quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Mutação de gene pode explicar Síndrome de Down

Investigadores do Porto descobrem nova função do BubR1 e acreditam que "erro" pode desencadear doença

A Síndrome de Down pode estar perto de ser descodificada. O mérito será atribuído a um estudo conduzido por investigadores do Porto e dos Estados Unidos que permitiu explicar como é que um gene contribui para a separação correcta dos cromossomas . Os cientistas acreditam que a mutação desde gene está relacionada com o aparecimento da doença.

O estudo – publicado hoje no Current Biology online – foi conduzido por cientistas do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, em parceria com um grupo nos Estados Unidos e sugere que o gene, BubR1 (cuja função é influenciar a divisão celular, ou seja, dos cromossomas na formação das células germinais, isto é, dos óvulos e do esperma) pode estar relacionada com o aparecimento da Síndrome de Down.

A descoberta a destacar refere-se a uma outra função (até agora desconhecida) deste gene: “manter os cromossomas estáveis quando estes se organizam em pares, no momento imediatamente anterior à produção das células sexuais ou gâmetas”, anunciaram.

Segundo explicaram os cientistas, o estudo incidiu na utilização das moscas da fruta (Drosophila) como modelo biológico, sublinhando o facto positivo de estes insectos terem apenas quatro pares de cromossomas e a sua distribuição durante a «meiose» - divisão celular que leva à produção de gâmetas - ser distinta entre machos e fêmeas.

Os investigadores do IBMC e da Virgínia relataram que, através da comparação da divisão das células de moscas com gene normal com a de moscas com mutação, concluíram que o BubR1 tem como objectivo manter a estabilidade entre os cromossomas “e se há distribuição anormal de cromossomas, pode provocar doenças como a Síndrome de Down”, frisaram.

Função de "polícia"
“A função do gene é de 'polícia'. Quando as coisas não estão a correr correctamente, ele vai fazer parar a célula e dar tempo para que esta consiga corrigir o erro, mas quando ele (BubR1) não está 100 por cento, constatámos que as fêmeas dão origem a filhos que têm alterações no número de cromossomas de uma forma muito semelhante à das características biológicas de doentes com a Síndrome de Down”, clarificou à TSF Cláudio Sunkel, um dos investigadores do IBMC envolvido no estudo que já decorria há quatro anos.

Embora as experiências tenha sido feito em moscas da fruta, os especialistas garantiram que “os resultados podem estender-se à espécie humana", uma vez que, "também é portadora deste gene”, reforçando acreditarem que “uma mutação deste gene pode provocar o mesmo erro nas células sexuais que aquele que origina a Síndrome de Down, por isso, agora já é possível compreender a doença.”

Portugal: entre 150 a 180 por ano
Síndrome de Down ou trissomia do cromossoma 21 é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossoma 21 extra total ou parcialmente. A incidência da síndrome de Down é estimada em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos. Por ano, nascem em Portugal entre 150 a 180 crianças portadoras da doença, também conhecida como trissomia 21 ou mongolismo.

Raquel Pacheco
Fontes: Current Biology/Agência Lusa/Sol/TSF

Condução: Autoridades vão ignorar presença de ansiolíticos e anti-depressivos

A detecção da presença de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos nos testes à saliva dos condutores não será punida, garante Mário Dias, do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML). A fiscalização das brigadas de trânsito no que toca às substâncias psicotrópicas que afectem a condução começou às 00:00 de quarta-feira porém, os agentes da segurança rodoviária estão apenas autorizados a agir perante a presença de anfetaminas e metanfetaminas, opiáceos, cocaína e canabis.

Embora os kits de despistagem de drogas distribuídos às forças de segurança tenham capacidade para detectar a presença de benzodiazepinas, substâncias presentes em vários medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos, “para a polícia a presença desta substância é irrelevante”, assegurou Mário Dias.

A escolha destes kits, “fabricados a nível mundial”, obedeceu apenas a critérios económicos e práticos, por serem de fácil manuseamento, leitura e interpretação, explicou o mesmo responsável. Nesse sentido, as anfetaminas e metanfetaminas, opiáceos, cocaína e canabis são as únicas substâncias que, de momento, preocupam as autoridades. Até porque, não existe qualquer tabela que indique se os níveis de benzodiazepina encontrados podem afectar a segurança da condução.

“Era preciso ter muita cautela na detecção de medicamentos, porque se as outras substâncias são ilícitas e a sua detecção não é problemática, com os medicamentos é uma situação diferente”, afirmou Mário Dias. É admissível que, no futuro, as benzodiazepinas possam vir a ser fiscalizadas, mas só depois de serem encontrados critérios que permitam incluir os medicamentos naquela lista. Para acabar com esta lacuna está já em curso o “projecto europeu, no qual participam 18 países, para encontrar valores de referência que possam criar regras que permitam dar passos mais seguros”, lembrou.

Este tipo de fármacos são diariamente ingeridos por “muitos milhares de portugueses”, referiu o Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, Vaz Serra, salientando a sua importância no equilíbrio dos condutores que dela necessitam. Ainda assim, o especialista reconhece que o consumo destes fármacos pode provocar sonolência, um efeito secundário “que deverá passar ao fim do quinto ou sexto dia de toma”. Por sua vez, Helena Teixeira, do INML, sublinha que “a condução de uma pessoa que suprime a toma de um medicamento a que está muito habituada é muito mais perigosa”. Segundo uma estimativa do Infarmed, em 2005, mais de nove em cada cem portugueses estariam a consumir diariamente benzodiazepinas.

Marta Bilro

Fonte: Lusa, Diário Digital.

Estudo dinamarquês acompanhou 12 mil mulheres
Pílula abortiva não prejudica fecundidade


As mulheres que já recorreram à utilização da contracepção de emergência pelo menos uma vez não apresentam maiores dificuldades em conseguir engravidar de novo, segundo um estudo que acompanhou 12 mil mulheres na Dinamarca e que foi publicado na última edição do «New England Journal of Medicine». Está demonstrado que a chamada “pílula do dia seguinte” não tem efeito penalizador sobre a fertilidade.

Na sequência da análise dos resultados obtidos durante o estudo, desenvolvido ao longo de cinco anos, os investigadores concluíram que o aborto químico não representa um risco acrescido para a mulher, quando comparado com o aborto cirúrgico. A equipa liderada pelo médico Jasveer Virk aferiu que “não há qualquer evidência de que uma interrupção da gravidez com recurso a medicamentos, em comparação com o método cirúrgico, aumente o risco de um aborto espontâneo futuro, de uma gravidez ectópica, de parto prematuro ou do nascimento de bebés com baixo peso”, não havendo também diferenças significativas na concepção e no desenvolvimento do feto entre as mulheres que antes abortaram, por qualquer daqueles métodos.
De acordo com os cientistas dinamarqueses, que nesta investigação só levaram em conta a primeira gravidez das 12 mil mulheres após a utilização da pílula do dia seguinte, apenas 2,4 por cento daquelas concepções culminou numa gravidez extra-uterina, enquanto cerca de 12 por cento tiveram como desfecho um aborto espontâneo, que afectou as gestantes indiscriminadamente quanto ao método de interrupção voluntária da gravidez usado anteriormente. No que respeita a partos prematuros, os cientistas estimaram que as hipóteses oscilem entre 5,4 e 6,7 por cento, enquanto a probabilidade de o recém-nascido ter peso inferior ao habitual se ficará pelos quatro a 5,1 por cento.

Carla Teixeira
Fonte: Saúde no Sapo, Último Segundo

Cell Therapeutics vai comercializar Zevalin nos EUA

A empresa de biotecnologia Cell Therapeutics anunciou a compra dos direitos de marketing e comercialização do Zevalin (Ibritumomab tiuxetano) no mercado norte-americano. O fármaco, produzido pela Biogen, está indicado no tratamento de doentes adultos com linfoma não Hodgkin recidivo ou refractário.

A Cell Therapeutics deverá entregar à Biogen um pagamento adiantado no valor de 7,5 milhões de euros e mais 14,9 milhões de euros relativos ao cumprimento de objectivos. Assim, a empresa norte-americana ficará encarregue do desenvolvimento e marketing do produto nos Estados Unidos da América (EUA), enquanto a Bayer Schering mantém os direitos de comercialização no exterior.

A Cell Therapeutics tem intenções de expandir a utilização do medicamento enquanto tratamento inicial para o linfoma não Hodgkin e prevê um “crescimento substancial das receitas do produto”, segundo afirmou o director executivo da empresa, James Bianco.

Em 2006, as vendas do fármaco nos EUA renderam mais de 12,2 milhões de euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Yahoo News.

Crianças: Medicamentos para tosse e constipações só com prescrição médica

FDA adverte os pais

O governo norte-americano lançou um aviso aos pais para que evitem medicar as crianças, principalmente quando são menores de 2 anos de idade, com fármacos para a tosse e constipações sem que estes tenham sido prescritos pelo médico. A medida insere-se numa acção de revisão geral que pretende avaliar a segurança e eficácia destes produtos na população infantil.

O Comité de Aconselhamento de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) deverá reunir-se nos dias 18 e 19 de Outubro com o intuito de analisar a ingestão de medicamentos para a tosse e constipações por parte das crianças.

Face às crescentes preocupações relativas aos riscos e benefícios destas substâncias, a FDA emitiu uma chamada de atenção, na qual menciona vários efeitos adversos graves registados em crianças às quais foi administrada uma dose elevada de medicamentos de venda livre para o tratamento de constipações e tosse. De acordo com a entidade reguladora norte-americana, as crianças com idade inferior a 2 anos merecem especial atenção.

Os pais devem, por isso, respeitar rigorosamente as indicações que acompanham o fármaco, refere a FDA. A lista de recomendações diz ainda que não devem ser administrados a crianças medicamentos destinados aos adultos, que as gripes e constipações surgem com diferentes intensidades sendo, por isso, aconselhável consultar um especialista para obter o fármaco mais indicado a cada situação, e também que devem ser lidas todas as informações sobre o produto contidas na embalagem.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo News.

Além de pasta dentífrica e gel para queimaduras
Mais medicamentos retirados do mercado


O Infarmed deu ontem ordem de retirada do mercado farmacêutico português de diversos lotes dos medicamentos Euglucon e Semi-Euglucon, para tratamento da diabetes de tipo II, além de um gel para queimaduras e picadas de insectos e de uma pasta de dentes.

Sobre os medicamentos destinados a diabéticos não insulino-dependentes da Roche, a Autoridade Nacional da Farmácia e do Medicamento precisou que não está em risco a saúde pública, mas todas as embalagens de todos os lotes dos comprimidos 5mg Euglucon glibenclamida e dos comprimidos de 2,5mg Semi-Euglucon sob três registos de Autorização de Introdução no Mercado terão de ser recolhidas. A retirada deve-se a resultados fora das especificações nos estudos de estabilidade em termos de dureza e de pureza.
Num outro comunicado o Infarmed informou que ordenou a retirada do mercado do Disoderme Gel, por ter sido detectado cloridrato de lidocaína, uma substância proibida, na composição de produtos cosméticos e de higiene corporal. À firma Chefaro Portuguesa, responsável pela distribuição do gel, foi concedido um prazo de 10 dias para proceder à recolha de todas as embalagens. Entretanto foi ainda anunciada a retirada do mercado das pastas dentífricas Amalfi-dent Classic e Amalfi-dent Herbal, fabricadas na China, por conterem dietilenoglicol, substância tóxica por ingestão em doses elevadas e cujo uso comporta risco para a saúde pública.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed, Agência Lusa
Tratamento de primeira linha para a Doença de Chagas
Benzonidazol vai ser fabricado no Brasil


O Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), no Brasil, vai retomar a produção do Rochagan (benzonidazol), fármaco utilizado no tratamento de primeira linha da Doença de Chagas. Até final do mês aquela estrutura deverá receber um primeiro lote de 370 quilogramas daquele princípio activo, quantidade suficiente para suprir as necessidades do mercado brasileiro e as demandas de outros países.

“Somos o único laboratório à escala mundial a fabricar este fármaco”, recordou fonte da empresa, acrescentando que, na sequência de vários surtos da Doença de Chagas que estão a alarmar vários pontos do globo, tornou-se imperativo, do ponto de vista do governo brasileiro e do próprio laboratório, retomar a produção do medicamento. O director técnico do Lafepe, David Santana, considerou que o prazo para que o benzonizadol comece a circular no mercado deverá ser de dois meses, visto que o princípio activo terá de ser vistoriado na área de controlo de qualidade por 14 dias, após os quais terá então início o fabrico do medicamento, pelo que só em meados de Outubro deverá poder ser disponibilizado aos utentes que dele careçam.
A companhia farmacêutica Roche, fabricante original do Benzonidazol, a que deu o nome comercial de Rochagan, cedeu todos os direitos relativos àquele fármaco, bem como a tecnologia associada à sua produção, ao Lafepe em 2003, e no ano seguinte doou ao governo brasileiro 360 mil comprimidos, para tratar os pacientes da rede pública de saúde durante dois anos. A Doença de Chagas é responsável por cerca de 50 mil mortes por ano em todo o mundo. A investigação de terapias farmacológicas para a doença não tem tido sucesso, e o benzonidazol, sendo o medicamento mais usado, exige um tratamento prolongado, de um a dois meses, revelando grande potencial de efeitos secundários e pouca eficácia na fase crónica.

Carla Teixeira
Fonte: Lafepe, «Diário Oficial» de Pernambuco

Santhera submete SNT-MC17 a avaliação da EMEA para tratar Ataxia de Friedreich

A Agência Europeia do Medicamento (EMEA) aceitou a candidatura de avaliação do SNT-MC17 (Idebenone), fármaco que poderá tornar-se no primeiro tratamento para a Ataxia de Friedreich (FRDA). O composto pertence à Santhera Pharmaceuticals Holding AG que tem como parceira de markeitng a Takeda Pharmaceutical.

O SNT-MC17, que recebeu estatuto de medicamento órfão atribuído pela União Europeia, demonstrou eficácia no tratamento de pacientes com FRDA, tanto ao nível neurológico como cardíaco, em vários ensaios clínicos. De acordo com as farmacêuticas, os mesmos estudos revelaram que o medicamento é bem tolerado.

O facto da EMEA ter aceite avaliar a candidatura do fármaco vai dar origem a um pagamento por cumprimento de objectivos à Santhera no valor de 3 milhões de euros por parte da Takeda, a sua parceira de comercialização na Europa.

A decisão da EMEA representa um grande avanço para a Santhera, dado que esta é a primeira vez que a empresa submete um produto à avaliação de uma entidade reguladora, referiu o director executivo, Klaus Schollmeier. Segundo revelou o mesmo responsável, caso seja concedida, a autorização de comercialização vai desencadear um novo pagamento relativo ao cumprimento de objectivos no valor de 4 milhões de euros.

A ataxia de Friedreich (FRDA) é uma doença neurodegenerativa, na qual a frataxina, gene causador da doença, codifica uma proteína implicada na manutenção do metabolismo do ferro nas mitocondrias. Numa pessoa afectada com ataxia de Friedreich a respiração celular, principalmente a etapa da cadeia transportadora de electrões, não ocorre correctamente. Uma vez que há pouca frataxina na célula, o transporte de ferro para fora da mitocôndria não é suficiente.

A FRDA não interfere com a capacidade mental, memória ou controle emocional. Os sintomas da doença começam a manifestar-se habitualmente antes dos 20 anos. Os pais notam primeiro uma marcha diferente na infância ou na adolescência dos filhos, bem como desequilíbrios e quedas frequentes. Posteriormente surgem dificuldades na articulação das palavras, e falta de coordenação nos movimentos das mãos. A atrofia muscular, deformações na coluna e os problemas cardíacos são também frequentes entre os portadores da doença. Cerca de 10 a 15 anos após o início do desenvolvimento da doença os paciente ficam confinados a uma cadeira de rodas e completamente dependentes das famílias para toda a actividade diária.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Forbes, Cienciaviva, Portal do Cidadão com Deficiência.

Rumores sobre possível aquisição fazem crescer acções da Bayer

A especulação sobre uma possível aquisição por parte da Novartis tem vindo a impulsionar o crescimento das acções da farmacêutica Bayer na bolsa alemã que ontem atingiram uma subida de 4,1 por cento. A oferta pode chegar aos 70 euros por acção, noticia a Bloomberg.

As acções da Bayer aumentaram ontem 2,87 euros para os 55,13 euros à hora de fecho da bolsa. O laboratório alemão, que no ano passado comprou a rival Schering AG por 17 mil milhões de euros, cresceu mais de 30 por cento este ano, impulsionada pelos ganhos da sua unidade de cuidados de saúde.

“Há rumores de que a proposta da Novartis pode chegar aos 70 cêntimos oferecidos por cada acção da Bayer”, referiu Oliver Schmidt, um analista da empresa alemã “Landesbank Rheinland-Pfalz”. Christian Hartel, porta-voz da Bayer escusou-se a comentar a afirmação. Por seu turno, John Giraldi, porta-voz da Novartis, disse apenas que a farmacêutica “nunca comenta a especulação do mercado”.

Os analistas consideram que a aquisição pode não estar prestes a concretizar-se porque a Bayer produz plásticos e químicos agrícolas para além de medicamentos. Karl-Heinz Scheunemann, analista da Bankhaus Metzler Seel, em Frankfurt, defende que a suposta intenção de aquisição não vai além dos rumores, isto porque, “se é certo que a Novartis tem capacidade para financiar uma aquisição, ser-lhe-ia difícil assimilar um conglomerado”.

Marta Bilro

Fonte: Pharmalot, Bloomberg.

Amgen vai dispensar 14% dos trabalhadores

A farmacêutica Amgen anunciou uma redução de 14% dos seus trabalhadores. A multinacional pretende assim reduzir as despesas depois dos prejuízos causa pela queda nas vendas de dois dos seus maiores produtos, Aranesp e Epogen.

O chefe executivo da empresa, Kevin Sharer, comentou que a dispensa de 2.220 a 2.600 trabalhadores faz parte de um plano de reestruturação da farmacêutica. Deste modo, no próximo ano prevêem uma redução orçamental no valor de 1, 300 mil euros.

As dificuldades tiveram início em Julho quando um estudo revelou que Aranesp e Epogen, utilizados em doentes oncológicos para combater a anemia, podiam agravar o cancro e provocar ataques cardíacos.

A Amgen junta-se assim à lista de empresas que tem apresentado cortes orçamentais durante o último ano. As causas predem-se com o crescimento rápido de novos fármacos em comparação com os que já existem e são patenteados.

Farmacêuticas como a Pfizer (redução de 1o mil trabalhadores) e a Johnson & Johnson, que eliminou 4. 800 mil postos de trabalho fazem parte da lista a que agora de junta a Amgen.

sara pelicano

fontes: marketwatch, new york times

Vinte mil portugueses sofreram intoxicações em 2006

Medicamentos são os principais culpados

Vinte mil pessoas sofreram intoxicações com necessidade de recurso hospitalar em 2006, quase metade eram crianças, divulgou o Centro de Informação Antivenenos (CIAV). Os medicamentos são os principais actores na lista dos culpados.

Entre as 9161 crianças intoxicadas, 5521 foram alvo do consumo indevido de fármacos. Há casos em que estas substâncias foram ingeridas por iniciativa própria, mas há também situações de uso incorrecto ou excessivo. Os detergentes e lixívias são responsáveis por 2233 casos de intoxicações.

Os maiores perigos estão no interior das habitações, alerta o centro médico de informação toxicológica. Uma vez que vivemos rodeados de possíveis tóxicos é necessário conhecer-lhes os perigos, não descuidar a atenção e ensinar as crianças acerca da sua utilização correcta. Ainda assim, a precaução e o mais importante.

O centro de atendimento do CIAV está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano. O serviço é assegurado por médicos especializados, fornece informações referentes ao diagnóstico, quadro clínico, toxicidade, terapêutica e prognóstico da exposição a tóxicos - humanas e animais - e de intoxicações agudas ou crónicas. Disponibiliza também esclarecimentos sobre efeitos secundários dos medicamentos, substâncias cancerígenas, mutagénicas e teratogénicas.

Marta Bilro

Fonte: Correio da Manhã, INEM.

Disoderme Gel retirado do mercado

Um comunicado emitido pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) informa que vai ser retirado do mercado o produto de cosmético e higiene corporal Disoderme Gel. Em causa está a presença de uma substância proibida.

Na nota informativa, de carácter “urgente”, o Departamento de Cosméticos e Monitorização do Mercado de Produtos de Saúde (DIL/CPS) do Infarmed refere que a medida foi tomada ao abrigo do disposto no Artigo 33º do Decreto-Lei n.º 142/2005, de 24 de Agosto. O artigo proíbe que este tipo de produtos contenha na sua composição “cloridrato de lidocaína”, um sal com a mesma actividade que a “lidocaína”.

A Chefaro Portuguesa – Distribuição de Produtos Farmacêuticos, Unipessoal, Lda., empresa responsável pela colocação no mercado nacional do Disoderme Gel, tem agora um prazo de 10 dias para proceder à recolha de todas as embalagens do mercado. A suspensão de comercialização do produto tem efeito “imediato”, refere o Infarmed, pelo que serão notificadas todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição e comercialização do referido produto.

A circular deixa também uma advertência aos profissionais e ao público em geral que estejam na posse do produto para se absterem da sua utilização ou para a suspenderem. Caso seja detectada a presença do Disoderme Gel no mercado nacional a situação deve ser comunicada ao Infarmed.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Boletim interno criado em 2006 dá lugar a página na internet
Onusida lança blog com informação científica

As mais recentes notícias relativas a investigação e avanços científicos na área da sida encontram-se desde esta semana disponíveis num novo blog criado pelo organismo das Nações Unidas para os assuntos relacionados com aquela doença. Numa página online com o endereço http://hivthisweek.unaids.org/, a Onusida disponibiliza aos interessados informações actualizadas sobre uma das patologias que mais preocupa os cidadãos e a comunidade médica e científica de todo o mundo.

À luz de um comunicado emitido pela Onusida no seu site oficial, o novo blog reúne as últimas notícias relativas a desenvolvimentos científicos na investigação da síndroma da imunodeficiência adquirida, juntamente com artigos publicados em jornais e revistas especializados, notas de edição e a possibilidade de os visitantes deixarem também os seus comentários. Concebido em 2006 no formato de newsletter interna da Onusida, o boletim «HIV this week» assume agora a vertente digital, e abre-se aos interessados de todo o mundo. O blog é editado pela consultora científica chefe da Onusida, Catherine Hankins, e pela sua equipa de colaboradores, e está completamente escrito em Língua Inglesa.
De acordo com aqueles especialistas, que desde 2002 vêm recolhendo diverso material informativo em jornais e revistas especializadas em sida, “poderá parecer que existe um volume excessivo de informação no campo do HIV, particularmente para pessoas leigas em diversos países”. No entanto, asseveram, o objectivo deste novo blog é o de “facilitar a vida às pessoas, disponibilizando o acesso a literatura-chave sobre este assunto, para que possam manter-se actualizadas sobre os mais recentes progressos científicos”. Em Portugal a sida continua a crescer de forma preocupante: segundo dados da Onusida, a prevalência da doença no nosso país deverá oscilar actualmente entre os 30 e os 50 mil casos de pessoas infectadas, sendo no comportamento humano e social que reside a resposta para a epidemia, mesmo que, num futuro mais ou menos próximo, uma vacina ou eventuais alternativas terapêuticas possam ser desenvolvidas com sucesso.

Carla Teixeira
Fonte: Onusida
Estudo incidiu sobre 120 jovens voluntários moçambicanos
Vacina contra cólera demonstra grande eficácia


Ainda não pode ser usada no controlo da cólera, mas já representa uma esperança no combate à doença, que por ano afecta milhares de pessoas, nomeadamente nos países em desenvolvimento. Em Moçambique uma nova vacina foi testada em 120 voluntários com idade acima dos 17 anos, na maioria estudantes, que foram acompanhados pelos investigadores por um período de 30 dias entre Agosto e Novembro do ano passado. A eficácia registada foi de 97,4 por cento.

Levado a cabo no âmbito de um projecto de colaboração científica entre o Ministério da Saúde de Moçambique e o Instituto Finlay de Cuba, o estudo teve como maior objectivo “avaliar o grau de segurança e a capacidade da vacina para induzir uma resposta imune eficaz em indivíduos residentes num país endémico de cólera, como é Moçambique”, um país onde, só no ano passado, foram registados seis mil casos da doença, dos quais 22 acabaram por se revelar fatais, resultando na morte dos pacientes. Os cientistas estão satisfeitos com o resultado da investigação e consideram estes resultados “animadores”, mas recordam que a vacina não poderá ser usada de forma generalizada em humanos sem antes ser testada em grupos etários inferiores ao utilizado neste estudo. O próximo passo deverá ser, por esse motivo, um alargamento do estudo a faixas mais amplas da população, e só no caso de se repetirem os mesmos resultados em termos de eficácia e segurança poderá pensar-se numa inoculação em massa.

Carla Teixeira
Fonte: «Fátima Missionária», «A Semana Online»

Guarda recebe XXIII Congresso de Pneumologia em Novembro

O Teatro Municipal da Guarda recebe, entre os dias 8 e 10 de Novembro, o XXIII Congresso de Pneumologia. O evento, organizado pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), pretende promover o convívio entre todos os profissionais e especialistas interessados na área respiratória oferecendo aos participantes várias conferências, mesas-redondas, painéis, simposia, comunicações orais e posters.

O programa, a que o Farmacia.com.pt teve acesso, destaca como principais temáticas em análise a asma, o cancro do pulmão, os cuidados respiratórios domiciliários, as doenças pulmonares difusas, a fisiopatologia respiratória, a hipertensão pulmonar, as infecções respiratórias, o tabagismo ou a tuberculose.

Tal como salienta o presidente da SPP, António Segorbe Luís, “este evento científico, palco de encontro da Pneumologia portuguesa, será a oportunidade para um são convívio entre todos os profissionais da saúde que se interessam pela área respiratória”.

De acordo com a comissão organizadora, a escolha da cidade da Guarda para a realização do congresso está relacionada com a ocorrência da passagem do centenário da inauguração do Sanatório Sousa Martins.

Marta Bilro

Fonte: Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Alimentação rica em ómega-3 previne hipertensão

As gorduras omega-3, presentes nas nozes e em espécies de peixes como a sardinha, a cavala ou o salmão, são benéficas para o coração e ajudam a limpar as artérias, controlando a pressão arterial e, consequentemente, prevenindo a ocorrência de problemas cardiovasculares, revela um estudo realizado pela Associação de Cardiologia Americana.

De acordo com as conclusões da investigação, uma dieta rica em peixes, verduras, nozes e grãos ajuda a reduzir a pressão arterial. Estes alimentos contêm EPA e DHA, ácidos graxos de omega-3, gordura que permite ao organismo humano funcionar de forma adequada.

Para além de ajudar a diminuir os níveis de triglicéridos e o colesterol total presente no sangue, o ómega três é um contributo essencial para o melhor funcionamento do cérebro. Ao revitalizar o funcionamento das artérias, a substância estabiliza os níveis de tensão arterial prevenindo a hipertensão, condição que está base da maioria das doenças cardiovasculares, a primeira causa de morte em Portugal e na maioria dos países desenvolvidos.

Nesse sentido, os especialistas recomendam o consumo equilibrado de ómega-3, que deve corresponder a duas refeições semanais à base de peixe, principalmente sardinha, cavala, arenque, atum ou salmão.

Marta Bilro

Fonte: American Heart Association, IPCdigital.com, Administração Regional de Saúde do Centro.

Pacientes submetidos à inoculação revelaram melhoria
Vacina contra a esclerose múltipla passa teste


O primeiro teste da nova vacina de ADN contra a esclerose múltipla em humanos revelou resultados muito animadores, com os investigadores responsáveis a falar de sucesso e de uma melhoria verificada na sintomatologia da generalidade dos doentes submetidos à inoculação, que tem como objectivo baixar a actividade do sistema imunitário, que naqueles doentes se torna hiperactivo.

Segundo um relatório publicado na revista «Archives of Neurology», uma equipa de investigadores do Instituto de Neurologia de Montreal (Canadá), liderada por Amit Bar-Or desenvolveu a vacina, que contém filamentos de ADN produtores de mielina, que foi administrada em 30 pacientes através de uma injecção muscular. Visando sobretudo testar a segurança da imunização em humanos, o estudo dos cientistas canadianos permitiu registar efeitos colaterais “moderados” e de “breve duração”. A equipa dá conta de uma melhoria nos sintomas de grande parte dos doentes, submetidos a um scanner do cérebro por ressonância magnética a fim de examinar os danos causados pela doença.
Tendo em conta que, consoante a esclerose múltipla vai evoluindo, é possível a contagem das lesões que provoca, conhecendo também as suas dimensões, os investigadores declaram ter registado uma quebra, de 83 para 64 por cento, no número de lesões verificadas nos doentes a quem foi administrada a nova vacina, sendo que também o tamanho dessas lesões sofreu diminuição considerável, que em alguns casos atingiu os 83 por cento. São conclusões que legitimam um forte entusiasmo junto dos cientistas, que no entanto frisaram a necessidade de fazer uma abordagem cautelosa destes dados: “Foi demonstrado, neste primeiro teste, que o novo método é seguro e bem tolerado”, mas estão agora em curso novas experiências, que incidirão numa amostra alargada (290 pacientes) e num tempo de avaliação maior (pelo menos 12 meses).

Carla Teixeira
Fonte: «The Guardian», «O Estadão»

Recolha voluntária do Euglucon e Semi-Euglucon

A Roche Farmacêutica Química vai proceder à recolha voluntária de todos os medicamentos Euglucon, glibenclamida, comprimidos, 5 mg e Semi-Euglucon, glibenclamida, comprimidos, 2,5 mg, informa um comunicado divulgado pela Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed). A medida é justificada com o incumprimento de algumas especificações pré-estabelecidas.

Os medicamentos, produzidos em Espanha pela Kern Pharma, terão sido alvo de uma análise na qual se detectou a existência de resultados fora de especificações, refere a nota informativa emitida pelo Infarmed. Apesar de não colocarem em risco a saúde pública, serão retirados todos os lotes do referido fármaco, com registo de AIM no Infarmed n.º 8269969 e 8269944 e 8269977 cujo titular da autorização é a firma Roche Farmacêutica Química.

De acordo com documento, classificado como “muito urgente”, a deliberação do Conselho Directivo do Infarmed baseou-se no incumprimento das especificações relativas aos parâmetros de dureza do produto acabado e aos valores da impureza sulfonamida.

O Euglucon (glibenclamida) é um antidiabético oral utilizado no tratamento da diabetes em doentes não insulino dependentes (Tipo 2). A glibenclamida diminui os níveis séricos de glucose, através da estimulação da libertação de insulina pelas células β-pancreáticas.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed.

Cancro: IPO do Porto estuda sequelas do tratamento em crianças sobreviventes

O impacto da doença e os tratamentos a que são submetidas as crianças com cancro podem desencadear problemas cognitivos. A conclusão resulta de uma investigação do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto cujo Serviço de Psico-oncologia vai analisar, durante os próximos cinco anos, os efeitos neuropsicológicos da radioterapia e quimioterapia nas crianças com cancro.

Limitações no crescimento e desenvolvimento, disfunções neurocognitivas, problemas cardiopulmonares e gastrointestinais, bem como, sequelas músculo-esqueléticas, estão entre o rol de possíveis consequências inerentes às terapias anti-cancro. Os casos de leucemia e tumores do sistema nervoso central, em que os tratamentos podem ter implicações ao nível cognitivo na memória visual, na atenção, concentração e capacidade de reconhecimento vão merecer especial atenção.

O número de crianças sobreviventes de cancro é cada vez mais elevado, nota Adoíndo Pimentel, director do serviço de Psico-oncologia do IPO do Porto. No entanto, sublinha, "é inegável que os tratamentos, quando actuam sobre o sistema nervoso central, têm consequências neurocognitivas e psicológicas deveras negativas para as crianças”.

O objectivo da pesquisa é caracterizar os défices observados (estudar diferenças na idade e sexo, entre outras variáveis) para desenvolver programas de reabilitação neuropsicológica que permitam eliminar ou minimizar os danos resultantes dos tratamentos. Pretende-se, essencialmente, melhorar a qualidade de vida destas crianças tentando prever determinadas sequelas físicas e psicológicas provocadas pelo tratamento.

Os sobreviventes de cancro infantil “são um grupo de risco”, considera o especialista, isto porque “pode haver um comprometimento ao nível do desenvolvimento de competências verbais e não verbais, rendimentos académicos e competências sócio-emocionais”.

Marta Bilro

Fonte: Público, Correio da Manhã.

Ordem remeteu uma exposição ao Ministério da Saúde
Um novo modelo para a carreira farmacêutica


A direcção nacional da Ordem dos Farmacêuticos prometeu investir contra o que definiu como uma crescente desvalorização da carreira farmacêutica por parte da tutela, e tem levado a cabo inúmeras acções nesse sentido. No seguimento das audiências solicitadas ao presidente da Assembleia da República e aos diversos grupos parlamentares – a OF já se reuniu com Jaime Gama e com o PCP –, e no âmbito dos princípios orientadores da reforma que está em curso nos regimes de vinculação, carreira e remunerações na Administração Pública, a equipa liderada por Irene Silveira acaba de enviar uma exposição ao Ministério da Saúde.

Na carta enviada ao gabinete de António Correia de Campos a Ordem caracteriza a intervenção farmacêutica no seio do sector público, “sustentando a necessidade de aproveitar o actual processo de reforma para alcançar um modelo de carreira farmacêutica que promova ganhos em saúde e contribua para a clarificação das competências profissionais” dos farmacêuticos, vincando a sua importância para a “qualidade e racionalidade da prestação de cuidados de saúde”. Nessa medida, e segundo apurou o farmacia.com.pt junto de fonte oficial, a OF pretende avisar a tutela da “necessidade de constituir uma carreira especial, que abranja todos os farmacêuticos, reconhecendo a titulação de especialidades e a adequação das qualificações e das funções, como princípios relevantes e objectivos para a sua efectivação”.
Isso mesmo refere a Ordem num comunicado publicado sua página na internet (http://www.ordemfarmaceuticos.pt/), em que sustenta a convicção de que “a carreira farmacêutica deverá representar um innstrumento promotor da universalidade de farmacêuticos afectos à Administração Pública e abranger um vasto conjunto de profissionais que exercem funções diferenciadas em serviços farmacêuticos nos hospitais, serviços hospitalares de análises clínicas e patologia clínica, serviços e unidades de genética humana e institutos e organismos públicos”, de que são exemplo o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e o Infarmed, entre outras entidades. No mesmo ofício a Ordem garante “a sua inteira disponibilidade para articular os procedimentos e mecanismos necessários, através de colaboração estreita com o Ministério da Saúde”.

Carla Teixeira
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos, Ministério da Saúde
Empresa suíça chamada a repor a verdade sobre o Exelon
FDA acusa Novartis de mentir aos doentes


A Food and Drug Administration (FDA), entidade norte-americana que regula o sector do medicamento, notificou a companhia farmacêutica suíça Novartis por causa de alegadas informações falsas sobre o Exelon (rivastigmina), o fármaco mais vendido no tratamento da doença de Alzheimer, que actualmente está disponível em mais de 70 países. A FDA acusa a Novartis de proclamar para aquele medicamento maior índice de segurança do que aquele que foi efectivamente demonstrado.

Numa nota datada do passado dia 8, mas que apenas foi publicada ontem, terça-feira, no site da FDA (http://www.fda.gov/), a entidade reguladora norte-americana tece duras acusações à Novartis, acusando claramente a empresa de mentir aos doentes, e pede que a verdade sobre a eficácia e os riscos inerentes à utilização daquele fármaco seja de imediato reposta, e que a publicidade que tem vindo a circular num folheto da marca seja interrompida, considerando que, “em termos de saúde pública, estas violações são fonte de preocupação” para os reguladores. Em causa está a sugestão de que o Exelon é mais seguro e eficaz do que é na realidade, e o facto de, segundo a Food and Drug Administration, o uso do fármaco estar a ser estimulado pela companhia farmacêutica em condições diversas daquelas em que a sua eficácia foi demonstrada nos ensaios clínicos realizados. A FDA estabelece como data-limite para uma resposta da empresa suíça o próximo dia 22.
Entretanto, um porta-voz da Novartis já reagiu ao comunicado, referindo que a empresa está a analisar o seu conteúdo e deverá responder, como solicitado, no próximo dia 22. A mesma fonte asseverou que serão tomadas “as medidas necessárias para garantir que todos os materiais de promoção cumprem escrupulosamente as normas da FDA”. De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, o Exelon está disponível no mercado desde 1997 e actualmente é comercializado em mais de 70 países, no âmbito do tratamento de casos de demência moderada em pacientes com Alzheimer. No nosso país foi introduzido em 1998 (com renovação em 2003), sendo titular da Autorização de Introdução no mercado a Novartis Europharm Limited, com sede no Reino Unido.

Carla Teixeira
Fonte: Firstword, FDA, Bloomberg, Agência Efe, EMEA
Médico madeirense alerta para os riscos...
Proibir condução sob efeito de medicamentos


O presidente do Conselho Distrital da Madeira da Ordem dos Médicos, França Gomes, é apologista da imposição de uma proibição de conduzir a pessoas que estejam sujeitas aos efeitos de medicamentos psicotrópicos que, afirma, são mais penalizadores do que o álcool. O clínico argumenta que o facto de estarem a ser medicados não deverá servir de desculpa para que aqueles condutores não sejam autuados pelas suas infracções.

Comentando o novo regulamento de fiscalização de álcool e substâncias psicotrópicas, e de acordo com a edição desta quarta-feira do «Jornal da Madeira», França Gomes diz que “há uma lacuna que a lei não define”, e que tem a ver com o facto de “um indivíduo apanhado com um determinado tipo de medicação poder ir ao hospital, fazer prova de que está a tomar aqueles fármacos e acabar por não ser autuado” por eventuais delitos cometidos, à luz do Código da Estrada. Um conceito profundamente errado, na opinião daquele responsável, já que “há medicações muito fortes que fazem com que a pessoa não tenha, claramente, capacidade para conduzir”.
Há também “certos tipos de automedicação”, designadamente os que se prendem com a administração de fármacos para o tratamento da ansiedade ligeira, para problemas do sistema nervoso central e para adormecer, que deveriam levar o próprio médico, no acto da prescrição, a impedir o doente de conduzir. No entanto, recorda França Gomes, alguns desses produtos estão hoje disponíveis nas farmácias e nos supermercados, são de venda livre e podem ser adquiridos por qualquer pessoa à revelia do aconselhamento médico. “Dá a sensação de que o que interessa é o álcool e as drogas, mas actualmente há drogas à venda nas farmácias, nos supermercados e nas bombas de gasolina, e que são tão ou mais nocivas para a condução do que o próprio álcool”, atesta França Gomes ao «Jornal da Madeira».
Em contrapartida à visão crítica do presidente do Conselho Regional da Madeira da OM, o psiquiatra Luís Filipe Fernandes sublinha que a maior parte dos medicamentos usados no tratamento de doentes psiquiátricos não contêm qualquer substância pesquisável nos testes que, a partir de agora, poderão ser feitos pelas autoridades na estrada. De acordo com aquele especialista, os detectores de drogas que a polícia poderá começar a utilizar visam aferir da presença de substâncias como heroína, haxixe ou anfetaminas, que não estão presentes nos medicamentos prescritos àqueles doentes.
Luís Filipe Fernandes reconhece, porém, que há determinadas substâncias que poderão ser detectáveis naqueles doentes, que aconselha a estarem sempre munidos de uma fotocópia da prescrição médica do tratamento. É o caso de alguns medicamentos para a dor. O médico assevera, contudo, que “análises complementares posteriores indicarão se as substâncias detectadas estão a ser usadas para fins terapêuticos ou como abuso”. No acto da prescrição, advoga, os médicos devem alertar os doentes para os possíveis efeitos dos produtos farmacológicos a que os submetem.

Carla Teixeira
Fonte: Jornal da Madeira

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Atrasar corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé

Estudo constata redução de casos anémicos e de risco de icterícia

Uma investigação publicada no «Journal of the American Medical Association» (JAMA) sugere que, atrasar o corte do cordão umbilical é benéfico para o bebé. Reduzir a tendência para desenvolver anemia e diminuir os riscos de icterícia são as mais valias apontadas.

De acordo com o estudo conduzido por Eileen Hutton, da Hamilton University, nos Estados Unidos, os benefícios da espera (em apenas alguns minutos) da incisão do cordão umbilical “reflectiram-se no melhoramento dos níveis de ferro no sangue dos bebés” sustentando que, “um maior volume de sangue circula da mãe para o filho.”

A diminuição da tendência para desenvolver anemia (entre os dois e os seis meses) e a redução do risco de icterícia (uma condição fisiológica que afecta, aproximadamente, dois terços dos recém-nascidos saudáveis), foram os resultados destacados pela equipa de Eileen Hutton nos bebés cujo o corte foi atrasado.

Segundo informa o JAMA, a investigação envolveu 1.912 bebés, sendo que, em 1.001 o cordão umbilical foi cortado dois minutos após o parto e, na restante amostra de recém-nascidos, o corte foi imediato ao parto.

Raquel Pacheco
Fonte: JAMA/OM-Norte

Cientistas desenvolvem imagem 3D de célula viva

Uma técnica semelhante à utilizada nos aparelhos de raio-X serviu de base a um grupo de cientistas norte-americanos para desenvolver a primeira imagem de uma célula a três dimensões. Esta inovação permite aos médicos dispensarem a ajuda de marcadores de contraste para obterem pormenores detalhados sobre as actividades celulares.

Para a equipa de investigadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) a descoberta representa a “realização de um sonho” e o cumprimento de um objectivo que era já perseguido há vários anos. Conforme explicou Michael Feld, director do Laboratório de Espectroscopia do MIT, "pela primeira vez, as actividades funcionais de células vivas poderão ser estudadas nos seus estados naturais".

O estudo, publicado na revista “Nature”, dá conta dos detalhes da investigação que permitiu à equipa de cientistas criar imagens tridimensionais de células de um cancro cervical que revela a estrutura interna das células. Através da mesma tecnologia os autores da pesquisa desenvolveram também imagens de pequenos vermes e outros tipos de células.

O processo baseou-se na mesma técnica utilizada para criar tomografias computorizadas que fornecem imagens tridimensionais do corpo humano. Estas tomografias computorizadas, geradas através da conjugação de uma série de imagens de raio-X bidimensionais, são captadas à medida que a fonte de raio-X roda em torno do objecto.

“É possível reconstruir uma representação 3D de um objecto a partir de imagens múltiplas captadas através de várias direcções”, afirmou Wonshik Choi, orientador do estudo. Para criar uma imagem a três dimensões os investigadores combinaram 100 imagens bidimensionais obtidas a partir de ângulos diferentes que originaram um mapa tridimensional dos organismos celulares.

Marta Bilro

Fonte: Science Daily, BioPharma.Reporter.com, eParaiba.

Mosca-da-fruta ajuda a decifrar sono humano

Estudo apresenta resultados úteis ao desenvolvimento de novos fármacos

Um estudo publicado pela revista científica britânica «Nature Neuroscience», aponta a mosca-da-fruta ou mosca-do-vinagre como um modelo promissor para ajudar a decifrar a regulação do sono nos seres humanos. Segundo os cientistas, esta informação poderá ser útil à indústria farmacêutica.

A investigação, conduzida por cientistas do Neurosciences Institute de San Diego (Califórnia, EUA), sugere que a mosca-da-fruta (tecnicamente designada como Drosophila melanogaster) “pode ser um bom modelo na identificação das rotas moleculares implicadas nos mecanismos do sono.”

Ralph Greenspan, do instituto americano - citado pela revista britânica - garantiu que a mosca-da-fruta “representa um modelo promissor, já que o insecto experimenta um processo de sono biologicamente similar ao dos mamíferos”, revelando ainda que os estudos comprovaram que a Drosophila melanogaster responde, também, “aos mesmos agentes farmacológicos que modulam a excitação nos mamíferos.”

Para os especialistas, os resultados alcançados podem, futuramente, facilitar e tornar célere a pesquisa de outros cientistas referente à identificação de moléculas adicionais necessárias para a indução ou a manutenção do sono. A informação que saiu do estudo poderá, ainda, “ser usada pelas companhias farmacêuticas no sentido de desenvolver melhores produtos para ajudar a dormir", concluíram os investigadores de San Diego.

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature Neuroscience»/Efe/Estadão.com.br

Descoberto “esconderijo” do VIH

Vírus oculta-se nos gânglios linfáticos da região intestinal em doentes submetidos a tratamento contínuo

O vírus latente do VIH/sida esconde-se nos gânglios linfáticos da região intestinal e, nesta zona do corpo, os linfócitos não actuam como deveriam resultando, talvez, na falha do combate à doença. As descobertas foram feitas por investigadores franceses e podem trazer respostas a perguntas que pairavam, há anos, entre a comunidade científica.

Um estudo conduzido por cientistas do Instituto Pasteur e Instituto Nacional da Saúde e de Pesquisas Médicas (Inserm), em Paris, apontou o “esconderijo” do VIH/sida no corpo de pacientes submetidos a tratamento contínuo contra a doença: os gânglios linfáticos da região intestinal.

Detectado “defeito” nos linfócitos

De acordo com a investigação publicada na revista científica «Cell Death and Differentiation», os investigadores franceses ter-se-ão também apercebido de que os linfócitos (responsáveis pela defesa do corpo humano) não desempenham bem o seu papel naquele local, apresentando um “defeito” de sobrevivência. “Estes linfócitos, normalmente, deveriam ser capazes de controlar o vírus, destruindo as células infectadas, no entanto, estão a morrer precocemente”, explicaram, sugerindo que esta “má-formação” poderá ser a causa da falha no combate definitivo do vírus.

Para os cientistas, descobrir o local onde o vírus se esconde nos doentes infectados e tratados há mais de dez anos, e cuja carga viral chega a um ponto indetectável “foi o passo mais importante.”

Em declarações ao jornal «Le Figaro», Jérôme Estaquier, coordenador da investigação, explicou que o “reservatório profundo situa-se, fundamentalmente, nos gânglios mesentéricos, que drenam a região intestinal, e não nas placas Peyer, inclusivamente, nos indivíduos tratados que não possuíam partículas virais detectáveis no sangue ou nos gânglios periféricos depois de 10 anos de infecção."

Este avanço abre um novo foco das pesquisas que, segundo os investigadores franceses, “será fortalecer os linfócitos, chamados T CD8, e possibilitar que eles vençam o VIH no momento em que a carga viral se encontra escondida somente nos gânglios linfáticos intestinais.”

De referir que, em estudos anteriores os cientistas já deram um passo neste caminho, tendo identificado a molécula que pode ser a responsável pela anomalia dos linfócitos T CD8. Trata-se da TGF-beta, uma citocina imunossupressiva (proteína que baixa a imunidade).

Raquel Pacheco
Fontes: «Le Figaro»/«Cell Death and Differentiation»/Agência de Notícias da Aids

Arius regista duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos

A Arius Research Inc. registou duas patentes de anticorpos nos Estados Unidos, uma inserida no Programa da CD63 e que foi licenciada à parceira Genentech, Inc. e a outra incluída no Programa do antigénio carcinoembriónico (CEA).

A patente americana U.S. 7.256.272 abarca as reivindicações sobre a composição da substância em relação ao clone e anticorpo que atinge a CD63. Este anticorpo tem o potencial de recrutar o sistema de defesa do organismo para atacar o cancro, e tem demonstrado que consegue prevenir o crescimento do tumor e melhorar a sobrevivência em modelos de cancro da mama.

A segunda patente, a U.S. 7.256.271, contém reivindicações referentes à composição de um clone e anticorpo direccionado. O CEA é um marcador tumoral de expressão alargada, e o anticorpo direccionado para o CEA da Arius tem demonstrado uma robusta actividade anti-tumor em modelos de cancro do cólon e da mama.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive

Oramed completa Fase 1A do ensaio do fármaco de insulina oral

A Oramed Pharmaceuticals, Inc. completou com sucesso a Fase 1A do ensaio clínico da cápsula oral de gel de insulina. Este estudo exploratório foi desenhado para avaliar tanto a segurança e tolerabilidade, como as propriedades de absorção da tecnologia de administração de insulina desta companhia.

Este ensaio observou as alterações, ao longo do tempo, das concentrações de insulina, glicose e peptídeo-C no plasma, em voluntários saudáveis, através da administração de diversos tipos de dosagens orais. No que se refere a efeitos secundários, não foram observados resultados adversos significativos após a administração da cápsula de gel de insulina, exceptuando os efeitos já antecipados relacionados com hipoglicemia associada à insulina.

Tendo por base os resultados farmacocinéticos e farmacológicos desta fase inicial do ensaio, a companhia decidiu continuar o desenvolvimento do fármaco oral de insulina. Prevê-se que os ensaios adicionais de Fase 1 de biodisponibilidade e farmacocinética, para optimizar e finalizar a formulação, iniciem no final de 2007. A companhia pretende completar os estudos de Fase 1, nos Estados Unidos, até meados de 2008.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive
Produtos contêm substâncias proibidas
Infarmed ordenou recolha de cosméticos


A Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde (Infarmed) ordenou a recolha imediata do mercado de diversos produtos da marca Serge Louis Alvarez, comercializada em Portugal pela Medi-Visage. Em causa está a presença de substâncias proibidas.

Numa circular informativa classificada como urgente mas que, apesar de ter data do passado dia 6 só ontem foi tornada pública, o Conselho Directivo do Infarmed, na pessoa do seu vice-presidente Hélder Mota Filipe, esclareceu que, segundo a indicação do Departamento de Cosméticos e de Monitorização do Mercado de Produtos de Saúde do Infarmed, foi decidida a retirada imediata do mercado dos produtos cosméticos e de higiene corporal «Vernis à Ongles Power», «Xxcell Lotion Désincrustante», «Paillettes Exclusives» e «Paillettes Fines», da marca Serge Louis Alvarez, cujo responsável pela introdução em Portugal é a empresa Medi-Visage – Formação Profissional, Importação e Distribuição Lda.
Em causa está a detecção, na composição daqueles produtos, de substâncias proibidas como o ftalato de dibutilo, o fenol e dois corantes, um deles proibido em produtos cosméticos, e outro autorizado apenas em produtos que tenham apenas um contacto muito breve com a pele, o que neste caso não acontece. O Infarmed notifica assim “todas as entidades envolvidas no circuito de distribuição e venda dos referidos produtos sobre a suspensão imediata da sua comercialização”, e ao mesmo tempo adverte os profissionais e o público para se absterem de os usar.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

FDA aprova nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg

A FDA aprovou a nova formulação do fenofibrato nas doses de 120 mg e 40 mg, da LifeCycle Pharma, para o tratamento da hiperlipidemia (valores anormalmente elevados de gorduras - colesterol, triglicéridos ou ambos - no sangue) e da hipertrigliceridemia (níveis sanguíneos elevados de triglicéridos).

Este fármaco utiliza a tecnologia Meltdose da LifeCycle Pharma, que está delineada para fornecer absorção superior e melhor biodisponibilidade. O lançamento no mercado norte-americano deste produto, que terá a dosagem mais baixa de fenofibrato disponível para pacientes, é esperado para o final de 2007.

O fenofibrato tem demonstrado ser muito eficaz em baixar as concentrações de triglicéridos e no aumento das lipoproteínas de elevada densidade (HDL), ou bom colesterol. Para além disso, tem um perfil de efeitos secundários superior, comparado com fármacos alternativos. As vendas do fenofibrato têm aumentado significativamente nos últimos anos, e em 2006, as vendas totais foram de 1,7 mil milhões de dólares em todo o mundo, o que representou um aumento de 16 por cento em relação a 2005.

Segundo os termos do acordo com a Sciele, a LifeCycle Pharma já recebeu um pagamento adiantado de 5 milhões de dólares, e ainda irá receber um pagamento de 4 milhões de dólares, uma vez que este fármaco recebeu agora a aprovação da FDA. A LifeCycle Pharma ainda irá receber pagamentos que podem atingir os 8 milhões de dólares quando certos objectivos de vendas forem atingidos.

Segundo o Dr. Flemming Ørnskov, presidente da LifeCycle Pharma, a companhia está satisfeita por ter recebido a aprovação da FDA para o primeiro produto nos Estados Unidos. O lançamento pendente deste produto marca um importante passo em frente para o modelo de negócio da companhia.

Isabel Marques

Fontes: Pharmalive, www.lcpharma.com, Manual Merck, Infarmed

Roche auscultou mercado brasileiro

Farmacêutica suiça poderá investir num centro de investigação de medicamentos

A Roche poderá anunciar, em breve, o investimento num centro de investigação básico de medicamentos, no Brasil. A notícia foi avançada pelo «Correio Braziliense».

Segundo informou aquele jornal, um grupo de directores executivos da farmacêutica suiça terá passado a semana, no Brasil, a estudar o mercado e a analisar a viabilidade de implantar uma instituição que se dedique, especialmente, à investigação primária de fármacos.

De acordo com o diário, a abertura de um centro deste género sempre foi reivindicada pelo ministro da Saúde brasileiro, José Gomes Temporão, junto da Roche, mas a farmacêutica ainda não se terá decidido.

Raquel Pacheco

Fonte: Correio Brasilienze

FDA aprova genérico das cápsulas de Inderal LA

A Actavis recebeu aprovação por parte da FDA para comercializar as cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol, sendo que a distribuição do fármaco irá começar imediatamente.

As cápsulas de libertação prolongada de hidrocloreto de propranolol são o genérico correspondente às cápsulas de Inderal LA da Wyeth Pharmaceuticals, disponíveis em doses de 60 mg, 80 mg, 120 mg e 160 mg. Este fármaco está indicado para o aumento da pressão arterial, dor no peito (angina) e outras doenças cardíacas, assegurar um batimento regular do coração, protecção do coração após um ataque cardíaco e prevenção da enxaqueca.

Segundo Doug Boothe, vice-presidente executivo da área comercial e administrativa, o lançamento do Propranolol é um importante marco para a Actavis. A companhia, detentora de uma das pipelines de produtos mais forte da indústria, continua a aumentar o negócio ao ampliar a oferta de produtos com genéricos acessíveis de elevada qualidade. Este lançamento está no seguimento da estratégia da Actavis de expandir o negócio no mercado de produtos de libertação controlada, e exemplifica a aptidão da companhia em produtos orais sólidos de libertação controlada.

As vendas anuais, nos Estados Unidos, das cápsulas de libertação prolongada de propranolol foram de aproximadamente 192 milhões de dólares até Junho de 2007, de acordo com os dados da IMS Health.

Isabel Marques

Fontes: www.actavis.com, Infarmed
ISEG promove pós-graduação entre Setembro e Julho
Gestão de Marketing Farmacêutico

O Instituto para o Desenvolvimento de Estudos Económicos do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa abriu inscrições, até ao dia 21 de Setembro, para a primeira edição da pós-graduação em Gestão de Marketing Farmacêutico, destinada essencialmente a quadros superiores das empresas, mas que prevê uma quota mínima de 25 por cento de licenciados em início de carreira nas áreas de Gestão, Marketing, Economia, Sistemas de Informação, Farmácia, Medicina, Biologia, Enfermagem e outras ciências da Saúde.

Uma “atractiva carreira no sector farmacêutico”, um estágio para os licenciados escolhidos e a possibilidade de conquistar prémios de mérito, além do contacto permanente com profissionais de destaque nas maiores multinacionais da área da Farmácia, são as garantias iniciais desta acção de formação, que contará com a coordenação científica de Pedro Picaluga Nevado e direcção executiva de Dário Félix Rodrigues, à frente de um elenco de docentes de reconhecido mérito. No final do curso os formandos deverão ter desenvolvido as suas competências avançadas para a gestão actual e moderna do marketing farmacêutico, podendo igualmente acumular créditos para a obtenção do grau de mestre. Foi submetido à Ordem dos Farmacêuticos um pedido de creditação, que a ser aprovado poderá funcionar como mais um incentivo aos profissionais daquela área.
Do plano curricular desta pós-graduação, composto por quatro blocos de matéria e dois seminários, fazem parte temas como aspectos legais do sector farmacêutico, finanças para marketing, estratégia e competitividade, marketing aplicado ao sector farmacêutico, gestão da área de investigação e desenvolvimento e da inovação, análise de dados, aprovisionamento hospitalar, gestão de informação farmacêutica, distribuição de medicamentos, estratégias de preços, empreendedorismo no sector da Farmácia, enquadramento internacional do negócio farmacêutico, gestão de produto, informação médica, gestão de equipas e media training. Os seminários no final do segundo e do quarto blocos contarão com as presenças do vice-presidente da Apifarma, Manuel Gonçalves, que abordará «Os caminhos da governance e a indústria farmacêutica», do director-geral da Bayer Portugal, João Barroca, do seu homólogo na Astra Zeneca, Alberto Aguiar, e do presidente do Grupo Bial, Luís Portela.

Números
Em Março o jornal «Meios & Publicidade» publicou uma reportagem em que dava conta da posição assumida pelos profissionais de saúde relativamente à questão do marketing farmacêutico. De acordo com o estudo publicado naquela edição do jornal, a imprensa médica e os mailings foram apontados como os meios que mais colhem a receptividade de quem trabalha nos departamentos de marketing dos laboratórios. À luz do estudo encomendado pela Serra Pinto Edições e Publicações à CAM Portugal, empresa de estudos de mercado do grupo Cegedim, 40 por cento dos inquiridos colocou, numa escala de seis a um, a imprensa médica no topo, e 24 por cento posicionou os malings no segundo lugar, seguindo-se a internet, o e-mail e os e-meetings.
Os responsáveis de marketing dos laboratórios também controlo apertado sobre o impacto da publicidade, desenvolvendo para isso estudos de mercado ou próprios (17 por cento) ou com recurso a um painel (5 por cento). Em relação à imprensa, os profissionais apostam massivamente (83 por cento) nas revistas. Realizado durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 2006 numa amostra de 100 profissionais de marketing farmacêutico (89 gestores de produto, oito directores de marketing e três business unit managers) de 48 laboratórios que representam 67,5 por cento do investimento publicitário no ano anterior, o estudo apresentou algumas pistas sobre as estratégias tidas como mais eficazes pela indústria farmacêutica para chegarem aos seus targets.

Notoriedade espontânea
Um outro estudo, divulgado na mesma edição do «Meios & Publicidade» informava que em média os médicos recordam espontaneamente os nomes de 3,5 marcas de laboratórios. De acordo com o estudo «Healthcare», elaborado pela Novadir entre Novembro de 2006 e Janeiro deste ano junto de aproximadamente duas centenas de médicos de clínica geral, a Merck Sharp & Dohme é a companhia farmacêutica com melhor índice de notoriedade espontânea junto dos clínicos (49,6 por cento), seguindo-se a Bial (39), a Pfizer (36,7), a Novartis (28), a GçaxoSmithKline (24 por cento), a Roche (23,4), a Bayer (21,4), a Merck Genéricos (16,4), a Ratiopharma (10,6 por cento), a Sanofi-Aventis (9,5), a Astra Zeneca (9,4), a Labesfal (9,2 por cento), a Jaba (7,8), a Medinfar (6,4) e a Boehringer Ingelheim (4,4 por cento).
A Merck, logo seguida da Bial e da Pfizer, lidera também o «ranking» das empresas orientadas para a melhoria da qualidade da vida humana e das firmas que estão presentes em mais áreas de actuação. Também na inovação a Merck destaca-se, e as duas outras empresas acompanham-na de perto, nem como nos parâmetros de ética e integridade. Entre as companhias de forte cariz social e público, é a Bial que se destaca, com 19,5 por cento dos votos, deixando atrás a Merck, com nove por cento, e a Bayer, com 8,3 pontos percentuais.

Carla Teixeira
Fonte: mail do farmacia-press, jornal «Meios & Publicidade» de Março de 2007

REPORTAGEM

Organização Mundial de Saúde tem registo
Maior transparência nos ensaios clínicos


O secretismo que normalmente envolve a realização de ensaios clínicos por parte dos laboratórios farmacêuticos tende a gerar desconfiança junto das populações, designadamente quando há notícias de acontecimentos inesperados e negativos associados aos testes com medicamentos em seres humanos. Na esperança de estancar esses receios, a Organização Mundial de Saúde criou um sistema de registo dos ensaios clínicos, e espera que agora, consumada a adesão da China e da Índia, haja maior transparência e confiança naqueles procedimentos.

A OMS pretende que, a partir de agora, as companhias farmacêuticas tenham de registar online os seus estudos com medicamentos, antes de arrolarem o primeiro participante, e durante o período de duração do ensaio clínico terão de fornecer informações sobre o mesmo, nomeadamente no que diz respeito ao número de participantes envolvidos e aos objectivos da análise. Fonte do Conselho Indiano da Investigação Médica (ICMR na sigla em inglês para Indian Council of Medical Research) explicou que a participação nacional na iniciativa da OMS foi possível graças à colaboração daquela entidade internacional com o Instituto Nacional de Estatísticas Médicas da Índia, acrescentando que, apesar de o registo de ensaios clínicos ser opcional, há cada vez mais jornais e revistas especializadas que não publicam os resultados de estudos que não tenham sido registados.
A partir do momento em que o ensaio de um medicamento em seres humanos for registado no sistema da Organização Mundial de Saúde, os seus promotores não só poderão dar conta dos resultados positivos que ele produza, como terão de revelar os menos bons, aumentando, nessa medida, o nível de transparência e de confiança das populações na comunidade médica e científica, bem como nas empresas do sector farmacêutico, que anualmente investem, em todo o mundo, cerca de 60 mil milhões de dólares em investigação e desenvolvimento de novos compostos químicos. A ênfase que as empresas colocam nessa actividade, bem como o crescente conhecimento de novas doenças, o aumento do conhecimento na área da biologia molecular e os progressos da informática que permitiram uma reprodução significativa de estruturas moleculares, tiveram como resultado uma progressiva capacidade de desenvolvimento de novos medicamentos e de novos sistemas de veiculação de fármacos, ampliando o seu uso.
Nessa medida, os ensaios clínicos surgem como mecanismo de regulamentação em que a indústria farmacêutica investe tempo e dinheiro no sentido de garantir aos cidadãos a produção de medicamentos seguros e de qualidade. Os ensaios clínicos são úteis para os médicos, na medida em que permitem o conhecimento dos tratamentos mais seguros e eficazes para as doenças que afectam os seus pacientes. Por esse motivo poderá ser importante uma maior divulgação sobre o modo como eles são elaborados e sobre os resultados que produzem. Não raras vezes um estudo motiva a realização de vários outros estudos, tendo em conta as conclusões a que chega, desencadeando uma sucessão de reacções e de novos dados que impulsionam os cientistas para novas perguntas e, mais importante, para cada vez mais novas respostas.
Os ensaios clínicos dividem-se em quatro fases: a primeira consiste na análise de parâmetros como a segurança, a tolerância e a eficácia do novo medicamento no organismo; nos ensaios clínicos de fase II é investigada a eficácia num número limitado de doentes, sendo o momento em que têm lugar os eventuais ajustes da dose administrada; os ensaios clínicos de fase III incluem já um número alargado de pacientes e servem para comparar o medicamento com outros já existentes no mercado, eficazes no tratamento do mesmo problema; os ensaios clínicos de fase IV realizam-se já no período em que o fármaco é comercializado, a fim de testar o seu comportamento e detectar possíveis novos efeitos adversos.

Carla Teixeira
Fonte: Business Line, investigação em diversos sites na internet

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

AVC: anticoagulante é mais eficaz do que aspirina

Estudo provou que risco de ataques foi significativamente menor em doentes administrados com warfarina

Um estudo publicado na «The Lancet» revela que a warfarina (anticoagulante) provou ser mais eficaz do que a aspirina na prevenção de apoplexias, neste caso, no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ocorre em idosos que sofrem de arritmias cardíacas.

De acordo com aquela revista médica, a investigação conduzida por cientistas da Universidade de Birmingham (Reino Unido) - liderada pelo médico Jonathan Mant – incidiu no estudo de um grupo de 973 pessoas que sofriam de fibrilhação auricular (contracção auricular extremamente veloz e desordenada).

Deste grupo – que tinha uma média etária de 81 anos – a equipa de investigadores escolheu, aleatoriamente, 488 doentes aos quais administrou o anticoagulante (warfarina), enquanto que, a aspirina foi administrada nos restantes. Durante dois anos e sete meses, os cientistas analisaram a eficácia de cada medicamento e o aumento do risco de hemorragias nos usuários.

Ao longo daquele período de tempo, foram estudados casos de AVC (apoplexia fatal ou paralisadora), hemorragias intracranianas e embolias arteriais graves. Segundo os cientistas britânicos, ocorreram 24 casos graves: 21 AVC, duas hemorragias intracraniais e uma embolia sistémica no grupo que recebeu warfarina. No grupo que tomou aspirina, registaram 48 episódios graves: 44 ataques cerebrais, uma hemorragia intracranial e três embolias sistémicas.

Os resultados permitiram à equipa de Jonathan Mant constatar que “o risco de ataques de apoplexia e embolias arteriais era significativamente menor no primeiro grupo que no segundo”, concluindo que, deste modo, o anticoagulante pode ser usado mais frequentemente para tratar idosos. Contudo, os especialistas ressalvaram não ter prova de que – comparativamente com a usual aspirina - esta substância activa espolete outros problemas de risco maior.

Raquel Pacheco
Fontes: «The Lancet»/Radio Grande FM

Next Safety aponta avanço para novos tratamentos

Testes provaram eficácia de dispositivo pulmonar na administração de nicotina; empresa diz que medicamentos podem seguir o mesmo caminho

Qualquer medicamento solúvel em água poderá ser administrado com “precisão e eficácia muito altas” através dos dispositivos e métodos pulmonares desenvolvidos pela Next Safety. A garantia foi dada pela empresa após ter testado com êxito a eficiência de um dos aparelhos, avançou a PRNewswire.

Tal como noticiou o farmacia.com.pt, a Next Safety vaticinou o fim da era do tabaco ao apresentar aos fumadores um aparelho inovador de distribuição de nicotina. Segundo foi antecipado, o dispositivo - com efeitos altamente psicoativos do acto de fumar, e com a mais valia de banir a inalação das 69 substâncias cancerígenas presentes nos cigarros – iria ser testado em humanos.

Os resultados do estudo (que envolveu 30 participantes) provaram que o dispositivo pulmonar proporciona maior eficácia do que cigarros. “Mais de 74 por cento da nicotina contida no dispositivo entrou na corrente sanguínea”, anunciou a empresa, citada pela PRNewswire.

Fim da era do tabaco
Segundo explicou a Next Safety, “cada indivíduo recebeu menos nicotina do que aquela tipicamente inalada a partir do consumo de um cigarro, mas com efeitos psicoativos mais elevados”, sublinhando que “sem receberem nenhum dos cancerígenos mortais, os participantes conseguiram níveis de nicotina no sangue muito mais altos e em taxas mais rápidas do que aqueles possivelmente obtidos através do consumo de cigarros.”

Face aos resultados conclusivos destes testes, a Next Safety Inc. considera que a tecnologia que desenvolveu pode abrir caminho a outros tratamentos. “O avanço na administração pulmonar de um medicamento não está limitado somente à nicotina”, afirmou, concretizando que diversos fármacos, nomeadamente, antibióticos, analgésicos, antieméticos e vacinas de toma via intravenosa “podem, agora, ser administrados efectivamente através de meios pulmonares com precisão, eficácia e eficiência.”

De acordo com um comunicado da empresa, os dispositivos começarão a ser distribuídos em Dezembro, “nos mercados onde as regulamentações actuais permitirem” contabilizando “mais de dois milhões de aparelhos, por mês, durante o primeiro trimestre de 2008.”

Recorde-se que, esta semana, a Next Safety vai distribuir amostras dos dispositivos para alguns jornalistas.

Raquel Pacheco
Fonte: PRNewswire

Kuvan reduz níveis fenilalanina no sangue

A Biomarin Pharmaceutical e a MerckSerono anunciaram que os resultados dos ensaios clínicos de fase III relativos ao Kuvan demonstram que o medicamento reduz o nível de fenilalanina no sangue em doentes com fenilcetonúria.

A Biovan acredita que o Kuvan possa receber aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) no final do mês de Novembro, uma vez que a entidade reguladora concedeu recentemente revisão prioritária ao medicamento.

A fenilcetonúria é uma perturbação hereditária do metabolismo da fenilalanina provocada por um défice enzimático (em fenilalanina-hidroxilase) que ocorre quando a enzima que processa o aminoácido fenalanina se encontra ausente, provocando um valor alarmantemente alto de fenilalanina no sangue.

A fenilalanina transforma-se normalmente em tirosina, outro aminoácido, eliminando-se do organismo. Sem a presença da enzima que a transforma, a fenilalanina acumula-se no sangue e é tóxica para o cérebro, provocando atraso mental. De acordo como o Manual Merck, a fenilcetonúria está presente na maioria dos grupos geográficos, mas é rara na população judaica de descendentes europeus orientais e na negra. A incidência é de aproximadamente 1 em cada 16 mil nados vivos. Se não for tratada, os afectados desenvolvem rapidamente um determinado grau de atraso mental, que, por norma é grave.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, CNN Money, Manual Merck, Médicos de Portugal.

Novo estudo põe em causa alegações de risco cardíaco associado à toma de Avandia

GSK prepara estratégia de marketing para combater quebra nas prescrições

Depois das prescrições do Avandia (maleato de rosiglitazona) terem sofrido uma quebra de 40 por cento no mercado norte-americano, a GlaxoSmithKline (GSK) pode estar a preparar um corte na disponibilização do medicamento. À margem desta decisão, um novo estudo vem pôr em causa os resultados da análise que colocou o fármaco sob suspeitas de aumentar o risco de ataque cardíaco.

A segurança do fármaco foi posta em causa em Maio, quando um relatório publicado no “New England Journal of Medicine” (NEJM) alegava que a toma de Avandia aumentava em 43 por cento o risco de sofrer um ataque cardíaco. Recentemente o medicamento foi reavaliado pela Administração Norte Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) que decidiu que a substância destinada ao tratamento da diabetes deve permanecer no mercado porque os benefícios superam os riscos. Ainda assim, o medicamento terá de ser acompanhado por novos avisos de segurança, dado que se observou que aumenta a probabilidade de sofrer ataques cardíacos.

De maneira a fazer face às contrariedades inerentes à imposição da FDA, a farmacêutica britânica pretende agora lançar um contra-ataque publicitário através de uma nova estratégia de marketing que pode incluir a redução da distribuição do Avandia ou a recolocação de funcionários noutras áreas do negócio.

Porém, quando as preocupações da GSK pareciam não ter um fim à vista, George Diamond e Sanjay Kaul, do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, afirmam que uma nova análise dos dados sugere que a metodologia previamente utilizada pode ter reportado de forma exagerada os riscos inerentes à toma do medicamento. Os dois especialistas em cardiologia alegam que uma metodologia alternativa de análise à segurança do fármaco não demonstrou um aumento estatisticamente significativo de aumento do risco de ataque cardíaco ou morte cardiovascular.

O estudo original utilizou dados de vários ensaios clínicos que não foram necessariamente talhados para detectar ataques cardíacos e mortes provocadas por problemas cardiovasculares. Para além disso, a maioria dos ensaios clínicos não revelou nenhum ataque cardíaco nem qualquer caso de morte provocada por problemas cardiovasculares. Na presença de uma situação de “dados dispersos” é possível que o modelo estatístico empregue pelos investigadores do estudo divulgado pelo NEJM tenha sobrestimado os riscos. Quando os dados “corrigidos” foram reintroduzidos no computador, utilizando um modelo diferente, as estimativas de risco observadas foram inferiores.

“Apesar dos riscos ainda serem elevados, já não eram estatisticamente significativos. Houve uma maior incerteza acerca do risco associado ao Avandia relativamente ao que inicialmente foi divulgado, sendo que, nem o aumento nem a diminuição do risco foram conclusivamente determinados”, referem os autores. A meta-análise aplicou um modelo estatístico, porém, de acordo com estes especialistas, “havia outras abordagens que mereciam ser consideradas”, uma vez que só se pode confiar nos resultados “quando métodos diferentes indicam as mesmas respostas ”, frisou Diamond.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times, Hemscott.

Cientistas alemães identificam região cerebral responsável pela dor

Uma equipa de investigadores neurológicos do Centro Médico da Universidade de Hamburg-Eppendorf descobriu a região do cérebro humano responsável pelos registos da dor, um avanço que pode dar origem a meios de tratamento mais eficazes para reduzir ou eliminar a dor crónica. Apesar de, por vezes, ser subestimada, cerca de 1 em cada 10 pessoas sofre de dor crónica, cuja intensidade obriga à procura de cuidados específicos.

Prolongada no tempo e normalmente com difícil identificação causal, a dor crónica causa sofrimento, podendo manifestar-se com várias características e gerar diversos estádios patológicos. Apesar de milhões de pessoas sofrerem de dor crónica, os mais idosos tendem a encará-la como sendo normal na sua idade. No entanto, este facto não é uma consequência inevitável do envelhecimento. Na realidade, as pessoas mais novas podem sofrer mais vezes de dores fortes do que as mais velhas, isto porque, quando se envelhece, a tendência é para se ter menos sensibilidade à dor, especialmente à dor de cabeça, à dor abdominal ou à dor facial.

Um grupo de especialistas alemães parece ter conseguido identificar com precisão a área do cérebro humano que permite à dor ter capacidade para afectar o processamento cognitivo. A dor que está directamente relacionada com esta região cerebral é distinta da que está envolvida naquela que interfere com o processamento cognitivo devido a uma distracção da memória.

Para conseguirem detectar a área do cérebro que permitia à dor usurpar a atenção, a equipa conduzida por Ulrike Bingel pediu aos voluntários para desempenharem uma tarefa cognitiva que envolvia a distinção de figuras, para além de um trabalho de utilização da memória para recordar imagens. Os investigadores pediram aos voluntários para desempenhar as tarefas à medida que experienciavam diferentes níveis de dor incutidos através de um raio laser. Durante os testes, foram realizadas várias ressonâncias magnéticas (RM) para avaliar o fluxo sanguíneo nas várias regiões do cérebro que reflectem a actividade do mesmo.

Os cientistas conseguiram identificar uma região cerebral denominada complexo lateral occipital como a área relacionada com a cognição afectada pela carga de memória activa e pela dor. O próximo passo foi identificar a região do cérebro através da qual a dor afecta o funcionamento do complexo lateral occipital. Os investigadores apontam o córtex cingulado anterior frontal como o possível responsável, uma vez que se sabe que esta região faz parte do processo cerebral que desencadeia a dor. As RM realizadas durante o estudo demonstraram que o córtex cingulado anterior frontal é o centro cerebral através do qual a dor influencia o complexo lateral occipital. Por outro lado, a carga de memória activa influencia o complexo lateral occipital através de uma outra área, o córtex parietal inferior.

A regulação do processo visual através da dor que foi observado nas RM é relevante do ponto de vista comportamental, salientam os especialistas. Isto porque, à medida que as RM mostravam que a dor afectava o complexo lateral occipital, também denunciaram uma falha de precisão paralela no reconhecimento das imagens por parte do sujeito.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, Administração Regional de Saúde do Centro, Portal da Saúde.

Risperdal mais eficaz que Zyprexa no tratamento da esquizofrenia

Um estudo comparativo demonstrou que o Risperdal Consta (risperidona), um medicamento injectável produzido pela Johnson & Johnson, tem mais benefícios no tratamento da esquizofrenia do que o Zyprexa (olanzapina) da Eli Lilly, um fármaco de administração oral com as mesmas indicações terapêuticas.

Os dados da investigação, publicados no “British Journal of Psychiatry”, revelam que os pacientes aos quais foi administrado o Risperdal Consta demonstraram melhorias clínicas significativamente elevadas. Foram também registados mais avanços ao nível da organização do raciocínio ao fim de 12 meses, relativamente aos doentes que receberam Zyprexa.

Por norma, ambos os medicamentos são eficientes e bem tolerados, todavia, no que toca à eficácia em tratamentos prolongados, os benefícios do Risperdal Consta são superiores, referem as conclusões investigação.

O estudo, realizado a nível mundial em 48 locais distintos, envolveu a participação de 318 doentes que foram aleatoriamente submetidos a injecções de risperidona e de outros 300 pacientes tratados com olenzapina. Desse total, 160 pacientes do primeiro grupo e 187 do segundo completaram os 12 meses de ensaio clínico.

Os investigadores observaram uma alteração notória em todos os valores da Escala de Síndrome Positiva e Negativa (PANSS), uma ferramenta utilizada em investigações que envolvem doentes esquizofrénicos para avaliar a gravidade dos sintomas psicopatológicos positivos, negativos e gerais. O Risperdal Consta alcançou uma redução de 20 por cento nos resultados totais da PANSS em cerca de 97 por cento dos doentes, comparativamente a 79 por cento nos doentes tratados com Zyprexa, durante 12 meses.

No ensaio clínico prolongado (12 meses), os dados deram conta de uma melhoria significativa no factor da PANSS relativo à organização do raciocínio em pacientes tratados com a risperidona. Contudo, os sintomas de ansiedade e depressão melhoraram visivelmente no grupo que recebeu a olanzepina. Ainda assim, o rol de vantagens associadas à risperidona parece ser mais volumoso, uma vez que o tratamento prolongado com este fármaco tem também menos efeitos no aumento de peso e na subida do índice de massa corporal.

Marta Bilro

Fonte: Pharma Times

Actavis adquire três fármacos da Roche

O laboratório suíço Roche vai vender três dos seus produtos farmacêuticos ao Actavis, um grupo islandês produtor de genéricos. O montante envolvido no acordo não foi revelado.

Desta forma, são transferidos para o Actavis os direitos associados ao Bezalip (Bezafibrato) e ao Rapilysin (Reteplase), ambos utilizados em tratamentos cardiovasculares, bem como os do Neotigason (Acitretina), indicado no tratamento da psoríase, ictioses e dermatoses.

A distribuição destes medicamentos na América Latina vai continuar a cargo da Roche através de uma licença emitida pelo Actavis.

A transacção dos direitos deverá estar concluída entre o final de 2007 e o inicio de 2008, revelou a Roche que justificou esta medida com a sua intenção de se concentrar nos seus departamentos de produtos farmacêuticos inovadores e de diagnóstico.

Em 2006, as vendas destes três produtos renderam perto de 86 milhões e euros.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters.

Fármaco da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals
FDA não aprovou o bifeprunox


A Food and Drug Administration, autoridade para o sector do medicamento nos Estados Unidos, negou a entrada no mercado do Bifeprunox, fármaco experimental da Wyeth e da Solvay Pharmaceuticals para o tratamento da esquizofrenia. Apesar de, como o farmacia.com.pt noticiou há dias, as duas companhias farmacêuticas terem afirmado as vantagens do novo medicamento, a agência reguladora norte-americana entendeu que a eficácia demonstrada pelo Bifeprunox, comparada com a dos tratamentos de referência, não é suficientemente significativa para permitir a sua aprovação.

A fim de sustentar o «chumbo» da pretensão das duas companhias farmacêuticas, cujos títulos cotados em bolsa registaram quedas de três por cento (Solvay) e seis por cento (Wyeth), a FDA pediu mais informações sobre a actuação do bifeprunox no metabolismo humano, bem como no que diz respeito ao caso de um doente que morreu durante o ensaio clínico daquele composto. A Solvay Pharmaceuticals veio entretanto a público garantir que não pretende desistir da aprovação, e que está já a preparar-se no sentido de, “em conjunto com a autoridade norte-americana, trabalhar para conseguir a aprovação do bifeprunox tão rapidamente quanto seja possível”. Laurence Downey, CEO da companhia nos Estados Unidos, asseverou que essa é a linha a seguir nos próximos tempos. Já a Wyeth admitiu que a recusa da FDA poderá atrasar em cerca de dois anos a aprovação do medicamento (que estava prevista para o final desta década), uma vez que foram pedidos novos dados, que obrigarão à realização de novas baterias de testes ao fármaco.
No seu último boletim mensal, a Solvay Pharmaceuticals anunciou que estava em fase de análise pela FDA um medicamento que pretende alcançar maior eficácia no tratamento da esquizofrenia, doença mental que afecta cerca de um por cento da população mundial. Segundo o farmacia.com.pt conseguiu apurar nessa altura, o Bifeprunox encontra-se em estudo há largos anos, tendo os ensaios clínicos feitos mostrado o seu potencial antipsicótico, que o tornaria capaz de evitar alguns efeitos secundários associados às convencionais terapias para a esquizofrenia: o elevado aumento de peso e a interferência nos níveis de colesterol do doente. Segundo a companhia farmacêutica belga, o mecanismo de actuação do bifeprunox tem como objectivo a normalização dos níveis químicos no cérebro, “estimulando a actividade da dopamina onde ela é demasiado baixa, e inibindo a sua actividade sempre que os seus níveis estão muito altos, sendo essa a mais-valia do fármaco (as terapias actuais simplesmente bloqueiam a dopamina).

Carla Teixeira
Fonte: Solvay Pharmaceuticals, Firstword, Wyeth, Bloomberg, CNN, Forbes
Governo aprovou nova lista de medicamentos sem receita
Maior consumo de fármacos alerta médicos


O Ministério da Saúde português volta a estar na mira da classe médica, que desta vez ergue um coro de protesto contra medidas tomadas pelo gabinete de António Correia de Campos que, segundo a classe médica, têm potenciado um aumento do consumo de medicamentos sem obrigatoriedade de prescrição.

A publicação, pela tutela, de uma nova lista de doenças que poderão ser tratadas sem qualquer consulta médica – ansiedade ligeira, dores reumáticas ou articulares, febre, diarreias e conjuntivite – terá sido a gota que, na sexta-feira, fez transbordar o copo do descontentamento entre a classe médica. O bastonário não reagiu ainda à nova lista, mas as estruturas representativas dos médicos em Portugal entoaram diversas críticas à medida. O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge Santos, disse que “o país não está preparado” para o que classificou como “liberalização da venda de medicamentos”, que na opinião da entidade a que preside terá de ser “acompanhada de um plano de Educação para a Saúde em Portugal, “porque muitas pessoas nem sequer têm literacia”.
Em representação do Sindicato Independente dos Médicos, Carlos Santos foi mais longe, e alertou para os perigos da automedicação, frisando que, qualquer doença, ainda que possa ser tratada com medicamentos de venda livre, deverá sempre ser tratada com o acompanhamento e a supervisão de um profissional, lamentando que o Governo “só esteja preocupado em reduzir a despesa com a comparticipação dos medicamentos”. Pedro Nunes, que lidera a Ordem dos Médicos, entendeu não se pronunciar sobre a nova lista de 66 casos em que o doente poderá automedicar-se, alegando não conhecer o documento. Espera-se assim que bastonário assuma uma posição pública sobre esta matéria nos próximos dias.

Carla Teixeira
Fonte: TSF, Correio da Manhã, Agência Lusa
Para triplicar as exportações de medicamentos até 2012
Novartis amplia representação no Brasil

A companhia farmacêutica suíça Novartis anunciou a intenção de aumentar a sua representação no Brasil, expandindo as instalações de duas fábricas que já possui naquele país e apostando no objectivo da triplicação do volume de exportações de fármacos nos próximos cinco anos. As novas instalações da multinacional, situadas em Resende (Rio de Janeiro) e Taboão da Serra (São Paulo), foram inauguradas em Julho, pelo presidente mundial da Novartis, Daniel Vasella, e pelo ministro da Saúde do Brasil, José Gomes Temporão.

As novas unidades de produção da multinacional suíça alimentam a expectativa de um crescimento sólido e sustentado da empresa no Brasil e no mundo. Segundo os dados apresentados pela Novartis na cerimónia de inauguração das novas fábricas, o cumprimento do objectivo da triplicação do volume das exportações transformará a empresa suíça na maior exportadora do sector farmacêutico a nível mundial. Por isso, “os mercados da América Latina e do Brasil são prioritários para a Novartis”, afirmou Nélson Mussolini, director corporativo da Novartis brasileira. Por seu turno, o presidente da companhia no Brasil, Alexander Triebnigg, assegura que a Novartis pretende tornar-se responsável por 20 por cento do volume total de exportações da indústria farmacêutica brasileira.
A empresa oferece regularmente ao governo brasileiro fármacos patenteados para programas de combate à hanseníase, à malária e à hipertensão, e faz ainda parte de diversos projectos da Organização Mundial de Saúde destinados a melhorar o acesso das populações pobres a medicamentos contra a malária, a tuberculose e a hanseníase. O Instituto Novartis de Pesquisas em Doenças Tropicais, instalado em Singapura, desenvolve novos compostos químicos, e todas as suas descobertas serão disponibilizadas, sem lucros, aos países em desenvolvimento.
A expansão no Brasil integra assim um crescimento mais vasto da companhia, que já está presente em 140 países. Além da matriz da empresa, em Basiléia, só quatro unidades de produção da Novartis participam no desenvolvimento do valsartana, o princípio activo do Diovan, o medicamento contra a hipertensão mais vendido em todo o mundo. Líder mundial em cuidados de saúde, a Novartis aponta como metas de futuro “descobrir, desenvolver e comercializar com sucesso produtos inovadores para tratar e prevenir doenças, aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das populações”, garantindo uma aposta contínua no “fortalecimento do portfólio de produtos em plataformas de crescimento estratégicas: artigos farmacêuticos inovadores, medicamentos genéricos de alta qualidade a baixo custo, vacinas para humanos e fármacos isentos de prescrição médica.

Carla Teixeira
Fonte: Swissinfo, Novartis.com.br