quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Identificado novo gene ligado ao cancro da mama

Cientistas descobrem que mutação de HMMR tem um papel-chave no desenvolvimento da doença

Uma equipa internacional de investigadores identificou um novo gene que, quando sofre mutação, pode aumentar em mais de 30 por cento o risco cancro da mama. A descoberta incide na interacção do gene HMMR com um conhecido gene da doença - o BRCA1.

“As variações nos dois genes causam instabilidade genética e interferem na divisão celular, podendo abrir portas ao desenvolvimento do cancro da mama”, explicaram os cientistas na revista «Nature Genetics».

Stephen Gruber, um dos autores da investigação e professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, revelou que “esta descoberta fez acreditar que o HMMR pode, também, ser um gene de susceptibilidade à manifestação deste tumor.”

O estudo – fruto de uma colaboração internacional entre Espanha, Israel e diversos centros nos Estados Unidos – representa, para estes cientistas, um potencial alvo para o tratamento e o diagnóstico da doença: “Se podemos identificar alternâncias em genes que aumentam o risco de cancro da mama e são mais comuns na população, teremos maior impacto ao usarmos esses genes como alvo para a detecção precoce ou para o tratamento “, frisou Kristen Stevens, outra investigadora de Michigan.

De acordo com a «Nature Genetics», o HMMR tem mutação em cerca de 10% da população, sendo que, nos dois principais genes susceptíveis de espoletar o cancro (o BRCA1 e o BRCA2) as mutações ocorrem apenas em cerca de um a cada 300 indivíduos.


Estudo entre Haifa e EUA

Segundo informa a revista, para saber se a variação no HMMR aumenta o risco do cancro de mama, a equipa de cientistas comparou os genes de mulheres judias israelenses com e sem tumor, num estudo coordenado por Gadi Rennert, diretor do Centro Nacional de Controle do Cancro de Haifa, (Israel). Facto a salientar é que a população de origem judaica ashkenazi de Israel tem um risco mais elevado de desenvolver a doença do que outras etnias.

Partindo da observação de um modelo de interacção dos quatro genes associados ao cancro da mama (BRCA1, BRCA2, ATM e CHEK2) com outros do corpo, os investigadores conseguiram comprovar que o HMMR tinha um papel-chave no surgimento da doença.

O estudo mostrou que as mulheres com uma variação no gene HMMR tinham um maior risco de desenvolver cancro, mesmo depois de considerar mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2. Foram ainda avaliadas um grupo de mulheres judias ashkenazi em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que tinham um histórico familiar da doença, mas não tinham mutações identificadas nos genes BRCA1 ou BRCA2.

A equipa internacional alcançou as seguintes conclusões do estudo que envolveu um total de 4393 participantes: o risco de cancro de mama foi 23% mais alto em mulheres que tinham uma cópia da variante genética e 46% mais alto em mulheres que herdaram duas cópias.

Raquel Pacheco
Fonte: «Nature Genetics»/Agência FAPESP

FFUP vai testar eficácia de cremes anti-rugas

Estudo precisa da colaboração de 264 voluntárias

A Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) vai iniciar um estudo comparativo sobre «Eficácia de cremes anti-rugas» entre produtos que estão no mercado.

Para o efeito, a FFUP está a recrutar a colaboração de 264 voluntárias com idade entre 30 e 70 anos. A instituição de ensino adverte para um dos requisitos das candidatas – que não usem creme anti-rugas pelo menos durante 15 dias.

Para mais informações, as voluntárias deverão contactar Rosa Pena do Serviço de Tecnologia Farmacêutica (Telefone: 222078911; E-mail: rpena@ff.up.pt).

Raquel Pacheco
Fonte: FFUP

EMEA diz que benefícios da rosiglitazona superam riscos

Fármaco deverá incluir novas informações de utilização

Os benefícios da rosiglitazona são superiores aos riscos e, por isso, o medicamento deve continuar a ser utilizado respeitando as indicações aprovadas. A conclusão resulta de uma avaliação levada a cabo Agência Europeia de Medicamentos (EMEA) e divulgada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) depois de terem surgido suspeitas sobre a segurança cardíaca do Avandia (maleato de rosiglitazona).

Numa circular informativa emitida esta quinta-feira, o Infarmed informa que a EMEA concluiu a revisão dos benefícios e riscos da tiazolidinediona, rosiglitazona e pioglitazona e confirmou que “os benefícios destes medicamentos antidiabéticos continuam a ser superiores aos riscos decorrentes da sua utilização”.

Ainda assim, a informação relativa à rosiglitazona deverá sofrer alterações, pelo que a entidade reguladora europeia vai pôr em prática “novas iniciativas para melhorar o conhecimento científico sobre a segurança destes medicamentos”, indica o comunicado divulgado pelo Infarmed a que o Farmacia.com.pt teve acesso.

No âmbito da monitorização contínua da segurança destes medicamentos e na sequência da inserção de novas informações, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) efectuou uma revisão aos efeitos provenientes da utilização dos mesmos.

Na sequência desta nova verificação, os responsáveis concluíram que “a informação para a prescrição da rosiglitazona deverá ser actualizada no sentido de incluir uma advertência relativamente aos doentes com doença isquémica cardíaca, na medida em que este medicamento apenas poderá ser administrado nestas situações após rigorosa avaliação dos riscos individuais do doente”, indica o Infarmed.

Para além disso, a rosiglitazona só deverá ser administrada em associação com a insulina “apenas em situações excepcionais e sob rigorosa vigilância”. No caso da pioglitazona constatou-se não haver necessidade de proceder a alterações.

Para além do Avandia, estão actualmente disponíveis no mercado outros fármacos contendo rosiglitazona, como o Avandamet (maleato de rosiglitazona e cloridrato de metformina), e o Avaglim (maleato de rosiglitazona e glimepirida).

Recorde-se que o Avandia, produzido pela GlaxoSmithKline, tem estado envolvido em polémica desde o mês de Maio de 2007, depois de um estudo publicado no “New England Journal of Medicine” ter indicado que a substância aumentava em 43 por cento o risco de ataque cardíaco. Na sequência destas suspeitas a Administração Norte-Americana dos Alimento e Fármacos procedeu a uma reavaliação dos riscos do medicamento chegado à conclusão que benefícios são maiores que os riscos e obrigando apenas o laboratório a alterar a rotulagem.

Marta Bilro

Fonte: Infarmed, Farmacia.com.pt.

Galenica oferece 654 milhões de euros para adquirir Aspreva

A farmacêutica suíça Galenica tem intenções de adquirir a canadiana Aspreva Pharmaceuticals por 645,2 milhões de euros. A oferta representa um prémio de 16 por cento sobre o preço das acções da Aspreva no fecho da bolsa desta quarta-feira. O negócio foi aprovado unanimemente pelo quadro de accionistas da empresa europeia.

A Aspreva concentra a sua actuação no sector da investigação, desenvolvimento e comercialização de novas indicações terapêuticas para medicamentos existentes, especialmente em áreas nas quais existem poucas opções de tratamento ou nas doenças raras.

“A aquisição é estrategicamente uma soma importante ao portfolio de empresas da Galenica. As competências especializadas da Aspreva Pharmaceutical e o conhecimento prático são um complemento ao poder das empresas farmacêuticas do Grupo Galenica. A integração oferece novas oportunidades para desenvolvimentos futuros e abre novas perspectivas de crescimento”, afirma um comunicado emitido pela Galenica.

A aquisição vai também permitir à Vifor, uma subsidiária da Galenica, desenvolver a sua linha de investigação de produtos já existente e aumentar as indicações de produtos, ao mesmo tempo que penetra em novos mercados, acrescenta o mesmo documento.

A Aspreva está actualmente a colaborar com a Roche numa investigação para determinar a eficácia do do CellCept (Micofenolato de mofetil), um medicamento para evitar a rejeição em caso de transplantes de órgãos, como tratamento para a nefrite lúpica.

Se não houver objecções, a transacção deverá estar concluída no dia 3 de Janeiro de 2008.

Marta Bilro

Fonte: DrugResearcher.com, CNN Money, Reuters.

Obesidade Infantil motiva seminário na Lourinhã

A Lourinhã recebe dia 19, pelas 21h00, um seminário sobre a obesidade infantil, uma iniciativa que vai decorrer no Auditório da AMAL e que estará aberta a toda a comunidade, contando com a presença de vários especialistas na área.

O seminário tem como principal objectivo sensibilizar a população para este problema e dará especial enfoque às questões da saúde, da nutrição e da importância do exercício físico no desenvolvimento da criança.

Integrada no projecto Escola Saudável, que já compreendeu a realização de um seminário sobre a Dislexia, esta actividade pretende debater a obesidade infantil, uma temática que está na ordem do dia e que preocupa os especialistas, traçando uma estratégia de combate à nova epidemia do século XXI.

Segundo a Comissão Europeia, Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças com excesso de peso, tendo mais de 30 por cento dos menores com idades entre os sete e os 11 anos com excesso de peso e obesidade.

Em 2004, existiam na Europa 14 milhões de crianças em idade escolar com excesso de peso. Três milhões eram obesas.

Inês de Matos

Fontes: Jornal Lourinhã, Público

Lucros da Pfizer registam quebra de 77% no terceiro trimestre

Fracasso do Exubera e concorrência dos genéricos são as principais causas

Os lucros da Pfizer caíram 77 por cento no terceiro trimestre do ano, uma quebra acentuada pelo facto da farmacêutica norte-americana ter terminado as vendas do Exubera (Insulina humana), um medicamento utilizado no tratamento da diabetes, e pelo lançamento de versões genéricas de alguns dos medicamentos mais bem sucedidos do laboratório.

De acordo com os resultados divulgados pela empresa, os lucros do último trimestre desceram para os 533 milhões de euros, ou 7,7 cêntimos por acção, face aos 2,35 mil milhões de euros, ou 32,2 cêntimos por acção, registados no período homólogo de 2006.

“Apesar dos nossos esforços o Exubera não obteve aceitação por parte dos doentes ou dos médicos”, afirmou o director executivo da Pfizer, Jeff Kindler. “Concluímos, por isso, que não se justifica um investimento futuro neste produto”, acrescentou.

O fármaco, desenvolvido em parceria com a Nektar Therapeutics, foi aprovado nos Estados Unidos da América e na Europa em Janeiro de 2006 e ficou na história como a primeira fórmula de insulina inalada. A empresa diz agora que vai devolver à Nektar os direitos mundiais sobre a venda do medicamento e trabalhar junto da classe médica para, durante os próximos três meses, ajudar a trocar o Exubera por outro tratamento para a diabetes.

Aquando do lançamento do fármaco os analistas previam que se tornasse num dos mais bem sucedidos, baseando-se na teoria de que os diabéticos iriam preferir a insulina inalada à tradicional fórmula injectável. No entanto, o Exubera revelou-se um fracasso.

Os lucros da farmacêutica foram também prejudicados pelo surgimento no mercado de genéricos de alguns dos seus fármacos mais bem sucedidos, como o Lipitor, cujas vendas desceram 3 por cento a nível mundial.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters, Bloomberg, Diário Económico.

Soja pode ajudar a reduzir gordura abdominal na pós-menopausa

Um estudo norte-americano sugere que um batido feito a partir da soja pode ajudar a reduzir a gordura distribuída à volta do estômago e do tórax nas mulheres na pós-menopusa.

A gordura abdominal é aquela que apresenta mais riscos para a saúde, aumentando as hipóteses de contrair doenças relacionadas com a obesidade, como é o caso da diabetes ou da ocorrência de ataques cardíacos. De acordo com a investigação, ao reduzir este tipo de gordura no organismo, a soja ajuda a diminuir os riscos de doença cardiovascular e de diabetes.

Os cientistas observaram os efeitos de suplementos de soja vegetal na saúde de 15 mulheres pós-menopausicas. Durante o estudo, nove participantes ingeriram diariamente um batido de soja com 120 calorias, enquanto as outras seis tomaram um batido placebo.

Três meses depois foi observada pouca diferença de peso entre os dois grupos de mulheres. No entanto, os exames médicos revelaram uma diferença significativa no que diz respeito à quantidade de gordura em volta da cintura. Enquanto as participantes que tomaram o batido de soja perderam gordura abdominal no decorrer do estudo, as do outro grupo registaram um aumento.

Os investigadores acreditam, por isso, que a descoberta poderá melhorar a saúde das mulheres mais velhas que por norma ganham sempre alguns quilos extra após a menopausa. “O nosso ensaio sugere uma nova opção de dieta para a prevenção do aumento do tecido adiposo abdominal que ocorre depois da menopausa”, afirmaram os autores citados pelo jornal “Fertility and Sterility”.

Conforme explicou David Christie, da Universidade do Alabama, em Birmingham, e um dos colaboradores do estudo, os batidos utilizados nesta investigação continham uma quantidade de soja superior àquela a que as pessoas normalmente têm acesso numa dieta regular e para que o mesmo efeito fosse obtido em casa seriam necessários suplementos.

Ainda assim, Christie admite que este foi um pequeno estudo com números muito limitados. “Se houvesse números mais abrangentes, [a descoberta] teria implicações mais alargadas em relação à recomendação de soja a mulheres na menopausa”, afirmou.

Marta Bilro

Fonte: Daily Mail, The Earth Times, News Post India.

Novartis anuncia despedimentos face à quebra nos lucros do terceiro trimestre

Os lucros líquidos da Novartis sofreram uma quebra superior ao que era esperado no terceiro trimestre do ano. A farmacêutica suíça anunciou já que os resultados vão obrigar a um corte de 1.260 postos de trabalho nos Estados Unidos da América que permitirão à empresa poupar 161 milhões de euros anualmente.

Os lucros líquidos da empresa caíram 12 por cento entre Julho e Setembro de 2007, para os 1,1 mil milhões de euros, comparativamente aos 1,25 mil milhões de euros registados em igual período do ano anterior. Os resultados são justificados com a recolha do Zelnorm, que foi retirado do mercado norte-americano, e pelo lançamento de versões genéricas de alguns medicamentos da Novartis, como é o caso do Famvir (Famciclovir), do Lotrel e do Lamisil (Terbinafina). A isto acresce ainda o insucesso do Prexige, que não recebeu aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos e foi associado a várias mortes de pacientes.

A Novartis anunciou que vai proceder a uma remodelação na gestão da empresa, sendo que o director da unidade farmacêutica, Thomas Ebeling, passa a gerir o departamento de saúde do consumidor. Por sua vez, Joe Jimenez vai assumir, com efeito imediato, o controlo do sector dos medicamentos.

Ainda assim, a venda da Gerber, unidade de alimentação para bebés, e do sector de nutrição médica da empresa à Nestlé ajudaram a impulsionar os lucros líquidos para os 4,82 mil milhões de euros.

“Os resultados salientam o que acontece quando se perde lucro proveniente de medicamentos chave”, afirmou Denise Anderson, analista da Landsbanki Kepler, em Zurique, em declarações à Bloomberg. “O quarto trimestre é tradicionalmente fraco para a Novartis, não assumam que o pior já passou”, acrescentou a especialista.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, CNN Money, Reuters, BBC News.

Medicamento para a diabetes tem novas indicações nos EUA

Januvia pode ser utilizado em associação com uma sulfonilureia

A farmacêutica norte-americana Merck recebeu autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para alargar as indicações do Januvia (Sitagliptina), um medicamento utilizado no tratamento da diabetes tipo 2.

O fármaco, que já era administrado como um complemento à dieta e exercício físico em associação com a metformina, pode agora também ser combinado com uma sulfonilureia quando a utilização dessa substância por si só não proporciona um adequado controlo da glicemia.

A nova rotulagem do medicamento inclui também a utilização do Januvia enquanto terapia adjuvante para uma combinação dupla de sulfonilureia e metformina quando a terapia individual não permite o controlo adequado da glicemia.

De acordo com o laboratório, a inclusão de novas indicações obrigou também a uma actualização dos avisos e precauções do medicamento que incluem agora relatos de casos de hipersensibilidade em alguns pacientes, entre os quais anafilaxia, angiodema e pele escamada, incluindo síndrome de Stevens-Johnson.

Segundo avançou John Amatruda, vice-presidente para o desenvolvimento clínico da Merck, durante os ensaios clínicos com Januvia não foram detectados casos de síndrome de Stevens-Johnson, porém registaram-se relatos de “algumas” situações desde que o medicamento foi aprovado. “Não é possível estabelecer uma relação causal”, afirmou o responsável, uma vez que não se sabe “que outros medicamentos esses pacientes estavam a tomar”. A farmacêutica continua a monitorizar qualquer possível risco para os doentes, disse Amatruda.

O Januvia actua de forma semelhante ao Galvus (vildagliptina), da Novartis. Os dois medicamentos inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) foram desenvolvidos com o objectivo de aumentar a capacidade do próprio organismo para reduzir os níveis de açúcar no sangue.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Business Week, Reuters, Farmacia.com.pt.

Boston Scientific elimina 2.300 postos de emprego

A Boston Scientific anunciou o corte de 2.300 postos de emprego, ou 9 por cento da força de trabalho da empresa, bem como uma reestruturação em várias unidades de negócio, num esforço para reduzir as despesas de funcionamento.

A empresa produtora de dispositivos médicos tem vivido uma situação complicada desde a aquisição da Guidant Corp por 18,9 mil milhões de euros e da quebra nas vendas dos seus aparelhos médicos mais lucrativos, pelo que o corte de funcionários deverá atingir os 13 por cento no final do próximo ano, revelaram os responsáveis.

Para além disso, a Boston Scientific tem também intenções de vender algumas das suas áreas de negócio, como é o caso do sector de oncologia e das unidades de cirurgia vascular e cardíaca.

A Boston aproveitou a oportunidade de adquirir o maior grupo de dispositivos médicos, um negócio que lhe permitiu diversificar o investimento na área cardíaca através dos aparelhos implantáveis da Guidance, capazes de regular o batimento cardíaco, aliando-lhes a sua própria tecnologia ao nível dos stents coronários.

No entanto, desde então teve que lutar contra algumas questões de segurança dos produtos da Guidance e em alguns dos seus próprios dispositivos.

“As reduções de custos e postos de trabalho que estamos a anunciar pretendem colocar as nossas despesas ao nível das receitas”, afirmou o director executivo da empresa, Jim Tobin.

Marta Bilro

Fonte: Yahoo Finance, Reuters, MSNBC.

Programa solidário da Câmara de Vidigueira arranca em 2008
Apoio aos idosos na compra de medicamentos


A Câmara Municipal de Vidigueira, município do distrito alentejano de Beja, vai, em Janeiro do próximo ano, passar a apoiar os idosos do seu concelho na compra de medicamentos. A medida de âmbito social pretende auxiliar os mais carenciados a fazer face à despesa na farmácia, que muitas daqueles cidadãos, por terem pensões de reforma demasiado baixas, não conseguem suportar.

No âmbito desta medida de forte pendor social, a Câmara Municipal de Vidigueira vai, em Janeiro do próximo ano, começar a atribuir um subsídio anual aos idosos que comprovem a sua debilitada situação financeira, que para formalizar a sua candidatura ao apoio terão de se dirigir ao Gabinete de Acção Social do município, que analisará o seu processo individual, a fim de determinar se há de facto lugar à concessão de ajuda por parte da autarquia.
Em declarações à Rádio Voz da Planície o presidente da Câmara Municipal de Vidigueira, Manuel Narra, afirmou que esta medida é uma das deliberações da autarquia que está “integrada na política de acção social” do executivo, tendo em vista os cidadãos que no concelho vivem em situação mais desfavorecida. Porque em norma recebem pensões muito baixas, canalizando uma boa parte desse montante para a farmácia, o executivo municipal entendeu que tinha cabimento apoiar os mais velhos na compra dos medicamentos de que necessitam para assegurar um patamar mínimo de qualidade de vida àquela população.

Carla Teixeira
Fonte: Rádio Voz da Planície
Contas e stocks passados a pente fino pelo «Fisco»
Farmácias fiscalizadas na Madeira


Vários estabelecimentos de dispensa de medicamentos da Região Autónoma da Madeira têm sido, nos últimos meses, alvo de acções de fiscalização por parte da Administração Fiscal que, embora não sejam ilegítimas, são anormais, na medida em que não é comum a intervenção do Governo numa área tão estreitamente tutelada, por várias entidades, como é o sector do medicamento.

De acordo com uma notícia avançada na edição desta quinta-feira do «Diário de Notícias da Madeira», nestas acções os fiscais têm passado “a pente fino” as contas e os stocks das várias farmácias que têm visitado, com muitos dos proprietários a garantir que o seu maior cliente é justamente o Estado, que pelo facto de proceder ao pagamento das comparticipações a posteriori, já exerce um controlo directo e indirecto sobre as contas e os volumes de medicamentos transaccionados naqueles estabelecimentos. Os proprietários dizem que “há alguns anos” não assistiam a uma fiscalização tão rigorosa das contas das farmácias como tem acontecido desde Março deste ano na região.
No centro das atenções da acção das equipas fiscalizadoras, à luz do que informou a própria Administração Fiscal, estarão as contas relativas aos exercícios dos últimos quatro anos, desconhecendo-se se, até ao momento, foi detectada qualquer irregularidade. Segundo Paulo Sousa, líder da delegação regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, a situação “pode ser frequente”, na medida em que as farmácias, como empresas que são, “podem ser fiscalizadas a qualquer momento”, e como em qualquer outro sector de actividade também naqueles estabelecimentos podem ser detectadas algumas irregularidades.
No entanto, aquele responsável recorda que o controlo do negócio farmacêutico é “muito apertado”, pelo que não é fácil que possa ser registada qualquer tentativa de fuga ao «Fisco». A fiscalização das farmácias há algum tempo era apontada pela Inspecção Tributária como uma das prioridades para este ano, tendo em conta uma série de situações que a tutela entendeu averiguar, entre as quais são de destacar “as rendibilidades baixas com custos elevados, os comuns inventários empolados, trespasses realizados com base em valores considerados muito baixos ou os lucros não distribuídos”. Segundo uma notícia que tinha já sido avançada pelo «Jornal de Negócios», havendo suspeitas num ou em vários destes items, os inspectores farão visitas aos estabelecimentos onde elas ocorram.

Carla Teixeira
Fonte: «Diário de Notícias da Madeira», Serviço Regional de Saúde, «Jornal de Negócios»

Novartis licencia direitos de imunodiagnósticos da hepatite C à Innogenetics

A companhia suíça Novartis AG entrou num acordo com a companhia biotecnológica belga Innogenetics, que envolve a cedência dos direitos de licenciamento de testes diagnósticos do vírus da hepatite C (VHC). Os termos financeiros envolvidos não foram revelados.

Paralelamente, as companhias chegaram a um acordo para terminar a litigação pendente relativa a uma patente que envolvia as duas companhias. Os acordos mantêm os direitos comerciais nos territórios onde a Innogenetics tem interesses de negócios.

No final de 1998, a Innogenetics foi sujeita a acções descritivas e de apreensão baseadas nas alegações de que a companhia teria infringido duas patentes europeias relacionadas com o vírus da hepatite C. As acções foram originalmente lançadas pela Chiron, que foi adquirida pela Novartis em 2006.

Os imunodiagnósticos da hepatite C são um elemento chave para a detecção e confirmação do vírus da hepatite C. Na actualidade, a técnica é utilizada de forma rotineira em diagnósticos clínicos e sorologia.

Actualmente, aproximadamente 190 milhões de pessoas estão infectados dom o VHC e estima-se que cerca de 3 a 4 milhões de pessoas fiquem infectadas anualmente.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Forbes, www.biotech-intelligence.com

Dr Reddy's procura parceiro para entrar no mercado japonês

A Dr Reddy's Laboratories está a finalizar planos para entrar no mercado japonês, o segundo maior mercado farmacêutico do mundo. A companhia indiana está à procura de um parceiro para lançar os seus produtos no Japão, até ao próximo ano fiscal.

O CEO da companhia, G V Prasad, declarou que a Dr Reddy's tem estado em conversações com algumas companhias farmacêuticas, mas ainda não finalizou nenhum acordo. Segundo o presidente, o mercado japonês representa uma grande oportunidade para as farmacêuticas de genéricos. Contudo, também é um mercado muito complicado.

Com vendas anuais de 58 mil milhões de dólares, o Japão representa aproximadamente 11 por cento do mercado farmacêutico mundial. Todavia, os fabricantes de fármacos indianos ainda têm uma presença muito ténue neste mercado, visto os fármacos genéricos não serem muito bem aceites pelos pacientes e médicos. Contrariamente aos Estados Unidos e Europa, os medicamentos genéricos no Japão ainda são vistos como sendo inferiores aos produtos de marca, e representam uma porção muito pequena do mercado farmacêutico.

Segundo Shivani Shukla, da Frost & Sullivan, os médicos na universidade são ensinados a identificar os produtos pelo nome de marca em vez do nome genérico. De acordo com a actual lei, os farmacêuticos não podem substituir o produto original de marca por um fármaco genérico, a não ser por indicação médica. Ainda segundo a Frost & Sullivan, em 2006 os medicamentos genéricos representaram 3,8 por cento do mercado farmacêutico total no Japão. Não obstante, à medida que as despesas de saúde do país aumentam, o governo está cada vez mais a encorajar a utilização dos genéricos.

A Dr Reddy’s espera acompanhar as outras farmacêuticas indianas que marcaram o Japão como um mercado lucrativo. A Ranbaxy Laboratories foi a primeira companhia indiana a entrar no mercado farmacêutico japonês. A Nihon Pharmaceutical Industry, uma joint-venture entre a Ranbaxy e a Nippon Chemiphar, lançou o seu primeiro produto no Japão em Julho de 2005. Na semana passada, a Lupin Laboratories anunciou a aquisição da Kyowa Pharmaceutical Industry, a companhia japonesa que desenvolve, fabrica e comercializa genéricos no Japão. Igualmente, no início deste ano, a Cadila Healthcare adquiriu a Nippon Universal Pharmaceuticals reforçando a sua posição no Japão.

Isabel Marques

Fontes:
http://economictimes.indiatimes.com, www.pharmatimes.com

Investigadora portuguesa descobre método para criar novos medicamentos

Uma investigadora do Departamento de Química, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu um novo método de preparação de compostos orgânicos, que vai permitir o desenvolvimento de novos tipos de medicamentos a longo prazo.

A descoberta consiste num método selectivo de preparação de beta-aminoácidos quirais (uma classe com propriedades únicas), que é fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos e foi já publicada em revistas internacionais de referência, no domínio da química orgânica.

“É um contributo interessante para alargar a variedade de métodos existentes para o desenvolvimento de novos fármacos”, explicou a autora do estudo, Teresa Pinho e Melo.

A cientista da FCTUC desenvolveu uma investigação que permitiu a descoberta de um novo “método de síntese de preparação de compostos orgânicos que faculta o aparecimento de novos compostos de referência para a indústria farmacêutica ou para outras aplicações industriais”.

A importância da investigação é tanto maior se for tido em conta que a maioria dos fármacos comercializados actualmente, são compostos por heterocíclicos e que é grande a resistência de muitos seres humanos aos mesmos. “Com a crescente necessidade de encontrar novos tratamentos e os muitos problemas associados com a resistência aos fármacos existentes, a procura de novos compostos de referência é um tópico de extrema relevância”, admite a investigadora

Para desenvolver o novo método de preparação dos beta-aminoácidos, a investigadora partiu da síntese de allenes quirais, utilizando-os como blocos de construção em síntese orgânica. Os beta-aminoácidos quirais estão presentes em inúmeras moléculas bioactivas, nomeadamente nos antibióticos penicilinas e cefalosporinas e no taxol, um dos agentes anti-tumorais mais activos.

«A capacidade de produzir e manipular é extremamente importante para a produção de novos fármacos, porque ao estudar uma nova reacção há maior probabilidade de introduzir inovação», adianta a FCTUC, em comunicado.


Iniciada em 1995, esta investigação contou também com a colaboração de técnicos da Universidade do país Basco e está previsto que decorra ainda por mais três anos, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Para já, vai permitir que cientistas de todo o mundo possam explorar os novos métodos de síntese para a concepção de novos fármacos.


A investigadora, que admite ser sempre «uma procura incrível, a de encontrar novas bases para ultrapassar dificuldades, como a resistência a antibióticos», lembrou ainda que o processo, entre esta fase e a utilização e comercialização de novos medicamentos, é «muito moroso, levando sempre muitos anos».

Inês de Matos

Fonte: Diário de Coimbra

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Será que a homossexualidade está nos genes?

Esta é a questão a que um estudo, que se encontra a decorrer nos Estados Unidos, pretende responder e para isso estão a ser observados mil pares de irmãos homossexuais. O objectivo é encontrar genes que possam influenciar a orientação sexual dos participantes, a quem foram realizadas análises ao sangue e à saliva.

O estudo é financiado por fundos federais e conduzido por investigadores da zona de Chicago, mas só deverá estar concluído no próximo ano e não se espera que indique uma resposta final.

Alan Sanders, o psiquiatra responsável pelo estudo, adiantou que suspeita de que não existe um "gene gay", mas considera que ”se houver um gene que tenha uma contribuição assinalável”, a investigação em curso têm “uma bela hipótese de o encontrar”.

De acordo com Sanders, “é mais provável que existam vários genes que actuam reciprocamente com factores não genéticos, incluindo as influências psicológicas e sociais para determinar a orientação sexual”.

Investigações anteriores demonstraram que a orientação sexual tende a agrupar-se em famílias; contudo, nenhuma concluiu que a origem é genética.

Um estudo muito citado nos anos 90 mostra que se um de dois gémeos verdadeiros for homossexual, o outro tem 52 por cento de hipóteses de ser «gay». Em contrapartida, o resultado num par de irmãos não gémeos era de apenas nove por cento, percentagem que é ainda mais baixa noutro estudo que observou dois mil gémeos australianos monozigóticos.

Devido à subjectividade dos resultados alcançados em estudos anteriores, cujo objecto de estudo era também a questão genética da homossexualidade, os cépticos mostraram já a sua relutância, face aos métodos utilizados e a presumíveis resultados.

Inês de Matos

Fontes: Reuters, Jornal de Noticias, Lusa, Diário Digital

Cientista seguem a evolução do VIH desde o nascimento até à morte

Um grupo de investigadores norte-americanos seguiram a forma como o VIH evolui ao longo da vida de uma pessoa, e as descobertas podem abrir o caminho a novos fármacos que combatam o vírus no início da doença, antes que esta evolua e provoque a morte.

A equipa de cientistas da Universidade da Florida seguiu quarto crianças com VIH, recolhendo amostras de sangue à nascença, durante as suas vidas e logo após terem morrido, tendo nessa altura também recolhido amostras de tecidos. Os investigadores estão muito interessados em perceber como o vírus se transforma numa forma mais mortal, quando o VIH dá lugar à SIDA avançada. Esta equipa está entre os primeiros a seguir o vírus em pacientes humanos, uma vez que os estudos anteriores basearam-se em culturas de células ou experiências em animais.


Através da utilização de uma técnica computacional de alta resolução, a “phylodynamics”, os investigadores monitorizaram as mutações na proteína gp120, que ajuda o VIH a ligar-se às células humanas, e depois categorizaram o vírus em dois grupos, R5 e X4. A população de vírus R5 está normalmente presente em grande número durante as fases iniciais da infecção. Contudo, a população de vírus X4 aparece depois, mesmo antes do VIH dar lugar à SIDA. Os investigadores seguiram os vírus em cada paciente para descobrir quando e onde a população X4 aparece primeiro.

Segundo a principal autora da investigação, Dra. Maureen Goodenow, o dogma geral tem sido que os vírus X4 são mais patogénicos do que os vírus R5, se bem que na realidade isso não é verdade, pois as pessoas também morrem devido aos R5. Contudo, a Dra. Goodenow acrescentou que determinadas evoluções dos vírus X4 não são um bom indicador do prognóstico. Desta forma, se for possível perceber as pressões selectivas que levam os vírus a desenvolverem-se dessa maneira, e os passos envolvidos na conversão dos vírus, poderá ser possível preparar novos alvos para o desenvolvimento de fármacos.

Para que o vírus infecte uma célula humana, uma proteína envolvente na sua superfície, a gp120, tem de se ligar a uma proteína na superfície da célula, a CD4, e também aos receptores da quemoquina, CCR5 ou CXCR4. A Pfizer recentemente recebeu aprovação para o Selzentry/Celsentri (maraviroc), o primeiro fármaco no mundo a direccionar-se e bloquear o CCR5. A companhia decidiu apontar para este alvo, uma vez que a versão R5 do VIH é predominante na infecção inicial e crónica. O vírus X4, que utiliza o CXCR4 para entrar na célula, aparece mais tarde, em cerca de metade dos pacientes com VIH-1 subtipo B, e está associado com o começo da SIDA.


À medida que o estudo revelava novas informações acerca da evolução do VIH, os cientistas aperceberam-se que as alterações virais aconteciam no timo, um pequeno órgão localizado atrás do esterno que é responsável pelo desenvolvimento das células imunitárias.

A equipa descobriu que os vírus da última fase, os X4, estavam localizados predominantemente no timo, segundo revelou a Dra. Goodenow. Isto demonstra que o timo é o sítio onde estes vírus se desenvolvem ou, pelo menos, onde estão localizados e se reproduzem.

Para a Dra. Goodenow, está-se a começar a ver o que parece ser um programa de desenvolvimento do vírus ao longo do tempo. Não tendo importância de que pessoa se trata, nem do período de tempo. Estes dados aumentam a possibilidade da trajectória evolucionária do vírus não ser totalmente aleatória. Pode existir realmente um programa de desenvolvimento pelo qual o vírus passa.

Apesar dos recentes avanços, no que se refere aos medicamentos que podem prevenir a transmissão do VIH entre mãe e filho, para as crianças deste estudo chegaram tarde demais. Estas receberam medicação mínima e desenvolveram SIDA até ao primeiro aniversário. Sendo assim, os resultados desta investigação foram verificados sem os efeitos causados pelas terapias anti-retrovirais.

A Dra. Goodenow adiantou que o próximo passo irá ser seguir a evolução do VIH em adultos antes e depois do tratamento. Os investigadores esperam que as descobertas levem ao desenvolvimento de novos fármacos que sejam capazes de interferir na capacidade do vírus envolver o timo.

Segundo outro dos investigadores, o Dr. Oliver Pybus, este é um excelente estudo que revela padrões pormenorizados na evolução e adaptação do VIH durante a infecção. Pela primeira vez, demonstra como o movimento das células imunitárias está relacionado ao comportamento evolucionário do vírus que, por sua vez, determina o resultado clínico da infecção.

Isabel Marques

Fontes: www.drugresearcher.com, www.HealthNewsDigest.com

Portugal já importou 50 unidades de sangue umbilical para transplantes

quarta-feira Isabel Leal Barbosa, investigadora do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, que falava na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, durante o V Simpósio de Análises Clínicas e Saúde Pública.

De acordo com esta investigadora, apenas seis unidades de sangue colhidas nos IPO (quatro no de Lisboa e duas no do Porto) foram utilizadas para transplantes em familiares dos dadores, pelo que foi necessário recorrer a dadores estrangeiros.

No IPO do Porto as colheitas de sangue do cordão umbilical realizam-se desde 1993 e desde 1998 que as amostras passaram a ser congelada. No entanto, apenas as grávidas que tenham familiares com indicação para transplante ("dádivas dirigidas"), maioritariamente crianças com leucemia, costumam pedir a colheita do sangue umbilical.

Segundo Isabel Leal Barbosa, das dezenas de unidades congeladas pelo IPO/Porto, só duas foram utilizadas em transplantes, por se terem revelado compatíveis com o sangue dos familiares doentes. Por este motivo, a investigadora defende a criação de um banco público de sangue de cordão umbilical, tal como foi proposto pelo IPO do Porto e pelo Centro de Histocompatibilidade.

A proposta apresentada ao Ministério da Saúde pelo IPO do Porto e pelo Centro de Histocompatibilidade visa a criação de um banco público de sangue do cordão umbilical, o Lusocord, onde será feita a colheita e o congelamento, gratuito, de "dádivas não dirigidas" de sangue de cordão umbilical, perdendo a grávida qualquer direito sobre essas células estaminais, uma vez que serão destinadas a qualquer doente compatível.

"Pretendemos não estar tão dependentes do estrangeiro", afirmou a investigadora, referindo que a entrada em funcionamento do Lusocord está dependente apenas da aprovação pelo Ministério da Saúde e Alta Autoridade para a Transplantação.

Isabel Leal Barbosa adiantou ainda que assim que a criação do Lusocord seja aprovada, será lançada uma ampla campanha de apelo à dádiva altruísta de sangue de cordão umbilical, pois o objectivo é chegar às 5.000 unidades de cordão umbilical congeladas, quantidade mínima para que o processo seja "economicamente viável".

"A manutenção de um banco de sangue é cara. Precisamos da ajuda de mecenas e do Ministério da Saúde", afirmou Isabel Barbosa, acrescentando que cada colheita e congelação custa cerca de 500 euros, sem contar com o equipamento e a sua manutenção.

A investigadora garante que "não há concorrência" entre os bancos públicos dos vários países, porque "os preços são estabelecidos internacionalmente" pelo Netcord, que escolhe o dador que, a nível mundial, é o mais compatível, independentemente do local onde esteja.

Contudo, até à criação do Lusocord, a grávida que quiser congelar o sangue do cordão umbilical tem de recorrer aos "vários bancos privados" que têm surgido em Portugal, que muitas vezes fazem "grande publicidade" à colheita de sangue do cordão umbilical, apresentando-a como "seguro de vida" para o próprio e não como uma dádiva altruísta para qualquer ser humano que venha a precisar daquelas células, critica a investigadora do IPO/Porto.

Isabel Leal Barbosa disse esperar que Portugal venha a alcançar um nível de dádivas altruístas de sangue de cordão umbilical semelhante ao registado pela medula óssea, uma vez que somos já o terceiro pais na Europa com mais dadores de medula óssea, uma posição que foi alcançada em apenas quatro anos.

Inês de Matos

Fontes: Lusa, Diário Digital

FDA aprova genérico de quimioterapia da Abraxis

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) autorizou a companhia biofarmacêutica Abraxis BioScience Inc. a comercializar a versão genérica do fármaco de quimioterapia da Pfizer, o Ellence (hidrocloreto de epirrubicina injectável), em quatro formas de dosagens, duas das quais são novas no mercado. A Abraxis espera lançar o fármaco durante o quarto trimestre deste ano.

Duas das formas de dosagem (2mg/mL - 5mL e 2mg/mL - 75mL) são códigos únicos e ainda não estão disponíveis no mercado. As outras duas dosagens (2mg/mL - 25mL e 2mg/mL - 100mL) são comercializadas pela Pfizer Inc. sob o nome Ellence. De acordo com dados da IMS, as vendas deste produto, em todas as formulações e por todos os fabricantes, foram de aproximadamente 64 milhões de dólares em 2006.

A epirrubicina pertence à classe de fármacos denominados antraciclinas, e é a base de muitos regimes de quimioterapia. É indicado como componente de terapia adjuvante para pacientes com evidências de que o cancro se espalhou para os nódulos linfáticos, após ressecção do cancro da mama em fase inicial.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, CNNMoney, Business Wire

Depressão: médicos desvalorizam sintomas de dor e ansiedade

Estudo europeu revela discrepância entre psiquiatra e paciente na avaliação inicial da gravidade geral da doença e da melhora durante tratamento farmacológico

Os médicos que tratam doentes com depressão consideram apenas os sintomas depressivos. Avaliação que difere da feita pelos doentes que, relevam também, a dor e ansiedade na análise da sua própria melhora. A conclusão saiu de estudo apresentado na conferência de Neuropsicofarmacologia realizada, esta semana, em Viena, na Áustria.

Apesar de ser uma das mais frequentes queixas nos consultórios psiquiátricos, no ambiente de tratamento é, geralmente, sub-diagnosticada ou não recebe o tratamento adequado. Agora, um estudo promovido pelos laboratórios Eli Lilly and Company e Boehringer Ingelheim GmbH sugere que os médicos possam estar a desvalorizar sintomas de depressão que são relevantes para os doentes, nomeadamente, a dor e a ansiedade.

Com a investigação pretendeu-se comparar como ambos (clínico e doente) avaliam a gravidade geral da doença no início e a melhora dos sintomas durante um tratamento de curto prazo de uma depressão grave, independentemente do grupo de terapia. De acordo com os dados divulgados, quer no estado inicial da doença, quer durante o tratamento farmacológico, os médicos não encaram a dor como um factor no prognóstico da gravidade da doença.

Segundo destacou Koen Demyttenaere, professor do Departamento de Psiquiatria do Hospital Universitário Gasthuisberg, Bélgica, e principal autor do estudo, "evidências anteriores sugerem que tratar os sintomas emocionais e físicos da depressão aumenta a possibilidade de remissão", reforçando que os resultados “enfatizam a necessidade de avaliar, também, um amplo espectro de sintomas, inclusive, a dor e ansiedade, no tratamento de pacientes com transtorno depressivo maior e dor associada."

As conclusões qualitativas basearam-se numa análise «post-hoc» de um estudo europeu multicêntrico - realizado na Bélgica, Finlândia, França, Alemanha e Eslováquia - em 327 doentes adultos que apresentavam transtorno depressivo maior e dor não específica (gravidade da doença no início definida segundo a Escala de Avaliação da Depressão de Montgomery & Asperg [MADRS].

Discrepância em 44,7% dos casos

O estudo revelou ainda que a comparação entre a melhora da doença do ponto de vista do doente e a melhora avaliada pelo médico foi feita através de estatísticas descritivas e um modelo de prognóstico. Em 44,7% dos casos, houve discrepância nas avaliações. Nos casos de clivagem, a melhora média foi geralmente considerada mais alta pelos médicos que pelos pacientes (36,3% versus 8,4%), independentemente do tratamento.

A depressão maior afecta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a depressão seja uma das principais causas de invalidez nos países desenvolvidos até 2020. Tal como noticiou oportunamente o farmacia.com.pt, em Portugal, esta doença do foro psíquico atinge cerca de 25 por cento da população. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), Adriano Vaz Serra, "é provável que a depressão venha a ultrapassar a gripe no século XXI.”

Raquel Pacheco
Fontes: PRNewswire/OMS/farmacia.com.pt

Transação de patentes e compostos entre DARA e Bayer

A DARA BioSciences, Inc. e a Bayer Pharmaceuticals Corporation - uma subsidiária da Bayer HealthCare AG nos Estados Unidos - assinaram um contrato de licenciamento onde é concedido à primeira farmacêutica os direitos mundiais exclusivos sobre uma série de patentes e compostos para o tratamento de doenças do metabolismo, especialmente, diabetes tipo 2 e dislipidemia.

De acordo com os termos do contrato, a DARA BioSciences desenvolverá e comercializará produtos, enquanto que a farmacêutica alemã receberá um adiantamento, pagamentos por etapas concluídas e royalties durante o desenvolvimento e comercialização. A Bayer mantém, contudo, certos direitos de comercialização de produtos decorrentes deste programa de desenvolvimento.

Encarando com “grande expectativa” a oportunidade de trabalhar com a Bayer", Richard A. Franco, presidente da DARA BioSciences, frisou que “o licenciamento via DARA BioSciences da tecnologia Bayer comprova o nosso compromisso em explorar novas alternativas no tratamento das doenças metabólicas, inclusive a diabetes”, concretizando que esta transação “confirma também o nosso sucesso continuado na execução da estratégia de identificar novas oportunidades para expandir e diversificar a nossa carteira de produtos.”

A DARA BioSciences(TM), Inc. (DARA) é uma empresa com sede na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, dedicada ao estágio de desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Concentra a sua investigação em moléculas pequenas desde as fases adiantadas de desenvolvimento pré-clínico, até à fase II dos ensaios clínicos.
Na “carteira de terapias” consta o tratamento de dores neuropáticas, de doenças metabólicas inclusive a diabetes tipo 2.


Diabetes afecta 170 milhões
A diabetes é um problema crescente que carece de novos tratamentos. Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de 170 milhões de pessoas sofrem de diabetes em todo o mundo. A diabetes tipo 2 responde por 90 a 95% de todos os casos de diabetes. As previsões apontam para o dobro da prevalência da diabetes até 2030, impulsionada por mudanças prejudiciais no estilo de vida, que provocaram uma explosão na incidência de obesidade, um reconhecido factor de risco da diabetes tipo 2.

Raquel Pacheco

APODEMO realiza seminário “Saúde e Research”

A Associação Portuguesa de Empresas de Estudos de Mercado e de Opinião (APODEMO) promove, nos dias 15 e 16 de Novembro, um seminário dedicado ao tema “Saúde e Research”. O evento, que vai decorrer no Centro Cultural de Belém, destina-se a todos os profissionais directamente ligados ao sector da Saúde, quer a nível médico ou no sector do grande consumo, especialmente na área dos estudos de mercado.

Vários profissionais do sector deverão reunir-se para abordar diversas temáticas distribuídas por diferentes categorias, entre as quais, a crescente limitação no acesso às fontes de informação, que por vezes inviabilizam a realização de investigações de mercado, ou os desafios actuais que se colocam à indústria farmacêutica quer ao nível da confiança dos doentes, da investigação ou dos genéricos.

Em cima da mesa vão estar também as mais recentes alterações reguladoras sentidas no mercado farmacêutico e a sua relação com as políticas de contenção orçamental do Estado, bem como o aumento da quota de medicamentos genéricos nos mercados nacional e internacional e algumas questões relacionadas à adesão, eficácia e relação custo/benefício das terapêuticas.

Os organizadores propõem também um balanço aos dois anos que passaram após a abertura da comercialização de medicamentos a outros locais que não a Farmácia, e uma sessão que irá abordar a importância crescente dos produtos funcionais das empresas de grande consumo, quer em projectos de investigação, no bem-estar e na saúde dos consumidores, e junto dos seus concorrentes no mercado.

A comissão organizadora - da qual fazem parte Nidia Afonso, da Boehringer; Rui Salinas, da Centralcer; Filomena Martins, da IMS; Marina Petrucci, da Apeme; Carmen Castro, da MetrisGfK; Paulo Caldeira da Tns euroteste; António Pais Ruivo, da Prime Focus e Hugo Mendes, da IMS, em representação da direcção da APODEMO – está ainda a ultimar o programa.

Marta Bilro

Fonte: E-mail Farmacia Press, APODEMO, Marketing Farmacêutico.

Burocracia e sistema legal atrasam aprovação de biosimilares nos EUA

Os Estados Unidos da América (EUA) estão a perder terreno face à Europa no que toca à aprovação de biosimilares. De acordo com o relatório “Biosimilars: Regulatory Issues”, elaborado pela Datamonitor, o país está preso á burocracia e continua a caminhar a passo de caracol por entre um sistema legal sobrecarregado.

Desde 2004, altura em que a Comissão Europeia adoptou uma directiva comunitária para consentir o desenvolvimento de versões genéricas de medicamentos biológicos, a Europa aprovou cinco medicamentos biosimilares.

Enquanto isso, este ano nos EUA já foram apresentadas três propostas de lei distintas para delinear um caminho baseado em leis que conduzisse à aprovação de biosimilares, porém as mesmas têm sido barradas por questões políticas e pelo difícil relacionamento entre os produtores de biofármacos inovadores e as empresas de genéricos, afirma o relatório.

“Nos EUA, os problemas políticos e o braço-de-ferro entre os inovadores e as empresas de genéricos têm atrasado a criação de legislação que contemple a aprovação de leis que regulem os biosimilares, e a Adminsitração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos tem-se mantido relutante em propor qualquer tipo de guia de acção”, salientou Tijana Ignjatovic, analista especializada no sector farmacêutico na Datamonitor e autora do estudo.

Em Fevereiro, foi introduzida no Congresso a Lei de Acesso a Medicamentos que Salvam Vidas, posteriormente, em Abril, foi inserida a Lei de Protecção de Patente e Medicamentos Biológicos Inovadores. Nenhuma das propostas foi aprovada.

Em Junho, estabeleceu-se um compromisso com a introdução da Lei de Preços e Competição dos Biológicos e Inovação, uma proposta que pretendia estabelecer o equilíbrio entre os interesses do público, da indústria de biosimilares e da indústria farmacêutica de inovação, disse Ignjatovic.

A proposta prevê que sejam garantidos “12 anos de exclusividade para os detentores das patentes mas também um ano de exclusividade para o primeiro biosimilar a ser aprovado a com a possibilidade de substituir o produto de referência”, esclareceu a responsável.

Na opinião de Ignjatovic, “esta legislação é claramente muito mais detalhada do que a directiva da Comissão Europeia, uma vez que engloba aspectos como a exclusividade de mercado e o litígio de patentes”. Ao mesmo tempo, acrescenta a analista, “propõe que seja dada liberdade à FDA para estabelecer os requisitos para a aprovação de biosimilares e é de esperar que a FDA actue tendo em consideração a forma como a EMEA (Agência Europeia do Medicamento) encara o assunto”.

Previa-se a proposta fosse aprovada como parte da Lei da Taxa de Utilização de Medicamentos Prescritos (PDUFA), que foi autorizada no final do mês de Setembro, mas tal não se verificou. Assim, os EUA continuam a não possuir legislação sobre os biosimilares.

Segundo a análise do relatório, a proposta era controversa e, caso fosse aprovada, provocaria “ramificações importantes no potencial sucesso comercial dos biosimilares”. Se por um lado a exclusividade de um ano concedida ao primeiro biosimilar poderia tornar o mercado bastante competitivo, por outro a proposta poderia criar um ambiente deveras litigioso e dissuadir os pequenos investidores de entrarem no mercado. Para além disso, “há falta de clareza em questões como a designação dos biossimilares” e a diferença proposta entre os similares e os biogenéricos, refere Ignjatovic.

Conforme salienta o relatório, os biosimilares são feitos em organismos vivos e os processos de produção são mantidos em segredo, logo, as versões genéricas dos fármacos biológicos não podem receber designações idênticas aos produtos de referência. Por outro lado também não são “verdadeiros genéricos” e precisam de receber uma denominação distinta da dos genéricos produzidos através de pequenas moléculas de medicamentos.

Há ainda a questão dos 12 anos de exclusividade de mercado que não agrada aos produtores de genéricos por ser um período de tempo demasiado logo, nem aos produtores de medicamentos inovadores por ser muito curto.

Os produtores de biológicos de marca têm desfrutado deste vazio legal que os deixa sem a competição dos biosimilares, refere Ignjatovic. Já a “indústria de genéricos quer ver aprovada legislação que autorize a produção de biosimilares, porém não sem antes se assegurar que são dados incentivos suficientes aos produtores” deste tipo de fármacos, conclui.

Face à inexistência de consenso no Congresso, a proposta provavelmente não deverá ser discutida antes do final do ano corrente, podendo mesmo ser adiada para depois das eleições presidenciais marcadas para 2008, afirma o relatório.

Marta Bilro

Fonte: In-PharmaTechnologist.com, Farmacia.com.pt.

Linha saúde 24 vai disponibilizar informação e aconselhamento sobre medicamentos

A linha telefónica Saúde 24 vai passar a disponibilizar informação e aconselhamento sobre medicamentos, recorrendo ao auxílio de técnicos de farmácia, revelaram esta quarta-feira os responsáveis pelo serviço. A iniciativa nasce da necessidade dos utentes em conhecer melhor os fármacos que tomam.

“Verificámos que muitos dos cidadãos que nos ligavam gostavam de ver esclarecidas dúvidas sobre os medicamentos que estavam a tomar”, referiu Ramiro Martins, responsável da empresa que gere a linha Saúde 24 (808 24 24 24), que funciona 24 horas por dia e sete dias por semana.

Desta forma ficará garantido o aconselhamento sobre medicamentos de venda livre mas também de fármacos sujeitos a receita médica fornecido por técnicos de farmácia. Em nenhum dos casos será feita prescrição de medicamentos, asseguram os responsáveis.

O entro de atendimento Saúde 24 foi criado em Maio de 2007 com o objectivo de “servir o cidadão, aconselhando-o”, conforme afirmou o Ministro da Saúde Correia de Campos durante a cerimónia inaugural.

Um telefonema para o 808 24 24 24 tem o preço de uma chamada local. O atendimento funciona todos os dias do ano, sem interrupções, e as chamadas são obrigatoriamente gravadas, com a prévia autorização do utente.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Portal da Saúde.

Abraxis vai comercializar genéricos do Fludara

A empresa de biotecnologia Abraxis BioScience recebeu autorização da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA) para comercializar duas versões genéricas do Fludara (Fludarabina).

A Abraxis poderá colocar no mercado uma versão líquida e uma liofilizada de Fosfato de fludarabina, um medicamento utilizado no tratamento de leucemia linfocítica crónica das células B e cujas variantes de marca são comercializadas pela Bayer e pela Teva.

Marta Bilro

Fonte: CNN Money, Reuters.

Merck, ImClone e Bristol-Myers firmam acordo no Japão

A farmacêutica norte-americana Merck estabeleceu um acordo com a ImClone Systems e a Bristol-Myers Squib com vista ao desenvolvimento e comercialização conjuntos do Erbitux (Cetuximab) no Japão.

Caso a parceria seja aprovada pela entidade reguladora japonesa, a ImClone e a Bristol-Myers Squib vão comercializar o medicamento em parceria naquele país. A Merck deverá receber 50 por cento dos lucros resultantes das vendas no Japão, sendo que a ImClone Systems e a Bristol-Myers têm direito a 25 por cento cada.

Para além disso, a ImClone Systems deverá ainda receber da Merck um royalty de 4,75 por cento do total das vendas líquidas naquele país. A Merck Serono Japão ficará responsável pela distribuição do produto, revela a empresa num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt.

A ImClone, a Bristol-Myers e a Merck submeteram, este ano, uma candidatura para a utilização do fármaco, no Japão, em pacientes com cancro colo-rectal metastático que expressa o receptor do factor de crescimento epidérmico.

“Estamos satisfeitos pelos planos de desenvolvimento e comercialização do Erbitux no Japão terem sido confirmados”, afirmou Wolfgang Wein, vice-presidente executivo da Merck Serono. “O acordo vai assegurar que possamos fornecer aos pacientes japoneses uma nova e importante opção de tratamento para o cancro colo-rectal metastático logo que a nossa candidatura seja aprovada pelas autoridades reguladoras”, acrescentou o responsável.

Marta Bilro

Fonte: Merck.

Rinite alérgica: Dois terços das crianças estão por diagnosticar

Regiões de Lisboa e Vale do Tejo apresentam maior taxa de prevalência da doença

Dois terços das crianças entre os três e os cinco anos de idade que sofrem de rinite alérgica estão por diagnosticar e consequentemente por tratar, revela o estudo ARPA KIDS levado a cabo pela Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e que envolveu a participação de 5.018 crianças.

Entre as crianças em idade pré-escolar, 21,5 por cento apresentavam queixas de rinite no último ano, mas destas apenas 35,8 por cento estão diagnosticadas e 36,5 por cento medicadas, revelou Mário Morais de Almeida, presidente SPAIC e um dos autores do estudo.

Os resultados deste trabalho demonstraram também que 79 por cento das crianças sofria de formas intermitentes da doença e 21 por cento de casos persistentes, ou seja com sintomas nasais em mais de quatro dias por semana ou mais de quatro semanas por ano. As diferenças entre rapazes e raparigas são quase inexistentes, ao contrário do que se verifica entre as populações adolescente e adulta, nas quais a prevalência é superior entre as mulheres.

“Habitualmente aponta-se a infância como o período de início das alergias, mas ainda não existia uma medição e foi o que quisemos fazer. Esta é uma doença transversal a todos os grupos etários, mas quanto mais cedo se trata o problema, mais se evitam infecções graves e doenças relacionadas como a asma», afirmou o especialista em declarações à agência Lusa.

A desvalorização dos sintomas por parte dos próprios doentes leva muitas vezes à ausência de diagnóstico. “As pessoas parecem não achar estranho que as suas constipações existam no Inverno e continuem na Primavera e Verão. Há uma falta de reconhecimento e, quando se queixam ao seu médico assistente de sintomas como infecções, febres, dores de cabeça ou nariz constantemente congestionado, acaba por se apagar um incêndio, mas não se resolve um problema muito mais grave”, frisou.

As crianças com rinite são também um alvo fácil para a prevalência de outros problemas como a asma, alergias alimentares e a medicamentos, salientou o especialista. As conclusões do inquérito mostram que 25 por cento das crianças com rinite sofreu um episódio de falta de ar ao nível dos brônquios no último ano e 10 por cento de quatro crises.

Segundo explicou o mesmo responsável, apesar da doença poder ter antecedentes familiares, os pais podem não reconhecer os mesmos sintomas da patologia nos seus filhos e não associam as dificuldades em dormir e o facto de as crianças acordarem cansadas ou ressonarem à patologia crónica.

É nas regiões urbanas de Lisboa e Vale do Tejo (40 por cento) que a doença mais prevalece, por oposição à zona do Alentejo, com apenas 8 por cento, mas onde as queixas são mais persistentes. “Há uma menor percentagem no Alentejo, mas maior gravidade”, sublinhou o responsável, indicando que há 76,9 por cento de situações persistentes, das quais 48 por cento são moderadas ou graves.

Apesar de não desprezar a necessidade de sub-estudos nesta região para melhor avaliar a situação, Mário Morais de Almeida considera que a exposição marcada ao pólen pode ser a responsável pela persistência das queixas. No que toca à rinite intermitente ligeira os valores mais elevados encontram-se no Algarve, com 82,4 por cento.

Os autores sublinham, por isso, a necessidade de uma “actuação proactiva, alertando a comunidade médica e a sociedade em geral, de modo a reconhecer e a controlar precocemente as patologias alérgicas, fonte de significativo impacto pessoal e social”.

Marta Bilro

Fonte: Diário Digital, Lusa, Farmacia.com.pt.

Líder mundial na área dos medicamentos oncológicos
Vendas da Roche abaixo das previsões


A quebra na procura do Tamiflu, tratamento tido como preferencial na prevenção de uma eventual pandemia de gripe das aves, e a desaceleração no crescimento das vendas do Herceptin, indicado no tratamento do cancro da mama, impulsionaram a Roche Holding, o maior fabricante mundial de medicamentos oncológicos, para um volume de vendas inferior às estimativas avançadas pelos analistas para o terceiro trimestre deste ano.

Segundo dados avançados pela própria empresa, as receitas da companhia farmacêutica suíça sofreram uma subida de 5,7 pontos percentuais naquele período, atingindo os 11,1 milhões de francos suíços, cifrando-se um pouco acima dos 10,5 milhões registados no período homólogo de 2006, apesar de os especialistas consultados pela agência Bloomberg terem inicialmente previsto, para os meses de Julho, Agosto e Setembro, um volume de vendas na ordem dos 11,4 milhões de francos suíços.
Na bolsa, e cerca de um ano depois de o laboratório ter informado que as vendas do Tamiflu tinham atingido o seu maior pico e que as receitas provenientes da comercialização do Herceptin tinham tido um aumento de 18 por cento (o ritmo mais lento dos últimos cinco trimestres), as acções da Roche registaram a sua maior queda ao final da manhã de ontem: 6,1 francos suíços (2,8 por cento), para um valor unitário de apenas 210,6 francos, em Zurique. Embora o Herceptin e o Avastin, medicamento indicado para o tratamento do cancro do intestino grosso, tenham contribuído para o crescimento mais acelerado do laboratório suíço do que o dos concorrentes, as acções da Roche estão actualmente a ser transaccionadas a custo superior ao das farmacêuticas GlaxoSmithKline e Sanofi-Aventis. Os resultados, afirmou Denise Anderson, analista da Landsbanki Kepler, “não são tão empolgantes quanto esperávamos”.

Carla Teixeira
Fonte: Bloomberg

FDA aprova Ixempra para o cancro de mama avançado

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) autorizou a comercialização do fármaco para o tratamento do cancro de mama avançado, o Ixempra (ixabepilona), da Bristol-Myers Squibb. O fármaco injectável foi aprovado pela FDA para ser utilizado sozinho ou em combinação com outras terapias, como Xeloda (capecitabina), da Roche, para pacientes com cancro da mama metastizado que não responderam ao tratamento com outros três tipos de quimioterapia. A companhia espera que o Ixempra esteja disponível dentro de dias.

Estudos demonstraram que o Ixempra pode ajudar as pacientes com tumores incuráveis a viver mais tempo após outras terapias deixarem de funcionar, tais como, o Taxol e genéricos. Uma combinação de ixabepilona e capecitabina, um comprimido de quimioterapia que atrasa o crescimento do tumor, prolongou a sobrevivência livre de progressão numa média de 5,8 meses, em comparação com os 4,2 meses em pacientes que receberam somente capecitabina, segundo o estudo apresentado em Junho no encontro da “American Society of Clinical Oncology”, em Chicago. Esta investigação envolveu 752 mulheres com cancro da mama metastizado que deixaram de responder a outras terapias.

Este novo fármaco pertence à família das epotilonas, que bloqueiam o crescimento do tumor ao ligar-se a uma proteína, denominada tubulina, necessária para a divisão celular, e é a primeira nova terapia em 14 anos para o tratamento do cancro da mama.

A FDA concedeu revisão prioritária à ixabepilona em Junho, reduzindo o processo de aprovação para seis meses, em vez de dez, devido ao seu potencial para tratar necessidades médicas ainda não atendidas.

A Bristol-Myers também está a estudar a possibilidade da ixabepilona ser vantajoso para tratar as pacientes com cancro da mama em fase inicial, e como terapia para outros tumores, incluindo cancro da próstata, pulmões e ovários. O fármaco poderá gerar vendas anuais de 500 milhões de dólares até 2012.

As mulheres da América do Norte apresentam a taxa mais alta de cancro da mama. Aproximadamente 180 mil novos casos serão diagnosticados, este ano, nos Estados Unidos, e mais de 400 mil mulheres irão morrer devido à doença, segundo a “American Cancer Society”. Cerca de 120 mil mulheres nos Estados Unidos têm cancro da mama metastizado. A nível mundial, aproximadamente 1,15 milhões de novos casos são diagnosticados anualmente, e 475 mil mulheres morrem. Em Portugal, há 4 500 novos casos do cancro da mama por ano, e 1 500 mulheres morrem todos os anos devido à doença.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online, www.laco.pt

EUA: Produtos cosméticos apresentam níveis de chumbo acima do recomendado

A Campanha Pela Segurança dos Produtos Cosméticos testou 33 batons de marca nos Estados Unidos da América, e concluiu que mais de metade dos produtos analisados contêm níveis de chumbo detectáveis.

As autoridades sanitárias norte americanas não estabelecem quaisquer limites aos níveis detectáveis de chumbo nos cosméticos. No entanto, a agência reguladora de produtos alimentares e medicamentos estabelece um limite de 0,1ppm para os doces, de forma a proteger as crianças da ingestão directa de chumbo.

A Associação de Consumidores Norte-Americana responsável pela denuncia, baseou-se no facto dos níveis de chumbo presentes nos batons excederem o limite permitido para os doces.

Na Europa, a presença de chumbo em produtos cosméticos é proibida, uma vez que acumulação no organismo de quantidades elevadas deste metal constitui um risco para a saúde, em especial de crianças e de grávidas.

Em declarações ao Portugal Diário, o Infarmed garantiu que não dispõe de informaçãos sobre casos destes em Portugal e assegura estar a "verificar se algum destes produtos está no mercado nacional e se tem chumbo".

A "Cover Girl", "Dior", "Maybelline", "Peacekeeper" e "L'Oreal", foram algumas das marcas referenciadas no estudo.

A L’Oreal reagiu já aos resultados desta análise e afirmou que "o chumbo e os seus derivados não são usados como ingredientes em nenhum produto de cosmética, e que as referências mencionadas no estudo não estão em Portugal".

Inês de Matos

Fontes: Portugal Diário, Jornal de Noticias

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Byetta pode estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes

FDA lança alerta sobre o fármaco da Amylin Pharmaceuticals e Eli Lilly

A agência norte-americana que regula os medicamentos (FDA) lançou um aviso para o facto de que o fármaco para o tratamento da diabetes tipo 2, o Byetta, da Eli Lilly e da companhia biotecnológica Amylin Pharmaceuticals, poder estar ligado a casos de pancreatite aguda em alguns pacientes. A Amylin concordou adicionar informação, acerca da pancreatite aguda, à secção de precauções do Byetta, segundo a FDA.

O Byetta (exenatida) foi relacionado com 30 casos de inflamação do pâncreas, o que levou as farmacêuticas a recomendar precauções na utilização do tratamento. Cinco dos pacientes tiveram graves complicações, como falha renal, e 22 apresentaram melhoras após pararem com o tratamento.

A FDA aconselhou os médicos a monitorar os pacientes e a descontinuar o Byetta se houvesse sinais de inflamação, tais como, dores abdominais fortes e persistentes que podem entender-se até às costas, e que podem ser acompanhadas de náuseas e vómitos. Contudo, são necessários testes para confirmar a pancreatite aguda. Os casos graves de pancreatite podem provocar hemorragias, danos nos tecidos, infecções, e levar à libertação de toxinas e enzimas na corrente sanguínea que podem danificar o coração, pulmões, rins e outros órgãos. A pancreatite aguda é principalmente causada por cálculos biliares, outras doenças da vesícula biliar, e uso de álcool.

O Byetta é uma hormona sintética injectável, administrada duas vezes por dia, que estimula as células no pâncreas a produzir insulina, quando o nível de açúcar no sangue está elevado, ajudando a converter esse açúcar em energia. O fármaco foi aprovado nos Estados Unidos, em Abril de 2005, para adultos com diabetes tipo 2, e tem sido utilizado até agora por aproximadamente 700 mil pessoas a nível mundial. A Amylin e a Lilly já tinham acrescentado, no ano passado, alguns dados sobre a doença à informação de prescrição fornecida com o fármaco.

O fármaco gerou vendas de 430,2 milhões de dólares, no ano passado, representando 90 por cento dos lucros da Amylin, e sendo um dos medicamentos da Lilly com um crescimento mais rápido.

Isabel Marques

Fontes:
www.networkmedica.com, Bloomberg, Reuters, The Wall Street Journal Online

Composto presente na fruta pode ser determinante no combate ao cancro

Que o consumo de fruta é essencial para uma alimentação saudável já toda a gente sabia, mas o que se desconhecia era o papel que alguns frutos podem desempenhar no combate ao cancro. Frutos como a manga, as uvas e os morangos contêm um componente denominado Lupeol capaz de impedir que os tumores localizados na zona da cabeça e do pescoço cresçam e se espalhem.

Uma experiência realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Hong Kong testou o lupeol em ratos e mostrou que o desempenho deste componente, principalmente quando combinado com a quimioterapia, não só foi muito animador, como não apresentou efeitos secundários relevantes.

De acordo com Anthony Yuen, professor do departamento cirúrgico da Universidade de Hong Kong, “o lupeol consegue suprimir o movimento das células cancerígenas, bem como o seu crescimento, mostrando resultados mais positivos do que os medicamentos convencionais”.

“O lupeol é até mais eficaz se for combinado com a quimioterapia, apresentando efeitos secundários muito ligeiros”, continua o investigador.

A equipa responsável pelo estudo, que foi publicado no passado mês de Setembro no jornal “Cancer Research”, tenciona agora realizar mais experiências com animais e admite que, no futuro, a possibilidade de realizar testes em seres humanos não está posta de parte.

Os tumores localizados no pescoço e na cabeça englobam o cancro no nariz,, na cavidade oral, na garganta, nas cordas vocais, na tiróide e nas glândulas salivares, tipos de tumores que afectam mais a população asiática do que a ocidental.

O consumo excessivo de álcool, o tabagismo e uma alimentação deficitária são alguns dos principais factores de risco para estas doenças, cujo tratamento se tem revelado muito difícil.

Em 50 por cento dos casos os tumores só são diagnosticados em fases já muito avançadas, quando a cura já é muito difícil e os tumores já cresceram tanto que se tornaram inoperáveis.

A cirurgia para remover tumores nestas zonas do corpo humano é muito complicada, desde logo porque implica a remoção de grandes quantidades de pele que tenha sido afectada pela doença, pelo que os cirurgiões têm que planear muito bem, antes de realizar a cirurgia, de que forma vão depois cobrir toda a área de onde foi retirada a pele.

Yuen acredita que o lupeol, que também se encontra em alguns vegetais como é o caso da azeitona, consegue bloquear a proteína natural denominada NFKB, cuja acção auxilia o crescimento das células, incluindo das células cancerígenas.

Neste estudo, o lupeol foi administrado em ratos infectados com células cancerígenas nas zonas do pescoço e da cabeça e permitiu concluir que este componente dos frutos e vegetais “não apenas suprime o crescimento do tumor, como também leva à sua diminuição. Comparado com os medicamentos convencionais, o lopeol reduz o tamanho do tumor num período de tempo muito menor”, explica Terence Lee, outro dos investigadores participantes no estudo.

Por outro lado, “os fármacos convencionais levaram ao emagrecimento dos ratos, ao contrário do que sucedeu com o lupeol, uma vez que os animais mantiveram a sua massa corporal”, adiantou ainda Lee, explicando que no combate ao cancro, o emagrecimento excessivo dos pacientes é sempre visto como um mau sinal.

Os especialistas esperam agora que o lupeol seja aplicado a outros tipos de cancro, que dependam também da acção da proteína NFKB para crescer e se espalhar. “Poderá ser possível aplicar o lupeol noutros cancros, uma vez que este composto consegue suprimir o efeito da proteína NFKB, cuja acção é determinante também no cancro da próstata e da mama”, acredita Yuen.

Inês de Matos

Fonte: Reuters

Lucros da Genentech aumentam 21 por cento no terceiro trimestre de 2007

A companhia biotecnológica californiana Genentech Inc. apresentou um aumento nos lucros na ordem dos 21 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2007. Os dados da facturação, relativos a este período, destacam as vendas do fármaco oncológico para o cancro colorectal e do pulmão, o Avastin, que pela primeira vez alcançou o marco de ser o medicamento mais vendido pela companhia, maioritariamente controlada pela Roche.

Os lucros líquidos do terceiro trimestre da segunda maior companhia biotecnológica cresceram até aos 685 milhões de dólares, 64 cêntimos por acção, em comparação com os 568 milhões de dólares, 53 cêntimos por acção, no mesmo período do ano anterior.

Os ganhos aumentaram para os 2,91 mil milhões de dólares, liderados por um salto de 37 por cento nas vendas do Avastin, que atingiram os 597 milhões de dólares. Conjuntamente, o Avastin, aprovado em 2004, e o Rituxan, um tratamento para o Linfoma de Não-Hodgkin, já com dez anos, que apresentou vendas de 572 milhões de dólares (aumento de 12%), geraram mais de metade das vendas da Genentech, nos Estados Unidos.

As vendas do Avastin também excederam os 564 milhões de dólares do segundo trimestre. Alguns analistas temiam que as vendas do fármaco descessem em relação ao trimestre anterior, uma vez que dados tinham demonstrado que doses mais baixas funcionavam tão bem como as doses mais elevadas no tratamento do cancro do pulmão.

O Herceptin, para o cancro da mama, teve vendas de 320 milhões de dólares, um aumento de 6 por cento. As vendas do Lucentis, o novo fármaco para a degeneração macular, aprovado em Junho de 2006, atingiram os 198 milhões de dólares, mas estiveram abaixo do trimestre anterior e longe das estimativas de 210 milhões de dólares dos analistas.

Não tendo em conta despesas, incluindo aquelas relacionadas com a aquisição da companhia biotecnológica Tanox Inc., no valor de 919 milhões de dólares, no trimestre passado, a Genentech ganhou 778 milhões de dólares, ou 73 cêntimos por acção.

Isabel Marques

Fontes: www.networkmedica.com, Reuters, Bloomberg, Los Angeles Times

Desfibrilhadores da Medtronic: Doentes correm risco “mínimo” de disfunção

IPRC diz que pacientes portugueses não necessitam de observação urgente

O Instituto Português do Ritmo Cardíaco (IPRC) considera que os doentes que possam ter implantados aparelhos desfibrilhadores da firma Medtronic correm um risco mínimo de disfunção. Num comunicado enviado ao Farmacia.com.pt os responsáveis referem que os dados até agora disponíveis não justificam uma observação urgente dos pacientes.

O mesmo documento dá ainda a conhecer a posição sustentada pela Associação Europeia do Ritmo Cardíaco da Sociedade Europeia de Cardiologia que “não recomenda a substituição dos sistemas implantados, considerando que o risco da sua remoção ou da implantação de outro eléctrodo é superior ao da sua manutenção”.

Apesar de defender a necessidade de divulgar as recomendações europeias junto dos electrofisiologistas cardíacos, o IPCR refere que relativamente aos doentes portugueses “não se justifica a sua observação urgente”. Os pacientes devem manter a conduta que lhes é habitualmente recomendada, entrando em contacto com o médico caso notem algum sintoma ou descarga eléctrica efectuada pelo aparelho e comparecerem às suas consultas de seguimento nas datas programadas, salienta a nota assinada por Daniel Bonhorst e Pedro Adragão, presidente e vice-presidente do IPRC, respectivamente.

A reacção do IPRC surge depois da Medtronic ter retirado do mercado mundial aparelhos de desfibrilhação, utilizados na correcção de arritmias, por terem sido detectadas falhas no equipamento. De acordo com a empresa norte-americana, os problemas verificados dizem respeito aos eléctrodos de desfibrilhação Sprint Fidelis, uma espécie de cabos que ligam o coração ao desfibrilhador, pelo que, os desfibrilhadores “não têm qualquer problema e podem ser usados com outros eléctrodos”.

Marta Bilro

Fonte: Instituto Português do Ritmo Cardíaco.

Quando rir pode ser um bom remédio…

Especialista defende que terapia do riso diminui dor, aumenta defesas, promeve saúde mental e melhor funcionamento do organismo


Diminuição da dor e aumento da auto-estima e de sentimentos de felicidade são os resultados preliminares anunciados pela Associação Oncológica do Algarve (AOA) que, recentemente, abraçou a terapia do riso.

“O humor é um factor protector da saúde.” Uma conclusão inequívoca que Arlete Lourenço, terapeuta do riso na AOA, garantiu chegar logo na primeira sessão: "Após a primeira sessão de terapia do riso havia menos dores, nomeadamente nas articulações, e maiores sentimentos de felicidade e de auto-estima."

Entre os benefícios de dar umas boas gargalhadas, a especialista destacou o também “o aumento das defesas imunológicas e a capacidade de reagir às doenças, promovendo a saúde mental evitando a sua degeneração.”

Arlete Lourenço – que é ainda enfermeira na Psiquiatria do Hospital de Faro - reforça a sua tese abordando outros estudos que monstraram que “a terapia do riso altera para melhor o nível cardíaco, pulmonar, digestivo e músculo-esquelético das pessoas.”

De acordo com a terapeuta, as sessões de terapia “seguem o método indiano «Madan Kataria» (fundador do Clube Internacional do Riso), ou seja, baseiam-se na execução de exercícios de riso que estimulem a auto-estima e são seguidos por uma fase de relaxamento”, explicou.

Segundo revelou Arlete Lourenço, mas suas formações, já encontrou desde enfermeiros e administradores de hospitais, até economistas ou de profissionais das medicinas tradicionais.

«Madan Kataria» diz que rir é "uma energia positiva que traz saúde, felicidade e bem estar", como sendo, a melhor prevenção contra a doença.


Rir antes de amamentar torna leite materno mais saudável

Uma investigação conduzida por cientistas japoneses permitiu constatar que mães que deram uma boa gargalhada horas antes de amamentar os bebés produziram um leite mais saudável. O estudo foi publicado no NewScientist.com.

Comparativamente com as mães mais sisudas, o resultado evidenciado foi a nível da prevenção de alergias na pele. De acordo com a equipa japonesa, os bebés com eczema e que foram amamentados por mamãs sorridentes “apresentaram sintomas bastante mais atenuados.”

Foi ainda comprovado que, o leite da “mãe feliz”, também, contém maiores níveis de melatonina, uma hormona associada ao relaxamento.


Raquel Pacheco
Fontes: AOA/Lusa/ NewScientist.com/www.pubmed.com

Doenças oncológicas não são mistério em Coimbra

Cancro da mama é o que mais preocupa e mulheres são as mais "preventivas"; Helena Gervásio quer estudo na região Sul

Em Coimbra, as pessoas estão bem informadas sobre as doenças oncológicas. A conclusão saiu de um estudo divulgado, hoje, onde cerca de 65,5 por cento da população disse estar informada e, 27 por cento destes, considera-se bem ou muito bem informado. O cancro da mama é o que espoleta maior preocupação, avançou a Agência Lusa.

O inquérito – promovido Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e a Sociedade Portuguesa de Senologia e a Novartis Oncology - envolveu 142 cidadãos residentes em Coimbra. O cancro da mama é a doença que mais preocupa os inquiridos (77,5 por cento), seguindo-se o cancro da próstata (44 por cento), o cancro do pulmão (43 por cento) e o cancro do útero (41,5 por cento).

Durante a sessão de apresentação das conclusões do estudo, Maria Helena Gervásio, presidente da SPO, revelou que “em 90 por cento dos casos” os inquiridos estão conscientes de que a vigilância médica pode evitar o cancro, assim como, reconhecem na informação um meio para a detecção precoce. No entanto, segundo foi divulgado “um terço” assumiu não adoptar posturas de prevenção.

No que concerne aos meios de informação onde os inquiridos assimilam conhecimentos sobre a doença, a televisão lidera as respostas com (71 por cento), seguindo-se os folhetos informativos (60 por cento) e os jornais (47 por cento).

Relativamente ao perfil dos “mais preocupados”, o inquérito traça que “são cidadãos com idade mais avançada e com mais elevadas habilitações literárias, e com maior incidência - as mulheres.”

"Hoje a doença já não é igual a morte, como antigamente. Muitas vezes consegue-se a cura, daí a importância do estar informado", vincou Helena Gervásio, apelando para que seja feita, também, uma pesquisa que cubra o Sul do país no sentido de “se obter um visão mais genérica dos comportamentos dos cidadãos portugueses.”

De referir que, o Grande Porto já foi palco de um estudo similar.

Raquel Pacheco
Fonte: Agência Lusa

Lucros da Johnson & Johnson caem 7,7% no terceiro trimestre de 2007

A Johnson & Johnson, empresa norte-americana de produtos de saúde e higiene pessoal, sofreu uma quebra nos lucros de 7,7 por cento no terceiro trimestre de 2007, comparativamente a igual período do ano anterior. Num comunicado divulgado esta terça-feira, o grupo informa que os lucros líquidos relativos ao terceiro trimestre foram de 1,8 mil milhões de euros, relativamente aos 1,9 mil milhões de euros registados no terceiro trimestre de 2006.

As reestruturações da empresa, que envolvem a supressão de mais de 4 mil postos de trabalho, e a diminuição da procura do Procrit, um medicamento utilizado no tratamento da anemia, são apontadas com as principais justificações para este decréscimo nos lucros J&J. Ainda assim, os resultados superaram as expectativas de Wall Street.

Por outro lado, as vendas do grupo aproximaram-se dos 10,5 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, uma subida de 12,7 por cento face ao período homólogo de 2006. Nos nove primeiros meses de 2007 as vendas da J&J atingiram os 31,8 mil milhões de euros, mais 13,6 pontos percentuais que em igual período do ano anterior.

Apesar da descida nos lucros, a empresa elevou as expectativas relativas aos resultados para o cômputo do ano para um lucro de 2,89 a 2,91 euros por acção, excluindo o impacto dos custos com a investigação e desenvolvimento e as reestruturações. A J&J detém actualmente mais de 250 empresas que operam em 57 países e empregam cerca de 120 mil funcionários.

Marta Bilro

Fonte: elEconomista.es, Reuters, Pharmalot, Folha de São Paulo.

Descoberto método que amplia concepção de novos fármacos

Estudo de cientista portuguesa abre caminho a preparação, manipulação, reacção e inovação de compostos

Foi descoberto um novo método que permite a concepção de novos medicamentos. O mérito é de uma investigadora portuguesa, cujo estudo está publicado nas revistas internacionais de referência no domínio da química orgânica, catapultando, assim, o seu contributo para os laboratórios científicos de todo o mundo.

Face à crescente necessidade de encontrar novos tratamentos e os problemas associados com a resistência dos medicamentos existentes, “este é um contributo interessante para alargar a variedade de métodos existentes para o desenvolvimento de novos fármacos", avaliou à Agência Lusa a investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Teresa Pinho e Melo.

De acordo com um comunicado distribuído pela FCTUC a que o farmacia.com.pt teve acesso, a investigação de Teresa Pinho e Melo – iniciada, em 1995, e que contou com a colaboração de técnicos do país Basco – resultou na descoberta de “um novo método selectivo de preparação de beta-aminoácidos quirais” (uma classe de compostos com propriedades únicas), fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Segundo destaca a nota de imprensa, o novo método de síntese de preparação de compostos orgânicos da cientista poderá ser explorado mundialmente, “facultando o aparecimento de novos compostos de referência para a indústria farmacêutica ou para outras aplicações industriais" e “permitindo o desenvolvimento de novos medicamentos a longo prazo.”

O trabalho de Teresa Pinho e Melo contou com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e prolongar-se-á ao longo de mais três anos, informa a FCTUC.

Raquel Pacheco
Fonte: FCTUC/Lusa

Vendas da Roche cresceram 12% nos primeiros nove meses de 2007

A farmacêutica suíça Roche anunciou um crescimento de 12 por cento nas vendas durante os primeiros nove meses de 2007, para os 20,2 mil milhões de euros, um número que, de acordo com a empresa, reflecte já o abrandamento nas encomendas do Tamiflu (Oseltamivir).

Em igual período do ano anterior as vendas da Roche registaram um crescimento na ordem dos 19 por cento, tendo sido fortemente impulsionadas pelas vendas do medicamento contra a gripe sazonal e pandémica. Nos primeiros nove meses de 2007 a comercialização do Tamiflu terá sofrido uma quebra de 2 por cento. No que diz respeito ao terceiro trimestre a diminuição ascendeu aos 60 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano anterior.

No entanto, a Roche afirma que esta quebra era já esperada à medida que os stocks dos governos ficaram completos no que toca ao armazenamento do fármaco para fazer frente a possíveis pandemias.

O grupo registou também uma redução nas vendas do Herceptin, que subiram apenas 18 por cento, a taxa mais baixa desde os últimos cinco trimestres, refere a Bloomberg. Ao contrário, as vendas do Avastin (Bevacizumab), utilizado no tratamento de primeira linha de doentes com carcinoma metastizado do cólon ou do recto, cancro da mama metastático e cancro do pulmão de células não pequenas, subiram 41 por cento a nível mundial, face ao mesmo período do ano anterior.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, Forbes, Roche, Market Watch, Farmacia.com.pt.

Tribunal condena Wyeth por tratamentos hormonais que causaram cancro da mama

A farmacêutica norte-americana Wyeth foi esta segunda-feira condenada a pagar quase 134 milhões de dólares (94,3 milhões de euros) a três mulheres que contraíram cancro da mama devido a tratamentos hormonais contra a menopausa.

A Wyeth já anunciou que vai recorrer da sentença, uma vez que considera que os tratamentos, aprovados pelas autoridades de saúde norte-americanas, eram "seguros e eficazes quando utilizados segundo as indicações", informou o grupo farmacêutico em comunicado.

As mulheres alegaram em tribunal que contraíram a doença devido ao tratamento com Premarin e Prempro, duas terapias hormonais de substituição de estrogénio.

De acordo com o advogado das queixosas, cerca de nove mil mulheres já apresentaram queixa nos tribunais contra o grupo Wyeth.

Os dois medicamentos em causa neste processo não são comercializados em Portugal.

Inês de Matos

Fonte: Lusa