sábado, 14 de julho de 2007

Médicos mais simpáticos no contacto com doentes

Administração Regional de Saúde do Norte relembra regras de bom atendimento

Preocupada com o bom atendimento e cortesia dos médicos e profissionais de saúde, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), emitiu uma circular interna sobre informática e humanização, onde estabelece algumas regras e recomendações que os profissionais de saúde deverão seguir no contacto com os doentes.

A questão surgiu quando se percebeu que "uma boa parte das queixas no livro de reclamações dos centros de saúde e hospitais é precisamente sobre aspectos de relacionamento". Mas o principal causador das queixas é o computador.

Há quem se queixe que a informatização das consultas colocou uma barreira no contacto directo com o doente e desviou os olhos do médico. O computador terá causado a desumanização e despersonalização das consultas, o que levou a ARSN a lembrar os médicos que o computador é um auxiliar precioso, mas não tanto quanto o doente.

De acordo com a ARSN "todo o atendimento começa por uma saudação e uma postura de atenção personalizada", sendo que os adultos deverão ser tratados “pelo nome da sua preferência precedido de senhor ou dona", ou pelo titulo que possuam, como os engenheiros e doutores. "O tratamento por tu está limitado a crianças ou jovens de acordo com as regras gerais da etiqueta".

Todos os doentes devem ser atendidos com um sorriso, porque este, "longe de ser obrigatório, é um elemento crucial para prevenir ou atenuar desacordos", tudo em nome da cortesia, que a ARSN classifica como “a arte de lidar com o outro". Mas nem oito nem oitenta, a circular recomenda também que os médicos devem evitar "tratamentos pretensamente carinhosos como avozinho, querida ou minha filha".

Depois de tanta regra, é então altura de perguntar, será que era mesmo necessário pôr por escrito algo que passa principalmente pelo bom senso e boa educação dos indivíduos?

Rosalvo de Almeida, do Gabinete do Utente da ARSN acredita que sim, que a circular é justificada pelo número de queixas de frieza no atendimento informatizado que foram chegando ao serviço, explicando que a ideia foi lembrar que o pc "não pode estar no meio, mas um bocadinho ao lado".

Rosalvo Almeida contou cerca de quatro mil reclamações no Norte num semestre, que correspondem a menos de 1% dos milhões de contactos nas instituições, sendo que a maioria se prende com questões de relacionamento, principalmente reclama-se da "arrogância” do médico, dai que nunca seja demais recordar regras de atendimentos, para prevenir futuras queixas.

Posição contrária manifesta Rui Nogueira, da Associação de Médicos de Clínica Geral, que considera “ridículo” e “deselegante” o comportamento da ARSN, apesar de admitir que a actual informatização é um processo difícil, em que o próprio computador, pela dificuldade inerente à utilização de aplicações novas, pode atrapalhar.

Contudo, o clínico considera que "os médicos sabem comportar-se", mas com "mais de 30 milhões de consultas por ano nos centros de saúde, é natural que haja alguns episódios que não correm da melhor maneira".


Inês de Matos

Fonte: Jornal de Noticias

Dieta ocidental aumenta risco de cancro da mama

Um novo estudo publicado na revista Cancer Epidemiology revelou que a dieta ocidental, rica em gorduras, açucar e carne, pode aumentar até 60 por cento o risco de cancro da mama em mulheres na menopausa.

O estudo comparou a dieta ocidental com a oriental e confirmou uma relação que estudos posteriores já tinham estabelecido entre o consumo de carne e de refeições com alto teor de gordura e o risco de cancro, doenças cardíacas e diabetes.

A incidência de cancro da mama em mulheres asiáticas que mudaram a sua dieta alimentar e passaram a seguir o estilo ocidental, alertou os investigadores do Centro Oncológico Fox Chase de Filadélfia, nos EUA, que decidiram seguir de perto o fenómeno.

Durante o estudo foram observados os hábitos alimentares de 3 mil mulheres de Xangai, das quais 1500 sofriam de cancro da mama. Os resultados foram esclarecedores, como realça Marilyn Tseng, do Fox Chase, existe “um efeito evidente quando observamos mulheres após a menopausa e com excesso de peso. Parece que existe uma interacção entre a dieta de carne e açúcar e o sobrepeso”.

O professor de saúde e nutrição na Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, Lawrence Cheskin, sublinha a importância da alimentação, essencialmente no período da menopausa, considerando que o estudo agora publicado, “é mais uma prova de que a dieta praticada pelas mulheres está relacionada com o aparecimento de cancro”.

Inês de Matos

Fonte: Jornal Universitário de Coimbra
Estudo de enzima pode aclarar origem de várias doenças
Brasil vai exportar anticorpos para os Estados Unidos


O estudo da enzima Eopa – descoberta há mais de quatro décadas no Brasil e que tem papel fundamental na formação do cérebro e de todo o sistema nervoso central – permitirá aferir da sua eventual ligação a uma série de disturbios neurológicos, de entre os quais se destacam a esquizofrenia ou a menos conhecida lissencefalia, a “doença do cérebro liso”.

Dois pequenos frascos contendo 10ml de anticorpos vão nos próximos dias deixar os laboratórios do Instituto Butantã, no Brasil, em direcção à empresa Millipore, nos Estados Unidos, titular dos direitos de comercialização do produto naquele país. O acordo foi firmado entre aquela companhia e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que financiou os estudos no Centro de Toxinologia Aplicada do Butantã. Os anticorpos foram desenvolvidos laboratorialmente para se ligarem à Eopa, com vista a aferir da implicação da enzima no desenvolvimento de algumas doenças do cérebro. A Eopa foi descoberta acidentalmente no âmbito de pesquisas relacionadas com veneno de cobra que levariam ao desenvolvimento do captoril, um dos medicamentos de maior sucesso a nível mundial no tratamento da hipertensão. O cientista António Carlos Martins de Camargo, autor da descoberta, investigava enzimas capazes de degradar a bradicina, um neurotransmissor com efeito anti-hipertensivo accionado por veneno de cobra.

Carla Teixeira
Fonte: «O Estado de São Paulo»

Descoberto processo de reparação do ADN celular

Uma equipa de investigadores suecos do Instituto Karolinska desvendou o mecanismo através do qual é possível explicar a forma como é reparado o ADN danificado nas células do organismo. A descoberta, divulgada pela revista Science, pode ser uma ajuda vital para solucionar muitos dos enigmas relacionados com o cancro.

As conclusões do estudo referem que o processo envolve um fenómeno denominado “aderência”, segundo o qual duas cópias de um cromossoma no núcleo da célula são mantidas em agregação de uma forma muito forte, por um complexo de proteína denominado coesina. “Ao perceber o funcionamento de uma célula saudável torna-se também mais fácil compreender o que está errado numa célula cancerígena”, frisou Camilla Sjögren, a principal responsável pela investigação.

A coesina representa uma função muito importante durante o processo de divisão celular, altura em que os cromossomas recém-copiados, as cromátides, têm que se manter juntas até ao momento correcto de separação. Se as cromátides se separam demasiado cedo, há o risco das células copiadas receberem o número errado de cromossomas, algo que ocorre com frequência nas células tumorais.

Os investigadores suecos demonstraram que a coesina é também importante na reparação das cadeias de ADN danificadas, contradizendo o processo de compreensão anteriormente avançado pelos cientistas. Para além disso, a coesina é utilizada para reparar lesões em cromátides-irmãs. O conhecimento do processo de reparação das próprias células pode ser um passo importante no desenvolvimento de medicamentos anticancerígenos. De acordo com os cientistas, esta análise demonstra que tanto as funções da segregação de cromossomas, como a regeneração do ADN, dependem do mesmo fenómeno. “Agora sabemos que a coesina é importante para restaurar o ADN danificado, o próximo passo é pesquisar mais detalhadamente qual é a propriedade que nas proteínas e enzimas influencia a produção de coesina”, afirmou Sjörgen.

Porém a compreensão dos constituintes da coesina é relevante noutras áreas para além do cancro. Os defeitos cromossomáticos são a causa de várias patologias, entre as quais o Síndrome de Down. “No que diz respeito a esta doença genética, “ela depende de uma distribuição incorrecta dos cromossomas, e sabemos que a coesina é importante para assegurar que essa distribuição é correcta”, explicou a especialista.

Marta Bilro

Fonte: Daily India, The Local, United Press International.

Estudo sobre riscos do Avandia faz disparar relatos de efeitos secundários

Depois da publicação de uma investigação que dava conta do aumento dos riscos de ataque cardíaco provocados pela toma do Avandia (Rosiglitazona), triplicaram os relatos de efeitos secundários associados ao medicamento. Os registos de ataques cardíacos possivelmente relacionados com o medicamento subiram de 5 para 90, após a divulgação da análise no “New England Journal of Medicine”.

Nos 35 dias que se seguiram à publicação das conclusões da investigação registou-se um surto de relatos de ataques cardíacos, mortes e hospitalizações. De acordo com os especialistas, este pode ser um sinal de que os médicos, provavelmente, não estariam conscientes dos riscos que o fármaco representava ao nível dos problemas de coração, o que os levava a não reportarem muitos casos anteriores.

“Agora, os doentes e os seus médicos estão muito mais conscientes de uma possível relação entre o Avandia e as doenças cardiovasculares. Isto vai ajudar-nos a determinar se este medicamento é ou não seguro”, refere Alvin C. Powers, especialista em diabetes da Universidade Vanderbilt. Este é também, segundo afirmam os peritos, um indício de que existem falhas no sistema de detecção de segurança, sugerindo que uma melhor vigilância poderia ter denunciado o potencial problema antes de o medicamento ter sido colocado no mercado há oito anos.

O relatório, que dava conta de um aumento de 43 por cento do risco de ataque cardíaco associado à ingestão de Avandia, foi publicado no dia 21 de Maio. Nos 35 dias que antecederam a divulgação do estudo, a Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA) recebeu cinco relatos de ataques cardíacos possivelmente relacionados com a substância, comparativamente aos 90 registados nos 35 dias que precederam essa divulgação.

O mesmo aconteceu com as hospitalizações relacionadas com problemas cardíacos que aumentaram de 11 para 126, revela a Associated Press. As queixas envolvem a Rosiglitazona comercializada nos Estados Unidos da América como Avandia ou Avandamet. Ainda assim, não é possível obter uma conclusão mais precisa, uma vez que o sistema de queixas da FDA é totalmente voluntário. O Avandia, comercializado pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, é utilizado no tratamento da diabetes tipo 2. A segurança do medicamento ao nível cardiovascular será reavaliada por um painel de conselheiros da FDA no dia 30 de Julho. O laboratório continua a defender que o medicamento é seguro e eficaz.

Marta Bilro

Fonte: Boston.com, Forbes, Wired Science.

Argentina testa nova vacina contra meningite bacteriana e pneumonia

Especialistas argentinos estão a realizar um ensaio clínico para avaliar a eficácia de uma nova vacina contra a bactéria do pneumococo em 17 mil crianças. A bactéria representa a principal causa de meningite bacteriana e de pneumonias adquiridas na comunidade por crianças menores de 5 anos de idade.

Caso se comprovem os benefícios, esta substância oferecerá protecção contra 10 serotipos do pneumococo, o que representa uma vantagem face à actual vacina, que apenas protege contra sete serotipos. “Estamos a criar uma vacina feita à medida das nossas crianças a partir de estudos sanitários realizados no país”, afirmou Miguel Tregnaghi, director do Centro de Desenvolvimento de Projectos Avançados e o principal responsável pela investigação.

De acordo com os especialistas, esta vacina previne não só a infecção por pneumococo mas também contra as otites médicas causadas pela bactéria Haemophilus influenzae não tipificável. “Isto acontece porque a vacina contém uma proteína do Haemophilus influenzae não tipificável, pelo que potencialmente oferecerá protecção contra esta bactéria”, explicou Ricardo Rüttimann, director de investigações clínicas da GlaxoSmithKline, farmacêutica responsável pelo desenvolvimento da vacina. “Estudos clínicos demonstraram que o uso da vacina foi associado a uma redução de 34 por cento da otite média”, salientou.

O Haemophilus influenzae não tipificável é um agente causador da otite média para o qual, actualmente, não existe vacina, uma vez que a que actualmente integra o calendário de vacinação protege apenas contra a estirpe do tipo B. Os ensaios clínicos de fase III irão realizar-se na Argentina, e no Panamá, em 17 mil e 7 mil crianças, respectivamente, durante um período de três anos.

Marta Bilro

Fonte: La Nacion

Sida afecta quase um milhão de pessoas no Malawi
Teste abre caminho a anti-retrovirais gratuitos


O governo do Malawi, um dos países mais seriamente devastados pela pandemia de sida em todo o mundo – contando mais de 930 mil infectados – apelou a todos os cidadãos sexualmente activos que façam o teste de despistagem do VIH, com a promessa de que os casos mais urgentes terão garantido o acesso a anti-retrovirais gratuitos.

Em vésperas do arranque de uma campanha nacional de luta contra o vírus da sida no país, prevista para a próxima semana, as autoridades pediram aos cerca de seis milhões de cidadãos locais sexualmente activos que efectuem o teste, lamentando, em comunicado, que até ao momento apenas uma franja de 15 por cento daquela população se tenha apresentado voluntariamente no seu centro de saúde, a fim de se submeter ao exame. “Só esses 15 por cento conhecem o seu estado”, explicou o governo na nota.
O vírus da sida, tema-tabu no Malawi, afecta quase um milhão de pessoas no país, sendo responsável por 78 mil óbitos anuais, directa ou indirectamente relacionados com aquela patologia. São dados da ONUSIDA, agência das Nações Unidas para a área do VIH, dois anos depois de o presidente Bingu wa Mutharika ter lançado um primeiro repto à realização do teste de despistagem, assegurando a dispensa de medicamentos anti-retrovirais gratuitos aos infectados em estado mais avançado.

Carla Teixeira
Fonte: Angop
Legislação e política de comparticipação de medicamentos
Poupar agora é gastar mais tarde


As sucessivas alterações introduzidas nos últimos anos pelo Governo na política do medicamento poderão, a médio e longo prazo, ter efeitos contraproducentes, que se traduzirão num aumento das despesas com a medicina terapêutica. A eventual poupança conseguida no imediato, através de vários cortes na comparticipação dos fármacos, evidenciará no futuro um encarecimento daqueles produtos, que resulta directa e necessariamente na dificuldade económica na sua aquisição. Estudos que têm vindo a ser divulgados na Comunicação Social atestam que a comparticipação dos fármacos por preços de referência, que entrou em vigor em Março, levará os doentes a quem não forem prescritos genéricos a gastar mais 4,9 milhões de euros do que gastariam na vigência do anterior modelo.

Num artigo de opinião publicado na edição de Julho da revista «O Advogado», Luís Cardoso Rocha analisa as mais recentes evoluções ocorridas em Portugal na área da legislação e da política de comparticipação de medicamentos, para concluir que “os requisitos tradicionais que norteavam a aprovação de novos fármacos para comparticipação, como a segurança, a eficácia e a elevada qualidade, estão agora aliados ao requisito do custo/efectividade”. O Governo justificou as várias medidas que foi implementando nesta área com o argumento da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, materializado na racionalização e adequação do esquema de comparticipações, de modo a garantir uma mais efectiva democratização do acesso aos medicamentos por parte dos cidadãos.
No que diz respeito ao regime jurídico da comparticipação, estão regulamentados os critérios que podem ser decisivos para a exclusão da ajuda estatal na compra de medicamentos, tendo o Ministério da Saúde papel determinante, uma vez que é ao gabinete do ministro que compete a definição das listas de produtos farmacêuticos comparticipáveis, cujo elenco deve assentar na exclusão dos fármacos que tenham custo excessivo, duvidosa eficácia terapêutica ou excessivamente onerosa face às alternativas, ou resultados menos expressivos do que os fármacos que tenham sido reclassificados como medicamentos não sujeitos a receita médica. Em Março deste ano entrou em vigor um novo sistema de comparticipação que, de acordo com Luís Cardoso Rocha, poderá representar um aumento da despesa futura, camuflado por um primeiro momento de poupança para os cofres do Estado.
Segundo explica o advogado, o novo esquema de apoio estatal para a aquisição de medicamentos “determina que a percentagem de comparticipação do Estado deixa de ser definida pelo preço de venda ao público daquele produto, para passar a ser calculada a partir de um valor de referência”, correspondente ao custo do genérico mais caro disponível no mercado para a mesma sintomatologia, visando o uso do medicamento terapeuticamente equivalente com menor custo. No entanto, citando estudos recentemente divulgados pelos meios de Comunicação Social, o cronista explica que os doentes a quem não forem prescritos medicamentos genéricos – e ainda são muitos os médicos que se recusam a prescrevê-los – representarão uma despesa anual superior em 4,9 milhões de euros à que teriam no período em que vigorava o anterior regime.
Por este motivo, o advogado aconselha a tutela a “equacionar se as políticas de comparticipação de medicamentos foram efectivamente atingidas”, e de que forma os pensionistas foram afectados, avisando que as várias leis entretanto aprovadas permitem “um jogo de preços, comparticipações e exclusões que podem penalizar seriamente o pensionista ou consumidor final” dos produtos vendidos nas farmácias portuguesas. Considerando que as intenções do Estado serão à partida positivas, nomeadamente em relação aos cidadãos mais carenciados, Luís Cardoso Rocha é da opinião de que “o sistema está bem longe de ser perfeito”, e considera que “um Estado que poupa a curto prazo na comparticipação é necessariamente um Estado que, a médio e longo prazo, vai gastar mais na medicina terapêutica”.

Carla Teixeira
Fonte: «O Advogado», Ministério da Saúde, Associação Nacional de Farmácias
Workshop agendado para o final deste mês
Medicamentos e plantas em análise na Madeira


A Universidade da Madeira acolhe, entre os dias 26 e 28 deste mês, no Colégio dos Jesuítas, no Funchal, um workshop de produtos naturais com a chancela do NatLab – Laboratório de Química Orgânica e Produtos Naturais. A iniciativa integra-se no projecto «Biopolis – construindo uma bioregião europeia», e deverá contar com as presenças de vários especialistas nacionais e internacionais naquela área. Um dos painéis, a cargo de António Proença da Cunha, da Universidade de Coimbra, debruça-se sobre a temática das «Novas perspectivas para os medicamentos à base de plantas».

De acordo com o que o farmacia.com.pt conseguiu apurar, o evento deverá centrar-se na discussão de temas como o isolamento dos metabolitos secundários, a obtenção de compostos bioactivos a partir de precursores naturais, a química analítica e estrutural dos metabolitos, a sua aplicação biomédica e farmacológica, a química farmacêutica de produtos naturais, a modelação molecular (desenho de fármacos), a síntese de análogos bioactivos e a engenharia de processos. Entre os convidados avultam nomes como Gordon Cragg, do National Cancer Institute dos Estados Unidos, Esther del Olmo, da espanhola Universidade de Salamanca, e o português António Proença da Cunha, da Universidade de Coimbra, já referido. A entrada é livre. Para mais informações pode ser consultada a organização do evento, através do e-mail natlab07@gmail.com.

Carla Teixeira
Fonte: Departamento de Química da Universidade da Madeira

REPORTAGEM

Mifepristona, metotrexato e prostaglandina
Fármacos abortivos só nos hospitais

Estimativas internacionais apontam a probabilidade de 43 por cento das mulheres de todo o mundo virem a fazer um aborto antes dos 45 anos de idade, e prevêem igualmente que 47 por cento das que efectivamente abortem não estarão a fazê-lo pela primeira vez. Em Portugal entra amanhã em vigor a lei que, na sequência da consulta popular feita em referendo, viabiliza, em moldes legais, a interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas. O aborto cirúrgico e o medicamentoso são as duas hipóteses oferecidas às mulheres lusitanas. Os fármacos utilizados na segunda opção estão disponíveis apenas nos hospitais.

O aborto provocado poderá ser descrito como a morte prematura e medicamente induzida de um embrião ou feto dentro do ventre materno. Há vários métodos que concorrem para esse desfecho, desde os chamados “micro-abortos”, ocorridos na primeira semana, por acção de algumas substâncias químicas (contraceptivos) e alguns aparelhos intra-uterinos. Nas semanas seguintes, quando o ovo do zigoto já se instalou no útero, existem os abortos não-clínicos induzidos com fármacos como o RU-486 (mifepristona), administrada entre as cinco e as sete semanas de gestação, e o metotrexato, administrado em mulheres grávidas entre as cinco e as nove semanas, em combinação com a prostaglandina.
A mifepristona – medicamento inicialmente concebido para responder ao quadro sintomático de indisposição gástrica – é hoje utilizado sobretudo com o objectivo de induzir o aborto. Administrado por via oral quando a mulher se apercebe da ausência do período menstrual e constata que poderá estar grávida, e pode ser tomado até ao segundo mês de gravidez. Actua bloqueando a progesterona, uma hormona com papel crucial no desenvolvimento de uma gravidez, sem a qual o revestimento uterino não fornece alimento, fluidos e oxigénio ao feto, que naquele cenário acaba por não conseguir sobreviver. Numa segunda etapa deste método abortivo, a mulher ingere a prostaglandina, que estimulará a contracção do útero, para que o feto seja expelido.

Mifepristona
A RU-486 regista sucesso em 60 a 80 por cento das tentativas de aborto, e tem como efeitos secundários comuns náuseas, vómitos, cãimbras, dores, abortos incompletos, ruptura uterina e hemorragias, às vezes tão intensas que tornam necessário o recurso a transfusões de sangue. Em França, por exemplo, todas as clínicas que realizam interrupções voluntárias da gravidez são obrigadas por lei a ter equipamento adequado para a realização de electrocardiogramas, bem como material intra-venoso e desfibrilhador para responder à eventualidade de ataques cardíacos nas mulheres intervencionadas, em consequência da toma daqueles medicamentos. Procedimento que normalmente não se encontra disponível nos hospitais dos países em desenvolvimento, levando a que as hemorragias agudas e os ataques cardíacos sejam, nesse contexto, causa provável de morte.
Ao contrário da ideia de senso comum de que o aborto medicamentoso consiste apenas na toma de comprimidos, e que em poucos minutos resolverá a questão, devolvendo a mulher ao seu quotidiano, a administração da mifepristona obriga normalmente a um processo que dura alguns dias. Na primeira consulta é feita a análise do historial clínico da grávida, um exame físico e análises ao sangue, já que nos casos em que a mulher sofra de anemia, hipertensão, problemas renais, asma ou infecções vaginais, se fumar ou tiver mais de 35 anos, este método não poderá ser utilizado. É depois determinado o tempo de gestação, e a mulher assina o termo de responsabilidade para a realização do aborto, tendo em alguns países de esperar uns dias até à sua consumação.
A segunda consulta é aquela em que normalmente tem lugar a administração da mifepristona, e na terceira é utilizada a prostaglandina, que induz o trabalho de parto e a expulsão do feto, quase sempre no mesmo dia. A quarta consulta é de controlo da situação, sendo que, se a mulher ainda não tiver abortado ou ainda sangrar, terá de realizar uma ecografia para determinar se o útero está vazio e, em caso negativo, submeter-se a um método abortivo invasivo.

Metotrexato
Tal como a mifepristona, o metotrexato não surgiu com o objectivo de facilitar um aborto. Toxina celular que tem sido usada no combate às células cancerígenas, é um antagonista do ácido fólico que interfere na síntese do ADN, e que mata o feto quando o seu coração já bate. Tem um tempo de acção muito semelhante ao da mifepristona, mas actua de modo diverso: enquanto a RU-486 provoca a morte do feto por fome, este medicamento funciona como um veneno, que tem acção directa no feto em desenvolvimento, matando-o. A dose administrada é suficiente para matar o bebé, mas não para causar lesões à mãe, ainda que a sua ingestão possa causar estomatites e úlceras na cavidade bucal.
Tal como a mifepristona, o metotrexato só produz o efeito desejado se combinado com a prostaglandina, tomada uns dias depois da injecção do primeiro fármaco, a fim de provocar a expulsão do feto, pressupondo a realização de três consultas para completar o procedimento. Um estudo internacional realizado para examinar os resultados da administração dos fármacos abortivos a adolescentes apurou que em 96 por cento dos casos os abortos tinham sido bem sucedidos, apesar de algumas mulheres terem relatado episódios de dor e sangramento acima do que inicialmente esperavam, havendo inclusivamente algumas que se arrependeram de ter recorrido a este método.

Só nos hospitais
Em Portugal a lei do aborto, que entra amanhã em vigor, obrigou à importação da mifepristona, que não era de uso legal no nosso país. Tal como o farmacia.com.pt oportunamente noticiou, o Infarmed autorizou a comercialização da mifepristona, também conhecida como “pílula abortiva”, que poderá ser adquirida directamente pelos hospitais à MediRex Pharma, a única empresa nacional que foi autorizada por aquela entidade a introduzir o produto no mercado farmacêutico nacional. De acordo com um comunicado da autoridade nacional do medicamento emitido na altura, e de que o Portal da Farmácia e do Medicamento deu conta, a MediRex Pharma recebeu, a título excepcional, autorização para "comercializar, exclusivamente em meio hospitalar" a substância abortiva.
Fonte interna do Infarmed esclareceu que 25 hospitais portugueses tinham já diligenciado no sentido de adquirir aquele fármaco no estrangeiro, procedimento habitual para a sua obtenção antes da autorização excepcional, enquanto outras duas dezenas de unidades hospitalares já o fizeram no âmbito destas novas regras, dotando-se dos necessários meios para dar resposta às mulheres que, a partir de amanhã, procurem os seus serviços.

Carla Teixeira
Fonte: Alguns médicos do Hospital de São João, Infarmed, tudosobreoaborto.com
Paulo Sousa, presidente da Delegação da OF na Madeira
Governo tem prejudicado as farmácias


O presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, reeleito na votação do passado dia 21 de Junho, considera que a aprovação da lei que altera a regulamentação do sector, designadamente no que concerne a anulação da reserva de propriedade das farmácias para farmacêuticos, “inviabilizou qualquer conversação sobre o assunto”.

Paulo Sousa aponta o perigo de uma concentração de estabelecimentos de dispensa de medicamentos na mão dos grandes grupos económicos, e considera que, uma vez que a legislação vai no sentido de desvalorizar a profissão, cabe aos farmacêuticos valorizá-la e demonstrar a importância do trabalho que desenvolvem. Essa deverá ser, segundo aquele responsável, a principal linha de orientação do mandato de três anos que agora tem início a nível nacional e local. Paulo Sousa refere que a valorização da profissão e a aposta na formação e na qualificação dos seus activos deverão ser as traves mestras da actuação da delegação regional.
Considerando que todas as medidas tomadas recentemente pelo Governo “são a favor dos grandes interesses económicos”, refere que “é importante valorizar o potencial de aconselhamento do farmacêutico”, já que nas grandes superfícies, por exemplo, apesar de agora serem vendidos medicamentos, dificilmente o utente encontrará alguém com a necessária qualificação técnica para prestar esclarecimentos relativos a medicamentos e à sua mais correcta administração. Nesta linha de pensamento, Paulo Sousa diz, num comentário ao último relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde – que acusa o Ministério da Saúde de “falta de sensibilidade social –, que “todas as medidas que têm sido tomadas em relação ao sector têm sido de facto prejudiciais às farmácias”.

Carla Teixeira
Fonte: Tribuna da Madeira

Novartis e Idenix suspendem desenvolvimento da valopicitabina para a hepatite C

A Idenix Pharmaceuticals, Inc. anunciou que, após deliberações da FDA, o desenvolvimento do programa da valopicitabina (NM283), para o tratamento da hepatite C, foi colocado em espera nos Estados Unidos. A decisão teve por base o perfil geral de riscos e benefícios observados até à data nos ensaios clínicos. Os reguladores norte-americanos ordenaram à Novartis AG e à Idenix Pharmaceuticals Inc. que parassem de trabalhar no fármaco experimental devido aos efeitos secundários.

Os dados recentes levantam questões sobre a segurança e sobre a modesta actividade antiviral. A FDA, devido aos problemas relacionados com efeitos secundários e potência ténue, considera que num contexto de múltiplas escolhas, outra opção irá aparecer que será mais atractiva. Segundo a Idenix, os riscos associados ao fármaco incluíam náuseas e vómitos, estando na segunda das três fases de testes, geralmente exigidas para aprovação nos Estados Unidos.

O porta-voz da Idenix, Teri Dahlman, disse que acreditam que os resultados do ensaio de combinação tripla demonstrou eficácia e um bom perfil de segurança, contudo a avaliação da FDA foi diferente da da farmacêutica.

O presidente da Idenix, Jean- Pierre Sommadossi, afirmou que se encontram desapontados com a perspectiva da FDA, em relação ao programa, e estão a trabalhar com a Novartis na avaliação das opções para a valopicitabina, acrescentado que esta decisão pode fazer com que as companhias abandonem o tratamento.

A valopicitabina está delineada para bloquear a proteína polimerase. A Roche também tem um fármaco experimental para a hepatite C que atinge a proteína polimerase. O fármaco para a hepatite C da Vertex, a telaprevir, bloqueia a enzima protease que o vírus precisa para se reproduzir.

A Novartis e a Idenix estão entre, pelo menos, meia dúzia de companhias que concorrem pela produção do primeiro fármaco da década para tratar a hepatite C, a causa do cancro do fígado. As companhias a desenvolver novos medicamentos para a hepatite C incluem a Vertex Pharmaceuticals Inc., a Roche Holding AG, a Pfizer Inc. e a Human Genome Sciences Inc. Os recentes fármacos experimentais atacam a hepatite C de maneira semelhante à dos fármacos da SIDA que atacam o VIH, ao bloquear as proteínas que os vírus utilizam para se reproduzir.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, Bloomberg, www.abcmoney.co.uk

Investigadores descobrem novo teste para detectar cancro do pulmão

Um grupo de investigadores americanos acredita ter descoberto uma nova forma de detecção do cancro do pulmão, através de um pequeno aparelho que analisa os componentes do ar expirado.

O aparelho de análise consegue detectar os compostos orgânicos voláteis libertados durante a respiração dos pacientes, recorrendo para tal a 36 sensores que mudam de cor, quando entram em contacto com essas partículas.

O principal objectivo do estudo, publicado no jornal médico Thorax, era estabelecer um padrão de cores, que permitisse detectar com exactidão o cancro do pulmão.

De forma a alcançar o objectivo estabelecido, os investigadores procederam à observação de 143 pacientes, dos quais 49 sofriam de cancro do pulmão e 73 de outras doenças respiratórias, sendo os restantes 21 indivíduos perfeitamente saudáveis.

A alteração na cor dos sensores que se verificou em 70 por cento dos indivíduos, foi utilizada pelos investigadores para determinar um padrão de cores que identifica o cancro no pulmão. Os restantes 30 por cento dos indivíduos foram então analisados já de acordo com o padrão estabelecido.

O padrão estabelecido pelos investigadores mostrou-se eficaz na detecção de 73 por cento dos casos cancerígenos. Todavia, o padrão identificou incorrectamente 28 por cento das doenças respiratórias não malignas, como cancro do pulmão.

Para o investigador Peter J. Mazzone, da clínica de Cleveland, Ohio, é preciso “trabalhar mais para esclarecer a natureza dos vários componentes da respiração”.

Apesar do nível significativo de erro, os investigadores acreditam que este estudo constitui um importante contributo para a compreensão da disposição dos sensores e do sistema respiratório, maximizado a exactidão do diagnóstico.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Instituto alemão desenvolve bioadesivos à base de secreções do mexilhão

Investigadores de um departamento do Instituto Fraunhofer (IFAM), em Bremen, estão a desenvolver um produto à base das propriedades adesivas da secreção produzida pelos mexilhões, que se revelaram ideais para ajudar a cicatrizar feridas abertas e ossos partidos. Na fase actual da investigação, os cientistas estão a reproduzir em laboratório as características das proteínas com propriedades adesivas. O objectivo é produzir posteriormente um material adesivo que também tenha a capacidade de acelerar a cicatrização.

A pesquisa, que está agora numa segunda fase, tem sido desenvolvida para a criação de um composto idêntico, capaz de ser produzido artificialmente, pois a produção sintética tornará viáveis as diversas aplicações médicas, uma vez que, por métodos naturais, se tornaria excessivamente dispendioso generalizar a sua utilização na medicina, além de que seriam precisos dez mil moluscos para obter um grama desta substância aderente.

Os organismos marinhos, como os mexilhões ou as cracas, desenvolveram formas de aderir a diferentes superfícies num ambiente de água salgada. As glândulas do mexilhão produzem uma cola única, que permite a aderência a quase todos os tipos de superfícies, não só a rochas, como a vidro, madeira, metal e mesmo a revestimentos teflon. Tais componentes aderentes são tão robustos que são capazes de resistir às correntes marítimas mais fortes. As questões de maior interesse para a pesquisa são os organismos marinhos que, quando é necessário, são capazes de libertar adesivo de contacto em segundos.

Os componentes principais dos adesivos naturais foram identificados como pertencendo à categoria das proteínas. Estas macromoléculas, formadas por cadeias de aminoácidos, realizam diferentes funções, dependendo da sua composição. Além do mais, as proteínas não só formam a base da adesão direccionada de um organismo, mas também permitem a coesão das células vivas umas entre as outras. Com base nestes mecanismos de aderência, o IFAM está agora a trabalhar na estruturação e síntese de adesivos baseados nestas proteínas. Os possíveis campos de aplicação surgem não só na área da adesão debaixo de água, mas especialmente na medicina, como por exemplo, na cicatrização de feridas. Os investigadores do Instituto alemão Fraunhofer estão a analisar as características aderentes e estão a estudar a possibilidade deste tipo de material substituir os agrafos e os pontos cirúrgicos, de forma eficaz e vantajosa. A resistência da substância também será indicada para o caso de fractura de ossos, fixação de próteses dentárias e mesmo nas operações à retina.

Actualmente, os materiais adesivos utilizados em medicina para ligar e cicatrizar tecidos têm algumas limitações e inconvenientes, visto que podem libertar substâncias tóxicas como o formaldeído. Os investigadores alemães já averiguaram que a substância adesiva proveniente do mexilhão é bem tolerada pelo organismo humano.

De destacar que o Instituto Fraunhofer estabeleceu uma parceria com a Universidade do Porto, e será instalado junto à mesma. A decisão foi tomada após um período de análise das propostas recebidas para a localização do Instituto Fraunhofer Portugal e de visitas de representantes da Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft) às instituições proponentes. O âmbito desta parceria diz respeito não à área dos materiais de colagem, mas às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A Sociedade Fraunhofer envolve mais de 12 mil pessoas em 56 institutos e, para além da investigação, dedica-se ainda à formação.

Isabel Marques

Fontes: Jornal de Notícias, Ciência Hoje, www.ifam.fraunhofer.de

Autopsia Confirma: Nova variante da doença de Creutzfeldt-Jacob causa primeira morte em Portugal

A autopsia ao cérebro de um rapaz de Famalicão, falecido no passado mês de Abril, confirmou que o óbito foi causado pela nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ), de acordo com o relatório enviado hoje pelo Hospital S.João, Porto, à Direcção-Geral de Saúde (DGS).

A DGS pediu ao Hospital S.João que procedesse à análise do cérebro do rapaz, logo após a sua morte, de forma a esclarecer as suspeitas que existiam havia já dois anos, altura em que as autoridades anunciaram a existência do primeiro caso provável em Portugal da nova variante da DCJ. A resposta chegou hoje e foi positiva.

"Enviámos hoje à Direcção-Geral de Saúde e ao Hospital S. Marcos (Braga), onde o rapaz estava, o relatório que nos foi pedido, que confirma a morte com a nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jacob", referiu uma fonte hospitalar, em declarações à Lusa.

Entretanto, aumentam as suspeitas quanto ao caso de uma rapariga de 14 anos, também da zona de Famalicão, que apresenta sintomas idênticos aos do rapaz. Aliás, a DGS, apoiada em evidências laboratoriais, havia já anunciado, em Fevereiro, a forte probabilidade de um segundo caso de variante da Doença de Creutzfeldt-Jacob (DCJ), ainda que não tenha sido adiantada mais informação, para além de referir que se tratava de uma jovem portuguesa residente no Continente.

Contudo, a mesma fonte adianta que “no caso da menina, que ainda está viva, não está 100 por cento confirmado que seja a variante da DCJ".

O comunicado da DGS, emitido a 20 de Fevereiro para além de adiantar a possibilidade de existência de um segundo caso, salientava que não existem perigos de contágio, uma vez que a doença não se transmite de pessoa a pessoa.

O director-geral de Saúde, Francisco George explica que é necessário distinguir entre a Creutzfeldt-Jacob geralmente diagnosticada em pessoas de idade e a nova variante da doença, que aparece em pessoas de idade jovem e tem uma relação com o consumo de carne de bovino.

Todos os anos são diagnosticados em Portugal, uma média de 10 novos casos de Creutzfeldt-Jacob tradicional, uma doença que tem um “período de incubação longo e traduz um problema que terá havido há já uns anos”, acrescenta Francisco George.

A BSE é uma doença degenerativa que afecta progressivamente o cérebro dos bovinos e que pode ser transmitida ao homem. O número de casos detectados tem vindo a diminuir e no ano passado registaram-se apenas 31 casos de animais afectados, o número mais baixo desde 1999.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Ácido fólico nas farinhas diminui risco de deficiências congénitas em 46%


A adição de ácido fólico à farinha provoca uma diminuição de 46 por cento da incidência de anomalias congénitas do tubo neural dos bebés, principalmente da ocorrência de anencefalias e espinha bífida, revela um estudo da Universidade Laval, no Canadá.

Os defeitos abertos do tubo neural (DTN), anomalias congénitas da espinha ou do cérebro do bebé, são frequentemente causados pela carência de ácido fólico, podendo resultar em malformações do cérebro ou da espinal medula e dos seus revestimentos. Este problema ocorre quando a coluna vertebral do feto não se encerra adequadamente nos primeiros 28 dias após a concepção.

O ácido fólico (ácido peteroilglutâmico), pertencente ao grupo das vitaminas do complexo B, encontra-se na composição dos vegetais verdes, da fruta, dos cereais completos ou da carne. Porém, mesmo uma dieta equilibrada não fornece a quantidade suficiente de ácido fólico necessário às grávidas e ao bebé, explica Philippe De Wals, um dos autores do estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

Conscientes da relevância desta vitamina, as autoridades canadianas decidiram “adicionar ácido fólico a todas as farinhas produzidas no país, uma vez que a formação do tubo neural dos embriões é particularmente intensa durante as primeiras quatro semanas de gravidez, altura em que muitas das mulheres ainda não sabem que estão grávidas”, afirmou De Wals. Metade das gravidezes no Canadá não são planeadas e o corpo humano não tem capacidade para armazenar ácido fólico suficiente, sendo, por isso, importante integrá-lo na cadeia alimentar em vez de tomar exclusivamente suplementos vitamínicos, destaca a investigação.

Os especialistas compararam a incidência das deformações no tubo neural em mais de 2 milhões de nascimentos no Canadá, antes e depois de serem introduzidas no mercado as farinhas enriquecidas com ácido fólico. Entre 1993 e 1997, a incidência de malformações situava-se nos 1,58 por cento por cada 1.000 nascimentos. Por sua vez, entre 2000 e 2002, a taxa sofreu uma diminuição de 46 por cento para os 0,86 pontos percentuais por cada 1.000 nascimentos. Actualmente, a adição de ácido fólico às farinhas é uma realidade disponível apenas para os cidadãos dos Estados Unidos da América, Canadá e Chile.

Espinha bífida, quais as consequências?

A espinha bífida é uma afecção pertencente a um conjunto de alterações conhecido como defeitos do tubo neural. Nos casos mais graves, a criança pode apresentar fraqueza muscular ou mesmo paralisia abaixo do nível do não encerramento completo da coluna, perda de sensibilidade e incapacidade de controlar os esfíncteres anal e/ou vesical. Para além disto, há ainda a possibilidade do líquido cefalo-raquidiano (LCR), líquido que envolve o cérebro e a medula, poder acumular-se no cérebro, originando uma condição conhecida como hidrocéfalo, que se não for tratada pode levar a lesões cerebrais, com cegueira e convulsões.

Porém, os sintomas não são apenas físicos, sendo que, por vezes surgem também problemas de aprendizagem, entre os quais se destacam as dificuldades de atenção, expressão e compreensão da linguagem falada, dificuldades de leitura, de compreensão dos conceitos matemáticos ou ao nível da organização da informação. Entre as condições mais frequentes apresentadas pelas pessoas com espinha bífida estão ainda as tendinites, os problemas cutâneos, gastrointestinais, a obesidade e a depressão.

De acordo com dados do Instituto Médico de Radiologia Clínica, nascem cerca de 1 a 2 bebés em cada 1000 com DTN. A maioria (95 por cento) surge em famílias sem história anterior de DTN. Todos os anos, são registados cerca de 200 mil casos de espinha bífida e anencefalia a nível mundial. Os resultados deste estudo sugerem que a adição de ácido fólico aos alimentos poderia reduzir esse número para metade.

Marta Bilro

Fonte: The Earth Times, United Press International, Science Daily, Bayer, Administração Regional de Saúde do Centro, Instituto Médico de Radiologia Clínica.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Comissão Europeia aprova utilização de Forsteo em homens com osteoporose

A Comissão Europeia concedeu aprovação para ampliar as indicações terapêuticas do Forsteo (Teriparatida) que poderá agora ser utilizado no tratamento da osteoporose em homens que apresentam um risco elevado de fractura. O fármaco passa também a ser indicado na redução da incidência de fracturas não vertebrais, excepto fracturas na anca, em mulheres na pós-menopausa.

A decisão vem no seguimento do parecer positivo emitido pelo Comité de Especialidades Farmacêuticas para Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento (CHMP), no dia 24 de Maio. O medicamento é comercializado na União Europeia desde 2003, para o tratamento da osteoporose estabelecida em mulheres pós-menopáusicas.

O Forsteo é um agente formador de osso para tratamento da osteoporose. Este é o primeiro de uma classe de fármacos que estimula a formação óssea, através de uma acção directa sobre as células formadoras de osso (osteoblastos), aumentando indirectamente a absorção intestinal de cálcio, assim como, a reabsorção tubular de cálcio e excreção de fosfato pelo rim.

A aprovação foi sustentada pela apresentação de dados clínicos referentes a 437 homens com osteoporose hipogonadal ou idiopática. Os ensaios clínicos realizados demonstraram que o Forsteo provocou melhorias significativas na saúde óssea, uma vez que a densidade mineral óssea da coluna lombar aumentou significativamente num espaço de três meses. Ao fim de 12 meses, registou-se um aumento da densidade mineral óssea na coluna lombar e em todo o quadril de 5 e 1 por cento, respectivamente, quando comparado com a administração de um placebo.

A outra indicação incluída na acção terapêutica do medicamento foi baseada num estudo que contou com a participação de 1.637 mulheres na pós-menopausa portadoras de uma fractura vertebral prévia. As conclusões do estudo revelaram uma diminuição de 53 por cento no risco de fracturas não vertebrais por fragilidade e uma diminuição de 63 por cento do risco de fracturas maiores não vertebrais por fragilidade, incluindo o quadril, os pulsos, braços, costelas e pélvis.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma, Infarmed.

Serviço de esterilização do Hospital da Guarda recebe certificação de qualidade

O serviço central de esterilização do hospital da Guarda obteve o certificado de qualidade pela norma ISO 9001-2000, que garante altos padrões de qualidade e permitirá a sua abertura a outras instituições da região. O processo foi desenvolvido ao longo de três anos, envolvendo uma empresa nacional e outra internacional, tendo sido esta última a atribuir o certificado.

A unidade agora certificada foi criada em 1998 e desde então, a limpeza e esterilização de todos os objectos utilizados nos diversos serviços do hospital e artigos têxteis, passou a ser feita neste serviço.

Com este certificado de qualidade, o serviço de esterilização, que de momento serve apenas o Hospital Sousa Martins (HSM), poderá prestar apoio a outras instituições da região, já que “tem capacidade instalada não só para a área do Serviço Nacional de Saúde mas, também, para as instituições particulares de solidariedade social", garantiu Fernando Girão, presidente do Conselho de Administração do HSM.

O responsável considera mesmo que no futuro, este poderá vir a ser um serviço rentável para o HSM, sendo que já existe “um pedido do Hospital da Misericórdia da Guarda, que poderá ser prestado através de um protocolo, com contrapartidas de um e do outro lado”.

Fernando Girão não esconde que gostaria de ver certificados todos os serviços clínicos do HSM, de forma a “criar condições de qualidade no serviço prestado pelo hospital”.

Na opinião de Matilde Cardoso, enfermeira directora do HSM, a certificação obtida permite garantir que “todos os serviços que são servidos pela central de esterilização podem ter a maior confiança", reconhecendo que este é "um serviço credível em que é possível confiar". A enfermeira realça ainda que a eficácia do serviço de esterilização é o “básico para todos os serviços se poderem desenvolver" com qualidade.

O processo de certificação implicou um investimento de cerca de 30 mil euros, comparticipado pelo Programa Saúde XXI e promoveu remodelações ao nível de vários aspectos, "o pessoal recebeu formação, foi aumentado o número de funcionários, os espaços foram redefinidos, foram adquiridos novos equipamentos de ponta, aperfeiçoou-se tudo aquilo que já estava feito", explicou Isabel Cristina, enfermeira responsável pelo serviço.

Em 2005 existiam apenas nove técnicos inseridos neste serviço, mas com o decorrer do processo de certificação os recursos humanos foram aumentados, existindo neste momento 15 técnicos em funções .

O investimento em novos equipamentos e tecnologia foi outro dos aspectos mais relevantes, sendo que neste momento, entre outros equipamentos, o serviço dispõe de três máquinas de lavar e desinfectar e de igual número de esterilizadores.

Os objectos que dão entrada no serviço de esterilização são "lavados, desinfectados, agrupados, empacotados e esterilizados", sendo posteriormente devolvidos à proveniência, explicou Isabel Cristina. No entanto, a certificação não garante a perfeição do serviço pois as falhas continuam a existir, apesar de serem mínimas e aceitáveis.
O serviço funciona 16 horas por dia, das 08:00 às 24:00, realizando em média 15 ciclos de esterilização por dia, divididos por dois turnos de segunda a sábado.

Para além da certificação do serviço de esterilização, o HSM conta também com a certificação do seu serviço de patologia clínica, distinguido em 2000, dai que Matilde Cardoso realce a grande importância da certificação agora obtida, pois “estes dois serviços são o suporte de outros”.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

Plano de segurança da Schering-Plough contra aquisições hostis expira

A Schering-Plough anunciou que a direcção decidiu votar a favor da expiração do actual plano de direitos dos accionistas da companhia, ou “pílula de veneno” (poison pill em inglês), uma ferramenta que algumas empresas utilizam para tornar as suas acções menos atraentes em caso de tentativas de aquisição hostis. A mudança faz parte das alterações das políticas de administração da companhia, anunciadas em Dezembro. A farmacêutica não prevê a adopção de um novo plano no futuro.

Num documento enviado à comissão norte-americana de mercado de valores, a farmacêutica disse que também emendou as actuais directrizes de administração da empresa para prevenir a adopção de futuras “pílulas de veneno” sem a aprovação dos accionistas. Qualquer novo plano de direitos dos accionistas não poderá ser posto em prática sem ser submetido à aprovação dos accionistas num prazo de 12 meses.

A Schering-Plough decidiu eliminar a “pílula de veneno” em Dezembro, quando a farmacêutica acabou com os requisitos de votação dos accionistas por “supermaioria” para decisões chave, como retirar um director. A empresa também estabeleceu que os membros da direcção serão eleitos anualmente por uma maioria, em vez de uma pluralidade dos votos. Anteriormente, os directores cumpriam um mandato de três anos.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, BusinessWeek, MarketWatch
Investigação preliminar com resultados promissores
Fármaco para a doença bipolar em estudo


Uma equipa de cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, está a testar um potencial novo medicamento para a doença maníaco-depressiva, que também é designada como doença afectiva bipolar. Um mal que afecta cerca de um por cento da população mundial, e cujos tratamentos actuais se baseiam em estabilizadores de humor que fazem disparar o peso dos doentes.

Os investigadores estão a tentar encontrar respostas que permitam minimizar os transtornos e efeitos secundários provocados pelas terapias convencionais, mas de acordo com um artigo publicado na revista científica «Nature», ainda terão de ser feitos muitos estudos antes de o potencial novo fármaco poder ser testado em seres humanos. A mesma fonte refere que cerca de um por cento da população mundial deverá sofrer da doença maníaco-depressiva, cujo tratamento pressupõe normalmente a administração de estabilizadores de humor como o lítio e o ácido valpróico, que provocam aumento de peso e grande secura nas mucosas.
Os cientistas norte-americanos tentaram colmatar a lacuna no que diz respeito a alternativas àqueles tratamentos, descobertos há décadas, que actuam através do bloqueio da enzima glycogen synthase kinase-3 (GSK-3) no cérebro. Sabiam que uma nova classe de substâncias podia inibir uma enzima similar à GSK-3, e questionaram-se se não poderia também inibir a própria GSK-3. Uma pergunta a que os testes feitos deram resposta positiva. A revolução terapêutica dos doentes maníaco-depressivos poderá, assim, estar a um passo de se concretizar.

Carla Teixeira
Fonte: Nature

85% dos doentes espanhóis utilizam internet para pesquisar sobre doenças

Um estudo realizado pela Ogilvy Healthworld e pelo Google demonstrou que os motores de buscar na internet são utilizados por 85 por cento dos doentes espanhóis que procuram informações on-line sobre a sua patologia ou a medicação.

A investigação, que pretendeu avaliar a influência da comunicação digital no sector da saúde, revelou também que as doenças pesquisadas com mais frequência são as relacionadas com dietas e controlo de peso, alergias, obesidade, cancro, dores de cabeça ou enxaquecas, ansiedade e depressão. Um em cada quatro espanhóis utiliza o Google para procurar informações sobre saúde.

De acordo com o estudo, os motores de busca são utilizados em todas as fases do processo da doença, desde o diagnóstico ao tratamento. As conclusões referem que 92 por cento dos cibernautas procuram conselhos sobre hábitos de vida saudáveis e 87 por cento estão mais preocupados em saber quais os sintomas específicos. Também em 87 por cento dos casos os utilizadores pretendem perceber melhor o seu próprio diagnóstico e tratamento, enquanto 89 por cento procura mais informações sobre os procedimentos que estão a ser levados a cabo por amigos ou familiares.

Os internautas espanhóis consideram que os motores de busca são uma fonte de informação indispensável, e 85 por cento usam-nos para se esclarecer, foi hoje divulgado na apresentação do estudo em Madrid. “A internet é não só uma fonte de informação prioritária para os consumidores, mas também uma ferramenta revolucionária para a indústria farmacêutica, já que permite que o paciente encontre o profissional sempre que procura por ele”, salienta José María García, director do departamento de Saúde do Google, em Espanha.

As declarações do responsável surgem durante o encontro sobre saúde digital, o primeiro do género organizado para analisar o futuro do sector da saúde no país vizinho. Face aos resultados, os especialistas estão convencidos de que a internet impôs mudanças radicais no comportamento dos doentes e dos médicos e que, necessariamente, acabará por alterar a comunicação da indústria farmacêutica com o seu público.

A internet é, assim, a segunda fonte de informação mais utilizada pelos pacientes, em Espanha, para obterem informações no âmbito da saúde, quase ao nível dos médicos, que representam 88 por cento, e muito acima de outros recursos com é o caso dos farmacêuticos, livros e meios de comunicação tradicionais. “A internet é o suporte mais interactivo, profundo e rico em informação e, sem dúvida, complementar a qualquer actividade de saúde”, destaca José María García.

Marta Bilro

Fonte: PM Farma

Nova técnica imita e acelera a replicação de priões
Diagnóstico de Creutzfeldt-Jakob facilitado

A doença de Creutzfeldt-Jakob, variante humana da encefalopatia espongiforme bovina, poderá estar a um passo de ser mais facilmente diagnosticável. Cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram uma nova técnica de imitação e aceleração do processo de replicação de priões, onde pode residir a chave para o problema.

De acordo com um estudo publicado no «Journal of Pathology», aquela doença, que é causada pela presença de priões que eliminam as células do cérebro, cujo tecido adquire a aparência de uma esponja, poderá tornar-se detectável de modo mais fácil e rápido com a utilização da técnica agora desenvolvida, que imita e acelera a replicação dos priões. Embora o método só tenha sido experimentado ainda com animais, os investigadores acreditam que será possível a sua aplicação em trabalhos com a variante humana da doença, sendo necessários estudos adicionais para aferir se a nova técnica poderá ter aplicação noutro tipo de tecidos.
O professor James Ironside, da equipa de observação da doença de Creutzfeldt-Jakob, considera que actualmente a realização do teste exige demasiado tempo para que possa permitir um diagnóstico rápido num centro de recolha de sangue. No entanto, disse que ele poderia ser usado num centro nacional, para confirmar os resultados de testes anteriores e evitar falsos diagnósticos. Igualmente designada como BSE ou “doença das vacas loucas”, a Creutzfeldt-Jakob surgiu com força no Reino Unido no início dos anos 90, causando 161 mortes, entre elas as de três pessoas que foram contagiadas por transfusões de sangue.

Cenário nacional
Em Portugal não há notícias de casos desta doença em seres humanos, mas um primeiro diagnóstico em animais surgiu terá surgido em Junho de 1990, apesar de ter sido mantido em segredo durante três anos, altura em que uma audição e um inquérito parlamentar tiveram como resultado a “não conclusão da existência da doença das vacas loucas em Portugal”. Só em Julho de 1994 foi reconhecida a sua existência, com uma distribuição geográfica decalcada da distribuição de bovinos leiteiros, tendo por isso maior concentração nas regiões de Entre-Douro-e-Minho, Beira Litoral e Trás-os-Montes e Alto Douro.
A região autónoma dos Açores, que tem uma grande concentração de bovinos leiteiros, manteve-se isenta até 2000, ano em que a doença foi detectada num boi importado da Alemanha. Até 1994 todos os casos diagnosticados tinham origem em animais importados do Reino Unido, e em 1996 foi constituído um plano de erradicação da BSE, que previa o abate de todos os animais coabitantes com os casos confirmados, com a recolha sistemática de amostras e consequente análise laboratorial.

Carla Teixeira
Fonte: Journal of Pathology, ASAE, Ministério da Agricultura
Recolha voluntária do TechneScan MAG 3

O Departamento de Inspecção do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou, numa nota com a classificação de “muito urgente”, a recolha das embalagens que faziam parte do lote 267754 do pó para solução inhectável TechneScan MAG 3 de 1mg, com data de validade de 2 de Fevereiro de 2008.

Num comunicado dirigido às organizações nacionais e sub-regiões, administrações regionais de saúde, hospitais, centros de saúde e grossistas na área do fármaco, o Infarmed comunica que, por deliberação do seu conselho directivo, decidiu ordenar a recolha de todas as embalagens daquele medicamento, com o número de registo 4802781, cujo titular de autorização de introdução no mercado é a Mallinckrodt Medical, BV, que tem como representante em Portugal a firma Isoder – Isótopos Derivados, SA, na sequência de ter sido aferido, em análises da Agência Francesa do Medicamento, que o fármaco em causa não cumpre a especificação relativa aos níveis de radioactividade libertada.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed
Recolha voluntária de comprimidos Salofalk

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde anunciou a recolha voluntária do fármaco Salofalk comprimidos gastro-resistentes de 500 mg que faziam parte do lote n.º 06D02113R, com prazo de validade de Abril de 2009.

Numa circular informativa assinada por Hélder Mota Filipe, em nome do conselho directivo daquela entidade, e com a classificação de “muito urgente”, o Infarmed comunica que a firma Dr. Falk Pharma Portugal – Sociedade Unipessoal, Lda. está a proceder à recolha voluntária do referido medicamento, depois de ter detectado, em algumas amostras integrantes do referido lote, alterações organolépticas (manchas escuras) nos comprimidos. São alterações que não põem em causa a segurança e a saúde dos utentes que entretanto tenham utilizado o medicamento, mas que levaram o Infarmed a ordenar a suspensão imediata da comercialização daquela versão do Salofak.

Carla Teixeira
Fonte: Infarmed

Boehring Ingelheim processa Barr por violação da patente do Aggrenox

A Boehring Ingelheim instaurou um processo judicial, na justiça norte-americana, contra a Barr Pharmaceuticals alegando a violação da patente do Aggrenox (Ácido acetilsalicílico + Dipiridamol), um medicamento utilizado na prevenção do risco de ataques cardíacos.

A Barr pretende produzir um semelhante genérico do Aggrenox, tendo submetido, em Janeiro, uma candidatura à Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), que em Maio foi aceite para revisão. A empresa de genéricos acredita que deverá ser a primeira a tentar comercializar uma cópia do medicamento, o que lhe poderá garantir seis meses de exclusividade no mercado.

Para além disso, a Barr estima que as vendas anuais do fármaco, nos Estados Unidos da América, possam render-lhe mais de 187 milhões de euros.

A Barr justifica a sua tentativa de produção de um genérico alegando que uma das patentes do medicamento é inválida. Porém, a farmacêutica alemã considera que essas afirmações são “desprovidas de qualquer objectivo de bom senso ou de quaisquer factos legais”.

O medicamento é utilizado por pacientes que já foram vítimas de um ataque cardíaco de forma a prevenir reincidências. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, quase um em cada quatro homens e uma em cada cinco mulheres com 45 anos de idade têm probabilidades de sofrer um ataque cardíaco caso vivam até aos 85 anos.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Business in the Burbs, United Press International, Bloomberg.

Produto tóxico detectado em Sensodyne à venda no Reino Unido

Vestígios de um químico tóxico foram detectados em pastas de dentes contrafeitas da marca Sensodyne, no Reino Unido. O alerta foi lançado pela Agência Reguladora dos Medicamentos e Cuidados de Saúde (MHRA) depois de mais de 100 embalagens de um lote contaminado terem sido vendidas em mercados e bancas de rua contendo dietileno glicol.

A entidade reguladora britânica referiu que ainda não há quaisquer provas de que alguém tenha sofrido um problema de saúde derivado dos efeitos da pasta de dentes e que não são esperadas reacções graves. Isto porque, apesar de tóxica, a substância só é perigosa se ingerida em grandes quantidades.

Segundo afirmaram as autoridades daquele país, as embalagens do dentífrico falsificado apresentam rotulagem em inglês e em árabe, enquanto que as verdadeiras apenas apresentam o rótulo em inglês. Os produtos afectados contêm a designação Sensodyne Original e Sensodyne Mint 50ml e a MHRA já lançou um apelo aos consumidores que tenham comprado o produto para que este não seja utilizado, uma vez que está contaminado com níveis tóxicos de dietileno glicol.

A GlaxoSmithKline, detentora da marca Sensodyne, emitiu um comunicado no qual assegura não utilizar aquela substância em nenhuma das suas pastas de dentes. “Estes produtos contrafeitos são ilegais e não têm qualquer relação com a GlaxoSmithKline”, referem os responsáveis. A empresa afirma que tem “em séria consideração qualquer relato de contrafacção” e diz já ter contactado a sua cadeia de fornecedores legítimos para se certificar de que não existe qualquer produto falsificado.

Apesar de não ser ainda conhecida a origem dos produtos falsificados, a GSK admite que a China é uma possibilidade, uma vez que recentemente exportou pastas de dentes contaminadas com a referida substância.

Marta Bilro

Fonte: Guardian Unlimited, Scotsman.com, BBC News.

Apifarma opõe-se a campanha governamental de promoção de genéricos

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) interpôs uma providência cautelar para impedir a progressão de uma campanha de promoção de medicamentos genéricos, que estaria pronta para ser lançada pelo Ministério da Saúde, em Setembro.

A notícia, avançada pelo jornal Sol, adianta que o processo já terá dado entrada no Tribunal Administrativo de Lisboa. A situação deve agora ser analisada por um juiz que, em breve, decide se a campanha será ou não cancelada.

A campanha, que envolve 500 mil euros, divulga os genéricos existentes no mercado bem como as suas vantagens. A Apifarma considera que, por promover um segmento restrito de mercado, a acção vai contra a lei da livre concorrência.

Marta Bilro

Fonte: Sol

O anticoagulante Idraparinux da Sanofi-Aventis apresenta resultados mistos

A Sanofi-Aventis anunciou que os dados de estudos sugerem que o anticoagulante idraparinux é tão eficaz como a varfarina na redução de derrames cerebrais e eventos embólicos sistémicos do sistema nervoso periférico, em pacientes com fibrilação atrial. As descobertas foram apresentadas no congresso da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase, em Genebra.

Contudo, os resultados dos 4576 pacientes do ensaio AMADEUS também mostraram que os casos de hemorragia clinicamente relevante foram significativamente mais elevados naqueles que receberam idraparinux, em comparação com os que receberam varfarina. Os resultados demonstraram que a hemorragia apareceu com o tempo, e foi mais pronunciada em pacientes mais idosos e naqueles com função renal comprometida.

A farmacêutica sublinhou que os dados referentes a hemorragias indicam a necessidade de reconsiderar uma redução da dose do idraparinux para pacientes identificados como sendo de risco. O principal investigador do estudo, Harry Buller, acrescentou que o novo estudo BOREALIS-AF do fármaco se deverá focar na melhoria do perfil de segurança preservando simultaneamente a sua eficácia.

A Sanofi está a adaptar a terapia de modo a combater os problemas de hemorragias que surgiram nos anteriores testes ao fármaco. A farmacêutica está a adicionar uma substância, que não modifica a estrutura do idraparinux, nem o seu funcionamento, e que irá permitir aos médicos desligar o mecanismo anticoagulante do tratamento em situações que incluam, por exemplo, cirurgias não planeadas.
Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, CNN Money

Nutricionistas defendem proibição da publicidade alimentar durante os programas infantis

Como forma de combater a obesidade infantil, um grupo de especialistas em nutrição recomendou à Comissão Europeia a adopção de legislação que restrinja, ou até mesmo proíba, a publicidade a produtos alimentares, durante o tempo de intervalo dos programas televisivos destinados a crianças.

Um estudo desenvolvido em França e apresentado no final do ano passado mostrou que 89 por cento dos anúncios a alimentos exibidos antes, durante e depois dos programas de televisão infantis, eram produtos com altos níveis de açúcar e gorduras, sendo que em apenas 11 por cento desses anúncios eram publicitados produtos com benefícios nutricionais.

Sylvie Pradelle, responsável da maior organização de consumidores de França, lembrou que as crianças são altamente permeáveis aos anúncios e que antes dos sete anos de idade não conseguem distinguir entre a publicidade e a ficção televisiva.

Como tal, a dirigente defende a proibição total da publicidade a alimentos durante os programas infantis e juvenis, considerando também que “deve haver uma definição clara de programas infantis. Esta restrição não se deve limitar aos desenhos animados, mas deve abranger também outros que possam ser vistos pelas crianças, sobretudo na ausência dos pais”.

Opinião igual tem a endocrinologista portuguesa Isabel do Carmo, que considera necessária a criação de legislação específica para o efeito, uma vez que já ficou demonstrado que a auto-regulação não tem funcionado.

“Em relação à televisão, defendo a lei sueca”, que desde 1991 proíbe a publicidade alimentar antes, durante e logo depois de programas infanto-juvenis. Na opinião da médica, a solução passa mesmo pela proibição, pois a restrição continuará a não solucionar o problema, cometendo equívocos, como acontece por exemplo com os produtos lácteos. “Temos publicidade a iogurtes, mas cheios de açúcar e com alegações de saúde erradas”.

Fernanda Santos, especialista em alimentação da associação de consumidores Deco, defende um posição mais flexível, considerando que as restrições à publicidade durante estes programas é o bastante para controlar a questão.

“A Deco tem defendido é a proibição da publicidade a alimentos ricos em sal, gordura e açúcares”. No entanto, Fernanda Santos reconhece a necessidade de “haver uma imposição legal comum”, já que apesar dos alertas, a industria alimentar não tem alterado a sua posição nesta matéria.

Inês de Matos

Fonte: Sol

Envelhecimento Humano em debate no I Congresso Internacional de Gereontologia

O I Congresso Internacional de Gereontologia vai decorrer na Escola Superior de Educação João de Deus, em Lisboa, de 8 a 10 de Novembro, dedicado ao tema (Con)vivências do corpo à alma.

Os principal objectivo do congresso passa pela promoção do debate científico e gerontotecnológico, acerca do envelhecimento humano. Como tal, existirá uma cooperação entre diversas ciências, nomeadamente entre a psicomotricidade, a geriatria e a medicina, por exemplo, de forma a assegurar maior autonomia e cidadania à população envelhecida.

Os progressos da medicina tem levado ao aumento da esperança média de vida e as fracas taxas de natalidade têm proporcionado o envelhecimento da população, no entanto, “a qualidade de vida dos idosos nem sempre é a melhor”, refere o site on-line do Congresso.

“Urge procurar respostas e medidas para o processo de envelhecimento do Homem. Quanto mais não seja pela via educativa e sociocultural, para se recuperar o respeito pelo idoso”, pois apesar da idade, o gereonte “ainda pode adaptar-se e intervir activamente na sociedade que ajudou a construir”, sendo útil e representando uma mais valia.

O congresso pretende alertar para a condição do idoso, promovendo a informação, formação e investigação-acção em Envelhecimento Humano, que deveria “ser uma prioridade na Sociedade Portuguesa e na União Europeia tal como no resto do mundo”, refere o website.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 580 milhões de idosos em todo o mundo, dos quais 350 milhões (61%) vivem nos países desenvolvidos. Em 2020, deverão existir mil milhões de idosos e no ano 2025, os indivíduos com mais de 60 anos serão mais numerosos do que os jovens com menos de 20 anos.

Para mais informações consultar:
http://www.ese-jdeus.edu.pt/gerontologia/gerontologia.asp

Inês de Matos

Fonte: Jasfarma, http://www.ese-jdeus.edu.pt/gerontologia/gerontologia.asp

Canela no tratamento da diabetes

A farmacêutica espanhola Faes Farma colocou no mercado espanhol um medicamento, feito à base de canela, para tratar a diabetes. O Glusil foi submetido aos testes de qualidade e conseguiu resultados positivos.

Uma vida saudável através de uma correcta alimentação e de prática regular de exercício físico é o método mais recomendado aos diabéticos para controlar nos níveis de glucose no sangue. Contudo, isto exige, na maior parte dos casos, grandes mudanças de hábitos, pelo que as pessoas não praticam esta recomendação.

O Glusil tem precisamente a função de ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue. Composto de um extracto aquoso, Cinnamomum Cassia, é a variedade da canela que mostrou melhores resultados na redução da glucose. A toma é fácil, tem um sabor neutro e o valor calórico é baixo, menos de 1 Kcal por dia.

sara pelicano

fontes: pm farma, faes farma

quinta-feira, 12 de julho de 2007

FDA irá rever o Isentress da Merck & Co. em Setembro

Um comité consultivo da FDA, constituído por especialistas em fármacos antiretrovirais, deverá reunir-se no dia 5 de Setembro para rever a segurança e a eficácia do Isentress (raltegravir), o tratamento experimental da Merck & Co. para o VIH. A farmacêutica procura a aprovação para o Isentress, em combinação com outros agentes antiretrovirais, para pacientes com VIH-1 que não respondem às terapias antiretrovirais existentes.

A FDA concedeu revisão prioritária ao inibidor da integrase no mês passado, e a Merck espera a decisão final em meados de Outubro.

A Merck está a competir com a Pfizer Inc. pelo desenvolvimento do primeiro novo tipo de tratamento da década para o VIH, o vírus que causa a SIDA.

O Isentress actua ao bloquear a enzima responsável por inserir material genético do VIH nas células humanas, impedindo que o vírus se reproduza e que infecte outras células. O fármaco, o primeiro a atingir o VIH através deste mecanismo, reduziu a carga viral em mais de 75 por cento dos pacientes que receberam uma terapia combinada, em dois ensaios clínicos.

Por seu lado, a Pfizer não conseguiu a aprovação para o Maraviroc, comprimidos para o VIH, em Junho. A farmacêutica revelou que está a resolver com a FDA questões relacionadas com a rotulagem, um atraso que os analistas pensam que possa demorar três meses. O Maraviroc modifica o formato de uma proteína na superfície das células saudáveis, tornando impossível a entrada do vírus.

Isabel Marques

Fontes: FirstWord, Bloomberg, Forbes

Bayer adopta estratégia virtual

À medida que a concorrência aumenta, a indústria farmacêutica aplica-se, cada vez mais, na procura de novos trunfos. Consciente da importância das tecnologias, a Bayer Healthcare está a utilizar um jogo de computador para atrair a atenção das camadas mais jovens da população, para um analgésico destinado a combater as mazelas do avanço da idade.

O Aleve Liquid Gels, lançado em Março nos Estados Unidos da América, é um medicamento de venda livre, normalmente utilizado por pessoas acima dos 50 anos de idade com o objectivo de aliviar as dores nas costas e as dores provocadas pela artrite. O laboratório pretende agora aproximar o produto da camada de população com idades entre os 25 e os 49 anos.

Acedendo ao portal www.aleviator.com os internautas podem acompanhar uma narrativa ficcional que os conduz através de um conjunto de pistas e lugares na rede, wikis e blogues. Por cada visitante que siga o jogo até ao final, algo que demora cerca de um minuto, a Bayer faz uma doação que varia entre os 3,6 e os 7,3 euros ao “Conservation Fund”, um grupo de defesa ambiental sem fins lucrativos.

“O Aleve tornou-se famoso e é visto pelos consumidores mais velhos como um óptimo produto para a artrite”, salientou Jay Kolpon, vice-presidente do departamento do desenvolvimento de marketing e negócios da Bayher Healthcare, uma divisão da alemã Bayer sedeada nos Estados Unidos da América. “Os géis líquidos destinam-me aos jovens e a condições que antecedem a artrite, tais como as dores no corpo ou dores musculares”, acrescentou.

Para já, a campanha é encarada pela Bayer como algo em fase experimental e que deverá evoluir cuidadosamente. Conforme explicou Kolpon, a adesão e consciência dos visitantes em relação à marca vai ser avaliada, bem como a doação ao “Conservation Fund”. O Aleve (Naproxeno), em comprimidos, é comercializado em Portugal desde 2002.

Marta Bilro

Fonte: The New York Times, The Earth Times, Monsters & Critics.

Óleos solares podem levar a lesões que degeneram em cancros

Especialista alerta e pede retirada de óleos solares do mercado

O presidente da Associação Portuguesa de Cancro de Pele(APCC),Osvaldo Correia, defendeu hoje que as autoridades de saúde deveriam retirar do mercado os óleos solares, porque podem levar a lesões que degeneram em cancros de pele.
Segundo Osvaldo Correia,aqueles produtos "têm um efeito enganoso" sobre os seus utilizadores, já que "ao transmitirem gordura à pele evitam o seu repuxar, transmitindo uma falsa sensação de que a pele não está a envelhecer".Por outro lado, os óleos solares evitam a vermelhidão cutânea, levando a que as pessoas se exponham mais tempo ao sol, julgando que não estão em perigo.
Sublinhando que os índices de protecção aconselháveis "são de 30 para cima", o presidente da APCC acentuou em declarações á Lusa que, independentemente da falsa impressão de segurança transmitida por aqueles dois indicadores, aqueles produtos não evitam a penetração dos raios ultra-violeta (UVA) nas camadas mais profundas da pele.
O êxito daqueles produtos em alguns sectores do mercado deriva da falsa palavra de ordem "Moreno Igual a Beleza" pelo que a sua distribuição está sempre assegurada enquanto esse slogan tiver reflexo social. "São produtos que asseguram uma penetração silenciosa dos raios ultra-violeta, que atingem mais profundamente a pele, que envelhece precocemente", disse. Observou que os índices de protecção daqueles produtos, normalmente muito baixos, "são enganosos", porque complementam a transmissão de uma sensação de segurança.
O presidente aconselhou os portugueses de pele branca mais clara a utilizar sempre protectores solares com um índice mínimo de 30. Mesmo as pessoas de pele morena, aconselhou, "não devem usar protectores inferiores a 20" e até os indivíduos de pele negra "devem usar protectores não inferiores a 15".
Para uma protecção a cima dos 30 é necessário uma indicação médica,uma vez que, apresentam um risco maior de desenvolvimento de sensibilização cutânea devido ao aumento da concentração dos filtros.
O presidente da APCC chamou a atenção para o facto de os próprios protectores solares com índices mais elevados "poderem ser prejudiciais, porque podem levar as pessoas a pensar que não precisam de outros tipos de protecção, como as sombras, as t-shirts e os óculos de sol.De recordar, que nunca é demais os cuidados com os mais pequenos sendo que, a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.

Sandra Cunha

Fontes:JN, saúde da família.Enciclopédia médica volume 7

Filtros Solares

Nesta época de calor, é essencial aplicar os protectores solares com frequência,especialmente depois de mergulhos e exercícios físicos.Todos sabemos a importância dos FPS, mas será que sabemos qual usar?


Os filtros solares são substâncias destinadas a proteger a pele do sol .Elas conseguem proteger a pele,a curto prazo, de queimaduras e alergias solares e, a longo prazo,do envelhelhecimento e do cancro da pele.
A loção de bronzeamento é um termo incorrecto para o filtro solar, já que sua função é completamente diferente. A loção de bronzeamento é usada para atrair raios UV para atingir um melhor bronzeado.
Os filtros químicos agem através da absorção dos raios ultravioletas,impedindo assim que a pele seja atingida.
Já os filtros físicos ou de barreira formam uma película sobre a pele e reflectem a luz como um espelho.Não são muito aceites cosmeticamente mas apresentam menor sensibilização,sendo muito indicados para elevar a protecção solar e para as crianças menores.

O que será o Factor de Protecção Solar(FPS) ?

Os Factores de Protecção Solar estão presentes em todos os filtros e indicam o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao sol, sem se queimar. A pele, quando exposta ao sol sem protecção, leva um determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.
Eles auxiliam na escolha do produto de acordo com o tipo de pele. Para peles mais claras, o tempo de exposição solar necessária para queimá-las é menor do que para as peles mais resistentes.


As peles mais claras necessitam de filtros com FPS mais altos (FPS 30)mas as peles mais morenas podem utilizar um FPS mais baixo. É aconselhável um FPS 15 no mínimo.
Os filtros com FPS maiores que 30,devido ao aumento da concentração de filtros solares,apresentam um maior risco de desenvolvimento de sensibilização cutânea,ou seja,alergias de pele. A sua utilização deve ser indicada pelo médico assistente,conforme a necessidade do uso.
O FPS 15 a 30 deve ser utilizado regularmente,dependendo do tipo de pele,da presença de doenças de pele,da prática desporto,da altitude da região e das condições ambientais.Superfícies como areia, neve e água podem reflectir muito a luz solar.


O seu uso correcto implica, uma aplicação uniforme e abundante(30 minutos antes da exposição). A dosagem pode ser calculada usando a fórmula para a área de superfície do corpo e subsequentemente subtraindo a área coberta por roupa que dá protecção efectiva contra a radiação UV.
A dose usada pela FDA nos testes de filtro solar é de 2 mg/cm² e com base de uma amostragem, calculada numa monografia de FDA, se assumirmos um adulto mediano com altura de 1,63 m e peso de 68 kg com 82 cm de cintura, ele necessitaria de exactamente 29 g para cobrir sua área corporal não coberta.
É necessário a sua reaplicação frequente de duas a duas horas, após exercício físicos, mergulhos e transpiração excessiva. É de igual importância utilizar os protectores labiais e óculos escuros.


É fundamental o seu uso nas crianças, pois a exposição solar na infância até a adolescência é um dos maiores factores de risco para o desenvolvimento de cancro de pele na vida adulta.
Escolhe com o médico o filtro mais adequado, evite os horários de exposição e utilize os chapéus, camisetas e guarda-sóis no sentido de protegê-los e educá-los para se exporem sempre com segurança ao sol.

A linguagem utilizada nos rótulos dos filtros solares deixa-nos confusos na maioria das vezes,é importante sabermos o significado dos termos e assim escolher o mais adequado:


-Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
- Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
-Livre de PABA ou "PABA Free": filtros que não contém a substância PABA,que tem alto poder de causar alergias.
-Livre de òleo ou "oil free":substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
-Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.


Cuidados adicionais

Para além da protecção obtida com a aplicação dos filtros solares,
é igualmente importante evitar a exposição ao sol entre as 10.00 e as 15.00 horas ,sendo o período de maior incidência de radiação ultravioleta.
É importante saber que perto de 50% da radiação solar pode atingir partes do corpo submersas na água,os dias nublados também emitem radiações com riscos de queimadura solar.Superfícies de vidro bloqueiam apenas a radiação UVB e parte da UVA.
Os idosos que utilizem filtros solares recebem radiações solar adequada no que diz respeito ao risco de Osteoporose.
Os guarda-sóis devem ser de tecido de algodão o mais compacto e forrado possível e não os que são confeccionados com nylon fino.
Os tecidos sintéticos oferecem maior protecção.A presença de tintas aumenta a protecção.


Sandra Cunha

Fontes: dermatologia.net,wikipédia
Saúde e família.Grande Enciclopédia Médica,volume7

Wyeth processa Mylan para impedir comercialização de genérico do Effexor XR

A farmacêutica Wyeth apresentou uma queixa na justiça norte-americana contra a Mylan por uma alegada infracção de patente. O objectivo é impedir a Mylan de comercializar um semelhante genérico do antidepressivo Effexor XR (Venlafaxina).

O medicamento é o mais bem sucedido da Wyeth, com vendas anuais que ascendem aos 2,69 mil milhões de euros, e o antidepressivo mais vendido a nível mundial, referem dados da IMS Health.

De acordo com o processo interposto pela Wyeth, a Mylan tê-la-á notificado de que iria submeter, junto da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), uma aprovação para comercializar uma versão de um genérico do Effexor XR. A Mylan alega que a as patentes do medicamento são inválidas e que, por isso, não estarão a ser violadas pela sua tentativa de vender um semelhante genérico.

A Wyeth considera que há uma infracção da patente do produto e pede que o tribunal tome medidas para bloquear as tentativas da Mylan para vender versões copiadas, até que a patente expire, o que deverá acontecer em 2017.

Em 2006, a Wyeth chegou a um consenso com o laboratório israelita Teva Pharmaceutical num litígio referente a uma violação da patente do Effexor. Segundo o acordo, a Teva já iniciou as vendas dos genéricos de uma versão do Effexor, que compreende uma pequena porção do total das vendas do medicamento, porém, a fórmula de lançamento alargado só poderá ser comercializada a partir de Julho de 2010, embora a Teva possa colocá-lo mais cedo no mercado obedecendo a determinadas condições.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money

Erbitux não atinge objectivos no tratamento do cancro do pulmão

O Erbitux (cetuximab) é ineficaz no tratamento do cancro do pulmão, não tendo demonstrado benefícios na redução dos tumores, revelaram as conclusões de um ensaio clínico de Fase III. Por outro lado, algumas das finalidades secundárias do medicamento foram atingidas.

O fármaco, desenvolvido pela ImClone Systems e pela Bristol-Myers Squibb, não atingiu o objectivo principal quando administrado com conjunto com taxane e carboplatina, uma vez que não conseguiu atrasar o crescimento de tumores em doentes com carcinoma pulmonar de não pequenas células (CPNPC).

Porém, o comunicado divulgado pelas empresas refere que a substância cumpriu as metas secundárias propostas, entre as quais se incluem a taxa de resposta e a sobrevivência livre de progressão, cujos resultados foram “estatisticamente significativos”.

O estudo, realizado nos Estados Unidos da América e no Canadá, contou com a participação de 600 doentes e é apenas um entre vários ensaios clínicos que testam a eficácia do Erbitux no tratamento do cancro do pulmão. Os dados relativos à investigação mais abrangente que está actualmente a ser realizada, e que analisa a administração do Erbitux em associação com cisplatina e vinorelbina, não se encontram ainda disponíveis.

Em Abril, um ensaio clínico de fase III demonstrou que o medicamento também não conseguiu melhorar a sobrevivência geral dos doentes com cancro do pâncreas. Quando combinado com uma quimioterapia baseada em gemcitabina, a substância não prolongou a vida do doente para lá do que já era atingido pela quimioterapia isolada. O Erbitux, utilizado em Portugal, desde Junho de 2004, é indicado no tratamento de doentes com cancro colorectal metastático em associação com irinotecano. Em associação com radioterapia está indicado para o tratamento de doentes com carcinoma pavimentocelular da cabeça e pescoço, localmente avançado.

Marta Bilro

Fonte: StreetInsider.com, Market Watch, CNN Money, Infarmed.

Merck investe 726 milhões de euros em parceria com a Ariad

A Merck e a Ariad Pharmaceuticals estabeleceram um acordo de colaboração para desenvolverem e comercializarem em conjunto o AP23573, o novo medicamento da Ariad para o tratamento do cancro. A parceria deverá custar à farmacêutica alemã mais de 726 milhões de euros.

Num comunicado conjunto, as empresas referem que os ensaios clínicos de última fase para analisar a eficácia deste medicamento no tratamento de sarcomas metastáticos deverão iniciar-se até ao final de Setembro. Os sarcomas, tumores malignos de células derivadas da mesoderme, desenvolvem-se nos tecidos conectivos de suporte extra-esqueléticos, como é o caso dos músculos, tendões, tecidos sinoviais peri-articulares, gordura, endotélio dos vasos sanguíneos e canais linfáticos, e o mesotélio dos órgãos viscerais.

O AP23573 é um inibidor de pequenas moléculas da proteína mTOR, elemento chave na activação das células cancerígenas. Os termos do acordo prevêem que a norte-americana Ariad receba, de imediato, cerca de 54,5 milhões de euros e outros 328 milhões em pagamentos relativos ao cumprimento de objectivos de desenvolvimento. Caso o tratamento cumpra as metas de venda estabelecidas, a Ariad poderá ainda receber mis 145,2 milhões de euros adicionais, entre outros pagamentos, segundo refere o documento.

O bloqueio da proteína mTOR origina um efeito semelhante à sensação de fome nas células cancerígenas interferindo com o crescimento, divisão e metabolismo das mesmas. O inibidor recebeu as designações de produto de acção rápida e medicamento órfão atribuídas pela Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (Food and Drugs Administration - FDA), e de medicamento órfão pela Agência Europeia do Medicamento (EMEA) para o tratamento do sarcoma dos tecidos moles e do sarcoma dos ossos.

Marta Bilro

Fonte: Business Week, Bloomberg, Forbes.

Governo pretende distinguir as boas práticas hospitalares
Premiar desempenho na área do medicamento


O Estado anunciou a intenção de criar um prémio para assinalar o desempenho mais eficaz na área do medicamento hospitalar em Portugal. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, o Governo aceitou a sugestão avançada pelo Grupo de Trabalho para o Programa do Medicamento Hospitalar, e a breve trecho porá em marcha a medida, que visa enaltecer as boas práticas no seio das unidades de saúde nacionais.

O governante, que falava aos jornalistas nos Hospitais Universitários de Coimbra, onde presidiu a uma apresentação do Programa do Medicamento Hospitalar em que participaram representantes de todos os hospitais do país, explicou que será atribuído anualmente à unidade hospitalar que demonstre merecê-lo, “um prémio de excelência”, que deverá abranger o universo dos hospitais públicos do país. O regulamento que orientará a escolha da entidade galardoada deverá, de acordo com Francisco Ramos, “traduzir uma filosofia de reconhecimento do mérito e das boas práticas” na gestão do medicamento.
O grupo de trabalho coordenado por Rui Crujeira defendeu a instituição de uma linha de financiamento integrada no orçamento do Serviço Nacional de Saúde, a fim de prestar formação aos recursos humanos e de promover a investigação no âmbito do Programa do Medicamento Hospitalar, acrescentando que a dotação orçamental poderia ainda viabilizar a realização de projectos de remodelação de instalações e de aquisição de equipamentos, tendo sempre em vista uma melhor gestão do medicamento nos hospitais públicos portugueses, materializando uma cultura que o secretário de Estado definiu como “uma cultura de meritocracia” e de “denúncia daqueles que têm práticas mais fracas”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, Ministério da Saúde

Luminex e Exiqon assinam acordo de distribuição para produtos de MicroRNA

A Exiqon vai liderar a distribuição dos produtos FlexmiR enquanto as companhias continuam a desenvolver novas tecnologias de MicroRNA.

A Luminex Corporation, fornecedor líder de soluções multiplex, e a Exiqon A/S, líder no fornecimento de produtos de alta qualidade de análise da expressão de genes, anunciaram a realização de um acordo de distribuição para a linha de produtos FlexmiR, desenvolvida em conjunto pelas duas companhias em 2006. Segundo os termos do acordo, a Exiqon obteve os direitos não exclusivos para distribuir os actuais e os novos produtos FlexmiR e vender sistemas Luminex aos laboratórios por todo o mundo. Para além da assinatura deste novo acordo, as companhias lançaram mais dois produtos FlexmiR: o FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA e o FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA.

Em Dezembro de 2006, a Luminex e a Exiqon lançaram o FlexmiR, uma nova linha de produtos de microRNA que combinam a tecnologia xMAP flexível da Luminex e a tecnologia de Ácido Nucleico Bloqueado (LNA - Locked Nucleic Acid, em inglês) da Exiqon. A linha FlexmiR distribui mais dados em menos tempo do que outros testes e oferece a melhor especificidade na classe e um fluxo de trabalho altamente simplificado. O FlexmiR pode fornecer aos cientistas e investigadores mais de 6.300 dados em quatro horas.

O recentemente lançado FlexmiR painel de extensão no rato/ratazana de MicroRNA aumenta a linha de produtos FlexmiR disponíveis aos cientistas que trabalham com modelos animais de ratos ou ratazanas como pesquisa preliminar antes de passar para amostras humanas armazenadas. O novo FlexmiR aparelho de controlo de MicroRNA oferece aos investigadores a possibilidade de avaliar a integridade dos seus testes sem ideias pré-concebidas acerca da integridade das amostras. Ambos os produtos irão ajudar cientistas e investigadores a poupar tempo e recursos.

Segundo o presidente da Luminex, Patrick J. Balthrop, a linha de produtos FlexmiR que a Luminex co-produziu com a Exiqon tem demonstrado ser uma ferramenta abrangente, precisa e simples para a análise de microRNA, acrescentando que estão ansiosos por trabalhar ainda mais com a Exiqon para fornecer novas ferramentas aos cientistas e investigadores envolvidos em pesquisa de microRNA. Este acordo e os novos produtos, nos quais a empresa está a colaborar com a Exiqon, irão permitir à Luminex continuar a expandir a investigação nesta área vital e emergente de pesquisa.

O presidente da Exiqon, Lars Kongsbak, sublinhou que o FlexmiR é uma inovação importante na investigação de microRNA, caracterizado por ter uma especificidade e eficácia incomparáveis. Kongsbak acrescentou ainda que a empresa está encantada com o lançamento destas duas novas ofertas e por expandir a parceria com a Luminex. A capacidade de não só proporcionar produtos FlexmiR aos clientes, como também fornecer sistemas Luminex, irá permitir abranger uma base mais vasta de cientistas e investigadores.

Isabel Marques

Fontes: PRNewswire, www.luminexcorp.com