sábado, 2 de junho de 2007

Uma em cada quatro pessoas, com mais de 65 anos, vive sozinha

A coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados em Portugal, Inês Guerreiro, afirmou hoje que uma em cada quatro pessoas com mais de 65 anos vive sozinha.

A responsável pela criação da rede nacional que permita tratar de doentes no período pós-hospitalar, fora das unidades de saúde tradicionais, fez o ponto da situação do projecto durante o VII Congresso Nacional das Misericórdias, que é encerrado, sábado, pelo Presidente da República.

Actualmente, referiu Inês Guerreiro, 77 por cento da Rede Nacional de Cuidados Continuados e 65 por cento dos equipamentos da Rede de Convalescença pertencem ás Misericórdias.

Um número que - frisou - traduz o empenho dos privados, mas que Inês Guerreiro quer que envolva todos os níveis do Serviço Nacional de Saúde: «Os Cuidados Continuados não podem ser apenas um serviço de retaguarda dos hospitais, uma medida que permita livrar camas no Serviço de Saúde e criar 'hospitalinhos' um pouco por todo o lado».

Em vez disso, Misericórdias e Unidade de Missão defendem que a Rede de Cuidados Continuados tem que ser uma resposta única a cada doente único: «Tem que haver um plano individual de cuidados para cada doente e, em Portugal, ainda ninguém sabe fazer isso».

A responsável sustentou que quando um médico preenche um guia de alta, onde não menciona todos os cuidados que o doente deve ter, não está a trabalhar com brio e está a prejudicar a Rede de Cuidados Integrados Continuados.

Para concretizar a Rede, disse, será preciso «reformar totalmente o Sistema Nacional de Saúde, tirando o profissional de saúde do centro do sistema e colocando, no centro de tudo, o doente».

«Temos que deixar de nos acusar uns aos outros e envolver toda a comunidade, desde Misericórdias e médicos a autarquias e Segurança Social para tratar com êxito as pessoas que, após a doença, continuam a necessitar de cuidados especiais», sustentou Inês Guerreiro.


Fonte: Lusa

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