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews/ British Journal of Health Psychology

Enzima pode ajudar ao tratamento do stress pós-traumático

O stress pós-traumático pode ser tratado através da inibição de uma enzima no cérebro, defendem investigadores norte-americanos. As conclusões saem de uma pesquisa publicada na revista «Nature Neuroscience» e poderão conduzir a novos tratamentos.

Uma equipa de investigadores do departamento de Ciências Neurológicas e Cognitivas do Massachusettes Institute of Technology (MIT) demonstraram que ao inibirem uma enzima específica em ratinhos de laboratório conseguiram fazer com que eles deixassem de demonstrar medo, revelam

Actualmente não existem terapêuticas para tratar este distúrbio, embora os antidepressivos e os soníferos possam ajudar a controlar sintomas como a raiva, a ansiedade e a depressão.

Os investigadores analisaram os efeitos da enzima Cdk5 nos cérebros de ratinhos geneticamente modificados sujeitos a choques ligeiros nos pés, sendo que aqueles que registaram um aumento da actividade dos níveis da Cdk5 apresentaram uma maior dificuldade em se libertar deste tipo de memórias, continuando a ficar petrificados de medo.

Já naqueles em que a actividade da enzima foi bloqueada, a má memória dos choques desapareceu quando os animais se aperceberam que não deviam continuar a ter medo do ambiente onde os choques tinham acontecido.

“Estes dados apontam para a possibilidade de desenvolver um tratamento para tratar distúrbios emocionais e aumenta as esperanças para as pessoas que sofrem de fobias e stress pós-traumático”, sublinharam os cientistas à BBC News.

Raquel Pacheco
Fonte: BBCNews/«Nature Neuroscience»/MIT

Lucros da Merck crescem 12% no segundo trimestre


Os lucros do laboratório norte-americano Merck cresceram 12 por cento no segundo trimestre de 2007, impulsionados pelo aumento da procura de alguns tratamentos inovadores, como é o caso da vacina para o cancro do colo uterino e fármacos para a diabetes. Esta subida levou a farmacêutica a rever em alta as estimativas de resultados para este ano.

De acordo com um comunicado divulgado pela Merck, os resultados líquidos da empresa atingiram os 1,21 mil milhões de euros, ou 56 cêntimos por acção, comparativamente aos 1,08 mil milhões de euros registados em igual período do ano anterior. As vendas totais da empresa alcançaram os 4,4 mil milhões de euros, um acréscimo de 6 por cento face ao período homólogo de 2006.

"Uma larga escala dos nossos novos produtos e dos já estabelecidos registou novamente um forte crescimento durante o segundo trimestre", afirmou o presidente e CEO da empresa, Richard T. Clark, acrescentando que o desempenho global da empresa a colocou numa “boa posição” que lhe permitirá atingir os objectivos traçados, “responder aos desafios que se encontram pela frente, e continuar a investir na descoberta de novos medicamentos”.

A farmacêutica reviu as previsões dos resultados para 2007 em mais de 7 por cento, para um intervalo entre os 2,03 e os 2,14 euros por acção. As previsões dos accionistas indicavam que os lucros da Merck se deveriam situar nos 2,08 euros por acção.

Marta Bilro

Fonte: Jornal de Negócios, Último Segundo, Diário Económico.

BSE: "versão humana vai morrer"

A versão humana da doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ) é uma patologia “com tendência a desaparecer”, quem o diz é o neurologista Cortez Pimentel.

O médico e ex-coordenador do Programa de Vigilância de Doenças Humanas por Priões acredita que a nova variante da DCJ “é uma doença que vai morrer”, sustentando que se poderá dever, em grande parte, às medidas que foram aplicadas para o controlo da BSE, que - segundo considerou - “revelaram-se eficazes.”

Cortez Pimentel sublinhou, também, a importância dos “médicos estarem de sobreaviso” para a eventualidade de surgirem novos casos: “Caso surja qualquer pessoa com menos de 50 ou 40 anos com quadro neurológico progressivo para o qual não temos um diagnóstico, devemos pensar nessa possibilidade”, afirmou.

Recorde-se que, o Hospital de S. João (Porto) enviou, na sexta-feira, à Direcção-Geral da Saúde (DGS) um relatório a confirmar que a nova variante da DCJ foi a causa de morte de um rapaz de Famalicão em Abril, bem como de um segundo caso provável da doença detectado numa rapariga de 14 anos que é da mesma zona, embora ainda não haja conformação, uma vez que o diagnóstico definitivo só é conseguido mediante autópsia e a menina está viva.

Raquel Pacheco
Fonte: FarmaNews/Lusa
Espanha autorizou uso combinado de erlotinib e gemcitabina
Melhorada sobrevida do cancro do pâncreas


As autoridades sanitárias de Espanha aprovaram a utilização do primeiro fármaco que na última década demonstrou capacidade para melhorar a sobrevivência dos doentes de cancro do pâncreas. A combinação da terapia biológica erlotinib com a quimioterapia gemcitabina consegue aumentar em 25 por cento a taxa média de sobrevida daqueles pacientes quando comparada com a quimioterapia isolada, sem um aumento significativo da toxicidade.

O governo espanhol aprovou o uso da combinação das duas substâncias para o tratamento do cancro do pâncreas metastásico, depois de conferir que nos últimos 10 anos, desde que a comercialização da gemcitabina teve início, não se produziu qualquer novidade farmacológica com efeito relevante no combate àquele tipo de tumor, normalmente assintomático até fase avançada do tumor, em que o doente já desenvolveu várias metástases. A nova terapia, que actua de uma forma específica e diferente dos tratamentos convencionais, será administrada por via oral e vendida no país vizinho pelos Laboratórios Roche, com a designação comercial de Tarceva e em doses de 100 mg.
A entrada do erlotinib no mercado farmacêutico espanhol acontece meses depois de aquele medicamento ter sido aprovado na União Europeia, em Dezembro. Nos Estados Unidos o erlotinib já tinha recebido a autorização da FDA em Novembro de 2004. Actualmente o uso da combinação de erlotinib e gemcitabina está autorizada em 15 países do continente americano e da Austrália. Nos Estados Unidos e na UE a terapia combinada é ainda usada no tratamento de estádios avançados do cancro do pulmão não microcítico com metástases. O cancro do pâncreas é o sexto mais frequente na Europa, causando uma média de 82 mil mortes anuais.

Carla Teixeira
Fonte: PM Farma

Merck apoia campanha de vacinação contra HPV em tribo indígena

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Estado ainda não disponibilizou fármaco para o VIH2
Doentes com sida sem direito a medicamento

Os doentes infectados com a segunda variante do vírus da imunodeficiência adquirida (VIH2) aguardam desesperadamente a autorização do Estado para ser disponibilizado nos hospitais um novo medicamento que poderá aumentar o seu tempo e qualidade de vida. O Darunavir é um fármaco novo, que ainda não foi testado em pessoas. Contudo, os testes invitro garantem sucesso no tratamento da sida. Os especialistas consideram que o Estado está a ser negligente e a penalizar os doentes.

De acordo com a edição de hoje do «24 Horas», que publica uma reportagem exclusiva sobre este assunto, os pacientes infectados com o VIH2 precisam do medicamento que poderá prolongar-lhes a vida, mas o Estado ainda não deu ordem para a sua utilização. Um médico ouvido pelo jornal avisa que a decisão é “urgente”, enquanto um activista da Associação Abraço cataloga o Estado como “negligente”. Vários especialistas atestaram que o Darunavir “tem a capacidade de fortalecer o organismo com anticorpos, tornando-o mais resistente às infecções” que, no caso dos doentes com sida, são potencialmente fatais. Uma simples constipação poderá, em muito pouco tempo, transformar-se em algo mais grave e levar à morte do paciente.
Francisco Ribeiro, da Abraço, considera “inaceitável” que o Darunavir ainda não tenha sido distribuído, frisando que a actuação do Estado nesta matéria tem sido irresponsável e negligente. Uma vez que o medicamento se destina unicamente ao uso hospitalar, não podendo ser adquirido nas farmácias, os especialistas alertam para a necessidade de as autoridades sanitárias agirem rapidamente, mas a Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed), a quem compete dar luz verde ao uso do fármaco, informou que o Darunavir está “em avaliação para utilização em meio hospitalar”, e que só depois de este processo estar concluído poderá ter lugar a autorização para a sua administração em seres humanos nos hospitais portugueses.

Carla Teixeira
Fonte: «24 Horas»
Cêgripe reintroduzido no circuito de distribuição

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) autorizou a reintrodução no normal circuito de distribuição farmacêutica dos lotes n.º 06KQ136 e n.º 06KQ138, ambos com prazo de validade até Novembro de 2009, do fármaco Cêgripe. A decisão, anunciada numa nota com carácter “urgente” do Departamento de Inspecção do Infarmed. O documento, a que o farmacia.com.pt teve acesso, atesta que foi enviada, no passado dia 29 de Junho, o relatório de reprocessamento das embalagens recolhidas daqueles lotes, que atendeu à recomendação do instituto, no sentido da substituição do folheto informativo e do acondicionamento secundário do produto.
A alteração, devidamente certificada por declaração da direcção técnica do fabricante (a Lusomedicamenta – Sociedade Técnica Farmacêutica SA), de que as embalagens a reintroduzir no mercado se encontram em conformidade com a legislação em vigor. Mais se informa, na nota agora divulgada, que ao n.º de lote das embalagens reprocessadas foi adicionada a letra A, por razões de rastreabilidade em relação ao lote inicial. Desta forma, segundo o Infarmed, “os lotes das embalagens a reintroduzir no mercado estão identificados, no acondicionamento secundário, como Lote n.º 06KQ136A, val: 11/2009 e Lote n.º 06KQ138A, val: 11/2009.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária do fármaco Tiorfan Lactente

A Companhia Portuguesa Higiene Pharma – Produtos Farmacêuticos SA está a recolher todas as embalagens do medicamento Tiorfan Lactente (granulado para suspensão oral de 10mg) constantes do lote n.º Z002, válido até Março do próximo ano. De acordo com uma nota difundida pelo Conselho Directivo do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, e classificada como “muito urgente”, o laboratório terá detectado a marcação incorrecta da validade (estaria escrito 03/2006, em vez de 03/2008) no acondicionamento primário do medicamento. Na sequência do problema, o Infarmed ordena a suspensão imediata da comercialização de todas as embalagens do referido lote. Mais se informa na nota, a que o farmacia.com.pt teve acesso, que aquele defeito de qualidade “não apresenta risco para a saúde dos utilizadores”, visto que se relaciona somente com um erro de marcação do prazo de validade, que não interfere de nenhuma forma com o fármaco.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária de Piperacilina e Tazobactam

O Conselho Directivo da Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde divulgou, num comunicado dirigido às organizações nacionais, associações regionais de saúde, hospitais, centros de saúde e grossistas, que a empresa Farma/APS – Produtos Farmacêuticos SA está a proceder à recolha voluntária do lote nº. A005, com validade de Maio de 2009, do medicamento Piperacilina e Tazobactam APS 400 + 500 mg (pó para solução injectável). A circular, classificada pelo Departamento de Inspecção do Infarmed como “muito urgente”, explica que na origem desta decisão terá estado a detecção de um pedaço de vidro de grandes dimensões no interior de um frasco. Em face disto, a autoridade do sector ordena a suspensão imediata da comercialização das embalagens daquele lote.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Doença afecta 500 mil portugueses e é a sexta causa de morte
Rastreios para detecção da DPOC em Coimbra


O Pneumobil, programa de âmbito nacional dinamizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e pela Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica para o rastreio e detecção precoce da DPOC, encontra-se hoje e amanhã em Coimbra, onde pretende lançar o alerta para a gravidade daquela patologia, que afecta actualmente 500 mil portugueses e representa a sexta causa de morte no nosso país.

Diagnosticar a doença pulmonar obstrutiva crónica é, de acordo com a organização do programa, o grande objectivo. O Pneumobil estará, entre as 9 e as 18 horas de hoje, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e amanhã, no mesmo horário, no Hospital dos Covões. Os cidadãos interessados em saber mais sobre esta doença poderão deslocar-se àquelas instalações, onde serão feitos rastreios gratuitos da DPOC à população com mais de 40 anos, fumadora ou ex-fumadora. A percorrer o país durante seis meses, o Pneumobil tem realizado inúmeros rastreios, que visam aferir a existência de possíveis casos de obstrução pulmonar, assim como informar a população sobre a doença, crónica e silenciosa, que ainda é desconhecida pela maioria dos portugueses.
António Segorbe Luís, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, disse que a intenção do programa é “chegar às pessoas, consciencializando-as para a DPOC. Dificuldades de respiração, tosse e aumento da expectoração são sintomas frequentes da doença, mas passam quase sempre despercebidos, sendo em regra associados a sinais normais do envelhecimento. O Pneumobil irá não só alertar as pessoas para a DPOC, mas principalmente, através do rastreio, detectar a doença no seu estádio inicial, permitindo o encaminhamento atempado para os cuidados de saúde adequados”, já que o diagnóstico precoce é actualmente a única forma de evitar a progressão da doença, que em 2020 poderá ser a terceira causa de morte a nível mundial. Bem antes disso, defende o responsável, “é fundamental tomar medidas para travar esta doença”.
Dados da SPP estimam que a DPOC atinja hoje cerca de meio milhão de cidadãos portugueses, constituindo a sexta causa de morte em território nacional. A actual tendência de envelhecimento da população mundial e o tabagismo fazem parte da lista de factores de risco. A DPOC mata mais do que o cancro do pulmão ou a sida, mas esse aspecto permanece desconhecido da maior parte dos portugueses, que quase nunca ouvem falar daquela patologia pulmonar caracterizada pela obstrução do débito aéreo (passagem de ar dificultada), dificuldade respiratória (dispneia), tosse e aumento da expectoração. Numa fase avançada os doentes são incapazes de desenvolver actividades normais como por exemplo pentear o cabelo, conduzir, lavar os dentes ou subir escadas.

Carla Teixeira
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia, As Beiras Online, ABC da Saúde
Entidades de referência no Brasil desenvolvem projecto
Novo medicamento contra leucemia em estudo


O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e o Centro Infantil Boldrini, entidades de referência no Brasil, estão já em fase avançada do processo de desenvolvimento de uma molécula capaz de ajudar na produção de medicamentos específicos para o tratamento da leucemia linfóide aguda, um tipo de cancro comum em crianças.

A trabalhar em Campinas, a cerca de 100 quilómetros da cidade de São Paulo, os investigadores dos dois núcleos envolvidos neste projecto começaram por tentar reconstruir o contacto entre as células saudáveis e as células que foram afectadas pela leucemia, visando partir dessa análise para a identificação das proteínas que desempenham um papel no desenvolvimento daquela doença, para dessa forma abrir caminho à criação de uma molécula com capacidade para interferir na acção das proteínas responsáveis pelo tumor.
Nilson Zanchin, do LNLS – o único organismo no hemisfério sul que dispõem da luz síncrotron, tecnologia baseada num raio X de alta intensidade que permite mapear as proteínas – explicou que “sem esse sistema, e sem a reconstrução da estrutura da proteína, não seria possível avançar para a terceira fase do ensaio, que consiste na busca de moléculas inibidoras”, referiu que a equipa já conseguiu identificar um conjunto de proteínas, mas conta que “seleccionámos um número pequeno, para determinar a estrutura e a acção detalhada das células”.
O investigador salienta que o objectivo essencial do trabalho que está em marcha não é o medicamento final, mas conseguir “uma base de conhecimento que permita o desenvolvimento de novos fármacos”, que “dependerá sempre do conhecimento da estrutura das moléculas cuja acção se pretende bloquear. A pesquisa encontra-se hoje na segunda fase, que consiste na experimentação e análise das proteínas produzidas no laboratório. Embora o objectivo seja encontrar as moléculas-alvo e proceder ao desenho dos seus inibidores, os cientistas brasileiros reconhecem que o desenvolvimento de um medicamento exige mais tempo e investigações mais aprofundadas, inclusivamente com o envolvimento de doentes.
Por esse motivo contam poder, no próximo ano, altura em que acreditam estar já na posse dos resultados deste estudo, oferecê-los aos laboratórios interessados, que poderão desenvolver o medicamento final. “A nossa pesquisa pretende dizer que temos uma proteína que desempenha uma determinada função na leucemia, e que desenvolvemos uma molécula capaz de actuar a atividade dessa proteína”, frisa Zanchin, explicando que depois caberá às empresas farmacêuticas aproveitar os dados disponíveis para colocarem no mercado uma nova solução farmacológica para o tratamento mais eficaz dos doentes com leucemia.

Carla Teixeira
Fonte: Agência do Estado, Último Segundo
Divulgados estudos sobre o anti-retroviral Maraviroc
Pfizer apresentou nova terapia para a sida


A última novidade farmacológica na área do tratamento dos doentes com sida tem assinatura da Pfizer. O gigante da indústria farmacêutica apresentou ontem, na IV Conferência de Patogénese, Tratamento e Prevenção do HIV, que está a decorrer em Sydney, na Austrália, os mais recentes estudos sobre o Maraviroc, o seu novo anti-retroviral de administração oral destinado aos pacientes em situação de falha terapêutica.

De acordo com os dados apresentados naquele encontro científico, o medicamento demonstrou capacidade para prevenir a entrada do HIV nas células, interceptando a ligação do agente causador da sida com o CCR5, gene co-receptor das células CD4. O Maraviroc constitui uma nova esperança no tratamento daqueles doentes, apesar de ter como «handicap» o facto de não ter qualquer acção sobre a ligação das células ao CXCR4, outro co-receptor. O novo medicamento aguarda aprovação nos Estados Unidos, visto que na Europa a sua utilização já foi permitida.

Carla Teixeira
Fonte: Agência de Notícias da Sida

Aulas de xadrez ajudam na recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla

O jogo de xadrez pode ser uma importante ferramenta para a recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla, ao mesmo tempo que se afirma também como uma terapia ocupacional vantajosa. Esta é pelo menos a convicção da Delegação Distrital do Porto/Litoral Norte da Múltipla - e da Associação de Xadrez do Porto (AXP), que em parceria lançaram, a nível nacional, um projecto pioneiro que pretende disponibilizar aulas de xadrez a todos os seus associados, bem como aos seus familiares e amigos.

O exercício mental que o jogo de xadrez requer pode contribuir para a recuperação cognitiva dos doentes com esclerose múltipla, uma vez que cerca de 50% das pessoas com esta doença evidenciam alterações no funcionamento cognitivo. As dificuldades ao nível da atenção, concentração, memória, lentidão no processamento de informação, capacidade de resolução de problemas, entre outros, são alguns dos problemas cognitivos provocados pela esclerose múltipla, para além das limitações ao nível da mobilidade física, que também são características da doença.

O xadrez, pela sua simplicidade na prática, custo e universalidade, poderá ser uma ferramenta eficaz e acessível a todos, ajudando a pessoa a ter um funcionamento mais independente na sua vida. Mas para além da recuperação cognitiva, o xadrez funciona também como uma terapia ocupacional muito positivo, dai que a AXP e a SPEM equacionem a criação de um clube, o que permitirá um desenvolvimento da actividade social dos doentes, contribuindo para que se sintam mais integrados.

A prática desta actividade será para já iniciada na sede da Delegação Distrital do Porto/Litoral Norte da SPEM, em São Mamede de Infesta. Para mais informações estão disponíveis contactos telefónicos (964 203 336 ) e via fax (229 548 216), ou ainda por endereço de e-mail (porto@spem.org).

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma

domingo, 22 de julho de 2007

REPORTAGEM

Quando o Governo prepara a liberalização do sector...
Estado detém a propriedade de uma farmácia



O regime jurídico das farmácias de oficina actualmente em vigor em Portugal prevê uma reserva de propriedade daquele tipo de estabelecimentos para os farmacêuticos. Porém, mesmo antes de a lei ser alterada, como pretende o Governo após a recente aprovação, em Conselho de Ministros, da reformulação das actuais regras, instalou-se a polémica. É que, além das críticas dos agentes do sector à medida, um relatório da Direcção-Geral do Tesouro atesta que do sector empresarial do Estado faz parte uma farmácia...

A aparente incongruência dos factos – um Estado responsável por fazer cumprir uma lei que limita a propriedade das farmácias a uma classe profissional detém, ele mesmo, um estabelecimento desse género – chamou a atenção de alguns agentes do sector, que se apressaram a denunciar o caso em páginas da internet que remetiam para o relatório da Direcção-Geral do Tesouro, acusando o Governo de, com a decisão de legislar em 180 dias a liberalização do sector, pretender apenas legitimar o seu próprio erro, legalizando a situação da Farmácia Central de Carcavelos. Porque a reserva da propriedade das farmácias para os farmacêuticos está na ordem do dia, o farmacia.com.pt foi saber dos pormenores por detrás desta situação.
Se é verdade que no nosso país ainda é proibido a qualquer pessoa que não exerça as funções de farmacêutico deter a propriedade de um estabelecimento de dispensa de medicamentos, a situação daquela farmácia configura uma excepção que se encontra devidamente tipificada e prevista na lei em vigor. Quem circular pela Rua 5 de Outubro, uma das artérias de maior movimento daquela vila do concelho de Cascais, encontrará, por detrás de dois fluorescentes toldos cor de laranja, a Farmácia Central. Num primeiro momento parece-nos uma farmácia como todas as outras, e na verdade foi assim até há alguns anos, altura em que a então proprietária do estabelecimento morreu sem deixar herdeiros. Essa é, pelo menos, a explicação avançada pela Direcção-Geral do Tesouro para a situação.
A mesma fonte diz que “o Estado português é proprietário de 95 por cento da farmácia”, mas pretende aliená-la tão brevemente quanto possível, ao abrigo da chamada “carteira acessória”, onde são reunidas as empresas que deverão, a breve trecho, deixar de fazer parte do rol firmas mantidas pelo sector público. É que, de acordo com a mesma fonte, “o processo de habilitação e transferência da propriedade foi muito demorado, e só neste ano estão reunidas as condições necessárias para que o Estado possa assumir o seu efectivo controlo”, devendo aliená-la em seguida. No entanto, concretiza a DGT, a lei actual obriga a que cada estabelecimento de dispensa de medicamentos seja detido por um farmacêutico em pelo menos cinco por cento, o que também acontece no caso vertente, sendo a direcção técnica da Sociedade Pereira Pinto Lda – Farmácia Central de Carcavelos assegurada pela farmacêutica Maria Cidália Gonçalves.
Uma funcionária da farmácia referiu que aquela responsável está férias, razão pela qual deverá estar incontactável até Setembro. Contudo, a secundar a garantia de legalidade deixada pela Direcção-Geral do Tesouro, fonte da Ordem dos Farmacêuticos disse ao farmacia.com.pt que a situação daquele estabelecimento é perfeitamente legal, já que a premissa dos cinco por cento está a ser cumprida. Também os assessores de imprensa da OF e do Infarmed consideraram, em declarações ao jornal «Tal & Qual», que não se trata de uma ilegalidade, visto que à frente da empresa está uma farmacêutica.

Carla Teixeira
Fonte: Presidência do Conselho de Ministros, Direcção-Geral do Tesouro do Ministério das Finanças e da Administração Pública, Ordem dos Farmacêuticos, Infarmed, jornal «Tal & Qual», mail do director do farmacia.com.pt
Fármaco apresenta aumento da sobrevida em doentes sem tratamento anterior
Avastin recebe recomendação na Europa


O Grupo Roche anunciou em Basel, na Suíça, que recebeu recomendação positiva da Comissão Europeia de Produtos Medicinais para Uso Humano relativamente ao uso do Avastin como medicamento de primeira linha no tratamento da forma mais comum de cancro do pulmão, em combinação com a quimioterapia feita à base de platina.

Na sequência de dois estudos aprofundados da utilização daquele medicamento, e pelo facto de ambos terem apurado a sua elevada eficácia no tratamento do cancro do pulmão em associação com uma ampla série de quimioterapias, a comissão deu a sua avaliação positiva ao único medicamento de primeira linha que, ao longo de mais de uma década, mostrou ter capacidade para prolongar a vida dos pacientes, cuja expectativa de sobrevida ao diagnóstico era, originariamente, de apenas oito a dez meses. Resultados que não foram positivos apenas no caso das neoplasias do pulmão, já que o fármaco revelou proporcionar, de forma consistente, uma melhoria geral na sobrevida livre de progressão para pacientes com cancro do pulmão, colo-rectal, do rim e da mama.
Christian Manegold, professor de Medicina da Universidade de Heidelberg, que faz parte do Centro Médico Universitário de Mannheim, na Alemanha, conduziu um dos estudos cujos resultados terão estado na base da decisão da comissão. Para ele “o Avastin é tão inovador que irá mudar o padrão actual de tratamento do cancro”. Em nome do Grupo Roche, o executivo-chefe da divisão farmacêutica, William Burns, considerou que “a opinião da comissão é uma estimulante notícia para os doentes europeus que lutam contra uma doença especialmente agressiva e debilitante”, e acrescentou que a empresa pretende, com o seu “programa de desenvolvimento do Avastin – o maior programa de testes de sempre na Oncologia – iremos continuar a desenvolver as melhores abordagens de tratamento possíveis, com vista a fazer subir a taxa de sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.
Aprovado nos Estados Unidos em Fevereiro de 2004 e na Europa em Janeiro do ano seguinte, o Avastin é utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com cancro colo-retal metastático. Em Abril deste ano o medicamento foi aprovado no continente europeu também para o tratamento de primeira linha das mulheres com cancro da mama metastásico, enquanto o Japão adoptava o fármaco para tratar o cancro colo-rectal avançado ou recorrente. O cancro do pulmão, um dos tumores mais prevalentes nas sociedades desenvolvidas – onde constitui uma importante causa de morte –, é actualmente responsável por cerca de três mil mortes diárias em todo o mundo.

Carla Teixeira
Fonte: PR Newswire

Métodos de diagnóstico da doença de Alzheimer estão ultrapassados

Num artigo publicado na revista ‘The Lancet Neurology’, os neurologistas Bruno Dubois e Philip Scheltens defendem que os métodos e critérios usados para detectar a doença de Alzheimer estão obsoletos e deviam ser renovados, sugerindo o cruzamento de novos métodos de avaliação para que a doença possa ser detectada três e quatro anos mais cedo, ainda antes de chegar a fases mais avançadas.

Os autores do artigo propõem uma combinação de testes de memória com dados de imagens do cérebro e marcadores biológicos, aproveitando a evolução das “explicações sobre as bases biológicas do Alzheimer”, que têm permitido uma “compreensão sem precedentes da evolução da doença”.

De facto, o desenvolvimento da medicina permitiu uma grande evolução ao nível da detecção e desenvolvimento de novos fármacos, tornando assim obsoletos os critérios de diagnóstico da doença, determinados em 1984. Contudo os neurologistas concordam que os sintomas clínicos devem manter-se como a base do diagnóstico, uma vez que estes são o primeiro sinal de alarme.

As falhas de memória, acompanhadas de mudanças graduais que ocorrem durante mais de seis meses, são geralmente o sintoma mais evidente, no entanto falhas em testes específicos de memória e uma menor fluidez verbal, podem indicar também o diagnostico da doença de Alzheimer.

Para além dos sintomas clínicos, os neurologistas defendem também que para traçar um diagnóstico positivo, é necessário avaliar os marcadores biológicos da doença, que podem encontrar-se no líquido encefaloraquidiano. A ressonância magnética mostra a atrofia numa zona cerebral, mas não contribui para a compreensão do desenvolvimento da doença, o que só os níveis anómalos de proteínas associadas à demência no fluido cérebro-espinal ou as mudanças moleculares em certos exames com imagens neurológicas ou até certas mutações genéticas, possibilitam.

“Nos próximos anos, talvez meses, vamos ter medicamentos que podem abrandar o processo da doença”, acredita Bruno Dubois, dai que seja fundamental identificar o mais cedo possível os sintomas da doença, para “curar o mais depressa possível os doentes”. Apesar das convicções de Dubois e Scheltens, ambos reconhecem que o uso destes novos critérios requer ainda confirmação e levanta problemas técnicos.

A doença de Alzheimer é uma forma de demência causada pela morte de células cerebrais, característica das doenças neurológicas. A ingestão de frutas e os legumes frescos, poderá ser uma forma de retardar a evolução da doença, tal como sugere um estudo da Universidade de Harvard, segundo o qual estes alimentos, ricos em antioxidantes, retardam a neurodegenerescência.

Em Portugal existem 70 mil doentes de Alzheimer e em todo o mundo registam-se mais de 24 milhões de pessoas vitimas desta doença, número que em 2020 pode ascender aos 42 milhões, conforme a previsão de alguns estudos. A doença é altamente incapacitante e dispendiosa, com custos de tratamento que podem chegar aos 2000 euros mensais, nas fases mais avançadas.

Inês de Matos

Fonte: Correio da Manhã

Sanofi-Aventis tem novo complexo de produção nos EUA

A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis terminou a construção de um novo complexo no nordeste da Pensilvânia, nos Estados Unidos da América. As instalações recentemente concluídas estão avaliadas em 108 milhões de euros e deverão permitir ao laboratório duplicar a produção de vacinas contra a gripe sazonal e pandémica.

A unidade de produção, altamente computorizada, aguarda apenas a aprovação final do governo norte-americano mas não deverá começar a produzir vacinas antes do final do próximo ano.

“Sabemos que as pandemias existem, que iremos atravessar alguma e que precisamos estar preparados”, afirmou o secretário para a Saúde e Serviços Humanos, Mike Leavitt, que considera o complexo de produção importante para a saúde do país e do mundo.

Marta Bilro

Fonte: Philly.com

Centros de Saúde vão realizar IVG

Alguns centros de saúde vão poder realizar interrupções voluntárias da gravidez (IVG) induzidas por fármacos, medida que deverá ser posta em prática a partir de “Outubro ou Novembro”, segundo revelou ao jornal Expresso o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco. Por sua vez, o director-geral de Saúde, Francisco George, prefere não avançar com qualquer prazo.

Francisco George não põe de parte a possibilidade de haver uma evolução nesse sentido, algo que deverá ocorrer “num futuro próximo, por etapas e em função da capacidade instalada em cada centro de saúde”, referiu, acrescentando que para tal não será necessária uma alteração do quadro legal. De acordo com Jorge Branco não faz sentido que os médicos de família não possam realizar abortos, até porque “muitos centros de saúde já fazem consulta prévia e também ecografias, desde que haja acordos com ecografistas. Por enquanto só não têm os fármacos”, que permitem proceder à interrupção da gravidez, afirma.

Para além disso, tal como salienta o especialista e também director do serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria, “a vocação de um hospital central não é realizar IVG”, mas “resolver patologias e complicações”. Conforme salientou Rui Nogueira, da direcção da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, “o gesto técnico que consiste na interrupção medicamentosa não tem nada de extraordinário”.

Actualmente, a mifepristona, administrada entre as cinco e as sete semanas de gestação, e o metotrexato, administrado em mulheres grávidas entre as cinco e as nove semanas, em combinação com a prostaglandina, só podem ser utilizados em meio hospitalar.

Desde que entrou em vigor a lei que despenaliza a realização da IVG, no dia 15 de Julho, a Clínica dos Arcos recebeu grávidas encaminhadas por três hospitais da região de Lisboa, e outros dez estão a negociar protocolos com o estabelecimento, afirmou a directora, Yolanda Hernandez, em declarações ao semanário Expresso. Para o primeiro dia de interrupções foram agendados 30 abortos. Segundo afirmou Amílcar Pereira, administrador da Clínica Oiã, em Aveiro, outro dos estabelecimentos privados autorizados a realizar a IVG, não foram recebidas mulheres encaminhadas por hospitais públicos e a clínica não foi contactada por nenhum para proceder a acordos. No que toca às grávidas que se dirigiram directamente à clínica contabilizam-se sete IVG’s marcadas para o primeiro dia.

Marta Bilro

Fonte: Expresso

Abbott e Abbott Fund na luta contra o VIH/SIDA pediátrico em África

A Abbott e a Abbott Fund anunciaram vários esforços para expandir o acesso ao tratamento e aos cuidados para crianças africanas que sofrem de VIH/SIDA, incluindo um investimento adicional de 12 milhões de dólares em subsídios e doações de produtos durante este ano. Estes programas irão servir para preencher algumas das lacunas existentes nos tratamentos pediátricos do VIH, aumentando o número de médicos pediatras e trabalhadores de serviços de saúde com treino e experiência; estabelecendo ligações entre a prevenção, testes e serviços de tratamento para as mulheres grávidas e para as crianças que vivem nas instalações de cuidados de saúde, e trabalhando para superar alguns dos problemas culturais e do estigma associado ao VIH.

A necessidade dos programas para lutar contra o VIH/SIDA pediátrico nunca foi tão grande, uma vez que em cada minuto há mais uma criança infectada com VIH. Segundo a OMS, 2,3 milhões de crianças com menos de 15 anos vivem com VIH/SIDA em todo o mundo. Sem cuidados nem tratamento, estima-se que três em cada dez crianças com VIH irão morrer antes de completar o primeiro aniversário, 50 por cento aos dois anos e 60 por cento antes de completar três anos.

Devido à ampliação das parcerias duradouras com associações como o Baylor College of Medicine e outras organizações de relevo, a Abbott Fund está a proporcionar novos subsídios para a Catholic Medical Mission Board (CMMB), a Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation (EGPAF) e Family Health International (FHI), com o objectivo de explorar novas aproximações para a detecção e possibilitar às mulheres e crianças o acesso aos testes de VIH e aos serviços de tratamento no Malawi, Quénia e Tanzânia. Com estes novos subsídios, a Abbott e a Abbott Fund investiram mais de 70 milhões de dólares, nos últimos sete anos, nestes programas. Em 2007, estas iniciativas deverão ajudar cerca de 40.000 mulheres grávidas a receber testes de VIH e mais de 5.000 crianças a receber tratamento para o VIH.

A transmissão do VIH de mãe para filho continua a ser um problema significativo nos países em desenvolvimento: mais de 90 por cento das crianças com VIH contraem a doença durante a gravidez da mãe, durante o nascimento ou durante a amamentação. Os testes constituem o primeiro passo para a prevenção, e a Abbott tem doado testes rápidos de VIH nos programas de prevenção de transmissão entre mãe e filho (PMTCT, sigla em inglês) em 69 países, incluindo os africanos. Até agora, a Abbott proporcionou mais de 5 milhões de testes de VIH gratuitos através do programa.

Isabel Marques


Fontes: Pharmalive, PRNewswire

sábado, 21 de julho de 2007

Nova terapia com vírus vivo para destruir células cancerígenas inicia fase II

O Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos do Centro de Terapia e Pesquisa do Cancro (CTRC, sigla em inglês), em colaboração com a Oncolytics Biotech Inc., uma companhia biotecnológica, inscreveu os primeiros dois pacientes na fase II do estudo clínico para pacientes com vários tipos de sarcomas que metastizaram para os pulmões. A nova terapia anti-cancro consiste não num fármaco de quimioterapia, mas sim num vírus vivo, que é tóxico para as células cancerígenas, mas não é perigoso para as células normais. Esta nova terapia, utilizando um vírus vivo, é a primeira do género disponível no CTRC.

Segundo a principal investigadora do Instituto para o Desenvolvimento de Medicamentos (IDD, sigla em inglês) do CTRC, Monica Mita, o nome Reolysin deriva do reovírus humano, um vírus ligeiro que ocorre naturalmente no ambiente. Esta nova terapia tem demonstrado sucesso, porque o reovírus se reproduz nas células cancerígenas e destrói-as no corpo do paciente. As células cancerígenas têm diversas anormalidades moleculares e genéticas. Nas células normais, saudáveis, o reovírus é incapaz de se reproduzir, devido a uma enzima chamada PKR. Esta enzima é suprimida nas células cancerígenas e, por isso, o reovírus pode reproduzir-se na célula cancerígena e matá-la, acrescentou ainda a Dra. Mita.

O Reolysin tipifica a verdadeira abordagem de terapia direccionada que procura utilizar as diferenças fundamentais entre as células cancerígenas e as normais como base para abordagens efectivas anti-cancro, estando os investigadores muito entusiasmados com este estudo, adiantou o director do IDD do CTRC, Francis Giles.

O Reolysin demonstrou sucesso contra tumores durante as fases iniciais dos testes científicos. Este estudo (REO 014) é de fase II, de rótulo aberto, e de agente único, com o objectivo principal de medir as respostas do tumor, a duração dessas respostas e de descrever qualquer evidência de actividade anti-tumor. O Reolysin será administrado por via intravenosa aos pacientes durante cinco dias consecutivos. Os pacientes podem receber ciclos adicionais de terapia de cinco dias cada quatro semanas num máximo de oito ciclos. Serão inscritos até 52 pacientes no estudo. Os pacientes elegíveis são aqueles que têm um sarcoma dos tecidos moles ou dos ossos que se espalhou para o pulmão, e que são considerados pelos médicos como não respondendo às terapias habituais ou como não sendo curáveis por estas. Isto inclui pacientes com osteossarcoma, tumores da família do sarcoma de Ewing, histiocitoma fibroso maligno, sarcoma sinovial, fibrossarcoma e leiomiossarcoma.

O presidente da Oncolytics Biotech Inc, Dr. Brad Thompson, disse que sendo a Oncolytics uma companhia de oncologia em evolução, o posicionamento dos estudos muito inovadores e sofisticados é de uma importância crucial, e que a companhia está encantada por ter o Instituto de Desenvolvimento de Medicamentos do CTRC como colaborador. Espera-se que este estudo produza informação que irá guiar o programa final de desenvolvimento clínico do Reolysin.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Genérico Modafinil recebe aprovação provisória da FDA

A Caraco Pharmaceutical Laboratories, Ltd., anunciou que a FDA concedeu uma aprovação provisória para o registo de um genérico (ANDA, sigla em inglês) da companhia, os comprimidos de Modafinil 100mg e 200mg.

O Modafinil está indicado para melhorar o estado de vigília em pacientes com sonolência excessiva associado com narcolepsia. Este novo produto é bioequivalente ao Provigil, da Cephalon, Inc. Os comprimidos de Provigil atingiram vendas de aproximadamente 753 milhões de dólares nos Estados Unidos, num período de 12 meses, até 31 de Março de 2007.

O presidente da Caraco, Daniel H. Movens, disse que a companhia está muito satisfeita por ter recebido esta aprovação provisória. O Modafinil foi apresentado com uma certificação no parágrafo IV de que a Caraco não infringe e/ou que a patente da Cephalon é inválida. A Caraco não foi processada pela Cephalon. A companhia espera ansiosamente pela comercialização deste produto posteriormente à expiração da patente e do período de exclusividade da Cephalon.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Meda adquire MedPoint para entrar no mercado dos EUA

A farmacêutica sueca Meda AB chegou a acordo para a compra da MedPoint, operação que lhe abrirá portas para o mercado norte-americano e lhe dará acesso aos tratamentos respiratórios e de alergias da empresa. O negócio desencadeou o maior impulso dos últimos oito meses nas acções da Meda.

O laboratório europeu deverá desembolsar 376 milhões de euros e emitir 17,5 milhões de acções da Meda para os investidores que detêm a MedPoint. De acordo com previsões da Bloomberg, o investimento permitirá à MedPoint uma valorização que ronda os 573,6 milhões de euros.

“A aquisição irá aumentar as vendas anuais entre os 25 e os 30 por cento”, estimou Johan Unnerus, analista no Swedbank Markets, acrescentando que a operação propicia também “aquisições adicionais tanto no mercado norte-americano como europeu”.

As acções da Meda aumentaram 1,25 euros, ou 11 por cento, para os 12,53 euros na bolsa de Estocolmo.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg.

Fiocruz e Genzyme colaboram para combater doenças negligenciadas

O laboratório brasileiro Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e a Genzyme, empresa líder no mercado mundial de biotecnologia, deverão anunciar, no dia 23 de Julho, uma parceria no âmbito do desenvolvimento de novos tratamentos contra as denominadas doenças negligenciadas, como é o caso da malária, leishmaninoses e Doença de Chagas.

Numa primeira fase a cooperação deverá concentrar-se na investigação de novos tratamentos contra a Doença de Chagas, responsável por cerca de 50 mil mortes por ano a nível mundial. Uma das pesquisas iniciais tem como alvo um tratamento que neutraliza uma proteína responsável por causar problemas cardíacos nos doentes que sofrem desta patologia.

"As doenças negligenciadas são um enorme problema para os países em desenvolvimento em todo o mundo", salienta o presidente da Fiocruz, Paulo Buss. Conforme explicou o responsável, no Brasil, os esforços para aumentar a actividade científica nesse campo estão a ser acelerados com o apoio do Ministério da Saúde. “Estamos entusiasmados com a parceria com a Genzyme, um dos líderes mundiais em biotecnologia, e optimistas com os avanços que esta colaboração trará no combate às doenças infecciosas", acrescentou Buss.

Henri Termeer, presidente da Genzyme, mostrou-se igualmente satisfeito com a colaboração e confiante no potencial das empresas para trabalharem em doenças negligenciadas. "A nossa indústria tem potencial para maximizar a capacidade criativa dos laboratórios de investigação, convertendo a pesquisa básica para novos candidatos de medicamentos em ensaios clínicos. Estamos optimistas com esta parceria com a Fiocruz, que acreditamos será produtiva, de longo prazo e poderá servir de modelo para futuras colaborações com outras instituições", frisou Termeer.

Marta Bilro

Fonte: Revista Fator

Ruanda utiliza flexibilidade de patentes para importar medicamento anti-HIV

O Ruanda pretende importar, do Canadá, um medicamento genérico contra o HIV/Sida. Este será o primeiro país a fazer uso de uma excepção prevista pela Organização Mundial do Comércio (OMC) que permite a importação de medicamentos patenteados sem autorização do detentor da patente.

O país africano comunicou à OMC a sua intenção de importar, nos próximos dois anos, 260 mil embalagens dos antiretroviral TriAvir, comercializado pela farmacêutica canadiana Apotex. A Nigéria pretende utilizar uma concessão estabelecida pela OMC em Agosto de 2003, que nunca antes foi utilizada, e que autoriza as nações pobres e com dificuldades ao nível da saúde pública a importarem genéricos caso não tenham condições de os produzir.

De acordo com a deliberação da OMC, os países podem requerer uma “licença compulsória” para produzir versões patenteadas de fármacos considerados importantes para a saúde pública desde que os medicamentos sejam distribuídos para uso doméstico.

Os 150 membros da OMC deverão decidir, até Dezembro, se a concessão passará a integrar de forma permanente o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Industrial relacionados com o Comércio (ADPIC). Alguns decisores europeus adiaram, esta semana, a aprovação do mecanismo por considerarem que é demasiado restritivo e dispendioso para os países pobres que têm que lidar com os problemas de falta de acesso aos medicamentos para combater doenças como o HIV/Sida ou a malária que matam milhões de pessoas todos os anos.

Pascale Boulet, assessora jurídica dos Médicos Sem Fronteira e da sua Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais considera que este “é um sistema que funciona na base do país a país e caso a caso. Pode, de facto, responder às necessidades do Ruanda para este medicamento específico, mas não é uma solução para o problema como um todo”.

Marta Bilro

Fonte: Reuters, Itellectual Property Watch.

Anvisa lança "Operação Placebo"

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade brasileira que regula a comercialização de medicamentos, acabou de lançar uma operação policial contra a venda ilegal de medicamentos através da internet.

Em cooperação com a Polícia Federal, a agência reguladora diz ter detectado a venda ilegal de fármacos e produtos na internet que não se encontram registados na Anvisa, com produção ou distribuição irregular, em seis estados e dez municípios do país. De acordo com uma nota de imprensa a que o farmácia.com.pt teve acesso, terão sido identificados cerca de 60 locais ilícitos de armazenamento ou venda nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A "Operação Placebo", como lhe chamaram os responsáveis, é fruto de nove meses de investigação, durante os quais os produtos foram vigiados a partir da identificação de “empresas” que apresentavam maior frequência de actividades na rede mundial de computadores. Para se infiltrarem no meio, os responsáveis pela investigação entraram em contacto com os fornecedores que disponibilizavam medicamentos placebo, sem registo ou nota fiscal, e procederam à compra de anfetaminas, anabolizantes, complementos alimentares, medicamentos abortivos e estimulantes sexuais fabricados em laboratórios clandestinos.

Perto de 40 farmacêuticos e advogados destacados pela entidade reguladora deverão cooperar tecnicamente na análise prévia dos medicamentos e na verificação da legalidade dos produtos detectados. As autoridades suspeitam que, para além da adulteração ou falsificação de medicamentos, possa também haver contrabando.

Marta Bilro

Fonte: iGov, Anvisa.